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Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 1 Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 2 Prof. Ricardo N. de Souza 1 - O que é mamografia? A mamografia é a melhor técnica de diagnóstico de mama para mulheres acima de 35 anos. É uma radiografia da mama, onde a imagem produzida ajuda a detectar alterações na mama. Este exame é muito bom, especialmente em mamas de mulheres na pós- menopausa. Ocorreram muitos avanços na mamografia nos últimos anos. Com isto pode-se detectar pequenos nódulos, muitas vezes não palpáveis, com uma carga de radiação muito baixa, sem trazer danos a paciente. A mamografia é o melhor exame para se detectar câncer inicial de mama. 2 - Qual a importância do Exame? A maioria dos médicos pede a mamografia para que se possa detectar algum problema na mama, enquanto ainda á tempo para se curar. Uma em cada 10 mulheres vai desenvolver câncer de mama na sua vida. A necessidade de uma mamografia depende de sua idade, sintomas e história médica. A mamografia não é recomendada em mulheres jovens, a menos que apresentem sintomas ou tenham história de câncer de mama na família. Raio-X de mama normal 3 - Dicas - Antes do Exame De preferência marque o exame para a semana após sua menstruação, quando as mamas estão menos sensíveis; Se tiver mamografia anterior, não esqueça de levar no dia do exame, para comparação; Não use cremes, talco ou desodorantes no dia do exame. .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 3 4 - O que é importante você saber? Para sua segurança e para obter melhores resultados com o exame, informe ao técnico ou médico: Se você está grávida; Se tem implantes nos seios; Se tem cicatrizes nas mamas; Se já fez biópsia ou alguma cirurgia na mama; Se está amamentando. 5 - Durante o Exame, o que acontece? O técnico vai ajudar a posicionar sua mama sobre um suporte, para que as imagens possam ser tiradas. O exame pode ser um pouco desconfortável, pois há necessidade de se comprimir a mama para uma boa resolução do exame. Você deve segurar o ar por alguns segundos enquanto o técnico aperta o botão para tirar a foto. O mesmo procedimento será realizado nas duas mamas. 6 - Há riscos de radiação? Com os modernos equipamentos usados atualmente a dose de radiação na mamografia é muito pequena, e não traz nenhum prejuízo a sua saúde. 7 - E após o exame? O médico radiologista vai examinar as radiografias e emitir um relatório para o seu médico, que posteriormente vai conversar com você sobre os resultados. As mulheres devem cuidar da saúde, para preservar uma boa qualidade de vida para seu próprio benefício e para o bem estar de todas as pessoas a quem você quer bem. .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... ......................................................................................................................................................................... Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 4 Prof. Ricardo N. de Souza MAMOGRAFIA: PASSADO, PRESENTE E FUTURO. Dr. José Isper. A Mamografia é provavelmente o procedimento diagnóstico pôr imagem que mais cresceu, quantitativamente e qualitativamente. Hoje podemos observar serviços de investigação mamária em pequenas localidades, coisa que não era comum há muito pouco tempo. Isto faz lembrar os primeiros contatos com a especialidade. Foi em 1973, ano que fui admitido como residente no Hospital Servidor Público Estado de São Paulo. Escolhi estes hospital pôr que na época era o melhor Serviço de Radiologia em São Paulo. Existia entre outros equipamentos, uma estrutura de ensino de angiografia, coisa que fazia brilhar os meus olhos. Naquela época se realizavam as últimas mamografias na mesa convencional de radiologia. Estava sendo deixada para trás um pouco da história. A mamografia erafeita com a paciente deitada em decúbito lateral oblíquo com a mama apoiada sobre o chassis. O filme usado era um filme muito sensível, e o tubo de RX tinha o ânodo, bem como o filtro, alterados para produzir uma radiação "mole" e de melhor qualidade. Não tive