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A PREVALÊNCIA DA DISLIPIDEMIA ASSOCIADO A FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES

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A PREVALÊNCIA DA DISLIPIDEMIA ASSOCIADO A FATORES DE RISCO PARA DOENÇAS CARDIOVASCULARES[1: Artigo científico apresentado a Faculdade de Imperatriz FACIMP/WYDEN no Curso de Farmácia, como requisito obrigatório para a obtenção parcial de notas na disciplina de Farmacologia. ]
Felipe Figueredo Matos
Gabriel Macedo Goes
Gislane dos Santos Pedrosa
Maria Caroline Dias de Souza
Milena Souza Fonseca
Pedro Lino Barros Sabóia
Simone de Jesus Soares
 Vânia Almeida Silva
Yanka Medeiro Queiroz Feitosa[2: Acadêmicos do Curso de Farmácia da Faculdade de Imperatriz FACIMP/WYDEN.]
Francisco Handson Costa Coelho[3: Orientador. Especialista em Gestão em Saúde Pública pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Bacharel em Farmácia pela Faculdade de Imperatriz (FACIMP). Professora do curso de Farmácia da FACIMP/WYDEN. Contato para consultoria em pesquisa: Franciscocoelho@facimp.edu.br]
RESUMO: A dislipidemia é condição clínica evidenciada pela alta concentração de lipídeos ou lipoproteínas no sangue. Esta é um dos principais fatores para o desenvolvimento da aterosclerose, doença inflamatória crônica de significativa prevalência no cenário mundial e fator preponderante para o surgimento de doenças cardiovasculares, maior causa de morte no mundo. As causas para dislipidemia podem ser origem genéticas ou alterações advindas de aspectos externos, como alimentação inadequada, sedentarismo, tabagismo, obesidade e outros. O diagnóstico é realizado através da mensuração dos níveis totais de colesterol, triglicerídeos e lipoproteínas do indivíduo. Objetivou-se por meio dessa análise determinar a prevalência da dislipidemia relacionado a fatores de riscos mais comuns para uma possível doença cardiovascular. Este estudo trata-se de uma pesquisa de natureza básica da temática estudada com o intuito de estabelecer um diagnóstico inicial da condição situacional da questão analisada, com uma abordagem quantitativa de análises saúde-social A pesquisa envolveu um grupo aleatório de pessoas, na faixa etária de 20 a 65 anos, do município de Imperatriz, no Maranhão, em um período de período de 15 dias no decorrer do mês de novembro/2018 empregando um questionário acerca do estado de saúde dos envolvidos. As informações coletadas evidenciaram que os participantes conhecem esse distúrbio metabólico e que buscam formas de alterar essa condição patológica através de mudanças na alimentação, principalmente.
Palavras-Chave: Dislipidemia. Lipídeos. Colesterol. Fatores de riscos. Doenças cardiovasculares.
ABSTRACT: Dyslipidemia is a clinical condition evidenced by the high concentration of lipids or lipoproteins in the blood. This is one of the main factors for the development of atherosclerosis, chronic inflammatory disease of significant prevalence in the world scenario and a preponderant factor for the emergence of cardiovascular diseases, the leading cause of death in the world. The causes for dyslipidemia may be genetic origin or changes from external aspects, such as inadequate diet, sedentary lifestyle, smoking, obesity and others. The diagnosis is made by measuring the total levels of cholesterol, triglycerides and lipoproteins of the individual. The objective of this analysis was to determine the prevalence of dyslipidemia related to the most common risk factors for possible cardiovascular disease. The research involved a random group of individuals, aged 20 to 65 years, from the municipality of Imperatriz, Maranhão, during a period of 15 days during the month of November / 2018 using a questionnaire about health status of those involved. The information collected showed that the participants are aware of this metabolic disorder and that they are looking for ways to change this pathological condition through changes in feeding, mainly.
Keywords: Dyslipidemia. Lipids. Cholesterol. Risk factors. Cardiovascular diseases.
