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Nova pasta/1- Introdu��o.pdf Promoção QAE Agente de Organização Escolar Área de Atendimento aos Alunos Portaria CGRH-3, de 8-11-2013 Dispõe sobre os perfis profissionais, competências e habilidades requeridos dos servidores do Quadro de Apoio Escolar da Rede Pública Estadual de Ensino e os referenciais bibliográficos que fundamentam a prova de Promoção, de que tratam os artigos 25 a 27 da Lei Complementar nº 1.144 de 11 de julho de 2011 A Coordenadora da Coordenadoria de Gestão de Recursos Humanos, considerando a necessidade de estabelecer diretrizes para o preparo dos servidores do Quadro de Apoio Escolar para o Processo de Promoção do ano de 2013, expede a presente Portaria: Artigo 1º - A avaliação das competências, entendida como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que o servidor possui e utiliza nas atividades desenvolvidas no ambiente de trabalho, será dividida na seguinte forma: I - a prova para Agente de Serviços Escolares versará sobre Gestão da Merenda, Limpeza e da Conservação; II - para a prova do Agente de Organização Escolar, o servidor deverá optar por uma das áreas, dentre as abaixo relacionadas, na qual deseja ser avaliado: a) Área de Atendimento aos Alunos; b) Área de Gestão Estratégica de Pessoas e de Recursos Humanos; III - a prova para Secretário de Escola versará sobre Gestão Estratégica de Pessoas e de Recursos Humanos. Artigo 2º - Para a avaliação das competências dos servidores do quadro de Apoio Escolar de que trata o artigo 1º desta Portaria será observado o seguinte sumário: II. Agente de Organização Escolar - Área de Atendimento aos Alunos Bibliografia 1) 2) Manuais 1.1 Bullying - Disponível em: http://bullynobullying.blogspot.com.br/p/bullying.html 1.2 Ministério da Educação: Brasília, 2008. Programa Profuncionário – Curso Técnico de Formação para Funcionários da Educação: Módulo 6 – Gestão Escolar, unidades 4 e 5: Unidade 4 – Democratização da Gestão Escolar: mecanismos de participação e autonomia da Unidade Escolar; Unidade 5 – Gestão Democrática e os trabalhadores da Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/06_gest_edu_esc.pdf 1.3 Ministério da Educação: Brasília, 2004. Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares, caderno 5. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Consescol/ce_cad5.pdf 1.4 Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estado da Fazenda: São Paulo, 2008. Manual de Redação de Atos oficiais. Disponível: www.casavil.sp.gov.br/biblioteca 1.5 Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estadoda Educação: São Paulo, 2013. Manual de Procedimentos e Padronização de Documentos Escolares. Disponível em: www.intranet.educacao.sp.gov.br – CGEB–Biblioteca–Vida Escolar–Manual versão 2013. 1.6 Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estado da Educação: São Paulo, 2009. Normas Gerais da Conduta Escolar – Sistema de Proteção Escolar Disponível em: file.fde.sp.gov.br/portalfde/arquivo/normas_gerais_conduta_web.pdf 1.7 Sindicato dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo – AFUSE, agosto/2013: Manual de Direitos dos Funcionários e Servidores da Educação do Estado de São Paulo. Disponível em: http://www.afuse.org.br/MANUAL_DIREITOS_2013_REVISADO.pdf 1.8 Governo do Estado de São Paulo. Secretaria de Estado da Gestão Pública. Unidade Central de Recursos Humanos: Manual do Servidor Público Estadual. Disponível em: http://www.recursoshumanos.sp.gov.br/manuaisintroducao.html 2) Livro 2.1 MACEDO, Lino. Ensaios Pedagógicos: Como construir uma escola para todos? Porto Alegre. Artmed, 2005. 3) Artigo 3.1 IAVELBERG, Catarina. Publicado em Gestao Escolar, Edição 12, fevereiro/março 2011: O papel do monitor, inspetor ou bedel na formação dos alunos. Disponível em: http://gestaoescolar.abril.com.br/equipe/papel-monitor-inspetor-ou- bedel- formacao-alunos-623663.shtml 4) Legislação 4.1 Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil,1988 - Artigo 208. Disponível em: http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10650040/artigo-208-da- constituicao- federal-de-1988 4.2 Brasil. Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8.069 de 13 de julho 1990 - Título I e Título II: Capítulo I; Capítulo IV: artigos 53 a 59; Capítulo V: artigos 60 a 69. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm 4.3 São Paulo. Constituição do Estado de São Paulo, 1989 - Título VII: Capítulo III, Seção I: artigos 237 a 258; Capítulo VII, Seção I: artigos 277 a 281. Disponível em: http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/dh/volume%20i/constituicao%20e stadual.htm 4.4 São Paulo. Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo, Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968 - Título VI: Capítulo I, Seção I: artigo 241; Seção II: artigos 242, 243, 244; Capítulo II: artigos 245 a 250. Disponível em: http://www.funap.sp.gov.br/legislacao/estatuto/estatuto_func_public_esp.pdf 4.5 São Paulo. Lei nº 500, de 13 de novembro de 1974 – Institui o regime jurídico dos servidores admitidos em caráter temporário e dá providência correlatas. Disponível em: http://www.al.sp.gov.br/StaticFile/documentacao/lei_500.htm 4.6 São Paulo. Decreto nº 58.648, de 03 de dezembro de 2012 - Regulamenta a promoção dos integrantes das classes do Quadro de Apoio Escolar; 4.7 Parecer CEE 67/98 – Dispõe sobre Normas Regimentais Básicas para as Escolas Estaduais: Título I, Capítulo I; Título II, Capítulo I, Capítulo IV: artigos 24 a 28; Título V, Capítulo V. Disponível em: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/diretrizes_p1022-1048_c.pdf 5. Noções de Informática Básica: - Documentação técnica disponível nas telas de ajuda dos navegadores Google Chrome e Mozilla Firefox. - Windows XP/Vista7 - Microsoft-Office BR 2007/2010. - Internet Nova pasta/1-1- Manual - O que � bulluing.pdf O QUE É BULLYING? ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO FENÔMENO 1) Agressão física e/ou psicológica: existem dois tipos de agressões no bullying, a direta (física) e a indireta (psicológica e verbal). A agressão direta envolve contato físico, sendo, por isso, mais evidente. Acontece por meio de socos, pontapés, beliscões, empurrões ou outros tipos de comportamento, como prender uma pessoa em um armário ou em um cômodo. A agressão indireta é mais sutil e, por isso, difícil de identificar. Ela ocorre normalmente sem contato físico, através de fofocas, difamações, rotulações pejorativas e exclusão social. 2) Entre pares: o bullying acontece dentro de um contexto no qual os envolvidos se encontram no mesmo patamar de força. Não existe uma função hierárquica que possa impedir ou incentivar determinada atitude, no que se refere a agredir ou ser agredido. 3) Intencionalidade: o autor de bullying possui clareza de seus atos e sabe que o alvo das suas agressões não gosta de suas atitudes, mas, mesmo assim, as faz. Agride para ganhar o destaque na turma, os seus pares. 4)Repetição, freqüência: É comum, no bullying, que os alvos sejam agredidos ou ridicularizados todos os meses, semanas ou, até mesmo, várias vezes ao dia. Essas agressões ocorrem no intervalo das aulas, na entrada e saída do colégio e em outros espaços escolares como, a própria sala de aula. 5)Violência gratuita: o alvo de bullying não precisa motivar as agressões sofridas. O autor agride porque quer se aparecer e, para isso, diminui e menospreza o outro gratuitamente, sem motivação aparente. 6) Violência Velada: outra característica do bullying é que ele acontece escondido, propositalmente, dos adultos. Por isso, difícil de ser identificada. 7) Local: O bullying não acontece somente na escola, ele pode aparecer nos clubes, faculdades, igrejas, quartéis, na pópria família, ou seja, em qualquer lugar onde existam relacoes interpessoais. 8) Agressão silenciosa: na maior parte dos casos, o bullying acontece dentro da sala de aula com a presença do professor. E é porque o fenômeno possui como uma das suas características a agressão psicológica que, esta, se apresenta de forma quieta, silenciosa, através de um olhar, um sorrisinho irônico, ou até mesmo, um bilhete no caderno. 9) Uso de tecnologias: o bullying pode apresentar-se por meio das tecnologias como mensagem de celulares e páginas na internet. Quando isso ocorrre damos o nome de cyberbullying. 10) Conseqüências: dificilmente alguma pessoa consegue passar pelo bullying sem levar marcas para toda a vida. Todos os envolvidos, sejam eles alvos ou autores de bullying, sofrem conseqüências e, às vezes, elas são irreversíveis. Esta é uma das principais razões que nos leva a crer em uma política de combate e prevenção ao fenômeno em todas as escolas. CYBERBULLYING O cyberbullying acontece quando, por meio de tecnologias, o autor de bullying faz as suas agressões psicológicas - posta, envia, publica, divulga imagens, vídeos, chacotas e ameaças sobre o seu alvo. O cyber bullying é o mesmo que o bullying, apenas acontece por outros meios, tais como: a internet (comunidades no orkut, sites, páginas de relacionamento, msn, etc...) e celulares (mensagens na caixa postal, sms, torpedos, telefonemas, etc...). No cyberbullying o autor de bullying pode ganhar forças, pois este pode inventar um codinome, idade, endereço e outros dados falsos que dificultam a sua identificação. Vale lembrar que, mesmo sendo difícil a identificação do autor no cyberbullying, o alvo deve denunciar as agressões pois, com a denúncia, é possível acionar a justiça e esta, através do número IP da máquina do autor de bullying, chegar a encontrá-lo. O cyberbullying é tão sério quanto o bullying pois estes são iguais ... apenas acontecem por vias diferentes. Alvo de cyberbullying: denuncie, conte a seus pais, professores ou a quem você confie! Acredite, você não merece sofrer! ARTIGO Bullying escolar e justiça restaurativa Por: Alexandre Morais da Rosa e Neemias Moretti Prudente O objetivo deste ensaio é tecer algumas considerações sobre o bullying, sobretudo quando ocorre no âmbito escolar, e apresentar a justiça restaurativa como uma das formas de resolver os conflitos que envolvem a prática do fenômeno. O bullying é uma prática presente no cotidiano, um problema mundial que todas as sociedades, desenvolvidas ou em desenvolvimento, enfrentam. Embora a maioria das pessoas desconheça o fenômeno, sua gravidade e abrangência, ultimamente este fenômeno tem chamado a atenção e aos poucos está sendo reconhecido como causador de danos e merecedor de medidas para sua prevenção e enfrentamento. O bullying (termo inglês que significa tiranizar, intimidar) é um fenômeno que pode ocorrer em qualquer contexto no qual os seres humanos interagem, tais como, nos locais de trabalho (workplace bullying, mobbing ou assédio moral, como vem sendo chamado no Brasil), nos quartéis, no sistema prisional, na igreja, na família, no clube, através da internet (cyberbullying ou bullying digital) ou do telefone celular (móbile bullying), enfim, em qualquer lugar onde existam pessoas em convivência(1). Todavia, é principalmente no ambiente escolar que a prática está mais presente. Ela pode acontecer em qualquer parte da escola, tanto dentro, como fora. Ainda que não tão visíveis quanto agora, este fenômeno pode ser encontrado em toda e qualquer instituição de ensino. A escola, que não conhece o assunto, que não desenvolve programas ou afirma que lá não ocorre bullying, é provavelmente aquela onde há mais situações desta prática(2). Mas, o que é bullying escolar? Numa definição bastante utilizada no Brasil, o termo bullying “compreende todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente, adotadas por um ou mais estudantes contra outro(s), causando dor e angústia, e executadas dentro de uma relação desigual de poder, tornando possível a intimidação da vítima” (3). Segundo Dan Olweus, cientista norueguês, o comportamento agressivo e negativo, os atos executados repetidamente e o desequilíbrio de poder entre as partes são as características essências do fenômeno(4). Os protagonistas do bullying nas escolas são: os alunos-alvo/vítima (que sofrem o bullying), os alunos-autores/agressores (que praticam o bullying) e os alunos testemunhas/espectadores (que assistem aos atos de bullying)(5). Entre as atitudes agressivas mais comuns praticadas pelo bully “valentão, brigão, tirano” estão às ofensas verbais (v.g. apelidos ofensivos, vergonhosos), agressões físicas (v.g. bater, chutar, empurrar, ferir, agarrar), e sexuais (v.g. estupro), maus-tratos, humilhações, intimidação, exclusão, preconceitos e descriminação (v.g. em razão da cor, da opção sexual, das diferenças econômicas, culturais, políticas, morais, religiosas), extorsão (v.g. “cobrar pedágio” ou extorquir o dinheiro do lanche), perseguições, ameaças, danificação de materiais, envio de mensagens, fotos ou vídeos por meio de computador ou celular, bem como postagem em blogs ou sites cujo conteúdo resulte em sofrimento psicológico a outrem(6). Geralmente a vítima de bullying é escolhida conforme características físicas, psicológicas ou de comportamento diferenciado. O alvo da agressão costuma ser quem o grupo considera diferente (v.g. o gordinho, o magrinho, o baixinho, o calado, o pobre, o CDF, o deficiente, o crente, o preto, o “quatro olho” etc.)(7). As vítimas podem apresentar os seguintes sinais e sintomas, entre eles, baixa autoestima, dificuldade de relacionamento social e no desenvolvimento escolar, ansiedade, estresse, evasão escolar, atos deliberados de autoagressão, alterações de humor, apatia, perturbações do sono, perda de memória, desmaios, vômitos, fobia escolar, anorexia, bulimia, tristeza, falta de apetite, medo, dores não especificadas, depressão, pânico, abuso de drogas e álcool, podendo chegar ao suicídio e até atos de violência extrema contra a escola(8). Aliás, agressores e vítimas têm grandes chances de se tornarem adultos com comportamentos antissociais, podendo vir a adotar, inclusive, atitudes criminosas(9). Na escola, o bullying não afeta apenas o agressor e a vítima, mas também as testemunhas, que são alunos que não sofrem nem praticam bullying, mas convivem com o problema e se omitem por medo ou insegurança. Presenciam muitas vezes o abuso, mas calam-se, por que, se delatarem o autor, poderão se tornar as “próximas vítimas”. Daí a omissão, o silêncio. Mas elas terminam por serem cúmplices da situação. Muitas se sentem culpados por toda a vida(10). Segundo pesquisa divulgada em 2008 pela organização não-governamental Internacional Plan, por dia, cerca de 1 milhão de crianças em todo o mundo sofre algum tipo de violência nas escolas(11). Já Numa pesquisa publicada, também em 2008, pela Faculdade de Economia e Administração da USP – pesquisa feita em 501 escolas com 18.599 estudantes, pais e mães, professores e funcionários da rede pública de todos os Estados do País – pelo menos 10% dos alunos relataram ter conhecimento de situações em que alunos, professores ou funcionários foram vítimas do bullying. A maior parte (19%) foi motivada pelo fato de o aluno ser negro. Em segundo lugar (18,2%) aparecem os pobres e depois a homossexualidade (17,4%). No caso dos professores, o bullying é mais associado ao fato de ser idoso (8,9%). Entre funcionários, o maior fator para ser vítima de algum tipo de violência - verbal ou física - é a pobreza (7,9%). A deficiência, principalmente mental, também é outro motivo para ser vítima(12). Pesquisas do tipo têm comprovado, enfim, aquilo que os estudiosos do tema têm sustentado há muitos anos: o bullying é prática cotidiana e os seus efeitos podem mesmo ser devastadores. Aliás, o aumento de visibilidade do fenômeno, através dos conhecimentos adquiridos com os estudos, devem ser utilizados para orientar e direcionar a formulação de políticas publicas e para delinear técnicas de identificação e enfrentamento do problema, buscando respostas adequadas que possam reduzir o fenômeno de forma eficaz. Não há duvida de que esta prática necessita de respostas. As respostas repressoras (como a expulsão de alunos ou recorrer ao judiciário) são validas, mas nem sempre é a solução mais adequada, por isso devem ser evitadas, tanto quanto possível. Assim, devem-se privilegiar mecanismos alternativos/complementares de resolução de conflitos, como a justiça restaurativa. Imagine a cena: um aluno ofende um colega de sala com um apelido humilhante. Pouco tempo depois, a pedido da vítima, os dois se reúnem na presença de outras pessoas (famílias, professores etc.) e, após das devidas desculpas, é feito um acordo para que o confronto não volte a acontecer. Sem mágoas. Isso é possível? Sim, além de possível tem se mostrado muito eficiente através da implementação da justiça restaurativa nas escolas, entre estudantes e entre os mesmos e os respectivos quadros executivos e administrativos. As práticas restaurativas nas escolas são centradas não em respostas repressoras e punitivas, mas numa forma reconstrutiva das relações e preparativas de um futuro convívio respeitoso. Os processos restaurativos (mediação, conferências familiares ou círculos) proporcionam a vítima e o agressor, e outros interessados no caso (v.g. familiares, amigos, comunidade escolar), a oportunidade de se reunirem, exporem os fatos, falarem sobre os motivos e consequências do ato, ouvirem o outro, visando identificar as necessidades e obrigações de ambos. A vítima pode dizer que a atitude a incomoda e ele está mal com isso. O agressor entende o que ocorreu, conscientiza-se dos danos que causou a(s) vítima(s) e assume a responsabilidade por sua conduta, reparando o dano e demonstrando como pode melhorar. Em seguida, firma-se, então, um compromisso. Em muitos casos é possível o arrependimento, a confissão, o perdão e a reconciliação entre as partes. O encontro é acompanhado por um facilitador capacitado para esta prática (v.g. professor, aluno, assistente social, psicólogo), que tem como objetivo ajudar as partes a se entenderem, refletirem e chegarem a uma solução para o caso. Enfim, com a justiça restaurativa, escolas aprendem que, em vez de punir, é melhor dialogar para resolver os conflitos. No Brasil, embora o bullying tenha despertado atenção crescente, ainda são raras as iniciativas e políticas anti-bullying. Para se combater o bullying é necessário que a sociedade (especialmente a comunidade escolar e os pais) reconheça que o bullying existe, é danoso e não pode ser admitido. Todos devem se envolver no problema e, em conjunto, buscarem soluções preventivas e resolutivas para o combate do fenômeno. Uma destas soluções, válidas e eficazes, é a implementação, em todas as escolas, de programas de justiça restaurativa. Por fim, junte-se a nós e diga não ao bullying! Fonte: Bullying - Disponível em: http://bullynobullying.blogspot.com.br/p/bullying.html Nova pasta/1-2- Manual - Democratiza��o da Gest�o Escolar.pdf Democratização da Gestão Escolar: mecanismos de participação e autonomia da Undade Escolar Para que a tomada de decisão seja partilhada e coletiva, é necessária a efetivação de vários mecanismos de participação, tais como: o aprimoramento dos processos de escolha ao cargo de diretor, a criação e consolidação de órgãos colegiados na escola – conselhos escolares e conselho de classe – o fortalecimento da participação estudantil por meio da criação e consolidação de grêmios estudantis; a construção coletiva do projeto políticopedagógico da escola; a redefinição das tarefas e funções da associação de pais e mestres na perspectiva de construção de novas maneiras de se partilhar o poder e a decisão nas instituições. É nessas direções que se implementam e vivenciam graus progressivos de autonomia da escola. Toda essa dinâmica deve ocorrer como um processo de aprendizado político, fundamental para a construção da gestão democrática e, conseqüentemente, para a instituição de uma nova cultura na escola. Nesse sentido, a democratização da gestão escolar implica a superação dos processos centralizados de decisão e a vivência da gestão colegiada, na qual as decisões nasçam das discussões coletivas, envolvendo todos os segmentos da escola num processo pedagógico. A partir dele vai ser efetiva a autonomia da unidade escolar. Os mecanismos de participação e a gestão democrática A gestão democrática, no sentido lato, pode ser entendida como espaço de participação, de descentralização do poder e de exercício de cidadania. Nesse sentido, reafirmamos a necessidade de instituir processos de efetiva participação política; da gratuidade do ensino; da universalização da educação básica e superior; do planejamento e da coordenação descentralizados dos processos de decisão e de execução; do fortalecimento das unidades escolares por meio da efetivação da autonomia das unidades escolares; da articulação entre os diferentes níveis de ensino; da definição coletiva de diretrizes gerais para a educação nacional; da exigência de planos de carreira para o magistério público; da vinculação de verbas para a educação; da democratização das formas de acesso, permanência e gestão. Todos esses itens vinculam-se ao princípio de gestão democrática, à medida que conferem à educação nacional o papel de um dos instrumentos de promoção do exercício de cidadania, a ser assegurada por meio de mecanismos de participação ativa dos segmentos da sociedade civil nas instâncias consultivas, deliberativas e de controle social da educação. Construir uma nova lógica de gestão, que conte com a participação da sociedade e dos atores diretamente envolvidos com a prática pedagógica, implica rever o modelo adotado pelos sistemas públicos, cuja estruturação e funcionamento vivem até hoje características de um modelo centralizador. A autonomia pedagógica e financeira e a implementação de um projeto político-pedagógico próprio da unidade escolar encontram vários limites no paradigma de gestão escolar vigente, destacando, dentre eles: a) a centralização das decisões; b) entraves ao estabelecimento de princípios de organização colegiada da gestão e do trabalho pedagógico; c) projeto político-pedagógico restrito ao atendimento das determinações das secretarias de educação, não acarretando mudanças significativas na lógica autoritária da cultura escolar; d) formas de provimento nos cargos dirigentes dissociadas da comunidade local e escolar. Analisar esses limites, buscando sua superação, constitui-se em esforço coletivo de mudança em direção à democratização da escola. A gestão democrática implica, portanto, a efetivação de novos processos de organização e gestão, baseados em uma dinâmica que favoreça os processos coletivos e participativos de decisão. Nesse sentido, a participação pode ser implementada e se realiza de diferentes maneiras, em níveis distintos e em dinâmicas próprias no cotidiano escolar. A participação, portanto, não se apresenta de maneira padronizada. É uma prática polissêmica, que apresenta diferenças significativas quanto à natureza, caráter, finalidades e alcance nos processos de aprendizagem cidadã. Isso quer dizer que os processos de participação se constituem, eles próprios, em atitudes e disposição de aprendizagem e de mudanças culturais a serem construídos cotidianamente. A participação é um processo complexo, que envolve vários cenários e múltiplas possibilidades organizativas. Ou seja, não existe apenas uma forma ou lógica de participação. Várias dinâmicas se caracterizam por um processo de participação tutelada, restrita e funcional; outras por efetivar processos coletivos, inovadores de escolha e decisão. Vamos discutir a seguir a importância dos conselhos escolares como espaço de organização, participação e decisão coletiva da escola. Gestão e participação nos conselhos escolares A LDB instituiu nas instituições públicas de educação básica os conselhos escolares, com representação da comunidade. Essa forma de participação reforça os interesses coletivos da ação pública e constitui mecanismo político de superação da centralidade do poder instituído nas escolas. A implementação dos conselhos escolares permite que diferentes setores da sociedade possam contribuir e participar da gestão da escola de forma democrática e institucionalizada. Com base nessa concepção organizativa, a escola pode concretamente adotar um novo conteúdo e uma nova prática de gestão que fundamentalmente priorize a dimensão participativa. Alguns exemplos de concepções que priorizem a participação são a co-gestão, a administração colegiada, a democracia participante e a autogestão. A co-gestão está ligada ao princípio de co-decisão. Uma decisão só pode ser tomada por concordância das partes. A co-gestão busca o equilíbrio de poder e de participação dos vários segmentos no interior da instituição, escola ou empresa. A administração colegiada pressupõe a participação da comunidade nas decisões do processo educativo. Representa uma instância coletiva de tomada de decisão e de análise dos problemas da escola. A administração colegiada busca uma nova prática de exercício do poder. A administração colegiada pressupõe a participação da comunidade nas decisões do processo educativo. Representa uma instância coletiva de tomada de decisão e de análise dos problemas da escola. A administração colegiada busca uma nova prática de exercício do poder. A democracia participante baseia-se no princípio de que seus membros elegem delegados para representar seus interesses. Seu objetivo é que os problemas das bases sejam considerados nas políticas do governo e do Estado. Nesse tipo de organização, só os delegados legitimamente escolhidos têm autoridade para votar sobre os assuntos a serem decididos. A autogestão pressupõe que todos os cidadãos se tornem administradores diretos de suas organizações, empresas ou instituições. Seus membros formam um grupo que se autogoverna. Numa organização de autogestão, a coletividade exerce os poderes do governo por meio da ação direta. O processo de gestão da escola deve estar fundamentado no seu projeto político-pedagógico. O processo democrático vive da ação coletiva, e como tal, implica participação da comunidade escolar no processo de discussão e definição de suas políticas e projetos educacionais. A construção de uma cultura democrática só é possível a partir de práticas democráticas. Os princípios e regras que norteiam essa prática, embora ligados à natureza universal dos valores democráticos, têm uma especificidade intrínseca à natureza e ao projeto social de cada escola ou sistema escolar. A escola não é democrática só por sua prática administrativa. Torna-se democrática por suas ações pedagógicas e essencialmente educativas (FONSECA, 1997, p. 49). Portanto, para que a participação seja uma realidade, são necessários os meios, ações e condições favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e local, os processos, normalmente autoritários, de distribuição do poder no seu interior. Enfim, a participação é um processo permanente, a ser construído coletiva e diariamente. Em alguns casos, é necessário reaprender o processo de participação, reinventá-lo! Nessa direção, é fundamental ressaltar que a participação não se decreta, não se impõe e, portanto, não pode ser entendida apenas como mecanismo formal, ritual e legal. Assim, participação é compreendida como a organização e gestão cujo objetivo é criar as condições e mecanismos para que os diferentes sujeitos sociais possam atuar e interferir nos diferentes espaços de decisão e responsabilização das unidades escolares. Significa reconhecer que na escola todos têm contribuições e saberes para compartir e que todos os processos realizados nos espaços da escola são vivências formativas e cidadãs. Conselhos escolares O § 2o do artigo 14 da LDB afirma a necessidade da “participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes”. Vamos refletir um pouco sobre o significado e o lugar que o conselho escolar ocupa na estrutura da escola. Etimologicamente, o termo “conselho” vem do latim consilium. Por sua vez, consilium provém do verbo consulo/consulere, significando tanto ouvir alguém, quanto submeter algo a uma deliberação de alguém, após uma ponderação refletida, prudente e de bom senso. Trata-se, pois, de um verbo cujos significados postulam a via de mão dupla: ouvir e ser ouvido. Certamente, é do interesse comum ter conhecimento do que se passa no interior de um órgão que tenha algum poder decisório sobre a vida social. O dar a conhecer de atos e decisões que implicam uma comunidade e são comuns a todos os seus indivíduos só pode ser produto de uma audição maior (CURY, 2001, p. 47). Nos processos culturais e nas formas de organização, os homens inventaram maneiras de tomar decisões coletivas e de interesse público. Às vezes, em conselhos de anciãos, de notáveis, outras vezes em representação popular, por meio de assembléias que representava as diversas vozes e opiniões daquele grupo que se diferenciava e se mantinha por costumes, tradições, sentimento de pertencimento ou por rituais culturais. Os conselhos surgem como uma maneira de organizar das civilizações, dos povos, num devenir humano em que se busca distinguir o mundo das relações e práticas privadas do mundo das relações e práticas públicas ou coletivas. Em outras palavras, os conselhos não cuidam dos interesses individuais e domésticos, mas sim dos interesses coletivos e públicos, para assegurar o bem comum. Os conselhos escolares instituídos nas escolas são espaços de exercício da cidadania e valorização do sentimento de pertencimento, de acolhimento da pluralidade das vozes da comunidade, da incorporação e de defesa dos direitos sociais, enfim um dos instrumentos efetivos de participação e de tomada de decisões democráticas. Nesse sentido, o conselho escolar constitui-se um dos mais importantes mecanismos de democratização da gestão de uma escola, pois quanto mais ativa e ampla for a participação dos membros do conselho escolar na vida da escola, maiores serão as possibilidades de fortalecimento dos mecanismos de participação e de decisão coletivos. Para avançarmos na construção da escola pública e popular, torna-se necessário saber conviver com o poder repartido e contribuir por meio de ações e medidas concretas para que a comunidade escolar e local possam participar, aconselhar, escolher e executar as melhores ações, projetos, sonhos e inventos. O professor Genuíno Bordignon, membro do Conselho de Educação do Distrito Federal, nos auxilia nessa reflexão: O conselho escolar será a voz e o voto dos diferentes atores da escola, internos e externos, desde os diferentes pontos de vista, deliberando sobre a construção e a gestão de seu projeto políticopedagógico. O conselho existe para dizer aos dirigentes o que a comunidade quer da escola e, no âmbito de sua competência, o que deve ser feito. Os conselhos – é bom insistir – não falam pelos dirigentes (governo), mas aos dirigentes em nome da sociedade (BORDIGNON, 2004, p. 34). Como vimos, os conselhos escolares cumprem um importante papel na agenda escolar. Vamos situar, a seguir, as formas de escolha dos diretores e a democratização da gestão escolar. A escolha de diretores e a democratização da escola Em relação à escolha de diretores, as formas ou propostas mais usuais na gestão das escolas públicas têm sido: a) diretor livremente indicado pelos poderes públicos; b) diretor de carreira; c) diretor aprovado em concurso público; d) diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos; e) eleição direta para diretor. Ao analisar as modalidades, pode-se afirmar que a livre indicação dos diretores pelos poderes públicos se identificava com as formas mais usuais de clientelismo. O critério de escolha era o favorecimento, sem considerar a competência ou o respaldo da comunidade escolar. Essa lógica eliminava qualquer candidato que se opusesse à força do prefeito ou governador. Permitia a transformação da escola em espaço instrumentalizador de práticas autoritárias, evidenciando forte ingerência do Estado na gestão escolar. Já o diretor de carreira – modalidade pouco utilizada – tinha acesso ao cargo vinculado a critérios como: tempo de serviço, merecimento e/ou distinção, escolarização, entre outros. Representa uma tentativa de aplicação no setor público da tese meritocrática, alijando também a participação da comunidade escolar na escolha de seu dirigente. A modalidade de acesso por concurso público nasce como contraponto à indicação política. Vários interlocutores têm defendido essa forma de ingresso por transparecer objetividade na escolha por méritos intelectuais. Por entendermos que a gestão escolar não se reduz à dimensão técnica, mas configura-se como ato político, consideramos que essa modalidade valoriza demais as atividades administrativas e burocráticas e secundariza o processo político-pedagógico, mais abrangente. A defesa do concurso público de provas e títulos é bandeira a ser empunhada e efetivada como forma de ingresso na carreira dos profissionais da educação. Mas, a prática tem mostrado que não é a forma mais apropriada de escolha de dirigentes escolares. Além de desconsiderar a participação da comunidade escolar, possui limites, como a transformação de diretores em “donos da escola”, que fica condenada a ter uma gestão identificada com a pessoa do dirigente até sua aposentadoria. A indicação por meio de listas tríplices, sêxtuplas ou a combinação de processos (modalidade mista) consiste na consulta à comunidade escolar, ou a setores desta, para a indicação de nomes dos possíveis dirigentes, cabendo ao executivo ou a seu representante nomear o diretor dentre os nomes destacados e/ou submetê-los a uma segunda fase que consiste em provas ou atividades de avaliação de sua capacidade cognitiva para a gestão da educação. Tal modalidade tem duas vantagens: um mandato temporal definido e a participação da comunidade escolar no início do processo. Entretanto, como cabe ao executivo deliberar sobre a indicação final do diretor, corre-se o risco de ocorrer uma indicação por critérios não político-pedagógicos, com uma suposta legitimação da comunidade escolar, em nome do discurso de participação/democratização das relações escolares. As eleições diretas para diretores, historicamente, têm sido a modalidade considerada mais democrática pelos movimentos sociais, inclusive dos trabalhadores da educação em seus sindicatos. Mas ela não está livre de uma grande polêmica. A defesa dessa modalidade vincula-se à crença de que o processo conquista ou retoma o poder sobre os destinos da gestão. O processo de eleição de diretores é muito variado nos Estados e municípios que o adotam. O colégio eleitoral pode incluir toda a comunidade escolar ou ser restrito a parte dela, com diferentes ponderações para o voto dos professores, funcionários, estudantes e pais. Em alguns casos, há definição legal e operacional para o andamento e transparência do processo, como data, local, horário, regras de propaganda e de debates. Em outros, a comissão eleitoral se incumbe de regulamentar as diferentes etapas da eleição. É fundamental garantir a participação de todos e ter consciência de que a eleição não é a panacéia para todos os problemas da escola. Há que se cuidar de não transpor para a escola os vícios das eleições gerais, como o “voto de cabresto” e as “trocas de favores”. Portanto, além da melhoria dos processos de escolha de diretores, há que se garantir a institucionalização e fortalecimento de outros mecanismos de participação colegiada na escola, como os conselhos e assembléias escolares. O voto de cabresto é um sistema tradicional de controle de poder político, por meio do abuso de autoridade, compra de votos ou utilização da máquina pública. Embora as eleições se apresentem como um legítimo canal na luta pela democratização da escola e das relações sociais mais amplas – não sendo o único – é necessário compreender os vícios e as limitações do sistema representativo numa sociedade de classes, assentada em interesses antagônicos e irreconciliáveis. Por isso, não consideramos a eleição, por si só, garantia da democratização da gestão, mas referendamos essa modalidade enquanto instrumento para o exercício democrático. A forma de provimento no cargo pode não definir o tipo de gestão, mas, certamente, interfere no curso desta. Assim, visualizar a eleição como ação terminal é incorrer no equívoco de se negar o caráter histórico do processo, pois a eleição deve ser um instrumento associado a outros na luta pela democratização possível das relações escolares. A eleição direta tem sido apontada como um canal efetivo de democratização das relações escolares. Trata-se de modalidade que se propõe valorizar a legitimidade do dirigente escolar como coordenador do processo pedagógico no âmbito escolar. Em que pesem os limites que se interpõem no curso dessa modalidade, fruto da cultura autoritária que permeia as relações sociais e escolares, a eleição para dirigentes se configura em uma modalidade a ser problematizada e avaliada, articulada ao estabelecimento de premissas e princípios básicos visando à democratização da escola. A participação dos servidores nesse processo é fundamental para a escola e para a constituição de sua identidade. Nessa ótica, as eleições escolares, tanto para os cargos de dirigentes como para compor os colegiados, são canais de participação e de aprendizado político da gestão democrática, compreendida como construção de cidadania, de luta política, que não se circunscreve aos limites da prática educativa, mas vislumbra a transformação das relações sociais autoritárias da sociedade. A idéia básica é a da gestão como um processo de idas e vindas, construído por meio da articulação entre os diferentes atores, que vão tecendo a feição que esse processo vai assumindo. A gestão democrática é a expressão de um aprendizado de participação pautado pelo dissenso, pela convivência e respeito às diferenças em prol do estabelecimento de espaços de discussão e deliberação coletivos. Dessa forma, quaisquer políticas direcionadas para a democratização das relações escolares devem considerar o contexto em que elas se inserem. As necessidades daí decorrentes e as condições objetivas em que elas se efetivam serão o diferencial no processo de gestão que se quer efetivar. Quanto maior a participação, maiores são as possibilidades de acerto nas decisões a serem tomadas e efetivadas na escola. Outro aspecto fundamental refere-se à noção de gestão como resultado de ações coletivas. É totalmente diferente uma decisão do diretor e uma decisão do colegiado. Estamos acostumados com a lógica de gestão centrada na figura do gestor, do diretor de escola. A efetivação da gestão democrática implica ações compartilhadas que resultem na participação de todos, contrariando a lógica cartorial e hierárquica vigente na gestão das escolas. Não se muda a cultura escolar sem o trabalho coletivo, mas com discussões conjuntas e a busca de resolução dos problemas de modo participativo. Nessa ótica, pensar um novo cenário para a escola implica a articulação de três noções fundamentais: eficiência, eficácia e efetividade social. De fato, a escola tem de ser eficiente, mas o que significa ser eficiente? Eficiente em relação a quê? A mesma questão se coloca para eficácia. O que é uma escola eficaz? A noção de efetividade social, ou seja, de garantia de acesso e de permanência com qualidade social para todos nos diferentes níveis e modalidades de ensino é que vai indicar as respostas a essas questões Assim, eficiência, eficácia e efetividade social da escola revelam a compreensão e o alcance da função social da educação e da escola que a comunidade escolar quer. A democratização da escola não é uma via de mão única. Existem várias possibilidades e alternativas para a sua implementação, resultantes dos embates e das várias possibilidades políticas desencadeadas coletivamente pelos diferentes atores em cada unidade escolar. Assim, a gestão da escola configura-se em ato político, pois requer sempre uma tomada de posição política. Exige-se um posicionar-se diante das alternativas. A gestão escolar não é neutra, pois, todas as ações desenvolvidas na escola envolvem atores e tomadas de decisões. Nesse sentido, ações simples como a limpeza e a conservação do prédio escolar até ações mais complexas, como as definições pedagógicas, o trato com situações de violência, entre outras, indicam uma determinada lógica e horizonte de gestão, pois, são ações que expressam interesses, princípios e compromissos que permeiam as escolhas e os rumos tomados pela escola. Para sintetizar, diria que o processo de democratização da escolha de diretores tem contribuído para se repensar a gestão escolar e o papel do diretor e do conselho escolar. A democratização da gestão por meio do fortalecimento dos mecanismos de participação na escola, em especial do conselho escolar e da escolha de diretor, pode-se apresentar como uma alternativa criativa para envolver os diferentes segmentos das comunidades local e escolar nas questões e problemas vivenciados pela escola. Esse processo, certamente, possibilita um aprendizado coletivo, cujo resultado pode ser o fortalecimento da gestão democrática na escola e das dinâmicas formativas que nela ocorrem. Nessa direção, a escola, fortalecendo a sua identidade institucional, caminharia para o efetivo exercício da vivência de progressivos graus de autonomia. A seguir vamos compreender melhor os conceitos, as dimensões e as formas de autonomia que as escolas que pretendem vivenciar a gestão democrática devem consolidar. Autonomia Quando falamos em autonomia, logo nos vem a idéia de independência, de liberdade, logo pensamos na possibilidade de fazermos aquilo que queremos e que entendemos ser o melhor para nós, num determinado momento. Nesse texto, apresentaremos e discutiremos os conceitos de autonomia, especialmente da autonomia da unidade escolar, as formas de autonomia e as suas dimensões na instituição educativa. a) Conceitos de autonomia Faculdade de se governar por si mesmo; direito ou faculdade de um país se reger por leis próprias; emancipação; independência; sistema ético segundo o qual as normas de conduta provêm da própria organização humana. (HOLLANDA, 1983, p. 136) A autonomia é uma maneira de gerir, orientar as diversas dependências em que os indivíduos e os grupos se encontram no seu meio biológico ou social, de acordo com as suas próprias leis. (BARROS, 1998, p. 16) A autonomia é a possibilidade e a capacidade de a escola elaborar e implementar um projeto político-pedagógico que seja relevante à comunidade e à sociedade a que serve. (NEVES, 1995, p. 113) b) Dimensões da autonomia Ao discutir a autonomia da escola, Veiga destaca quatro dimensões consideradas básicas para o bom funcionamento de uma instituição educativa e, que segundo ela, devem ser relacionadas e articuladas entre si: Autonomia administrativa – consiste na possibilidade de elaborar e gerir seus planos, programas e projetos; • Autonomia jurídica – diz respeito à possibilidade de a escola elaborar suas normas e orientações escolares em consonância com as legislações educacionais, como, por exemplo, matrícula, transferência de alunos, admissão de professores, concessão de grau; • Autonomia Financeira – refere-se à disponibilidade de recursos financeiros capazes de dar à instituição educativa condições de funcionamento efetivo; • Autonomia Pedagógica – consiste na liberdade de propor modalidades de ensino e pesquisa. Está estreitamente ligada à identidade, à função social, à clientela, à organização curricular, à avaliação, bem como aos resultados e, portanto, à essência do projeto pedagógico da escola. (VEIGA, 1998, p. 16-19) Representação das dimensões da autonomia As dimensões da autonomia Autonomia administrativa da escola evita que esta seja submetida a uma administração nas quais as decisões, a ela referentes, sejam tomadas fora dela e por pessoas que não conhecem a sua realidade, fazendo com que a comunidade escolar, num processo