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Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 1 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PR Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus de Londrina Gerência de Ensino e Pesquisa ENGENHARIA AMBIENTAL NOTAS DE AULA CÁLCULO DIFERENCIAL E INTEGRAL I INTEGRAIS Londrina 2010 Estas Notas de Aulas foram organizadas por professores do Grupo de Matemática do Campus Cornélio Procópio e do Campus Londrina, e está em constante revisão e adaptação. O material não pretende substituir um bom livro de Cálculo, mas serve como um apoio aos alunos no acompanhamento das aulas. O livro texto adotado atualmente é: ANTON, H., BIVENS, I. e DAVIS, S. Cálculo. vol. 1 Tradução: Claus I. Doering. 8 ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. Como Bibliografia Complementar sugerimos: FINNEY, R. L; WEIR, M. D; GIORDANO, F. R. Cálculo de George B. Thomas, vol. 2. 10ª edição. Trad. Cláudio H. Asano. São Paulo: Addison Wesley, 2003. FLEMMING, Diva Marília e GONÇALVES, Miriam Buss. Cálculo A.: Funções, limite, derivação, integração. Makron Books do Brasil: Editora da UFSC, 1992. GUIDORIZZI, H. L. Um curso de cálculo, vol.1. LTC Editora, Rio de Janeiro, RJ: 2001. HOFFMANN, Laurence D. Cálculo: um curso moderno e suas aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 2002. LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica, vol 1. Harbra, São Paulo, SP: 1994 STEWART, James. Cálculo I, 5 ed. São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2006. VILCHES, M.A; CORREA, M.L. Cálculo vol. 1, UFRJ. (Material Eletrônico) Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 2 4. INTEGRAIS Ficam recomendados todos os exercícios do livro texto, referentes aos conteúdos que serão estudados: ANTON, H., BIVENS, I. e DAVIS, S. Cálculo. vol. 1 Tradução: Claus I. Doering. 8 ed. Porto Alegre: Bookman, 2007. Introdução Até o momento, nosso problema era, dada uma função obter a sua derivada. A partir de agora, trabalharemos com a pergunta inversa: Dada uma função de quem ela é derivada? A operação contrária a diferenciação (ou a derivação) é chamada antidiferenciação ou anti- derivada. Definição_1 (de Antiderivadas) Dizemos que uma função F é uma antiderivada de uma função f em um dado intervalo se '( ) ( )F x f x= para cada x em do intervalo. Exemplo_1: Seja 3( ) 4 2 1f x x x= + + , 4 2( )F x x x x= + + é uma antiderivada da função I, pois '( ) ( )F x f x= . Mas não existe uma única antiderivada, note, por exemplo que : 4 2( ) 5G x x x x= + + + também é uma antiderivada de f pois '( ) ( )G x f x= . Na verdade, qualquer função definida por: 4 2( )H x x x x c= + + + , onde c é uma constante real, será uma antiderivada de f. Exemplo_2: A função 31( ) 3 F x x= , é uma antiderivada da função 2( )f x x= no intervalo ( , )−∞ +∞ porque, para cada x nesse intervalo, temos 3 2 1 '( ) ( ) 3 dF x x x f x dx = = = . Outras antiderivadas de f em ( , )−∞ +∞ podem ser obtidas somando-se diferentes constantes a antiderivada '( )F x conhecida. Como: 31 1( ) 2 3 F x x= + , 3 2 1( ) 5 3 F x x= + , 33 1( ) 200034 3 F x x= − , etc. Teorema_1 (p. 356 ANTON, 2007): Se ( )F x for qualquer antiderivada de ( )f x em um intervalo I, então para qualquer constante C a função ( )F x C+ é também uma antiderivada de ( )f x naquele intervalo. Além disso, cada antiderivada de ( )f x no intervalo I pode ser expressa na forma ( )F x C+ , escolhendo-se apropriadamente a constante C. A Integral Indefinida O processo de encontrar antiderivadas é chamado antiderivação, antidiferenciação ou integração. Assim, se [ ]( ) ( )d F x f x dx = então, integrando ou antiderivando a função ( )f x , obtemos uma antiderivada da forma ( )F x C+ . A notação usada para identificar esse processo é: ( ) ( )f x dx F x C= +∫ , onde C é uma constante arbitrária. Veja que: 2 31 3 x dx x C= +∫ é equivalente a 3 21 3 d x C x dx + = . São notações diferentes, apenas. Assim, ( ) ( )d f x dx f x dx = ∫ . A expressão ( )f x dx∫ é denominada integral indefinida. Sua interpretação geométrica é de uma família de funções, que diferem apenas por uma constante. Exemplo_3: 2 3(3 2) 2x dx x x C− = − +∫ . A figura ilustra três curvas desta família, em que 1C = − , 2C = e 3C = . Observe que o símbolo diferencial dx das operações de derivação e antiderivação [ ( )]d f x dx e ( )f x dx∫ apenas indicam a Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 3 variável independente. Para facilitar o nosso processo de obtenção da anti-derivada de uma função, veremos algumas regras: Integração Simples - Tabela de integrais Sejam u e v funções, e sejam a e C constantes. 1. du u C= +∫ 2. 1 lndu u C u = +∫ 3. 1 , { 1} 1 u u du C α α α α + = + ∈ − − +∫ ℝ 4. , 0, ( 1) ln( ) u u aa du C a a a = + > ≠∫ 5. u ue du e C= +∫ 6. ( ) cos( )sen u du u C= − +∫ 7. cos( ) ( )u du sen u C= +∫ 8. 2sec ( ) ( )u du tg u C= +∫ 9. 2cosec ( ) ( )u du cotg u C= − +∫ 10. sec( ) ( ) sec( )u tg u du u C= +∫ 11. cosec( )cotg( ) cosec( )u u du u C= − +∫ 12. 