1 INTRODUÇÃO
A dislipidemia, ou hiperlipidemia, é um quadro clínico caracterizado por alterações metabólicas que decorrente de distúrbios metabólicos relacionado aos níveis de lipídeos e lipoproteínas no plasma. Os lipídios são componentes orgânicos insolúveis em meio aquoso, devido a sua natureza de ácido graxos, composta de cadeias curtas, médias e/ou longas, associado a glicerol, moléculas distribuídas em todo os tecidos do organismo. Biologicamente os lipídeos mais importantes são os fosfolipídios, colesterol e triglicerídeos (ABADI, BUDEL, [201-]). Os complexos lipoproteicos, constituídos pelo o colesterol, fosfolipídios e triglicerídeos, quando se encontram em concentração anormais no sangue são um dos principais fatores de risco para doenças, como a aterosclerose, e esta, por sua vez, um dos mais significativos fatores para o acometimento de doenças cardiovasculares (PEREIRA, et. al., 2013). 
As lipoproteínas propiciam o transporte e a solubilização dos lipídeos no sangue. As lipoproteínas são classificadas em quatro grupos, de acordo com seu tamanho e densidade: os quilomícrons (triglicerídeos), que são maiores e menos densas; as VLDL (triglicerídeos), de densidade baixíssima; as LDL (colesterol), de densidade baixa, porém não tão baixa como as VLDL; e as HDL (proteínas), de densidade alta. Cada uma apresentando características bioquímicas próprias (GONDIM et. al., 2016).
As alterações dos lipídeos plasmáticos e suas lipoproteínas estão associadas diretamente ao aumento do risco de doenças cardiovasculares e cerebrovasculares. Devido à prevalência e aos efeitos negativos na qualidade de vida do indivíduo, a dislipidemia vem ganhando espaço nas discussões científicas e acadêmicas das áreas de saúde e sociais, uma vez que, esta está tomando significativas proporções e acarretando no desenvolvimento de doenças de grande impacto na saúde pública. Partindo dessa concepção, o presente estudo buscou objetivamente compreender a prevalência da dislipidemia associado a fatores de risco para doenças cardiovasculares. 
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A dislipidemia caracteriza-se pela elevação dos níveis plasmáticos de colesterol de baixa densidade (LDL-c), redução dos níveis de colesterol de alta densidade (HDL-c) e/ou aumento de triglicérides (TG). Essas alterações evidenciam o risco para doenças cardiovasculares e uma alta probabilidade de ocorrência de morte por eventos coronarianos (OLIVEIRA, 2017). 
Laboratorialmente, as dislipidemias são classificadas conforme os valores de colesterol de baixa densidade (LDL-C), colesterol total (CT), colesterol de alta densidade (HDL-C) e triglicerídeos (TG). Sendo nomeadas como, hipercolesterolemia isolada, hipertrigliceridemia isolada e hiperlipidemia mista. As dislipidemias, ainda podem ser classificadas segundo sua etiologia, em primárias, vindas de causas genéticas e secundárias, causadas por outras doenças, utilização de medicamentos ou praticas ou hábitos de vida inapropriados (DINIZ, ANDRANDE, BANDEIRA, 2008).
Estudos nos Estados Unidos realizado nesta última década evidenciaram que aproximadamente 12,9% da população adulta norte-americana apresentava algum tipo de dislipidemia. Paralelamente, um estudo feito com a população chinesa identificou que 36,5% da indivíduos apresentava dislipidemia, com prevalência de hiperlipidemia mista (OLIVEIRA, 2017). Já no Brasil, estudos relacionados ao índice de dislipidemia na população são muito pequenos, contudo o Ministério da Saúde através de dados estatísticos levantados por meio de atendimentos realizados pelo Sistema Único de Saúde mostra que são gastos anualmente, em média, 1,3 bilhão de reais com tratamento ambulatorial e hospitalar das dislipidemias. 
2.1 Diagnóstico 
O diagnóstico da dislipidemia baseia-se na medição do perfil de lipídios séricos, dado através dos níveis de colesterol total, triglicerídeo e HDL colesterol e cálculo de LDL colesterol e VLDL, bem como a análise das medidas corporais e massa corporal do indivíduo.
