Buscar

AULA 2 CONCEPÇÕES DE CULTURA ALIMENTAR Historia e antropologia da nutrição

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

CONCEPÇÕES DE CULTURA ALIMENTAR
Prof. Maria Cecília Santos
INTRODUÇÃO
 Hipócrates há muitos séculos atrás, reconhecia a importância do consumo de alimentos para a saúde, afirmando que "o alimento seria o teu remédio", observando também que os indivíduos obesos morriam precocemente. 
 Para Hipócrates, a atividade física e a alimentação eram fatores preponderantes para a saúde.
FASES DA HISTÓRIA DA NUTRIÇÃO
 Primeira: chamada Era Naturalística ou Era primitiva(400 a.C. a 1750 d.C.) - PALEOLÍTICA
 As pessoas tinham idéias muito vagas sobre os alimentos, surgindo vários tabus, poderes mágicos para os mesmos.
 
De 1750 e 1900 d.C, a nutrição passou pela Era Químico-Analítica, iniciada pelo francês Antoine Lavoisier, considerado o "Pai da Nutrição“.
 Cujo trabalho, no século XVIII, abrangeu o estudo da respiração, da oxidação e da calorimetria, sempre relacionadas com a utilização da energia proveniente dos alimentos.
 De 1900 até os dias atuais, inicia-se a Era Biológica, que visa determinar as relações entre os nutrientes, seus papéis biológicos, e as necessidades dietéticas. 
 Até a metade do século XX, as pesquisas com alimentos tinham caráter curativo. 
 Essa tendência começou a mudar a partir da Segunda Guerra Mundial, quando passou a se preocupar com a resistência e a rápida recuperação dos feridos nos campos de batalha, preocupando-se com o aspecto preventivo.
 
 Esta preocupação continua, e a nutrição passou a ter um importante papel na prevenção de doenças.
 A influência da alimentação e da atividade física na saúde tem sido, portanto observada há vários séculos e uma enorme quantidade de evidências a respeito tem sido acumulada. 
 À medida que a ciência evolui, com uma velocidade fenomenal, mais evidências do papel positivo da alimentação são encontradas.
CULTURA
SEGUNDO AS TEORIAS MODERNAS IDEALISTAS AS CULTURAS PODEM SER SUBDIVIDIDAS EM 3 ABORDAGEM: 
Cultura do sistema cognitivo -  cultura é um sistema de conhecimento: "consiste em tudo aquilo que alguém tem de conhecer ou acreditar para operar de maneira aceitável dentro de sua sociedade."
Cultura como sistemas estruturais -  "que define cultura como uma criação acumulativa da mente humana”. 
Cultura como sistemas simbólicos -  A cultura pode ser considerada como um sistema de ideias, mais concretamente um sistema simbólico. A cultura consiste num sistema de significados e símbolos que são compartilhados. 
É vasto e para se ter uma completa compreensão dele é necessário compreender a própria natureza humana.
 A cultura, mais do que a herança genética, determina o comportamento do homem e justifica as suas realizações.
 A cultura é o meio de adaptação aos diferentes ambientes ecológicos. Em vez de modificar para isto o seu aparato biológico, o homem modifica o seu equipamento superorgânico.
 Em decorrência, o homem foi capaz de romper as barreiras das diferenças ambientais e transformar toda a terra em seu habitat.
 A cultura é um processo acumulativo resultante de toda a experiência histórica das gerações anteriores. Limitando ou estimulando a ação criativa do indivíduo.
 A cultura é aquilo que a gente sabe, é aquilo que a gente faz – portanto, todas as pessoas têm cultura.
 
COMO OPERA A CULTURA:
--- condiciona a visão de mundo
--- interfere no plano biológico
--- indivíduos participam diferentemente em sua cultura
--- tem uma lógica própria
CONCEITOS DE CULTURA
 A realidade pode ser encarada por olhares diferentes, sem perder a legitimidade ou veracidade. A cultura não pode ser analisada como pensamento lógico formal e nem como fruto de um modo científico de pensar a vida.
Pode-se identificar indivíduos de culturas diferentes por várias características → modo de 
 agir, vestir, falar, caminhar, comer.
Diferenças de cultura → ex: o riso é condicionado pelos padrões culturais, apesar de sua fisiologia ser a mesma.
 Todos os homens riem, mas o fazem de maneira diferente e por motivos diversos.
 Índio Kaapor → grito de guerra
 Japoneses → conforme padrão cultural, as vezes 
 por questão de etiqueta
Não só o fato de comer “coisas diferentes” chocam as pessoas, mas também a forma com que agem à mesa (talheres, palitos, mãos), um forte arroto após a refeição
 (sinal de agrado da mesma), rito social para os latinos (em determinadas horas a família senta-se toda à mesa, com o chefe na cabeceira, e iniciam a alimentação após uma prece).
 
