Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FÁRMACOS QUE AGEM NO SNC PROFA. DRA. ALYNE MARA RODRIGUES 2018 FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS ANSIEDADE • “É um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracaterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho” • “Um sinal de alerta que adverte sobre perigos iminentes e capacita o indivíduo a tomar medidas para enfrentar ameaças” ANSIEDADE NORMAL (FISIOLÓGICA) • Quanto esta sensação é experimentada em momentos estressantes, em que as pessoas se veem frente a situações difíceis e decisões importantes PATOLÓGICA • Quando o indivíduo reage de maneira exagerada a situações onde a maioria das pessoas enfrentariam com pouca dificuldade • Costuma ser duradoura e crônica. • Requer tratamento específico ANSIEDADE SINTOMAS: • Dificuldade para relaxar; • Sensação de que está no limite do nervosismo; • Tendência a cansar-se com facilidade; • Dificuldade de concentração e frequentes esquecimentos; • Irritabilidade; • Tensão muscular; • Dificuldade para adormecer ou sono insatisfatório; ANSIEDADE CONDIÇÕES CLÍNICAS RELACIONADAS A ANSIEDADE: • Distúrbios do sono • Dificuldade para adormecer • Duração curta do sono total FÁRMACOS • ANSIOLÍTICOS: usadas no tratamento de sintomas da ansiedade HIPNÓTICOS: usados no tratamento da insônia ANSIOLÍTICOS Benzodiazepínicos Midazolam, diazepam, lorazepam Agonistas 5-HT 1A Buspirona Betabloqueadores Propranolol outros Zolpidem BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Principal classe de ansiolíticos • Conhecidos também como tranquilizantes • São as drogas mais usadas em todo o mundo, e consideradas um problema de saúde pública • São fármacos de alta afinidade e altamente seletivos que se ligam a um único sítio dos receptores GABAA. • Potencializam os efeitos inibitórios do GABA MECANISMO DE AÇÃO: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Atuam como moduladores alostéricos positivos, potencializando a regulação dos receptores GABAA. • Aumentam a frequência de abertura dos canais • Promove um influxo de cloreto • São depressores do SNC MECANISMO DE AÇÃO: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) frequência de abertura do canal afinidade Modulação alostérica GABAA BZD Cl- Cl- GABA Hiperpolarização neuronal BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Diazepam (Valium®, Dienpax ®) • Bromazepam (Lexotam®, Somalium®) • Midazolam (Dormonid®) • Alprazolam (Frontal®, Apraz®) • Clonazepam (Rivotril® • Lorazepam (Lorax®) • Clordiazepóxido (Librium®) • Cloxazolam (Olcadil ®) BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Redução da ansiedade • Sedação e indução de sono • Efeito relaxante muscular • Efeito anticonvulsivante EFEITOS FARMACOLÓGICOS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) Redução da ansiedade: - Ansiedade e agressividade - São bem indicados quando a ansiedade estiver muito bem delimitada e com uma causa bem definida. EFEITOS FARMACOLÓGICOS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) Sedação e indução do sono: • a latência do sono (tempo para o início do sono) • a duração total do sono • Não reduz o hormônio do crescimento EFEITOS FARMACOLÓGICOS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) Relaxante Muscular: • Redução do tônus muscular e coordenação • o tônus muscular por uma ação central • Inibem reflexos poli-sinápticos e deprimem transmissão na JNM EFEITOS FARMACOLÓGICOS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) Anticonvulsivante: • Inibem atividade epileptiforme no SNC • Convulsões quimicamente induzidas em animais • NÃO convulsões pela estricnina (glicina) • Ex: Clonazepam, nitrazepam, diazepam EFEITOS FARMACOLÓGICOS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) Outros efeitos: • Amnésia anterógrada: pré operatório (Midazolam) • Sistema respiratório: pouco efeito. • Sistema circulatório: pouco efeito (reduz a pressão sistólica e aumenta a