Colesterol total, triglicerídeos e HDL colesterol são medidos diretamente. Os valores de colesterol total e triglicerídeos refletem colesterole triglicerídeos em todas as lipoproteínas circulantes, incluindo quilomícrons, VLDL, IDL, LDL e HDL. Para determinar os índices de LDL colesterol, na maioria das vezes, são estabelecidos pela quantidade de colesterol não contido nas proteínas de alta densidade (HDL) e nos triglicerídeos (VLDL) de densidade muito baixa. Usa-se, então, a fórmula de Friedewald, quando o valor dos triglicerídeos for menor a 400 mg/dL: 		LDL- C = CT - =
Onde: 
LDL- C = colesterol de baixa
CT= colesterol total
HDLc= colesterol de alta densidade
TG= triglicerídeos
Esse cálculo é válido para concentrações de triglicerídeos menor de 400 mg/dL, quando o paciente encontra-se em jejum, uma vez que a alimentação eleva o índice de triglicerídeos no sangue. De acordo com Goldberg (2017), os valores de colesterol total podem variar em 10% e de triglicerídeos até 25%, dia a dia, mesmo na ausência de doenças.
Para Benitti (2016), a aplicação da fórmula de Friedewald é adequado à maioria dos pacientes e tem custo muito menor, por isso seu uso foi considerado como padrão para o diagnóstico desse distúrbio. Além disso, pode-se utilizar o exame de eletroforese de lipoproteínas (teste mais utilizado para investigação de anormalidades proteicas presentes no sangue), todavia, tal procedimento somente empregado em casos especiais, como na constatação de ausência de lipoproteínas. 
2.2 Tratamento
O tratamento da dislipidemia possui o objetivo final de reduzir os eventos cardiovasculares (incluindo mortalidade) e desenvolvimento de outras patologias, como a o de pancreatite aguda, associada à hipertrigliceridemia grave. Tipicamente, o tratamento busca alcançar níveis de LDL abaixo 100 mg/dL ou de triglicerídeos abaixo 150 mg/dL (KOLANKEWICZ, GIOVELLI, BELLINASO, 2008). Mais recentemente, o tratamento procura mais alcançar a diminuição do risco cardiovascular do paciente do que com a procura de níveis específicos. 
2.2.1 Tratamento não medicamentoso
O ponto fundamental no tratamento da dislipidemia inclui métodos não farmacológicos direcionados não somente à diminuição dos níveis de lipídios séricos, mas também a outras fontes de risco cardiovascular.
A conduta não medicamentosa deve ser indicada a todos os pacientes com dislipidemia, incluindo, no mínimo, cessação do tabagismo, prática de exercícios físicos regulares e a adequação de uma terapia nutricional.
Oliveira (et. al., 2017), afirma que o tratamento não medicamentoso das dislipidemias deve ser iniciado com alterações no estilo de vida dos pacientes através da adoção de hábitos alimentares saudáveis, o acompanhamento da massa corporal e realização de atividades físicas regulares, redução do tabagismo e da ingestão de bebidas alcoólicas e controle emocional. 
2.2.2 Tratamento medicamentoso 
Estatinas
A classe das estatinas foi o primeiro grupo a apresentar benefício no tratamento da dislipidemia. O estudo conhecido por 4S, de 1994, foi o primeiro a mostrar prevenção de eventos cardiovasculares e morte com o tratamento desse medicamento, tendo uma avaliação sobre pacientes em prevenção secundária com números de colesterol elevado e de alto risco (CORREIA, 2011). Vários trabalhos depois da aplicação desse fármaco demonstraram benefícios em populações distintas. 
 As estatinas são os fármacos antidislipidémicos considerados mais eficazes, bem tolerados e com provas mais robustas de redução de eventos cardiovasculares, de acordo com Pereira (et. al. 2013). Esse fármaco, inibem competitivamente a enzima HMG-Co, a redutase que catalisa, na fase inicial, a síntese de colesterol. São exemplos a sinvastatina, a lovastatina, a atorvastatina, a rosuvastatina entre outros.
Recomenda-se que o uso da estatina pela noite para se obter o efeito máximo do medicamento. 