muita vivência com este método porque no primeiro mês de residência o Hospital inaugurava um dos primeiros "senógrafos" instalados no Brasil. E logo foram feitas divisões em setores, e eu, juntamente com a dra. Rejane de Mogi das Cruzes, fomos indicados como responsáveis pela mamografia, onde seríamos orientados pelo dr. Alberto Mendes. Inicialmente foi difícil admitir este novo método radiológico, pois não havia infra-estrutura em torno dele. Devo afirmar que além do dr. Alberto Mendes, foi o patologista dr. Gianotti , com suas pesquisas de microcalcificações, um inocente achado mamográfico, que me alertou que poderiam resultar em diagnósticos precoces de câncer de mama. E ainda mais brilhante foi o dr. Carlos Eduardo Vallim Telles, "o Telles", diretor do Serviço de Radiologia do HSPE. Ele "enxergava longe" e me aconselhou inúmeras vezes: "este é um exame de futuro". Depois a mamografia passou pôr um curto período de turbulência, quando sofreu ataques de alguns cientistas que queriam provar que a método produzia mais malefícios, decorrentes da "elevada dose de irradiação", do que os eventuais benefícios diagnósticos. Estes foi um período de trevas que a mamografia teve que passar, porém, a confiança voltou mais forte que antes. Os fabricantes fizeram altos investimentos no "design" da máquina e na redução da dose de radiação sobre as pacientes. Era a década de 80. Foi aí que vimos a grande escalada nos congressos e jornadas de radiologia, e a sua difusão entre a classe médica. Observamos a difusão do método, a venda em grande escala dos mamógrafos para todos os cantos do Brasil. A mamografia foi então, considerada como método preventivo de câncer de mama pela OMS (hoje o termo politicamente correto é: método de diagnóstico precoce de CA de mama). Da mamografia iniciaram-se os novos procedimentos diagnósticos acessórios: punção aspirativa de cisto com injeção gasosa denominada pneumocistografia, a punção aspirativa de lesões mamarias com agulha fina orientadas pôr mamografia e a "core biopsy" veio como um grande método diagnóstico histológico pré operatório das lesões de mama. Além destes a localização pré operatória das lesões não palpáveis, foi um marco na história do diagnóstico precoce de câncer de mama. Este fato pode ter provocado uma mudança cultural na medicina, fazendo os cirurgiões de mama a reverem seus conceitos. Toda a sua vida eles operaram lesões palpáveis, e a partir daquele momento eles iriam operar apenas uma "imagem". Sobre os novos métodos, podemos dizer que o mais moderno é a mamotomia, um procedimento de retirada percutânea a vácuo de tecido mamário, com a ajuda de um equipamento Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 5 especificamente desenhado. Ele difere da "core" pela técnica e pelo maior calibre da cânula pôr onde são retiradas quantidades substanciais de tecido, o que permite ao patologista realizar diagnósticos com maior precisão. Também estamos vivenciando uma boa parceria com a Medicina Nuclear com o ROLL (Radioguided Ocult Localization Lesion) e do linfonodo sentinela. O primeiro é uma variante da localização pré operatória de lesões não palpáveis, onde injeta-se um radiofármaco ao invés de um fio- guia, possibilitando que através da orientação de uma gama-câmara e um "probe" de formato de uma caneta, o cirurgião elegantemente localize a lesão. Já o segundo consiste na injeção de um radiofármaco no interior da lesão. Estes produto, de moléculas pequenas, será drenado pelos linfáticos impregnando os linfonodos adjacentes, que serão localizados pela gama câmara. Paralelamente a todo este arsenal usado no diagnóstico precoce do câncer de mama, as indústrias desenvolveram a estereotaxia para localizações precisas de pequenas lesões e, ainda a mamografia digital que se inicia timidamente devido ao seu elevado custo. O mamógrafo digital nos permite algumas comodidades e, tal a tomografia computadorizada, não necessita do uso do filme radiológico. Em seu lugar existe uma placa que capta todos os sinais e os envia para uma unidade de processamento, que produz uma imagem na tela de um monitor na