frequência cardíaca) EFEITOS FARMACOLÓGICOS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Podem ser administradas por via oral, intravenosa e intramuscular • Na ansiedade e distúrbios do sono → via oral + utilizada. • Natureza lipofílica favorece a absorção rápida e completa FARMACOCINÉTICA: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • A lipossolubilidade determina a entrada no SNC (Ex. diazepam > clordiazepoxido e lorazepam). • Ligam-se extensamente às proteínas plamáticas (60-95%) • Atravessa a barreira placentária • Leite materno FARMACOCINÉTICA: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Sofrem metabolização hepática • Duração de ação → rápida, média e prolongada. • Vários BZP→metabólitos ativos • Ex: N - desmetildiazepam (meia-vida: 60 h); • Efeitos cumulativos e longas ressacas • Excretados na forma de conjugados de glicuronídeo na urina FARMACOCINÉTICA: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Efeitos indesejáveis ocorrendo durante o uso terapêutico • Efeitos tóxicos agudos resultantes de doses excessivas • Tolerância e dependência EFEITOS INDESEJÁVEIS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) EFEITOS PROVENIENTES DO USO TERAPÊUTICO: • Sonolência • Tontura • Prejuízo do desempenho da coordenação motora • Confusão mental • Amnésia EFEITOS INDESEJÁVEIS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) EFEITOS PROVENIENTES DO USO TERAPÊUTICO: • Os BDZ de ação rápida (lorazepam) têm mais tendência a produzir o fenômeno de "rebote" (ansiedade, insônia) ao ser suspenso o tratamento, enquanto que os de ação prolongada (diazepam) produzem mais sedação diurna EFEITOS INDESEJÁVEIS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) TOXICIDADE AGUDA (DOSES EXCESSIVAS): • Sono prolongado sem depressão grave da respiração ou da função cardiovascular • Dose letal: 174-17500 (x dose normal) • Depressão respiratória grave: associado a outro depressor (álcool) EFEITOS INDESEJÁVEIS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) TOLERÂNCIA E DEPENDÊNCIA: • Tolerância (relativamente baixa): aumento gradual da dose para produzir o efeito desejado (down regulation) • Dependência: interrupção abrupta de um tratamento • Leva a um aumento dos sintomas de ansiedade, tremor e vertigem • Clonazepam e lorazepam são os + facilmente relacionados EFEITOS INDESEJÁVEIS: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Ansiedade • Irritabilidade • Insônia • Tremores • Sudorese • Anorexia SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Náusea • Diarreia • Fadiga • Desconforto abdominal • Letargia • Taquicardia • Hipertensão sistólica • Delírios • Convulsões • O processo de retirada dos BZD deve ser feito SEMPRE de maneira gradual • Exemplo: os primeiros 50% da dose diária podem ser reduzidos de modo mais rápido, os 25% seguintes lentamente e os últimos 25% mais lentamente SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA: BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) • Antagonista competitivo dos BZD • Reverte a ação sedativa dos BZD, mas não de outros sedativos (etanol, opióides ou anestésicos) • Neutraliza os efeitos da superdosagem aguda • Desperta pacientes comatosos (ingestão excessiva) • Absorção: Injeções EV (30-60s) • Ação rápida-efeito dura 2h FLUMAZENIL (FLU): BENZODIAZEPÍNICOS (BZD) AGONISTAS DOS RECEPTORES 5HT1A BUSPIRONA: • Atua nos receptores 5HT1A pré sinápticos inibitórios (reduzindo a liberação de serotonina) • Pouca sedação • Inibe a atividade dos neurônios noradrenérgicos • Efetividade: semelhante ao diazepam, diferindo, por: • Não produzir sedação importante • Não interagir com o álcool • Não produzir dependência AGONISTAS DOS RECEPTORES 5HT1A BUSPIRONA: • Nomes comerciais: Ansitec®, Buspar® • Desvantagem: tempo de latência- cerca de 1 a 2 semanas • Boa alternativa aos benzodiazepínicos no tratamentoprolongado da ansiedade generalizada BETA BLOQUEADORES • Úteis em reações agudas ao