2 ( ) 1 du arcsen u C u = + − ∫ 13. 2 ( )1 du arctg u C u = + +∫ 14. 2 sec( ) 1 du arc u C u u = + − ∫ 15. senh( ) cosh( )u du u C= +∫ 16. cosh( ) senh( )u du u C= +∫ 17. 2sech ( ) tgh( )u du u C= +∫ 18. 2cosech ( ) cotgh( )u du u C= − +∫ 19. sech( )tgh( ) sech( )u u du u C= − +∫ 20. cosech( )cotgh( ) cosech( )u u du u C= − +∫ 21. 2 ( ) 1 du arcsenh u C u = + + ∫ 22. 2 arccosh( ) 1 du u C u = + − ∫ 23. 2 arcsech( ) 1 du u C u u = + − ∫ Propriedades da Integral Indefinida Teorema_2: Sejam F(x) e G(x) antiderivadas de f(x) e g(x), respectivamente, e a e C constantes. Então: a) ( ) ( )af x dx a f x dx=∫ ∫ ou equivalentemente ( ) ( )af x dx aF x C= +∫ b) [ ( ) ( )] ( ) ( )f x g x dx f x dx g x dx± = ±∫ ∫ ∫ ou [ ( ) ( )] ( ) ( )f x g x dx F x G x C± = ± +∫ De modo geral, vale o seguinte resultado: 1 1 2 2[ ( ) ( ) ... ( )]n na f x a f x a f x dx+ + + =∫ 1 1 2 2( ) ( ) ... ( )n na f x dx a f x dx a f x dx= + + +∫ ∫ ∫ Exemplo_4: Utilizando as regras de integração, determine as integrais abaixo a) 3dx∫ Resolução: 3 3 3dx dx x C= = +∫ ∫ b) xdx∫ Resolução: 1 1 2 1 1 2 x x xdx c C + = + = + +∫ c) ( )23 6 8)x x dx− +∫ Resolução: ( )2 23 6 8) 3 6 8x x dx x dx xdx dx− + = − +∫ ∫ ∫ ∫ 23 6 8x dx xdx dx= − +∫ ∫ ∫ 3 2 3 6 8 3 2 x x x C= − + + ∫ 5 3x dx)d Resolução: Transformando a raiz em expoente fracionário, temos: 3 5 3 5 5 3 1dx dx x dx xx − = =∫ ∫ ∫ 3 2 5 5 2 5 1 5 3 2 21 5 5 x xC x C − + = + = = + − + Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 4 Ou seja, 5 2 5 3 5 2 dx x C x = +∫ Exercícios E01: Calcule as seguintes integrais, com auxílio das propriedades e da tabela de integrais. a) [sec( ) ( ) cos( )]x tg x x dx+∫ b) 4 110 xe dx x + ∫ c) 2 ( )sen x dx∫ Integração pelo Método da Substituição Esse método é baseado na regra da cadeia. Sejam F uma antiderivada de f em um intervalo I e g uma função derivável tal que o ( ( ))F g F g x= esteja definida. Usando a regra da cadeia, temos: [ ( ( ))]´ ´( ( )) (´ )F g x F g x g x= . Por definição, sabemos que ´( ( )) ( ( ))F g x f g x= , assim, [ ( ( ))]´ ( ( )) (´ )F g x f g x g x= . Logo, ( ( ))F g x é uma antiderivada de ( ( )). (´ )f g x g x , então: ( ( )) ´( ) ( ( ))f g x g x dx F g x C= +∫ Para simplificar a escrita, podemos denotar ( )u g x= e ´( )du g x dx= . Dessa forma, ( ( )) (´ ) ( ) ( )f g x g x dx f u du F u C= = +∫ ∫ Exemplo_5: Resolva a integral 3 4x dx+∫ Resolução: ( )123 4 3 4x dx x dx+ = +∫ ∫ Seja 3 4u x= + então 3du dx= , que equivale a 3 dudx = . Assim, 1 1 2 213 4 3 3 du x dx u u du+ = =∫ ∫ ∫ Usando o item 3 da Tabela de Integrais temos, 1 21 2 11 1 13 3 1 2 u u du C + = + + ∫ 3 21 2 1 1 33 3 2 u u du C= = +∫ 31 2 2 1 1 2 . 3 3 3 u du u C= = +∫ 31 2 2 1 2 . 3 9 u du u C= +∫ Agora, substituíndo 3 4u x= + , fica: ( ) ( )12 3223 4 . 3 4 9 x du x C+ = + +∫ E finalmente: ( )323 4 3 4 9 x dx x C+ = + +∫ Exemplo_6: Resolva a integral ( )82. 5 3t t dt+∫ Resolução: Seja 2 15 3 6 6 u t du tdt tdt du= + ⇒ = ⇒ = Voltando agora a integral e substituindo, temos; ( ) ( )8 82 25 3 5 3t t dt t tdt+ = +∫ ∫ ( ) ( ) ( )8 8 82 1 15 3 6 6t t dt u du u du+ = =∫ ∫ ∫ , daí: Novamente pelo item 3 da Tabela de Integrais, resolvemos: ( )8 91 1 6 54 u du u C= +∫ Finalmente, ( ) ( )8 92 215 3 5 354t t dt t C+ = + +∫ Exemplo_7: Resolva sen(5 )t dt∫ Resolução: Fazemos 15 5. 5 u t du dt dt du= ⇒ = ⇒ = Voltando à integral e substituindo, temos: 1(5 ) ( ) 5 sen t dt sen u du=∫ ∫ usando propriedade, 1(5 ) ( ) 5 sen t dt sen u du=∫ ∫ 1(5 ) ( cos(5 )) 5 sen t dt t C= − +∫ 1(5 ) cos(5 ) 5 sen t dt t C= − +∫ Exemplo_8: Resolva a integral (5 )cos(5 ) sen t t dt∫ Resolução: Fazemos (5 ) 5 cos(5 )u sen t du t dt= ⇒ = , neste caso, podemos escrever 1 cos(5 ) 5 du t dt= . Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 5 Voltando à integral e substituindo, temos: 1 1(5 )cos(5 ) 5 5 sen t t dt u du udu= =∫ ∫ ∫ . 21 1 5 5 2 u udu C= +∫ Portanto, 21(5 )cos(5 ) (5 ) 10 sen t t dt sen t C= +∫ Exercícios E02: Calcular as integrais, pelo método da substituição. a) 2 2 1 x dx x+∫ b) 2 ( )cos( ) sen x x dx∫ c) 7 1 (3 7) dxx +∫ d) 2sec ( )x dx x ∫ e) ln( )x dx x∫ f) *( ) , Rtg x dxα α ∈∫ Substituições Menos Evidentes Exemplo_9: Calcule a integral 2 1x x dx−∫ . Seja 1u x du dx= − ⇒ = , como 1u x= − então, 1x u= + . Fazendo a substituição, vem: 2 21 ( 1)x x dx u udu− = +∫ ∫ de onde decorre 1 2 2 2( 1) ( 1) ( )u udu u u du+ = +∫ ∫ 5 3 1 2 2 2 2( 1) 2u udu u du u du u du+ = + +∫ ∫ ∫ ∫ 7 5 3 2 2 2 2 1 2 3( 1) 27 5 3 2 2 2 u u u u udu C C C+ = + + + + +∫ 7 5 3 2 2 2 22 2 2( 1) 2 7 5 3 u udu u u u C+ = + + +∫ Sabendo que 1u x= − , finalmente vem: 2 7 5 32 4 21 ( 1) ( 1) ( 1) 7 5 3 x x dx x x x C− = − + − + − +∫ Exemplo10: Calcule a integral 3cos ( )x dx∫ . Para resolver essa integral devemos reescrever o integrando como sugerido: 3 2cos ( ) cos ( )cos( )x dx x x dx=∫ ∫ Usando a relação trigonométrica fundamental 2 2cos ( ) sen ( ) 1x x+ = o integrando fica: 3 2cos ( ) (1 sen ( ))cos( )x dx x x dx= −∫ ∫ 3 2cos ( ) (cos( ) sen ( )cos( ))x dx x x x dx= −∫ ∫ 3 2cos ( ) cos( ) sen ( )cos( )x dx x dx x x dx= −∫ ∫ ∫ A primeira integral do segundo membro é imediata, encquanto a segunda foi resolvida por substituição na letra b) do E02. Assim, 3 31cos ( ) sen(x) sen ( ) 3 x dx x C= − +∫ Exemplo11: Calcule a integral * 2 2 , R dx a a x ∈ +∫ Neste caso vamos reescrever o integrando afim de usarmos um dos resultados da Tabela de Integrais. O item 13 da tabela parece se aproximar da expressão do integrando, assim, é conveniente reescrevê-lo na forma 2 22 2 2 2 1 1 1 1 dx dx dx a xa x a a x a a = = + + + ∫ ∫ ∫ Agora, basta escolhermos a substituição 1x u du dx a a = ⇒ = . 