centralizado, torne-se executora de projetos elaborados em gabinetes. Vale ressaltar, que a autonomia é sinônimo de responsabilidade individual e coletiva. Dessa forma, ter autonomia administrativa significa também não esquecer que a escola está inserida num processo que envolve relações internas e externas, o sistema educativo e a comunidade escolar. A autonomia administrativa cria várias possibilidades, dentre elas, a constituição dos conselhos escolares e a construção, aprovação e efetivação do projeto de gestão. Autonomia jurídica possibilita que as normas de funcionamento desta sejam discutidas coletivamente e façam parte do regimento escolar elaborado pelos segmentos envolvidos na escola e não por um regimento único, de todas as instituições que fazem parte da rede de ensino. Autonomia financeira pode ser total ou parcial. É total, quando à escola é dada a responsabilidade de administrar todos os recursos a ela repassados pelo poder público, e é parcial quando a escola tem a incumbência de administrar apenas parte dos recursos, ficando o órgão central do sistema educativo responsável pela gestão de pessoal e pelas despesas de capital. A LDB determina no inciso II do artigo 12 que os estabelecimentos de ensino terão a incumbência de administrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros. Mas, cabe a cada sistema de ensino efetivar ou não a autonomia. Essa autonomia financeira da escola não significa o não-financiamento da educação pública por parte do Estado. A resistência dos segmentos sociais, que lutam em defesa da escola pública, gratuita e de qualidade social, às propostas de autonomia apresentadas às escolas, deve-se ao temor de que isso possa significar o repasse para as escolas, para as famílias e para as empresas de obrigações e responsabilidades que historicamente pertenceram ao Estado, como sinaliza Pablo Gentilli “é o agente central na alocação de recursos destinados ao financiamento dos serviços educacionais”. Nesse sentido, a autonomia financeira possibilita à escola elaborar e executar seu orçamento, planejar e executar suas atividades, sem ter de necessariamente recorrer a outras fontes de receita, aplicar e remanejar diferentes rubricas, tendo o acompanhamento e fiscalização dos órgãos internos e externos competentes. Em síntese, é obrigação do poder público o financiamento das atividades educacionais por ele mantido. Uma responsabilidade constitucional que exige de nós todos a vigilância constante sobre os caminhos percorridos e a utilização desses recursos. Autonomia Pedagógica refere-se à liberdade de a escola, no conjunto das suas relações, definir sobre o ensino e a pesquisa. É condição necessária para o trabalho de elaboração, desenvolvimento e avaliação do projeto político-pedagógico da escola. Você pode perceber a importância de se compreender as dimensões da autonomia e o quanto elas estão articuladas entre si. Essa ênfase na autonomia da unidade escolar não é aleatória; está pautada na crença de que cada escola tem suas especificidades e, como tal, requer projetos e ações pensadas e elaboradas no seu interior pelos segmentos que a compõem. Nessa perspectiva, conhecer as leis que regulamentam o sistema de ensino, ou a sua estrutura organizacional, não é suficiente para uma compreensão clara da realidade escolar, tendo em vista que a escola é um universo específico, cuja realidade, assim como a ação de seus agentes, só pode ser compreendida a partir do conhecimento do que é vivenciado no seu cotidiano. Ao discutir a unidade escolar, o autor Jair Militão Silva recomenda duvidar das intenções declaradas ou avaliações feitaspor aqueles que dirigem o sistema, distantes que estão da realidade da escola, pois, para compreender o seu funcionamento, é essencial que se veja o que concretamente acontece na unidade escolar. Sendo assim, para que haja mudanças significativas no ensino, é fundamental que a escola constitua-se “no lugar estratégico de mudança do sistema escolar”, na medida em que este é o local onde se concretiza o que é planejado globalmente para o ensino-aprendizagem. Nesse sentido, ele enfatiza que a unidade escolar é o lugar onde se concretiza o objetivo máximo do sistema escolar, ou seja, o atendimento direto de seus usuários nas relações de ensino- aprendizagem. É nela que as metas governamentais são atingidas ou não, as políticas educacionais se realizam tal como o previsto ou sofrem distorções (SILVA, 1996, p. 42-45). c) Formas de autonomia Para alguns pesquisadores, existem duas formas de autonomia: a autonomia decretada e a construída. • Autonomia decretada – consiste na transferência de competências, por meio de decretos, da administração central e regional para as unidades escolares. • Autonomia construída – refere-se à construção coletiva e democrática de projetos, na escola, que atendam aos anseios da comunidade a que pertence. Estamos vivendo um momento em que autonomia faz parte da agenda de discussão de professores, gestores, pesquisadores, governo, partidos políticos, entre outros. Dentre estes, boa parte entende que a autonomia não é um valor absoluto, ou seja, que somos autônomos em relação a alguns aspectos, mas podemos não ser em relação a outros. Para um melhor entendimento, ao defendermos a autonomia da escola, estamos defendendo que a comunidade escolar seja independente e tenha liberdade para coletivamente pensar, discutir, planejar, construir e executar o projeto político-pedagógico almejado pela comunidade. No entanto, mesmo tendo essa autonomia, a escola está subordinada ao Sistema Nacional de Educação, às normas gerais do sistema de ensino e às leis que o regulam, não podendo, portanto, desobedecê-las. A esse respeito, Neves sinaliza que: [...] assim como a liberdade não deixa de ser liberdade pelas relações interpessoais e sociais que a limitam, a autonomia da escola não deixa de ser autonomia por considerar a existência e a importância das diretrizes básicas de um sistema nacional de educação. Dessa mesma forma, assim como a democracia sustenta-se em princípios de justiça e de igualdade que incorporam a pluralidade e a participação, a autonomia da escola justifica-se no respeito à diversidade e à riqueza das culturas brasileiras, na superação das marcantes desigualdades locais e regionais e na abertura à participação. (NEVES, 1995, p. 99) Nesse sentido, autonomia da unidade escolar significa a possibilidade de construção coletiva de um projeto político-pedagógico, que esteja de acordo com a realidade da escola, que expresse o projeto de educação construído pela comunidade, em consonância com as normas estabelecidas pela legislação em curso. Entendendo o sentido da autonomia, resta-nos perguntar: a autonomia sempre esteve em pauta ou é resultado de lutas políticas travadas pelos movimentos sociais organizados? Podemos perceber que a conquista da autonomia da escola resulta das lutas em prol da democratização da educação, como parte das reivindicações dos educadores, organizações sindicais, associações acadêmicas e de todos os que defendem a escola como espaço democrático, por entenderem ser essa condição necessária “para o surgimento de formas organizativas autogestionárias”. Autogestão é quando um organismo é administrado pelos seus participantes em regime de democracia direta. Em autogestão, não há a figura do patrão, mas todos os empregados participam das decisões administrativas em igualdade de condições. No entanto, apesar das discussões feitas, dos embates travados e de alguns governos estaduais e municipais apresentarem projetos de autonomia para a escola, na tentativa de encontrar soluções para a chamada “ingovernabilidade da crise” existente na administração do sistema educativo. Alguns desses projetos se caracterizam por delegar às escolas obrigações e responsabilidades que historicamente pertenceram ao Estado, sem necessariamente garantir o repasse de verbas a essas instituições. Nesse sentido, os segmentos sociais organizados vêm lutando pela universalização e democratização da educação escolar pública e gratuita, pela conscientização da população de que a educação escolar é um direito a ser conquistado, embora legalmente constituído. Essa luta tem tido como consequência inúmeros debates visando à melhoria da qualidade e funcionamento do sistema educacional, no que tange à sua implantação, eficiência, eficácia e efetividade social. O aumento da demanda pela escolarização, a busca da implantação e/ou unificação dos planos de carreira por partes dos profissionais da educação, as discussões sobre a gestão democrática, autonomia da escola e descentralização das políticas, são algumas das questões desse processo de luta. Sob esse ponto de vista, a luta desses segmentos pela descentralização das políticas para a educação pauta-se na crença de que os sistemas de ensino, as escolas têm as suas especificidades, singularidades e a comunidade escolar e local precisam de autonomia para construir coletivamente seu projeto de educação, parte de um todo. 1. Reúna os outros funcionários de sua escola e converse sobre a maneira como a sua escola está sendo administrada. Aproxima-se mais de processos autoritários ou democráticos? Como são tomadas as decisões? Quem participa do processo de tomada de decisões? De que maneira os funcionários podem ser pro-ativos, visando contribuir com processos mais amplos de participação coletiva? Registre em seu memorial uma experiência em que você participou de um processo coletivo de tomada de decisão. 2. Esta atividade pode ser realizada na Prática Profissional Supervisionada. Com a sua tutora e outros cursistas, organize um espaço de discussão sobre a gestão democrática, ressaltando a importância dos mecanismos de participação e decisão na escola para a efetivação de progressivos graus de autonomia da escola. Convide para essa discussão um diretor, uma funcionária, um estudante, um pai de aluno e uma professora. Faça os registros no relatório final. Aproveite o debate! Participe! Discutimos, na unidade anterior, os vários mecanismos de participação e decisão da escola (conselho escolar, eleição dos diretores, etc.) e sua articulação com a construção de graus progressivos de autonomia da unidade escolar, envolvendo, ainda, a elaboração, monitoramento e avaliação do projeto político-pedagógico da escola. O trabalho que se realiza na escola é fundamentalmente pedagógico. Isso quer dizer que as diferentes atividades realizadas na escola visam à formação integral do estudante. Para discutirmos o trabalho que se realiza na escola, foi necessário conhecer a escola e sua estrutura organizacional, bem como os diferentes atores que nela atuam. Apresentaremos, agora, a forma como o sistema de ensino e as escolas se encontram estruturalmente organizadas. Vemos que seus organogramas apresentam apenas a forma como estão hierarquizadas, a partir de determinadas concepções de poder, de cima para baixo. Para compreendermos de verdade a escola como organização, é necessária uma análise mais detida do cotidiano escolar. Em seus estudos, a professora Ilma Veiga esclarece que a escola possui dois tipos básicos de estrutura: a administrativa e a pedagógica. A estrutura administrativa relaciona-se à gestão e à alocação de recursos humanos, físicos e financeiros, englobando todos os elementos que tem uma forma material, como o prédio escolar e sua arquitetura, os equipamentos, materiais didáticos, mobiliário, distribuição das dependências escolares e espaços livres, cores, limpeza e saneamento básico. A segunda, a estrutura pedagógica, refere-se às interações políticas, às questões de ensino- aprendizagem e às de currículo escolar (VEIGA,1998). Para que o estudante possa desenvolver suas atividades formativas na escola, várias questões precisam estar resolvidas, como, por exemplo: a) acesso à escola, garantido a todos; b) matrículas correspondentes às vagas; c) espaço físico adequado (salas de aula, biblioteca, secretaria, quadra de esportes, área de lazer, horta, cozinha, banheiros); d) pessoal docente e não-docente; e) material didático; f) alimentação escolar; g) equipamentos tecnológicos e midiáticos. Como vimos, uma escola traduz um conjunto de condições e formas de organização e gestão que são históricas e resultam da ação do poder público e da mobilização da sociedade civil organizada, especialmente do movimento dos trabalhadores em educação. Focalizaremos a natureza, a especificidade e a importância dos trabalhadores em educação e de seu trabalho na escola. Trabalho e trabalhadores na escola: natureza e especificidade. Embora a escola, historicamente, tenha nascido para a tarefa de ensinar, na realidade o trabalho em seu espaço se “divide” em docente e não-docente. O trabalho docente envolve diferentes profissionais, tais como os professores, coordenadores e diretores. O trabalho não-docente envolve os servidores técnicos, como merendeira, zelador, porteiro, auxiliar de limpeza e outros. É fundamental a compreensão de que o campo pedagógico se constitui enquanto trabalho não- material, onde trabalho e produto não se separam e não se acumulam com fins de negociação, tal como acontece nas empresas. Por trabalho não-material entende-se aquele que não se separa do ato da produção e não se subordina aos meios e às finalidades, constituindo-se enquanto meio e fim num processo de permanente construção e ressignificação do conhecimento historicamente produzido. Na escola, trabalhadores docentes e não-docentes contribuem com o processo formativo que se desenvolve na escola, visando à educação. Um aprendizado importante se faz necessário: estes trabalhadores docentes e não-docentes, juntos, compõem uma categoria cada vez mais visível e identificável na sociedade, os trabalhadores em educação. Para que a escola cumpra a sua função social é necessário contar com todos esses profissionais. Assim, cada trabalhador contribui com sua parcela para que a escola cumpra o seu papel primordial: a formação dos estudantes e dos que nela trabalham e constroem o seu cotidiano. Para que o professor possa desenvolver suas atividades, visando à formação dos estudantes dos diferentes níveis e modalidades da educação, é necessário contar com a participação de outros profissionais. Quem são esses profissionais? Por que a atuação deles é importante para a formação do estudante? Pode ser que você já tenha se feito essas questões. Esses trabalhadores envolvem a merendeira, o pessoal de limpeza, o vigia, os agentes das bibliotecas, dos laboratórios, da secretaria e outros importantes atores no dia a dia da escola. Neste módulo, ao discutir os processos de gestão e a importância da participação de todos na construção da gestão democrática e participativa ressaltamos o importante papel dos trabalhadores não docentes, hoje denominados “funcionários da educação” ou funcionários de escola. Destacamos ainda a importância de que esses profissionais conheçam a legislação, a escola em que trabalham, os processos de trabalho que se realizam na escola, os mecanismos de participação e decisão como caminhos fundamentais para a vivência da gestão democrática. A seguir vamos retomar, de modo sintético, a compreensão de gestão democrática que construímos ao longo do módulo, visando reforçar conceitos e concepções e, desse modo, contribuir para efetiva participação da comunidade local e escolar nos processos de tomada coletiva de decisão na escola. Gestão democrática na escola A gestão democrática é entendida como a participação efetiva dos vários segmentos da comunidade escolar, pais, professores, estudantes e funcionários na organização, na construção e avaliação dos projetos pedagógicos, na administração dos recursos da escola, enfim, nos processos decisórios da escola. Portanto, tendo mostrado as semelhanças e diferenças da organização do trabalho pedagógico em relação a outras instituições sociais, enfocamos os mecanismos pelos quais se pode construir e consolidar um projeto de gestão democrática na escola. Nesse sentido, está posto na proposta de Plano Nacional de Educação da Sociedade Brasileira, que “a gestão deve estar inserida no processo de relação da instituição educacional com a sociedade, de tal forma a possibilitar aos seus agentes a utilização de mecanismos de construção e de conquista da qualidade social na educação”. A democratização da gestão é defendida enquanto possibilidade de melhoria na qualidade pedagógica do processo educacional das escolas, na construção de um currículo pautado na realidade local, na maior integração entre os agentes envolvidos na escola - diretor, professores, estudantes, coordenadores, técnicos-administrativos, vigias, auxiliares de serviços - no apoio efetivo da comunidade às escolas, como participante ativa e sujeito do processo de desenvolvimento do trabalho escolar. A gestão democrática implica um processo de participação coletiva; sua efetivação na escola pressupõe instâncias colegiadas de caráter deliberativo, bem como a implementação do processo de escolha de dirigentes escolares, a participação de todos os segmentos da comunidade escolar na construção do projeto político-pedagógico e na definição da aplicação dos recursos recebidos pela escola. Neste sentido, para a efetivação da gestão democrática na escola, faz-se necessário a observação dos seguintes pontos básicos: os mecanismos de participação da comunidade escolar e a garantia de financiamento das escolas pelo poder público. Estes dois pontos, porém, se desdobram em outros, como: • a escolha dos dirigentes escolares; • a criação de órgãos colegiados; • a construção do projeto político-pedagógico • a autonomia da escola. Portanto, para que haja a participação efetiva dos membros da comunidade escolar, é necessário que o gestor, em parceria com o conselho escolar crie um ambiente propício, que estimule trabalhos conjuntos, que considere igualmente todos os setores, coordenando os esforços de funcionários, professores, pessoal técnico-pedagógico, alunos e pais envolvidos no processo educacional. A gestão escolar participativa não se refere apenas à democratização interna dos processos decisórios na e/ou da escola, mas também ao fortalecimento da escola enquanto tal. Considerando essas discussões, faça um levantamento na escola em que você atua e observe como acontece a participação dos funcionários no processo de gestão nesta Instituição. Registre no seu Memorial os mecanismos que dificultam a participação dos trabalhadores não docentes nos processos decisórios desta escola. Atividades para a Prática Profissional Supervisionada 1. Converse com os outros funcionários da sua escola e pergunte o que eles precisam para melhorar a sua atuação nas decisões da escola. Junto com a sua tutora, aproveite os encontros quinzenais e convide a diretora e outras dirigentes para ouvir e discutir com os cursistas as suas demandas. Visando apresentar alternativas para a efetivação de processos participativos na escola, que resultam em aprendizado democrático, vamos a seguir relatar um caso de construção de processos de participação em uma escola pública. No dia-a-dia da escola, é perceptível que o trabalhador em educação não se reconheça como partícipe do processo da educação, não se veja como sujeito da mesma. Para ilustrar, relatarei um caso ocorrido em uma escola pública de Goiânia. Em uma aula de ciências onde a professora ensinava sobre higiene e bons hábitos, ela explicou que a água necessitava ser filtrada ou fervida antes de ser consumida. Um trabalhador não- docente entrou na sala e colocou água na parte de baixo do filtro sem que esta tivesse sido filtrada ou fervida. O diretor da escola, presenciando o fato, convocou todos os funcionários para uma reunião. Explicou então que as crianças aprendem muito mais com o que vêem do que com o que é meramente verbalizado e ilustrou sua fala com o episódio ocorrido naquela sala de aula, explicando que, naquele caso, o ato do servidor não contribuiu com o processo de formação encaminhado pela professora de ciências. Ressaltou, ainda, a importância das ações de todos nos processos formativos dos estudantes daquela escola e destacou que a ação de colocar água na parte de baixo do filtro não prejudicaria as crianças apenas porque estas deixariam de beber água filtrada, mas também porque aprenderiam erroneamente a fazer o mesmo. O diretor disse que o envolvimento de todos, cada um em sua respectiva função, era fundamental para a garantia da interação, construção e qualidade da escola local. O trabalhador não-docente em questão defendeu-se dizendo que não tinha noção da importância de seu trabalho para o ensino dos alunos e que procedera daquela forma porque, secolocasse a água no local certo, esta não seria filtrada a tempo de ser consumida pelos estudantes. Para resolver o problema, discutiram o processo de trabalho e decidiram que a água deveria ser colocada no filtro, no local adequado, em todos os intervalos, possibilitando, assim, que a água estivesse filtrada para o consumo das crianças a qualquer hora. Nessa reunião, o diretor aproveitou o episódio para ampliar a discussão, levando em pauta a importância de cada um no processo chamado educação. Após a reunião, a merendeira que estava presente saiu e foi conversar com as suas companheiras de cozinha sobre a importância do seu trabalho para a educação e para a escola. Ela explicou para a sua amiga que a merenda tem um papel importante no processo formativo, pois esta possibilita o aluno estar bem alimentado e preparado fisiologicamente para aprender o conteúdo ministrado em sala de aula. Assim como as merendeiras, o pessoal da limpeza também discutiu o seu papel educativo e perceberam que suas ações contribuem com o processo pedagógico, pois eles ensinam as crianças lições de higiene e organização por meio do exercício de sua função, temas importantes para uma vida social. A feira de ciências reali zada nesta escola contou com a participação dos estudantes, professores e funcionários que também colaboraram com o enriquecimento cultural da amostra. O diretor em questão investiu em educação continuada para todos os trabalhadores, aproveitando também para que estes tivessem noção da importância de sua participação no conselho escolar, que reúne professores, funcionários, comunidade local, pais e alunos, que juntos definem os rumos da escola, tendo todos os representantes, inclusive, direito a voto. Os resultados dessa interação foram perceptíveis no dia-a-dia da escola, bem como na participação ativa de todos, no conselho escolar. Entendendo que são sujeitos na gestão da escola, todos começaram a participar e contribuir, interagindo no processo da educação garantindo a qualidade da escola pública que todos desejamos e juntos podemos construir. Essa história evidencia que a construção coletiva é possível e que somente com a participação de todos na escola vamos construir, de fato, vivências e aprendizados que contribuem para a construção e efetivação da gestão democrática. Espero que as reflexões, desenvolvidas neste caderno, contribuam com a formação continuada de cada um dos cursistas e, sobretudo, com o engajamento destes na construção de uma escola pública, popular e democrática! REFERÊNCIAS....ver no link do site Fonte: Ministério da Educação: Brasília, 2008. Programa Profuncionário – Curso Técnico de Formação para Funcionários da Educação: Módulo 6 – Gestão Escolar, unidades 4 e 5: Unidade 4 – Democratização da Gestão Escolar: mecanismos de participação e autonomia da Unidade Escolar; Unidade 5 – Gestão Democrática e os trabalhadores da Educação. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/profunc/06_gest_edu_esc.pdf Nova pasta/1-3- Manual - Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escol.pdf Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor Ministério da Educação Secretaria de Educação Básica Brasília - DF Novembro de 2004 CONSELHO ESCOLAR, GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO E ESCOLHA DO DIRETOR Apresentação ..................................................................................................................7 Introdução ....................................................................................................................11 Parte I – Gestão democrática: a participação cidadã na escola ......................13 1.1 A educação como direito ....................................................................................16 1.2 A educação, a escola e a cultura na formação de sujeitos sociais ................19 Parte II – A gestão democrática: aprendizagem e exercício de participação.....23 2.1 A construção da gestão democrática e os processos de participação........26 Parte III – Gestão democrática e a escolha de diretores ...................................31 3.1 As formas de provimento ao cargo de diretor: limites e possibilidades ............................................................................................33 3.2 O Conselho Escolar como espaço de democratização da gestão e da organização escolar .............................................................................................42 Parte IV – Gestão democrática e a autonomia da escola ..................................45 4.1 Os mecanismos de participação e a autonomia da escola ..........................46 4.2 O diretor, o Conselho Escolar e a gestão democrática na escola ................49 Leituras recomendadas ...........................................................................................55 Referências .................................................................................................................57 Sumário 8 9 “Tudo o que a gente puder fazer no sentido de convo- car os que vivem em torno da escola, e dentro da esco- la, no sentido de participarem, de tomarem um pouco o destino da escola na mão, também. Tudo o que a gente puder fazer nesse sentido é pouco ainda, consi- derando o trabalho imenso que se põe diante de nós que é o de assumir esse país democraticamente.” Paulo Freire A Secretaria de Educação Básica do Ministério da Educação, por meio da Coordenação-Geral de Articulação e Fortalecimento Institucional dos Siste- mas de Ensino do Departamento de Articulação e Desenvolvimento dos Siste- mas de Ensino, vem desenvolvendo ações no sentido de implementar o Pro- grama Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares. Esse Programa atuará em regime de colaboração com os sistemas de ensi- no, visando fomentar a implantação e o fortalecimento de Conselhos Escola- res nas escolas públicas de educação básica. O Programa conta com a participação de organismos nacionais e internacio- nais em um Grupo de Trabalho constituído para discutir, analisar e propor medidas para sua implementação. Participam do Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares: � Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) � União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) Apresentação 10 � Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) � Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) � Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) � Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O material instrucional do Programa é composto de um caderno instrucional denominado Conselhos Escolares: Uma estratégia de gestão democrática da educa- ção pública, que é destinado aos dirigentes e técnicos das secretarias munici- pais e estaduais de educação, e seis cadernos instrucionais destinados aos con- selheiros escolares, sendo: � Caderno 1 – Conselhos Escolares: Democratização da escola e constru- ção da cidadania � Caderno 2 – Conselho Escolar e a aprendizagem na escola � Caderno 3 – Conselho Escolar e o respeito e a valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade � Caderno 4 – Conselho Escolar e o aproveitamento significativo do tempo pedagógico � Caderno 5 – Conselho Escolar, gestão democrática da educação e esco- lha do diretor � Caderno de Consulta – Indicadores da Qualidade na Educação. Este é um dos cadernos instrucionais, e pretende, assim como os demais, servir de subsídio às secretarias estaduais e municipais de educação na reali- zação de capacitações de conselheiros escolares, seja por meio de cursos presenciais ou a distância. É objetivo também do material estimular o debate entre os próprios membros do Conselho Escolar sobre o importante papel desse colegiado na implantação da gestão democrática na escola. O material instrucional não deve ser entendido como um modelo que o Ministério da Educação propõe aos sistemas de ensino, mas, sim, como uma contribuição ao debate e ao aprofundamento do princípio constitucional da gestão democrática da educação. Vale ressaltar que não é propósito deste material esgotar a discussão sobre 11 o tema; muito pelo contrário, pretende-se dar início ao debate sobre essa ques- tão, principalmente tendo como foco o importante papel do Conselho Escolar. Muitos desafios estão por vir, mas com certeza este é um importante passo para garantir a efetiva participação das comunidades escolar e local na gestão das escolas, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade social da edu- cação ofertada para todos. Ministério da Educação 12 13 Este caderno, intitulado Conselho Escolar, gestão democrática da educa- ção e escolha do diretor, integra o Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares e tem como objetivo contribuir para o fortalecimento dos mecanismos de democratização da escola, em especial do Conselho Escolar e dos processos de escolha de diretores por meio da análise dos desafios, limi- tes e possibilidades da gestão democrática. A fim de discutir esses processos, estruturamos o caderno em quatro uni- dades, entendendo a gestão como ato político-pedagógico, nas quais analisa- mos os seguintes aspectos: I – Gestão democrática: a participação cidadã na escola – busca identificar os pressupostos da gestão democrática na legislação, bem como o papel social da educação e da escola. II – Gestão democrática: aprendizagem e exercício da participação – conceitua o processo de construção da gestão democrática como movimento permanente que não se decreta, mas resulta de processos coletivos de tomada de decisão e de luta política e, portanto, de participação. III – Gestão democrática e a escolha de diretores – busca identificar as formas de escolha dos dirigentes escolares e os mecanismos de participação na escola, destacando, especialmente, o papel dos Conselhos Escolares. IV – Gestão democrática e a autonomia da escola – busca consolidar os meca- nismos de participação e democratização da gestão escolar e fortalecer a auto- nomia da escola. Nessa direção, propõe a ação articulada entre o diretor esco- lar e o Conselho Escolar, visando a efetivação de uma cultura de participação e democratização das relações na escola. Essas quatro unidades se inter-relacionam, tendo por eixo a compreensão de que a democratização da educação implica a garantia de processos de pro- gressiva autonomia da escola e de efetiva participação dos diferentes segmen- tos que compõem a comunidade local e escolar. Nesse sentido, o caderno Introdução 14 enfatiza a importância da criação das condições e dos mecanismos de partici- pação para que os diferentes atores sociais possam contribuir com os espaços de decisão e responsabilização das unidades escolares. Assim, ao pensar a lógica e as dinâmicas de participação nas instituições escolares, é fundamental repensar os processos de decisão e deliberação, a organização e as condições de trabalho, os objetivos e as prioridades da insti- tuição, a autonomia e a identidade escolar e, fundamentalmente, o papel dos diferentes atores sociais, bem como as estratégias para a implementação de processos coletivos de decisão, especialmente do Conselho Escolar. Nesse cenário, pensar a articulação entre a democratização da gestão, a autonomia e os Conselhos Escolares é fundamental. Isso quer dizer que a lógi- ca centralizadora que, comumente, constitui o dia-a-dia das escolas precisa ser revista. Para que esse quadro seja repensado, destacamos alguns proces- sos a serem articulados sem prejuízo de outros: a participação, a autonomia, os processos de escolha dos dirigentes e os Conselhos Escolares. A construção dos processos de gestão e participação A construção dos processos de gestão e participação Por uma cultura de participação escolar Por uma cultura de participação escolar Educação, escola e legislaçãoEducação, escola e legislação Gestão democrática: aprendizado e exercício de participação Gestão democrática: aprendizado e exercício de participação Educação como direitoEducação como direito 15 Gestão democrática: a participação cidadã na escola O que é participação? Agestão democrática implica aefetivação de novos processos deorganização e gestão baseados em uma dinâmica que favoreça os proces- sos coletivos e participativos de decisão. Nesse sentido, a participação constitui uma das bandeiras fundamentais a serem imple- mentadas pelos diferentes atores que constroem o cotidiano escolar. Parte I 16 A participação não tem o mesmo significado para todos, tratando-se, por- tanto, de uma palavra que tem vários significados. Ela apresenta diferenças significativas quanto à natureza, ao caráter, às finalidades e ao alcance dos processos participativos. Isso quer dizer que os processos de participação cons- tituem, eles próprios, processos de aprendizagem e de mudanças culturais a serem construídos cotidianamente. A participação pode ser entendida, portanto, como processo complexo que envolve vários cenários e múltiplas possibilidades de organização. Ou seja, não existe apenas uma forma ou lógica de participação: há dinâmicas que se caracterizam por um processo de pequena participação e outras que se carac- terizam por efetivar processos em que se busca compartilhar as ações e as tomadas de decisão por meio do trabalho coletivo, envolvendo os diferentes segmentos da comunidade escolar. Isso quer dizer que alguns processos chamados de participação não garan- tem o compartilhamento das decisões e do poder, configurando-se como me- canismo legitimador de decisões já tomadas centralmente. Gestão democrática: a participação cidadã na escola 17 Para que a participação seja realidade, são necessários meios e condições favoráveis, ou seja, é preciso repensar a cultura escolar e os processos, normalmente autoritários, de distribuição do poder no seu interior. Dentre os meios e as condições destacam-se, ainda, a importância de se garantir: infra-estrutura adequada, quadro de pessoal qualificado, apoio estudantil. Outro dado importante é entender a participação como processo a ser construído coletivamente. Nessa direção, é fundamental ressaltar que a participação não se decreta, não se impõe e, portanto, não pode ser entendida apenas como mecanismo formal/legal. Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 18 Por que a educação é um direito de todo cidadão? 1.1 A educação como direito Vamos abordar neste item a importân-cia da ação política pela educação namedida em que esta constitui um direi- to social. Para melhor compreendermos esse pro- cesso, destacamos a importância da escola, espe- cialmente a pública, para a formação do cidadão. A educação, como prática social, constitui direito social do indivíduo. Historicamente, muitas lutas foram desenvolvidas buscando garantir esse direito a todos, a partir da expan- são e da democratização das oportunidades de escolarização. Ou seja, a garantia de escola para todos constitui uma das bandeiras em prol da inclusão social e da efetiva participação da so- ciedade civil. Gestão democrática: a participação cidadã na escola 19 Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor A educação, como prática social, constitui direito social do indivíduo. Historicamente, muitas lutas foram desenvolvidas buscando garantir esse direito a todos, a partir da expansão e da democratização das oportunidades de escolarização. 20 Nesse processo, a defesa da escola pública e gratuita para todos como de- ver do Estado e direito social dos indivíduos tem sido uma constante na reali- dade brasileira, sobretudo após 1930. A construção dessa realidade implica a garantia de condições objetivas, tais como o financiamento pelo poder públi- co, o projeto político pedagógico, a autonomia escolar e a conscientização e participação cotidiana de dirigentes escolares, professores, demais funcioná- rios, estudantes e pais de estudantes que dela fazem parte. Porém essa partici- pação histórica não se manifesta de forma rápida e espontânea, é necessário um amplo trabalho de mobilização e conscientização de todos os envolvidos para que estes percebam a importância de participar da elaboração e da cons- trução cotidianas dos projetos da escola. Resumindo: Nessa unidade, vimos que a educação e a escolarização constituem direitos sociais da pessoa. Para garantir esse direito constitucional é preciso mobilização social em defesa da garantia de escola pública de qualidade para todos. Com base nessas informações, a título de sugestão, o Conselho Escolar poderia destacar as mobilizações em prol da escola pública das quais participou ou de que tenha tido conhecimento, indicando a importância desses movimentos para a garantia da educação e da escola para todos. Gestão democrática: a participação cidadã na escola 21 A educação só ocorre na escola? Qual o papel da instituição escolar? 1.2 A educação, a escola e a cultura na formação de sujeitos sociais Vimos, na seção anterior, que a educação ea garantia da escolarização constituemum direito social. Para compreendermos melhor esse direito é preciso definir os termos edu- cação e escola. Esse será o nosso desafio nesta seção. Por educação entendemos todas as manifesta- ções humanas que buscam a apropriação da cultu- ra produzida pelo homem. A escola, nesse cenário, é o espaço privilegiado de produção e socialização do saber e se encontra organizada por meio de ações educativas que visam a formação de sujeitos concretos: éticos, participativos, críticos e criativos. Ou seja, a organização escolar cumpre o papel de garantir aos indivíduos o acesso ao saber histo- ricamente acumulado. No Brasil, várias leis foram aprovadas visando garantir diretrizes e bases para Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 22 a educação nacional. Essas leis interferem na lógica organizativa da escola e nos papéis dos diversos atores sociais que constroem o cotidiano escolar. Nos anos 1990, mudanças legais ocorreram no âmbito legislativo, destacando-se a aprovação das Diretrizes e Bases da Educação Nacional, por meio da Lei n. 9.394/96. A LDB alterou o panorama da educação básica, que passou a compreender a educação infantil, o ensino fundamental e o médio. Além dessa mudança, a LDB redirecionou as formas de organização e gestão, os padrões de financiamento, a estrutura curricular, requerendo, entre outros, a implementação de processos de participação e gestão democrática nas unidades escolares públicas. A esse respeito, como vimos no Caderno 1, a lei estabelece o princípio da gestão democrática, ou seja, a necessidade de que a gestão das escolas se efe- tive por meio de processos coletivos envolvendo a participação da comunida- de local e escolar. Assim, por gestão democrática entendemos a garantia de mecanismos e condições para que espaços de participação, partilhamento e descentralização do poder ocorram. A LDB dispõe que: Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensi- no público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político- pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em Conselhos Escolares ou equi- valentes. Desse modo, a LDB, ao encaminhar para os sistemas de ensino as normas para a gestão democrática, indica dois instrumentos fundamentais: 1) a elabo- ração do Projeto Pedagógico da escola, contando com a participação dos pro- fissionais da educação; 2) a participação das comunidades escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes. Gestão democrática: a participação cidadã na escola 23 Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor Envolver os diversos segmentos na elaboração e no acompanhamento do projeto pedagógico constitui um grande desafio para a construção da gestão democrática e participativa. 24 O projeto político-pedagógico ocupa um papel central na construção de processos de participação e, portanto, na implementação de uma gestão democrática. Envolver os diversos segmentos na elaboração e no acompanhamento do projeto pedagógico constitui um grande desafio para a construção da gestão democrática e participativa. Gestão democrática: a participação cidadã na escola 25 Por que a gestão democrática é um processo de aprendizado coletivo? A gestão democrática: aprendizagem e exercício de participação A democratização dos sistemasde ensino e da escola implicao aprendizado e a vivência do exercício de participação e tomadas de decisões. Trata-se de processo a ser construído coletivamente, que conside- ra a especificidade e a possibilidade his- tórica de cada sistema de ensino (mu- nicipal, estadual ou federal), de cada es- Parte II 26 cola. O importante é compreender que esse processo não se efetiva por decre- to, portarias ou resolução, mas é resultante, sobretudo, da concepção de ges- tão e de participação que temos. Nesse percurso, a definição da concepção e, portanto, do alcance e da natu- reza política e social da gestão democrática que se quer implementar é funda- mental para a efetivação ou não dos processos de participação e decisão. Pensarmos a democratização implica, portanto, compreendermos a cultu- ra da escola e dos seus processos, bem como articulá-los com as relações sociais mais amplas. A compreensão dos processos culturais na escola envolve dire- tamente os diferentes segmentos das comunidades local e escolar, seus valo- res, atitudes e comportamentos. Ou seja, a escola é um espaço de contradições e diferenças. Nesse sentido, quando buscamos construir na escola um proces- so de participação baseado em relações de cooperação, no trabalho coletivo e no partilhamento do poder, precisamos exercitar a pedagogia do diálogo, do respeito às diferenças, garantindo a liberdade de expressão, a vivência de pro- cessos de convivência democrática, a serem efetivados no cotidiano, em busca da construção de projetos coletivos. Os autores Catani e Gutierrez, ao discutirem a relação entre a participação e a gestão escolar, afirmam que “Toda e qualquer organização que tente implantar e desenvolver práticas de natureza participativa vive sob a constante ameaça da reconversão burocrática e autoritária dos seus melhores esforços. As razões para isto são diversas: história de vida de seus membros, supervalorização ideológica das formas tradicionais de gestão, demandas específicas difíceis de conciliar, etc. A gestão democrática: aprendizagem e exercício de participação 27 Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor De tudo isso, contudo, um ponto deve ser destacado: a participação se funda no exercício do diálogo entre as partes. Essa comunicação ocorre, em geral, entre pessoas com diferentes formações e habilidades, ou seja, entre agentes dotados de distintas competências para a construção de um plano coletivo e consensual de ação. Na prática da gestão escolar, esta diferença, que em si não é original nem única, assume uma dimensão muito maior do que a grande maioria das propostas de gestão participativa e autogestão que pode ser observada”. 28 Quais são os elementos fundamentais para a implementação de um processo de gestão democrática e participativa na escola? 