estresse, como realização de exames e apresentações públicas, com predomínio de sintomas como: palpitações, sudorese e taquicardia • Propranolol: 20-40mg ZOLPIDEM • Fármaco hipnótico (indutor de sono) • Não benzodiazepínico • Rápida ação e de curta meia vida • Atividade agonista específica sobre um receptor central que modula a abertura do canal de cloreto • Não é anticonvulsivante, nem miorrelaxante, não provoca efeitos de abstinência. • Causa pouca ou nenhuma tolerância • Nomes comerciais: Stilnox® HIDROXIZINE • Mecanismo: é um anti-histamínico • Útil em pacientes com ansiedade que têm histórico de abuso de drogas • Usada também para produzir sedação antes de intervenções cirúrgicas FÁRMACOS ANTIDEPRESSIVOS DEPRESSÃO • É considerada um transtorno do humor • Pode variar de uma condição muito branda (próximo a normalidade) a uma depressão severa; • Caracteriza-se por um estado prolongado de tristeza e desinteresse pela vida DEPRESSÃO sentimento de culpa aflição apatia inadaptação pessimismo baixa auto-estima indecisão perda da motivação Sintomas Emocionais da Depressão DEPRESSÃO Retardo da ação Sintomas Biológicos da Depressão Perda de peso Distúrbio do apetite Distúrbio do sono Retardo do pensamento Perda da libido DEPRESSÃO Monoaminérgica Neurotrófica Inflamação Eixo Hipotálamo Hipófise Adrenal Redução da neuro- plasticidade e atrofia neuronal Redução dos níveis de BDNF Aumento das citocinas pró inflamatórias Redução do triptofano Aumento dos níveis de cortisol Atrofia hipocampal e déficit cognitivo Redução da disponibilidade de aminas biogênicas cerebrais (5-HT, NA e/ou DA) STAHL, 1997; NISHIDA et al., 2002; PASSOS et al., 2015; LUPPINO et al., 2010; BJORKHOLM; MONTEGGIA, 2016 CLASSES E AGENTES FARMACOLÓGICOS 1. Antidepressivos Tricíclicos (ATC) 2. Inibidores da monoamino oxidase (I-MAO) 3. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) 4. Inibidores da recaptação de serotonina- norepinefrina (IRSN) 5. Antidepressivos atípicos LEMBRANDO.... LEMBRANDO.... 1- ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS • Efeito imediato sobre o humor: sedação e disforia • Grupo mais importante atualmente • Exemplos: imipramina, amitriptilina, nortriptilina, clomipramina e desipramina Mecanismo de ação: • Bloqueio da recaptação das aminas (NA e 5-HT) pelas terminações nervosas • Bloqueio dos receptores alfa 2 pré sinápticos: aumento indireto da liberação do transmissor • Bloqueio dos receptores da histamina e da ACh 1- ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS Efeitos colaterais: • Sonolência • Sedação • Boca seca • Visão turva • Constipação • Hipotensão postural • Arrtimias 1- ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS Indicações: • Depressão endógena • Outras indicações: ataques de pânico, dor neuropática, estados fóbicos e obsessivos Interações Medicamentosas: • Competição com neurolépticos e esteroides no metabolismo • Potencializam efeito do álcool • Reversão da ação anti-hipertensiva 1- ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS Farmacocinética: • Absorção: via oral • Metabolização: hepática • Excreção: renal • Meia vida: longa • 10-20h: imipramina • ~80h: amitriptilina 1- ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS 2- INIBIDORES DA MAO (IMAO) MAO MAO-A MAO-B Ações sobre: ✓ 5-HT ✓ NA ✓ ↓ Dopamina Ações sobre: ✓ ↓ NA ✓ Dopamina Alvos dos IMAO Principal via de degradação da serotonina Mecanismo de ação: • Inibição não competitiva, irreversível e de longa duração • Exceto: moclobemida -inibidor competitivo reversível com duração de ação mais curta • Outros efeitos: • Aumento das concentrações citoplasmáticas das monoaminas nas terminações nervosas 2- INIBIDORES DA MAO (IMAO) Efeitos indesejáveis: • Hipotensão: dopamina pode se acumular nas terminações nervosas, deslocando NA das vesículas, diminuindo liberação de NA com estimulação simpática • Tremores • Insônia • Excitação • Hepatotoxicidade grave (raro) 2- INIBIDORES