qual podemos fazer inúmeras manipulações. A imagem é uma coisa fantástica . Para quem realiza muitas intervenções mamárias, este será um equipamento de muita utilidade, pois a espera da revelação de uma radiografia é muito longa. Quanto ao futuro, gostaria que pudéssemos criar mecanismos capazes de ofertar todos estes recursos a todas as mulheres, principalmente as de classes mais pobres. Me causa constrangimento estar envolvido a todo momento com diagnósticos precoces de câncer de mama, voltados apenas para uma camada da população que tem condições econômicas de fazer a mamografia anualmente. Do outro lado, mulheres carentes fazendo a "prevenção " através de campanhas de palpação de mamas. O Dr. José Isper é médico radiologista - Membro Titular do CBR, Prof . Adjunto de Radiologia da UEL - Universidade estadual de Londrina. Artigo publicado no jornal Integração Diagnóstica no 4 out/nov 2001São Paulo www.radiology.com.br Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 6 Prof. Ricardo N. de Souza. LOCALIZAÇÃO DAS MAMAS Na mulher adulta, cada uma das glândulas mamárias ou mamas consistem em eminência cônica ou hemisférica localizada nas paredes ântero-laterais torácicas. Seu tamanho varia de uma mulher para outra e, inclusive, na mesma mulher, dependendo de sua idade e da influência dos vários hormônios. No entanto, habitualmente, a mama se estende, para baixo, da porção anterior da segunda costela, até a sexta ou sétima costela, e da borda lateral do esterno até a axila. ANATOMIA SUPERFICIAL DA MAMA A superfície da mama é composta pelo mamilo, aréola e prega inframamária. O mamilo consiste em uma pequena projeção contendo uma coleção de aberturas ductais das glândulas secretórias existentes dentro do tecido mamário. A aréola consiste em uma área pigmentada que circunda o mamilo, uma região circular, de cor diferente, que rodeia um ponto central. E a prega inframamária é o ponto de junção da porção inferior da mama com a parede anterior do tórax é chamado de prega inframamária. O prolongamento axilar, uma faixa de tecido que envolve o músculo peitoral lateralmente. A largura da mama, denominada diâmetro médio-lateral, na maioria das pacientes, é maior que a medida vertical, do topo à base. A medida vertical, que pode ser descrita como diâmetro crânio- caudal, tem, em média, 12 a 15 cm na parede torácica. 2ª costela 6ª costela ou 7ª costela borda lateral do esterno axila Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 7 MÉTODOS DE LOCALIZAÇÃO MÉTODO DOS QUADRANTES Dois métodos são comumente usados para subdividir a mama em pequenas áreas com o propósito de descrever a localização de lesões encontradas. O sistema de quadrantes é o mais fácil de usar. Quatro quadrantes podem ser descritos usando o mamilo como centro. Esses quadrantes são: QSE (quadrante superior externo) QSI (quadrante superior interno) QIE (quadrante inferior externo) QII (quadrante inferiorinterno) OBS: De acordo com a nova nomenclatura anatômica, atualizada ao longo dos últimos 10 anos, o termo interno e externo é usado para designar estruturas anatômicas encontradas no interior de cavidades ou de órgãos cavitários, sendo assim o termo mais adequado seria quadrantes superiores direito e esquerdo assim como quadrantes inferiores direito e esquerdo. MÉTODO DO MOSTRADOR DE RELÓGIO Um segundo método, o do sistema do mostrador de relógio, compara a superfície da mama ao mostrador de um relógio. Surge um problema com esse método quando uma porção medial ou lateral de qualquer uma das mamas é descrita, pois o que for descrito às 3 horas na mama direita deve ser descrito como 9 horas, se for na mama esquerda. Se o médico solicitante ou a paciente sentir uma massa em qualquer área suspeita em alguma das mamas, um desses métodos é usado para descrever a região de especial interesse para a equipe do serviço de radiologia. QSE QSE QSI QSI QII QII QIE QIE 9 9 12 12 6 6 3 3 Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 8 CORTE SAGITAL DA MAMA Um corte sagital através de uma mama adulta revela a relação da glândula mamária com as estruturas subjacentes da parede