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Resumo Maria Elisa - ponto 8

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Ponto 8: Regime político-democrático
1. Democracia e Ditadura
2. Revolução, Reforma e Golpe
3. Democracia direta, indireta e semidireta
4. Investidura dos governantes: sufrágio, eleições e voto
5. Partidos políticos e outras formas de representação sociopolítica
6. Opinião pública
1. A democracia surge como uma forma de governo de todos. Com o transcorrer do tempo,
adquiriu a conotação de expectativa para o exercício do poder, no sentido da atuação dos
governados no exercício do poder.
➢ Material/Substancial: quando é compatível com o que se supõe ser democrático;
efetivamente apresenta conteúdo democrático.
➢ Formal: embora afirme-se como democracia, o conteúdo expresso caminha em direção
oposta.
➢ Real: é materialmente democrática, mas não se concretiza como tal → Ex: a atuação de
oligarquias políticas e a prática de voto por escambo.
➢ Ideal: as características/condições materiais de democracia são efetivamente atendidas.
➢ Democracia grega → tripé democrático
• Isonomia: igualdade perante a lei → as normas aplicam-se igualmente.
• Isagoria: igualdade de todos na Ágora.
• Isotinia: igualdade de acesso a cargos, funções e recursos públicos.
Características da democracia:
• Direito ao voto universal
• Opinião pública livre
• Existência de uma Constituição
• Pluripartidarismo 
• Eleições periódicas
• Separação de poderes
Já a ditadura, modelo no qual há restrição a participação dos governados no exercício do poder,
possui uma conotação simbólica negativa. Na Grécia Antiga, a expressão remetia a possibilidade
de um estado de defesa, em situações de atipicidade. Contemporaneamente, A Constituição fala
em possibilidades de exceção, contudo, são restrições dentro do contexto democrático (como o
estado de sítio), cujo intuito é reestabelecer a ordem.
➢ Conservadora: conservar o poder já estabelecido.
➢ Revolucionária: podem surgir sob o amparo da legitimidade (ampla aceitação popular),
entretanto, uma vez alcançado o poder, a estrutura do governo não se redemocratiza.
Características de ditadura:
• Ausência de legitimidade
• Ausência de periodicidade
• Havendo voto, o mesmo não é livre
• Não há pluripartidarismo
• Não há opinião pública livre
• Não há proteção aos direitos individuais 
2. As mudanças históricas podem ocorrer de duas formas: evolução (acontecem de forma
paulatina, com ajustes naturais) e revolução. Esta, por sua vez, não acontece de forma brusca,
mas sim, por meio que se manifesta no seu ápice como um mecanismo revolucionário. Sob a
ótica jurídica, a revolução corresponde a quebra de um ordenamento e, portanto, rompe com a
legalidade. O problema está no fato de que geralmente uma revolução não é pensada e, portanto,
tendem a reproduzir uma realidade que fora presenciada anteriormente, contra a qual se insurgia.
Em suma, ela rompe com a legalidade rumo à legitimidade.
Fases revolucionárias → crítica: não contemplam a fase pré-revolucionária
➢ Negativa/Destruição: põe-se abaixo a estrutura contra a qual se insurge.
➢ Positiva/Reconstrução: cria-se uma nova estrutura. Geralmente esta fase traz consigo
aspectos do antigo Estado contra o qual se insurgiu. 
➢ Classificação que se baseia na Revolução Francesa:
• Vitória dos extremistas: eclosão do movimento.
• Terror ideológico: perseguição aos opositores do movimento.
• Termidor: os ânimos se apascentam; estação mais branda/cálida da revolução
• Ascensão do homem forte: surge alguém com a capacidade de restauração. 
A reforma, por seu turno, identifica as insatisfações e atende às inquietações sociais. Nela, a
estrutura política, social e econômica não são derrubadas. Ou seja, a reforma não rompe com a
legalidade e visa aproximar-se da legitimidade. Quando bem estruturada, evita uma revolução.
Caso contrário, pode deflagrar uma revolução. Por fim, o golpe. Este, rompe com a legalidade e
com a legitimidade. Trata-se de um movimento de cúpula, cujo objetivo é derrubar o governante. 
3.
➢ Democracia grega: a própria população participava das pautas governamentais. Esse
modelo não se encaixa contemporaneamente (contingente populacional; complexidade
das decisões, etc).
➢ Democracia indireta/representativa: democracia exercida mediante representantes (crítica
rousseauniana → a democracia só era exercida durante as eleições; o que penso hoje
pode ser o que não pensarei amanhã)
• Mandato imperativo: vincula o eleito à vontade manifestada pelo eleitor → foram
proibidos na Revolução francesa, pois, o eleito deveria ter independência e liberdade.