 De acordo com a cultura o homem pode ter visões diferentes sobre o mesmo objeto observado;
 Nossa herança cultural se desenvolve ao longo das gerações e pode se modificar com o tempo;
 Reagimos de forma depreciativa quando alguém foge do padrão convencional aceito pela maioria.
A CULTURA ALIMENTAR
Comer é mais que ingerir um alimento, significa também as relações pessoais, sociais e culturais que estão envolvidas. A cultura alimentar está diretamente ligada com a manifestação desta pessoa na sociedade. 
Os métodos de procurar e processar os alimentos estão ligados à expressão cultural e social de um povo. 
A CULTURA ALIMENTAR BRASILEIRA
 A cultura alimentar brasileira traz em si um “mix” de diferentes culturas em sua formação, tais como A AFRICANA, A PORTUGUESA, E A INDÍGENA. 
Ao pensar na importância dos frutos e hortaliças na alimentação, é preciso pensar em termos de provocar mudanças de hábitos alimentares. 
A ALIMENTAÇÃO NA CULTURA BRASILEIRA
Alimento é tudo aquilo que pode ser ingerido para manter uma pessoa viva; Comida é tudo que se come com prazer, de 
acordo com as regras mais sagradas de comunhão e comensalidade. 
 O alimento é algo universal e geral. Algo que diz respeito a todos os seres humanos. 
 Comida se refere a algo costumeiro, alguma coisa que ajuda a estabelecer uma identidade, definindo, um grupo, classe ou pessoa (...) Comida não é apenas uma substância alimentar, mas é também um modo, um estilo e um jeito de alimentar-se (...) A comida vale tanto para indicar uma operação universal – ato de alimentar-se – quanto para definir e marcar identidades pessoais e grupais, estilos regionais e nacionais de ser, fazer, estar e viver. ( DaMatta, 1984). 
 A cultura alimentar no Brasil é algo bem peculiar, sendo que nosso hábito alimentar é formado a partir de três povos distintos: 
 1) A herança alimentar dos índios: estes viviam exclusivamente da caça, pesca e das raízes colhidas. Os produtos bases da alimentação indígena eram: mandioca, inhame, milho verde, batata doce, banana da terra, brotos, preparados numa culinária de fogo de chão. 
 2) A herança alimentar dos africanos: são as comidas misturadas na mesma panela. Saiu-se do hábito de assar, para o cozinhar os ingredientes. O arroz com alguma coisa junto, o amendoim com outra coisa. O “cozido” junto nas panelas vem da culinária escrava africana. Houve grande uso do fubá, da farinha, da rapadura, da goma, do polvilho. Uma herança baseada nos carboidratos, nos cozidos, nas massas e caldos. 
 
 
3) A herança alimentar dos portugueses: a base cultural da comida portuguesa é a oliva. Ainda hoje a comida portuguesa é sobrecarregada de azeite de oliva, ocorrendo, assim, a predominância de gorduras. 
 A herança alimentar portuguesa trouxe os requintes da mesa e o manuseio de melhores pratos. Os pastéis, as massas e os doces. Houve criação de variedades de pratos, o frango com quiabo e outros, o doce de leite, os doces em compotas. Sendo a calda para conservar o doce, e o queijo para quebrar um pouco do doce das compotas. 
 A herança portuguesa em nosso hábito alimentar: alto teor de gordura e açúcar. 
 