2 2 2 1 1 dx du a x a u = + +∫ ∫ Pelo item 13 da tabala a integral resulta em 2 1 1 ( ) 1 du arctg u C a u a = + +∫ Portanto, 2 2 1dx x arctg C a x a a = + + ∫ Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 6 Integral Definida A figura mostra a potência elétrica consumida em uma determinada cidade durante determinado dia. A Potência P é medida em megawatts e o tempo t em horas, a partir da meia-noite. Solicita-se encontrar o consumo de energia elétrica no decorrer do dia. Figura: Consumo de Potência elétrica durante um dia. Fonte: Stewart, J. Cálculo v. 1. Pioneira/ Thomson Learning, São Paulo: 2001, p. 406. Sugestão: Calcular a área abaixo da curva, limitada pelo eixo x, no intervalo 0 24t≤ ≤ , pois a energia é dada pela variação do tempo multiplicada pela potência. Os matemáticos sempre se preocuparam com o problema de determinar a área de uma figura plana. O procedimento mais utilizado foi o método da exaustão, que consiste em aproximar a figura dada por meio de outras, cujas área são conhecidas. Considere, por exemplo, o problema de definir a área de uma região plana S, definida pelo gráfico de uma função contínua não negativa f, pelo eixo das abscissas e pelas retas x a= e x b= . Para isso, fazemos uma partição do intervalo [a, b], isto é, dividimos o intervalo em n subintervalos, escolheremos os pontos 0 1 2 ... na x x x x b= < < < < = Seja 1i i ix x x −∆ = − o comprimento do intervalo [ ]1, i ix x − . Para cada índice i 1,...,i n= seja ic um número em [ ]1, i ix x − escolhido arbitrariamente. Construímos um retângulo de base ix∆ e altura ( )if c . ( Veja figura) A figura abaixo (a e b) abaixo ilustra esses retângulos nos caso de 4n = e 8n = . A soma das áreas dos n retângulos, que representamos por n S , é dada por: 1 1 1 ( ) ( ) + ... ( ) n n i i n n i S f c x f c x f c x = = ∆ = ∆ + ∆∑ Esta soma é chamada de Soma de Riemann da função ( )f x . Podemos observar que a medida que n cresce, cada ix∆ , torna-se muito pequeno, e a soma das áreas retangulares, aproxima-se da área S. Definição_2 Seja ( )f x uma função contínua, não negativa no intervalo [ , ]a b . A área sob a curva ( )y f x= , de a até b, é definida por: 0 1 lim ( ) i n i i máx x i A f c x ∆ → = = ∆∑ onde imáx x∆ indica o maior número do conjunto { } tal que 1,2,...,ix i n∆ = . Observe que 0imáx x∆ → implica que todos os ix∆ tendem também a zero. Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 7 A integral definida está associada ao limite anterior, ela nasceu com a formalização matemática dos problemas de áreas. Assim: Definição_3 Seja ( )f x uma função definida em um intervalo [ , ]a b e seja 0 1 2: ... nP a x x x x b= < < < < = uma partição qualquer deste intervalo. A integral de Riemann de f de a até b, denotada ( ) b a f x dx∫ , é dada por : 0 1 ( ) lim ( ) i b n i i máx xia f x dx f c x ∆ → = = ∆∑∫ desde que o limite do segundo membro exista. Se ( ) b a f x dx∫ existe, então diremos que f é integrável (segundo Riemann) em [ , ]a b . É comum referirmo-nos a ( ) b a f x dx∫ como integral definida de f em [ , ]a b . Os números a e b são chamados de limites de integração (a: limite inferior e b: limite superior). Uma função não necessariamente precisa ser contínua para que admita integral em um intervalo. Sob certas condições, as quais não iremos mencionar neste contexto, podemos mostrar que funções com alguns tipos de descontinuidades ainda podem ser integráveis. Iremos estudar situações que envolvem, em geral, integrais definidas de funções continuas. O teorema que segue nos fornece um importante resultado. Teorema_3: Se uma função f é contínua em um intervalo [ , ]a b , então f é integrável em [ , ]a b . Até agora temos a definição do que é a integral definida em um intervalo, mas ainda não sabemos como calcular tais integrais. O Teorema Fundamental do Cálculo nos permite relacionar as operações de derivação e integração. Ele nos diz que, conhecendo uma primitiva de uma função contínua, podemos calcular a sua integral definida, assim: Teorema_4: Teorema fundamental do Cálculo (Primeira Parte) Se f for uma função contínua em [ , ]a b e F é uma antiderivada de f tal que ´( ) ( )F x f x= para todo [ , ]x a b∈ , então ( ) ( ) ( ) b a f x dx F b F a= −∫ Uma notação usual para a diferença ( ) ( )F b F a− é: ( ) ( ) ( )b a F x F b F a= − . Assim, podemos expressar ( ) ( ) b b a a f x dx F x=∫ Exemplo_12: Calcule 3 2 1 x