2.1 A construção da gestão democrática e os processos de participação A gestão da escola se traduz cotidia-namente como ato político, poisimplica sempre uma tomada de posi- ção dos atores sociais (pais, professores, funcio- nários, estudantes...). Logo, a sua construção não pode ser individual, pelo contrário, deve ser cole- tiva, envolvendo os diversos atores na discussão e na tomada de decisões. Para que a tomada de decisão seja partilhada, é necessária a implementação de vários mecanismos de participação, tais como: o aprimoramento dos processos de provimento ao cargo de diretor, a cri- ação e consolidação de órgãos colegiados na esco- la (Conselhos Escolares, Conselho de Classe...), o A gestão democrática: aprendizagem e exercício de participação 29 fortalecimento da participação estudantil por meio da criação e consolidação de grêmios estudantis, a construção coletiva do projeto político-pedagógico da escola, a progressiva autonomia da escola e, conseqüentemente, a discus- são e a implementação de novas formas de organização e de gestão escolar e a garantia de financiamento público da educação e da escola nos diferentes ní- veis e modalidades de ensino. Toda essa dinâmica se efetiva como um proces- so de aprendizado político fundamental para a construção de uma cultura de participação e de gestão democrática na escola e, conseqüentemente, para a instituição de uma nova cultura na escola. A efetivação de uma nova relação entre a educação, a escola e a democra- cia constitui um aprendizado político-pedagógico cotidiano que requer a implementação de novas formas de organização e participação interna e ex- ternamente à escola. Ou seja, a construção de uma educação emancipatória e, portanto, democrática se constrói por meio da garantia de novas formas de Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor Garantia de financiamento público da educação e da escola nos diferentes níveis e modalidades de ensino Provimento ao cargo de diretor Construção coletiva do projeto político- pedagógico da escola Luta pela progressiva autonomia da escola Discussão e implementação de novas formas de organização e de gestão escolar Fortalecimento da participação estudantil DECISÃODECISÃODECISÃODECISÃODECISÃO PPPPPARARARARARTILHADTILHADTILHADTILHADTILHADAAAAA 30 organização e gestão, pela implementação de mecanismos de distribuição do poder, que só é possível a partir da participação ativa dos cidadãos na vida pública, articulada à necessidade de formação para a democracia. Nesse cenário, a implementação de processos e práticas de participação co- letiva, bem como a avaliação destas, é fundamental para romper com a lógica autoritária em que se estruturam as concepções e práticas dominantes de orga- nização e gestão escolares. Desse modo, é fundamental ressaltarmos a impor- tância: da construção coletiva de um projeto pedagógico pela escola, envolven- do os diferentes segmentos da comunidade local e escolar; da discussão e mu- danças na organização do trabalho e na gestão da escola; do estabelecimento de formas de distribuição do poder, assim como da vivência e construção de novas formas de relacionamento interpessoal. Nessa direção, a efetivação da gestão democrática como aprendizado coletivo deve considerar a necessidade de se repensar a organização escolar, tendo em mente a importância desta na vida das pessoas, bem como os processos formativos presentes nas concepções e prá- ticas que contribuam para a participação efetiva e para o alargamento das con- cepções de mundo, homem e sociedade dos que dela participam. Paro (2001, p. 29-30), ao analisar a influência positiva da escola na vida das pessoas, indica elementos para pensarmos e rediscutirmos a escola autoritária que temos, com a finalidade de direcioná-la para uma escola voltada para a emancipação e a participação democrática. Nessa direção, o autor afirma que A evidência da influência positiva da organização escolar sobre o comportamento das pessoas pode ser percebida quando se comparam escolas em que foram introduzidas inovações que provocaram maior democratização dos contatos hu- manos, com situações anteriores, em que as relações eram de mando e submissão. Em duas pesquisas de campo [...] foi possível perceber os efeitos de medidas visan- do à democratização do ambiente escolar, com a introdução de eleições de diretores, no primeiro caso, e com a ocorrência de uma direção mais democrática, comprome- tida com os interesses dos usuários, no segundo. Em ambos os casos, a partir de entrevistas e observações em campo, pôde-se constatar a melhoria no relaciona- A gestão democrática: aprendizagem e exercício de participação 31 Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor Pôde-se constatar a melhoria no relacionamento humano entre direção e pessoal escolar, entre a escola e os usuários e, principalmente, o relacionamento geral dos estudantes entre si e com os vários profissionais da escola, quer dentro quer fora da sala de aula 32 O programa consiste em reunir os pais e mães de estudantes mensalmente para discutir temas diversos, ligados à educação de filhos (adolescência, televisão e drogas etc.) e não problemas específicos da escola, o que já é feito nas reuniões de Conselho de Escola, APM etc. (PARO, 2001, p. 113). mento humano entre direção e pessoal escolar, entre a escola e os usuários e, prin- cipalmente, o relacionamento geral dos estudantes entre si e com os vários profis- sionais da escola, quer dentro quer fora da sala de aula. As pessoas, que antes eram tratadas apenas como objetos de decisão de outras localizadas em níveis hierárqui- cos superiores, sentiram a introdução de mudanças elevá-las à condição de sujeitos desse processo, e isso não é pouco em termos de avanço no relacionamento pessoal. Tudo isso propiciou a apropriação de valores de cidadania e o desenvolvimento de comportamentos compatíveis com a colaboração recíproca entre os homens [...]. Se o compromisso é com uma nova visão de mundo, que exige a prática para ser apreendida, o caminho parece ser precisamente este: ao mesmo tempo em que se desenvolvem conteúdos de uma concepção mais elaborada de mundo, se propiciam condições para vivê-la e aprendê-la cada vez mais consistentemente. Só assim, se pode esperar contribuir para desarticular a ideologia do mercado incrustada no dia-a-dia da sociedade e, em particular, no sistema de ensino. Veja, a seguir, uma das alternativas de participação dos pais na escola, apon- tada por Vitor Paro, em uma das escolas que fez parte da pesquisa realizada por ele em São Paulo. A gestão democrática: aprendizagem e exercício de participação 33 Gestão democrática e a escolha de diretores Qual a importância dos mecanismos de participação na efetivação da gestão democrática? A escola, como vimos, no desempenhode sua função social de formadora desujeitos históricos, constitui um espa- ço de sociabilidade e de socialização do conhe- cimento produzido, indispensável na formação e inserção dos indivíduos nas relações sociais. A construção de uma escola em que a parti- cipação seja uma realidade depende, portanto, Parte III 34 da ação de todos: dirigentes escolares, professores, estudantes, funcionários, pais de estudantes e comunidade local. Nesse processo, a articulação entre os diversos segmentos que compõem a escola e a criação de espaços e mecanis- mos de participação são fundamentais para o exercício do aprendizado de- mocrático que possibilite a formação de indivíduos críticos, criativos e participativos. A efetivação e a consolidação de mecanismos de participação da comunidade educacional devem ser incentivadas, mediante: Conselho Escolar, grêmio estu- dantil, associação de pais, conselhos de classes etc., na perspectiva de construção de novas maneiras de se partilhar o poder de decisão nas instituições. Nesse sentido, a democratização da gestão escolar implica a superação dos processos centralizados de decisão e a gestão colegiada, na qual as decisões nasçam das discussões coletivas, envolvendo todos os segmentos da escola, e orientadas pelo sentido político e pedagógico presente nessas práticas. A instituição educativa, no cumprimento do seu papel e na efetivação da gestão democrática, precisa não só criar espaços de discussões que possibili- tem a construção coletiva do projeto educativo, como também criar e susten- tar ambientes que favoreçam essa participação. Mecanismos de participação e as comunidades escolar e local Entende-se como mecanismo de participação colegiada na instituição educativa as maneiras ou formas que os segmentos sociais envolvidos nas comunidades escolar e A gestão democrática e a escolha de diretores 35 local têm de participar ativamente da escola e do seu funcionamento, por meio do envolvimento coletivo nas discussões, no planejamento e na definição de projetos para a instituição escolar. Essa participação pode ocorrer de várias formas; cabe aos sistemas de ensino e às escolas definir as formas e os mecanismos de participação. Ou seja, em determinados momentos, a participação pode envolver toda a comunidade escolar e, em outros, pode envolver representantes democraticamente eleitos, e assim por diante. Entre os mecanismos e processos de participação que podem ser vivenciados em uma instituição educativa estão a escolha do dirigente escolar, o grêmio estudantil, o Conselho Escolar e o conselho de classe. 3.1 As formas de provimento ao cargo de diretor: limites e possibilidades Variadas são as formas e as propostas de acesso à gestão das escolas públi- cas historicamente utilizadas no sistema educacional brasileiro. Entre elas des- tacam-se: 1) diretor livremente indicado pelos poderes públicos (estados e municípios); 2) diretor de carreira; 3) diretor aprovado em concurso público; 4) diretor indicado por listas tríplices ou sêxtuplas ou processos mistos; e 5) eleição direta para diretor. Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 36 Cada uma dessas modalidades se fundamenta em argumentos importan- tes, mas nenhuma parece garantir plena e isoladamente as exigências para o cumprimento das funções do diretor na gestão democrática da escola. Enten- demos que a complexidade do processo de gestão implica considerar algu- mas exigências para a escolha do diretor: a efetiva participação das comuni- dades local e escolar, a proposta pedagógica para a gestão e a liderança dos postulantes ao cargo. A discussão sobre as formas de escolha, portanto, é tarefa complexa, com posições político-ideológicas muito distintas. Por isso, no presente caderno optou-se por indicar as diversas formas de escolha de diretores, de modo que subsidiassem a opção que os sistemas de ensino e suas escolas venham a fazer. É fundamental, no entanto, que essa opção garanta processos de participação coletiva. A gestão democrática e a escolha de diretores Listas tríplices, sêxtuplas ou processos mistos Plano de carreira Livre indicação pelos poderes públicos Eleição direta Concurso público FORMAS DEFORMAS DEFORMAS DEFORMAS DEFORMAS DE ESCOLHAESCOLHAESCOLHAESCOLHAESCOLHA DOSDOSDOSDOSDOS DIRIGENTESDIRIGENTESDIRIGENTESDIRIGENTESDIRIGENTES ESCOLARESESCOLARESESCOLARESESCOLARESESCOLARES 37 Ao analisar essas modalidades, a livre indicação dos diretores pelos po- deres públicos se fundamenta na prerrogativa do gestor público em indi- car o diretor como um cargo de confiança da administração pública. Histo- ricamente, contudo, essa modalidade parece ter contemplado as formas mais usuais de clientelismo, na medida em que se distinguia pela política do favoritismo e da marginalização das oposições, e o papel do diretor não contava com o respaldo da comunidade escolar. Essa modalidade articula- da ao conservadorismo político permitia, portanto, a transformação da es- cola em um espaço instrumentalizador de práticas autoritárias e mecanis- mo de barganhas políticas as mais diversas, evidenciando forte ingerência na gestão escolar. Quanto ao diretor de carreira, modalidade reduzidamente utilizada, a sua configuração encontra-se estruturada a partir do estabelecimento de critérios rígidos ou não. Nesse caso, o acesso ao cargo de diretor considera aspectos como: tempo de serviço, merecimento e/ou distinção, escolarização, entre ou- tros. A considerar a falta de planos de carreira, tal modalidade, tendo em vis- ta o dinamismo da prática educativa, reforça, na maioria dos casos, a manu- tenção da ingerência e do clientelismo no cotidiano escolar, além da exclusão da comunidade escolar na definição de seu destino. No setor público apresen- ta-se como uma variação da modalidade de indicação política, apesar de pa- recer fundada no mérito das pessoas. Alguns interlocutores têm defendido o concurso público como mecanismo para nomeação do diretor, por se creditar a esse processo a objetividade na escolha baseada em méritos intelectuais. É fundamental ressaltar que essa modalidade não tem sido adotada pela maioria dos estados e municípios. Por considerar que a gestão escolar não se reduz à dimensão técnica, mas configu- ra-se também como ato político, entendemos que essa modalidade reduz o escopo da gestão a atividades administrativas rotineiras e burocráticas, dei- xando em segundo plano a compreensão mais abrangente do processo políti- co-pedagógico. A defesa do concurso público, ao nosso ver, deve ser bandeira a ser empunhada e efetivada como forma de ingresso para a carreira docente Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 38 A gestão democrática e a escolha de diretores As eleições diretas para diretores, historicamente, têm sido uma das modalidades tidas como das mais democráticas formas, apesar de se constituírem também uma grande polêmica. 39 no setor público. Assim, acreditamos que o concurso de provas, ou de pro- vas e títulos, deve ser o ponto de partida para o ingresso do educador no sistema de ensino e, desse modo, parece não se apresentar como a forma mais apropriada para a escolha de dirigentes escolares, pois a gestão escolar não deve constituir um cargo ou função vitalícia por meio de um processo de seleção que não leva em consideração a participação efetiva da comuni- dade escolar e local. A indicação a partir de listas tríplices ou sêxtuplas, ou a combinação de processos (modalidade mista), consiste na consulta à comunidade escolar, ou a setores desta, para a indicação de nomes dos possíveis dirigentes. Cabe ao Executivo ou a seu representante nomear o diretor dentre os nomes destaca- dos e/ou submetê-los a uma segunda fase, que consiste em provas ou ativida- des de avaliação de sua capacidade cognitiva para a gestão da educação. Tal modalidade recebe o crivo da comunidade escolar no início do processo, per- dendo o controle à medida que cabe ao Executivo deliberar sobre a indicação do diretor escolar fundamentado em critérios os mais diversos. Nesse caso, é importante identificar se o papel desenvolvido pela comunidade escolar é decisivo ou, apenas, legitima o processo amparado no discurso da participa- ção e da democratização das relações escolares. As eleições diretas para diretores, historicamente, têm sido uma das mo- dalidades tidas como das mais democráticas formas, apesar de se constituí- rem também uma grande polêmica. A defesa dessa modalidade vincula-se à crença de que o processo implica uma retomada ou conquista da decisão so- bre os destinos da escola pela própria escola. O processo de eleição apresen- ta-se de formas variadas, indo desde a delimitação do colégio eleitoral – que pode ser restrito a apenas uma parcela da comunidade escolar, ou à sua totalidade, compreendida como o universo de pais, estudantes, professores, técnicos e funcionários – até a definição operacional para o andamento e a transparência do processo – data, local, horário, valorização operacional dos votos de participação dos vários segmentos envolvidos. Há, também, exem- plos em que a eleição é utilizada como um dos mecanismos de escolha asso- Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 40 ciado a outros, tais como: provas específicas, apresentação de planos de tra- balho etc. Vale destacar, nessa modalidade, a importância dada ao processo de participação e decisão na escolha dos diferentes candidatos pelas comu- nidades local e escolar. Embora as eleições se apresentem como um legítimo canal na democrati- zação da escola e das relações sociais mais amplas – e não o único –, é necessá- rio não perdermos de vista as limitações do sistema representativo, assentado em interesses muitas vezes antagônicos. Não queremos, todavia, atribuir à eleição, por si só, a garantia da democra- tização da gestão, mas referendar essa modalidade como um importante ins- trumento, a ser associado a outros, para o exercício democrático. Isso implica que, aliado à eleição, é fundamental enfatizar conjuntamente a forma de esco- lha e o exercício da função. Assim, a forma de provimento no cargo pode não definir o tipo de gestão, mas, certamente, interferir no curso desta. Nesse con- texto, a eleição deve ser vislumbrada como um instrumento a ser associado a outros na democratização possível das relações escolares. Paro (2001, p. 65-67) discute e enfatiza a importância das eleições diretas para diretores e constata a expansão e a adoção desse processo eletivo como critério de escolha em grande número de municípios e estados onde vigorava a nomeação política. Realça, também, um conjunto de expectativas provocadas por esse processo, ao mesmo tempo em que destaca algumas limitações e pos- sibilidades. Isso contribui para ampliar a visão sobre a gestão escolar, consi- derando não apenas a figura do diretor, mas, sobretudo, a efetivação de pro- cessos colegiados de decisão e implementação de práticas na realidade esco- lar. Apresentamos a seguir, de forma resumida, algumas dessas constatações identificadas por Paro (2001, p. 65-67) em suas pesquisas sobre a prática de escolha de dirigentes pela via eletiva, sobre a crença na capacidade eletiva, eliminação do autoritarismo e risco do corporativismo. Com relação à crença na capacidade do sistema eletivo de neutralizar as práticas clientelistas, Paro adverte “que as eleições tiveram um importante papel na diminuição ou eliminação, nos sistemas em que foram adotadas, de A gestão democrática e a escolha de diretores 41 sistemática influência dos agentes políticos (vereadores, deputados, prefei- tos, cabos eleitorais etc.) na nomeação do diretor. Mas isso não significa que o clientelismo tenha deixado de exercer suas influências na escola. Por um lado, em alguns sistemas continuaram a existir brechas para a penetração da influên- cia do agente político na nomeação do diretor; por outro, as práticas clientelistas passaram a fazer parte também do interior da própria escola, quer no proces- so de eleição do diretor, quer durante o exercício de seu mandato”. Em conse- qüência, o fato de “a incipiente prática política introduzida pelas eleições de diretores não ter sido capaz de eliminar por completo essas expectativas e comportamentos clientelistas não pode levar a que se impute às eleições as causas desses males que nada mais são, na verdade, do que remanescentes de uma cultura tradicionalista que só a prática democrática e o exercício autôno- mo da cidadania poderá superar”. A expectativa criada em relação à eleição “era a de que esta conseguiria eliminar o autoritarismo existente na escola e a falta de participação de professores, estudantes, funcionários e pais nas decisões. A suposição por trás dessa expectativa era a de que a falta de participação e o autoritarismo existentes na escola se deviam, em grande parte ou exclusivamente, ao fato de o diretor, não tendo compromissos com o pessoal escolar ou com os usuários da escola, por não ter sido escolhido por estes, tender a articular-se apenas com os interesses do Estado, voltando as costas para a unidade escolar e sua comunidade. Com a eleição, esperavam que a escola se encaminhasse rapidamente Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 42 para uma convivência democrática e para a maior participação de todos em sua gestão”. Essas expectativas não se efetivaram globalmente, pois muitos diretores eleitos mantiveram “muitas das características do chefe monocrático que detém a autori- dade máxima na escola”. Tal perspectiva sinaliza “que as causas do autoritarismo existente nas unidades escolares não advêm exclusivamente do provimento do diretor pela via da nomeação política”. Desse modo, reafirmar a prática democrática e o exercício da cidadania é fundamental para romper com essas práticas conservadoras nas escolas. Um outro aspecto que deve ser apontado refere-se à crença na superação do corporativismo, presente nas formas de escolha anteriores à eleição, envol- vendo os diferentes segmentos da comunidade local e escolar. Com relação a essa expectativa é fundamental destacar que, apesar de algumas mudanças, novas e velhas ações corporativas ainda se fazem presentes no cotidiano esco- lar. Isso implica o reconhecimento de que nas eleições, como em todo processo de participação, “o envolvimento das pessoas como sujeitos na condução das ações é apenas uma possibilidade, não uma garantia. Especialmente em socie- dades com fortes marcas tradicionalistas, sem uma cultura desenvolvida de participação social, é muito difícil conseguir que os indivíduos não deleguem a outros aquilo que faz parte de sua obrigação como sujeito partícipe da ação coletiva” (PARO, 2001, p. 67). A constatação desses fatos deve nos estimular a implementar mecanismos reais de participação e de exercício de democracia, de modo que garanta o envolvimento de todos nos processos de decisão e no partilhamento das responsabilidades e, conseqüentemente, no aperfeiçoamento do processo democrático. A gestão democrática e a escolha de diretores 43 Considerando o contexto em que se materializam as práticas educativas e, fundamentalmente, buscando compreender a importância de ações políticas visando o redimensionamento da gestão escolar, no sentido de democratizá-la, é essencial repensarmos os modelos de gestão vigentes, a noção de democratização que possuímos, bem como aperfeiçoarmos os mecanismos de participação existentes. Como vimos a eleição é um importante mecanismo no processo de ges- tão democrática, mas não é suficiente. Nesse sentido, outros processos e mecanismos devem ser vivenciados pelas unidades educativas, entre eles, o Conselho Escolar. Nesse cenário, a garantia de consolidação das eleições diretas para direto- res deve-se articular com a garantia de outros mecanismos de participação, como o Conselho Escolar, conforme discutimos anteriormente. Pois pensar a democratização na e da escola implica definir claramente qual a função social da escola. Implica pensar: Para que serve a escola? Quais são as suas funções básicas? A reflexão sobre essas questões deve ser parte da ação dos diferentes segmentos da escola no processo de escolha do dirigente escolar, na participa- ção ativa nos Conselhos Escolares, e assim por diante. Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 44 O que é o Conselho Escolar e qual a sua importância para a democratização da escola? 3.2 O Conselho Escolar como espaço de democratização da gestão e da organização escolar OConselho Escolar, órgão de represen-tação da comunidade educativa, comovisto no Caderno 1, trata-se de uma ins- tância colegiada, que deve contar com a partici- pação de representantes dos diferentes segmen- tos das comunidades escolar e local, podendo constituir um espaço de discussão de caráter con- sultivo, deliberativo, fiscalizador e mobilizador. A configuração do Conselho Escolar varia entre os municípios, entre os estados e entre as instituições educativas; assim, a quantidade de representantes, na maioria das vezes, depende do tamanho da instituição e do número de estu- dantes que ela possui. A gestão democrática e a escolha de diretores 45 As atribuições do Conselho Escolar dependem das diretrizes do sistema de ensino e das definições das comunidades local e escolar. O importante é não perder de vista que o Regimento, a ser construído coletivamente na esco- la, constitui a referência legal básica para o funcionamento da unidade esco- lar e, desse modo, é fundamental que a instituição educativa tenha autonomia para elaborar seu próprio regimento. Dentre as principais atribuições do Con- selho destacamos a sua função de coordenação do coletivo da escola e a cria- ção de mecanismos de participação. A organização estudantil, numa instituição educativa que tenha como objetivo formar indivíduos participativos, críticos e criativos, adquire papel central, como mecanismo de participação dos estudantes nas discussões do cotidiano escolar e em seus processos decisórios. O Conselho Escolar benefi- cia-se com a existência de outros espaços de participação na escola, como o grêmio estudantil, as associações de pais, professores etc. A participação nes- ses espaços contribui para a aprendizagem da função política da educação e para o aprendizado do jogo democrático. Nesse sentido, essa vivência de dis- cussão e participação possibilita o fortalecimento do Conselho Escolar e de sua organização política. Assim, a autonomia da unidade escolar e a democratização da educação, e conseqüentemente a construção da gestão democrática, exigem a participa- ção dos diferentes segmentos. Para tanto, as formas de escolha e a implanta- ção ou consolidação de Conselhos Escolares e de outras instâncias de partici- pação constituem passo importante para a democratização dos processos decisórios, possibilitando a implementação de uma nova cultura nessas insti- tuições, por meio do aprendizado coletivo e do partilhamento do poder. Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 46 O importante é não perder de vista que o Regimento, a ser construído coletivamente na escola, constitui a referência legal básica para o funcionamento da unidade escolar. A gestão democrática e a escolha de diretores 47 Gestão democrática e a autonomia da escola Como o Conselho Escolar pode atuar na escolha dos dirigentes escolares e no processo de implementação da gestão democrática, como elemento aglutinador de forças e como co-responsável pela gestão da escola? Como vimos, o Conselho Escolarconstitui um dos mais importantesmecanismos de democratização da gestão de uma escola. Nessa direção, quanto mais ativa e ampla for a participa- ção dos membros do Conselho Escolar na vida da escola, maiores serão as possibili- dades de fortalecimento dos mecanismos de participação e decisão coletivos. Parte IV 48 A participação efetiva do Conselho Escolar no processo de escolha do dire- tor da escola, por exemplo, constitui uma de suas ações de maior relevância, na medida em que se apresenta como um elemento aglutinador de forças dos diferentes segmentos que compõem as comunidades local e escolar. Em algu- mas escolas, essa participação se dá na organização do processo ou na forma de consulta, no recebimento de inscrições, na divulgação das propostas de candidatos, na realização de debates e de outras atividades definidas pela comunidade escolar e pelo respectivo sistema de ensino. Nessa perspectiva, a atuação do Conselho é um sinal de que esse órgão realmente atua no processo de implementação da gestão democrática da es- cola como espaço coletivo e co-responsável pela gestão. A construção de um processo de gestão democrática implica repensar a lógica de organização e participação na escola. Nessa direção, como vimos anteriormente, é fundamental discutirmos os mecanismos de participação na escola, suas finalidades e a definição de ações e metas a serem construídas coletivamente pelos diferentes segmentos que compõem a escola ou dela de- vem participar. 4.1 Os mecanismos de participação e a autonomia da escola Pensar a gestão democrática implica ampliar os horizontes históricos, polí- ticos e culturais em que se encontram as instituições educativas, objetivando alcançar a cada dia mais autonomia. Quando falamos em autonomia, estamos defendendo que a comunidade escolar tenha um grau de independência e liberdade para coletivamente pensar, discutir, planejar, construir e executar seu projeto político-pedagógico, entendendo que neste está contido o projeto de educação ou de escola que a comunidade almeja, bem como estabelecer os processos de participação no dia-a-dia da escola. O conceito de autonomia, segundo Barroso (2001, p. 16), está etimologicamente ligado à idéia de autogoverno, isto é, à faculdade que os indivíduos (ou as organizações) têm de se regerem por regras próprias. Contudo, Gestão democrática e a autonomia da escola 49 se a autonomia pressupõe a liberdade (e capacidade) de decidir, ela não se confun- de com a ‘independência’. A autonomia é um conceito relacional (somos sempre autônomos de alguém ou de alguma coisa), pelo que a sua ação se exerce sempre num contexto de interdependência e num sistema de relações. A autonomia é tam- bém um conceito que exprime sempre um certo grau de relatividade: somos mais, ou menos, autônomos; podemos ser autônomos em relação a umas coisas e não o ser em relação a outras”. Desse modo, é possível concluir que a autonomia precisa ser cotidianamente construída, não sendo, portanto, resultado de atos e resoluções decretadas. A garantia de progressivos graus de autono- mia é fundamental para a efetivação de processos de gestão democrática. Barroso (2001=, p.18-23) aponta sete princípios para a elaboração de um programa de reforço da autonomia das escolas: 1) O reforço da autonomia da escola deve ser definido levando em conta as diferen- tes dimensões das políticas educativas. 2) A “autonomia das escolas” é sempre uma autonomia relativa, uma vez que é condicionada pelos poderes públicos e pelo contexto em que se efetiva. 3) Uma política de reforço da autonomia das escolas não se limita a dispositivos legais, mas exige a criação de condições e dispositivos que permitam as autono- mias individuais e a construção do sentido coletivo. 4) A “autonomia” não pode ser considerada como uma “obrigação” para as esco- las, mas sim como uma “possibilidade”. 5) O reforço da autonomia das escolas não tem uma função em si mesmo, mas é um meio para que elas ampliem e melhorem as oportunidades educacionais que ofe- recem. 6) A autonomia é um investimento baseado em compromissos e implica melhoria e avanços para a escola. 7) A autonomia também se aprende. Ou seja, entendemos a autonomia e a gestão democrática como espaços articulados de construção diária e, portanto, resultado da mobilização e do envolvimento de todos no partilhamento do poder e no compromisso com o aprendizado político desse processo que se efetiva no exercício de construção Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 50 cotidiana das várias formas de participação. A construção da autonomia é processual e se articula ao esforço mais amplo de democratização da escola. Participação efetiva e gestão democrática são fundamentais para que a au- tonomia escolar seja resultado da construção coletiva e democrática de proje- tos, na instituição educativa, que venham a atender aos anseios da comunida- de escolar. A construção desses processos, como discutimos anteriormente, implica a garantia de processos participativos de escolha dos dirigentes esco- lares e de outros mecanismos de participação como os Conselhos Escolares. A garantia de efetivação da participação cidadã sugere, portanto, a vivência de dinâmicas coletivas de participação nas esferas de poder e de decisão, pois os processos de participação, cuja natureza, caráter e finalidades se direcionam para a implementação de dinâmicas coletivas, implicam o compromisso com o partilhamento do poder por meio de mecanismos de participação envolven- do os atores e o seu papel nesse processo. Gestão democrática e a autonomia da escola 51 Como desenvolver práticas colegiadas que fortaleçam a direção da escola e o Conselho Escolar como espaços de decisão compartilhada? 4.2 O diretor, o Conselho Escolar e a gestão democrática na escola Como vimos, a efetivação de uma lógi-ca de gestão democrática é sempreprocessual e, portanto, permanente vivência e aprendizado. É um processo eminen- temente pedagógico, que envolve, entre outros, o conhecimento da legislação, a discussão e a participação nas modalidades de provimento ao cargo de dirigente escolar, a implantação e consolidação de mecanismos de participação, tais como Conselho Escolar. Em uma unidade escolar, normalmente, o diretor assume o papel de coordenador das ati- vidades gerais da escola e, nesse sentido, assu- me um conjunto de responsabilidades a serem Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 52 partilhadas com os diferentes segmentos da escola. Há alguns anos, o diretor centralizava em suas mãos a tomada de decisões e pouco partilhava com as comunidades local e escolar. A complexidade das tarefas de gestão e organi- zação da escola, o avanço teórico-prático da educação e de sua gestão, a de- mocratização das relações escolares e a rediscussão das formas de escolha dos diretores começam a interferir nessa lógica tradicional de gestão. Isso quer dizer que a organização e a gestão da escola passam a ser assunto dos diferen- tes segmentos que compõem as comunidades local e escolar. Nesse cenário, questões como avaliação educacional, planejamento escolar, calendário, pro- jeto político-pedagógico, eleições, festas e muitas outras atividades e decisões contam com a participação cada vez maior dos pais, dos estudantes, dos pro- fessores, dos funcionários, entre outros. Essas mudanças acarretam a necessidade de se pensar o processo de orga- nização e os mecanismos de participação na escola e, ainda, de estruturar a gestão com a participação de outros membros além do diretor. Nessa direção, algumas escolas passam a ter uma equipe gestora, contando com coordena- dores, supervisores, vice-diretor(es), professores etc., que trabalham coleti- vamente com o diretor, buscando soluções e alternativas para melhorar o funcio- namento das escolas. Mas não é só isso. Muitas escolas têm experimentado o fortalecimento do Conselho Escolar como espaço de decisão e deliberação das questões pedagó- gicas, administrativas, financeiras e políticas da escola. Ou seja, essas escolas vêem o Conselho Escolar como um grande aliado na luta pelo fortalecimento da unidade escolar e pela democratização das relações escolares. O processo de democratização da escolha de diretores tem contribuído para se repensar a gestão escolar e o papel do diretor. Há uma tendência crescente de entender o diretor como líder da comunidade e como gestor público da educação e não como mero representante ou preposto de um determinado governo. Refletindo sobre os diretores eleitos, Paro afirma que parece que o diretor consegue perceber melhor, agora, sua situação contraditória, pelo fato de ser mais cobrado pelos que o elegeram. Esse é um fato novo que não Gestão democrática e a autonomia da escola 53 pode ser menosprezado. À sua condição de responsável último pela escola e de preposto do Estado no que tange ao cumprimento da lei e da ordem na instituição escolar, soma-se agora seu novo papel de líder da escola, legitimado democrati- camente pelo voto de seus comandados, que exige dele maior apego aos interes- ses do pessoal escolar e dos usuários, em contraposição ao poder do Estado. Isto serviu para introduzir mudanças na conduta dos diretores eleitos, que passa- ram a ver com as solicitações de professores, funcionários, estudantes e pais” (PARO, 2001, p. 69). Esse processo de mudança, que amplia o estabelecimento de ações com- partilhadas na escola e fortalece a forma de organização coletiva, com a estru- tura de equipe gestora, e a criação e atuação dos Conselhos Escolares têm se mostrado um dos caminhos para se avançar na democratização da gestão es- colar. Nessa direção, definir claramente as atribuições e o papel político da equipe gestora e do Conselho Escolar é fundamental. De igual modo, é neces- sário destacar as atribuições comuns das duas instâncias e suas formas de articulação político-pedagógica. A esse respeito, Paro (2001, p. 81-82) afirma que, inteirado o conselho numa política mais ampla da gestão escolar, parece que outra importante questão a ser enfrentada refere-se à necessidade de uma definição mais precisa de suas funções, dotando-o de atribuições e competências que o tornem co- responsável pela direção da escola, sem provocar choque de competências com o diretor [...]. Uma solução que se poderia imaginar para essa questão é a de dotar o conselho de escola de funções diretivas, semelhantes às que tem hoje o diretor. Dessa forma, o responsável último pela escola deixaria de ser o diretor, passando a ser o próprio conselho, em co-responsabilidade com o diretor, que dele também faz parte. A vantagem desse tipo de solução é que o conselho, na condição de entidade coletiva, fica menos vulnerável, podendo tomar medidas mais ousadas, sem que uma pessoa, sozinha, corra o risco de ser punida pelos escalões superiores. Supõe- se que, assim, o dirigente da escola (o conselho) detenha maior legitimidade e maior força política, posto que representa todos os setores da escola. Seu poder de barganha e sua capacidade de pressão, para reivindicar benefícios para a escola, Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 54 seriam, também, superiores ao do diretor isolado. A democratização da gestão por meio do fortalecimento dos mecanismos de participação na escola, em especial do Conselho Escolar, pode-se apresen- tar como uma alternativa criativa para envolver os diferentes segmentos das comunidades local e escolar nas questões e problemas vivenciados pela escola. Esse processo, certamente, possibilitaria um aprendizado coletivo, cujo resulta- do poderia ser o fortalecimento da gestão democrática na escola. Nesse processo, o conhecimento e o redimensionamento da legislação, visando garantir reais possibilidades de participação e organização colegiada, são fundamentais para a garantia da democratização das relações e do poder na unidade escolar. Por outro lado, fortalecer instâncias de participação, como o Conselho Escolar, buscando formas de ampliar a participação ativa de profes- sores, coordenadores, orientadores educacionais, estudantes, funcionários, pais de estudantes e comunidade local é muito importante para a efetivação de um processo de gestão inovador que expresse, a cada dia, as possibilida- des de construção de uma nova cultura escolar. Gestão democrática e a autonomia da escola 55 Esse processo de mudança, que amplia o estabelecimento de ações compartilhadas na escola e fortalece a forma de organização coletiva, com a estrutura de equipe gestora, e a criação e atuação dos Conselhos Escolares têm se mostrado um dos caminhos para se avançar na democratização da gestão escolar. Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor 56 57 FERREIRA, Naura C. (Org.). Gestão democrática da educação: atuais ten- dências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2001. Esse livro, organizado por Naura Ferreira, é composto de cinco artigos de especialistas, que analisam as atuais tendências e os novos desafios sobre a gestão democrática da educação. As temáticas envolvem concepções de ges- tão, democracia, participação, autonomia, escolha de dirigentes e políticas de formação de professores. Trata-se de livro que muito contribui com a aborda- gem apresentada neste caderno. PARO, Vitor H. Escritos sobre educação. São Paulo: Xamã, 2001. Esse livro apresenta vários artigos do autor sobre diversas temáticas relacio- nadas à educação, entre elas: cidadania, democracia e educação; a gestão e o papel da escola básica; educação para a democracia; gestão escolar, ética e liberdade; eleição de diretores; Conselho de Escola; qualidade e produtivi- dade da escola pública; autonomia escolar; práticas e vivências da direção; e coordenação pedagógica e avaliação. São temas instigantes, trabalhados a partir de estudos e pesquisas desenvolvidas pelo autor em escolas públicas. Trata-se de livro de leitura agradável e de grande densidade teórico-política. Leituras recomendadas 58 59 BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1998. Disponível em: <www.mec.gov.br/legis/default.shtm>. Acesso em: 20 out. 2004. _______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Lei n. 9.394/ 96. Disponível em: <www.mec.gov.br/legis/default.shtm>. Acesso em: 20 out. 2004. BARROSO, João. O reforço da autonomia das escolas e a flexibilização da gestão escolar em Portugal. In: FERREIRA, Naura C. (Org.). Gestão demo- crática da educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2001. p. 11-32. CATANI, Afrânio M.; GUTIERREZ, Gustavo L. Participação e gestão esco- lar: conceitos e potencialidades. In: FERREIRA, Naura C. (Org.). Gestão de- mocrática da educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2001. p. 59-75. DOURADO, Luiz F. A escolha de dirigentes escolares: políticas e gestão da educação no Brasil. In: FERREIRA, Naura C. (Org.). Gestão democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2001. _______ (Org.). Gestão democrática: a perspectiva dos dirigentes escolares da rede municipal de ensino de Goiânia. Goiânia: Alternativa; Sintego, 2003. (Coleção Políticas Educacionais). Referências 60 _______. A gestão democrática e a construção de processos coletivos de par- ticipação e decisão na escola. In: FERREIRA, Naura S. Carapeto (Org.). Su- pervisão educacional para uma escola de qualidade. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2002. _______ Planejamento e gestão democrática. Brasília: Universidade de Brasília, Faculdade de Educação, PIE, 2003. _______ (Coord.). Curso de aperfeiçoamento em gestão escolar. Goiânia: UFGVIRTUAL, 2000/2001. ________ Gestão democrática da escola: movimentos, tensões e desafios. Brasília: CNTE, 2004. No prelo. ________. Administração escolar na escola pública: perspectiva de demo- cratização da gestão. Revista Inter-Ação, Goiânia, v. 1/2, n. 14/15, 1990/1991. COSTA, Messias. A escolha de dirigentes escolares no Brasil. Brasília, DF: Ampae, 1998. (Série Estudos e Pesquisas, v. 4). DUARTE, Marisa R. T. (Orgs.). Progestão: como promover, articular e de- senvolver a ação das pessoas no processo de gestão escolar. Brasília: Consed, 2001. FERREIRA, Naura C. (Org.). Gestão democrática da educação: atuais ten- dências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 2001. GRACINDO, Regina V.; BORDIGNON, Genuíno. Gestão da educação: o 61 município e a escola. In: FERREIRA, N. S. C.; AGUIAR, M. A. da S. (Orgs.). Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. São Paulo: Cortez, 2000. p. 147-176. PARO, Vitor H. Escritos sobre educação. São Paulo: Xamã, 2001. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO BÁSICA Departamento de Articulação e Desenvolvimento dos Sistemas de Ensino Coordenação-Geral de Articulação e Fortalecimento Institucional dos Sistemas de Ensino Esplanada dos Ministérios, Bloco L, Sala 526 – Edifício-Sede CEP 70047-901 – Brasília/DF Telefones: (61) 2104-8666 / 2104-9284 - Fax: (61) 2104-8337 e-mail: conselhoescolar@mec.gov.br Nova pasta/1-4- Manual - manual de redacao_secretaria da fazenda.pdf MANUAL DE REDAÇÃO DOS ATOS OFICIAIS E DE COMUNICAÇÃO DA SECRETARIA DA FAZENDA 2 SECRETARIA DA FAZENDA MANUAL DE REDAÇÃO DOS ATOS OFICIAIS E DE COMUNICAÇÃO DA SECRETARIA DA FAZENDA SÃO PAULO 2008 3 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA José Serra Governador do Estado Mauro Ricardo Machado Costa Secretário da Fazenda Autorizada reprodução de partes deste manual desde que citada a fonte. São Paulo (Estado). Escola Fazendária do Estado de São Paulo. Manual de redação dos atos oficiais e de comunicação da Secretaria da Fazenda. - São Paulo: Fazesp, 2008. 126p. Referências bibliográficas. 1. Redação oficial. 