Em Minas se preparava a galinha com arroz, a galinhada. 
Na Bahia,a riqueza das moquecas, do azeite de dendê, leite de coco, tudo na mesma panela. 
No Rio de Janeiro, a feijoada.
 A nossa comida brasileira é a comida da mistura no mesmo prato. Gostamos de tudo junto e misturado. O feijão com arroz, o cozido, a peixada, a feijoada, a moqueca, a farofa, o tropeiro, o carreteiro, o pirão, as dobradinhas e papas, os guisados e mexidos. 
 A herança alimentar destes três povos distintos e a mistura de seus hábitos formaram a deliciosa comida brasileira. 
CULINÁRIA BAIANA
A culinária baiana é a que mais percebemos as influências dos povos que formaram o que hoje entendemos como Brasil. Nessa culinária os elementos africanos, indígenas e portugueses foram fundidos, criando assim a famosa comida baiana.
Do azeite de dendê até os doces, passando pela mandioca, a materialização desses elementos é o que podemos chamar de herança cultural gastronômica. 
Boa parte desta comida tem origem no candomblé.
O beiju, muito comum no nordeste pode ser visto como um exemplo claro de herança alimentar das 3 civilizações que nos formaram: mandioca, açúcar e coco.
 Festas religiosas realizadas na Bahia normalmente são acompanhadas de muitos alimentos, principalmente quando se tratam de festas do culto afro-brasileiro;
 A comida da casa do senhor branco recebeu inúmeras influências das escravas negras que trabalhavam na época;
 A utilização de porcelanas, talheres e outros adereços na mesa baiana devem ser vistos como herança portuguesa.
 O Acarajé é ainda tido como um bolinho característico do candoblé, mesmo sendo comercializado e consumido fora de um terreiro. Para as baianas o bolinho de feijão fradinho frito no dendê não pode ser separado de sua religião.
EVOLUÇÃO DA CULTURA ALIMENTAR
 As sociedades primitivas sobreviviam da caça, pesca e colheita natural, ou seja, do que pescavam, caçavam e das raízes e frutos que colhiam (primeiro estágio - paleolítica).
 Representa um nível de subsistência dependente do que a natureza oferece, e é capaz de sustentar somente uma sociedade bem pequena. 
 O segundo estágio (revolução neolítica), é a produção de alimentos onde ocorre uma domesticalização de plantas e animais, passando o homem a ser um produtor e não caçador de alimentos. 
 O surgimento da agricultura foi determinante para a fixação do homem, influenciando o aparecimento de assentamentos humanos, onde o homem vigiava o desenvolvimento dos grãos e afugentava pássaros, animais ou outros homens. 
 Passou-se a perceber a influência dos fenômenos meteorológicos, observando o sol, a lua e as estrelas, aprendeu-se sobre as estações e sobre a época de semear e colher.
 Surgiram os animais domésticos que serviam tanto como fonte de alimento, como fonte de tração e transporte. Domesticaram antílopes, veados, hienas, cães, carneiros, cabras, vacas, ovelhas, porcos e galinhas. 
 A criação de abelhas foi uma das primeiras desenvolvidas pelo homem, que desde cedo aprendeu a se apropriar do seu mel. 
 O terceiro estágio é o da Revolução Urbana e Revolução Industrial, em que há grande concentração de pessoas nos centros urbanos, ocorrendo assim, a necessidade de produção em grandes escalas de alimentos e inserção da produção industrial. 
 A explosão demográfica implica numa nova era na produção de alimentos. 
 
Todo conjunto de conhecimentos, que inclui crenças, arte, moral, lei, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro de um grupo ou sociedade.
O conceito antropológico de cultura
Segundo o antropólogo norte-americano, Leslie White, a capacidade de produzir cultura se deu quando o cérebro do homo-sapiens foi capaz de gerar símbolos, com significados próprios.
A origem da cultura
Segundo Ruth Benedict, a cultura é como a lente, através da qual o homem vê o mundo.
A cultura condiciona a visão de mundo do homem
 Logo homens de culturas diferentes tem visões também diferentes.
O modo de ver o mundo → comportamento moral e social, valores, posturas corporais → são produtos de uma herança cultural.
São as diferenças existentes entre as culturas.
Indivíduos de culturas diferentes podem ser facilmente identificados. Isto se dá pelo seu modo de agir, suas roupas (ou pela ausência delas), os alimentos selecionados e, de um modo mais evidente, a partir das próprias diferenças lingüísticas. 
A diversidade cultural
“A coerência de um hábito cultural somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence (Laraia: 2005; pg. 87.)”
Cada cultura possui sua lógica própria
 Cada cultura possui sua identidade e lógica própria conforme seus padrões e valores sociais.
 Nem sempre as relações de causa e efeito são percebidas da mesma maneira por todos os homens de culturas diferentes. 
 Os meios materiais, sociais, culturais fornecem ao homem mecanismos para que possa tirar suas próprias conclusões a partir da observação direta.
“É a doutrina que afirma que o agir humano é determinado por variáveis biológicas. É o fato de pensar que as diferenças genéticas determinam as diferenças culturais.”
Muitos ainda acreditam nas velhas, persistentes e incorretas teorias que atribuem capacidades específicas inatas a determinadas “raças” ou a outros grupos humanos.
Atualmente os antropólogos estão totalmente convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais (Laraia: 2005; pg.17). 
O determinismo biológico
 