dx∫ Resolvemos a integral normalmente e depois substituímos os valores dos limites de integração, 3 33 3 3 2 11 3 1 27 1 26 = = = 3 3 3 3 3 3 x x dx = − −∫ Exemplo_13: Calcule 3 1 5dx∫ Resolução: 3 3 3 1 1 1 5 5 5 5.3 5.1 15 5 10 dx dx x= = ⇒ − = − =∫ ∫ 3 1 5 10dx =∫ Exemplo_14: Calcule 7 0 xdx∫ Resolução: 7 72 2 2 00 7 0 49 0 49 2 2 2 2 2 2 x xdx = = − = − =∫ 7 0 49 2 xdx =∫ Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 8 Interpretação Geométrica Vamos agora interpretar geometricamente os exemplos dados. Exemplo_15: Seja ( ) 5f x = . Tomemos a região delimitada por ( )f x , o eixo x e as retas 1x = e 3x = . Temos um retângulo de base 2 e altura cinco, cuja área é dada por: 1 1 2lado .lado 2.5 10A = = = unidades de área. Exemplo_16: Seja ( )f x x= . Tomemos a região delimitada pelo eixo x, a função ( )f x x= , e as retas 0x = e 7x = . Temos um triângulo de base 7 e altura 7, cuja área é dada por 2 7.7 49 2 2 A = = u.a. Os fatos observados nestes exemplos não são mera coincidência. Na verdade, se ( ) 0f x > para [ ],x a b∈ então ( ) a b f x dx∫ nos fornece a área limitada por ( )f x , pelas retas x a= e x b= e o eixo x. Exemplo_17: Tomemos agora um exemplo em que ( ) 0f x < em [ ],a b . ( ) 11 2 33 1 2 x x dx x − − − − + = + ∫ ( ) ( ) ( ) ( ) 2 21 3 = 1 3 2 2 − − + − − + − 1 9 = 1 3 2 2 − − − 1 3 = 2 2 2 − − = − A região delimitada por 1y x= + , pelo eixo x e as retas 3x = − e 1x = − está representada na figura. Note que A3 é um triângulo de base 2 e altura 2. Assim, 3 2.2 2 . 2 A u a= = Assim, vemos que 1 3 3 ( )A f x dx − − = ∫ . Em geral se ( ) 0f x < em [ ],a b a área delimitada por ( )f x , pelas retas x a= e x b= e o eixo x é dada por ( ) b a A f x dx= ∫ . Propriedades das Integrais Definidas P1: Se a função f é integrável no intervalo fechado [ ],a b e se k é uma constante qualquer, então: ( ) ( ) b b a a kf x dx k f x dx=∫ ∫ Exemplo_18: Calcule o valor da integral 3 3 3 3 5 5xdx xdx=∫ ∫ P2: Se as funções f e g são integráveis no intervalo fechado [ ],a b então f g+ é Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 9 integrável em [ ],a b e: [ ( ) ( )] ( ) ( ) b b b a a a f x g x dx f x dx g x dx+ = +∫ ∫ ∫ Exemplo_19: Calcule o valor da integral: 5 5 5 2 2 3 3 3 1 1 x dx x dx dx x x + = + ∫ ∫ ∫ P3: Se a função f é integrável nos intervalos fechados [ ],a b , [ ],a c e [ ],c b então: ( ) ( ) ( ) b c b a a c f x dx f x dx f x dx= +∫ ∫ ∫ onde a c d< < . Exemplo_20: Calcule o valor da integral: 3 1 3 2 2 1 xdx xdx xdx − − = +∫ ∫ ∫ Exercícios E03: Encontre o valor das integrais definidas abaixo: a) 2 2 0 x dx∫ b) 2 3 1 x dx∫ c) 4 2 1 ( 4 5)x x dx+ +∫ d) 2 3 2 ( 1)x dx − +∫ e) 4 4 1 3 3 1 ( 4 )x x dx+∫ f) 4 3 ( 2)x dx − +∫ g) 5 1 3 1 dx x +∫ h) 3 6 3 ( 3 )t t dt − −∫ i) 4 2 0 9 xdx x +∫ j) 5 0 4x dx+∫ Cálculo de Áreas de uma Região Plana Se f é uma função contínua em um intervalo fechado [ ],a b e se ( ) 0f x ≥ para todo x em [ ],a b , então temos que o número que expressa a área da região limitada pela curva ( )y f x= , o eixo x e as retas x a= e x b= é dada por ( ) b a A f x dx= ∫ , em unidades quadradas. Por conveniência , referimo- nos à região R como a região sob o gráfico de f, de a até b. Exemplo_21: Encontre a área limitada pela curva 2y x= o eixo x e as retas 1x = − e 2x = . Resolução: 2 23 3 3 2 11 x 2 ( 1) = 3 . 3 3 3 A x dx u a − − − = = − =∫ Exemplo_22: Encontre a área limitada pela curva 2 4y x= − , o eixo x e as retas 2x = − e 2x = . Resolução: Queremos obter a área destacada. Como ( ) 0f x < , neste intervalo, temos: 2 23 2 22 ( 4) 4 3 xA x dx x − − = − − = − − ∫ 8 88 8 3 3 A = − − − − + 8 8 328 8 . 3 3 3 A u a = − − + − = Exemplo_23: Calcule a área limitada pelas curvas 2 1y x= + e 2y= x 1− − e as retas 1x = − e 3x = . Resolução: Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 10 Vamos calcular as áreas separadamente: 33 3 2 1 11 ( 1) 3 xA x dx x − − = + = + ∫ 3 3 1 3 ( 1)3 ( 1) 3 3 A − = + − + − 1 40 u.a 3 A = 3 2 2 1 40( 1) u.a 3 A x dx − = − − − =∫ Portanto: 1 2tA A A= + 40 40 80 u.a 3 3 3t A = + = Exemplo_24: Determine a área A da região delimitada pelo gráfico de sen( )y x= e o eixo x, no intervalo de 0x = e radx pi= . Resolução: Primeiramente, vamos construir o gráfico de sen( )y x= . Verificamos que a área pedida, encontra-se totalmente acima do eixo x, logo: 0 0 sen( ) cos( )A x dx x pi pi = = −∫ (cos( ) cos(0)) 2u.aA pi= − − = Área da Região Limitada por duas Funções Consideraremos agora a região que está entre os gráficos de duas funções f eg são contínuas e ( ) ( ) 0f x g x≥ ≥ para todo x em [ , ]a b , então a área A da região R, limitada pelos gráficos de f, g, x a= e x b= , pode ser calculada subtraindo-se a área da região sob o gráfico de g (fronteira inferior de R) da área da região sob o gráfico de f (fronteira superior de R): ( ) ( ) b b a a A f x dx g x dx= −∫ ∫ ou [ ( ) ( )] b a A f x g x dx= −∫ Suponha que desejemos calcular a área A delimitada por duas curvas, ( )f x e ( )g x e as retas x a= e x b= , como ilustra a figura abaixo: Note que a área a pode ser obtida pela diferença de duas áreas, sendo 1 ( ) b a A f x dx= ∫ e 2 ( ) b a A g x dx= ∫ e 1 2A A A= − ( ) ( ) b b a a A f x dx g x dx= −∫ ∫ [ ( ) ( )] b a A f x g x dx= −∫ Assim verificamos que é válido o teorema a seguir. Teorema_5: Se f e g são contínuas e ( ) ( ) 0f x g x≥ ≥ para todo x em [ , ]a b , então a área A da região delimitada pelos gráficos de f, g, x a= e x b= é: [ ( ) ( )] b a A f x g x dx= −∫ Diretrizes para Encontrar a área de uma Região Limitada por duas Funções i) Esboçar a região, designando por ( )y f x= a fronteira superior e por ( )y g x= a fronteira inferior. ii) Encontrar as abssíssas dos pontos de intersecção (a e b) entre as duas funções. Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 11 iii) Calcular a integral [ ( ) ( )] b a A f x g x dx= −∫ Exemplo_25: Encontre a área A limitada pelas curvas 2( ) 2f x x= + e ( ) 1g x = no intervalo de [ 2,3]− . Resolução: Como não existe ponto de intersecção entre as funções, neste caso foram dados os limites de integração. 3 3 2 2 2 ( 2) (1)A x dx dx − − = + −∫ ∫ 3 2 2 ( 1)A x dx − = +∫ 33 3 2 22 ( 1) 3 xA x dx x − − = + = + ∫ 3 33 ( 2) 503 ( 2) u.a 3 3 3 A − = + − + − = Exemplo_26: Encontre a área A da região limitada pelas curvas 2y x= e 2- 4y x x= + . Resolução: Para obtermos os pontos de intersecção das duas curvas, resolvemos um sistema formado pelas duas equações e obtemos os pontos (0,0) e (2,4) . 2 2 2 2 0 0 ( 4 )A x x dx x dx= − + −∫ ∫ 22 3 2 2 00 2 4 8( 2 4 ) u.a 3 2 3 x xA x x dx = − + = − + = ∫ Volume de um Sólido de Revolução Definição_4: Um sólido de revolução é um sólido gerado pela rotação de uma região do plano em torno de uma reta do plano, chamada eixo de revolução. Exemplo_27: Ao girarmos a região do plano representada na figura a seguir, em torno do eixo y , obtemos o sólido de revolução também ilustrado. Definição_5: Seja f uma função contínua no intervalo fechado [ , ]a b . Se S for o sólido obtido pela rotação, em torno do eixo x da região limitada pella curva ( )y f x= , o eixo x e as retas x a= e x b= e se V for o número de unidades cúbicas do volume de S, então: 2[ ( )] b a V f x dxpi= ∫ Exemplo_28: Seja R a região limitada pelos gráficos de 2 , 1 e 2y x x x= = = e pelos eixos dos x. Se girarmos a região R em torno do eixo dos x, obtemos: Resolução: 2 25 2 2 11 [ ] 5 xV x dxpi pi= =∫ 31 u.v 5 V pi= Exercícios E04: Seja 2( ) 1f x x= + , determine o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x , da região do plano limitada por ( )f x , pelo eixo x e as retas 1x = − e 1x = . Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 12 E05: Seja 1( )f x x = , determine o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região plana limitada por ( )f x , pelo eixo x e as retas 1x = e 3x = . E06: Seja f x x x( ) = −2 4 , determine o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x, da região do plano limitada por ( )f x e pelo eixo x. Definição_6: Seja uma região R do plano limitada por x a= e x b= e pelos gráficos de duas funções contínuas f e g, com ( ) ( ) 0f x g x≥ ≥ para todo x em [ , ]a b . Então o volume do sólido gerado pela rotação da região R em torno do eixo x é dada por 2 2[( ( )) ( ( )) ] b a V f x g x dxpi= −∫ . Exemplo_29: Encontre o volume do sólido gerado pela rotação em torno do eixo x , da região limitada pela parábola 2 1y x= + e a reta 3y x= + . Resolução: Graficamente a região descrita acima é dada por: 2 2 2 2 1 [( 3) ( 1) ]V x x dxpi − = + − +∫ 2 4 2 1 ( 6 8)V x x x dxpi − = − − + +∫ 2 5 3 2 1 1 1 3 8 5 3 V x x x xpi − = − − + + 117 u. v 5 V pi= Teorema_6: Teorema fundamental do Cálculo (Segunda Parte) Se f for uma função contínua em um intervalo I, então f tem uma antiderivada em I. Em particular, se a for um ponto qualquer em I, então a função F definida por: ( ) ( ) x a f x f t dt= ∫ é uma antiderivada de f em I; isto é, '( ) ( )F x f x= para cada x em I, ou em uma notação alternativa, ( ) ( ) x a d f t dt f x dx = ∫ . Exemplo_30: Encontre 3 1 x d t dt dx ∫ aplicando a segunda parte do Teorema Fundamental do Cálculo e, então confirme o resultado fazendo a integração e depois diferenciando. Resolução: Como o integrando é uma função contínua, então, pelo referido teorema, 3 3 1 x d t dt x dx = ∫ . Alternativamente, calculando a integral e depois diferenciando, obtemos 4 4 3 11 1 4 4 4 x x t x t dt = = −∫ , agora derivando, vem: 4 31 4 4 d x x dx − = , de modo que coincide os dois métodos para derivar a integral. Outros métodos de Integração Método de Integração por Partes Sejam f e g funções deriváveis no intervalo I. Derivando o produto .f g : ( ( ) ( ))´ ´( ) ( ) ( ) ´( )f x g x f x g x f x g x= + , ou equivalentemente, ( ) ´( ) ( ( ) ( ))´ ´( ) ( )f x g x f x g x f x g x= − . Integrando ambos os lados: ( ) (´ ) ( ( ) ( )) ´( ) ( )f x g x dx f x g x f x g x dx= −∫ ∫ Fazendo ( )u f x= e ( )´dv g x dx= , temos ( )´du f x dx= e ( )v g x= vem: udv uv vdu= −∫ ∫ Este método de integração nos permite transformar a integração de udv na integração de vdu . É importante saber “escolher” a substituição u e dv na integral de partida. As expressões de u´ e v devem ser mais simples que as de u e v´, respectivamente. Exemplo_31: Calcule a integral indefinida ln( )x dx∫ . Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 13 Façamos ln( )u x= e dv dx= , daí, 1du dx x = e v x= . Logo, ln( )x dx udv uv vdu= = −∫ ∫ ∫ ln( ) ln( ) ln( )x dx x x dx x x x C= − = − +∫ ∫ Exemplo_32: Calcule a integral indefinida 2xxe dx∫ . Façamos u x= e 2xdv e dx= , daí, du dx= e 2 2 xe v = . Logo 2 2 2 2 21 2 2 2 4 x x x x xxe xe exe dx e dx C= − = − +∫ ∫ Exemplo_33: Calcule a integral indefinida 2sen( )x x dx∫ . Para solucionar esta integral será necessário usar o método de integração por partes. Façamos 2u x= e sen( )dv x dx= , daí, 2du xdx= e cos( )v x= − . Portanto, 2 2sen( ) cos( ) 2 cos( )x x dx x x x x dx= − +∫ ∫ Observe que cos( )x x dx∫ também requer o uso de integração por partes. Neste caso façamos m x= , cos( )dn x dx= de onde obtemos dm dx= e sen( )n x= e 1 cos( ) sen( ) sen( ) sen( ) cos( ) x x dx x x x x dx x x x C = − = − + ∫ ∫ Então, retornando a primeira integral temos: 2 2sen( ) cos( )2( sen( ) cos( ))x x dx x x x x x C= − + + +∫ Exemplo_34: Calcule a integral definida 2 1 3 0 x x e dx∫ . Neste caso, vamos inicialmente resolver a integral indefinida, depois voltaremos a integral definida. Aqui será necessário usar em conjunto os métodos de integração por substituição e por partes. Vejamos. i) Por Substituição: seja 2t x= e 2 2 dtdt xdx xdx= ⇒ = . Assim, 2 23 2 1 2 x x tx e dx x e xdx te dt= =∫ ∫ ∫ ii) Agora, usando integração por partes, fazemos: u t= e tdv e dt= , daí, du dx= e tv e= . Daí, 23 1 1 2 2 x tx e dx te dt udv= =∫ ∫ ∫ 1 1 ( ) 2 2 t tudv te e dt= −∫ ∫ 1 1( ) ( ) 2 2 t t t tte e dt te e C− = − +∫ Substituíndo 2t x= e voltamos a integral definida vem: 2 2 2 1 1 3 2 0 0 1 ( ) 2 x x x x e dx x e e= −∫ 2 1 3 0 1 1(0 ( 1)) 2 2 x x e dx = − − =∫ Exemplo_35: Use os métodos de integração por substituição e por partes para calcular a integral 1 3 2 0 sen(2 )x x dx∫ . (Resp. 0,218 aproximadamente) Método de Substituição Trigonométrica Este método é usado quando a expressão a integrar envolve alguns dos seguintes tipos de radicais: 2 2 2 2 2 2, ,a u a u u a− + − , onde 0a > . Caso i: 2 2a u− Para 2 2 pi piθ− ≤ ≤ , seja sen( )u a θ= , então cos( )du a dθ θ= . Logo 2 2 cos( )a u a θ− = . Façamos 2 2c a u= − . Observe a figura i). Caso ii: 2 2a u+ Para 2 2 pi piθ− ≤ ≤ , seja tg( )u a θ= , então 2sec ( )du a dθ θ= . Logo 2 2 sec( )a u a θ+ = . Façamos 2 2d a u= + . Observe a figura ii). Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 14 Caso iii: 2 2u a− Para 2 2 pi piθ− ≤ ≤ ou 3 2 pi pi θ≤ ≤ seja sec( )u a θ= , então sec( )tg( )du a dθ θ θ= Logo 2 2 tg( )u a a θ− = . Façamos 2 2e u a= − . Observe a figura iii). θ a c u i) θ d a u ii) θ u a e iii) Exemplo_36: Calcule 2 2a x dx−∫ . Seja sen( )x a θ= ; então, cos( )dx a dθ θ= ; 2 2 pi piθ− ≤ ≤ e 2 2a x− = cos( )a θ . Assim, 2 2 2 2cos ( )a x dx a dθ θ− =∫ ∫ 2 2 2 1 cos(2 )cos ( ) ( ) 2 2 a d a dθθ θ θ= +∫ ∫ 2 2 2 sen(2 )cos ( ) ( ) 2 2 a a d θθ θ θ= +∫ 2 2 2 1cos ( ) ( sen( )cos( ))2 a a d Cθ θ θ θ θ= + +∫ Como sen( )x a θ= e 2 2 pi piθ− ≤ ≤ ; então, arcsen( ) 2 xθ = ; estamos no caso i (veja figura i) onde 2 2c a x= − ; logo, sen( ) x a θ = e 2 2 cos( ) a x a θ −= . Substituíndo no resultado da integral, vem: 2 2 2 2 2 2(arcsen( ) )2 a x x a x dx a x C a a − = + − +∫ Exemplo_37: Calcule 2 3( 3) dx x +∫ . Seja 3tg( )x θ= ; então, 23sec ( )dx dθ θ= ; ( ) 2 2 pi piθ− ≤ ≤ . Em tal caso 2 3 3( 3) ( 3 sec( ))x θ+ = . Então escrevemos: 2 32 3 32 3sec ( ) ( 3) 3 sec ( ) dx d x θ θ θ = +∫ ∫ 2 3 3 3sec ( ) 1 3 sec( )( 3) sec ( ) ddθ θθ θθ =∫ ∫ 2 13 3 3sec ( ) 1 1 cos( ) sen( ) 3 3( 3) sec ( ) d d Cθ θ θ θ θ θ = = +∫ ∫ Estamos no caso ii (veja figura ii) onde 3a = e 2 3d x= + . Logo, 2 ( ) 3 x sen x θ = + . Substituindo, 2 3 2( 3) 3 3 dx x C x x = + + +∫ Exemplo_38: Calcule 29 1 dx x −∫ . Inicialmente reescrevemos a integral como 2 2 19 1 9( )9 dx dx x x = − − ∫ ∫ . Seja 1 sec( ) 3 x θ= , então, 1 sec( )tg( ) 3 dx dθ θ θ= , 0 2 piθ< < ou 3 2 pi pi θ< < . Neste caso, 2 2 21 1 1(sec ( ) 1) ( ) 9 9 9 x tgθ θ− = − = : 2 sec( )1 1 cosec( )3 ( ) 39 1 1 ln( cosec( ) cotg( ) )3 dx d d tgx C θ θ θ θθ θ θ = = − = − + ∫ ∫ ∫ Estamos no caso iii), onde 2 1 9 e x= − ; logo, 2 3 cosec( ) 9 1 x x θ = − e 2 1 cotg( ) 9 1x θ = − . Substituindo, em 2 1 ln( cosec( ) cotg( ) )39 1 1 3 1ln6 3 1 dx C x x C x θ θ= − + − − = + + ∫ Exercício_39: Calcule cada integral. Em cada caso use o completamento de quadrados. a) 3 2 2(5 4 ) dx x x− − ∫ b) 24 8 5 xdx x x+ +∫ Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 15 Método de Integração Por Frações Parciais Seja uma função racional ( )( ) P x Q x com ( ) 0Q x ≠ . A decomposição de uma função racional em frações mais simples, depende do modo como o polinômio ( )Q x se decompõe em fatores lineares e/ou quadráticos. Se numa função racional o grau de ( )P x é maior ou igual ao grau de ( )Q x , então podemos dividir os polinômios. Se ( ( )) ( ( ))grau P x grau Q x≥ , então ( ) ( ) ( ) ( )P x Q x A x R x= + onde ( ( )) ( ( ))grau R x grau Q x< então ( ) ( )( )( ) ( ) P x R xA xQ x Q x= + . Logo, basta estudar o caso em que ( ( )) ( ( ))grau P x grau Q x< , pois caso contrário efetuamos a divisão dos polinômios. O método se desenvolve como segue. A cada fator de ( )Q x da forma ( ) ,mx a− corresponde uma soma de m frações da forma: 1 2 2 . . .