Fibratos
O benefício cardiovascular dos fibratos foi indicado por estudos da época de 1980 e 1990. Um estudo publicado em 1987, baseado na aplicação terapêutica de genfibrozila (600 mg, 2 vezes/dia) em homens com colesterol não HDL acima de 200 mg/dL, evidenciou uma diminuição de 34% em relação aos eventos cardiovasculares. Posteriores, estudos, de 1999, mostrou redução da incidência de eventos cerebrovasculares, de infarto do miocárdio, e do resultado combinado de infarto, acidente cerebrovascular e mortalidade com uso desse medicamento (COSTA et. al., 2013).
A genfibrozila não pode ser utilizada em conformidade com estatinas pelo risco de rabdomiólise. Em indivíduos com triglicerídeos superior a 500 mg/dL adicionado a dieta e exercícios e uso de estatinas, pode ser combinada com fenofibrato, etofibrato, ciprofibrato ou bezafibrato para reduzir o risco de pancreatite aguda.
Os fibratos atuam como antidislipidémicos embora seu mecanismo de ação apresenta-se ainda incerto. Sua eficácia medicamentosa depende do nível das lipoproteínas no início do tratamento. Essa classe de medicamentos são fármacos de tratamento de hipertriglecemia severa (PEREIRA et. al. 2013).
Ácido nicotínico
O benefício do ácido nicotínico foi recomendado no Coronary Drug Project, em 1966, através da demonstrada redução do risco de infarto do miocárdio (COSTA et. al., 2013). 
Conforme Pereira (et. al. 2013), o ácido nicotínico reduz a síntese hepática da LDL, atuando também na HDL ao reduzir o seu catabolismo. É utilizado principalmente no tratamento da dislipidemia mista, caracterizada por níveis elevados da HDL e triglicerídeos e níveis baixos da HDL. 
Costa (et. al., 2013) descreve que utilização do ácido nicotínico de 2 a 3 g/dia ou ajustando a posologia de acordo com o efeito ou tolerância no organismo. 
3 REFERENCIAL METODOLÓGICO
3.1 Tipo de pesquisa
O presente estudo trata-se de uma pesquisa de natureza básica, conforme descreve Silveira e Córdova (2009, p. 34), dado que o estudo de nível investigativo básico tenciona “gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da Ciência, sem aplicação prática prevista. Envolve verdades e interesses universais”. Desta forma, esta pesquisa visa atender uma necessidade intelectual, sem produzir obrigatoriamente resultados de aplicação prática. 
Com objetivo descritivo, como caracteriza Prodanov e Freitas (2013, p. 127) visto que “expõe as características de uma determinada população ou fenômeno, demandando técnicas padronizadas de coletas de dados”, este estudo buscou analisar a prevalência da dislipidemia associado a fatores de risco para doenças cardiovasculares, através de fontes de pesquisas bibliográfica de abordagem quantitativa das análises laboratoriais, sob a perspectiva de uma abordagem quantitativa, com o propósito de garantir a precisão dos resultados, evitando as distorções de análise e interpretação (GRESSLER, 2004).
3.2 Universo, amostra e critério de inclusão
A população em estudo envolveu um grupo aleatório de pessoas, na faixa etária de 20 a 65 anos, do município de Imperatriz, no Maranhão, totalizando 10 indivíduos. A pesquisa foi realizada por 15 dias durante o mês de novembro de 2018. 
Pois, conforme menciona Vergara (2000, p. 20), a população pode ser entendida como uma seleção de diversos elementos com características similares ao objeto de estudo. Andrade (1999, p. 32) reforça que a população não é apenas um conjunto de pessoas, mas sim a totalidade de qualquer tipo de elementos a serem investigados.
Todavia é importante salientar que a pesquisa utilizou da modalidade pesquisa de campo, onde foi possível determinar a prevalência da dislipidemia associado a fatores de risco para doenças cardiovasculares.