DA MAO (IMAO) Interações: • Alimentos: Reação ao queijo: • Normal: tiramina é metabolizada pela Mao na parede intestinal/fígado reduz a tiramina no sangue • IMAO: tiramina é absorvida aumenta a tiramina no sangue Hipertensão Cefaleia grave Hemorragia intracraniana 2- INIBIDORES DA MAO (IMAO) Indicações: • Depressão grave refratária a outros tratamentos • Tratamento de fobias 2- INIBIDORES DA MAO (IMAO) • São tão eficazes quanto os ATC no tto da depressão • Inibem de forma potente e seletiva a recaptação de serotonina, resultando em potencialização da neurotransmissão serotonérgica • Grupo mais importante (1° linha) • Exemplos: fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram, fluvoxamina 3- INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) Vantagens: • Ausência de efeitos colaterais anticolinérgicos e cardiovasculares • Não ocorre aumento de peso • Baixa toxicidade aguda • Ausência de reações a alimentos 3- INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) Desvantagens: • Custo elevado • Náuseas, anorexia e insônia • ISRS + IMAO: síndrome serotonina (tremor, hipertermia, rigidez muscular, colapso cardiovascular e morte) • Aumento da agressividade 3- INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) Indicações: • Ansiedade • Distúrbios do pânico • Bulimia • Coma analgésico 3- INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) São menos eficazes que os tricíclicos em depressão profunda mas menos perigosos. Genérico Comercial Dose Fluoxetina Prozac 20-80mg/dia Paroxetina Aropax 10-60mg/dia Citalopram Celexa 10-60mg/dia Sertralina Zoloft 50-200mg/dia 3- INIBIDORES SELETIVOS DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA (ISRS) 4- INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA- NOREPINEFRINA (IRSN) • Classe recente • Inibem a recaptação de NA e 5-HT • Indicada para pcts que respondem parcialmente aos ISRS • Exemplos: venlafaxina, duloxetina e milnaciprana • Fármacos que interagem com múltiplos alvos e estão indicados para o tto da depressão • Não se enquadram nas outras categorias • Exemplos: bupropiona, mirtazapina, nefazodona e trazodona 5- ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS Indicações: • Depressões de diversos tipos • Distúrbios do humor (ansiedade, disforia ou irritabilidade, estados apáticos) Vantagens: • Menos efeitos adversos • Toxicidade aguda baixa • Ação com menos demora • Eficácia nos pacientes que não respondem aos tricíclicos e aos IMAO 5- ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS Exemplos: • Bupropiona: aumenta os níveis de serotonina e de dopamina. Induz menos a reversão para a mania • Mirtazapina: bloqueia os receptores 5-HT2A e 5- HT2C pós sinápticos e o alfa2 adrenérgico • É um potente sedativo, estimulante do apetite • Nefazodona e trazodona: bloqueio da recaptação de NA e fraco de 5-HT 5- ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS FÁRMACOS UTILIZADOS EM DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS INTRODUÇÃO • Neurodegeneração • Principais: ALZHEIMER E PARKINSON Disfunção somática associada a perda seletiva de neurônios do SNC, que se manifesta diferentemente de acordo com a região do cérebro afetada 1- DOENÇA DE ALZHEIMER • É um distúrbio degenerativo progressivo, causado por um defeito genético em casos raros, mas em geral é esporádica e de causa desconhecida. • Genética (1% dos casos): mutação em uma das 3 proteínas • É definida por traços histopatológicos característicos,principalmente pela presença das placas neuríticas (senis) e emaranhados neurofibrilares. PLACAS NEURÍTICAS: • Depósitos de proteína insolúvel (ou fragmentos dela) beta amiloide • Placas neuríticas são depósitos extracelulares que contêm Beta- amiloide; 1- DOENÇA DE ALZHEIMER EMARANHADO NEUROFIBRILAR: • São depósitos intracelulares contendo tau. • Tau é uma proteína citoplasmática, que liga a tubulina e estabiliza os microtúbulos do neurônio. • Consiste em proteínas