 “Não existe correlação significativa entre a distribuição dos caracteres genéticos e a distribuição dos comportamentos culturais. Qualquer criança normal pode ser educada em qualquer cultura, se for colocada desde o início em situação conveniente de aprendizado” (Felix Keesing)
 As diferenças genéticas não são 
 determinantes das diferenças culturais.
Essas diferenças se explicam pela história cultural de cada grupo.
Fatores que tiveram papel importante na evolução do homem → faculdade de aprender e a plasticidade (mudar).
Nível das aptidões mentais é quase o mesmo em todos os grupos étnicos, segundo pesquisas científicas.
Diferenças de comportamento entre pessoas de sexo diferente →não é determinado biologicamente.
atividades atribuídas às mulheres numa cultura pode ser atribuída aos homens em outra.
 
 Divisão do trabalho → é determinado culturalmente e não pela racionalidade biológica. Ex: transportar água na cabeça (Xingu e favelas cariocas).
Diferenças determinadas pelo sexo → determinam muitas vezes diferentes manifestações culturais:
 --- amamentação pode ser transferida ao marido por meio da mamadeira
 --- o índio Tupi faz o resguardo pós-parto, e não a mulher
 O comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado → processo de ENDOCULTURAÇÃO 
 
Pela lógica do determinismo geográfico as forças do mundo natural agiriam de modo mecânico e determinante sobre as sociedades humanas.
Na verdade as diferentes culturas humanas são influenciadas, mas não são determinadas pelo meio físico.
O determinismo geográfico
Os homens são seres com capacidade para elaborar, manipular e transmitir símbolos com seus significados. Uma parte desta tarefa é realizada pela educação escolar. 
As relações entre cultura e educação
A DESCOBERTA DO FOGO E A ALIMENTAÇÃO
 A crença de que comida quente é substancial é bastante antiga e o fogo, mais ainda.
 O fogo era fonte de calor e luz e também estava associado à magia e ao sobrenatural.
 A descoberta do fogo gerou inúmeras alterações no cotidiano do homem pré-histórico, surgindo a cerâmica para armazenar, cozinhar e conservar os alimentos.
 O fogo estava sempre aceso e a panela fervia indefinidamente com a caça misturada a cereais e outros tubérculos, formando um caldo espessoque se tomava com pão, trigo ou farinha. 
 Com as cerâmicas tornou-se possível cozidos mais elaborados, como as sopas, mingaus, pirões, tortas e bebidas aquecidas.
PROF.ª Maria Cecília Santos
HISTÓRIA E ANTROPOLOGIA DA ALIMENTAÇÃO
CULTURA MATERIAL
40
A cultura material, consiste em coisas materiais, bens tangíveis, fruto da criação humana.
“Tem a distinção especial de ligar o comportamento do indivíduo a coisas externas feitas artificialmente: os artefatos.” (segundo Keesing)
Temos 6 elementos ligados a cultura material: habitação, transporte, indumentária (vestuário e adornos), alimentos, recipientes, instrumentos (ferramentas, armas).
Em relação aos elementos ligados a cultura material, mais influentes nas questões alimentares, temos: adornos, alimentos, recipientes e ferramentas. 
MITOS, TABUS E CRENÇAS
Maria Cecília Santos
RELIGIÃO
Religião → aspecto universal da cultura;
 “a crença em seres espirituais”
 (Edward Tylor)
As normas religiosas de comportamento baseiam-se nas incertezas da vida e variam muito de uma sociedade para outra.
Não é um fato isolado dentro da cultura; liga-se à organização social, política, econômica, etc...
Antropólogos → é formada por um sistema de crenças e práticas e todas as sociedades possuem a sua “visão do universo”.
religião
Crença ou Fé → sentimento de respeito, submissão, reverência, confiança e até medo em relação ao sobrenatural, ao desconhecido.
 NÃO SUPÕE COMPREENSÃO.
 As crenças religiosas → implicam a existência de 
 algo superior, sobre-humano; importantes pelo seu conteúdo 
 EMOCIONAL e INTELECTUAL.
Ritual ou Prática → manifestação 
 dos sentimentos por um ou vários
 indivíduos, através
 da ação. 
A lenda difere da crença porque envolve uma narração escrita ou oral na qual os fatos históricos são deformados pela imaginação poética.
RELIGIÃO
SOBRENATURAL → Tudo aquilo que escapa aos sentidos do homem. Está acima das leis naturais ou físicas, em outra dimensão.
Não há como comprovar.
 Há uma variedade de seres sobrenaturais imaginados pelo homem:
 Seres (deuses, anjos, santos, demônios, fadas); 
Entidades (espíritos, almas); 
Forças (Espírito Santo, Mana); 
Alma dos mortos (espectros)
CULTOS → é uma série de atos contidos na veneração ou comunicação com seres sobrenaturais. 
Conjunto de crenças, rituais e divindades associados a objetos e lugares específicos.
As práticas de alimentação em uma cerimônia normalmente se expressam com formalidades em caráter solene e planejado.
 