( ) ( ) m m AA A x a x a x a + + + − − − A cada fator de ( )Q x da forma ( )2 ,px bx c+ + corresponde uma soma de p frações, da forma: ( ) ( ) 1 1 2 2 2 22 2 . . . p p p B x CB x C B x C x bx c x bx c x bx c ++ + + + + + + + + + + Onde, iA , jB e kC 1,2,...,i m= , , 1,2,...,j k p= são constantes a determinar. Em seguida, igualamos a fração ( )( ) P x Q x à soma de frações obtida como acima. Eliminando denominadores e identificando coeficientes de potências iguais de x, chegaremos a um conjunto de equações lineares nas incógnitas kji CeBA , . Resolvido esse sistema, estão determinados os coeficientes. Exemplo_40: i) Utilize o método das frações parciais para decompor 2 1 ( 1) ( 1)x x + ⋅ + . ii) Calcule 2 1 ( 1) ( 1) dxx x+ ⋅ +∫ . Resolução: i) Ao fator linear ( 1),x + associamos a fração 1 A x + e ao fator quadrático 2( 1)x + associamos a fração 2 1 Bx C x + + . Escrevemos então: 2 2 1 1( 1)( 1) 1 A Bx C xx x x + ≡ + ++ + + (I) Eliminando denominadores, obtemos: 21 ( 1) ( )( 1)A x Bx C x≡ + + + + (II) ou 2 20 0 1 ( ) ( ) ( )x x x A B x B C A C⋅ + ⋅ + ≡ + + + + + Identificando coeficientes de iguais potências de x, concluímos que: =+ =+ =+ 1 0 0 CA CB BA A solução desse sistema de equações lineares é: 1 2 A = , 1 2 B = − e 1 2 C = . Levando esses valores em (I), obtemos a decomposição em frações parciais: 2 2 1 1 1 1 2 2 2 1( 1) ( 1) 1 x xx x x − + = + = ++ ⋅ + + 2 2 1 1 1 2 1 ( 1) ( 1) x x x x = − + + + + ii) Agora vamos calcular 2 1 ( 1) ( 1) dxx x+ ⋅ +∫ . 2 2 2 1 1 1 1 2 1( 1) ( 1) ( 1) ( 1) xdx dx xx x x x = − + ++ ⋅ + + + ∫ ∫ 2 2 1 1 1 1ln 1 ln 1 arctg( ) 2 4 2( 1) ( 1) dx x x x Cx x = + − + + ++ ⋅ +∫ Exemplo_41: Utilize o método das frações parciais para calcular 3( 2)( 1) x dx x x + − +∫ . Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 16 Resolução: Inicialmente vamos decompor o integrando em frações parciais. Escrevemos então: 3 ( 2)( 1) 2 1 x A B x x x x + ≡ + − + − + (I) Eliminando denominadores, obtemos: 3 ( 1) ( 2)x A x B x+ ≡ + + − (II) Resolvendo a expressão (II) obtemos 53A = e 2 3B = − . Assim, 5 2 3 5 1 2 13 3 ( 2)( 1) 2 1 3 2 3 1 x x x x x x x + = − = − − + − + − + Feita a decomposiçãojá estamos em condições de calcular a integral. 3 1 5 2 ( 2)( 1) 3 2 1 x dx dx x x x x + = − − + − + ∫ ∫ 3 5 2ln( 2) ln( 1)( 2)( 1) 3 3 x dx x x C x x + = − − + + − +∫ Exercícios E07: Calcule cada integral. Em cada caso use o método de decomposição em frações parciais. a) 2 3 2 4 28 16 2 8 x x dx x x x − − − − ∫ b) 2 2 , 0du au a ≠−∫ c) 25 4 dx x x− −∫ d) 2 3 2 3 4 2 2 x x dx x x x + + + +∫ e) 2 3 2 8 3 20 4 4 x x dx x x x + + + + +∫ f) 3 2 2 2 ( 1) x x dx x x + + +∫ Aplicação de Integrais Indefinidas A seguir apresentaremos alguns exemplos de aplicação de integrais indefinidas: Exemplo_42: Se um corpo se move em uma reta coordenada com aceleração 2( ) 2 6 (m/s )a t t= − e possui as condições iniciais v(2) =2m/s e s(0)=4m. Determine a equação do espaço em relação ao tempo, e o espaço percorrido quando t=2 s. Resolução: 2 Como temos logo: dv daí (2 6 ) 2 3 dv a dv adtdt adt v adt t dt v t t C = = = = = − = − + ∫ ∫ ∫ ∫ Como a velocidade no tempo 2s é 2m/s, temos: 2(2) 2.2 3.2 2 8 10 v C C C = − + = − + = Daí a equação da velocidade é: 2( ) 3 2 10v t t t= − + + Agora vamos calcular a equação do espaço percorrido em relação ao tempo: Como temos logo:dsv ds vdtdt ds vdt = = =∫ ∫ daí, ( )s t vdt= ∫ 3 2( ) 10s t t t t C= − + + + 2( ) ( 3 2 10)s t t t dt= − + +∫ Como no tempo 0 temos S(0) = 4m/s, então (0) 0 0 0 4 4 s C C = − + + + = = Logo a equação do espaço percorrido em relação ao tempo é: 3 2( ) 10 4s t t t t= − + + + Exercícios de Aplicações de Integrais A01: Lei de Resfriamento de Newton: De acordo com a Lei de Resfriamento de Newton, a taxa de variação da temperatura de um objeto é proporcional à diferença entre a sua temperatura e a do meio ambiente. A lei pode Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 17 ser expressa por 0( )dT k T Tdt = − , onde k é a constante de proporcionalidade e 0T é a temperatura do meio ambiente. a) Expresse ( )T t , a temperatura em função do tempo. b) Em uma fábrica de rolamentos, o tratamento térmico das esferas (têmpera) é efetuado em um banho de óleo, sendo as mesmas submetidas a um resfriamento brusco, posteriormente ao seu aquecimento em um forno. Ao sair do forno, as esferas de aço encontram-se a uma temperatura de 860 °C e são imersas em óleo à temperatura de 20 °C. O resfriamento da esfera ocorre por convecção forçada, para assegurar a transformação de fase sólida do