3.3 Instrumentos
Foi utilizado um questionário elaborado pelos pesquisadores, com 09 questões, todas fechadas. Dessa forma, os questionamentos tratam inicialmente de uma análise do perfil dos indivíduo, sobre o conhecimento sobre o disturbio da dilipidemia e por fim, os hábitos alimentares, rotina e existência de doenças. A observação é um componente fundamental, principalmente se ela for de natureza qualitativa, pois, a mesma se faz presente desde a formulação do problema até as análises e interpretação dos dados (QUEIROZ, et.al. 2007)
3.4 Estratégias de análise de dados
A interpretação dos resultados foi realizada a partir de análises interpretativas de pesquisas e estudos que apresentam a mesma temática estudada, usando como recurso sites como Scielo e Google Acadêmico. Foram usados como métodos estatísticos recursos do Excel para elaboração dos gráficos com os resultados. 
3.6 Procedimentos e aspectos éticos
 Os estudantes submetidos ao exame bioquímico lipidograma não foram expostos no estudo. 
Este estudo atendeu aos critérios éticos para pesquisa com seres, conforme prescrito na Resolução n° 196, de 10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde. 
4 RESULTADO E DISCUSSÃO
A dislipidemia é caracterizada como distúrbio que provoca uma desorganização dos níveis séricos dos lipídeos (gorduras), o qual pode ocasionar doenças cardiovasculares. Para diminuir o risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e outros eventos cardiovasculares, são apresentados tratamentos não medicamentosos (relacionados basicamente à alteração do estilo de vida) e medicamentosos a base de fármacos antidislipidémicos. 
As modificações do perfil lipídico podem resultar em colesterol total alto, triglicerídeos alto, níveis elevados de colesterol de lipoproteína de baixa densidade e colesterol de lipoproteína de alta densidade baixo. Inicialmente realizou a caracterização da população de estudo por meio de análise descritiva. Verificou-se a associação entre os aspectos variáveis da dislipidemia com os fatores de risco para doenças cardiovasculares através das respostas obtidas do questionário. 
Assim, com base na metodologia proposta pelo o trabalho, foram adquiridos os seguintes resultados.
4.1 Resultados do Questionário de Aspecto Saúde-Social
No universo de 10 indivíduos entrevistados, 40% foram do sexo masculino e 60% do sexo feminino (Gráfico 1), com a faixa etária entre 20 a 65 anos, da qual a que mais destacaram-se foram a de 30 a 40 e de 50 a 65, ambas com 40% (Gráfico 2). 
Gráfico 1 e 2: Sexo e faixa etária dos estudantes envolvidos
Fonte: Dados próprios obtidos a partir de pesquisas realizadas em campo (2018).
Um estudo realizado em nove capitais brasileiras com 8.045 pessoas, no ano de 1998, observou que 38% dos homens e 42% das mulheres possuíam a taxa de colesterol total (CT) de 200 mg/dL. Outro ponto importante relacionado a esse levantamento evidenciou que os valores do CT mais altos foram com relação ao sexo feminino, principalmente, nas faixas etárias mais elevadas (ANVISA, 2011). 
Os níveis de colesterol e suas frações costumam eleva-se com o passar da idade, em ambos os sexos. No entanto, a diminuição do estrógeno nas mulheres a partir da menopausa contribui significativamente para esse aumento, tornando a mulher mais suscetíveis, a distúrbios orgânico, como a dislipidemia e, consequentemente, a doenças cardiovasculares. 
Sabe-se que os exames médicos rotineiros são de fundamentais para detecção de alguma patologia. Sua importância se dá pelo o fato de que quanto mais cedo for diagnosticado alguma alteração orgânica, maior a chance de um tratamento eficaz. Em vista disso, foi perguntado aos entrevistados qual a frequência de idas ao médico para a realização de exames de rotina. Dos 10 entrevistados, somente 10% revelaram que vão ao médico pelo menos uma vez ao mês, enquanto 30% procuram visitar o médico uma vez a cada 6 meses e os demais (60%) responderam que só buscam ir ao médico uma vez ao ano (Gráfico 3). 
Gráfico 3: Frequência de idas ao médico
Para os entrevistados, as suas idas ao médico relacionam-se, principalmente, a necessidade de acompanhamento clínico das possíveis alterações nos níveis séricos dos lipídeos, ocasionando o surgimento da dislipidemia. Desta forma, foi interrogado a eles, qual a frequência os mesmos realizam o exame de medição dos seus níveis de gordura no sangue. 