2. Ato administrativo. I. Título 4 APRESENTAÇÃO Com o intuito de valorizar os procedimentos já adotados pela cultura institucional da Secretaria da Fazenda (Sefaz) e de sua entidade vinculada São Paulo Previdência - SPPREV, decidiu-se elaborar este manual explicitando e uniformizando as práticas seguidas cotidianamente na elaboração de atos administrativos. Ao considerar os diversos níveis hierárquicos da Sefaz, procurou-se discorrer sobre os vários contextos (legislativo, processual e administrativo) em que os atos são elaborados. Apesar disso, este manual ainda não trata de todos os atos elaborados na Sefaz, e sim os principais de cada contexto. Além das características da redação oficial e das formas de atos administrativos, considerou-se importante contemplar alguns padrões de publicação para documentos monográficos para facilitar a identificação de dados essenciais sobre a procedência das publicações na Sefaz. Percebeu-se, também, a necessidade de discorrer sobre alguns procedimentos para publicação de atos oficiais no Diário Oficial do Estado - DOE, abordagem que também auxilia a leitura e a localização da informação no Diário. E por fim, a intenção é que esta edição apenas inicie a produção de uma publicação que necessita ser constantemente editada, atualizando normas e procedimentos, ao mesmo tempo em que busca a adaptação à fluidez comunicativa da sociedade contemporânea. Tudo isso sem deixar de lado os princípios administrativos que regem a conduta na administração pública e, também, sem esquecer das normas gramaticais e ortográficas, fundamentais a uma redação respeitável. Mauro Ricardo Machado Costa Secretário da Fazenda 5 SUMÁRIO Capítulo 1: Redação oficial ............................................................................... 8 1.1 Características da redação oficial ..................................................................... 8 1.1.1 Princípios administrativos na redação oficial .............................................. 8 1.1.2 Qualidade da redação oficial .................................................................... 10 1.2 Pronomes de tratamento ................................................................................ 11 1.3 Plural de modéstia ......................................................................................... 14 1.4 Siglas .......................................................................................................... 15 1.5 Abreviaturas ................................................................................................. 15 1.6 Símbolos ...................................................................................................... 16 1.7 Numerais ..................................................................................................... 17 1.8 Citação de texto legal .................................................................................... 19 Capítulo 2: Atos administrativos ...................................................................... 20 2.1 Considerações gerais ..................................................................................... 20 2.2 Composição e padronização ............................................................................ 21 2.2.1 Cabeçalhos .......................................................................................... 22 2.2.2 Epígrafe ............................................................................................... 24 2.2.3 Identificação do documento .................................................................... 24 2.2.4 Ementa ............................................................................................... 25 2.2.5 Vocativo .............................................................................................. 25 2.2.6 Invocação ............................................................................................ 26 2.2.7 Local e data ......................................................................................... 26 2.2.8 Fecho ................................................................................................. 26 2.2.9 Identificação do signatário ..................................................................... 27 2.2.10 Visto ................................................................................................. 27 2.2.11 Iniciais .............................................................................................. 28 2.2.12 Indicação de encaminhamento .............................................................. 28 2.2.13 Endereçamento ................................................................................... 28 2.3 Atos normativos ............................................................................................ 30 2.3.1 Considerações gerais ............................................................................. 30 2.3.2 Atos normativos articulados ................................................................... 30 2.3.3 Formas de atos normativos .................................................................... 36 a) Decreto ........................................................................................... 36 b) Resolução ........................................................................................ 38 c) Portaria ........................................................................................... 40 6 d) Resposta à Consulta .......................................................................... 42 e) Decisão Normativa ............................................................................ 44 f) Comunicado ...................................................................................... 47 g) Deliberação ...................................................................................... 49 2.4 Atos processuais ........................................................................................... 51 2.4.1 Considerações gerais ............................................................................. 51 2.4.2 Formas de atos processuais .................................................................... 52 a) Despacho ...................................................................................... 52 b) Informação .................................................................................... 54 c) Parecer ......................................................................................... 56 d) Decisão ........................................................................................ 58 e) Relatórios ...................................................................................... 58 e1) Relatório de Auditoria ............................................................... 58 e2) Relatório de Juiz ....................................................................... 62 f) Voto ............................................................................................. 65 2.5 Atos de comunicação e documentos administrativos ........................................... 66 2.5.1 Considerações gerais ............................................................................. 66 2.5.2 Formas de atos de comunicação e documentos administrativos ................... 67 a) Apostila ........................................................................................ 67 b) Ata .............................................................................................. 72 c) Atestado ....................................................................................... 74 d) Certidão ....................................................................................... 76 e) Certificado ................................................................................... 78 f) Contrato administrativo .................................................................. 80 g) Convênio e Termo de cooperação ..................................................... 87 h) Edital ........................................................................................... 88 i) Memorando e memorando-circular .................................................. 89 j) Nota técnica ................................................................................. 91 k) Notificação ................................................................................... 93 l) Ofício e ofício-circular .................................................................... 95 m) Ordem de serviço ........................................................................... 98 n) Requerimento ............................................................................... 100 2.6 Meios de transmissão ..................................................................................... 104 2.6.1 Correio eletrônico ou e-mail ................................................................... 104 2.6.2 Fac-símile ou fax................................................................................... 104 7 Capítulo 3: Normas para publicação no Diário Oficial do Estado ....................... 106 3.1 Considerações gerais ..................................................................................... 106 3.2 DOE – Poder Executivo, Seção I ...................................................................... 106 3.2.1 Regras para publicação .......................................................................... 107 3.2.2 Orientações essenciais ........................................................................... 108 3.2.3 Atos que não devem ser publicados na Seção I ......................................... 112 3.3 DOE – Poder Executivo, Seção II ..................................................................... 112 3.3.1 Atos que não devem ser publicados na Seção II ........................................ 113 Capítulo 4: Publicações monográficas: manuais, apostilas e folhetos ............... 114 4.1 Considerações gerais ..................................................................................... 114 4.2 Partes constitutivas ....................................................................................... 114 4.3 Elementos e regras de apresentação (folha de rosto).......................................... 115 Referências ...................................................................................................... 119 Anexo I: Quadro sinótico ................................................................................. 121 Atos normativos.................................................................................................. 121 Atos processuais................................................................................................. 122 Atos de Comunicação e documentos administrativos ............................................... 123 Anexo II : Ementário de legislação .................................................................. 125 Legislação Federal............................................................................................... 125 Legislação Estadual.............................................................................................. 125 8 CAPÍTULO 1 REDAÇÃO OFICIAL 1.1 Características da redação oficial Redigir um documento requer cuidado e atenção, principalmente quando se tratar de redação de atos administrativos e de comunicação do poder público. À maneira específica (formal e impessoal) como essa redação deve ser elaborada e ao conjunto de características que devem ser observadas dá-se o nome de redação oficial. Apesar da importância do tema, redigir uma comunicação oficial não é tarefa tão complicada quanto parece. A simplicidade na redação oficial é condição essencial, opõe-se ao rebuscamento, ao preciosismo exacerbado, que mesmo na redação de atos processuais é um recurso anacrônico. No entanto, simplicidade não significa simplismo, e sim melhores condições para compreensão do texto. Além da correção gráfica e gramatical, qualquer bom texto deve ser elaborado considerando-se recursos estilísticos. No caso da redação oficial, afora o cumprimento dessas regras de língua portuguesa, devem ser obedecidos, também, os princípios administrativos. 1.1.1 Princípios administrativos na redação oficial Já que os princípios democráticos instituíram valores que favorecem a transparência, a moralidade e a prestação de contas, os atos administrativos exteriorizados em documentos devem, necessariamente, conter princípios administrativos pelos quais se pauta o serviço público. O princípio da legalidade, segundo o qual a administração pública só pode fazer o que é permitido por lei, deve ser representado por intermédio da fundamentação legal, elemento presumidamente comum em todos os atos. A isenção de interferência da individualidade, da subjetividade e da passionalidade de quem elabora o ato é exigida pelo princípio da impessoalidade. Alguns documentos administrativos, principalmente os relatórios, também devem ser norteados pelo princípio da presunção, que, além de abranger a legalidade, diz respeito à certeza dos fatos. 9 Na padronização dos cabeçalhos, além da uniformidade, é representado o princípio da hierarquia, que discorre sobre a estruturação hierárquica entre os órgãos da administração pública. O princípio da publicidade discorre sobre a ampla divulgação dos atos praticados pela administração pública, daí a obrigatoriedade de publicação dos atos no DOE. Embora não sejam princípios administrativos, e sim diretrizes que também orientam a redação oficial, a formalidade e a uniformidade também devem ser cumpridas. A formalidade deve ser seguida no uso das formas de tratamento adequado a cada autoridade. A uniformidade deve ser cumprida com o uso sistemático e padronizado dos elementos constitutivos dos atos administrativos (cabeçalhos, vocativos, fechos, identificação de signatário e outros). E por fim, uma redação oficial eficiente deve propiciar a qualquer pessoa entendimento sobre o enunciador, o enunciatário e o motivo da comunicação. Com isso, será atingida a eficiência, princípio constitucional administrativo inserido pela Emenda Constitucional 19, de 04/06/1998. Entre todos esses princípios, o da impessoalidade necessita ser mais aprofundado. Impessoalidade Num texto oficial não podem estar evidenciadas características que denotem a personalidade do autor do documento. Isso porque o ato administrativo deve ser redigido em nome do poder público, por meio da autoridade de um cargo, e não da pessoalidade do sujeito que o ocupa. A necessidade de tratamento impessoal dado aos atos oficiais é decorrente de um princípio constitucional. Isso porque os destinatários dos atos administrativos são os cidadãos, direta ou indiretamente, mesmo quando o ato é direcionado a outros órgãos públicos. Seguem algumas informações que ajudam a garantir a impessoalidade nos textos oficiais. - Imparcialidade: evite manifestações de impressão pessoal. Exemplo: Na minha opinião,... (inadequado) Deve ser considerado... (adequado) Agrada-me essa idéia... (inadequado) Esse posicionamento é favorável... (adequado) 10 - Impessoalidade verbal: utilize conjugação impessoal sempre que possível, conjugando o verbo na terceira pessoa ou utilizando verbos na forma passiva. Exemplo: Eu sei que o prazo é de uma semana. (inadequado) É sabido que o prazo é de uma semana. (adequado) Redigiram o ofício... (inadequado) O ofício foi redigido... (adequado) 1.1.2 Qualidade da redação oficial Em se tratando de língua portuguesa, são importantes todos os recursos estilísticos (clareza, concisão, objetividade, coesão, harmonia e outros); no entanto, ao considerar nosso ritmo contemporâneo, clareza e concisão são ainda mais imprescindíveis que os outros. Por isso, essas duas qualidades de texto merecem destaque. a) Clareza É a qualidade do que é inteligível e não gera dúvidas e incertezas quanto à idéia que se deseja exprimir. Essa característica é de fundamental importância na elaboração dos atos administrativos, que não podem deixar margem a diferentes interpretações. Quanto mais clara a mensagem, menor a possibilidade de entendimentos equivocados. A clareza também é uma característica da redação oficial que encontra amparo legal (LC 863/99, art 8º). A seguir, algumas sugestões de redação de um texto claro. - Precisão semântica: evite a ambigüidade. O duplo sentido de palavras ou expressões é um dos principais empecilhos à clareza. Exemplo: Fulano, o procurador pediu que deixasse o relatório em sua mesa. (inadequado) Fulano, o procurador pediu que deixasse o relatório na mesa dele. (adequado) - Frases curtas: evite frases demasiadamente compridas. A informação principal do texto pode tornar-se confusa em períodos muito longos. - Vocabulário usual: evite o uso de jargões técnicos ou palavras rebuscadas. É também importante certificar-se do significado correto das palavras utilizadas. 11 b) Concisão Atualmente, as pessoas têm cada vez menos tempo. Essa situação combinada com o excesso de informação resulta numa realidade que valoriza textos curtos, porém completos, por isso a importância da concisão. Um texto conciso é o que informa melhor em menor tempo, contribuindo para a eficiência e a celeridade, qualidades exigidas por nosso contexto social. O esforço para atingir a concisão envolve eliminar o que é redundante e desnecessário, sem excluir elementos importantes à completa compreensão da mensagem a ser transmitida. Assim, um texto conciso não possui detalhes excessivos a ponto de dispersar a atenção do conteúdo principal. Seguem algumas sugestões essenciais à concisão. - Locução enxuta: evite a construção verbo + artigo + substantivo, substituindo-a por verbo no infinitivo. Exemplo: Fazer uma organização... (inadequado) Organizar... (adequado) Acusamos o recebimento da documentação... (inadequado) Recebemos a documentação... (adequado) - Excesso de palavras: evite o uso exagerado de adjetivos, preposições e outras palavras que não acrescentam significado ao texto. Exemplo: Vamos proceder sem demoras ao envio da documentação solicitada. (inadequado) Enviaremos rapidamente a documentação solicitada. (adequado) ... documentos que nos vemos obrigados a devolver-lhes, porque observamos que se encontram sem a devida assinatura. (inadequado) ... documentos que lhe devolvemos por falta de assinatura. (adequado) 1.2 Pronomes de tratamento A formalidade, um dos requisitos para elaboração da redação oficial eficiente, é atendida em parte com o uso adequado de pronomes de tratamento, que devem ser empregados no trato cortês e cerimonioso e não devem ser confundidos com rebuscamento. Para 12 auxiliar na identificação do pronome adequado a cada autoridade, vide tabela1 abaixo com relação de cargos e funções e seus respectivos pronomes, consagrados por uso e tradição. Cargo ou função Forma de tratamento Abreviatura Vocativo (**) Endereçamento (**) Almirante Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Almirante A Sua Exa. o Sr. Arcebispo Sua/Vossa Excelência Reverendíssima V. Exa. Revma. Revmo. Sr. A Sua Exa. o Revmo. Sr. Bispo Sua/Vossa Excelência Reverendíssima V. Exa. Revma. Revmo. Sr. A Sua Exa. o Revmo. Sr. Brigadeiro Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Brigadeiro A Sua Exa. o Sr. Cardeal Sua/Vossa Eminência Reverendíssima (ou Eminência) V. Ema. Revma. ou Ema. Revmo. Sr. Cardeal A Sua Ema. o Sr. Cônego Sua/Vossa Reverendíssima V. Revma. Revmo. Sr. Côn. A Sua Revma. o Sr. Cônsul Sua/Vossa Senhoria V. Sa. Sr. Cônsul Ao Sr. Coronel Sua/Vossa Senhoria V. Sa. Sr. Coronel Ao Sr. Deputado Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Deputado A Sua Exa. o Sr. Embaixador Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Embaixador A Sua Exa. o Sr. Frade Sua/Vossa Reverendíssima V. Revma. Revmo. Sr. Frade A Sua Revma. o Sr. Freira Sua/Vossa Reverendíssima V. Revma. Revma. Irmã A Sua Revma. General Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. General A Sua Exa. o Sr. Governador de Estado Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Governador A Sua Exa. o Sr. Irmã (madre, sóror) Sua/Vossa Reverendíssima V. Revma. Revma. Irmã (ou Madre ou Sóror) A Sua Revma. Juiz Sua/Vossa Excelência (ou Meritíssimo) V. Exa. Sr. Juiz A Sua Exa. o Sr. Major Sua/Vossa Senhoria V. Sa. Sr. Major Ao Sr. Marechal Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Marechal A Sua Exa. o Sr. Ministro Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Ministro A Sua Exa. o Sr. Monsenhor Sua/Vossa Reverendíssima V. Revma. Revmo. Sr. Monsenhor A Sua Revma. o Sr. Padre Sua/Vossa Reverendíssima V. Revma. Revmo. Sr. Padre A Sua Revma. o Sr. Papa Sua/Vossa Santidade (ou Beatitude) V. S. Beatíssimo (ou Santíssimo) Sr. Padre A Sua S. Patriarca Sua/Vossa Excelência Reverendíssima (ou Beatitude) V. Exa. Revma. Revmo. (ou Beatíssimo) Padre A Sua Exa. Revma. o Sr. Prefeito Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Prefeito A Sua Exa. o Sr. Presidente (da República, do Congresso Nacional ou do STF) Sua/Vossa Excelência Não é adequado abreviar Excelentíssimo Senhor A Sua Exa. o Sr. Reitor Sua/Vossa Magnificência V. Maga. Magnífico Reitor A Sua Maga. o Sr. Secretário de Estado Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Secretário A Sua Exa. o Sr. Senador Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Senador A Sua Exa. o Sr. Tenente-coronel Sua/Vossa Senhoria V. Sa. Sr. Ten.-Cel. Ao Sr. Vereador Sua/Vossa Excelência V. Exa. Sr. Vereador A Sua Exa. o Sr. Demais autoridades, oficiais e particulares Sua/Vossa Senhoria V. Sa. Sr. Ao Sr. (**) O Vocativo e o Endereçamento apresentam formas de tratamento abreviadas para melhor compor a tabela, contudo, na comunicação oficial aconselha-se a grafia por extenso. 1 Tabela extraída do Manual de redação oficial do estado de São Paulo, publicação ainda no prelo na data de elaboração deste manual. 13 Como a concordância de pronomes de tratamento é motivo de constante dúvida, seguem algumas orientações. - Conjugação verbal: os pronomes de tratamento são de terceira pessoa (singular ou plural), portanto tudo o que se referir a eles deverá estar nessa pessoa. Exemplo: Vossa Senhoria contribuístes muito para o andamento do projeto. (errado) Vossa Senhoria contribuiu muito para o andamento do projeto. (certo) Vossa Excelência foi devidamente informado por vossa equipe. (errado) Vossa Excelência foi devidamente informado por sua equipe. (certo) Vossa Senhoria recebeu o pedido que vos enviei? (errado) Vossa Senhoria recebeu o pedido que lhe enviei? (certo) - Conjugação de gênero: os adjetivos devem ser flexionados de acordo com o gênero a que se referem. Exemplo: Vossa Excelência está ocupada? (referindo-se a uma autoridade do sexo feminino) Vossa Excelência está ocupado? (referindo-se a uma autoridade do sexo masculino) - Vocativo: deve ser dispensado o uso do pronome possessivo (Vossa, Sua) quando o pronome de tratamento compuser um vocativo. Exemplo: Atenção, Vossa Excelência! (errado) Atenção, Excelência! (certo) - Adequação de pronomes possessivos: o pronome Vossa deve ser empregado quando a mensagem se referir a quem a comunicação é dirigida. O pronome Sua deve ser utilizado quando a mensagem se referir a uma terceira pessoa, a quem a comunicação não é dirigida. Exemplo: Informamos a Vossa Excelência que... (comunicação direta com a autoridade) Sua Excelência não foi informado em tempo hábil. (referência indireta à autoridade) - Pluralização: deve ser utilizada a letra s antes do ponto da segunda palavra abreviada. 14 Exemplo: V. Exas. (Vossas Excelências) V. Sas. (Vossas Senhorias) - Endereçamento: no envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência, deve ter a seguinte forma: A Sua Excelência o Senhor FULANO DE TAL Governador do Estado de São Paulo Av. Morumbi, 4.500 Morumbi 05650-905 São Paulo - SP Demais autoridades devem ser tratadas por Vossa Senhoria: Ao Senhor FULANO DE TAL Chefe de Gabinete da Secretaria da Fazenda Av. Rangel Pestana, 300 – 5º andar 01017-911 São Paulo - SP Ainda sobre formas de tratamento, o item 3 da Instrução Normativa Safed 4, de 06/03/1992 elimina expressamente, mas com justificativas, o uso de algumas formas consagradas de tratamento em comunicação oficial. São os termos: - Digníssimo (DD.): a dignidade é pressuposto para que se ocupe qualquer cargo público. - Ilustríssimo (Ilmo.): para autoridades que recebem o tratamento de Vossa Senhoria e para particulares. Basta que o termo seja substituído por Senhor. - Doutor (Dr.): não é forma de tratamento, e sim título acadêmico. Deve-se empregá- lo em comunicações dirigidas a pessoas que tenham concluído curso de doutorado. Nos demais tratamentos, Senhor é o termo recomendado. 1.3 Plural de modéstia Como a redação oficial deve ser elaborada em nome do estado, entidade coletiva, é cabível o uso do plural de modéstia, primeira pessoa do plural. Contudo, nesses casos apenas o verbo é flexionado em concordância com o pronome, o predicativo não. Exemplo: Estamos cientes. (errado) Estamos ciente. (certo) 15 1.4 Siglas As regras para grafia de siglas são simples: a) Siglas formadas por até três letras sempre devem ser grafadas em maiúsculas. Exemplo: TIT, AFR, CAF, CPM b) Siglas formadas por mais de três letras que criam uma palavra, tem somente a letra inicial grafada em maiúscula. Exemplo: Fazesp, Deat, Codec c) Siglas formadas por mais de três letras que não criam uma palavra, devem ser grafadas em maiúsculas. Exemplo: DDPE, IPVA, ICMS, ITCMD d) Siglas não necessitam de pontos abreviativos. Exemplo: A.I.I.M. (errado) AIIM (certo) 1.5 Abreviaturas Sempre que possível, devem ser utilizadas abreviaturas já consagradas. Abreviaturas que fazem sentido para poucas pessoas ou somente para quem as utilizou devem ser evitadas. a) Todas as abreviaturas devem ser finalizadas com um ponto. Exemplo: proc. (processo), etc. (et caetera) b) Nas abreviaturas, a acentuação da palavra deve ser mantida. Exemplo: séc. (século) 16 c) A grafia de maiúscula e minúscula em abreviatura é variável. Exemplo: Obs. obs. d) As abreviaturas são pluralizáveis. Exemplo: vol. vols. 1.6 Símbolos A principal diferença entre a abreviatura e o símbolo é que a primeira é uma redução, convencionada, ou não, de uma palavra; o segundo é um padrão de medida. Por isso, as regras utilizadas para entender as abreviações devem ser desprezadas para compreender os símbolos. É importante não confundir um com o outro. Para grafar símbolos, devem ser consideras as seguintes regras: a) Não devem ser acrescidas mais letras aos símbolos. Exemplo: 5mts (errado) 5m (certo) b) Os símbolos não devem ser pluralizados. Exemplo: 3kgs (errado) 3kg (certo) c) Não deve ser utilizado ponto final depois do símbolo. Exemplo: 12h30min. (errado) 12h30min (certo) Obs.: Se já for expresso o símbolo da hora (h), o uso do símbolo para minuto (min) é facultativo. O mesmo raciocínio deve ser seguido para o símbolo de segundo (s): se já for expresso o símbolo do minuto, o uso do símbolo para segundo é facultativo. Contudo, para evitar confusão, se na expressão estiverem quantificados hora, minuto e segundo, devem ser utilizados todos os símbolos equivalentes. 17 Exemplos: 12h30min ou 12h30 30min10s ou 30min10 12h30min10s d) A grafia de maiúscula e minúscula em símbolos é invariável. Exemplo: 30ºc (errado) 30ºC (certo) 1.7 Numerais Sobre numerais, seguem alguns procedimentos. Há formas específicas para cada tipo de numeral. No entanto, uma regra vale para todos: deve-se evitar o início de frase grafada com algarismo. Exemplo: 150 processos foram protocolados nesta semana no TIT. (errado) Cento e cinqüenta processos foram protocolados nesta semana no TIT. (certo) a) Números cardinais Devem ser grafados por extenso somente os numerais cardinais que formam uma única palavra. Exemplo: Neste mês, 18 servidores tiraram licença médica. (errado) Neste mês, dezoito servidores tiraram licença médica. (certo) b) Números ordinais b1) Devem ser grafados por extenso somente os numerais ordinais de um a dez. Exemplo: Esta é a 3ª vez que a Sefaz participa do Prêmio Mário Covas. (errado) Esta é a terceira vez que a Sefaz participa do Prêmio Mário Covas. (certo) b2) A partir do 11º, os numerais devem ser representados por número, sem grafia por extenso. 18 Exemplo: Esta é a 13ª (décima terceira) Resposta à Consulta elaborada pela CT nesta semana. (errado) Esta é a 13ª Resposta à Consulta elaborada pela CT nesta semana. (certo) c) Porcentagem c1) A expressão por cento deve ser grafada por extenso somente quando o numeral constituir uma única palavra. Exemplo: A arrecadação diminuiu 5,5 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. (errado) A arrecadação diminuiu cinco por cento em relação ao mesmo período do ano anterior. (certo) c2) O numeral constituído por mais de uma palavra deve ser grafado na forma numérica, seguido do símbolo para porcentagem (%) sem espaço. Exemplo: O valor da arrecadação do ICMS aumentou vinte e um por cento. (errado) O valor da arrecadação do ICMS aumentou 21%. (certo) c3) O numeral grafado em algarismos arábicos, seguido do símbolo para porcentagem (%) não necessita de grafia por extenso. Exemplo: Ainda falta julgar 32% (trinta e dois por cento) dos processos. (errado) Ainda falta julgar 32% dos processos. (certo) d) Valores monetários Os valores monetários devem ser expressos em algarismos, seguidos de indicação por extenso entre parênteses. Exemplo: Essa empresa apresenta R$ 150.000,00 de débito fiscal. (errado) Essa empresa apresenta R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) de débito fiscal. (certo) e) Datas A indicação do ano não deve conter ponto entre a casa do milhar e da centena. Exemplo: 19 2.007 (errado) 2007 (certo) 1.8 Citação de texto legal a) No corpo de um texto, a primeira referência a texto legal deve indicar o tipo de ato normativo, número e data, sem abreviação de mês e ano. Nas referências subseqüentes, podem ser indicados apenas o tipo de ato, o número e o ano. Exemplos: Decreto nº 42.224, 16 de setembro de 1997. (primeira citação) Decreto nº 42.224/97 (a partir da segunda citação no mesmo texto) b) Na citação de atos normativos articulados, deve ser obedecida a estrutura hierárquica, crescente ou decrescente, dos agrupamentos de articulação. Exemplos: ... conforme alínea e, inciso I, art. 4º do RICMS ... conforme o RICMS (art. 4°, I, e) 20 CAPÍTULO 2 ATOS ADMINISTRATIVOS 2.1 Considerações gerais Oriundos do contexto da Revolução Francesa (1789), os atos administrativos foram criados para atender a uma necessidade presente desde aquela época: a obrigatoriedade de a administração pública fundamentar legalmente seus atos. Com isso, surgiu o princípio da legalidade, uma das diretrizes norteadoras da atuação do estado, que a partir de então teve formas reguladas para exteriorização do poder exercido (HORBACH, 2007, p. 25). Segundo Mello (2007, p. 371), os atos administrativos são declarações do estado, complementares à lei ou à própria Constituição, que manifestam e produzem efeitos de direito. Com isso, é possível concluir que a finalidade e o conteúdo são imanentes ao próprio ato administrativo, podendo ser observadas no verbo que comumente o inicia: certificar, declarar, resolver, extinguir, deliberar, avisar, notificar, comunicar, criar e outros. A função administrativa dos atos formais e escritos é instrumentalizada em diversas formas que se diferenciam mais pela competência administrativa do sujeito do que pelo conteúdo de fato. Para exemplificar, podem ser relacionados: decreto, resolução, instrução, portaria, ordem de serviço, deliberação e outros (JUSTEN FILHO, 2006, p. 216). Quanto ao conteúdo, os atos administrativos formais escritos apresentam natureza e teor muito distintos. Entre esses podem ser citados: regulamento, licença, autorização, permissão, concessão, homologação, aprovação etc. (JUSTEN FILHO, 2006, p. 218). São considerados oficiais todos os atos publicados no DOE, mesmo os atos com finalidade executiva, como é o caso dos contratos administrativos. Este manual discorre sobre: a) atos normativos, que guardam semelhança com os atos legislativos; b) atos processuais, similares aos jurisdicionais; e c) atos de comunicação, elaborados no exercício de funções administrativas. São atos administrativos todos os aqui relacionados ainda que com semelhança a atos elaborados pelos Poderes Legislativo e Judiciário. Isso porque os departamentos da Sefaz possuem apenas competência administrativa, mesmo considerando a atuação da Consultoria Tributária - CT, na elaboração dos atos normativos, ou do Tribunal de Impostos e Taxas - TIT, na elaboração dos atos processuais. 21 2.2 Composição e padronização Na elaboração dos atos administrativos, mais importante que o rigor milimétrico de formatação é o entendimento de qual ato é mais adequado à necessidade, e também a compreensão da natureza e da forma de elaboração de cada um. É importante também a compreensão da finalidade dos elementos de composição de um ato administrativo. Por isso, seguem os elementos constitutivos e estruturais comuns a quase todos os atos administrativos. 2.2.1 Cabeçalho Todo documento público deve ser passível de identificação por qualquer pessoa, tanto no contexto da administração pública quanto fora dele. Daí a importância do cabeçalho, primeira informação que deve constar em todas as folhas dos atos administrativos, não só na primeira. Composição: a representação da estrutura administrativa deve estar em ordem hierárquica decrescente, até o nível da unidade responsável pela publicação do ato, com o brasão do estado disposto ao lado esquerdo, não acima da descrição da hierarquia. Para evitar cabeçalho extenso, a estrutura administrativa representada não deve ultrapassar quatro níveis, sendo que: a) o primeiro nível hierárquico deve ser sempre o governo do estado; b) o segundo nível, a Sefaz; c) o último nível, a unidade responsável pela elaboração do documento. Quando necessário, podem ser suprimidos do cabeçalho os níveis intermediários que não comprometam o entendimento da organização hierárquica. Obs.: O cabeçalho não pode ser composto apenas por siglas. Quando houver siglas, a grafia por extenso do nome do órgão ou unidade deve antecedê-las. Formatação: O cabeçalho deve ser centralizado, grafado em letras maiúsculas, em negrito e com tamanho decrescente de fonte. Fica melhor organizado quando elaborado em tabelas, que devem ter as bordas invisíveis. 22 Hierarquia administrativa em ordem decrescente e de nível e tamanho de fonte Modelo 1 Exemplo: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DEPTO. DE SUPRIMENTOS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES NÚCLEO DE COMPRAS E CONTRATOS Obs.: No exemplo acima, não é necessário constar a Coordenadoria Geral de Administração (CGA) e a Divisão de Suprimentos para que se possa entender a origem do documento, pois essa hierarquia intermediária pode ser compreendida de modo intuitivo. Modelo 2 Nos atos de comunicação, principalmente no ofício, além da estrutura hierárquica deve estar expresso o endereço completo e o telefone da unidade responsável pelo documento. Endereço e telefone devem estar indicados em apenas duas linhas, grafados em letra minúscula, sem negrito e tamanho de fonte menor que o utilizado para indicar o último nível hierárquico. Exemplo: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA ESCOLA FAZENDÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO Av. Rangel Pestana, 300 17º andar - 01017-911 São Paulo – SP Tel.: (11) 3243-3806 - Fax: (11) 3243-3609 Modelo 3 É comum que os atos processuais excedam uma folha. Por isso, para facilitar a identificação do documento, caso alguma folha se extravie, no cabeçalho desses atos devem estar expressos dados que possibilitem a identificação do documento em todas as folhas. Esses dados são: 23 a) Interessado: pessoa, física ou jurídica, a quem interessa o esclarecimento da controvérsia; b) Assunto: tema principal do processo; c) Do: tipo, número e ano do documento matriz que originou o processo. Ex.: Processo SF 0000-0000/2007; d) Proc.: número do processo; e) Fls.: número das páginas no contexto do processo, não número das folhas dos atos isoladamente. As folhas estabelecem a ordem, física e cronológica, do ato; f) Rubrica: visto que evidencia que a folha é realmente um documento, não uma minuta. Nenhuma informação deve anteceder o cabeçalho, por isso os dados que permitem a identificação do documento devem ocupar posição inferior à representação da estrutura administrativa. Como são documentos dependentes, com sentido apenas no contexto de um processo, nos atos processuais não há necessidade de dados sobre endereço. Exemplo: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DEPTO. DE SUPRIMENTOS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES NÚCLEO DE COMPRAS E CONTRATOS Interessado: Assunto: Do: Proc.: Fls.: Rubrica: .............. Modelo 4 Nos processos julgados pelo TIT, é necessário que outros dados do processo também componham o cabeçalho, que deve apresentar o seguinte formato: b) Recorrente: parte que interpõe o recurso; c) Recorrido: parte que se defende do recurso interposto; d) Relator: Juiz que faz o relatório dos fatos pertinentes à compreensão do processo; e) Recurso: tipo de recurso (ordinário, especial); f) Câmara: identificação da câmara julgadora do processo; 24 g) AIIM: número e ano do documento matriz que originou o processo; h) Sustentação oral: indicação de necessidade ou não de sustentação oral; i) Proc.: número do processo; j) Fls.: número das páginas no contexto do processo, não número das folhas dos atos isoladamente. As folhas estabelecem a ordem, física e cronológica, do ato; k) Rubrica: visto que evidencia que a folha é realmente um documento, não uma minuta. Exemplo: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA TRIBUNAL DE IMPOSTOS E TAXAS Recorrente: Recorrido: Relator: Recurso: Sustentação oral: Câmara: AIIM: Proc.: Fls.: Rubrica: ................... 2.2.2 Epígrafe A denominação do ato normativo, a sigla (quando for o caso), o número e a marcação temporal devem ser grafados por extenso, em letras maiúsculas e em negrito. Exemplo: COMUNICADO DOF Nº XX, DE XX DE DEZEMBRO DE 2007 2.2.3 Identificação do documento Os atos devem ser grafados por extenso, em letras maiúsculas e em negrito. Nos atos com numeração seqüencial, o número e a sigla da unidade que originou o ato devem ser separados por barra oblíqua (/). Nos atos normativos e processuais, a denominação e o número devem ser centralizados; nos documentos administrativos e atos de comunicação, alinhados à esquerda. Exemplo: PARECER Nº 18/CT PORTARIA CAT Nº 70, DE 09 DE MAIO DE 2008 OFÍCIO Nº 15/DRH 25 2.2.4 Ementa Todo o texto da ementa deve estar em negrito. De acordo com o tipo do ato, no resumo do assunto a ser tratado há algumas diferenças. Modelo 1 Nos atos normativos, quando houver alteração de norma em vigor, além do resumo, deve ser feita referência ao número e ao ato alterado. Exemplo: Altera dispositivos da Resolução SF-42/2001, que dispõe sobre a Promoção por Merecimento da classe de Agente Fiscal de Rendas Modelo 2 Nas ementas de Resposta à Consulta e de Decisão Normativa, devem ser referenciados não só os dispositivos legais, como também o posicionamento do consultor. Exemplo: ICMS – Produtos para higiene exclusivamente animal – Redução da base de cálculo a que se refere o artigo 34, IX, do Anexo II do RICMS/2000 – Inaplicabilidade. Modelo 3 Nos atos processuais, é importante que, na ementa, sejam pontualmente referenciados os dispositivos legais e os jurisprudenciais citados no decorrer da peça processual. Também deve ser apresentado o posicionamento do relator. Exemplo: ICMS – Importação de bens de ativo por não- contribuinte, antes da Emenda 33/2001 – Súmula 7 reconhecendo não-incidência – Não conhecimento do apelo fazendário. 2.2.5 Vocativo No uso de vocativos, deve ser considerada a adequação dos pronomes de tratamento, em seguida, referência à função administrativa do interlocutor, alinhados à esquerda e com a finalização por vírgula (,). Exemplos: Senhor Governador, Senhor Diretor do Núcleo de Protocolo e Arquivo, 26 2.2.6 Invocação As invocações devem ser iniciadas por “Ao” ou seus derivados, de acordo com número e gênero do(s) interlocutor(es). Esse recurso é usado somente em alguns atos de comunicação e no endereçamento de correspondência. Também nas invocações deve ser considerada a adequação dos pronomes de tratamento, seguidos da referência à função administrativa do interlocutor, alinhados à esquerda. Exemplos: À Sua Excelência o Senhor Governador Ao Senhor Diretor do Núcleo de Compras e Contratos 2.2.7 Local e data Local e data devem estar alinhados à direita, com a data grafada por extenso, e finalizados com ponto-final (.). Em atos de comunicação, local e data devem estar localizados na parte superior do documento. No caso de decretos, o local deve ser a sede do governo, ou seja, o Palácio dos Bandeirantes (grafado em letras maiúsculas e em negrito), seguido de data por extenso. Exemplos: PALÁCIO DOS BANDEIRANTES, 10 de dezembro de 2007. São Paulo, 10 de dezembro de 2007. 2.2.8 Fecho Os fechos devem ser centralizados e finalizados com vírgula (,). a) para autoridades superiores, inclusive o Presidente da República: Respeitosamente, b) para autoridades de mesma hierarquia ou de hierarquia inferior: Atenciosamente, Obs.: Dessa fórmula foram excluídas as comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios. 27 2.2.9 Identificação do signatário A forma da identificação do signatário deve ser a seguinte: Exemplo: [espaço para assinatura] FULANO DE TAL [cargo ou função] O nome deve ser grafado em maiúsculas e em negrito e o cargo ou a função deve estar associado à unidade em que a autoridade está em exercício. Exemplo: Diretor Técnico de Serviços da Fazenda Estadual (inadequado) Diretor do Núcleo de Compras e Contratos (adequado) Assistente Técnico Fazendário II (inadequado) Auditor da CCA-2 (adequado) Quando houver necessidade de assinatura de duas autoridades, técnicas ou administrativas, ambas devem estar espacialmente simétricas. Exemplo: [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Auditor da CCA-X [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Auditor da CCA-X 2.2.10 Visto Há necessidade de visto de autoridade hierarquicamente superior em ato administrativo em duas situações: a) quando um técnico assina o ato, como é comum em casos de relatório de auditoria e também em pareceres; b) quando o servidor, em cargo de chefia ou não, assina um ato destinado a uma autoridade hierárquica superior, dois níveis ou mais (ver Exemplo de Requerimento para Afastamento de Servidor, p. 102). Nesses casos, as autoridades hierárquicas intermediárias devem dar um visto no documento, usando a expressão “De acordo.”, seguida de assinatura, nome e cargo do(s) superior(es) hierárquico(s), mediato e imediato. 28 Exemplo: De acordo. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor do DRH 2.2.11 Iniciais Nem sempre a autoridade competente para assinar o ato é responsável pela redação do texto. Nesse caso, há um autor para o texto e, às vezes, uma terceira pessoa responsável pela digitação. Quando essa situação ocorrer, as iniciais do nome, tanto do autor quanto do digitador, devem constar na parte inferior esquerda. Sendo que as iniciais do autor devem ser grafadas em letras maiúsculas e as do digitador, em minúsculas. Ambas separadas por barra oblíqua (/). Exemplo: AMS/clb Quando o autor do texto for a mesma pessoa responsável pela digitação, mas não a autoridade competente para assinar o ato, as iniciais do autor/digitador também devem constar no documento, em letras maiúsculas, antecedida por barra oblíqua (/), na parte inferior esquerda do texto. Exemplo: /AMS 2.2.12 Indicação de encaminhamento No final dos atos processuais, parte inferior direita, deve constar sigla da unidade ou do departamento ao qual o processo deve ser encaminhado. 