enroladas ao redor uma das outras (helicoidal) 1- DOENÇA DE ALZHEIMER • Achados clínicos: • Manifestações precoces: • Leve comprometimento cognitivo; • Desorientação no tempo e espaço; • Depressão inicial pode dar lugar a um estado inquieto e agitado; • Desorientação visual; • Presença de reflexos primitivos; • Distúrbio de marcha • Manifestações tardias: • Perde-se a desenvoltura social; • Psicose com paranoia; • Alucinações; • Delírios; • Convulsões; • Rigidez • Incontinência; 1- DOENÇA DE ALZHEIMER • A principal abordagem farmacológica consiste em tentar elevar os níveis de ACh no cérebro • Classes e agentes farmacológicos: • Inibidores da acetilcolinesterase • Memantina 1- DOENÇA DE ALZHEIMER • Inibidores da acetilcolinesterase Colinesterases (Enzimas que catalisam a hidrólise da Ach) Acetilcolinesterase (AChE) Butirilcolinesterase (BuChE) SNC e músculo esquelético Plasma sanguíneo 1- DOENÇA DE ALZHEIMER INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE • Mecanismo: Ligam-se a enzima acetilcolinesterase levando a sua inibição • Retarda a degradação da ACh, intensificando a transmissão colinérgica • Outras indicações: tratamento da miastenia gravis, estrabismo, reversão do bloqueio neuromuscular 1- DOENÇA DE ALZHEIMER INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE 1- DOENÇA DE ALZHEIMER INIBIDORES DA ACETILCOLINESTERASE • Tacrina • Donepezila (longa meia vida: 1 dose diária) • Rivastigmina (interação com a enzima forte. Duração de ação de ~12h e pouco risco de interação) • Galantamina (longa meia vida e melhora tb a atividade dos receptores nicotínicos, favorecendo a ação da Ach) 1- DOENÇA DE ALZHEIMER 1- DOENÇA DE ALZHEIMER MEMANTINA: • Procura atuar no retardo da progressão do Alzheimer • Mecanismo: inibição dos receptores NMDA de glutamato • Reduz a excitotoxicidade 1- DOENÇA DE ALZHEIMER • Descrita 1ª vez em 1817 por James Parkinson; • Definição: doença degenerativa, progressiva e crônica do SNC de evolução lenta envolvendo os núcleos da base e provocando disfunção do movimento. • Incidência: Pessoas acima de 60 anos; Ambos os sexos; 2- DOENÇA DE PARKINSON • Na doença de Parkinson a produção de DOPAMINA está reduzida • Há degeneração dos neurônios dopaminérgicos no tronco encefálico, principalmente, na substância negra e no locus ceruleus • Sintomas aparecem quando a substância negra já perdeu 60% dos neurônios dopaminérgicos 2- DOENÇA DE PARKINSON QUADRO CLÍNICO CLÁSSICO: • Tremor em repouso • Rigidez • Bradicinesia-hipocinesia • Postura fletida para frente • Perda dos reflexos posturais • Demência 2- DOENÇA DE PARKINSON TRATAMENTO: • Visa o controle dos sintomas, porque nenhum tratamento farmacológico ou cirúrgico impede a progressão da doença. • A doença evolui de forma lenta. Demência pode ocorrer após longos anos. • Maioria se dá bem com os medicamentos por 4 a 6 anos. • A Levodopa é o PADRÃO OURO 2- DOENÇA DE PARKINSON CLASSES E AGENTES FARMACOLÓGICOS: • Precursores de dopamina • Inibidores da COMT • Inibidores da monoaminoxidase • Agonistas dopaminérgicos • Anticolinérgicos 2- DOENÇA DE PARKINSON LEMBRANDO.... PRECURSORES DE DOPAMINA: • Levodopa (L-DOPA) • É o precursor que é convertido a dopamina pela dopadescarboxilase no SNC • Leva a reposição de dopamina 2- DOENÇA DE PARKINSON PRECURSORES DE DOPAMINA: • Problema: L-DOPA administrada por via oral rapidamente se converte a dopamina no TGI, o que diminui a quantidade de L-DOPA no SNC • Associação: LEVODOPA + CARBIDOPA (ou Benserazina) - Impede a conversão da L-DOPA em DA na periferia. - Reduz os efeitos adversos periféricos 2- DOENÇA DE PARKINSON PRECURSORES DE DOPAMINA: 2- DOENÇA DE PARKINSON PRECURSORES DE DOPAMINA: • Efeito dura em torno de 6-8h • Efeitos adversos: • Acinesia/Discinesia (“liga-desliga”) • Movimentos rítmicos incontroláveis da cabeça, tronco e membros • Náuseas • Confusões • Alucinações 2- DOENÇA DE PARKINSON INIBIDORES DA COMT: • A enzima catecol-O-metil transferase (COMT) é responsável pela degradação das catecolaminas • Atua na degradação da DA e também da levodopa • Exemplos: Tolcapona Entacapona 2- DOENÇA DE PARKINSON INIBIDORES DA COMT: • São úteis no controle dos episódios de “liga-desliga” • Entacapona distribui-se apenas na periferia. • Tolcapona tem a propriedade adicional de atravessar a BHE e inibir a COMT central e periférica. • Efeitos adversos: hepatotoxicidade (tolcapona) 2- DOENÇA DE PARKINSON INIBIDORES DA MAO: • Monoaminoxidase (MAO-A e MAO-B): enzima que degrada as monoaminas. • MAO-B (isoforma que predomina no estriado) • Melhoram a função mototra • Exemplos: Selegilina e rasagilina 2- DOENÇA DE PARKINSON AGONISTA DOPAMINÉRGICO: • Agonistas dos receptores de dopamina • Não competem com a levodopa • Não necessitam de conversão enzimática, permanecendo ativos em uma fase avançada da doença 2- DOENÇA DE PARKINSON AGONISTA DOPAMINÉRGICO: Bromocriptina (agonista D2; Parlodel®), pergolida (D1 e D2; Celance®, Pergolide®): • Efeitos adversos: sedação, náuseas, fadigas e hipotensão Pramipexol (Sifrol®) e ropirinol: agonistas seletivos para D2 • Menos efeitos adversos, mas causa sonolência • Todos os representantes podem causar a síndrome da desregulação dopaminérgica: comprometimento no controle dos impulsos 2- DOENÇA DE PARKINSON ANTICOLINÉRGICOS: • São eficazes na redução dos tremores. • Mínimos benefícios para rigidez e bradicinesia. • Uso limitado pelos efeitos colaterais= Confusão mental, alucinações, retenção urinária e taquicardia • Efeitos colaterais : Secura na boca, constipação e borramento visual. • Triexifenidil = Artane® - 2 a 8 mg/dia • Biperideno = Akineton® - 2 mg, 3 a 4 x/dia 2- DOENÇA DE PARKINSON FÁRMACOS ANTIPSICÓTICOS INTRODUÇÃO • A esquizofrenia é um tipo de psicose, caracterizada por um acentuado distúrbio do pensamento. • Afeta ~1% da população • Doença incapacitante PSICOSE Distúrbio psiquiátrico, que apresenta uma ou mais das seguintes manifestações: Incapacidade de julgamento Percepção incorreta da realidade Excitação extrema Ilusões Alucinações Comportamento violento ESQUIZOFRENIA SINTOMAS POSITIVOS (AGUDO) • Delírios (paranoide) • Alucinações (vozes e mensagem de exortação) • Distúrbios do pensamento, incluindo encadeamentos desordenados de pensamento SINTOMAS NEGATIVOS (CRÔNICOS) • Afastamento dos contatos sociais (Preconceito social) • Anulação das respostas emocionais • Sentimento de culpa • Ansiedade e suicídio (50%) • Déficit cognitivo CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: ESQUIZOFRENIA Hipótese da dopamina: Normal Esquizofrenia ESQUIZOFRENIA CLASSES E AGENTES FARMACOLÓGICOS: 1. Antipsicóticos típicos (1° geração) 2. Antipsicóticos atípicos (2° geração) MECANISMO DE AÇÃO • Bloqueio dos receptores de dopamina 1- ANTIPSICÓTICOS TÍPICOS • São menos efetivos no controle dos sintomas negativos da esquizofrenia (melhora dos sintomas positivos) • Causas efeitosextrapiramidais • Exemplos: clorpromazina (Amplictil®); Levomeprometazina (Neozine®) e haloperidol (Haldol®) 2- ANTIPSICÓTICOS ATÍPICOS • Causa menos efeitos extrapiramidais • São mais efetivos que os típicos no tratamento dos sintomas negativos • Exibem propriedades antagonistas combinadas nos receptores D2 e nos receptores 5-HT2 e a maioria atua como antagonista D4 • Exemplos: sulpirida, clozapina, risperidona, aripiprazol, olanzapina e quetiapina. EFEITOS ADVERSOS • Efeitos direcionados ao alvo • Produzidos por ação antagonista nos receptores D2 fora do sistema mesolímbico e mesocortical • Efeitos fora do alvo • Produzidos por ação inespecífica em outros tipos de receptores EFEITOS ADVERSOS • Efeitos Extrapiramidais • Antagonismo D2 pode induzir sintomas parkisonianos • Síndrome neuroléptica maligna • Rara, porém potencialmente fatal • Caracterizada por catatonia, febre e instabilidade autonômica • Discinesia tardia • Após tratamento prolongado • Movimentos esteriotipados involuntários e repetitivos da