torácica. A prega inframamária está no nível da sexta costela, mas varia muito de uma mulher para outra. O músculo grande peitoral é visualizado recobrindo o esqueleto torácico. Uma manta de tecido fibroso envolve a mama por baixo da superfície cutânea. Uma capa de tecido similar recobre o músculo grande peitoral. Esses dois revestimentos fibrosos se conectam em uma área denominado espaço retromamário, esse espaço retromamário deve ser demonstrado em pelo menos uma incidência durante o estudo radiográfico da glândula mamária. Tendo em vista que as conexões dentro do espaço retromamário são bem frouxas, a mama normal exibe uma mobilidade considerável na parede torácica. É possível observar a posição relativa do tecido glandular versus o tecido adiposo (gordura). A porção central da mama é constituída principalmente de tecido glandular. Quantidades variáveis de tecido adiposo ou gorduroso envolvem a glândula mamária. A variação de tamanho de indivíduo para indivíduo se deve principalmente à quantidade de tecido adiposo ou gorduroso na mama. A quantidade de tecido glandular é razoavelmente constante de uma paciente para outra. Considerando que a lactação ou secreção de leite é a função principal da glândula mamária, a quantidade de tecido glandular e de tecido gorduroso, ou o tamanho da mama feminina, não tem influência sobre a capacidade funcional da glândula. A pele que reveste a mama é de espessura uniforme, exceto na área da aréola e do mamilo, onde é um pouco mais grossa. Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 9 VISTA ANTERIOR DA MAMA O tecido glandular da mama é dividido em 15 a 20 lobos dispostos como os raios de uma roda em torno do mamilo. Os lobos glandulares, constituídos de lóbulos individuais, não estão claramente separados, mas se encontram agrupados em um arranjo radial. Distalmente, os lóbulos menores consistem em aglomerados de alvéolos arredondados. À estimulação glandular, as células periféricas dos alvéolos formam glóbulos de óleo em seu interior que, quando ejetados na luz dos alvéolos, constituem os glóbulos de leite. Esses grupos de alvéolos que formam os lóbulos são interconectados e drenam através de ductos individuais, cada ducto se dilata em uma pequena ampola que serve como um reservatório de leite, um pouco antes de terminar em uma minúscula abertura na superfície do mamilo. As várias subdivisões desses ductos e das ampolas associadas são ativadas durante a gravidez para preparar para a lactação e, após o nascimento, produzir leite para o recém-nascido. Uma camada de tecido adiposo logo abaixo da pele circunda e recobre o tecido glandular. O tecido adiposo dos lóbulos mamários, a gordura subcutânea, está entremeada nos elementos glandulares. O tecido conjuntivo (ou fibroso) interlobular circunda e dá apoio aos lobos e a outras estruturas glandulares. Extensões formando faixas de tecido fibroso são conhecidas como ligamentos de Cooper (ou suspensores) da mama, e sua função é dar suporte às glândulas mamárias. Cada mama é abundantemente suprida por vasos sangüíneos, nervos e vasos linfáticos. Habitualmente, as veias da glândula mamária são maiores que as artérias e estão localizadas mais perifericamente. Geralmente, algumas das veias maiores podem ser distinguidas na mamografia. O termo trabéculas é usado pelos radiologistas para descrever as várias estruturas de pequeno tamanho encontradas na radiografia, como vasos sangüíneos, ductos e outras, que não podem ser diferenciadas. Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 10 NOTA: O TECIDO GLANDULAR DA MAMA É DIVIDIDO EM 15 A 20 LOBOS, DISPOSTOS COMO OS RAIOS DE UMA RODA EM TORNO DO MAMILO (ANATOMIA VISÃO FRONTAL). CLASSIFICAÇÃO DA MAMA Na mamografia, tanto a espessura da mama comprimida quanto à densidade tecidual contribuem para a seleção da técnica adequada. É fácil determinar o tamanho e a espessura da mama, mas a densidade mamária é menos óbvia e exige informações adicionais. A densidade relativa da mama é principalmente afetada pelas características mamárias inerentes a cada paciente, estado hormonal, idade e gestações. A glândula