RELIGIÃO
TEORIAS DA RELIGIÃO : (Psicológicas e Sociológicas)
1- Teoria Psicológicas - explicam a religião tomando por base os sentimentos: 
 - Mito natural (sol, lua, estrelas, rios, trovão...)
 - Animismo (alma, fantasmas, gênios, deuses)
 - Animatismo (poder espiritual, mana)
 - Manismo (espírito dos mortos)
 - Magia (existência de forças desconhecidas)
 - Totemismo (adoração a um animal,planta ou 
 mineral)
RELIGIÃO
 2- Teoria Sociológica
 Sagrado – refere-se ao incomum, ao extraordinário, ao sobrenatural – gera atitudes de medo, de sensação do desconhecido.
 
 Profano – significa o cotidiano, o natural, o comum – implica atitude de aceitação, familiaridade, conhecido.
 Atualmente, os antropólogos têm procurado uma aproximação entre as duas teorias: psicológica e sociológica.
A oração ou prece é uma forma de invocação oral dirigida a seres sobrenaturais, feita pelos adeptos do culto, guiada ou não pelos oficiantes;
A oração ou prece realiza-se em determinado momento e lugar, sendo acompanhada de prostrações, posturas especiais (ajoelhado, sentado, de pé curvado), de movimentos (danças, palmas, sapateados), e de música; 
A oferenda consiste em ofertar alguma coisa aos seres sobrenaturais (alimentos, jóias, flores, fruto de colheitas, bebidas, animais, etc...); 
As oferendas, quando em alimentos, podem ser ingeridas, em parte, pelos sacerdotes ou oficiantes, ou serem distribuídas entre os devotos.
RELIGIÃO E MAGIA
Religião → crença em seres espirituais, 
 sendo a oração a técnica usada.
 Atitude religiosa : humildade, submissão,
 reverência e adoração.
Magia → não recorre aos seres espirituais;
 vale-se das técnicas para controlar os 
 poderes sobrenaturais.
Refere-se a um tipo de técnica para controlar a natureza, a fim de obter coisas ou precaver-se contra forças misteriosas.
MAGIA
TIPOS DE MAGIA:
→ Analógica ou imitativa (um boneco – espeta o corpo, etc ---- ocorrerá com a vítima, o mesmo que aconteceu com o boneco)
→ Contagiosa ( bem ou mal feitos a um objeto qualquer de determinada pessoa, poderá atingi-la)
→ Simpática (usada para proteger um indivíduo em viagens, no amor, etc) 
 - branca (boa ou benéfica)
 - negra (má ou maléfica)
CRENÇAS RELATIVAS À ALIMENTAÇÃO
Comer carne vermelha na Semana Santa é pecado.
A vaca é sagrada e não pode ser ingerida.(Ìndia)
Leite com manga faz mal a saúde. 
Jejuar é bom para emagrecer e também para receber um pedido feito ao sobrenatural. 
TABU
“ O que é proibido por crença no sobrenatural”. 
É o elemento negativo da religião;
Pode ser uma proibição ou um alerta;
Consiste em um conjunto de normas, cada uma delas indicando um tipo de conduta, que, infringidas, levam o sobrenatural a punir o infrator;
Objetos, atos, modos ou palavras de proibição ou restrição legitimada por costume ou tradição de um grupo.
TABU
Funções do Tabu:
→ Manter o espírito de temor no 
 sobrenatural;
→ Unir os membros de um grupo 
 social; 
→ Ser elemento básico de controle 
 social.
 BANANA DE MANHÃ É OURO, DE TARDE MALTRATA E DE NOITE MATA.
 MANGA COM LEITE FAZ MAL.
 DEVEMOS TOMAR CAFÉ COMO REI, ALMOÇAR COMO PRÍNCIPE E JANTAR COMO MENDIGO.
 Alguns tabus alimentares como esses têm sua origem no tempo da escravatura. Para evitar que os escravos “roubassem” frutas os senhores introduziam esses tabus.
TABU
 O tabu Alimentar é uma interdição ou proibição à ingestão de certos alimentos que muitas vezes tem “força sagrada”, integradas em uma situação mística, essas restrições normalmente são de ordem religiosa.