aço, garantindo a propriedades mecânicas desejadas, em particular, a dureza da mesma. Encontre a temperatura da esfera após 60 minutos, sabendo que 0(20) 348,8T C= . Trabalho: Suponha que um objeto se mova no sentido positivo ao longo de um eixo coordenado pelo intervalo [ , ]a b , enquanto sujeito a uma força variável ( )F x que é aplicada no sentido do movimento. Então, definimos o trabalho W realizado pela força sobre o objeto por ( ) b a W F x dx= ∫ . A02: A Lei de Hooke afirma que sob condições apropriadas, uma mola esticada x unidades além de seu comprimento normal puxa e volta com uma força ( )F x kx= , onde k é uma constante (rigidez). Qual é o trabalho realizado ao se esticar uma mola em 8cm, sabendo que a força de 1N a estica em 1 cm? (Res. o trabalho realizado será: 0,32J) A03: Energia Cinética: O trabalho realizado por uma força f atuando sobre uma partícula de massa m que se move de x1 até x2 é W. Usando a segunda lei de Newton, a regra da cadeia e considerando que v1 e v2 são as velocidades das partículas em x1 e x2, obtemos: 22 11 2 22 2 1( )( ) 2 2 vx vx m v vmvW f x dx −= = =∫ , pois dv dvf ma m mvdt dx= = = . A expressão 2 2 mv é chamada energia cinética do corpo em movimento com velocidade v. Logo, o trabalho realizado por uma força f é igual à variação da energia cinética do corpo e o cálculo desta variação dará o trabalho realizado. A04: Se em 1970, foram utilizados 20,3 bilhões de barris de petróleo no mundo todo e demanda mundial de a demanda mundial de petróleo cresce exponencialmente a uma taxa de 9% ao ano, e a demanda A(t) anual de petróleo no tempo t é 0,09( ) 20,3 tA t e= (t=0 em 1970). Se a demanda continua crescendo a uma taxa de 9% ao ano, qual será a quantidade de petróleo consumida entre os anos de 1970 e 2005? (Res:Foram consumidos 5038,02 barris de petróleos) Suponha que uma superfície plana esteja imersa verticalmente em um fluido com peso específico ρ , e que a parte submersa da superfície se estenda de x=a até x=b ao longo de um eixo x cujo sentido positivo seja para baixo. Para a x b≤ ≤ , suponha que ( )w x seja a extensão da superfície e que ( )h x seja a profundidade do ponto x. Então definimos a força do fluido F sobre a superfície por ( ) ( ) b a F h x w x dxρ= ∫ . A05: A face de um dique é um retângulo vertical com altura de 100 pés e extensão de 200 pés. Encontre a força total que o fluido exerce sobre a face, quando a superfície da água está no nível do topo do dique. Considere 362,4 lb/péρ = que é o peso específico da água. (Res. 62400000 lb) A06: A primeira figura abaixo representa um fio de telefone pendurado entre dois postes. Uma interpretação matemática para a situação é dada na segunda figura, onde um poste é representado em x b= − e o outro em x b= sabe-se que o fio entre os dois postes tem o formato de uma catenária com equação ( )coshy c a x a= + . a) Obtenha a comprimento do fio; b) Suponha que os dois postes telefônicos estejam separados a uma distância de 50 pés e que o comprimento do fio seja de 51 pés. Se o ponto mais baixo do fio deve estar a 20 pés acima do solo, qual a altura o fio deve ser preso no poste? Notas das Aula de Cálculo Diferencial e Integral I – Engenharia Ambiental Prof.: Adriana Borssoi 18 y xb− b0 Determinação do comprimento do Gráfico de uma Função Suponhamos o gráfico de uma função definido por ( )y f x= , com f tem derivada contínua para todo [ ],x a b∈ . Obtemos uma aproximação poligonal para o gráfico de f particionando o intervalo [ ],a b em n subintervalos com extremos 0 1, ,..., nx x x e com larguras iguais a x∆ , como podemos observer na figura. 0P 1P 2P 1iP− iP 1nP − nP nx b= 1x 2x 1ix − ix 1nx − 0x a= y x Se ( )i iy f x= , então o ponto ( , ( ))i i iP x f x está no gráfico de f e a poligonal com vértices 0 1, ,..., nP P P é uma aproximação para o comprimento L do gráfico. A aproximação torna- se melhor quanto maior for n . Definimos ( )L P o comprimento da poligonal de vértices ( , ( ))i i iP x f x , 1,...,i n= no intervalo [ ],a b como: 1 1 ( ) n i i i L P P P − = =∑ , ou seja, 2 2 1 1 1 ( ) ( ) ( ( ) ( )) n i i i i i L P x x f x f x − − = = − + −∑ onde 2 21 1 1( ) ( ( ) ( ))i i i i i iP P x x f x f x− − −= − + − é o comprimento do lado de vértices 1iP− e iP . A função f conforme foi definida, satisfaz as hipóteses do Teorema do Valor Médio. Assim, para cada , 1,...,i i n= , existe ( )1,i i ic x x−∈ tal que 1 1( ) ( ) '( )( )i i i i if x f x f c x x− −− = − . Segue que, 2 2 1 1 1 2 1 1 ( ) ( ) ( ( ) ( )) ( ) 1 ( '( )) ( ) n i i i i i n i i i i L P x x f x f x L P f c x x − − = − = = − + − = + − ∑ ∑ Fazendo 1( )i i ix x x−− = ∆ , temos2 1 ( ) 1 ( '( )) n i i i L P f c x = = + ∆∑ , tomamos então imáx x∆ e fazendo 0imáx x∆ → obtemos que 2 1 ( ) lim 1 ( '( )) n i i n i L P f c x →∞ = → + ∆∑ . Portanto, o comprimento L do gráfico de f é dado por 21 ( '( )) b a L f x dx= +∫ . Exemplo 43: Encontre o comprimento de arco da curva 3 2y x= de (1,1) a (2,2 2) .
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