mamária sofre alterações cíclicas associadas à elevação e queda das secreções hormonais durante o ciclo menstrual, alterações durante a gravidez e lactação e alterações graduais que ocorrem durante toda a vida da paciente. Todavia, em termos gerais, as mamas podem ser classificadas em três categorias amplas, dependendo das quantidades relativas de tecido glandular versus tecido adiposo. Essas três categorias são descritas da seguinte maneira: MAMA FIBROGLANDULAR MAMA FIBROGORDUROSA MAMA GORDUROSA Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 11 MAMA FIBROGLANDULAR A primeira categoria é a mama fibroglandular. Geralmente, a mama mais jovem é bastante densa, por conter uma quantidade relativamente pequena de tecido gorduroso. A faixa etária comum para a categoria fibroglandular se situa entre a pós-puberdade até cerca de 30 anos de idade. Contudo, as mulheres acima dos 30 anos de idade que nunca deram a luz a um recém-nascido vivo provavelmente também estarão incluídas nesse grupo geral. Gestante e mulheres na fase de lactação de qualquer idade também são agrupadas aqui, porque possuem um tipo muito denso de mama. Mama Fibroglandular - Faixa etária comum entre 15 e 30 anos (e mulheres nulíparas acima dos 30 anos de idade) - Gestantes ou lactantes - Radiograficamente densa - Muito pouca gordura. MAMA FIBROGORDUROSA Uma segunda categoria é a da mama fibrogordurosa. À medida que a mulher envelhece e sofre maiores alterações nos tecidos mamários, a pequena quantidade de tecido gorduroso gradualmente se desvia para uma distribuição mais igual de gordura e de tecido fibroglandular. Por conseguinte, no grupo etário de 30 a 50 anos deidade, a mama não é tão densa quanto no grupo mais jovem. Várias gestações em fase precoce da vida reprodutiva de uma mulher aceleram o desenvolvimento de suas mamas para esse tipo fibrogorduroso. Mama Fibrogordurosa - Faixa etária entre 30 e 50 anos - Mulheres jovens com três ou mais gestações - Densidade média radiograficamente - 50% gordura e 50% fibroglandular. MAMA GORDUROSA O terceiro e último grupo é a mama gordurosa que ocorre após a menopausa, comumente a partir dos 50 anos de idade. Após a vida reprodutiva da mulher, a maioria do tecido glandular mamário se atrofia e é convertido em tecido adiposo, em um processo denominado involução. As mamas das crianças e da maioria dos homens contêm principalmente gordura em pequenas proporções e, por isso, também se enquadram nessa categoria. Apesar de a maioria das mamografias ser realizada em mulheres, é importante a conscientização de que entre 1 e 2% de todos os cânceres de mama são encontrados em homens, motivo pelo qual, ocasionalmente, vemos mamografias sendo realizadas em homens. Mama Gordurosa - Faixa etária acima dos 50 anos - Pós-menopausa - Densidade mínima radiograficamente - Mamas de crianças e homens Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 12 Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 13 Prof. Ricardo N. de Souza. As mamas (ou seios) são órgãos importantes na reprodução, pois produzem o leite que alimentam o recém-nascido. O leite é produzido pelas glândulas mamárias, um conjunto de pequenas bolsas de células secretoras conectadas entre si por meio de dutos. Existem cerca de quinze a vinte conjuntos glandulares em cada seio e seus dutos se abrem nos mamilos, por onde o leite é expelido. O Estrógeno é o principal hormônio feminino, sendo produzido pelo folículo ovariano em desenvolvimento e determina o aparecimento das características sexuais secundárias da mulher, tais como o desenvolvimento das MAMAS, alargamento dos quadris, o acúmulo de gordura em determinados locais do corpo (que arredonda as formas) e a distribuição de pêlos tipicamente feminina. Além disso, o estrógeno induz o amadurecimento dos órgãos genitais e promove o impulso sexual. A Progesterona também é produzida nos ovários, atuando nas mamas, estimulando o desenvolvimento das glândulas mamárias. Outro hormônio de natureza reprodutiva na mulher, produzido pela hipófise é o hormônio PROLACTINA, que atua nas mamas e estimula a produção de leite (após estimulação prévia das glândulas mamárias por estrógeno e progesterona). A Ocitocina é outro hormônio que causa a contração da musculatura lisa das glândulas mamárias, o que leva à expulsão do leite. O estímulo para a produção de mais ocitocina é a própria sucção do bebê. ANEXOS DE APOIO Tecido fibroso: ............................