• Mandato representativo: o eleito tem autonomia para se manifestar livremente. 
a) Neste caso, apesar de serem eleitos por uma parcela do eleitorado,
leva-se em consideração o princípio da generalidade, segundo o qual o
eleito representa toda a população.
b) Crítica: pode não reproduzir fidedignamente a representação popular
(oligarquias partidárias).
➢ Democracia semidireta: criada a partir da necessidade de uma democracia com maior
participação popular. 
• Plebiscito: a consulta popular precede a tomada de decisão acerca da questão em
discussão.
• Referendo: a consulta popular sucede a tomada de decisão acerca da questão em
discussão.
• Iniciativa popular: possibilidade da população apresentar uma proposta de lei a ser
implementada. O STF determinou que apenas leis podem ser propostas (EC não podem)
a) 1% do eleitorado nacional que deve estar distribuído em 5 estados e
deve representar, ao mesmo, 0,3% do eleitorado dos estados.
b) Ex: Lei da Ficha Limpa e Lei de Crimes Hediondos.
• Ação popular: o Art. 5° III prevê que o cidadão (sentido político, eleitor) possa
garantir a licitude dos atos administrativos → pode pedir ao Judiciário a exclusão de atos
que sejam lesivos ao patrimônio público, a moralidade pública, ao meio ambiente ou ao
patrimônio histórico-cultural.
• Recall (não existe no Brasil): consiste na destituição de autoridades eleitas de
quaisquer poderes, admitindo-se que o eleito traiu o mandato eleitoral → se o recalled
ganhar, o solicitante arca com os custos eleitorais. 
4.
Sufrágio possui uma definição polissêmica, que remete ao voto como um instrumento (direito ou
dever?) ou à eleição como um processo. As teorias das formas de investidura explicam a natureza
do sufrágio, sendo elas:
➢ Tese da titularidade democrática nacional: pertencente à nação, mas nem todos podem
exercer o poder sufragante → o voto como um dever → compromisso com aqueles que não
podem exercê-lo.
➢ Tese da soberania popular (Rousseau): a soberania pertence ao povo. Logo, todos têm o
direito de exercê-lo → voto como um direito.
*No Brasil o voto é um direito-dever (doutrina italiana) → voto como prerrogativa: pessoas entre
16/18 e acima dos 70 anos → NÃO é cláusula pétrea 
Classificações: 
• Quanto à amplitude ou a possibilidade de participação eleitoral:
a) Universal: maior amplitude possível de participação política, sem critérios
discriminatórios
b) Restrito: contém critérios discriminatórios → Ex: racistas, sexistas
• Quanto ao sigilo:
a) Secreto: não é possível a comprovação do seu voto
b) Aberto: todos podem ver e comprovar em quem votou
• Quanto ao peso:
a) Igual/Paritário: 1 homem, 1 voto (Rousseau)
b) Plural: possibilidade de votar mais de uma vez ou votos com pesos diferentes
• Quanto à obrigatoriedade:
a) Obrigatório
b) Facultativo
• Quanto à mediatidade:
a) Imediato/Direto: o eleitor vota diretamente em quem vai exercer o cargo (cláusula
pétrea - CF/88)
b) Mediato/Indireto: o eleitor primário elege um eleitor intermediário, e este elege
quem vai exercer o cargo
• Sistema:
a) Majoritário: o eleito é quem objetivar a maioria dos votos válidos
1) Maioria simples/relativa: comparação entre o número de votos recebidos por
candidato.
2) Maioria absoluta: leva-se em consideração os índicesde aprovação e
rejeição
b) Proporcional: proporção calculada pelo coeficiente eleitoral (n° votos válidos/n°
vagas). Ele indica quantos serão os candidatos por partido que irão se eleger. Pode ser de
dois tipos:
1) Lista aberta: o voto é nominal → sabe-se o nome dos candidatos do partido
2) Lista fechada: os votos vão para o partido e este escolhe os candidatos
c) Distrital: sistema majoritário aplicado localmente → a legislação delega divisões no
espaço e quantos cada uma elegerá.
5. A ideia de partido político surge como uma transição para a democracia representativa e remete
à intermediação da representação. De certo modo, os partidos seguem as características dos
grupos sociais, então, o que marca a existência de um partido político é uma agremiação de
pessoas, sobre uma hierarquia comum, sob um comando, que além de tudo vem
institucionalizado. O que diferencia o partido de outros grupos sociais é justamente sua intenção
de representar uma ideologia política; É compatível com o modelo representativo.
➢ Origem questionável: Revolução Francesa (jacobinos e girondinos); grupamentos
familiares italianos; Reino Unido (grupos Tory e Whig); Shakespeare; etc.
➢ Elementos do partido político: grupo social; vínculo ideológico expresso em um programa
partidário; finalidade.