2.2.13 Endereçamento O endereçamento indicado tanto no ato de comunicação quanto no envelope postal deve obedecer a seguinte ordem de apresentação: Tratamento de cortesia Nome do destinatário Cargo Nome da rua, número complemento Bairro CEP Cidade - UF 29 Exemplo: A Sua Excelência o Senhor FULANO DE TAL Secretário de Economia e Planejamento Rua Iguatemi, 107 12º andar Itaim Bibi 01451-011 São Paulo – SP 30 2.3 Atos normativos 2.3.1 Considerações gerais Entende-se por atos normativos os que estabelecem normas ou regras com vistas à correta aplicação da lei. Entre os três tipos de atos administrativos classificados por este manual, os normativos são os que apresentam abrangência mais ampla, necessitando de cuidado ainda maior durante sua elaboração. Sobre isso, o anexo do Decreto 4.176, de 28 de março de 2002 relaciona “questões que devem ser analisadas na elaboração de atos normativos no âmbito do poder executivo”. Quanto às características estruturais, os atos normativos podem ser: - Articulados: quando encerram mais de um comando. Os que contêm regras de caráter geral recebem numeração renovada anualmente. - Não articulados ou simplificados: quando o assunto tratado se auto-encerra (nomeação, designação, promoção, exoneração, dispensa e outros). Os não articulados não são numerados, sendo identificados pelo nome do interessado e pela data de publicação. Por terem estrutura mais simples, os atos não articulados não necessitam apresentar ementa. - Conjuntos: quando dois ou mais órgãos publicam o ato conjuntamente. Geralmente, os atos conjuntos, por disporem de temas mais complexos, apresentam estrutura articulada. Dentre as estruturas expostas, os atos articulados apresentam maior complexidade na elaboração. 2.3.2 Atos normativos articulados Para melhor compreensão e leitura de atos normativos articulados, é necessário entender sua sistemática. A) Sistemática da articulação A articulação é organizada por agrupamentos de unidades, estabelecendo uma relação semelhante à de gênero e espécie. Quanto mais complexo, mais agrupamentos o ato terá, como é o caso do Regulamento do ICMS. As maiores unidades de agrupamentos em termos hierárquicos são as partes, que podem se desdobrar em Parte Geral e Parte Especial ou ser subdivididas em partes organizadas em numerais ordinais grafados por extenso. 31 Após as partes, seqüencialmente seguem os livros, os títulos, os capítulos, as seções e as subseções. Todas essas unidades de agrupamento devem ser grafadas em letras maiúsculas, identificadas por algarismos romanos e em negrito, ou caracteres que as coloquem em realce. Em seqüência às subseções, seguem os artigos, que também poderão compreender agrupamentos em Disposições Preliminares, Gerais e Finais. Os que não tiverem caráter permanente constituirão as Disposições Transitórias com numeração própria. Caso a disposição transitória tenha um único comando, este deverá ser grafado como artigo único. Até a subseção, os agrupamentos são apenas estruturais, para organizar o texto legislativo. Somente a partir do artigo é que essas unidades de agrupamentos são compostas pelo texto legislativo de fato. Parte -> Livro -> Título -> Capítulo -> Seção -> Subseção -> artigo -> parágrafo -> inciso -> alínea -> item Com isso, seguem as peculiaridades de cada parte que compõe o texto legal. a) Artigo O artigo representa a unidade básica de divisão, ordenado por numeração ordinal até o nono artigo (Art. 9º) e numeração cardinal a partir do décimo (Art. 10). No artigo, deve estar contido um único assunto em que é expressa a norma geral. Caso o assunto necessite de desdobramentos, a norma geral comporá o caput (cabeça de artigo), e as complementações, exceções e particularidades devem ser apresentadas em forma de parágrafos e incisos. b) Parágrafo Representado pelo sinal gráfico §, o parágrafo é a disposição secundária de um artigo em que é explicada ou modificada a disposição principal, o caput do artigo. O parágrafo também é ordenado por numeração ordinal até o nono artigo (§ 9º) e numeração cardinal a partir do décimo (§ 10). Quando houver apenas um parágrafo, adota-se a expressão Parágrafo único, e não § único. Os textos dos parágrafos devem ser iniciados com letras maiúsculas e encerrados com ponto final (.). c) Inciso Para melhor compreensão do texto, há situações em que é necessário subdividir o assunto em partes. No contexto do artigo essa divisão se dá por meio dos incisos, unidades que discriminam o assunto tratado no artigo. Não se trata de complementação ou exceção, mas apenas subdivisão do assunto, que se tornaria de difícil compreensão se todo seu conteúdo fosse veiculado no caput do artigo. O inciso deve ser enumerado, 32 seqüencialmente, por algarismo romano maiúsculo, seguido de hífen, sem a necessidade da grafia do termo inciso: I-; II-; III-. Os textos dos incisos devem ser iniciados com letras minúsculas, encerrados com ponto-e-vírgula (;), com exceção do último inciso, que deverá ser encerrado com ponto final (.). Se a função do inciso é organizar o assunto tratado pelo artigo, desdobrando-o para esclarecê-lo, não há sentido em artigo desmembrado em apenas um inciso, por isso, não pode haver inciso único. d) Alínea As alíneas são unidades que tratam de particularidades ou complementações do conteúdo expresso no inciso. São grafadas com as letras do alfabeto português em minúsculo de a a z, seguida de parênteses: a); b). Os textos das alíneas devem ser iniciados com letras minúsculas, encerrados com ponto-e-vírgula (;), com exceção da última alínea, que deverá ser encerrada com ponto final (.). Se a função da alínea é organizar o assunto tratado pelo inciso, não há sentido em inciso desmembrado em apenas uma alínea, por isso, não pode haver alínea única. e) Item Item é o desdobramento da alínea e do parágrafo, permitindo detalhar as complementações necessárias para o entendimento dos dispositivos. O item é grafado com números arábicos, seguidos de ponto: 1.; 2.; 3. Os textos dos itens devem ser iniciados com letras minúsculas, encerrados com ponto-e-vírgula (;), com exceção do último item, que deverá ser encerrado com ponto final (.). Se a função do item é organizar o assunto tratado pela alínea, não há sentido em alínea desmembrada em apenas um item, por isso, não pode haver item único. B) Alteração, vigência e revogação de atos normativos Sobre as regras para alteração, vigência e revogação, a LC 863/99 apresenta as seguintes orientações: a) Alteração Os atos normativos devem ser alterados mediante os critérios: - Reprodução integral: quando a alteração for considerável, deve ser emitido um novo texto; - Revogação parcial: quando forem alterados apenas alguns dispositivos; 33 - Substituição no próprio texto: quando houver acréscimo(s) de dispositivo(s) ou alteração de dispositivo(s) no próprio texto, devem ser observadas as seguintes regras: - artigos, subseções, seções, capítulos, títulos, livros e partes não podem ser renumerados. Devem ser utilizados os mesmos números de artigo ou agrupamento, seguido de letras maiúsculas, em ordem alfabética, tantas quantas forem suficientes para identificar os acréscimos; - os números de dispositivos revogados não podem ser reaproveitados; - é admissível reordenação interna das unidades de desdobramento de artigos, desde que identificada por alteração de redação, supressão ou acréscimo das letras maiúsculas NR (nova redação) entre parênteses, uma única vez ao final. b) Vigência A vigência do ato normativo deve ser indicada de forma expressa, sendo que a maior parte dos atos entra em vigor na data de sua publicação. Usualmente, a vigência é explicitada no penúltimo artigo do texto, antecedendo a cláusula de revogação. c) Revogação A cláusula de revogação, se necessária, ocorre no último artigo do texto. O artigo de revogação deve conter expressamente todos os atos ou disposições revogadas a partir da vigência do novo ato. C) Composição e formatação de atos normativos articulados - Cabeçalho: (ver Modelo 1, p. 22) - Epígrafe: (ver p. 24) - Ementa: (ver Modelo 1, p. 25). A ementa deve estar 6,5 cm de distância da margem esquerda e espaçamento entre as linhas de 12 pontos. - Preâmbulo: parágrafo que apresenta a fundamentação legal. No caso de decretos, o preâmbulo inicia-se com o nome do chefe do Governo e de seu cargo, em letras maiúsculas e em negrito, seguidos da expressão “no uso de suas atribuições legais” ou do fundamento legal que ampare o ato, em letras minúsculas sem negrito, terminando em vírgula. Os demais atos normativos articulados são iniciados com o cargo do titular da pasta em letras maiúsculas e em negrito. Após, deve seguir o fundamento legal que ampara o ato, em letras minúsculas e sem negrito, terminando em vírgula. Quanto às 34 medidas, a primeira linha deve ter 5 cm de distância da margem esquerda e as demais linhas 2,5 cm, com espaçamento entre linhas de 24 pontos. - Considerandos: motivações legais ou administrativas que fundamentam ou orientam a expedição do ato. Essas considerações são dispostas em parágrafos distintos, separados por ponto-e-vírgula (;). Se houver um único considerando, ele deve ser incorporado ao preâmbulo logo após a fundamentação legal. Havendo mais de um, devem ser articulados separadamente, com a expressão considerando em negrito. Quanto às medidas, a primeira linha deve ter 5 cm de distância da margem esquerda e as demais, 2,5 cm, com espaçamento entre linhas de 24 pontos. - Expressão de comando: termo que expressa a finalidade do ato (decretar, resolver, decidir e outros). No caso de decretos, a expressão Decreta deve iniciar-se em outro parágrafo com maiúscula e demais minúsculas, seguida de dois pontos (:), com espaçamento entre as letras. Nos demais atos, a expressão de comando não é apresentada em parágrafo separado, nem possui grafia diferenciada. Ela simplesmente finaliza a fundamentação legal ou os considerandos, conforme o caso (ver exemplo de Resolução, p. 38 e de Portaria, p. 40). No caso dos decretos, a expressão de comando deve estar a 5 cm de distância da margem esquerda. - Texto: conteúdo articulado (ver Sistemática da articulação, p. 30), cláusulas de vigência e, se for o caso, de revogação (ver Alteração, vigência e revogação de atos normativos articulados, p. 32). No que se refere às medidas, o artigo e sua numeração correspondente devem estar em negrito a 5 cm de distância da margem esquerda da folha. As linhas seguintes devem ter 2,5 cm, com espaçamento entre linhas de exatamente 24 pontos. Os demais dispositivos (inciso, alínea, item e parágrafo), em termos de formatação, devem obedecer às mesmas regras referentes ao artigo. Não deve ser utilizado marcador para inciso, alínea ou item. - Local e data: (ver p. 26). Quanto às medidas, devem estar a 5 cm de distância da margem esquerda da folha, com espaço para a data da assinatura. - Identificação do signatário: (ver p. 27). A identificação do signatário deve constar à direita do texto, logo após local e data. Não há medidas explícitas para formatação. - Referendos: no caso de decretos, após assinado e publicado no DOE, o ato normativo seguirá para o referendo do secretário de estado da área com a qual a matéria tratada tem vinculação. Nessa ocasião o nome da autoridade que deverá referendá-lo será acrescentado ao decreto pela unidade competente da publicação. - Fonte: Courier New tamanho 12. 35 - Paginação: a partir da segunda página, à margem lateral direita. - Margens: Superior: 3 cm; Inferior: 2,5 cm; Lateral direita: 1,5 cm; Lateral esquerda: 2,5 cm. Uma vez apresentados elementos e características que compõem o ato normativo, seguem suas formas de exteriorização. 36 2.3.3 Formas de atos normativos a) Decreto Destinado ao público em geral, o decreto tem a finalidade de regulamentar leis e dispor sobre organização administrativa, matérias tributária, orçamentária, financeira e de recursos humanos. Não é função do decreto apresentar conteúdo ou destinação definidos de modo exaustivo; para isso é necessária publicação de outros atos mais específicos. Competência: Governador do Estado. Fundamento legal da competência: Lei 10.177/1998 (art. 12, I, a). Estrutura: (ver Composição e formatação de atos normativos articulados, pág. 32) Obs.: As minutas de decreto elaboradas na Sefaz devem ser encaminhadas, ao chefe de gabinete, em meio impresso e eletrônico, e acompanhadas de minuta de ofício dispondo sobre a exposição de motivos (ver p. 97) para a publicação do decreto. 37 Exemplo de Decreto GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO DECRETO Nº 52.381, DE 19 DE NOVEMBRO DE 2007 Institui regime especial de tributação do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS para contribuintes que realizarem operações com leite longa vida e laticínios FULANDO DE TAL, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o disposto nos artigos 38, § 6º e 112 da Lei 6.374, de 1º de março de 1989, D e c r e t a: Artigo 1° - Fica reduzida em cem por cento a base de cálculo do ICMS nas saídas internas de leite esterilizado (longa vida), classificado nos códigos 0401.10.10 e 0401.20.10 da Nomenclatura Brasileira de Mercadorias - Sistema Harmonizado - NBM/SH. Parágrafo único – [...] Artigo 2º - O estabelecimento fabricante de leite e laticínios, classificados no Capítulo 4 da Nomenclatura Brasileira de Mercadorias - Sistema Harmonizado - NBM/SH, que adquirir leite cru diretamente de produtor paulista, poderá creditar-se de 1% do valor correspondente a essas aquisições. Parágrafo único - O disposto neste artigo fica condicionado a que: [...] Artigo 3º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação [...] PALÁCIO DOS BANDEIRANTES, 19 de novembro de 2007. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Governador do Estado [espaço para assinatura] FULANO DE TAL X Secretário da Fazenda 1,5 cm 2,5 cm 2,5 cm 6,5 cm 2,5 cm 3 cm 38 b) Resolução Ato normativo com a finalidade de complementar e normatizar legislação tributária, orçamentária, financeira e de recursos humanos, além de dispor sobre todos os assuntos de competência da Sefaz. A resolução tem como destino o público em geral. Competência: Secretário da Fazenda. Fundamento legal da competência: Lei 10.177/1998 (art. 12, I, b). Estrutura: devem ser consultadas as orientações dispostas em Composição e formatação de atos normativos articulados (p. 33), considerando adaptações em: - Preâmbulo: a composição da fundamentação legal deve ser iniciada com a expressão “O SECRETÁRIO DA FAZENDA”, seguido dos dispositivos legais, se for o caso, que fundamentam sua competência e da expressão “resolve:”. 39 Exemplo de Resolução GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA GABINETE DO SECRETÁRIO RESOLUÇÃO SF Nº 45, DE 15 DE OUTUBRO DE 2007 Dispõe sobre modalidade de serviço de arrecadação por débito automático em conta corrente O SECRETÁRIO DA FAZENDA, considerando a celebração, pelo Conselho Nacional de Política Fazendária - Confaz, do Convênio ICMS 51, de 18 de abril de 2007, que autoriza o Estado de São Paulo e outros Estados da Federação a instituir programa de parcelamento de débitos fiscais relacionados com o ICM/ICMS, suas multas e demais acréscimos legais, vencidos até 31/12/2006; Considerando que o mencionado Convênio foi ratificado pelo Decreto nº 51.777, do dia 26, publicado no DOE de 27 de abril de 2007; Considerando, ainda, que o § 3º da Cláusula Segunda do citado Convênio impõe, como condição para adesão ao parcelamento, que o contribuinte autorize o débito automático das parcelas em conta corrente mantida em instituição bancária conveniada com a Secretaria da Fazenda, resolve: Artigo 1º - Os serviços de arrecadação previstos no artigo 12 da Resolução SF 40, de 11/12/2006 poderão ser efetuados também na modalidade de débito automático em conta corrente. Parágrafo único - Pela prestação do serviço previsto no caput será devida a remuneração de R$ 0,40 (quarenta centavos de real) por débito. Artigo 2º - Fica autorizada a inserção, no Modelo de Contrato de Prestação de Serviços anexo à Resolução SF 40/2006, da modalidade de arrecadação prevista no artigo anterior. Artigo 3º - Ficam estendidas, para a modalidade de arrecadação instituída por esta Resolução, as regras contidas na Resolução SF 40/2006. Artigo 4º - O serviço objeto desta Resolução será incluído nos contratos de arrecadação em vigor, celebrados sob a égide da Resolução SF 40, de 11/12/2006, mediante termo de aditamento. Artigo 5º - Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. São Paulo, 15 de outubro de 2007. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Secretário da Fazenda 40 c) Portaria Ato normativo com finalidade de estabelecer procedimentos relativos a pessoal, organização e funcionamento de serviços, além de orientação quanto à aplicação de textos legais. A portaria é destinada ao público em geral e a unidades internas. Embora as portarias sejam classificadas como ato interno, que não obriga particulares porque os cidadãos não estão sujeitos ao poder hierárquico da administração pública (MEIRELLES, 2007, p. 185), na Sefaz algumas portarias, como as publicadas pela Coordenaria de Administração Tributária - CAT, atingem particulares. Isso porque os contribuintes, mesmo não sujeitos ao poder hierárquico da Fazenda Pública Estadual, têm algumas obrigações a cumprir com relação ao Fisco. Competência: Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV, Diretores de departamento, de divisão e de serviço. Fundamento legal da competência: Lei 10.177/1998 (art. 12, II, a). Estrutura: devem ser consultadas as orientações dispostas em Composição e formatação de atos normativos articulados (p. 33), considerando adaptações em: - Preâmbulo: a composição da fundamentação legal deve apresentar o cargo da autoridade (sem citar o nome), seguido dos dispositivos legais (se for o caso) e da expressão “expede a seguinte portaria:” ou “expedem a seguinte portaria conjunta:”. 41 Exemplo de Portaria Conjunta GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA COORDENAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA PORTARIA CONJUNTA CAF-CO Nº 01, DE 02 DE JULHO DE 2007 OS COORDENADORES DA COORDENAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, DA SECRETARIA DA FAZENDA, E DA COORDENADORIA DE ORÇAMENTO, DA SECRETARIA DE ECONOMIA E PLANEJAMENTO, expedem a seguinte Portaria Conjunta: Artigo 1º - Os órgãos e entidades da administração direta e indireta, do Poder Executivo, quando da celebração de convênios para repasse de recursos a título de transferências voluntárias a municípios, entidades assistenciais e filantrópicas, sem fins lucrativos, Santas Casas e entidades assemelhadas, deverão, obrigatoriamente, preencher as seguintes informações no cadastramento de processos (Incprocess) do Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios - Siafem/SP: I - CNPJ do beneficiário; II - Código do município do beneficiário; III - Valor total do convênio; IV - Objeto descritivo do convênio; V - Data de início do convênio; VI - Data do término do convênio. Artigo 2º - ao preencher a Nota de Empenho, no campo destinado ao código do município, deverá ser utilizado o mesmo código definido no cadastramento do processo. Artigo 3º - Os convênios vigentes também deverão ser atualizados no Sistema Integrado de Administração Financeira para Estados e Municípios - Siafem/SP, com a complementação das informações a que se referem os incisos I a VI do artigo 1º desta Portaria Conjunta. Artigo 4º - a Contadoria Geral do Estado - CGE da Coordenação da Administração Financeira fornecerá as orientações necessárias para o cumprimento do disposto no artigo 3º desta Portaria Conjunta, assim como poderá expedir instruções complementares. Artigo 5º - Esta Portaria Conjunta entrará em vigor na data de sua publicação. São Paulo, XX de julho de 2007. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Coordenador da Administração Financeira [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Coordenador de Orçamento 42 d) Resposta à Consulta (RC) O Código Tributário Nacional dispõe sobre a possibilidade de o contribuinte formular perguntas à administração tributária com a finalidade de sanar dúvidas quanto à interpretação de dispositivo da legislação tributária aplicável a fato determinado. Em atendimento a este direito é emitida a RC, destinada ao consulente e aos demais interessados. As Respostas à Consulta de interesse geral podem ser convertidas em Decisão Normativa, por sugestão da Consultoria Tributária à CAT (ver p. 44). Competência: a CT é o setor com competência privativa na formulação da RC. Fundamento legal da competência: RICMS (arts. 510 a 526). Estrutura: Cabeçalho: (ver Modelo 1, p. 22) - Epígrafe: (ver p. 24) - Ementa: (ver Modelo 2, p. 25) - Texto: o texto da RC deve obedecer a seguinte estrutura: - Introdução: resumo da pergunta feita pelo contribuinte. Nessa parte, deve constar informação sobre a área de atuação do contribuinte, cuidando para que seja preservada sua identidade, seguida da dúvida apresentada. A dúvida do contribuinte pode ser expressa tanto de forma parafraseada quanto literal (citação entre aspas). - Desenvolvimento: resposta à dúvida. Nessa parte, visando esclarecer a dúvida do contribuinte, deve ser feita a interpretação de legislação tributária ou de doutrina aplicáveis ao caso. O desenvolvimento da RC pode ser feito em diversos parágrafos. - Conclusão: resumo da orientação dada. A conclusão deve ser redigida em apenas um parágrafo. A articulação não é a mesma usada nos outros atos normativos articulados (ver p. 30). Nas RCs, deve ser utilizada a numeração progressiva. - Local e data: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) - Visto: (ver p. 27) 43 Exemplo de Resposta à Consulta GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA CONSULTORIA TRIBUTÁRIA RESPOSTA À CONSULTA N° 158, DE 11 DE ABRIL DE 2006 ICMS - Operações internas com o produto croissant - Considerações A Consulente informa que "fabrica croissant, contendo a mistura de farinha, sal, fermento, ovos e manteiga, ... classificado na posição 1905.90.90 da NBM/SH". Indaga se pode usufruir da isenção do ICMS de que trata a Lei 12.058, de 26/9/2005. 2. A isenção mencionada pela Consulente consta do artigo 121 do Anexo I do RICMS/00 (acrescentado pelo artigo 1º do Decreto 50.093, de 7/10/2005). Dispõe o inciso V desse artigo: V - pão francês ou de sal, assim entendido aquele de consumo popular, obtido pela cocção de massa preparada com farinha de trigo, fermento biológico, água e sal, que não contenha ingrediente que venha a modificar o seu tipo, característica ou classificação e que seja produzido com o peso de até mil gramas, desde que classificado na posição 1905.90 da NBM/SH; (G.N.) [...] 4. Sendo assim, respondemos pela negativa, informando que o produto croissant, ainda que esteja classificado na posição 1905.90 da NBM/SH, não goza da isenção de que trata o inciso V do artigo 121 do Anexo I do RICMS. Aplica-se, às saídas internas do produto, o disposto no inciso XII do artigo 39 do Anexo II do RICMS, ou seja, redução da base de cálculo do imposto de forma que a carga tributária corresponda ao percentual de doze por cento, desde que atendidos todos os requisitos previstos neste artigo. São Paulo, 11 de abril de 2006. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Consultor Tributário De acordo. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Consultor Tributário Chefe - 2ª ACT De acordo. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor Adjunto da Consultoria Tributária 44 e) Decisão Normativa Ato normativo destinado ao público em geral, fixando critérios ou orientação no tocante a caso concreto que não justifique a expedição de uma Resolução SF. É comum que algumas Respostas à Consulta (ver p. 42) que tenham ampla abrangência sejam convertidas em decisões normativas. Competência: Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 1, p. 22) - Epígrafe: (ver p. 24) - Ementa: transcrição da ementa da RC que está sendo convertida. - Preâmbulo: referência aos dispositivos legais que amparam a autoridade a expedir a Decisão Normativa. A composição do preâmbulo deve apresentar o cargo da autoridade (sem citar o nome), seguido do dispositivo legal e da expressão “Decide:”. - Texto: decisão da aprovação da RC, que deve ser citada. Devem ser expressos itens como alteração, revogação e vigência. Para articulação, deve ser utilizada a numeração progressiva. - Transcrição da RC: texto integral da RC, excetuando a ementa e a identificação dos signatários. Este texto deve ser transcrito entre aspas logo após a cláusula de vigência da Decisão Normativa. - Local e data: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) 45 Exemplo de Decisão Normativa GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA DECISÃO NORMATIVA CAT Nº 4, DE 29 DE DEZEMBRO de 2003 ICMS - Industrialização por conta de terceiro - Retorno da mercadoria ao estabelecimento autor da encomenda - Tratamento tributário e emissão da Nota Fiscal O COORDENADOR DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA, tendo em vista o disposto no artigo 522 do Regulamento do ICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30 de novembro de 2000, Decide: 1. Fica aprovada a resposta dada pela Consultoria Tributária, em 13 de novembro de 2003, à Consulta nº 541/03, cujo texto é reproduzido em anexo a esta decisão. 2. Conseqüentemente, com fundamento no inciso II do artigo 521 do Regulamento do ICMS, ficam reformadas todas as demais respostas dadas pela Consultoria Tributária e que, versando sobre a mesma matéria, concluíram de modo diverso. 3. Esta decisão produzirá efeitos a partir de sua publicação. "1. A Consulente informa que empresas estabelecidas neste e em outros Estados recebem tambores como embalagens na aquisição de suas matérias- primas e os reutilizam na embalagem de seus produtos. 2. Menciona que, em virtude de diversos tipos de defeitos nesses tambores (amassados, furados, pintura prejudicada, sujos e outros problemas) essas empresas os remetem (à Consulente) para recuperá-los (lavar, soldar, pintar, trocar a tampa, deixando-os prontos para reutilização). 3. Posto isso, indaga: 3.1. se a citada recuperação de tambores se enquadra como prestação de serviço, de acordo com a Lei Complementar n° 116/03, item 14.05, ou é um beneficiamento sujeito às normas do RICMS/00; 3.2. qual é o procedimento que deve adotar quando devolve e cobra o serviço realizado para firmas estabelecidas dentro e fora do Estado; 3.3. se pode destacar um valor global de ICMS quando emite a Nota Fiscal relativa aos materiais utilizados e cobrados no conserto, pois encontra dificuldade em quantificar o material gasto no conserto (soldas, pinturas, tiras de chapas). 4. Para a resposta, partiremos do pressuposto que os citados tambores, após o recondicionamento efetuado pela Consulente, retornam ao estabelecimento do seu cliente, autor da encomenda, que os utilizará como embalagem definitiva dos produtos que comercializa, ou seja, o tambor recondicionado acondicionará o produto vendido pelo seu cliente, não mais retornando ao estabelecimento deste, passando a ser de propriedade do adquirente. 5. O recondicionamento de embalagem, efetuado pela Consulente, não se insere no campo de incidência do ISS (subitem 14.05 da Lista de Serviços anexa à Lei Complementar n° 116/03) porque ainda não se completou o ciclo de circulação da mercadoria (tambor), ou seja, a Consulente não presta um serviço constante na citada Lista para usuário final e sim realiza industrialização 46 por conta de terceiro, na previsão da alínea e do inciso I do artigo 4° do RICMS/00 e nos artigos 402 e seguintes desse regulamento, estes, tendo como regra matriz o Convênio AE-15/74, com a alteração dos Convênios ICM-35/82 e ICMS-34/90, e os artigos 42 e 43 do Convênio Sinief de 15/12/70. 6. Desse modo, a Consulente, de acordo com a alínea b do inciso I do artigo 404 do RICMS/00, combinado com o inciso IV do artigo 127 desse regulamento, e observada a Decisão Normativa CAT-2/03, deve emitir Nota Fiscal discriminando, individualizadamente, as mercadorias empregadas na industrialização por conta de terceiro. 7. Localizando-se neste Estado o autor da encomenda que não se enquadre nas hipóteses do parágrafo único do artigo 403 do RICMS/00, é aplicável o diferimento do ICMS relativamente ao valor acrescido correspondente aos serviços prestados (artigo 403 desse regulamento). Estando estabelecido em outro Estado, a tributação é sobre o valor total cobrado." São Paulo, 23 de dezembro de 2003. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Coordenador da Administração Tributária 47 f) Comunicado Ato usado para transmitir breve informação, interna e externa, de caráter geral. O comunicado tanto pode ter natureza normativa quanto informativa. Difere do aviso e da ordem de serviço, respectivamente, por ser expedido por autoridades competentes específicas e ser destinado a um público mais amplo. Competência: Coordenadores, Presidentes da Jucesp e da SPPREV e Diretores de departamento. Estrutura: devem ser consultadas as orientações dispostas em composição e formatação de atos normativos articulados (p. 33), considerando adaptações em: - Preâmbulo: A composição do preâmbulo deve apresentar o cargo da autoridade (sem citar o nome), seguido dos dispositivos legais (se for o caso) e da expressão de comando, que deve variar de acordo com a finalidade do comunicado (“Comunica:”, “Esclarece que:”). - Texto: para articulação, deve ser utilizada a numeração progressiva. 48 Exemplo de Comunicado GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA COMUNICADO CAT Nº 46, DE 28 DE SETEMBRO DE 2007 Esclarece sobre a emissão de Nota Fiscal de Venda a Consumidor em substituição ao Cupom Fiscal na situação que especifica O COORDENADOR DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA, considerando o disposto nos artigos 132-A e 135, § 6° do Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490, de 30 de novembro de 2000, esclarece que: 1. na eventual impossibilidade de uso do Equipamento Emissor de Cupom Fiscal - ECF para emitir Cupom Fiscal que contenha o número de inscrição do consumidor no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ, quando assim solicitado, o contribuinte deverá emitir a Nota Fiscal de Venda a Consumidor, modelo 2, em substituição ao Cupom Fiscal; 2. a Nota Fiscal de Venda a Consumidor a que se refere o item 1 poderá ser emitida mediante utilização de impressos fiscais ou por meio eletrônico (NFVC on line), conforme previsto nos artigos 132-A e 133 do RICMS, devendo ser registrada eletronicamente na Secretaria da Fazenda, nos termos da Portaria CAT-85/07, de 4 de setembro de 2007, quando exigido pela legislação. São Paulo, 28 de setembro de 2007. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Coordenador da Administração Tributária 49 g) Deliberação Ato que tem como finalidade decidir, impor ordem ou estabelecer uma medida. Também destinada ao público em geral, a deliberação é semelhante à resolução, tanto no que diz respeito à estrutura quanto ao conteúdo. A diferença entre ambas está na autoridade competente que expede a deliberação, emanada de órgão colegiado (conselho administrativo ou deliberativo), no qual o poder de decisão é igualitário entre seus componentes, não centralizado numa só pessoa. Competência: Órgão colegiado. Fundamento legal da competência: Lei 10.177/98 (art.12, I, c). Estrutura: devem ser consultadas as orientações dispostas em Composição e formatação de atos normativos articulados (p. 33), considerando adaptações em: - Preâmbulo: como não há autoridade hierárquica em órgão colegiado, a composição do preâmbulo deve apresentar o nome por extenso do órgão colegiado, seguido de sigla (se for o caso), dos dispositivos legais (se for o caso) que fundamentam a instituição e/ou a competência do órgão colegiado e da expressão de comando “delibera:”. 50 Exemplo de Deliberação DELIBERAÇÃO CODEC Nº 01, DE 21 DE JUNHO DE 2007 Aprova o Manual de Orientação do Conselheiro Fiscal, que dispõe sobre procedimentos a serem observados pelos conselheiros fiscais representantes do Estado em empresas por este controladas, direta ou indiretamente, e dá outras providências O CONSELHO DE DEFESA DOS CAPITAIS DO ESTADO - CODEC, com fundamento no inciso V, do artigo 6º, do Decreto nº 8.812, de 18 de outubro de 1976, delibera o seguinte: Artigo 1º - Fica aprovado o Manual de Orientação do Conselheiro Fiscal, para nortear os procedimentos dos conselheiros fiscais representantes do Estado em empresas por este controladas, direta ou indiretamente. Parágrafo único - o Manual de Orientação do Conselheiro Fiscal está apresentado em meio impresso e por meio eletrônico, no site da Secretaria da Fazenda (http://www.fazenda.sp.gov.br/legislação/codec). Artigo 2º - As empresas controladas pelo Estado, direta ou indiretamente, devem convocar os membros dos Conselhos Fiscais para suas reuniões com, no mínimo, cinco dias úteis de antecedência, enviando, inclusive, a pauta correspondente e a documentação pertinente. Parágrafo único - As empresas referidas no caput deste artigo devem prestar todo apoio e subsídios necessários aos respectivos conselheiros fiscais, para o efetivo desempenho das funções de controle e fiscalização. Artigo 3º - a qualquer tempo, os conselheiros fiscais devem comunicar aos órgãos competentes, especialmente ao Codec, eventuais irregularidades que vierem a constatar, sugerindo procedimentos úteis à proteção dos interesses da empresa. Artigo 4º - Os conselheiros fiscais devem encaminhar ao Codec relatórios trimestrais e anuais, elaborados pelo conjunto do colegiado ou individualmente, em conformidade com as pautas de verificação constantes do Anexo I do Manual de Orientação ora aprovado, e com outras considerações julgadas pertinentes. § 1º - Os relatórios trimestrais devem ser enviados até o segundo mês do trimestre subseqüente, considerando-se, para início, o trimestre de julho-agosto-setembro/2007. § 2º - Os relatórios anuais, relativos ao encerramento do exercício fiscal, devem ser enviados em até 15 (quinze) dias após a aprovação do Balanço pelo Conselho Fiscal. § 3º - a apresentação dos relatórios anuais dispensará o relatório do último trimestre do ano. Artigo 5º - Esta deliberação entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as Deliberações Codec nº 1, de 11 de maio de 1995, e a de 18 de setembro de 1998. São Paulo, XX de junho de 2007. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Presidente do Codec 51 2.4 Atos processuais 2.4.1 Considerações gerais Atos processuais fazem parte de processos, administrativos ou judiciais, constituindo-se em peças processuais. Entenda-se processo como “conjunto de atos necessários e que devem ser praticados numa ordem preestabelecida, para esclarecimento da controvérsia e para obtenção de uma solução jurisdicional para o caso.” (DINIZ, 1998, p. 761) As peças processuais são documentos apresentados de forma seqüencial, com origem em unidades distintas, eventualmente em órgãos diversos, e são assinados por servidores de níveis hierárquicos diferentes. O elemento comum que reúne as várias peças processuais num só processo é o objeto ou assunto. Por não serem documentos independentes, ou seja, somente apresentam sentido no contexto de um processo, nos atos processuais, após o cabeçalho apresentando a organização administrativa da Sefaz, devem constar dados do processo (ver Cabeçalhos, Modelo 3 e 4, pp. 22 e 23). Todos os atos processuais devem ser iniciados com referência ao expediente que o motivou e finalizados com expressão de encaminhamento à próxima unidade que deverá responder ao processo. Também deve ser indicada a sigla da próxima unidade a ter de responder ao processo (ver Indicação de encaminhamento, p. 28). 52 2.4.2 Formas de atos processuais a) Despacho Ato expedido por autoridade acerca de assunto submetido a sua apreciação. Destinado ao interessado e às outras unidades da administração pública, o despacho é usado para proferir uma decisão, uma ordenação ou sugerir o prosseguimento de um processo/expediente. Competência: Secretário da Fazenda, Secretário adjunto, Chefe de gabinete, Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV, Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal e secretário de órgão colegiado. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 3, p. 22) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Texto: no desenvolvimento do texto deve haver referência aos documentos administrativos que foram apreciados para expedição do despacho, seguida da referência do assunto tratado e da decisão ou encaminhamento da autoridade. - Fecho: (ver p. 26) - Local e data: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) 53 Exemplo de Despacho GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DEPARTAMENTO DE DESPESA DE PESSOAL DO ESTADO DIVISÃO DE INFORMAÇÃO AO PODER JUDICIÁRIO – DIJ-02 Interessado: Fulana de tal Assunto: obrigação de fazer Do: Processo 0000/000 Proc.:00000/0000 Fls.: Rubrica: .............. DESPACHO Nº00/DIJ-02 Encaminhe-se à DSD-0, para que seja declarado em apostila o direito dos autores aposentados anteriormente a 00/00/00, pertencentes a essa Divisão, em face do recálculo da vantagem da sexta-parte sobre todas as parcelas que compõem os vencimentos/proventos integrais, inclusive sobre as gratificações sobre as quais não recai a devida incidência, nos termos do artigo 129 da Constituição Estadual, a partir de 00/00/00. 2. Observar fórmula de cálculo de fls. 00. 3. Salientamos que deverá ser processada a implantação do código V/D 08.051 - Sexta parte sobre vencimentos/proventos integrais - Ação judicial por parte da Fazenda Estadual. 4. Solicitamos o retorno do presente até o dia 00/00/0000, com cópias das informações. Encaminhe-se à DSD para que se digne cumprir a obrigação de fazer. São Paulo, 00 de XXXX de 0000. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor da DIJ-02 DSD /LMS 54 b) Informação Documento em que o servidor subordinado, atendendo à solicitação de alguma autoridade, presta esclarecimentos e elucida algum ponto impreciso sobre uma situação. Assim como o despacho, o documento Informação também é destinado ao interessado e às outras unidades da administração pública. Na Sefaz, é comum as respostas aos processos serem genericamente chamadas de Informação. No entanto, a maior parte dos atos processuais com essa denominação tem forma já consagrada. Contudo, deve ser considerado Informação apenas o documento que já não for caracterizado como parecer, relatório ou despacho e que for pertinente ao conceito apresentado neste manual. Competência: Todos os servidores. Estrutura: (ver Despacho, p. 52) 55 Exemplo de Informação GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA ESCOLA FAZENDÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO NÚCLEO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO Interessado: Núcleo de Correspondência Assunto: Renovação de assinatura do Valor Econômico Do: Processo SF 0000/000 Proc.:00000/0000 Fls.: Rubrica: .............. INFORMAÇÃO Nº 00/NDI Conforme solicitado na fl. 00, manifestamos a necessidade de renovação do periódico supracitado. 2. Lembramos que o Ofício nº 00/Fazesp, de 00/00/0000, que tratou de renovação de assinaturas de periódicos, continha o título desse jornal. 3. Ainda assim, em observância aos termos do inciso I do art. 1º do Decreto 49.142/04, atestamos que essas revistas são necessárias à prestação de serviços do NDI, que possibilita acesso democrático a todos os periódicos assinados. Sobe à Fazesp-G. São Paulo, 00 de XXXX de 2007. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor do NDI Fazesp-G 56 c) Parecer Documento que apresenta análise e/ou interpretação técnica de uma situação proposta em processo/expediente. A solução apresentada pelo parecer pode ser favorável ou não, mas sempre tem de ser justificada com fundamentação legal e/ou base jurisprudencial. O parecer é destinado ao interessado e às outras unidades da administração pública. Embora contenha enunciado opinativo, o parecer pode ter existência obrigatória no procedimento administrativo e também pode dar ensejo à nulidade do ato final. De natureza técnica, o parecer não pode ser contrariado por superior hierárquico, já que não prevalece a hierarquia administrativa no campo da técnica (MEIRELLES, 2007, p. 195). Competência: Coordenadoria e diretoria de departamento. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 3, p. 22) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Texto: no desenvolvimento do texto deve haver referência aos documentos administrativos que foram apreciados para expedição do parecer, seguida das considerações do técnico e de medidas sugeridas. - Fecho: (ver p. 26) - Local e data: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) 57 Exemplo de Parecer GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA COORD. DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E MODERNIZAÇÃO FAZENDÁRIA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO - DTI Interessado: Fulano de tal Assunto: contração para suporte técnico de software Do: Processo XX/X 0000/000 Proc.:00000/0000 Fls.: Rubrica: .............. PARECER Nº00/DTI Conforme solicitado na fl. 00, manifestamos parecer sobre a contratação de prestação de serviços de suporte técnico do sistema XXXX. 2. O sistema de controle de acesso às dependências do edifício sede da Secretaria da Fazenda é constituído por um grupo de programas e de equipamentos que já foram objeto de parecer favorável deste Departamento. 3. O referido parecer foi emitido na ocasião de aquisição e contratação do serviço de implantação do sistema, realizadas no bojo do projeto de modernização do PNAFE. 4. Uma vez que o sistema XXXX está em operação e se adéqua às necessidades de controle de acesso ao edifício sede, é fundamental que se proceda à contratação do serviço de suporte técnico, compreendendo a manutenção dos equipamentos e dos programas que o constituem, para garantir o bom funcionamento do sistema. 5. Diante do exposto e tendo em vista que o sistema XXXX já está implantado nesta Secretaria, somos favoráveis ao prosseguimento da presente contratação. Sobe à CPM-G. São Paulo, 00 de XXXXX de 0000. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor do DTI CPM-G NRL/ 58 d) Decisão Documento que apresenta posicionamento adotado em cada processo submetido à apreciação do juiz. A decisão pode ser proferida em forma de voto (p. 65 ). e) Relatórios No contexto da administração pública, relatório é um documento oficial comumente usado em duas situações: • a autoridade expõe a atividade de uma repartição ou apresenta relato de uma situação; • o servidor presta conta de seus atos a uma autoridade de nível superior. Na Sefaz, estão classificados na primeira categoria os relatórios de relator (julgados do TIT); na segunda, os relatórios de auditoria. e1) Relatório de Auditoria Relatório com finalidade de apurar legalidade, legitimidade, formas e resultado de gasto público. Destinado à unidade interessada e com caráter essencialmente expositivo, o relatório de auditoria deve conter narração descritiva, detalhando atividades ou fatos. Deve ser claro, conciso, objetivo e com explicitação de metodologia adotada. Competência: Assistente Técnico Fazendário do Departamento de Controle e Avaliação (DCA). Fundamento legal da competência: Decreto 41.312/96 (art.11). Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 1, p. 22) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Indicação da unidade: nome do departamento ou setor em foi realizada a auditoria, alinhado à esquerda. - Indicação do órgão: órgão ao qual é subordinado o departamento ou o setor em que foi realizada a auditoria, alinhado à esquerda. - Indicação do período: início e fim da realização do trabalho, alinhado à esquerda. - Texto: 59 - Introdução: tem de apresentar, de forma resumida, a finalidade do documento. A introdução pode ser redigida em apenas um parágrafo, apresentando referência ao(s) dispositivo(s) legal(is) ou à ordem superior que determinou a execução do trabalho e a elaboração do documento, seguida da apresentação do objeto ou assunto. - Análise: apreciação do objeto, com informações expositivas dos fatos, atos e ocorrências. A análise deve ser objetiva e imparcial. O relator deve registrar apenas fatos pesquisados em fontes seguras ou dos quais tenha conhecimento direto. Se necessário, o relatório poderá ser acompanhado de tabelas, gráficos ou outros elementos (no corpo do relatório ou nos anexos) relevantes à compreensão dos fatos por parte do destinatário do documento. A análise pode ser desenvolvida em vários parágrafos. - Recomendações: sugestões de medidas a serem tomadas em decorrência do que foi pesquisado, analisado e concluído. Devem ser precisas e relacionadas ao que foi discorrido na Análise. - Conclusão (se for o caso): constatações deduzidas a partir da cadência lógica do desenrolar dos fatos apresentados na Análise. Para não incorrer em divagações inconsistentes, as considerações da conclusão não podem ser compostas por elucubrações que extrapolem a fundamentação apresentada na Análise. A conclusão pode ser apresentada em apenas um parágrafo. - Fecho: (ver p. 26) - Local e data: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) - Visto: (ver p. 27) 60 Exemplo de Relatório de Auditoria GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DEPARTAMENTO DE CONTROLE E AVALIAÇÃO CENTRO DE CONTROLE E AVALIAÇÃO-1 RELATÓRIO DE AUDITORIA Nº 00 Unidade: Departamento XXXXXXX Órgão: Secretaria da Fazenda Período de exame: 00/00/0000 a 00/00/0000 Em cumprimento às determinações contidas na OS nº 00/2007 – CCA-1 do DCA, foi realizada Auditoria na UGE 00000 – Departamento XXXXXXXX, da Secretaria da Fazenda, objetivando os: EXAME DOS ADIANTAMENTOS e EXAMES DE CONTRATOS. EXAME DOS ADIANTAMENTOS No exame dos Processos de Prestação de Contas de Adiantamentos, relacionadas na Tabela 001, verificou-se que as despesas somente são justificadas e autorizadas quando do encerramento dos referidos processos. [...] Antes de se efetuar despesas o responsável pelo adiantamento já deve ter em mãos todas as especificações dos materiais a serem adquiridos, de modo que se possibilite a conferência quando de sua compra e entrega, além da autorização de quem de direito. [...] Recomendação Nº 001 EFETUAR DESPESAS SOMENTE APÓS ADEQUADA JUSTIFICATIVA E PRÉVIA AUTORIZAÇÃO Constatou-se que nos Balancetes de Prestação de Contas de Adiantamentos não estão relacionados os impostos, referentes aos serviços prestados nas Notas Fiscais quitadas, como por exemplo, o INSS, o ISS, o IR etc. [...] A Unidade deverá rever seus procedimentos quando da elaboração e adoção de relatórios, pois eles devem conter informações suficientes e complementares de modo que espelhem a realidade dos fatos, neste caso a retenção dos impostos e o pagamento do valor líquido das Notas Fiscais. [...] Recomendação Nº 002 RELACIONAR FIELMENTE TODAS AS DESPESAS PAGAS EXAME DE CONTRATOS 61 Na conferência da execução do processo 00000-00000/00000, celebrado com a empresa XXXXXXXX, constatou-se que o objeto recebido não corresponde às especificações solicitadas no orçamento enviado a empresas. [...] Embora a empresa ganhadora tenha apresentado valores menores que a concorrência, ela não discriminou os custos unitários de acordo com as especificações pedidas podendo demonstrar indícios de favorecimento. [...] Recomendação Nº 003 JUSTIFICAR O ACEITE DE PRODUTO INFERIOR AO SOLICITADO São Paulo, 00 de XXXXXXXX 2008. [espaço para assinatura] [espaço para assinatura] FULANO DE TAL FULANO DE TAL Auditor do CCA-1 Auditor do CCA-1 [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor do CCA-1 62 e2) Relatório de Juiz Documento com a finalidade de relatar um processo administrativo tributário. Destinado ao contribuinte e os demais interessados, o relatório de juiz é geralmente composto por duas partes principais: o relatório propriamente dito e o voto. Competência: Juiz do TIT. Fundamento legal da competência: Regimento Interno do TIT (art. 42, I). Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 4, p. 23) - Ementa: (ver Modelo 3, p. 25) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Texto: exposição dos fatos, obedecendo à seguinte estrutura seqüencial: - Introdução: apresentação, de forma resumida, da peça processual com referência ao recorrente, ao recorrido e à motivação da contenda. A introdução pode ser redigida em apenas um parágrafo. - Desenvolvimento: relato, de forma sucinta e cronológica, dos atos e fatos importantes ocorridos desde a abertura do processo. Quando couber, devem ser feitas referências às manifestações técnicas relevantes dos partícipes que anteriormente responderam ao processo. As referências às folhas anteriores ao processo devem ser pontuais, com citação expressa de: a) números de documentos (AIIM, parecer); b) número de páginas (fls.); e, se possível, c) parágrafos numerados. Os parágrafos devem ser numerados para facilitar referência pontual ao documento. - Fecho: expressão finalizando o relatório. - Local e data: identificação do recinto (sala, auditório) em que é realizado o julgamento e data por extenso, centralizados. - Identificação do signatário: (ver p. 27) 63 Exemplo de Relatório de Juiz (relatório + voto) GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA TRIBUNAL DE IMPOSTOS E TAXAS Recorrente: Fazenda Pública Estadual Recorrido: XXXXXXXXXXXXXXX Relator: Fulano de tal Recurso: Especial Sustentação oral: Não Câmara: CCRR AIIM: 0000/0000 Proc.: DRT-XX-XXXX/07 Fls.: Rubrica: ................... ICMS – importação de bens de ativo por não- contribuinte, antes da Emenda 33/2001 – Súmula 7 reconhecendo não-incidência – não-conhecimento do apelo fazendário. RELATÓRIO Trata-se de Recurso Especial interposto pela Fazenda Pública contra a decisão exarada pela C. 2ª Câmara Efetiva (fls. 00) que, em XX de XXXXX de XXXX, cancelou a exigência fiscal. 2. O Auto de Infração foi lavrado em XX de XXXXXX de XXXX, acusando a empresa, XXXXXXXXXX, de deixar de pagar o ICMS na importação de equipamento destinado a uso médico, fatos ocorridos de XXXX/XX a XXXXX/XX. 3. Em seu Recurso Especial (fls. 000 a 000), a Representação Fiscal, na pessoa do Senhor XXXXXX, apresenta como paradigmas as decisões referentes aos processos DRT-X-XXXX/XX; DRT-X-XXXX/XX; DRT-X-XXXX/XX e DRT-XX- XXX/XX, entendendo ter ocorrido divergência relativamente ao critério de julgamento, em relação à decisão recorrida. Alega a Representação Fiscal que as decisões do STF a respeito do assunto não têm efeito erga omnes e que a Lei estadual contemplava a incidência em tal hipótese, que, mesmo sendo situação de contrato de leasing, não desnatura a incidência, que ocorre no desembaraço. 4. A autuada contra-arrazoa o apelo fazendário (fls. 213 a 223) postulando a confirmação da decisão combatida, eis que a questão versada nos autos tem cunho eminentemente constitucional, devendo prevalecer a decisão do Supremo Tribunal Federal a respeito do assunto. Eis o relatório. VOTO Efetivamente, a Fazenda Pública do Estado de São Paulo traz várias decisões paradigmais em que, em sede de recurso ordinário, houve decisão pela legitimidade da exigência do ICMS na importação de equipamentos e bens de ativo por empresas não-contribuintes do ICMS. 2. Ocorre que, devido à caudalosa jurisprudência do Supremo Tribunal Federal em sentido contrário, o que motivou até mesmo a aprovação da Emenda Constitucional nº 33/2001, aprovou este Colegiado a edição da Súmula 7 com o seguinte teor: 64 “Súmula 7 – Até a vigência da Emenda Constitucional nº 33/2001, não incide o ICMS na importação de bens por pessoa física ou jurídica que não seja contribuinte do imposto.” 3. Nesse sentido, como a importação é de 29 de dezembro de 1997, anterior à vigência da Emenda 33/2001, ressalvando minha posição pessoal sobre o assunto, há que prevalecer a decisão revisanda, que cancelou a autuação. 4. Quanto a este recurso especial fazendário, considerando que o artigo 37 da Lei 10.941/01 exige, para o seu cabimento, que seja o mesmo fundado em dissídio de interpretação, e considerando que a edição da Súmula vinculante sepulta a divergência interpretativa, voto pelo não conhecimento do apelo fazendário. São Paulo, XX de XXXXXXX de XXXX. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Juiz Relator 65 f) Voto Documento que contém a manifestação de posicionamento do juiz em relação à contenda, buscando solucionar o litígio. O voto é destinado ao contribuinte e os demais interessados. Competência: Juiz do TIT. Fundamento legal da competência: Regimento Interno do TIT (art. 42, II). Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 4, p. 23) - Ementa: (ver Modelo 3, p. 25) - Identificação do documento: (ver, p. 24) - Texto: no voto devem ser analisados e comentados, com fundamentação legal e jurisprudencial, os pontos que motivaram o litígio entre a Fazenda Estadual e o contribuinte. Na conclusão do voto, deve estar expressa a posição do juiz, favorável ou não, ao recurso. Os parágrafos devem ser numerados para facilitar referência pontual ao documento. - Local e data: identificação do recinto (sala, auditório) em que é realizado o julgamento e data por extenso, alinhados à direita. - Identificação do signatário: (ver p. 27) Obs.: Quando for antecedido pelo Relatório do Relator, o voto deve estar disposto na mesma página em que se encerra o relatório. Exemplo: (ver Exemplo de Relatório de Juiz, p. 62) 66 2.5 Atos de Comunicação e Documentos Administrativos 2.5.1 Considerações gerais Atos de comunicação têm como finalidade o estabelecimento de comunicação entre órgãos, entidades e pessoas. Alguns deles podem ter origem na administração pública e serem destinados ao setor privado, como é comum no caso do ofício. Este manual considera documentos administrativos aqueles que possuem finalidade executiva, mas que não são atos normativos nem processuais, tampouco de comunicação, tais como os contratos administrativos, convênios e apostilas. Como já foi citado a prioridade é o rigor na redação dos textos, considerando os princípios fundamentais explicitados no capítulo 1 deste manual, e também na padronização dos elementos constitutivos. No entanto, o ofício e o memorando deverão ser elaborados de acordo com a formatação que se segue. Diagramação padrão ofício - Margem esquerda: 2,5 cm; - Margem direita: 1,5 cm; - Identificação do documento: horizontalmente, a 2,5 cm do início da margem esquerda, e verticalmente a 5,5 cm da borda superior do papel; - Local e data: horizontalmente, a 1,5 cm do término da data, devendo coincidir com a margem direita; verticalmente, deve estar a 6,5 cm da borda superior do papel; - Vocativo: a 10 cm da borda superior do papel; horizontalmente, com avanço de parágrafo de 2,5 cm; - Avanço de parágrafos: equivalente a 2,5 cm; o texto inicia a 1,5 cm do vocativo; - Espaço entre os parágrafos do texto: 1 cm; - Fecho: centralizado, a 1 cm do texto; - Identificação do signatário: a 2,5 cm do fecho. 67 2.5.2 Formas de atos de comunicação e documentos administrativos a) Apostila Ato com a finalidade de reconhecer vantagens pessoais, aditar ou retificar outro ato administrativo publicado anteriormente. Destinada ao interessado e às unidades de controle cadastral, a apostila é um documento complementar a um ato, confirmando as alterações publicadas em atos administrativos anteriores, atualizando-os. Usualmente, as apostilas retificam atos ou documentos referentes a: a) promoções; b) lotação em outro setor; c) majoração de vencimentos; d) aposentadoria; e) alteração de nome civil ou número de documento; e f) reversão à atividade. A apostila pode retificar tanto um documento administrativo quanto um ato normativo, mas a finalidade será sempre a mesma: retificação ou aditamento. Competência: Diretores de departamento, de divisão e de serviço. Fundamento legal da competência: Para unidades do Departamento de Recursos Humanos (DRH): Decreto 52.833/08 (art. 37, I, a). Para unidades do Departamento de Despesa de Pessoal do Estado (DDPE): Decreto 52.613/71 (art. 22, III). Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 1, p. 22) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Dados do interessado: dados que identifiquem o interessado (RG, nome, cargo, UA, município...). Esses dados são variáveis de acordo com a motivação da apostila (ver exemplos). - Texto: quando o documento a ser apostilado for um ato normativo, deve ser feita exposição sintética da correção (ou qualquer outro propósito que motive a expedição do documento), com referência ao ato originalmente publicado. Visando à preservação da data de validade, o texto deve mencionar expressamente número, dia e página do DOE em que o ato normativo original foi publicado. 68 - Se a retificação ou o aditamento for feito em documento administrativo, o texto deve ser iniciado citando o cargo da autoridade competente seguido do fundamento legal que ampara o ato. Após, deve ser feita a exposição sintética da correção ou do aditamento e as razões que o motivaram. - Local e data: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) Obs.: As apostilas do DRH obedecem a modelos padronizados (ver Modelo de formulário, p. 69 e 70). 69 Modelo de Formulário de Apostila referente à promoção por merecimento DSD SD GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DIVISÃO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE BAURU – DRA/6 NÚCLEO DE RECURSOS HUMANOS APOSTILA NRH/DRA-6 RG: RS/PV/EX: NOME: CARGO/FUNÇÃO-ATIVIDADE: SUBQUADRO: NÍVEL: JORNADA: CÓDIGO UA: UA: MUNICÍPIO: A Diretora do Núcleo de Recursos Humanos da Divisão Regional de Administração de Bauru – DRA/6, face ao disposto na alínea “a”, inciso I, artigo 37 do Decreto nº 52.833, de 24 de março de 2008, expede a presente apostila para declarar que, por Resolução SF XX, de XX, de XXXXXX de XXXX, publicada no Diário Oficial do Estado de XX de XXXXXXX de XXXX, o (a) servidor (a) acima fica promovido (a) por merecimento, a partir de XX de XXXXXXX de XXXX, para o Nível XX, com fundamento nos artigos 20 e 24 da Lei Complementar nº 567, de 20 de julho de 1988, observadas as disposições dos Decretos nº 30.671, de 07 de novembro de 1989 e nº 43.062, de 28 de abril de 1998. USO DA UNIDADE NRH/DRA-6, XX, de XXXXXXXX de XXXX. ................................................................... FULANO DE TAL Diretora do Núcleo de Recursos Humanos Publicada no DOE de ......../......../........ USO DO DDPE Averbado em ......../......../........ ......................................................................... SD ....../......./....... Assinatura do Responsável 70 Modelo de Formulário de Apostila referente à alteração de documento DSD SD APOSTILA DE REGISTRO GERAL DATA DE PUBLIC. ATO OFICIAL Em GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS DIVISÃO DE CADASTRO E REGISTRO DE PESSOAL Ret A DIRETORA DA DIVISÃO DE CADASTRO E REGISTRO DE PESSOAL, no uso da competência que lhe confere a alínea “a”, inciso I, artigo 37 do Decreto nº 52.833, de 24 de março de 2008, expede a presente apostila, para declarar que o número do Registro Geral do servidor teve a alteração abaixo indicada: IDENTIFICAÇÃO RG ANTERIOR UF RG APOSTILADO UF NOME MOTIVO: 2ª VIA CARGO EV: REFERÊNCIA GRAU SUBQ CÓDIGO UA UNID. ADMINIST. MUNICÍPIO USO DA UNIDADE Divisão de Cadastro e Registro de Pessoal, XX, de XXXXXX de XXXX. ................................................................................... FULANO DE TAL Diretora da DCRP USO DO DDPE Averbado em : ......../........../.......... ............................................................................... ASSINATURA DO RESPONSÁVEL 71 b) Ata Ato com finalidade de registrar, de forma resumida, as ocorrências de uma reunião ou de um evento. Embora com representação sucinta, os relatos dos fatos transcritos numa ata devem apresentar o máximo de fidelidade e precisão. A ata é destinada aos participantes da reunião e aos demais interessados. Tradicionalmente, para impedir que sejam acrescentadas modificações posteriores, as atas são escritas em linhas corridas, sem rasuras, emendas, entrelinhas ou entradas de parágrafos e com numerais grafados por extenso. As atas são assinadas por todos os participantes da reunião ou do evento, constituindo-se em documento com valor histórico. Atualmente, numa realidade contemporânea pautada pela velocidade de transmissão do fluxo informacional, o processo de elaboração das atas em muitos casos foi alterado, modificando também o caráter do documento. Hoje, é comum que as atas sejam transmitidas por correio eletrônico, sem assinatura, apresentando apenas o relato do conteúdo das reuniões ou dos eventos. Dessa forma, a ata não tem valor documental. Competência: Secretário da reunião. Estrutura: (ver Modelo de Formulário de Ata, p. 72) 72 Modelo de Formulário Ata2 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização - PED Ata da Centésima Nonagésima Quarta Reunião do Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização 1. Informações gerais Data: 15/02/2008 Horário: 18h30 Local: Salão dos Conselhos – Palácio dos Bandeirantes Participantes: Como Presidente o Senhor Vice-Governador e Secretário do Desenvolvimento, Sr. XXXXXXXX; como Vice-Presidente o Senhor Secretário de Economia e Planejamento, Sr. XXXXXXXX, e como demais membros deste Conselho os Senhores: Sr. XXXXXXXX, Secretário Chefe da Casa Civil; Sr. XXXXXXXX, Procurador Geral do Estado; Sr. XXXXXXXX, Secretário da Fazenda; Sr. XXXXXXXX, Secretário da Justiça e Defesa da Cidadania; Sra. XXXXXXXX, Secretária de Saneamento e Energia e o Sr. XXXXXXXXX, Secretário da Justiça e Defesa da Cidadania; Sr. XXXXXXXX, Secretário Adjunto da Fazenda; Sr. XXXXXXXX, Companhia Paulista de Parcerias; [...] 2. Objetivo da reunião Deliberação acerca de recomendações a serem submetidas à aprovação de Sua Exa. o Sr. Governador do Estado de São Paulo 3. Pendências (reuniões anteriores) - - - 4. Pauta 4.1 Apreciação dos pontos relativos ao edital de desestatização da Cesp: a) número de ações que serão alienadas; b) condições de pagamento; c) garantias a serem exigidas do adquirente; d) modalidade de alienação das ações da Cesp; e) procedimento a ser adotado para aplicação da Lei Estadual nº 4.819, de 26 de agosto de 1958. 4.2 Apreciação de outros pontos relacionados à desestatização da Cesp: a) venda das ações detidas pela Cesp no capital social da Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (EMAE) para o Estado de São Paulo; b) guarda e o armazenamento dos documentos disponibilizados aos interessados credenciados na sala de informações (data room) da Cesp. 5. Decisões: Item Decisão Quem Quando 4.1. Recomendações, por decisão unânime, a Sua Exa. o Sr. Governador a aprovação: a) da alienação de (1) 85.893.192 ações ordinárias [...]; (2) 180 ações ordinárias nominativas de propriedade da Dersa Desenvolvimento Rodoviário S.ª; (3) 6.690 ações ordinárias nominativas de propriedade da Sabesp [...] 2 Modelo, sem valor documental, sugerido para síntese de reuniões administrativas. 73 b) do pagamento à vista, exclusivamente em moeda nacional, do prelo final do leilão [...] c) da apresentação, do adquirente das Ações Ofertadas, de garantia equivalente a trinta por cento[...] d) da alienação das Ações Ofertadas, em bloco único, por meio de leilão público especial [...] e) da realização, pelo Estado, de repasses financeiros à Cesp ou à Fundação Cesp [...] 4.2 [...] a) Fonte: (BRASIL, 2007, p.28) 74 c) Atestado Documento com finalidade de comprovar fato, direito ou de discorrer sobre uma situação de conhecimento da administração pública. O atestado difere da certidão por ter natureza declaratória, já que afirma alguma ocorrência sobre a qual não consta registro, em caráter permanente, em poder de estado. Competência: Coordenador, Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal e secretário de órgão colegiado. Obs.: Atestados relativos a contratos administrativos só podem ser emitidos por diretor de departamento e de divisão. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 1, p. 22) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Texto: exposição clara do que está sendo afirmado, com dados que identificam o interessado (nome, RG, cargo/função-atividade, RS/PV/EX) e, quando for o caso, dados que identifiquem a unidade (Código de UA, UA, Município, mês e ano de referência). O atestado é comumente elaborado num único parágrafo; se houver mais de um, todos devem ser numerados para facilitar referência pontual ao documento. - Local e data: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) Obs.: Os atestados do Departamento de Recursos Humanos obedecem a padronizados (ver Modelo de formulário, p. 75). 75 Modelo de Formulário Atestado de Freqüência GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA COORDENADORIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS ATESTADO DE FREQÜÊNCIA Identificação da Unidade Cód. UA / Denominação: Município: Mês/Ano/Ref: UCD: Identificação do servidor RG: RS/PV/EX: Nome: Cargo/Função: Dados para pagamento / reposição Período: De até Qtde dias Férias Júri e outros serviços obrigatórios por leis Gala Nojo Abonadas Retiradas/Entradas tarde/ IAMSPE Gestante art. 198 Prêmio Saúde arts. 191/193 – item Saúde de pessoa da família art.199 L IC E N Ç A S Justificada A F A S T A M E N T O S FALTAS Injustificada Auxílio transporte – Quantidade de dias: Observações: Assumo plena responsabilidade pela veracidade das informações Local: Data: Preenchido por: Assinatura e carimbo do responsável 76 d) Certidão Documento com transcrição de fato ou ato administrativo que se encontra em registros/cadastros da administração pública. A certidão é um documento revestido de formalidades legais que deve ser fornecido por autoridade competente a pedido do solicitante, que solicita ao poder público a comprovação da existência ou inexistência de documento público que certifique sua conduta. A certidão difere do atestado por referir-se a situação de natureza permanente (como a certidão de nascimento) e por referir-se apenas a documento que se encontra em poder da administração. Quando autenticada, a certidão tem força probatória de documento original. Competência: Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal e secretário de órgão colegiado. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 2, p. 22) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Texto: se possível, num só parágrafo devem constar: a) referência ao documento que determinou a expedição da certidão; b) quando for o caso, menção ao documento ou livro de que foi extraída a informação para elaborar a certidão; c) transcrição do documento original ou resumo descritivo do que foi encontrado; e d) termo de encerramento (“por ser verdade, firmo a presente certidão”; “Nada mais havendo...”; “O referido é verdade e dou fé”). Para evitar adulteração do texto, a certidão deve ser escrita em linhas corridas, sem rasuras, emendas, entrelinhas ou entradas de parágrafos e com numerais grafados por extenso. Em caso de erro, deve ser utilizado “digo”, seguido da palavra ou frase correta. As omissões podem ser acrescentadas no final do texto, sendo iniciadas por: “Em tempo”. - Local e data: ver formatação na p. 26, mas desconsiderar o alinhamento, que deve ser incorporado ao texto da certidão. - Identificação do escrevente/digitador: dados do digitador (rubrica e nome). Esses dados devem ser incorporados ao texto da certidão. - Visto: (ver p. 27) 77 Exemplo de Certidão GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DIVISÃO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE CAMPINAS – DRA/4 NÚCLEO DE RECURSOS HUMANOS Avenida Rangel Pestana, 300 - 00000-000 - São Paulo – SP Tel.: (11) 0000-0000 - Fax: (11) 0000-0000 CERTIDÃO Nº 000/2008 Certificamos, atendendo à solicitação, e à vista de nossos assentamentos que Fulano de Tal, RG 0.000.000, CPF 000.000.000-00, com ingresso no serviço público em 00 de xxxxx de XXXX, nomeado, conforme Decreto publicado no Diário Oficial de XX de xxxxxxx de XXXX, nos termos do artigo 20, inciso II da Lei Complementar nº 180/1978, para ocupar nesta Secretaria, o cargo de Escriturário, padrão 8-A da EV-1, Tabela I, da Lei Complementar nº 247/81 alterada pela Lei Complementar nº 275/82, criado pelo Decreto-Lei nº 212/70, com posse em 28 de fevereiro e exercício em 03 de março de 1983. Cargo transposto para Auxiliar Administrativo Tributário, conforme Decreto de 27, publicado no Diário Oficial de 28 de junho de 1989, enquadrado Técnico de Apoio à Arrecadação Tributária, Referência 2 Grau E, a partir de 1º de junho de 1992, em conformidade com o artigo 43 da Lei Complementar 700/92, classificado no Posto Fiscal xxxxxxx, e em exercício no xxxxxxxxxxxxxxxxx, tendo registrado, aproximadamente, no período de XX de xxxxxxxxxxxx de XXXX a XX de xxxxxxxxx de XXXX (xxxxxxxxxxxxxxxx), XX.XXX dias, ou seja, XX (xxxxxx) anos e XX (xxxx) dias. Certificamos, ainda, que não constam elogios e nem processo administrativo a seu respeito. <Unidade emitente>, XX de xxxxx de XXXX. Eu, ___________ Sicrano de Tal, <cargo/função>, certifiquei e digitei. Eu, _____________ Beltrano de Tal, Diretora de Serviço da Fazenda Estadual, conferi. Eu, _______________ Fulana de Tal, Diretora de Divisão da Fazenda Estadual, confirmo.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.x.xx.x.x.x.x.x.x.x.x.x. 78 e) Certificado Assim como a certidão, o certificado também é um documento que certifica a existência de um fato de que se é testemunha. No entanto, o certificado difere da certidão por ter qualidade de documento autêntico. Muitas vezes, certificado e atestado são utilizados indistintamente por terem a mesma finalidade: afirmar a existência de um fato. No entanto, embora com a mesma função, o certificado deve ser expedido por autoridade competente. Outra forma de distinção entre atestado e certificado pode ser encontrada nos usos e costumes. Na conclusão de cursos e para atestar participação de eventos é mais comum a emissão de certificado, geralmente grafado em papel especial, formatado no sentido paisagem. Nessa situação, o certificado é semelhante ao diploma, porque declara a qualidade de dignidade conferida a uma pessoa. Competência: Diretor de departamento, delegado, diretor de divisão, inspetor, diretor de serviço e chefe de Posto Fiscal. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 2, p. 22) Obs.: Quando emitido à semelhança de diploma, o certificado não deve apresentar a organização administrativa da Sefaz. Basta que esteja expresso(s) o(s) departamento(s) que expede(m) o documento. O uso de logotipo é facultativo. - Identificação do documento: (ver p. 24) - Texto: exposição clara do que está sendo afirmado, com nome do interessado e dados que o identificam, se for o caso. O certificado deve ser elaborado num único parágrafo. Obs.: Nos certificados que atestam participação em evento ou curso, devem estar expressos no corpo do texto os dados sobre o evento: nome, período em que foi realizado e carga horária. Deve ser dado destaque (caixa alta, negrito, itálico) para o nome do participante e o nome do evento. - Local e data: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27). Quando se tratar de certificação de participação em evento ou curso, não há rigidez quanto ao alinhamento. 79 Exemplo de Certificado de participação em evento ou curso Escola Fazendária do Estado de São Paulo CERTIFICADO Certificamos que o sr. Fulano de tal, RG XX.XXX.XXX-X concluiu o curso de Desenvolvimento de Competências promovido pela Escola Fazendária do Estado de São Paulo – Fazesp, no período de 13/02/2006 a 10/04/2006, com carga horária de 64 horas. São Paulo, 19, de abril de 2006. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor da Fazesp 80 f) Contrato Administrativo Documento que formaliza um acordo de vontades firmado entre a administração pública e o setor privado, ou entre órgãos da administração pública, para execução de obra, prestação de serviço ou outros objetivos de interesse público. O termo de contrato é indispensável em casos de compra com entrega futura, inclusive assistência técnica. O contrato administrativo é destinado às partes envolvidas. Para ter validade, o contrato administrativo deve ser celebrado de modo claro e preciso, obedecendo aos seguintes critérios: a) ser assinado por autoridade competente para empenhar despesa; b) dispor sobre execução de serviços autorizados em lei; c) citar ato normativo que o autoriza; d) indicar minuciosamente serviços a serem realizados e seus respectivos preços; e) estar em conformidade com as propostas proferidas nas concorrências; f) ser lavrado em repartições às quais interesse o serviço acordado; g) respeitar as disposições de direito comum. Competência: Diretor de departamento, delegado, diretor de divisão, inspetor, diretor de serviço e chefe de Posto Fiscal. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 3, p. 22). Embora o contrato seja um documento administrativo, deve ser usado o cabeçalho para atos processuais, porque um contrato administrativo sempre gera um processo. - Identificação do documento: (ver p. 24). O documento deve ser denominado Termo de contrato, não somente Contrato. - Ementa: indicação dos partícipes e resumo do objeto. Obs.: É o estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Fazenda e, mais especificamente, seus departamentos, que celebra o termo de contrato. - Preâmbulo: parágrafo em que são dispostos dados sobre os partícipes e a fundamentação legal do ato. Os dados devem ser apresentados na seguinte ordem: a) data inteiramente por extenso, sem grafia de números arábicos ou romanos; b) sede e endereço do contratante, por extenso; c) qualificação jurídica do contratante; d) apresentação do contratante; e) apresentação do representante legal do contratante (nome, cargo ou função); f) ato normativo que atribui competência ao representante; 81 g) apresentação da contratada; h) endereço da contratada; i) qualificação jurídica da contratada; j) apresentação do representante legal da contratada (nome, RG e CPF); k) referência a testemunhas; l) identificação de características específicas ao contrato, se for o caso, com respectivo fundamento legal; m) referência ao objeto; n) fundamentação legal que ampara o instrumento contratual (tanto a dos âmbitos federal, estadual e local quanto os atos normativos da Sefaz); o) referência às cláusulas contratuais. Obs.: Apresentados os partícipes no preâmbulo, estes serão denominados Contratante (o estado) e Contratada (a entidade) em todo o restante do termo de contrato. - Texto: articulado por cláusulas que atendam às peculiaridades da matéria. Segundo o art. 55 da Lei Federal 8.666, de 21 de junho de 1993, o contrato administrativo deve, necessariamente, conter as seguintes cláusulas: - objeto e suas características; - regime de execução ou a forma de fornecimento; - preço e condições de pagamento (critérios, data-base, periodicidade do reajuste dos valores, atualização monetária); - prazos (início da execução, conclusão e entrega); - crédito pelo qual ocorrerá a despesa, com indicação da classificação funcional programática e da categoria econômica; - garantias oferecidas; - direitos e responsabilidades das partes, penalidades cabíveis e valores das multas; - casos de rescisão; - reconhecimento dos direitos da administração pública em caso de rescisão por inexecução total ou parcial; - condições de importação (data, taxa de câmbio), quando for o caso; - vinculação ao edital de licitação ou ao termo que a dispensou ou não a exigiu, ao convite e à proposta do licitante vencedor; - legislação aplicável à execução do contrato; - obrigação do contratado em manter, durante toda a execução do contrato, compatibilidade com as obrigações por ele assumidas. 82 Obs.: Todas as cláusulas contratuais devem ser redigidas com clareza e precisão, principalmente as que dispuserem sobre definição do objeto, direitos e responsabilidades. Essas cláusulas devem ser bem explicativas, já que são elas que geram obrigação de fazer ou de não fazer, de acordo com as especificidades acordadas. - Local e data: (ver p. 26) - Identificação dos signatários: identificação e assinatura dos representantes legais dos partícipes. - Identificação de testemunhas: assinatura, nome e número de RG e CPF de duas testemunhas. 83 Exemplo de Contrato Administrativo GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DEPTO. DE SUPRIMENTOS E ATIVIDADES COMPLEMENTARES NÚCLEO DE COMPRAS E CONTRATOS Interessado: Escola Fazendária do Estado de São Paulo Assunto: Serviço de suporte técnico de software Do: Processo SF 0000/000 Proc.:00000/0000 Fls.: Rubrica: .............. TERMO DE CONTRATO Contrato que entre si celebram o ESTADO DE SÃO PAULO, por sua SECRETARIA DA FAZENDA, por intermédio da Escola Fazendária do Estado de São Paulo - Fazesp e a empresa XXXXX, para a contratação de serviços de suporte técnico do software XXXXX, instalado na Biblioteca da Fazesp. Aos XXXXX dias do mês de XXXX do ano dois mil e XXXX, no Palácio Clóvis Ribeiro, sede da Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda, localizada na Avenida Rangel Pestana nº 300, nesta Capital, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda sob nº X.XXX.XXX/XXXX-XX, compareceram, de um lado, o ESTADO DE SÃO PAULO, por sua SECRETARIA DA FAZENDA, por intermédio da Escola Fazendária do Estado de São Paulo – Fazesp, de ora em diante denominado CONTRATANTE, representado neste ato pelo Senhor(a) XXXXXXX, Diretor do Departamento XXXXXXX, no uso da competência prevista no inciso I, art. 14 do Decreto-Lei 233/70, e, de outro lado, a empresa XXXX, com sede na Rua XXXXXXX, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda sob nº X.XXX.XXX/XXXX-XX, de ora em diante denominada CONTRATADA, representada neste ato por sua procuradora, Senhora XXXXXXX, portadora da cédula de identidade RG XXXXXXXX e CPF XXXXXXXXX-XX, e por eles mesmos foi dito na presença das testemunhas ao final assinadas, que em face da inexigibilidade de licitação, com fundamento nos inciso I, artigo 25 da Lei Federal 8.666/93, c.c. inciso I do artigo 25 da Lei Estadual 6544/89, e artigos 72 e 73 do Decreto Estadual 43.473/98, avençam um contrato para os serviços de suporte técnico do Software XXXXX, instalado na Biblioteca da Fazesp, pelo presente instrumento, sujeitando-se às normas da Lei Federal 8.666/93, combinado com a Lei Estadual 6.544/89, inclusive Resolução SF 34/02 e demais normas regulamentares aplicáveis à espécie, e às seguintes cláusulas e condições que reciprocamente outorgam e aceitam. CLÁUSULA PRIMEIRA Do objeto 1.1 A CONTRATADA se obriga à execução de serviços de suporte técnico do software XXXXX, sito na Av. Rangel Pestana nº 300 – 17º andar, São Paulo, nesta Capital. Os serviços serão executados em conformidade com o estabelecido no Memorial Descritivo - Anexo I, que faz parte integrante deste contrato. CLÁUSULA SEGUNDA 84 Do local e das condições de execução dos serviços 2.1 O objeto deste contrato (Software XXXXX) deverá ser executado no Palácio Clóvis Ribeiro, edifício sede da Secretaria da Fazenda, situado na Avenida Rangel Pestana nº 300 – 17º andar, Centro – SP, correndo por conta da CONTRATADA as despesas de seguros, transporte, tributos, encargos trabalhistas e previdenciários decorrentes da execução do objeto deste contrato, em conformidade com o estabelecido no MEMORIAL DESCRITIVO - Anexo I , que integra este contrato. [...] CLÁUSULA QUARTA Do valor do contrato 4.1 O valor total do presente contrato é estimado em R$ XXXXX (XXXXXXXXX), a ser pago em 12 (doze) parcelas mensais iguais de R$ XXXXX (XXXXXXXXX), conforme consta na proposta comercial da CONTRATADA. [...] 4.3 Considerando a vigência do presente contrato a partir de XXXXX, correrá a despesa do presente exercício no valor de R$ XXXXXX (XXXXXXXXX) em conta do Programa de Trabalho XXXXX, na Unidade de Despesa XXXXX, código XXXXXX, Natureza da Despesa 33.90.39, restando para exercícios futuros a despesa no valor de R$ XXXXXX (XXXXXXXX), que deverá estar consignada nas respectivas Leis Orçamentárias. CLÁUSULA QUINTA Do reajuste Os serviços de suporte técnico terão seu custo corrigido anualmente pelo índice do IGP-M ou por outro que venha oficialmente substituí- lo. CLÁUSULA SEXTA Da vigência e prorrogações 6.1 O contrato terá vigência de doze meses, contados a partir da data da assinatura, podendo ser prorrogado nos termos da legislação vigente. [...] CLÁUSULA SÉTIMA Do pagamento 7.1 Para efeito de pagamento, a CONTRATADA encaminhará ao NCC – NÚCLEO DE COMPRAS E CONTRATOS, na Av. Rangel Pestana nº 300, 6º andar, São Paulo, Capital, no prazo de trinta dias, após cada período mensal de prestação dos serviços, a respectiva nota fiscal/fatura no período a que o pagamento se referir. [...] CLÁUSULA OITAVA Das obrigações e responsabilidades da contratada À CONTRATADA, além das obrigações constantes no Memorial Descritivo – Anexo I, daquelas estabelecidas em cláusulas próprias deste instrumento e daquelas estabelecidas em lei, em especial as definidas nos diplomas federal e estadual sobre licitações, cabe: 85 [...] CLÁUSULA NONA Obrigações do contratante Para a execução dos serviços objeto do presente contrato, o CONTRATANTE obriga-se a: 9.1 Indicar formalmente o gestor e/ou o fiscal para acompanhamento da execução contratual. [...] CLÁUSULA DÉCIMA Das condições de recebimento do objeto 10.1 O objeto do presente contrato, em cada uma de suas parcelas mensais, será recebido provisoriamente, em até cinco dias úteis, contados da data de recepção pelo NÚCLEO DE COMPRAS E CONTRATOS da nota fiscal/fatura representativa da prestação dos serviços, de acordo com o estabelecido no subitem 7.1 da Cláusula Sétima deste contrato. [...] CLÁUSULA DÉCIMA PRIMEIRA Da contratação e dos prazos 11.1 A CONTRATADA deverá assinar o presente contrato no prazo de 05 dias corridos, contados da data da convocação efetuada pelo NÚCLEO DE COMPRAS E CONTRATOS, sito na Avenida Rangel Pestana nº 300 – 6º andar, Centro, São Paulo, nesta Capital. [...] 11.3 A execução dos serviços deverá ter início em até cinco dias, a contar da data de assinatura deste contrato. CLÁUSULA DÉCIMA SEGUNDA Das sanções para o caso de inadimplemento 12.1 Se a CONTRATADA inadimplir as obrigações assumidas, no todo ou em parte, ficará sujeita às sanções previstas nos artigos 86 e 87 da Lei Federal 8.666/93 e artigos 80 e 81 da Lei Estadual 6.544/89, de acordo com o estipulado na Resolução nº 34/02, no que couber. [...] CLÁUSULA DÉCIMA TERCEIRA Da rescisão e reconhecimento dos direitos do contratante 13.1 Este Contrato poderá ser rescindido, na forma, com as conseqüências e pelos motivos previstos nos artigos 75 a 82 da Lei Estadual 6.544/89 e artigos 77 a 80 e 86 a 88, da Lei Federal n. 8.666/93. [...] CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA Disposições finais Fica ajustado, ainda que: 14.1 Consideram-se partes integrantes do presente contrato, como se nele estivessem transcritos: 86 a. PROPOSTA apresentada pela CONTRATADA; b. Anexo I (Memorial Descritivo); c. Anexo II (Resolução SF nº 34/02). 14.2 Aplicam-se às omissões deste contrato as disposições da Lei Federal nº 8.666/93, da Lei Estadual 6.544/89 e das normas regulamentares. 14.3 Para dirimir quaisquer questões decorrentes deste contrato, não resolvidas na esfera administrativa, será competente o foro da Comarca da Capital do Estado de São Paulo. E assim, por estarem as partes justas e contratadas, foi lavrado o presente instrumento em três vias de igual teor e forma que, lido e achado conforme pelas PARTES, vai por elas assinado para que produza todos os efeitos de direito, na presença das testemunhas abaixo identificadas. São Paulo, 00 de XXXXXXXXXXX de 0000. CONTRATANTE [espaço para assinatura] ESTADO DE SÃO PAULO pela SECRETARIA DA FAZENDA CONTRATADA [espaço para assinatura] EMPRESA XXXXXX – Representante legal TESTEMUNHAS [espaço para assinatura] FULANO DE TAL RG: CPF: [espaço para assinatura] FULANO DE TAL RG: CPF: 87 g) Convênio e Termo de cooperação Documentos utilizados para firmar acordos entre a Secretaria da Fazenda e outros órgãos e entidades. Destinados às partes envolvidas, o convênio e o termo de cooperação são um ajuste entre as partes para assunção de compromisso, mediante mútua colaboração, com objetivo de interesse comum. A principal diferença entre estes dois documentos e o contrato está no interesse das partes: no convênio e no termo de cooperação há convergência; no contrato, diferenças. Os convênios celebrados pelo estado, por intermédio das secretarias de estado ou órgãos vinculados diretamente ao governador, dependem de prévia autorização do chefe do governo, exceto nas hipóteses em que o governador também seja signatário do documento. Conforme o §1º, art. 116 da Lei 8.666/93, a celebração de convênio depende de prévia aprovação de competente Plano de Trabalho proposto pela organização interessada, o qual deverá conter, no mínimo, as seguintes informações: a) identificação do objeto; b) metas; c) etapas de execução; d) plano de aplicação dos recursos financeiros; e) cronograma de desembolso; f) previsão de início e fim da execução das etapas e do objeto como um todo; g) se o convênio compreender obras ou serviço de engenharia, comprovação de que os recursos próprios para complementar a execução do objeto estão devidamente assegurados, salvo se o custo total do empreendimento recair sobre a entidade ou sobre o órgão descentralizador. Obs.: Convênio é uma demonstração de que os atos administrativos ora são classificados pela ação executada, ora pela autoridade competente. A maior parte dos convênios é publicada como documento administrativo. Os convênios ICMS têm força de ato normativo, pois o Confaz, órgão colegiado que os promove, não tem autoridade hierárquica, não podendo emitir resoluções e similares. Competência: Secretário da Fazenda. Fundamento legal da competência: Decreto 40.722/96. Estrutura e Exemplo: semelhante ao Contrato administrativo (ver p. 80). 88 h) Edital Documento com a finalidade de anunciar ou tornar público, via imprensa ou afixação em lugares públicos, fato que deve ser conhecido pelo público em geral. Os editais recebem designação própria segundo seu objetivo (licitação, concorrência, concurso para provimento de cargos, citação, intimação, notificação etc.). A finalidade dos editais sempre será anunciar ou tornar público fato que deve ser conhecido. A Lei Federal 8.666/93 e o Decreto Estadual 40.399/95 apresentam regras de publicação de editais de concorrência, tomada de preços, concurso e leilão. O anexo do Decreto 42.224/97 apresenta modelo de abertura de edital de concorrência ou tomada de preço. Competência: Coordenadores, Presidentes da Jucesp e da SPPREV e diretores de departamento e de divisão. Estrutura: (ver Exemplo de Edital de Notificação, p. 94). 89 i) Memorando e Memorando-circular Ato com a finalidade de comunicar o solicitar algo oficialmente. O memorando é uma modalidade de comunicação entre unidades administrativas de um mesmo órgão, que podem estar hierarquicamente em mesmo nível ou em nível diferente. Trata-se, portanto, de uma forma de comunicação eminentemente interna a determinado órgão do Governo. A principal função do memorando é empregar agilidade na comunicação interna, visando evitar a costumeira demora burocrática. Por isso, o texto do memorando deve ser simples, objetivo, preciso, conciso e claro. A única diferença entre o memorando e o memorando-circular é que este deve ser enviado a vários destinatários. Competência: Secretário da Fazenda, Secretário adjunto, Chefe de gabinete, Assessor de gabinete, Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV, Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal e secretário do Codec. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 1, p. 22) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Local e data: (ver p. 26) - Invocação: (ver p. 26) - Indicação de assunto: resumo do teor da comunicação, com alinhamento à direita. Texto: exposição clara e objetiva do objeto que motivou a elaboração do memorando. Os parágrafos devem ser numerados para facilitar referência pontual ao documento. - Fecho: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) Diagramação: (ver Diagramação padrão ofício, p. 66) 90 Exemplo de Memorando MEMORANDO Nº XXX/NDI São Paulo, XX de novembro de 2007. A Sra. Diretora da Divisão de Apoio Logístico da Fazesp Assunto: Doação de publicações Envio relação de títulos de livros e periódicos que apresentam baixo índice de consulta e empréstimo. 