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... Tecido adiposo: ............................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... Tecido conjuntivo:........................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... Espaço retromamário: :.................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... Tecido glandular:............................................................................................................................................. .......................................................................................................................................................................... Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 14 Prof. Ricardo N. de Souza “CÂNCER DE MAMA E AUTO-EXAME”. Câncer de Mama O câncer de mama ainda é um dos tipos de câncer que mais acomete as mulheres no mundo. É o crescimento anormal de algumas células originárias do tecido glandular mamário, que se agrupam, formando um nódulo. O nódulo, ou caroço, na mama é o indício mais comum de câncer, mas há outros sinais também, como secreção que sai dos mamilos, aumento de volume localizado, alteração da textura e retrações da pele e dos mamilos. Ainda assim, a presença destes indícios pode não ser câncer, mas aponta para a necessidade de procurar um especialista. Ao contrário do que muita gente imagina, o câncer de mama não atinge só mulheres, mas homens também, embora em muito menor escala. Vários fatores são indicados como sendo de risco, entre eles a história familiar, a idade (após os 40 anos a probabilidade aumenta progressivamente), a não gravidez ao longo da vida da mulher, a primeira gravidez tardia, a alimentação rica em gorduras, o uso de hormônios e a menopausa tardia. Em todos os casos a detecção precoce é a melhor arma para combater esse inimigo silencioso. Por isto, é preciso estar atenta, visitando regularmente o médico, fazendo exames de ultrasonografia e fazendo mamografia anual após os 35 anos. E nunca se esquecendo do auto-exame, de fundamental importância para a prevenção. Veja como é simples, e pode salvar sua vida. Como fazer o auto exame? O auto-exame deve ser feito uma vez por mês, no 2º ou 3º dia após a menstruação. Mulheres na menopausa devem escolher um dia do mês para fazê-lo. 1. Em pé, em frente ao espelho, com os braços estendidos ao longo do corpo, observe se há alterações na forma, como covinhas, escamação na pele ou algum líquido ou secreção espontânea saindo pelo bico do seio. Com as mãos na cintura, force os ombros e o cotovelo para frente até sentir o esforço do músculo do peito. Observe novamente alterações na forma e contorno dos seios. Coloque a mão atrás do pescoço e empurre-as para frente até sentir o esforço dos músculos do peito. Verifique mais uma vez a existência de alterações na forma e contorno dos seios Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 15 2. Em pé, em frente ao espelho, levante os braços. Observe se com o movimento aparecem alterações de contorno e superfície das mamas. 3. Deitada, a mão direita apalpa a mama esquerda. Pressione suavemente com a ponta de 3 dedos, fazendo círculos cada vez menores, desde a axila até o bico do seio. Repita na outra mama 4. Você pode aproveitar o momento do banho para, ainda ensaboada, tocar osseios procurando nódulos ou endurecimento. Pressione suavemente com a polpa de 3 dedos, fazendo círculos cada vez menores desde a axila até o bico do seio. Faça o exame com um braço levantado. Se encontrar alguma alteração, procure seu médico e não se assuste. Muitas alterações são benignas, mas só um especialista poderá orientá-la convenientemente. .