musculatura facial EFEITOS ADVERSOS • Aumenta da secreção de prolactina • Amenorreia • Galactorreia • Teste falso positivo para gravidez • Ginecomastia • Boca seca, constipação intestinal, dificuldade de micção: antagonismo muscarínico • Hipotensão ortostática, ausência de ejaculação, sedação: antagonismo adrenérgico FÁRMACOS ANTIEPILÉPTICOS EPILEPSIA • Atinge 1% da população mundial, sendo a 2a doença neurológica mais importante, perdendo apenas para o AVC. • Definida como distúrbio crônico caracterizado por convulsões recorrentes (ataques), decorrentes da atividade anormal de neurônios cerebrais. EPILEPSIA X CONVULSÃO Convulsão: é a crise (alteração transitória do comportamento), causada pela ativação desordenada, sincrônica e ritmada dos neurônios. Epilepsia: distúrbio da função cerebral caracterizada pela ocorrência periódica e imprevisível de convulsões – apresenta caráter recorrente. TIPOS DE CRISES Parciais • Descarga começa localmente e com frequência permanece localizada • Simples (consciência preservada): Abalos musculares das mãos, pés ou face (unilateral). Mais comuns em idosos. Sintomas dependem da área afetada. • Complexas (afetam a consciência): • Percepção de sons, odores e sabores estranhos → • Perda de contato com o ambiente, aumento da salivação → Formigamento, abalos musculares TIPOS DE CRISES Generalizadas (começam em ambos os hemisférios, simultaneamente): →De ausência; → Tônicas; →Clônicas → Tônico-clônicas; CRISE DE AUSÊNCIA Crise de Ausência (Pequeno Mal) ❖Perda de consciência ❖Desligamento por alguns segundos, podendo ser confundida com sonho. Mudança na expressão facial Interrupção da fala e da atividade desenvolvida Retorno à atividade. ❖A crise pode se repetir várias vezes ao dia. ❖As crianças são as principais vítimas. GRANDE MAL • Corresponde a 50 % dos casos. • Início: grito acompanhado de perda de consciência • Enrijecimento muscular queda ao solo. • Salivação com sangue devido à mordedura da língua. • Respiração ruidosa. • Urina. • A crise dura poucos minutos profundo sono vômito, dores musculares e de cabeça. GRANDE MAL FISIOPATOLOGIA • Descargas excessivas, súbitas e recorrentes em regiões cerebrais • Aumento da excitação (glutamato, sódio, cálcio) e diminuição da inibição (GABA, cloreto e potássio) FISIOPATOLOGIA • Desequilíbrio dos NT: • Excitação (Glutamato) x Inibição (GABA) • Alteração de canais iônicos (Na+ e Ca++) TIPOS DE EPILEPSIA X FISIOPATOLOGIA Simples Parciais Complexa Tônico-Clônicas Generalizadas Ausência Desequilíbrio de neurotransmissores e Alteração dos Canais de sódio Alteração dos canais de Cálcio TRATAMENTO MEDICAMENTOSO MECANISMO DE AÇÃO: • Potenciação de mecanismos inibidores mediados por GABA; • Diminuição dos mecanismos excitatórios mediados pelo Glutamato; • Estabilização das correntes de Na+ e Ca++ nas membranas neuronais; • . FÁRMACOS E MECANISMO DE AÇÃO ➢Potencialização da atividade do GABA: • Síntese • Redução de metabolismo • Ao nível do receptor • Inibindo recaptação • Fármacos: Fenobarbital, Benzodiazepínicos, Valproato, Vigabatrina, Tiagabina, Felbamato ➢Inibição da Função dos Canais de Sódio • Fenitoína, Carbamazepina, Lamotrigina, Topiramato FÁRMACOS E MECANISMO DE AÇÃO ➢Redução da atividade do Glutamato: • Inibição da liberação •Bloqueio dos receptores • Fármacos: Lamotrigina, Topiramato, Felbamato ➢Inibição das Função dos Canais de Cálcio •Etossuximida, Valproato, Gabapentina VALPROATO - DEPAKENE® ➢ Apresentações: • Oral: cápsula, xarope, liberação prolongada ➢Mecanismo de Ação: • Inibe canais de Na+ (Bloqueio de descargas repetidas e sustentadas de alta frequência) → Ação contra crises parciais • Aumento do conteúdo de GABA: - Em concentrações elevadas, inibe os sistemas de inativação do GABA - VALPROATO - DEPAKENE® ➢Usado nas crises de ausência, e 1ª escolha quando o paciente apresenta crises tônico-clônicas generalizadas concomitantemente. ➢ Efeitos indesejáveis: • Ganho de peso • Sintomas