2. Devido à baixa consulta, pretende-se encaminhar essas publicações à Secretaria de Estado da Habitação para que sejam distribuídas entre a biblioteca dessa Secretaria e seus conjuntos habitacionais. 3. No caso dos periódicos, é apresentado anexo o título da Revista dos Tribunais como referencial na análise da estatística. 4. Ainda em relação aos periódicos, ressalvamos que, em caso de necessidade de consulta ou empréstimo, poderemos acionar as bibliotecas dos órgãos públicos vizinhos (XXXX, XXXXX, XXXXXX), instituições que possuem os mesmos títulos das coleções e com as quais temos bom relacionamento. 5. Colocamo-nos à disposição para melhores esclarecimentos. Respeitosamente, [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor do NDI GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA GABINETE DO SECRETÁRIO 10 cm 1,5 cm 2,5 cm 2,5 cm 2,5 cm 6,5 cm 5,5 cm 1,5 cm 91 j) Nota Técnica Ato com finalidade de analisar e/ou justificar tecnicamente a proposição de ato normativo ou de contrato administrativo. A nota técnica é um documento complementar que respalda, em termos técnicos, um ato decisório. É destinada à autoridade hierárquica responsável por assinar o ato proposto. Competência: Coordenadoria e Diretoria de departamento. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 1, p. 22) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Local e data: (ver p. 26) - Texto: - Introdução: parágrafo contextualizando a situação. - Desenvolvimento: texto apresentando: a) resumo das justificativas e dos argumentos; b) transcrição da legislação citada (se for o caso); c) análise da proposta; d) esclarecimentos que ilustrem a situação. - Conclusão: considerações finais, resumindo a análise. Os parágrafos devem ser numerados para facilitar referência pontual ao documento. - Fecho: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) 92 Exemplo de Nota Técnica GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA COORD. DE PLANEJ. ESTRATÉGICO E MODERNIZAÇÃO FAZENDÁRIA NOTA TÉCNICA Esta Nota Técnica tem a finalidade de analisar a proposta apresentada pela xxxxxxxx, que objetiva a prestação de serviços de consultoria para assessoramento e capacitação em Gestão do Conhecimento para a equipe do Projeto “DPG - 04 – Implantar Gestão do Conhecimento na Sefaz-SP”. [...] 4. A Consultoria para assessoramento e capacitação em Gestão do Conhecimento contribuirá para que a Secretaria da Fazenda acompanhe as mudanças ocorridas na Administração Pública brasileira, que passa por um processo de modernização e redefinição de papéis há aproximadamente doze anos e, principalmente, permitirá que as oportunidades de captar, tratar e disseminar informações possam ser identificadas pelas próprias áreas geradoras do conhecimento. Nesse sentido, a proposta da xxxxxxxx está de acordo com os termos definidos pelo projeto. [...] 7. A proposta da instituição foi analisada comparativamente com outros preços de cursos com conteúdos semelhantes e valores totais apresentados na tabela abaixo. [...] 10. Sugere-se que a referida contratação seja feita por dispensa de licitação, uma vez que a xxxxxxxxxx é uma fundação instituída pelo poder público de direito privado e integrante da administração estadual, em conformidade com o estabelecido pelo artigo 24 da Lei Federal 8.666, de 21 de junho de 1993, c.c. a Lei Estadual 6.544/89. [...] 12. Considerando todo o exposto, em especial a razoabilidade do preço apresentado na proposta da xxxxxxx, entendemos que a proposta da instituição está perfeitamente adequada aos objetivos do projeto, razão pela qual somos favoráveis à sua contratação. São Paulo, XX de xxxxx de 2008. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Líder do projeto 93 k) Notificação Documento com finalidade de notificar algo oficialmente, dando ao interessado ciência de procedimento administrativo, garantindo-lhe o direito à ampla defesa e ao contraditório. A notificação é destinada ao interessado envolvido no processo/expediente. Competência: Tribunal de Impostos e Taxas, Jucesp, SPPREV, AFR, Diretor de departamento e de divisão e Chefe de Posto Fiscal. Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 2, p. 22) - Local e data: (ver p. 26) - Endereçamento: (ver p. 28), com alinhamento à esquerda. - Indicação de referência: dados e assunto do processo sobre o qual o contribuinte terá de prestar contas. A indicação de referência deve ser alinhada à esquerda. - Identificação do documento: (ver p. 24) - Texto: deve conter as seguintes informações: a) pedido de comparecimento do destinatário; b) local indicado para o comparecimento; c) prazo para comparecimento; d) referência ao dispositivo legal que autoriza a ação (o ato de notificar); e) aviso das conseqüências caso a notificação seja negligenciada. Os parágrafos devem ser numerados para facilitar referência pontual ao documento. - Identificação do signatário: (ver p. 27) 94 Exemplo de Edital de Notificação GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DELEGACIA REGIONAL TRIBUTÁRIA DA CAPITAL INSPETORIA FISCAL Nº XX – POSTO FISCAL Nº XXX Rua XXXXXXX, 00 – 0º andar - XXXXX-XXX - São Paulo – SP Tel.: (11) XXXX-XXXX - Fax: (11) XXXX-XXXX São Paulo, 00 de dezembro de 2007. Ao Fulano de tal Av. XXXXXXXX, 000 Bairro Tal 00000-000 São Paulo - SP Ref.: Proc. DRT-C/3 000.000 – Regime especial NOTIFICAÇÃO Notificamos o contribuinte a comparecer, por seu representante legal ou procurador devidamente habilitado, neste Posto Fiscal, no prazo de dez dias úteis, para tomar ciência e retirar cópia do parecer exarado pela Deat-G, em despacho do dia XX de XXXX de 2007. 2. Nos termos do artigo 535, inciso IV, parágrafo 4º, alínea b do RICMS, aprovado pelo Decreto 45.490/2000, fica o contribuinte abaixo notificado da lavratura do Auto de Infração e Imposição de Multa (AIIM). A multa poderá ser paga com cinqüenta por cento de desconto dentro do prazo de trinta dias, contados a partir do 5º dia útil posterior à data de publicação deste edital. 3. No mesmo prazo, cabe defesa por escrito ao Delegado Regional Tributário da Capital. 4. O não-atendimento da presente, na forma e prazo acima, implicará o encaminhamento do AIIM para julgamento à revelia. 5. O auto de infração aguardará prazo no Posto Fiscal 00 – Rua XXXXXXXX, 000, SP, no horário das 9h às 16h30. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Chefe do Posto Fiscal 95 l) Ofício e Ofício-circular Documento com finalidade de comunicar ou solicitar algo oficialmente, podendo ser destinado tanto a outros órgãos ou pessoas da administração pública quanto a instituições e pessoas do setor privado. A única diferença entre o ofício e ofício-circular é que este deve ser enviado a vários destinatários. A literatura técnica sobre o tema trata o ofício como um meio de comunicação exclusivamente externo, uma vez que para a comunicação interna há o memorando. Essa prática também deve ser seguida no âmbito da Sefaz. Competência: Secretário da Fazenda, Secretário adjunto, Chefe de gabinete, Assessor de gabinete, Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV, Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal e secretário do Codec. Fundamento legal da competência: Lei 10.177/98 (art.12, II, b). Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 2, p. 22) - Identificação do documento: (ver p. 24) - Local e data: (ver p. 26) - Vocativo: (ver p. 25) - Assunto (opcional): resumo do teor da comunicação, com alinhamento à direita. Cada ofício deve abordar um único assunto. - Texto: exposição do assunto, obedecendo à seguinte estrutura seqüencial: - Introdução: tem de apresentar, de forma objetiva, a finalidade do documento. Devem ser evitadas frases feitas para começar o texto, que pode ser iniciado de forma direta (“Informo que...”; “Encaminho ao senhor...”). A introdução deve ser redigida em apenas um parágrafo. - Desenvolvimento: detalhamento do assunto. Quando o ofício for acompanhado de outros documentos, estes devem ser citados no corpo do texto. - Conclusão: reafirmação da proposição que motivou o ato. A conclusão pode ser apresentada em apenas um parágrafo. Se o texto do ofício for muito longo, deve ser usada uma folha de continuação, que deve conter apenas a identificação do órgão e uma expressão para identificar o ato 96 composta por: a) indicação do número da folha; b) identificação do documento; e c) data em formato resumido (dd/mm/aaaa). Essa expressão deve ser alinhada à esquerda. Ex.: OFÍCIO nº 51 / FAZESP – fl. 2 Os parágrafos devem ser numerados para facilitar referência pontual ao documento. - Fecho: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 27) - Endereço: (ver Endereçamento, p. 28) - Iniciais (se for o caso): (ver p. 28) Diagramação: (ver Diagramação padrão ofício, p. 66) 97 Exemplo Ofício OFÍCIO Nº XXX/GS-CAT São Paulo, XX de novembro de 2007. Senhor Governador, Encaminho a Vossa Excelência a inclusa minuta de decreto, que estabelece sistemática especial de tributação do ICMS ao leite longa vida e demais laticínios. 2. A proposta faculta ao fabricante de leite longa vida a redução de base de cálculo em cem por cento nas saídas internas de leite esterilizado (longa vida), desde que, por opção do contribuinte, não haja o aproveitamento de quaisquer créditos do imposto. 3. Autoriza, também, sob condições, o fabricante paulista de leite longa vida e laticínios de creditar-se de um por cento sobre o valor das aquisições de leite cru produzido neste Estado. 4. A medida pretende incentivar a produção leiteira paulista, bem como simplificar as obrigações acessórias do fabricante, de modo a resguardar a competitividade da economia paulista diante de políticas tributárias implementadas por Estados vizinhos. Decorre do trabalho de revisão do sistema tributário estadual que está sendo efetuado pela Comissão composta pelas Secretarias da Fazenda, do Desenvolvimento e da Economia e Planejamento, conforme dispõe a Resolução Conjunta n° 1, de 24 de janeiro de 2007, desses Órgãos, cujo objetivo é avaliar a implantação de política de desenvolvimento econômico e social do Estado de São Paulo. 5. Com essas justificativas, proponho a edição de decreto conforme a minuta. Respeitosamente, [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Secretário da Fazenda A Sua Excelência o Senhor FULANO DE TAL Governador do Estado de São Paulo Av. Morumbi, 4.500 Morumbi 00000-000 São Paulo - SP GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA GABINETE DO SECRETÁRIO 5,5 cm 6,5 cm 10 cm 2,5 cm 1,5 cm 1 cm 2,5 cm 2,5 cm 98 m) Ordem de serviço (OS) Documento interno e eminentemente operacional, que expede incumbência a um servidor ou a uma unidade administrativa. A ordem de serviço determina a realização de serviços e/ou regula procedimentos específicos para sua execução. É um ato destinado ao servidor, à unidade ou à empresa que deverá executar o serviço. Competência: Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço e Chefe de Posto Fiscal. Fundamento legal da competência: Lei 10.177/98 (art.12, II, b). Estrutura: - Cabeçalho: (ver Modelo 1, p. 22) - Epígrafe: (ver p. 24) - Texto: exposição do assunto, seguido, se for o caso, da cláusula de vigência e de revogação. - Local e data: (ver p. 26) - Identificação do signatário: (ver p. 26) 99 Exemplo de Ordem de Serviço GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA ESCOLA FAZENDÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO NÚCLEO DE RECURSOS TÉCNICOS ORDEM DE SERVIÇO Nº 00, DE 00 DE XXXXXXXXXX DE 0000. Considerando o grande número de pedidos de empréstimo de equipamentos eletrônicos deste Núcleo, o seu custo de manutenção e, considerando também que o empréstimo de espaço físico implica a segurança de todo o prédio, os funcionários deste Núcleo devem cumprir as seguintes orientações: 2. Os empréstimos de equipamentos e/ou espaço físico somente serão autorizados a órgãos públicos, mediante termo de responsabilidade assinado por servidor indicado oficialmente pelo órgão solicitante. 3. Os empréstimos referidos nesta Ordem de Serviço somente serão autorizados para utilização pelo órgão solicitante. 4. Os pedidos de empréstimos oriundos de outros órgãos estaduais poderão ser analisados e autorizados pela direção da Fazesp. 5. Os empréstimos estão condicionados à realização de uma visita prévia às instalações para vistorias dos equipamentos e orientações sobre eles, a qual será agendada com antecedência mínima de 24 horas da realização do evento. 6. Os empréstimos estão condicionados a disponibilidades do NRT. São Paulo, 00 de XXXXXXXXXXX de 0000. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor do NRT 100 n) Requerimento Documento de tramitação exclusiva no âmbito da administração pública. O requerimento é uma petição de caráter individual (se houver mais de uma pessoa, passa a ser abaixo- assinado ou memorial), que tem a finalidade de solicitar reconhecimento/concessão de um direito, legalmente previsto, a autoridade hierárquica competente. Apesar de fundamentado por legislação, a solicitação do requerimento não garante resposta favorável. Competência: Todos os servidores. Fundamento legal da competência: Lei 10.261/68 (art. 239); Lei 10.177/98 (art. 23) Estrutura: - Vocativo: (ver p. 25) - Texto: - Introdução: nome, RG e cargo do requerente, seguidos da motivação do pedido. O preâmbulo pode ser elaborado em apenas um parágrafo. - Desenvolvimento: exposição do pedido, indicando a fundamentação legal do requerimento e os elementos comprobatórios do fato, se for o caso. Os parágrafos devem ser numerados para facilitar referência pontual ao documento. - Fecho: expressão: “Nestes termos, peço deferimento.”. - Local e data: (ver p. 26) - Assinatura: apenas a rubrica, já que nome e cargo do servidor já foram identificados no corpo do texto. - Visto: expressão “De acordo.”, assinatura, nome e função do(s) superior(es) hierárquico(s), mediato e imediato. Esse recurso só deve ser usado se a autoridade destinatária não for imediatamente superior ao requerente. Se o(s) superior(es) hierárquico(s) não deferirem o documento, é aconselhável que haja indicação da fundamentação legal que justifique a posição. Obs. 1: A competência administrativa para deferir ou não o requerimento varia de acordo com o objeto do documento, que deve estar expresso de forma clara e precisa. Mesmo quando o vocativo for referente à autoridade competente a despachar o requerimento, nos casos em que a autoridade destinatária for hierarquicamente superior dois níveis ou mais, os superiores hierárquicos intermediários devem dar visto no documento (ver Exemplo de Requerimento de Afastamento de Servidor, p. 102). 101 Obs. 2: Por ser um ato de caráter pessoal, o requerimento dispensa o cabeçalho que representa a organização administrativa e a identificação do documento, devendo ser iniciado diretamente pelo vocativo. Obs. 3: Se o requerimento for elaborado na forma indireta, 3ª pessoa do singular (Ex.: Fulano de tal, RG..., em vez de: Eu, Fulano de tal, RG...), o fecho deverá ser alterado para “Nestes termos, pede deferimento.”. 102 Exemplo de Requerimento de Afastamento de Servidor A Sua Excelência o Senhor Secretário da Fazenda Eu, Fulano de tal, RG XX.XXX.XXX-X, SSP/SP, com cargo de XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, tendo tomado conhecimento do curso XXXXXXXXXXXXXXXXXXX oferecido pela Universidade de São Paulo (USP) por intermédio da Escola de Comunicações e Artes (ECA), realizei inscrição, participei de processo seletivo e fui aprovado, conforme atestado anexo. 2. Considerando minha área de atuação aqui nesta Secretaria, alego compatibilidade do programa proposto pelo curso XXXXXXXXXXXXXX, também anexo, com as funções que desempenho em minha unidade, que são: - XXXXXXXXXXXXXX; - XXXXXXXXXXXXXX; - XXXXXXXXXXXXXX; - XXXXXXXXXXXXXX. 3. Desta forma posto, venho requerer ao senhor afastamento pelo período de quatro horas semanais, nos termos do Decreto 52.322, de 18/11/1969, frisando que não haverá custos para a Secretaria da Fazenda com o referido curso. 4. Informo, ainda, que esse curso será realizado às quintas-feiras, das 14h às 17h, de 00/00/2007 a 00/00/2007, como comprova o atestado anexo. Nesses termos, peço deferimento. São Paulo, 00 de 00000 de 2007. [assinatura do servidor] De acordo. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor do XXXXXXXXXX De acordo. [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor do XXXXXXXXXX 103 Exemplo de Requerimento de Abono de Falta Ao Senhor Diretor do Núcleo de Controle de Cursos, Eu, Fulano de tal, RG 00.000.000-0, SSP/SP, ocupante do cargo XXXXXXXX, tendo faltado ao expediente do dia 00 de novembro de 2007, requeiro ao senhor concessão de abono de falta a que tenho direito segundo o §1º, art. 20 da Lei 500 de 13 de novembro de 1974 e alterações posteriores. Informo, ainda, que esta solicitação de concessão de abono é a terceira deste ano. Nesses termos, peço deferimento. São Paulo, XX de XXXXXXXX de 0000. [assinatura do servidor] Deferimento: ( ) de acordo. ( ) cancelado, nos seguintes termos: XXXXXXXX [espaço para assinatura] FULANO DE TAL Diretor do Núcleo de Controle de Cursos 104 2.6 Meios de transmissão 2.6.1 Correio eletrônico ou e-mail Embora seja um recurso de comunicação tão próximo à fala quanto à escrita, as mensagens de cunho administrativo transmitidas por e-mail devem obedecer aos mesmos princípios administrativos e às mesmas regras gramaticais e ortográficas seguidas pelos atos administrativos. Como o correio eletrônico é apenas um meio de transmissão, somente têm valor documental os textos transmitidos com certificação digital. Para evitar desestruturação e desformatação de texto, os atos, quando veiculados por meio eletrônico, devem seguir anexos, não no corpo da mensagem. Em caso de ausência de servidor por período considerável (férias, licenças), deve ser registrada mensagem de resposta automática (autoreply), contendo os seguintes dados: - Indicação da data de retorno; - Indicação de substituto (nome, telefone, endereço eletrônico); - Assinatura. 2.6.2 Fac-símile ou fax A transmissão por meio de fax deve ser utilizada para envio ou recebimento antecipado de cópia de documento que requer imediato conhecimento. Em processos, não devem ser utilizadas cópias de fax, não só porque não têm valor documental, mas porque o papel para fax não retém tinta por muito tempo. Quando for necessário utilizar uma informação enviada por fax para compor um processo, deve ser feita, em copiadora convencional, outra cópia da informação recebida por fax. O fax deve ser utilizado com formulário padronizado, no qual deve constar identificação tanto do remetente quanto do destinatário. 105 Sugestão de modelo formulário para envio de fax GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA ESCOLA FAZENDÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO NÚCLEO DE RECURSOS TÉCNICOS Av. Rangel Pestana, 300 17º andar 01017-911 São Paulo – SP Tel.: (11) 3243-3855 - Fax: (11) 3243-3854 ENCAMINHAMENTO DE FAX Para: Empresa/órgão: Tel.: Fax: Transmitido por: Nº de páginas incluindo esta: Data: ( ) Urgente ( ) Para revisão ( ) Favor comentar ( ) Favor responder ( ) Favor circular Notas / Comentários Ocorrendo problemas na recepção desta mensagem, favor informar pelo telefone que consta no cabeçalho deste formulário. 106 CAPÍTULO 3 NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO 3.1 Considerações gerais Seguindo o princípio da publicidade, que dispõe sobre a transparência na administração pública, o Diário Oficial do Estado é o meio de comunicação em que o estado torna públicos os atos da administração, prestando contas à sociedade. Embora os atos administrativos obedeçam a rigoroso padrão de elaboração, tanto no que diz respeito ao conteúdo quanto à da forma, como foi apresentado nos capítulos anteriores deste manual, esse rigor só tem validade enquanto os atos tramitam, interna ou externamente, nos órgãos públicos. Depois dessa tramitação, quando os atos passarem a ganhar publicidade, há que se obedecer outras regras. Um dos princípios editoriais do DOE é a valorização da racionalização e da simplificação do processo de publicação. Com isso, as orientações essenciais para publicação de atos oficiais devem obedecer a alguns princípios administrativos e desconsiderar algumas normas de redação presentes nos atos de comunicação. Diante disso, devem ser seguidas instruções. 3.2 DOE – Poder Executivo, Seção I Essa seção destina-se à publicação de atos administrativos normativos e de interesse geral da administração centralizada e descentralizada. Por ordem de apresentação, devem ser publicados na Seção I: Resolução; Portaria; Apostila; Despacho; Decisão; Atos especiais (Deliberação, Instrução, Recomendação etc.); Comunicado; Extrato de contrato, notificação, intimação e afins; Julgamento de licitação; Retificação. 107 3.2.1 Regras para publicação Para publicar no DOE, seção I, devem ser observadas as seguintes regras, algumas já citadas nos outros capítulos deste manual: - Os atos administrativos devem ser impessoais (Decreto 42.224/97, arts. 1º e 2º). - Não será usado o vocábulo ato para designar manifestação de autoridade. - Os atos administrativos devem ser publicados apenas uma vez, salvo aqueles que disponham de determinação legal em contrário. - Os editais de concorrência, tomada de preços, concurso e leilão serão publicados conforme legislação própria (Decreto 40.399 de 24/10/1995 e Lei 8.666 de 21 de junho de 1993). - Os contratos, convênios e ordens de serviço serão publicados em resumo, conforme modelo II do Decreto 42.224/97. - As listas de nomes devem ser relacionadas em ordem alfabética, de forma corrida, não um nome por linha. - As expressões senhor, douta, egrégia, colenda e outros, tanto no gênero masculino quanto no feminino, devem ser suprimidas. - As expressões de tratamento de autoridades tais como magnífico, excelentíssimo etc. devem ser suprimidas. - A expressão “no uso de suas atribuições legais”, será admitida apenas em decretos. - Não deve constar a repetição por extenso de referência numérica, que deverá ser grafada apenas em algarismos. - As referências a disposições legais que atribuem competência às autoridades abaixo do governador do estado não serão publicadas. O artigo 6º do Decreto 42.224/97 relaciona os atos que devem ser publicados na íntegra e os que devem ser publicados em formato resumido. Entre os que são elaborados pela Sefaz devem ser publicados na íntegra: - resoluções, deliberações e portarias de caráter normativo ou geral; - matéria que constituir decisão que firme doutrina ou norma geral; - resoluções pertinentes à distribuição de recursos financeiros. Devem ser publicados resumidamente: 108 - resoluções, portarias e despachos de caráter individual; - apostilas; - licenças a funcionários para tratar de interesses particulares. Além das normas de publicação, a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo – Imesp apresenta algumas orientações para facilitar e dinamizar o processo de publicação de atos no DOE. 3.2.2 Orientações essenciais I – Os atos administrativos devem ser dispostos na seqüência, seguindo a organização administrativa e a hierarquia dos seus dirigentes. II – Visando manter a impessoalidade, no DOE não deve aparecer o nome da autoridade que expede o ato. Exemplo: Resolução SF-50, de... O sr. Fulano de tal, Secretário da Fazenda, resolve: (errado) O Secretário da Fazenda resolve: (certo) III - Os atos administrativos devem ter denominação correta, de acordo com a competência da autoridade e a finalidade do ato. IV - Não há regra estipulada para ordem na linha de identificação do ato numerado (espécie, número, data). Visando uniformidade, a Imprensa Oficial do Estado de São Paulo (1997, p. 14) expediu a seguinte orientação: a) Após a denominação da espécie de ato, sigla da unidade expedidora, seguida pelo número e data do ato. b) A sigla da unidade expedidora deve ser separada do número do ato por um hífen. c) Nas datas, a grafia dos números não deve apresentar o zero à esquerda; dia, mês e ano devem ser separados por hífen (-). Exemplo: Resolução SF-63, de 30-10-2007 Portaria CAT-60, de 22-9-2007 Comunicado DOF-31, de 5-5-2007 109 V - Para publicação, os atos não articulados devem ser antecedidos de origem da matéria, tipo de ato e data. Exemplo: DELEGACIA TRIBUTÁRIA DE JULGAMENTO DE BAURU (origem da matéria) Portarias do Delegado, de 6-11-2007 (tipo de ato e data do fato) Designando: (objetivo do ato) VI – Se os atos não estiverem numerados, a referência à autoridade competente deve compor a linha que especifica e data o ato. Exemplo: COORDENADORIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS Apostila da Diretora Técnica, de 8-11-2007 Obs.: A resolução tem competência exclusiva do secretário (Decreto 42.224/97, art. 1º), o que torna redundante a expressão “Resolução do Secretário”. VII – Sob o título das unidades não devem ser apresentados atos de autoridade hierarquicamente superior. Exemplo: COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA DELEGACIA REGIONAL TRIBUTÁRIA DE BAURU Despacho do Coordenador, de... COORDENADORIA DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA DELEGACIA REGIONAL TRIBUTÁRIA DE BAURU Despacho do Delegado Regional, de... VIII - Para escapar da ambigüidade na identificação correta da autoridade, deve ser evitado o aparecimento de dois títulos de nível hierárquico seguidos. Exemplo: DIVISÃO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE CAMPINAS DIVISÃO DE SUPRIMENTOS Portarias do Diretor, de... DIVISÃO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE CAMPINAS Portarias do Diretor de Suprimentos, de... Errado Errado Certo Certo 110 IX – Num agrupamento de atos do mesmo tipo, a apresentação deve ser em ordem cronológica. Nessa situação, o título é apresentado sem data, a qual é colocada antes dos atos correspondentes. Exemplo: Despachos do Secretário De 8-11-2007 No processo xxx/2007, no qual o interessado... De 9-11-2007 No processo xxx/2007, no qual o interessado... X - Com exceção dos despachos, em que é conveniente a transcrição resumida do processo, para evitar repetição de informações, os atos simplificados devem apresentar texto resumido, com o verbo inicial sempre no gerúndio. Exemplo: Designando - Concedendo – Declarando - Homologando, etc. XI - Os extratos de contrato, as ordens de serviço e afins devem seguir os modelos apresentados no anexo do Decreto 42.224/97. a) Nos títulos dos extratos de contrato, ordem de serviço e afins não é necessário especificar o assunto do ato, que será mencionado no Objeto. Exemplo: Extrato de Contrato de Serviços de Manutenção de Software (errado) Extrato de Contrato (certo) b) Na parte da Contratante, deve ser citada apenas a unidade envolvida no contrato, não a estrutura hierárquica da Sefaz. Exemplo: Contratante – Secretaria da Fazenda, Coordenadoria de Planejamento Estratégico e Modernização Fazendária, Escola Fazendária do Estado de São Paulo (errado) Contratante – Escola Fazendária do Estado de São Paulo (certo) c) Visando à concisão, nos extratos não devem ser grafados os zeros no início de seqüência numérica, exceto nos casos estabelecidos por lei, números de inscrição ou de cadastramento codificados por sistemas informatizados. 111 Exemplo: Concorrência 000002-83 Termo de contrato 000003-83 Concorrência 2-83 Termo de contrato 3-83 d) Sempre que possível, devem ser empregadas abreviações e siglas. Exemplo: TIT – Tribunal de Impostos e Taxas CAT – Coordenadoria da Administração Tributária Proc. – processo Ref. – referência LC – Lei Complementar e) Citar abreviadamente os demais dispositivos legais e suprimir o símbolo “nº” ou a expressão número que antecedem o número grafado. Exemplo: Lei Federal nº 8.666, de 21 de junho de 1993 Decreto nº 6473, de 13 de setembro de 1989 Lei Federal 8.666-93 Decreto 6473-89 XII - Na publicação de todos os resultados de processo de licitação (adjudicação, habilitação, classificação) deve ser utilizada apenas a expressão “Julgamento de Licitação”. XIII - As retificações devem ser apresentadas no fim do agrupamento correspondente. Devem ser redigidas de modo sucinto, evitando repetições. XIV – Quando uma resolução ou portaria é assinada com finalidade específica (designar, promover, aprovar etc.), pode ser simplificada (CE/89, art.112). Errado Certo Errado Certo 112 Exemplo: COORDENAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Portaria CAF-60, de 22-9-2007 O Coordenador de Administração Financeira, nos termos do artigo 00, inciso 00, resolve: Art. 1º - Designar Fulano, Beltrano e Sicrano... COORDENAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Portaria do Coordenador de 22-9-2007 Designando, termos do artigo xx, inciso xx, Fulano, Beltrano e Sicrano... 3.2.3 Atos que não devem ser publicados na Seção I - Tramitação de processo: devem ser publicados somente a abertura e o resultado final do processo. - Comunicado informativo sobre assunção de comando de alguma unidade. Nomeação é publicada na Seção II. - Homenagem de datas comemorativas. - Anúncio de perda ou roubo de objetos e documentos: deve ser publicado apenas comunicado visando à localização de documentos em tramitação pelas secretarias de estado. - Regimentos ou regulamentos internos: atos que se destinam a prover o funcionamento de unidades da Sefaz, atingindo apenas os servidores vinculados à atividade regimental. 3.3 DOE – Poder Executivo, Seção II Criada para racionalizar as publicações do DOE – Poder Executivo, a Seção II trata apenas de matérias que se referem à vida funcional do servidor, desde o momento em que ele ingressa no serviço público (homologação, nomeação), passando por mudança de cargo ou de setor (promoção, transferência), até o momento em que se desliga de suas atividades (aposentadoria, exoneração ou dispensa). Portanto, publicam-se nessa seção os atos que alteram a vida funcional do servidor e que possam propiciar avaliação de desempenho ou alteração em sua escala de vencimentos. Nessa seção, todos os atos referentes a pessoal devem ser simplificados, não constando números nem artigos. Errado Certo 113 3.3.1 Atos que não devem ser publicados na Seção II: - Atos normativos numerados (resolução, portaria, comunicados). - Escala de férias. - Mensagens elogiosas a servidor. - Nomeação de servidor para composição de grupo de trabalho. - Contrato (excetuando os de trabalho), convênio e afins. - Informação sobre julgamento de licitação. - Parecer sobre assuntos que não sejam de interesse geral. - Edital de abertura de concurso público ou processo seletivo. - Despacho de homologação de licitação, concurso ou processo seletivo. - Edital de abertura e demais modalidades do processo de licitação. - Eventos promocionais da Sefaz. Obs.: Atos que dispõem sobre transferência de cargos, preenchidos ou vagos, são publicados na Seção II; quando o ato refere-se apenas ao cargo, é publicado na Seção I. Na primeira situação são movimentados o cargo e o funcionário; na segunda, apenas o cargo. 114 CAPÍTULO 4 PUBLICAÇÕES MONOGRÁFICAS: MANUAIS, APOSTILAS E FOLHETOS 4.1 Considerações gerais Os preceitos fundamentais à redação oficial também são válidos para as publicações monográficas produzidas pela Sefaz. Da mesma forma que os atos administrativos representam a administração pública, apesar de documentos distintos essas publicações também reproduzem a imagem do estado. Por isso, e também para facilitar a identificação de dados essenciais a publicações desse tipo, seguem alguns critérios. A norma técnica (NBR 6029) da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT considera como livros as publicações não seriadas e com mais de quarenta e nove páginas, excluídas as capas. Contudo, para efeito deste manual, as regras dessa NBR para elaboração de livros serão consideradas para manuais, apostilas ou qualquer outra publicação semelhante. Sobre folhetos, dispõe a NBR 6029 que são publicações não periódicas com o mínimo de cinco e o máximo de quarenta e nove páginas, excluídas as capas. Este é o conceito também adotado por este manual. 4.2 Partes constitutivas São três as partes que constituem uma publicação monográfica. A) Preliminares ou pré-texto a) Capa (primeira e segunda): em publicações cartonadas ou encadernadas, a primeira é o revestimento externo; a segunda é o verso da primeira, face interna. b) Apresentação: texto de esclarecimento, justificação ou comentário, escrito pelo autor ou por outra pessoa. c) Folha de rosto: folha que contém elementos essenciais (autoria, título, edição) à identificação da publicação. d) Sumário: enumeração das principais divisões, seções e outras partes da publicação. O sumário deve ser elaborado com a mesma ordem e grafia do conteúdo da publicação. 115 Obs.: No sumário não devem estar referenciados elementos constitutivos que o antecedem no texto. Ex.: Sendo uma folha anterior ao sumário, a Apresentação não deve estar relacionada como um item do sumário. B) Texto a) Introdução. b) Desenvolvimento. c) Conclusão. Obs.: É indispensável que no corpo dos trabalhos monográficos seja indicada a fonte da qual foi extraída a idéia apresentada. Essa regra tanto é válida para citação de dispositivos legais (atendendo ao princípio da legalidade) quanto para fontes jurisprudenciais e de literatura técnica. As regras para citação são normatizadas pela NBR 10520 da ABNT. B) Pós-liminares ou pós-texto a) Referências: relação das obras citadas no contexto da publicação. As regras para referências são normatizadas pela NBR 6023 da ABNT. b) Glossário: lista em ordem alfabética de palavras ou expressões técnicas de uso restrito ou de sentido obscuro, utilizadas no texto, acompanhadas das respectivas definições. c) Anexos: relação de documentos complementares à compreensão do texto. Os anexos devem seguir após as referências. d) Capa (terceira e quarta capa): em publicações cartonadas ou encadernadas, a terceira capa é o verso da quarta, face interna; a quarta é o revestimento externo. 4.3 Elementos e regras de apresentação (folha de rosto) a) Autoria: responsável intelectual pela publicação. As elaboradas por servidor no exercício de sua função são de autoria da Sefaz, o autor coletivo. Em caso de vários níveis hierárquicos, os níveis intermediários, que em observação aos níveis superiores e inferiores possam ser intuídos, devem ser suprimidos. A autoria deve estar expressa na parte superior da folha de rosto, e o responsável intelectual será a unidade apresentada como hierarquicamente inferior. 116 Toda a cadeia hierárquica, até o nível da unidade responsável pela autoria, deve estar representada no verso da folha de rosto, com nome e cargo das respectivas autoridades competentes. A equipe de servidores responsáveis pela elaboração da publicação deve estar relacionada no verso da folha de rosto, por ordem de colaboração no desenvolvimento da publicação. b) Título: designação do assunto. O titulo deve estar impresso na parte central da folha de rosto. c) Edição: todos os exemplares produzidos a partir de um original ou de uma matriz. Pertencem à mesma edição de uma publicação todas as suas impressões, reimpressões, tiragens etc., produzidas diretamente ou por outros métodos, sem modificações, independentemente do período decorrido desde a primeira publicação (ABNT, NBR 6029, 2002, p. 2). A publicação apenas será considerada uma reedição quando forem feitas modificações no conteúdo ou na forma de apresentação (revisão, atualização, ampliação). Cada reedição recebe um número de ordem (2ª edição, 3ª edição). Somente as reedições são expressas na publicação, devendo ocupar lugar inferior ao título apresentado na folha de rosto. d) Local: cidade onde está estabelecido o setor responsável pela produção editorial da publicação. O local deve estar expresso de forma centralizada na parte inferior da folha de rosto. e) Editora: setor responsável pela produção editorial da publicação. Deve estar expresso após o local de forma centralizada na parte inferior da folha de rosto. f) Data: ano de impressão, não da produção da publicação. A data deve estar expressa após o setor responsável pela produção editorial, de forma centralizada na parte inferior da folha de rosto. g) Direito de reprodução: autorização, ou não, de reprodução, parcial ou integral, da publicação. Devem ser registradas, no verso da folha de rosto, informações sobre autorização de reprodução do conteúdo da publicação. Exemplos: Todos os direitos desta edição são reservados. Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização da Secretaria da Fazenda. 117 Exemplo de folha de rosto Secretaria da Fazenda Divisão de Comunicação e Segurança - DCS CARTILHA DE PROTOCOLO E ARQUIVO 2ª edição São Paulo Núcleo de Protocolo e Arquivo – NPA 2008 118 Exemplo de verso de folha de rosto Governo do Estado de São Paulo Secretaria da Fazenda Coordenadoria Geral de Administração – CGA Departamento de Suprimentos e Atividades Complementares - DSAC Divisão de Comunicação e Segurança - DCS Fulano de tal K Governador do Estado Fulano de tal X Secretário da Fazenda Fulano de tal Y Coordenador da CGA Fulano de tal Z Diretor do Dsac Fulano de tal W Diretor da DCS Elaboração: Fulano Beltrano Sicrano Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida, desde que citada a fonte. 119 REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6029: informação e documentação – livros e folhetos – apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10719: apresentação de relatórios técnico-científicos. Rio de Janeiro: ABNT, 1989. BRASIL. Congresso. Câmara dos Deputados. Manual de redação. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação de Publicações, 2004. BRASIL. Congresso. Senado Federal. Secretaria de Comunicação Social. Manual de redação: Agência do Senado. Brasília: Senado Federal, 2001. BRASIL. Fundação Nacional de Saúde. Manual de redação de correspondência e atos oficiais. Brasília: Funasa, 2005. BRASIL. Leis e Decretos. Constituição da República Federativa do Brasil. 10.ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República. 2.ed. Brasília: Presidência da República, 2002. BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Manual de atos oficiais administrativos do Superior Tribunal de Justiça. Brasília, DF: STJ, 2007. CARDOSO, J. B. Teoria e prática de leitura, apreensão e produção de texto: para um tempo de "PAS" (Programa de Avaliação Seriada). Brasília: UnB; São Paulo: Imesp, 2001. DI PIETRO, M. S. Z. Direito administrativo. 18.ed. São Paulo: Atlas, 2005. DINAMARCO. C. R. Instituições de direito processual civil. 4.ed. São Paulo: Malheiros, 2004. v.2. DINIZ, M. H. Dicionário jurídico. São Paulo: Saraiva, 1998. v.3. _________. Tratado teórico e prático dos contratos. 5.ed. São Paulo: Saraiva, 2003. v.5. DISTRITO FEDERAL (Brasil). Tribunal de Contas. Manual de redação oficial. Brasília: Diplan, 2003. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. Guia de endereçamento: formato padrão. Disponível em: http://www.correios.com.br/servicos/arquivos/Guia%20de%20enderecamento%20format o%20padrao.pdf . Acesso em: 13/09/2005 FIGUEIREDO, L. V. Curso de direito administrativo. 8.ed. São Paulo: Malheiros, 2006. HORBACH, C. B. Teoria das nulidades do ato administrativo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. 120 IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO. Diário Oficial do Estado de São Paulo: manual de normas de publicação. São Paulo: Imesp, 1997. INMETRO. Conmetro. Resolução 12, de 12 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/resc/pdf/RESC000114.pdf. Acesso em. 19/11/2007. JUSTEN FILHO, M. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 9.ed. São Paulo: Dialética, 2002. JUSTEN FILHO, M. Curso de direito administrativo. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2006. MEDEIROS, J. B. Comunicação escrita: a moderna prática da redação. São Paulo: Atlas, 1988. _____________. Correspondência: técnicas de comunicação criativa. 15.ed. São Paulo: Atlas, 2002. MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 33.ed. São Paulo: Malheiros, 2007. MELLO, C. A. B. Curso de direito administrativo. 23.ed. São Paulo: Malheiros, 2007. RIO DE JANEIRO (Estado). Governo do Estado. Manual de redação oficial do poder executivo do estado do Rio de Janeiro. Disponível em: http://www.sef.rj.gov.br/legislacao/financeira/decretos/2001/A comunicação. Acesso em: 10/06/2005. SÃO PAULO (CIDADE). Prefeitura. Manual de redação de atos oficiais e correspondências. São Paulo: s. n., 2006. SÃO PAULO (ESTADO). Assembléia Legislativa. Constituição do Estado de São Paulo anotada. Constituição Federal atualizada. São Paulo: Imesp, 2006. SÃO PAULO (ESTADO). Escola Fazendária do Estado de São Paulo. Redação oficial. São Paulo: Fazesp, s.d. SÃO PAULO (ESTADO). Governo. Manual de redação oficial do Estado de São Paulo. [no prelo] SILVA, De Plácido e. Vocabulário jurídico. 24.ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Manual de atos e comunicações oficiais. Niterói (RJ), 2003. 