➢ Classificações:
• Quanto à organização externa:
a) Uni/Monopartidos: apenas um partido político
b) Bipartidário: dois polos ideológicos oficiais 
c) Pluripartidarismo
• Quanto à organização interna:
a) Partidos de quadro: ênfase às qualidades dos membros participantes → carisma
b) Partidos de massa: calcado na quantidade de componentes buscando angariar o
apoio das massas
• Quanto ao seu fator agregador:
a) Partidos pessoais: organizam-se em torno da figura de determinados indivíduos
pelo sentimento de identificação → isso é diferente de líderes carismáticos, que tendem a
buscar uma legitimação ideológica por meio do totalitarismo.
b) Partidos reais: enfatizam o vínculo ideológico → partidos de massa → Ex: partidos
socialistas – além de possuírem um líder carismático, também têm uma vinculação
ideológica com aquilo que o líder prega.
• Quanto à motivação (Weber):
a) Partidos de patronagem: objetivam a obtenção do poder unicamente pelo poder
b) Partidos ideológicos: tem como fator agregador o vínculo ideológico, mas possuem
um objetivo específico 
• Quanto ao âmbito de atuação:
a) Partidos de vocação universal: ultrapassam a fronteira de um único Estado →
objetivos que transcendem as fronteiras dos países → Partido Comunista 
b) Partidos nacionais: estendem-se por todo território nacional → única possibilidade
admitida em nossa CF
c) Partidos regionais: destacou-se na República Velha
d) locais: possuem validade municipal
• Quanto ao posicionamento político (fases da vida):
a) Radicais: momento de ânsia por mudanças → juventude
b) Liberais: capacidade de desenvolvimento/produção/empreendedorismo X
individualismo → fase adulta-jovem
c) Conservadores: maior ponderação X tendência a estagnação/resistência a
mudança → fase adulta mais madura
d) Absolutistas: ainda mais resistentes a mudanças; perspectiva negativa/pejorativa,
pautada no autoritarismo e reacionarismo → velhice 
• Direita X Esquerda: Nasceu na Revolução Francesa (jacobinos e girondinos) → nesse
contexto, a esquerda era associada com a visão liberal-burguesa. Contemporaneamente,
observamos que essa visão representa a direita. 
a) Direita: visava à conservação. Em sua essência, era conservador e liberal
b) Esquerda: tipicamente representado pela oposição
➢ Outras formas de representação sociopolíticas:
Já houve sugestões de substituições dos partidos políticos por outras formas de representação
social, como as representações classistas de origem laboral, supondo que havia uma maior
fidedignidade entre os representantes e sua atuação representativa. A crítica a esse tipo de visão
se fundamenta justamente no fato de que existem pautas que precisam ser representadas e que
vão além às questões laborais, como educação, saúde, etc. Um outro debate seria em torno da
divisão dessa representação laboral (uma classe de trabalhadores pode predominar). Contudo,
nunca chegou a existir de fato a substituição da representação política partidária pela classista. O
mais próximo que se chegou foi na Rússia, quando os sindicatos assumiram o poder. Chegando
lá, entretanto, perderam as características classistas. Assim, a representação profissional seria
adequada apenas como um órgão consulto, de natureza técnica. Com o transcorrer do tempo, as
representações classistas adquiriram um novo papel: os grupos de pressão, também
denominados de lobbies, aqueles que “se opõem à entrada dos gabinetes”. A prática não é
inconstitucional, contudo, podem fugir da esfera constitucional quando adotam mecanismos de
corrupção. Os lobbies se diferenciam dos partidos políticos tanto pelo fato de não serem
institucionalizados, como pela ambição de terem seus interesses particulares atendidos. Uma
similaridade entre eles seria a presença de grupos intermediários entre a população e o governo.
✔ Vantagens: são fontes de informação técnica para os parlamentares e possibilitam o
debate na sociedade, trazendo à tona interesses que por muitas vezes passam desapercebidos.
✗ Desvantagens: podem defender interesses setoriais (cunho econômico); podem atuar na
autonomia dos parlamentares; manipulação da opinião pública .
6.
De modo geral, a opinião pública trata-se do elemento legitimador das condutas governamentais,
já tendo sido associada à classe média (“pensante”), com os profissionais liberais e com as
massas (sendo a parte mais manipulável pelos meios de comunicação, sobretudo em governos
autoritários).
• Paulo Bonavides classifica a opinião pública com sendo a resposta que a parte passiva da
população dá para o modo de agir da parte mais ativa. Para ele, a opinião pública formula-se pela
propagando e caracteriza o século XX, sob o império das massas.
• Segundo Lênio Streck, a opinião pública são os pontos de vista da sociedade sobre os
aspectos políticos e sociais.

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