gastrointestinais transitórios: náusea e anorexia • Inibidor da CYP2C9 • Hepatotoxicidade (raro) • Teratogênico: espinha bífida • Compartilha as mesmas propriedades do valproato • Útil no tratamento de crises parciais complexas, ausência simples • Mais efetivo no tratamento da mania e enxaqueca que o valproato. DIVALPROATO - DEPAKOTE® VIGABATRINA - SABRIL® ➢Apresentação: oral ➢Farmacocinética: Absorção: TGI ➢Mecanismo de Ação: Inibidor irreversível da enzima GABA transaminase (responsável pela degradação do GABA) e parece aumentar a liberação de GABA. ➢Tratamento da epilepsia parcial e refratários ➢Efeitos indesejáveis: sonolência, ganho de peso, depressão, distúrbios psicóticos e distúrbios visuais. FELBAMATO - FELBATOL® ➢Apresentação: oral • Meia-vida: 20 h • Metabolização: Hepática • Excreção: urina ➢Mecanismo de Ação: Desconhecido • Bloqueio dos receptores NMDA • Inativação dos canais de sódio • Ação sobre o GABA ➢Usado no tratamento de pacientes refratários com crises tônico-clônicas generalizadas e crises parciais complexas. LAMOTRIGINA - LAMICTAL® ➢Apresentação: oral ➢Farmacocinética: • Meia-vida: 24 h • Metabolismo: Hepático • Eliminação: urina ➢Mecanismo de Ação: • Inativação dos canais de Sódio e Ca++?? ➢Usado nas crises parciais e tônico-clônicas em refratários ➢Efeitos indesejáveis: Náusea, tonteira, cefaléia, erupção cutânea (dermatite potencialmente fatal em crianças.) TOPIRAMATO - TOPAMAX® ➢Apresentação: oral ➢Farmacocinética: • Absorção rápida • Metabolismo Hepático ➢Mecanismo de Ação: “Um pouco de tudo” • Inativa canais de Na+, Aumenta correntes no receptor GABA, Limita ativação de receptores de Glutamato ➢Efeitos indesejáveis: Sonolência, fadiga, tonteira, nervosismo e confusão. FENITOÍNA - HIDANTAL® ➢Apresentação: oral e parenteral ➢Farmacocinética: • Metabolismo: hepático • Indução de metabolismo de outros compostos ➢Mecanismo de Ação: Inativação dos canais de Na+. ➢Efeitos indesejáveis: • Sedação (apenas em dose alta) • Hirsutismo em mulheres • Hiperplasia gengival • Efeitos endócrinos (anormalidade no metabolismo da vitamina D) FENITOÍNA - HIDANTAL® ➢ Usado no tratamento das crises tônico-clônicas generalizadas, parciais complexas e simples ➢ Associação com valproato quando a monoterapia não é eficaz ➢ Também usado como antiarrítmico, amtineurálgico, miorrelaxante esquelético e inibidor da secreção/ síntese decolágeno. Fenitoína: hiperplasia gengival CARBAMAZEPINA - TEGRETOL® ➢Apresentação: oral (liberação prolongada) ➢Efeitos indesejáveis: Sonolência, tonteira, visão turva, distúrbios gastrointestinais, retenção de água ➢Usado no tratamento das crises parciais complexas, tônico- clônicas generalizadas (1ª escolha) e combinação destas crises ➢Mecanismo de Ação: Inativação dos canais de Na+, inibindo as descargas repetitivas de alta frequência. ➢Potente indutor das enzimas microssomiais hepáticas ETOSSUXIMIDA - ZARONTIN® ➢Apresentação: oral ➢Efeitos indesejáveis: Desconforto gástrico (dor, náusea e vômitos), cefaléia, tonteira, soluços e euforia, precipitação de crises tônico-clônicas em pacientes susceptíveis. ➢1ª escolha contra crise de ausência ➢Mecanismo de Ação: Inativação dos canais de Ca2+do tipo T, diminuindo as correntes de baixo limiar. ➢Esses canais estão relacionados com a corrente marcapasso, descargas rítmicas na crise de ausência. GABAPENTINA - PROGRESSE® ➢Apresentação: oral ➢Mecanismo de Ação: ?? Pode alterar captação do GABA ➢Usado em pacientes com epilepsia parcial ou com crises tônico-clônicas ➢ Efeitos indesejáveis: Sonolência, tonteira, cefaléia e tremor FENOBARBITAL - GARDENAL® ➢Mecanismo de Ação: ➢Aumento da corrente mediada pelo receptor GABAA, ao prolongar a abertura dos canais de Cl ➢Bloqueia respostas excitatórias mediadas pelo Glutamato ➢Reduz a condutância de Na+ - em altas concentrações ➢ Efeitos indesejáveis: sedação, nistagmo, irritabilidade e hiperatividade em crianças, agitação e confusão em idosos
Compartilhar