121 ANEXO I QUADRO SINÓTICO Atos normativos Ato Competência Finalidade Destino Fundamento legal Decreto Governador do Estado Regulamentar leis; dispor sobre organização administrativa, matérias tributária, orçamentária, financeira e de recursos humanos Público em geral Lei 10.177/98 (art. 12, I, a) Resolução Secretário da Fazenda Complementar e normatizar legislação tributária, orçamentária, financeira e de recursos humanos; dispor sobre todos os assuntos de competência da Secretaria da Fazenda Público em geral Lei 10.177/98 (art. 12, I, b) Portaria Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV, Diretor de departamento, de divisão e de serviço. Estabelecer procedimentos relativos a pessoal, organização e funcionamento de serviços; orientar quanto a aplicação de textos legais Público em geral e unidades internas Lei 10.177/98 (art. 12, II, a) Resposta à Consulta Consultoria Tributária Sanar dúvidas quanto à interpretação da legislação tributária Consulente e demais interessados RICMS (arts. 510 a 526) Decisão Normativa Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV. Fixar critérios ou orientar no tocante a caso concreto Público em geral Comunicado Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV, Diretor de departamento Transmitir breve informação, interna e externa, de caráter geral Público em geral Deliberação Órgão colegiado Decidir, impor ordem ou estabelecer uma medida Público em geral Lei 10.177/98 (art. 12, I, c) 122 Atos processuais Ato Competência Finalidade Destino Fundament o legal Despacho Secretário da Fazenda, Secretário adjunto, Chefe de gabinete, Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV, Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal, secretário de órgão colegiado. Decidir, ordenar ou sugerir prosseguimento do processo/expediente Interessado e unidades da administração pública Informação Todos os servidores Prestar esclarecimentos e elucidar pontos imprecisos sobre uma situação Interessado e unidades da administração pública Parecer Coordenadoria, Consultoria Tributária, Órgão colegiado Analisar e/ou interpretar tecnicamente situação proposta em processo/expediente Interessado e unidades da administração pública Relatório de Auditoria Assistente Técnico Fazendário do DCA Apurar legalidade, legitimidade, formas e resultado de gasto público. Unidade interessada Decreto 41.312/96 (art. 11) Relatório de Juiz Juiz do TIT Relatar o processo administrativo tributário Contribuinte e demais interessados Regimento Interno do TIT (art. 42, I) Voto Juiz do TIT Manifestar posicionamento de juiz em processo Contribuinte e demais interessados Regimento Interno do TIT (art. 42, II) 123 Atos de comunicação e documentos administrativos Ato Competência Finalidade Destino Fundamento legal Apostila Diretor de departamento, de divisão e de serviço Aditar ou retificar outro ato administrativo; reconhecer vantagens pessoais Interessado e unidade(s) de controle cadastral Decreto 52.833/08 (art. 37, I, a); Decreto 52.613/71 (art. 22, III) Ata Secretário da reunião Registrar, de forma resumida, as ocorrências da reunião Participantes da reunião Atestado Coordenador, Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal, secretário de órgão colegiado Comprovar fato, direito ou situação de conhecimento da administração pública Solicitante Certidão Diretor de departamento, delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal, secretário de órgão colegiado Comprovar fato ou ato administrativo que se encontra em registros/cadastros da administração pública Solicitante Certificado Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal Certificar a existência de um fato Interessado Contrato Administrativo Coordenador, presidentes da Jucesp e da SPPREV e diretores de departamento e de divisão Formalizar acordo de vontades entre as partes envolvidas Partes envolvidas Convênio e Termo de Cooperação Secretário da Fazenda Firmar acordo entre a Secretaria da Fazenda e outros órgãos e entidades Partes envolvidas Decreto 40.722/96 Edital Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV e Diretores de departamento e de divisão Anunciar ou tornar público fato que deve ser conhecido Público em geral Memorando Secretário da Fazenda, Secretário adjunto, Chefe de gabinete, Assessor de gabinete, Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV, Diretor de departamento, Delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal, secretário do Codec Comunicar ou solicitar algo oficialmente Outras unidades administrativas do mesmo órgão 124 Ato Competência Finalidade Destino Fundamento legal Nota Técnica Coordenadoria e Diretoria de departamento Analisar e/ou justificar tecnicamente a proposição de ato normativo e contrato administrativo Autoridade hierárquica competente Notificação Tribunal de Impostos e Taxas, Jucesp, SPPREV, AFR, Diretor de departamento e de divisão; Chefe de Posto Fiscal Dar ciência de procedimento administrativo, garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório; notificar algo oficialmente. Interessado envolvido no processo/expe diente Ofício Secretário da Fazenda, Secretário adjunto, Chefe de gabinete, Assessor de gabinete, Coordenador, Presidentes da Jucesp e da SPPREV, Diretor de departamento, Delegado, diretor de divisão, inspetor, diretor de serviço, chefe de Posto Fiscal, secretário do Codec Comunicar ou solicitar algo oficialmente Outros órgãos ou pessoas da administração pública, instituições e pessoas do setor privado Lei 10.177/98 (art. 12, II, b) Ordem de Serviço Diretor de departamento, delegado, Diretor de divisão, Inspetor, Diretor de serviço, Chefe de Posto Fiscal Determinar a realização de serviços e/ou regular procedimentos específicos para sua execução Servidor, unidade ou empresa que deverá executar o serviço Lei 10.177/98 (art. 12, II, b) Requerimento Todos os servidores Solicitar reconhecimento/conc essão de um direito legalmente previsto Autoridade hierárquica competente Lei 10.261/68 (art. 239); Lei 10.177/98 (art. 23) 125 ANEXO 2 EMENTÁRIO DE LEGISLAÇÃO Legislação Federal Decreto 4.176, de 28 de março de 2002 Estabelece normas e diretrizes para a elaboração, a redação, a alteração, a consolidação e o encaminhamento ao Presidente da República de projetos de atos normativos de competência dos órgãos do Poder Executivo Federal, e dá outras providências. Decreto 3.714, de 03 de janeiro de 2001 Dispõe sobre a remessa por meio eletrônico de documentos a que se refere o art. 57-A do Decreto no 2.954, de 29 de janeiro de 1999, e dá outras providências. Instrução Normativa Safed 4, de 06 de março de 1992 Consolida as regras constantes do Manual de Redação da Presidência da República Legislação Estadual Lei Complementar 944, de 26 de junho de 2003 Altera a Lei Complementar nº 863, de 29 de dezembro de 1999, que dispõe sobre a elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona Lei Complementar 863, de 29 de dezembro de 1999 Dispõe sobre a elaboração, a redação, alteração e a consolidação das leis, conforme determina o item 16 do parágrafo único do artigo 23 da Constituição do Estado, e estabelece normas para a consolidação dos atos normativos que menciona Lei 10.177, de 30 de dezembro de 1998 Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Estadual Lei 10.261, de 28 de outubro de 1968 Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado Decreto 52.833, 24 de março de 2008 Dispõe sobre os órgãos do Sistema de Administração de Pessoal, define competências das autoridades e dá providências correlatas Decreto 42.338, de 14 de outubro de 1997 Retifica o Decreto Nº 42.224, de 16 de setembro de 1997, que estabelece normas para a elaboração e publicação de atos administrativos, dispõe sobre a competência para sua expedição e dá providências correlatas Decreto 42.224, de 16 de setembro de 1997 Estabelece normas para a elaboração e publicação de atos administrativos, dispõe sobre a competência para sua expedição e dá providências correlatas 126 Decreto 41.312, de 13 de novembro de 1996 Transforma a Coordenação das Entidades Descentralizadas, da Secretaria da Fazenda, em Coordenadoria Estadual de Controle Interno, dispõe sobre sua organização e dá providências correlatas Decreto 40.722, de 20 de março de 1996 Dispõe sobre a exigência de autorização do Governador do Estado previamente à celebração de convênios no âmbito da Administração Centralizada e Autárquica e sobre a instrução dos processos respectivos Decreto 52.613, de 20 de janeiro de 1971 Reestrutura o Departamento de Despesa de Pessoal do Estado ESCOLA FAZENDÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DA FAZENDA DSD SD APOSTILA USO DA UNIDADE USO DO DDPE GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO DIVISÃO DE CADASTRO E REGISTRO DE PESSOAL DSD SD USO DA UNIDADE USO DO DDPE DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS DIVISÃO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DE CAMPINAS – DRA/4 CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA Disposições finais CONTRATANTE TESTEMUNHAS COORD. DE PLANEJ. ESTRATÉGICO E MODERNIZAÇÃO FAZENDÁRIA DELEGACIA REGIONAL TRIBUTÁRIA DA CAPITAL ESCOLA FAZENDÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO NÚCLEO DE RECURSOS TÉCNICOS Ao Senhor Diretor do Núcleo de Controle de Cursos, ESCOLA FAZENDÁRIA DO ESTADO DE SÃO PAULO Lei Complementar 944, de 26 de junho de 2003 Nova pasta/1-5- Manunal Vers�o 2013.pdf GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 0 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO V I D A E S C O L A R P A D R O N I Z A Ç Ã O D E D O C U M E N T O S E S C O L A R E S GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 1 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO DR. GERALDO ALCKMIN SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROF. DR. HERMAN JACOBUS CORNELIS VOORWALD SECRETARIO ADJUNTO DA SECRETARIA DA EDUCAÇÃO PROF. DR. JOÃO CARDOSO PALMA FILHO CHEFE DE GABINETE DR. FERNANDO PADULA NOVAES COORDENADORIA DE GESTÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA PROF.ª MARIA ELIZABETE DA COSTA DEPARTAMENTO DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DA REDE ESCOLAR E MATRÍCULA (DGREM) ANDRÉA GRECCO FINOTTI CENTRO DE VIDA ESCOLAR – (CVESC) NEREIDE MANGINELLI LAMAS COORDENADORIA DE INFORMAÇÃO, MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO EDUCACIONAL MARIA LUCIA BARROS DE AZAMBUJA GUARDIA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA DE SISTEMAS E INCLUSÃO DIGITAL - (DETEC) ANDRÉ DA COSTA SILVA GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 2 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES Equipe responsável pela elaboração : Albertina de Fátima Esteves Passos Diretoria de Ensino – Região de Votorantim Alexandre de Andrade Secretaria de Estado da Educação Alexandre José Vieira Diretoria de Ensino – Região de Limeira Angelo Luiz Ferreira Diretoria de Ensino – Região de Limeira Elisabeth Gama da Silva Saraiva Marques Diretoria de Ensino – Região de Santo Anastácio Geralda Helenice Augusta Rocha Diretoria de Ensino – Região de Santo Anastácio Gilda Inez Piorino Secretaria de Estado da Educação Ivan Cesar Ribeiro Machado Diretoria de Ensino – Região de Votorantim Joanna Borrelli Cordeiro Secretaria de Estado da Educação Jefferson Alvaro Caniello Diretoria de Ensino – Região Leste 4 Maria Aparecida Dulcini Secretaria de Estado da Educação Maria Cecília Travaim Camargo Secretaria de Estado da Educação Maria Claudinei da Silva Quintela Diretoria de Ensino – Região Norte 2 Maria José dos Santos Diretoria de Ensino – Região Bauru Maria Liege Pereira Vilas Boas Diretoria de Ensino – Região Itapevi Marineide Calvalca Garcia Diretoria de Ensino – Região Bauru Nereide Manginelli Lamas Secretaria de Estado da Educação Nilza Casagrande Secretaria de Estado da Educação Nina Rosa Conde Elias Secretaria de Estado da Educação Patrícia da Silva Gomes Secretaria de Estado da Educação Regina Aparecida P. Moncinhatto Bolzan Diretoria de Ensino – Região Adamantina Rosana Marques Librandi Gomes Diretoria de Ensino – Região de Bauru Roseli Ricce Bortoletto Diretoria de Ensino – Região de Limeira Sarah Ribeiro Durães Diretoria de Ensino – Região de Carapicuiba Selma Denise Gaspar Diretoria de Ensino – Região Centro Oeste Willerson Caetano Viana da Silva Diretoria de Ensino – Região de Itaquaquecetuba GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 3 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES Para iniciar... “Ao mexer com documentos escolares, estou lidando com vidas humanas! Com seres que sonham e aspiram... Que lutam, que brigam, que choram e que correm em busca de uma vida melhor! Minhas mãos podem construir! Minhas mãos podem edificar! Tão importante são os papéis que passam pelas minhas mãos e às vezes fico a pensar: _ O que será da vida desse amanhã? _ Será que terá um futuro melhor? _ Será que para ele, surgirá um novo sol? Esse papel parece coisa tão fria. _ Será que a vida deles é fria e vazia? E a minha? _ Não! A minha vida é cheia de amor! Eu sonho, eu choro, eu luto, eu brigo, eu corro, eu canto...! O papel que parecia frio tocando em minhas mãos ficou quente e colorido com cores dos sonhos dos Josés e das Marias que trabalham durante o dia e que a noite estudam. Que correria! Sinto vivo o papel deles em minhas mãos, prometo a vocês Josés e Marias, que suas vidas não serão vazias! E com maior cuidado e atenção carimbo e assino os papéis, porém, eles nunca saberão que seus destinos estiveram em minhas mãos.” (Márcia Holzmann) GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 4 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES Introdução A Secretaria Escolar pode ser considerada um dos setores mais importantes de uma escola, pois é dela a incumbência do registro fiel da vida profissional dos profissionais que fazem parte do quadro de pessoal de uma unidade de ensino, bem como da trajetória escolar de cada um dos alunos. É de sua responsabilidade organizar e registrar todas as ocorrências do dia-a-dia de uma escola, de forma a garantir eficácia, legalidade e validade dos atos escolaResolução Assim, este trabalho visa subsidiar as secretarias das unidades escolares a registrar fiel e rotineireiramente a trajetória escolar do aluno da rede pública estadual de São Paulo. Pretende-se que este manual seja objeto de consulta, de uso cotidiano nas escolas, e que subsider as atividades técnico-administrativas das secretarias escolares, a fim de otimizar o atendimento prestado à comunidade escolar em toda a Rede Estadual de Ensino. Constitui-se em um instrumento de organização, operacionalização e uniformização da escrituração escolar, no que se refere à vida estudantil de todos os alunos. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 5 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES ÍNDICE pág. Introdução 04 PARTE I – Atribuições Dos Gestores Escolares 07 1. Supervisão de Ensino 08 2. Direção da Escola 11 3. Secretaria da Escola 13 PARTE II - Orientações Básicas Para Procedimentos De Escrituração Escolar 15 4. Escrituração Escolar 16 o Matricula o Ficha Cadastral o Modelo de Ficha Cadastral 16 17 18 4.1 Classificação 19 o Requerimento de Classificação (Responsável Legal) o Requerimento de Classificação (Aluno Legalmente Responsável) o Portaria do Diretor – modelo o Registro da Síntese das Avaliações o Ata de Classificação 20 21 22 23 24 4.2 Reclassificação 25 o Requerimento de Reclassificação (Responsável Legal) o Requerimento de Reclassificação (Aluno Legalmente Responsável) o Proposta de Reclassificação – professor o Portaria do Diretor – Designação de professores o Síntese das Avaliações o Ata de Reclassificação 27 28 29 30 31 32 4.3 Progressão Continuada 33 o Notificação aos pais ou responsável legal o Correspondência ao Conselho Tutelar 34 35 4.4 Progressão Parcial 36 o Procedimento Pedagógico de Acompanhamento o Plano de Trabalho por disciplina o Resultado Final 37 38 39 4.5 Adaptação de Estudos 40 o Termo de Complementação de Matrícula o Plano de Trabalho o Resultado Final o Ata de Resultados de Adaptação de Estudos 41 42 43 44 4.6 Equivalência dos Estudos 45 o Requerimento de Equivalência de Estudos (Prosseguimento de Estudos) o Declaração para Prosseguimento de Estudos o Requerimento de Equivalência de Estudos (Conclusão de Curso) o Parecer da Supervisão de Ensino o Portaria de Reconhecimento de Equivalência de Estudos (Conclusão de Estudos) 47 48 49 50 51 4.7 Atendimento Domiciliar 52 o Requerimento para Atendimento Domiciliar (Responsável Legal) o Requerimento para Atendimento Domiciliar (Aluno Legalmente Responsável) o Procedimento Pedagógico o Resultado Final 53 54 55 57 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 6 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES 4.8 Atendimento Domiciliar – Aluna Gestante 58 o Requerimento para Atendimento Domiciliar (Responsável Legal) o Requerimento para Atendimento Domiciliar (Aluna Gestante Legalmente Responsável) o Procedimento Pedagógico o Resultado Final 59 60 61 62 4.9 Educação Física – período noturno 63 o Requerimento da Dispensa de Educação Física (Responsável Legal) o Requerimento da Dispensa de Educação Física (Aluno Legalmente Responsável) 64 65 4.10 Regularização de Vida Escolar 66 o Ofício – Aluno matriculado e frequentando aulas o Portaria – Aluno matriculado e frequentando aulas o Ofício – Aluno quando concluiu o curso o Portaria – Aluno quando conclui curso o Portaria do Diretor de Escola (Irregularidade com dolo – Anulação de Documento Escolar) o Portaria do Diretor de Escola (Irregularidade com dolo – Anulação de Matrícula e Atos Escolares) o Requerimento de Restabelecimento de Eficácia de Estudos o Portaria de Restabelecimento de Eficácia de Estudos Anulados o Ofício de Restabelecimento de Eficácia de Estudos Anulados 69 70 71 72 73 74 75 76 77 4.11 Compensação de Ausências 78 o Notificação e Termo de Ciência o Compensação de Ausências – Plano de Trabalho o Compensação de Ausências – Resultado Final 79 80 81 4.12 Reposição de Aulas / Dias Letivos 82 o Ofício – Reposição de Dias Letivos / Aulas o Quadro Geral da Escola o Cronograma de Resposição o Ata de Aprovação do Plano de Reposição – Dias Letivos 84 85 86 87 4.13 Terminalidade 88 o Proposta de Terminalidade o Declaração de Anuência o Relatório Individual de Alunos o Anexos II - Ficha de Acompanhamento Diário do Aluno o Anexo III - Ficha de Acompanhamento Bimestral e Individual do Aluno o Avaliação Pedagógica Descritiva o Certificado de Terminalidade Específica 91 92 93 94 95 96 97 4.14 Escola de Ensino Integral – Disciplinas Eletivas 98 o Formulário de Opção de Disciplina Eletiva 99 5. Histórico Escolar 100 5.1 Estrutura do Histórico Escolar 101 5.2 Anexos 103 GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 7 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES PARTE I ATRIBUIÇÕES DOS GESTORES ESCOLARES GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 8 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES 1. SUPERVISÃO DE ENSINO Na estrutura organizacional da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SE- SP), o Supervisor de Ensino é o agente fundamental para o desenvolvimento das políticas educacionais e auxilia na promoção da qualidade de ensino e no cumprimento da legalidade dos atos escolares. - Decreto nº 57.141/2011 e Resolução SE nº 70/2010. Atribuições Gerais Parceiro da equipe escolar, compartilhando responsabilidades, na consolidação das propostas pedagógicas das escolas da rede pública, na implementação de ações integradas voltadas para a gestão da escola visando a melhoria dos resultados da aprendizagem; Assessor da equipe escolar na verificação de documentação: informar às autoridades superiores, por meio de termos de acompanhamento registrados nas escolas e outros relatórios, as condições de funcionamento pedagógico, administrativo, físico, material, bem como as demandas das escolas, sugerindo medidas para superação das fragilidades, quando houver. Atribuições Específicas da Área de Atuação do Supervisor de Ensino No Sistema Estadual de Educação Assessorar, acompanhar, orientar, avaliar e controlar os processos educacionais implementados nas diferentes instâncias do Sistema de Ensino: identificando os aspectos a serem aperfeiçoados ou revistos na implementação das políticas educacionais, bem como das diretrizes e procedimentos delas decorrentes; propondo alternativas para superação dos aspectos a serem aperfeiçoados e/ou revistos; orientando os estabelecimentos de ensino quanto ao cumprimento das normas legais estabelecidas e das determinações emanadas das autoridades superiores; (...). Na Equipe de Supervisão de Instância Regional realizar estudos e pesquisas, dar pareceres e propor ações voltadas para o desenvolvimento do sistema de ensino; (...) participar da elaboração e do desenvolvimento de programas de educação continuada propostos pela Secretaria para aprimoramento da gestão escolar. Nas Unidades Escolares da Rede Pública Estadual Apresentar à equipe escolar as principais metas e projetos da SE-SP, com vista à sua implementação; (...) GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 9 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES Acompanhar e avaliar o desempenho da equipe escolar, buscando, numa ação conjunta, soluções e formas adequadas ao aprimoramento do trabalho pedagógico e administrativo da escola; Participar da análise dos resultados do processo de avaliação institucional que permita verificar a qualidade do ensino oferecido pelas escolas, auxiliando na proposição e adoção de medidas para superação de fragilidades detectadas; (...) Acompanhar a atuação do Conselho de Classe e Série, analisando os temas tratados, o encaminhamento dado às situações e às decisões adotadas; Orientar a equipe gestora das unidades na organização dos colegiados e instituições auxiliares das escolas, visando ao envolvimento efetivo da comunidade e funcionamento regular, conforme normas legais e éticas; Assessorar as equipes escolares na interpretação e cumprimento dos textos legais e na verificação de documentação escolar; Informar ao Dirigente Regional de Ensino, por meio de termos de acompanhamento registrados nas unidades escolares e relatórios, as condições de funcionamento pedagógico administrativo, físico, material, bem como as demandas das escolas, sugerindo medidas para a superação das fragilidades, quando houver. Competências e Habilidades Necessárias ao Supervisor de Ensino Competências Gerais Dominar e utilizar metodologias de supervisão e tecnologias da informação como ferramentas para exercer as suas funções. Compreender o papel da Diretoria de Ensino na organização da SE-SP. Diagnosticar as necessidades de formação continuada dos agentes educacionais. Compreender a importância da auto-avaliação e do gerenciamento do auto- desenvolvimento profissional. Habilidades Específicas Identificar e analisar princípios e normas nacionais, especialmente a LDB e as DCNs. Identificar, analisar, explicar e justificar as políticas educacionais da SE-SP, no contexto social e de desenvolvimento do Estado de São Paulo, em áreas como: (I) gestão escolar; (II) desenvolvimento curricular; (III) avaliação externa do desempenho dos alunos; (IV) carreira dos professoResolução (...) Identificar os elementos da organização do ensino, da legislação e normas que fornecem diretrizes para ações de melhoria do desempenho das escolas, seus profissionais e seus alunos. Dominar procedimentos de observação, coleta e registro, organização e análise de dados educacionais bem como os usos de indicadores sociais e educacionais. (...) Identificar atitudes e ações do supervisor escolar que colaboram para a gestão escolar comprometida com resultados. (...) Reconhecer as principais características dos sistemas de avaliação da educação básica, e compreender os conceitos básicos que as fundamentam. (...) Identificar elementos das legislações referidos à prática e exercício da supervisão. (...) GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 10 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES Identificar as necessidades de formação continuada dos agentes educacionais Em relação ao histórico escolar Caberá ao Supervisor de Ensino nas escolas de sua responsabilidade: a) inserir no Cadastro de Escola os dados oficiais de autorização e funcionamento da Unidade Escolar e respectivos cursos; b) atendido o estabelecido na alínea anterior inserir, no caso de Unidades Escolares credenciadas pelo Conselho Estadual de Educação para revalidação dos diplomas e certificados de conclusão de habilitações profissionais de nível médio, expedidos por instituições estrangeiras, o ato oficial que fundamenta a referida revalidação - Resolução CFE 4, de 7 de julho de 1980; c) conferir esses dados quando cadastrados anteriormente, retificando-os quando for o caso e/ ou efetuando a inserção de novos dados; d) validar os dados disponibilizados e confirmados pelo Diretor, à vista do cumprimento do previsto no Regimento e no Plano Escolar, referentes ao ano/semestre letivos de conclusão dos alunos. - Portaria CGEB de 24.10.2012. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 11 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES 2. DIREÇÃO DE ESCOLA DIRETOR DE ESCOLA - Decreto nº 57.141/2011 e Resolução SE nº 70/2010 Na estrutura organizacional da Secretaria de Estado da Educação de São Paulo (SE- SP), o Diretor de Escola é o profissional que se ocupa da direção, administração, supervisão e coordenação da educação na escola. Sua principal função é gerenciar todo processo educativo da escola. Atribuições Gerais Compete ao Diretor, em parceria com o Supervisor de Ensino e, em sua esfera de competência, garantir a concretização da função social da escola, liderando o processo de construção de identidade de sua instituição, por meio de uma eficiente gestão, nas seguintes dimensões: o de resultados educacionais do ensino e da aprendizagem; o participativa; o pedagógica; o dos recursos humanos; o dos recursos físicos e financeiros. Atribuições Específicas da Área de Atuação do Diretor de Escola Na Área de Resultados Educacionais o acompanhar indicadores de resultados: de aproveitamento, de frequência e de desempenho das avaliações interna e externa dos alunos; o analisar os indicadores e utilizá-los para tomada de decisões que levem à melhoria contínua da Proposta Pedagógica, à definição de prioridades e ao estabelecimento de metas articuladas à política educacional da SE-SP. (...) Na Área Pedagógica o promover o atendimento às diferentes necessidades e ritmos de aprendizagem dos alunos; o realizar práticas e ações pedagógicas inclusivas; o monitorar a aprendizagem dos alunos, estimulando a adoção de práticas inovadoras e diferenciadas; o mobilizar os Conselhos de Classe/Série como co-responsáveis pelo desempenho escolar dos alunos. (...). GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 12 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES Na Área de Gestão de Serviços e Recursos o Promover a organização da documentação e dos registros escola Resolução (...). Competências e Habilidades necessárias ao Diretor de Escola Competências Gerais o Dominar e utilizar metodologias de planejamento e tecnologias da informação como ferramentas para exercer as suas funções. o Compreender o papel do Diretor Escolar na organização da SE-SP. (...) o Compreender a visão contemporânea de gestão escolar vinculada a resultados.(...) o Demonstrar conhecimentos sobre princípios e métodos para exercer a direção da escola como elemento de apoio e difusor de inovações e boas práticas de ensino- aprendizagem. o Promover e definir ações para formação continuada dos agentes educacionais da escola. o Compreender a importância da auto-avaliação e do gerenciamento do auto- desenvolvimento profissional. Habilidades Específicas o Compreender o papel que as diferentes instâncias da governança educacional exercem na definição e implementação de políticas educacionais: (I) âmbito nacional e governo federal; (II) governos estaduais e municipais; (III) conselhos nacional, estaduais e municipais de educação. o Identificar e analisar princípios e normas nacionais, especialmente a LDB e as DCNs. o Identificar, analisar, explicar e justificar as políticas educacionais da SE-SP, no contexto social e de desenvolvimento do Estado de São Paulo, em áreas como: (I) gestão escolar; (II) desenvolvimento curricular; (III) avaliação externa do desempenho dos alunos. (...) o Identificar os elementos da organização do ensino, da legislação e normas que fornecem diretrizes para ações de melhoria do desempenho das escolas, seus profissionais e seus alunos. o Dominar procedimentos de observação, coleta e registro, organização e análise de dados educacionais bem como os usos de indicadores sociais e educacionais. (...) Identificar métodos e técnicas de avaliação dos trabalhos das equipes da escola (professores, funcionários e pessoal administrativo). o Compreender e aplicar a legislação escolar e as normas administrativas em contextos adequados. (...) Quanto ao processo de ratificação dos Históricos Escolares: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 13 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES Caberá ao Diretor de Escola, à vista dos dados disponibilizados pelo Gerente de Organização Escolar, conferir e ratificar a identidade, regularidade e autenticidade dos Históricos Escolares ou ainda providenciar eventuais retificações (Portaria CGEB de 24.10.2012) e adequações necessárias. 3. SECRETARIA DA ESCOLA A estrutura de Recursos Humanos da Secretaria da Escola é composta por: Gerente de Organização Escolar, Secretário de Escola, Agente de Organização Escolar, Oficial Administrativo e Agente Administrativo; com suas atribuições definidas nos termos da Lei Complementar nº 1.144/2011, Decreto nº 57.462/2011 e Resolução SE nº 52/2011. Atribuições Gerais Aos funcionários em exercício cabe o registro e a manutenção da vida escolar dos alunos, de acordo com o cargo/função a seguir: O servidor designado para o exercício da função de Gerente de Organização Escolar exerce a gestão das atividades de responsabilidade da Secretaria da Escola, responsabilizando-se pelo acompanhamento e controle de sua execução, com vistas ao pleno desenvolvimento dos trabalhos, a fim de garantir o cumprimento das atividades e o atendimento às necessidades da escola. O Secretário de Escola exerce atividades relacionadas às ações da secretaria escolar, que lhe forem determinadas pelo Gerente de Organização Escolar ou pelo Diretor de Escola. Ao Agente de Organização Escolar, Oficial Administrativo e Agente Administrativo, cabe desenvolver atividades no âmbito da organização escolar, relacionadas com a execução de ações envolvendo a secretaria escolar e o atendimento a alunos e à comunidade, de acordo com as necessidades da escola, a saber: I – organizar e manter atualizados os prontuários dos alunos, procedendo ao registro e escrituração relativos à vida escolar, especialmente no que se refere à matrícula, frequência e histórico escolar; II – providenciar a elaboração de diplomas, certificados de conclusão de série e de cursos, de aprovação em disciplinas e outros documentos relativos à vida escolar dos alunos; III – expedir comunicados à equipe escolar sobre a movimentação escolar dos alunos; IV – inserir, manter e atualizar dados dos alunos nos Sistemas Informatizados Corporativos da Secretaria de Estado da Educação, tais como: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 14 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES a) efetivação de matrícula e manutenção da ficha cadastral dos alunos, de acordo com a documentação civil, e atualização do endereço completo; b) lançamento de todas as informações referentes à participação em programas de distribuição de renda, transporte escolar e, quando for o caso, de caracterização de necessidade educacional especial; c) lançamento da movimentação escolar, tais como transferências, ausências, abandono e outros; d) lançamento de notas e frequência dos alunos, por componente curricular, no Sistema de Avaliação e Frequência; e) registro do Rendimento Escolar Individualizado; f) preparação da documentação e dados para consultas e publicação de registro de concluintes de curso no sistema GDAE, Módulo Concluintes; V – organizar e manter atualizado o protocolo, arquivo escolar, acervo de leis, decretos, regulamentos, resoluções, portarias e comunicados de interesse da escola, responsabilizando-se pela guarda de documentos; VI – acompanhar as publicações no Diário Oficial do Estado; VII – responder, perante o superior imediato, pela regularidade e autenticidade dos registros da vida escolar dos alunos; VIII – cumprir normas legais, regulamentos, decisões e prazos estabelecidos para a execução dos trabalhos de sua responsabilidade; IX – receber, registrar, preparar, distribuir e instruir expedientes e ofícios, dando- lhes o devido encaminhamento; X – atender aos servidores da escola e aos alunos, prestando-lhes esclarecimentos sobre escrituração e legislação, consultando o superior imediato quando necessário. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 15 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES PARTE II ORIENTAÇÕES BÁSICAS PROCEDIMENTOS DE ESCRITURAÇÃO ESCOLAR GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 16 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES 4. ESCRITURAÇÃO ESCOLAR A escrituração escolar é o registro sistemático de todos os fatos relativos à instituição de ensino e tem por finalidade assegurar, a qualquer tempo, a regularidade e autenticidade da vida escolar do aluno e do funcionamento da instituição. O setor responsável pela escrituração escolar é a secretaria da escola, a quem cabe registrar as ocorrências de acordo com a ordem e sequência dos acontecimentos, para que sirvam de documentos comprobatórios da trajetória escolar dos alunos, bem como da vida funcional dos servidores que nela atuam e da própria instituição. A vida escolar do aluno inicia-se a partir da matrícula. O registro o acompanhará por todo seu percurso escolar. MATRÍCULA A matrícula pode ser efetuada por: a. ingresso: no 1º ano do Ensino Fundamental, com base apenas na idade; b. classificação: baseada na idade/série/ano e competência; e c. reclassificação: a partir do 2º ano do Ensino Fundamental; A matrícula envolve duas etapas principais: a entrega de documentação e o registro no Sistema de Cadastro de Alunos. A matrícula será requerida pelo aluno (quando maior de 18 anos) e/ou por seu responsável legal e se efetivará mediante a entrega da documentação abaixo elencada, que deverá ser arquivada em prontuário próprio: Cópia da Certidão de Nascimento ou Casamento, conforme o caso; Cópia do RG do aluno, caso o possua; Cópia de comprovante de endereço ou declaração; No caso de transferência, inserção no Sistema de Cadastro de Aluno e posterioriormente histórico Escolar de transferência; Obs.: Ainda que o aluno não possua a documentação citada, a escola não deverá negar o acesso à educação. Sendo o aluno menor de idade e não possuir a certidão de nascimento, encaminhar os responsáveis legais ao Conselho Tutelar para as providências cabíveis. De posse da documentação do aluno, providenciar: a) Consulta ao RA (registro de aluno) no Sistema de Cadastro de Alunos - conferir e atualizar os dados; Obs: caso não possua RA, inserir os dados pessoais do aluno para gerá-lo. b) Efetivar a matrícula no sistema de cadastro de alunos e c) Dar ciência, do Regimento Escolar, ao Aluno e/ou Responsável Legal. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 17 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES FICHA CADASTRAL Preenchida diretamente no sistema de cadastro, no ato da matrícula, a finalidade da ficha cadastral é a inscrição do aluno no quadro discente da escola. Deverá conter o registro dos dados pessoais do aluno e, se recebido por transferência, de sua escola de origem. No decorrer da vida escolar, deverá ser registrada sua trajetória, com as devidas assinaturas do Gerente Escolar e do Diretor de Escola. Após o preenchimento, imprimir e colher a assinatura do aluno ou responsável legal. Obs.: Se no ato da matrícula o sistema não estiver acessível, a Ficha Cadastral deverá ser preenchida manualmente. Para tanto, preencher a ficha conforme modelo abaixo: GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 18 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 19 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES 4.1 CLASSIFICAÇÃO Classificar significa matricular o(a) aluno(a) no(a) (ano/série/termo) adequado(a) a seu nível de competência, respeitada a correlação idade/série. A classificação, adotada no Ensino Fundamental e Médio, ocorre para alunos: da própria UE (promoção, retenção, promoção parcial ou retenção parcial); recebidos por transferência de outras UEs do país ou do exterior; que não comprovem escolaridade anterior, mediante avaliação de competência; resultantes de processo de reclassificação, observado o critério de idade e competência. Fu n d am e n to L eg al Lei federal nº 9.394/96 - art. 24 – LDB. Del CEE nº 10/1997 e Indicação nº 9/97 – Fixa normas para elaboração do Regimento dos estabelecimentos de Ensino fundamental e médio. Parecer CEE nº 67/98 - CEF/CEM - Aprovado em 18.3.98 - Normas Regimentais Básicas para as Escolas Estaduais – artigos 73 e 75. Parecer CEE nº 500/98 – autorização para matricula no Ensino Médio sem ter concluído o Ensino Fundamental. C o n d iç ão : Ter sido aprovado ou reprovado na série/ano anterior ou não possuir documentação escolar. P ro vi d ê n ci as d o D ir e to r d e Es co la Deferir a matrícula com base na regularidade da documentação. Alunos sem comprovação de escolaridade anterior: Indicar docente(s) da unidade escolar para proceder à avaliação de competência; Definir data para realização das avaliações; Dar ciência, ao interessado ou Responsável Legal, da(s) data(s) das avaliações, por escrito; Encaminhar os resultados das avaliações ao Conselho de Classe ou Ano ou Série ou termo, para apreciação e decisão final; Assegurar emissão de parecer conclusivo do Conselho de Classe ou Série/ano/termo, devidamente assinado e homologado; P ro vi d ê n ci as d o C o n se lh o d e C la ss e /s é ri e Analisar os resultados da avaliação e indicar o ano/série em que o aluno deverá ser classificado, bem como a necessidade de eventuais estudos de recuperação. Emitir parecer conclusivo, registrando-o em papel timbrado ou livro próprio. C u id ad o s N ec es sá ri o s: As avaliações referentes às disciplinas da base nacional comum do currículo, a redação e os instrumentos deverão ser arquivados no prontuário do aluno. Manter o Cadastro de Alunos devidamente atualizado. Anexar cópia dos instrumentos de avaliação no prontuário do aluno. No caso de aluno que não conste escolaridade anterior ou alunos promovidos em regime da Progressão Continuada, necessariamente deverá constar o procedimento no campo de observação do Histórico Escolar. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 20 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES (Sem timbre) REQUERIMENTO DE CLASSIFICAÇÃO (Responsável Legal) Ilmo. Sr. Diretor da EE _________________________________________________ ________________________________________________________, RG: __________________, responsável por ______________________________________________, RG: , nascido(a) em ____/____/____, vem requerer sua CLASSIFICAÇÃO, nos termos da Lei federal nº 9.394/96, art. 24, para o(a) (ano/série/termo) do Ensino ______________________________ (Fundamental/Médio), devido a ausência de comprovação de escolarização anterior. ___/___/____ (Data) ______________________________ (Assinatura) PROTOCOLO nº: ____________/________ Data: ______/______/_______ Assinatura: A vista da análise do solicitado e nos termos da legislação vigente: ( ) Defere ( ) Indefere Data: ______/______/_______ Diretor de Escola (Carimbo e assinatura) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- REQUERIMENTO DE CLASSIFICAÇÃO PROTOCOLO nº: ____________/________ Data: ______/______/_______ Assinatura: CARIMBO DA U.E. OBS para SISTEMA: Listar documentos para anexar ao requerimento: Certidão de Nascimento, RG/RNE , Comprovante de Endereço. Aparecer expressões: Apresentar Originais e cópias legíveis. Assinatura de Pai ou Mãe ou Responsável Legal, quando menor. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 21 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES (sem timbre) REQUERIMENTO DE CLASSIFICAÇÃO (Aluno Legalmente Responsável) Ilmo. Sr. Diretor da EE _________________________________________________ ________________________________________________________, RG: __________________, nascido(a) em ____/____/____, vem requerer CLASSIFICAÇÃO, nos termos da Lei federal nº 9.394/96, art. 24, para o(a) (ano/série/termo) do Ensino __________________________ (Fundamental/Médio), devido a ausência de comprovação de escolarização anterior. ___/___/____ (Data) ______________________________ (Assinatura) PROTOCOLO nº: ____________/________ Data: ______/______/_______ Assinatura: A vista da análise do solicitado e nos termos da legislação vigente: ( )Defere ( )Indefere Data: ______/______/_______ Diretor de Escola (Carimbo e assinatura) ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- ---- REQUERIMENTO DE CLASSIFICAÇÃO PROTOCOLO nº: ____________/________ Data: ______/______/_______ Assinatura: CARIMBO DA U.E. OBS para SISTEMA: Listar documentos para anexar ao requerimento: Certidão de Nascimento, RG/RNE , Comprovante de Endereço. Aparecer expressões: Apresentar Originais e cópias legíveis. Assinatura de Pai ou Mãe ou Responsável Legal, quando menor. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 22 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES ( Papel timbrado) (Para fim de classificação e em caso de inexistência de documentação escolar) PORTARIA DO DIRETOR DE ESCOLA DE ______ /______ /____________. O Diretor da EE _____________________________________________________________________, no uso de suas atribuições legais, DESIGNA os professores: Nome R.G. Disciplina/Área de conhecimento E.M. Ass. do Professor para, sem prejuízo de suas funções docentes, num prazo de no máximo 10 (dez) dias úteis, proceder a avaliação de competência nas disciplinas da base nacional comum do currículo e redação, para fins de classificação no(a) ___ (ano/série/termo), do Ensino _________________(Fundamental/Médio) do(a) aluno(a) _____________________________________________________ RG:____________, nos termos do art. 24 da Lei federal nº 9.394/96 e Indicação nº 9/97, do Regimento Escolar e demais legislações, conforme requerimento em anexo, datado de ____/____/____ . Diretor de Escola (Carimbo e assinatura) GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 23 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES (Papel timbrado) REGISTRO DA SÍNTESE DAS AVALIAÇÕES REALIZADAS PARA FINS DE CLASSIFICAÇÃO O(a) aluno(a) _____________________________________________________ RG _____________ após ser submetido(a) à avaliação de competência nas disciplinas da base nacional comum do currículo e redação, em ___/___/___, para fins de classificação no(a) ___ (ano/série/termo), do Ensino ___________________ (Fundamental/Médio), obteve os seguintes resultados: Nome do Professor R.G. Disciplina Resultado Assinatura Nome do Professor R.G. Resultado da Redação Assinatura De acordo ___/___/___. Diretor de Escola (Carimbo e assinatura Ciente ___/___/___. ___________________________ Aluno(a) ou Responsável Legal. GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 24 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES (Papel timbrado) ATA DE CLASSIFICAÇÃO Aos _____ dias do mês de ______ do ano de _______, em uma das dependências da EE________________________________ sob a presidência do Diretor de Escola, Prof.(a)_______________________, reuniram-se os membros do Conselho de Classe/(ano/série/termo) do(a) _____ (ano/série/termo), para analisar os resultados das avaliações de competência nas disciplinas da base nacional comum do currículo e redação em Língua Portuguesa, realizadas pelo(a) aluno(a) ________________________________________________ RG. ___________________ e indicar o(a) ___ (ano/série/termo), do Ensino ______________ (Fundamental/Médio), em que o(a) mesmo(a) foi classificado(a), bem como a necessidade de eventuais estudos de adaptação, observada a correlação idade/série, nos termos do art. 24 da Lei federal nº 9.394/96, Del. CEE nº 10/1997 e Indicação CEE nº 9/97. Da análise dos resultados das avaliações realizadas, este Conselho é de PARECER que o(a) referido(a) aluno(a) ( ) está apto ( ) não está apto a cursar o(a) ___ (ano/série/ciclo/termo), do Ensino ______________ (Fundamental/Médio). O(a) aluno(a) ( ) deverá ( ) não deverá realizar estudos de adaptação na(s) disciplina(s): ______________________________________. Nada mais havendo a tratar, encerra-se a presente ata que vai por mim, _________________________________ assinada, pelo Diretor de Escola ______________________, e pelos professores responsáveis. Município/SP, data. (segue Nome Completo/RG/assinaturas) GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO Folha - 25 - MANUAL DE PROCEDIMENTOS E PADRONIZAÇÃO DE DOCUMENTOS ESCOLARES 4.2 RECLASSIFICAÇÃO A reclassificação do aluno, em série mais avançada daquela em que se encontra matriculado, do Ensino Fundamental e/ou Médio, definirá o(a) (ano/série) mais adequado(a) ao prosseguimento de estudos do aluno, tendo como base a correspondência idade/série e a avaliação de competência nas disciplinas da base nacional comum do currículo e redação em Língua Portuguesa. Fu n d am e n to L eg al Lei federal nº 9.394/96 - § 1º do art. 23 – LDB. Del. CEE nº 10/1997 e Indicação CEE nº 9/1997 – Fixa normas para elaboração do Regimento dos estabelecimentos de Ensino Fundamental e Médio. Parecer CEE nº 67/1998 - CEF/CEM - Aprovado em 18.3.1998 - Normas Regimentais Básicas para as Escolas Estaduais – artigos 73 e 75. Resolução SE nº 20 de 5.2.1998 - dispõe sobre a operacionalização da Reclassificação de alunos das Escolas da rede estadual. Parecer CEE nº 500/1998 – autorização para matricula no Ensino Médio sem ter concluído o Ensino Fundamental. C o n d iç ão : R e q u e ri m e n to Proposta apresentada pelo professor(es) do aluno, com base nos resultados de avaliação diagnóstica; ou Solicitação do próprio aluno e/ ou seu responsável legal, mediante