Gráfico 4 e 5: Frequência de realização do lipidograma e níveis encontrados
Fonte: Dados próprios obtidos a partir de pesquisas realizadas em campo (2018).
O perfil lipídico ou lipidograma de um individuo é estabelecido através de conjunto análises laboratoriais, com objetivo inicial de determinar ou identificar alguma anormalidade em substâncias lipídicas no organismo, como colesterol e triglicerídeos. Os resuldos obtidos a partir do teste de lipidograma é capaz de detectar certas patogenêses e apontar com precisão risco de doenças cardiovasculares (MUNHOZ, 2017). 
Segundo o levantamento, os entrevistados revelaram que após diagnosticados com dislipidemia passaram a se preocupar com a realização do exame de lipidograma. No entanto, a frequência de realização desse exame, por parte dos entrevistados, se dá somente uma vez ao ano, conforme o gráfico 4. O exame de perfil lipídico inclui: lipoproteína de baixa densidade (LDL), lipoproteína de alta densidade (HDL), triglecérides e colesterol total. 
Perguntou-se também sobre os níveis do perfil lipídico do último exame, e constatou-se que 50% dos entrevistados apresentaram o nível de gorduras no sangue muito alto (Gráfico 5). Isso, talvez, decorrente de um único acompanhamento realizado durante o ano. 
Os hipolipemiantes ou antidislipidémicos, medicamentos usados no tratamento de dislipidemias, são fundamentais para o tratamento ou controle dos níveis séricos dos lipídios. Dentre os grupos de fármacos mais comuns aplicada para o tratamento das dislipidemias estão as Estatinas, Fibratos e Ácido nicotínico (ANVISA, 2011).
Em vista disso, foi interrogado aos entrevistados qual o tipo de medicação está sendo empregadas no tratamento ou controle dessa patologia. O que resultou no seguinte gráfico (Gráfico 6).
Gráfico 6: Medicação usada para o tratamento da dislipidemia 
Fonte: Dados próprios obtidos a partir de pesquisas realizadas em campo (2018).
De acordo com as informações coletadas, o grupo de fármaco mais utilizados pelos entrevistados para o tratamento das dislipidemias é o ácido nicotínico. 
Segundo IV Diretriz Brasileira Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2007), a escolha da classe terapêutica está condicionada ao tipo de dislipidemia presente. Para o tratamento da hipercolesterolemia isolada são recomendadas as estatinas (sinvastatina, lovastatina, pravastatina, luvastatina, atorvastatina, rosuvastatina), que podem ser administradas em associação à ezetimiba, colestiramina e eventualmente a fibratos ou ácido nicotínico. Para o tratamento de hipertrigliceridemia, a diretriz recomenda o uso de fibratos, ácido nicotínico e ácidos graxos de ômega três (como adjuvante ao tratamento).
Contudo, para o tratamento da dislipidemia dependendo do grau dos níveis séricos de gorduras no sangue pode-se empregar uma terapia não medicamentosa. Esta baseia-se na mudança do estilo de vida do indivíduo através da alteração dos hábitos alimentares, a prática de exercícios físicos regulares, a redução da ingestão de bebidas alcoólicas e uso de cigarro, bem como o controle do bem-estar emocional. Assim, foi interrogado aos entrevistados se os mesmos aplicavam alguma forma de tratamento para o controle da dislipidemia, além do uso da farmacoterapia. 	
Gráfico 7: Uso de tratamento não medicamentosos
Fonte: Dados próprios obtidos a partir de pesquisas realizadas em campo (2018).
De acordo com as informações, 60 % dos entrevistados afirmaram que além da farmacoterapia, também aplicam forma de tratamento não medicamentoso para o controle dos seus níveis séricos de lipídeos, como visto no gráfico 7. Essas formas alternativas de tratamento são basicamente mudanças nos dieta nutricional e adequação a prática de atividades físicas regulares. 
5 CONCLUSÃO
A avaliação epidemiológica do perfil lipídico é uma ferramenta de grande importância para a promoção de políticas de saúde, uma vez que através desta pode-se fazer o levantamento de distúrbios e doenças, como a dislipidemia e aterosclerose, que são significativos fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares,principal causa de mortimobilidade no mundo.
REFERÊNCIAS
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