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... .......................................................................................................................................................................... Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 16 Prof. Ricardo N. de Souza A mamografia é o estudo radiológico das mamas, sendo usado neste a emissão de raios-x de baixa intensidade, devido à constituição de seus tecidos. O mamógrafo é o aparelho de raios-x destinado ao estudo radiológico das mamas. TUBO DE RAIOS X O aspecto mais distinto do mamógrafo é o desenho singular de seu tubo de raios X, que tem um alvo de molibdênio com spot focal de 0,3 e 0,1 mm. Recentemente, o ródio foi introduzido como um material opcional para o anodo. O spot focal deve ser desse tamanho em virtude do tamanho das calcificações cancerosas, que, tipicamente, têm menos de 1 mm. A configuração do anodo produz um efeito anódico proeminente, resultado da curta distância entre a fonte e o receptor da imagem (DFoFi) e o uso de um ângulo alvo de referência estreito. Tendo em vista que o tubo de raios X está alinhado com o catodo colocado sobre a base da mama (na parede torácica) e o anodo externamente em direção ao ápice (área do mamilo), felizmente o efeito anódico pode ser usado com a máxima vantagem. Como o pólo catódico do feixe de raios X tem uma intensidade significativamente maior de raios X do que o pólo anódico, uma imagem da mama com uma densidade mais uniforme pode ser produzida, já que a maior intensidade de raios X está na base, onde a espessura tecidual é maior. Muitos mamógrafos utilizam grades, controle de exposição automático (CEA) e o importante dispositivo de compressão mamária. SELEÇÃO DA CÂMARA CEA. As câmaras em muitos sistemas para mamografia são ajustáveis em até 10 posições, que vão desde a parede torácica à região do mamilo. Para garantir a penetração adequada dos tecidos mais densos / espessos da parede torácica, a câmara para a parede torácica deve ser selecionada. A única exceção a essa escolha é para incidências especiais, como as incidências com ampliação e com spot de compressão. Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 17 MAMOGRAFIA CONVENCIONAL. A mamografia convencional é o padrão radiográfico atual para mamas. O maior benefício do sistema convencional é uma imagem excelente com a menor dose possível de radiação, permitindo que a mulher seja examinada regularmente. A capacidade de visualização de detalhes, nitidez das margens e tecidos moles é uma característica da boa qualidade de uma mamografia com filme. Atualmente, a mamografia convencional e a ultra-sonografia (US) são as principais modalidades de exames usadas para se obter imagens das mamas. Contudo, a mamografia convencional continua sendo a mais importante e a mais usado, embora em um moderno serviço de mamografia o exame convencional e a US sejam usados em conjunto para diagnosticar patologias da mama. UM POUCO MAIS SOBRE O APARELHO DE MAMOGRAFIA. PRODUÇÃO DE RAIOS-X Dá-se através da interação dos elétrons ejetados do filamento em direção ao anodo, chamado assim de interação elétron-anodo. Os elétrons de alta energia interagem com diferentes tipos de materiais, produzindo os raios-x. O KV controla a capacidade de penetração do feixe de raios-x, o que caracteriza a qualidade dos raios-x. O mA controla o número total de fótons de raios-x em um feixe, o que determina a quantidade de raios-x. EFEITOS DA FILTRAGEM ADICIONAL: Afeta tanto fótons de alta como de baixa energia, sendo que todo tipo de material remove fótons de baixa energia, mas somente materiais seletivos, como o Molibdênio (Mo) e o Ródio (Rh), filtram fótons de alta energia. O Ródio (Rh) permite que menos fótons de alta energia sejam absorvidos do que o Molibdênio (Mo). COMPARAÇÕES EMTRE O Rh E O Mo. O anodo de Ródio (Rh) fornece uma maior energia do feixe do que o Molibdênio (Mo). O Rh é melhor empregado nos exames em que o tecido mamário é mais denso, atingindo uma densidade ótica semelhante à do Molibdênio (Mo) com mAs e KV mais baixos, permitindo uma redução da dose superior a 40%; redução do tempo de exposição em torno de 25% e maior escolha de condições de operação. NOTA: O ASPECTO MAIS DISTINTO DO MAMÓGRAFO É O DESENHO SINGULAR DE SEU TUBO DE RAIOS-X, QUE TEM UM ALVO OU ÂNODO DE MOLIBIDÊNIO COM SPOTS FOCAIS DE 0,3 E 0,1 mm. Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 18 Prof. Ricardo N. de Souza INCIDÊNCIA CRANIOCAUDAL / CC Posição do paciente: em ortostase ou sentada de frente para o filme, cabeça virada para o lado, braço do lado examinado abaixado e ombro relaxado e puxado para trás, mama totalmente estendida sobre o chassi e logo em seguida, aplica-se compressão firme (antes da exposição). Raio central: perpendicular, no centro da mama e usar um cone de tamanho proporcional ao tamanho da fonte. Dfofi: 60 cm (há variações de fabricantes). Tamanho do filme: 18 x 24 cm. INCIDÊNCIA OBLÍQUA MÉDIOLATERAL / OML Posição do paciente: ortostase, braço do lado examinado para frente, tubo e filme angulados de 45° - 70° em relação ao plano vertical da mama e margemdo chassi na parte superior da axila. Mama grande: de 40° - 60°, mama menor: 60° - 70°. Raio central: perpendicular ao filme, no centro da mama. Dfofi: 60 cm (há variações de fabricantes). Tamanho do filme: 18 x 24 cm. Tubo e filme a 45° Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 19 CRANIOCAUDAL LATERALMENTE EXAGERADA / CCLE. Posição do paciente: ortostase e parcialmente virada para incluir o tecido axilar, braço para frente, cabeça virada para o lado. Raio central: perpendicular no centro da mama. Tubo e filme à 45° Tamanho do filme: 18 x 24 cm. MEDIOLATERAL / ML OU LATERAL VERDADEIRA Posição do paciente: ortostase, de pé ou sentada, braço afetado estendido e colocado sobre o apóio. Raio central: perpendicular ao filme, no centro da mama Tamanho do filme: 18 x 24 cm. ML OU LAT. VERDADEIRA OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: QUANDO FOR USAR OS MARCADORES, COLOQUE-OS SEMPRE NO LADO AXILAR; A COMPRESSÃO DEVE SER DELICADA, MAS FIRME; INTERROMPER A RESPIRAÇÃO DURANTE A EXPOSIÇÃO; ASSEGURAR QUE NÃO HAJA RUGAS OU PREGAS TECIDUAIS ENQUANTO SE APLICA A COMPRESSÃO, POIS ESSAS RUGAS FORMAM IMAGENS DO TIPO PERGAMINHADA. Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 20 TÉCNICA DE EKLUND COM IMPLANTE DESLOCADO CC / ML COM A IMAGEM DO IMPLANTE INCLUÍDA. CC / OML, EMPURRANDO O IMPLANTE PARA TRÁS ETAPAS DO PROCEDIMENTO Primeira: posicionar como para uma incidência cc padrão, depois delicadamente empurrar o implante para trás, com as pontas dos dedos, conforme a figura. Segunda: a mama e o implante estão em posição de aplicação de compressão e implante para trás, fora da área de exposição. OBSERVAÇÕES IMPORTANTES: CONTROLES DE EXPOSIÇÃO AUTOMÁTICOS (C.E.A): SÃO SISTEMAS INCORPORADOS À MAIORIA DOS EQUIPAMENTOS DE MAMOGRAFIA MODERNOS, ONDE DETERMINAM A DENSIDADE DA MAMOGRAFIA POR COMTROLE DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO E DE mAs. NÃO SE DEVE USAR O C.E.A COM IMPLANTES, POIS O IMPLANTE DENSO SOBRE A CÉLULA DE C.E.A, RESULTARÁ EM SUPEREXPOSIÇÃO DAS RADIOGRAFIAS. É realizada por um dispositivo feito de plástico radiotransparente, podendo ser controlada pelo técnico em radiologia, e são tipicamente aplicados 11,3 a 18,1 Kg de força. Diminuir a espessura da mama para reduzir a dispersão dos raios. Colocar as estruturas da mama o mais próximo possível do filme. Curso de Mamografia. Prof. Ricardo N. de Souza. – Belém-pa. 21 AMABIS & MARTHO. Biologia dos organismos: Classificação, estrutura e função nos seres vivos v. 2. Editora moderna, São Paulo, 1994. BONTRAGER, Kennth L. Tratado de Técnica Radiológica e Base Anatômica. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1999. GRAY, Henry. Anatomia. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1988. GUYTON & HALL. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1998. JUNQUEIRA & CARNEIRO. Histologia Básica. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1990. NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. Artes Médicas, Porto Alegre, 1996. SOBOTTA, Putz R. Atlas de Anatomia Humana. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 1995. DEUS SEJA LOUVADO SEMPRE!
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