 LEITE COM MANGA: a combinação de manga com leite somente trará problemas para aquelas pessoas que apresentarem alergia a um desses alimentos. Caso contrário, trata-se de uma combinação saudável e saborosa.
 É considerado um tabu, uma crença e um mito.
TABU
 Os judeus não consomem carne suína, pelo fato do porco ser considerado um animal impuro; católicos não come carne na sexta feira santa.
 Algumas crenças também são passadas de geração para geração, onde é criado uma “suposta” ação nociva, como: vinagre e limão corroem o estômago, ou enlatados provocam câncer.
 Ao contrário do que acontece com as crenças e tabus, as idolatrias são observadas em pessoas de bom nível de conhecimento: algumas dietas vegetarianas ou macrobióticas, que atribuem propriedades milagrosas aos alimentos.
CONCLUSÃO
Os tabus alimentares, preconceitos, crenças e idolatrias, interferem e muito no caráter alimentar da pessoa, podendo ser responsável por maus hábitos alimentares, e as vezes até levar povos com menor nível de conhecimento cultural e econômico à desnutrição, afinal não existe nenhum embasamento científico que comprove estas informações.
PERSPECTIVISMO
PERSPECTIVISMOO perspectivismo defende que diferentes indivíduos percebem a realidade diferentemente. 
 É importante enfatizar que o perspectivismo se diferencia do relativismo cultural  (é um método de se observar sistemas culturais, sem uma visão etnocêntrica da sociedade vigente, de uma forma justa, tendo uma visão inclusive de nossos defeitos e não condenando-os), assim como do universalismo (união dos povos, das culturas e dos costumes).
PERSPECTIVISMO
No perspectivismo o antropólogo vê a imagem de seu povo a partir de como ele próprio interpreta a sua cultura. 
O nativo deixa de ser visto como objeto, como alguém que não pensa e reflete sobre suas ações, sobre sua cultura, e passa a ser um sujeito que também possui suas teorias, que possui conhecimento.
ETNOCENTRISMO
O etnocentrismo é um fenômeno universal. Os indivíduos vêem o mundo através de sua cultura e têm a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural.
Etnocentrismo
Etnocentrismo é um conceito antropológico, que ocorre quando um determinado individuo ou grupo de pessoas, que têm os mesmos hábitos e caráter social, discrimina outro, julgando-se melhor ou pior, seja por causa de sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias.
O fato de que o ser humano vê o mundo através de sua cultura tem como conseqüência a propensão em considerar o seu modo de vida como o mais correto e o mais natural. 
Comportamentos etnocêntricos resultam também em apreciações negativas dos padrões culturais de povos diferentes. Práticas de outros sistemas culturais são catalogadas como absurdas, deprimentes ou imorais.
PAPEL DA CULTURA NA ALIMENTAÇÃO
A INFLUÊNCIA DA CULTURA NA ALIMENTAÇÃO
A nossa cultura – crenças, tabus, religião, hábitos alimentares, entre outros fatores – influencia diretamente a escolha dos nossos alimentos diários. Muitos preceitos religiosos e culturais determinaram os costumes existentes nos dias de hoje. 
Os israelitas consumiam gafanhotos e estes ainda são saboreados em toda a África do Norte, especialmente em Marrocos e no Saara.
No Nordeste do Brasil comem preás e camaleões, insuportáveis para qualquer homem das cidades litorâneas. 
Os macacos da Amazônia assados são manjares para a população nativa, mas causam náuseas aos brasileiros em geral. 
O sertanejo que consome o peixe de água doce não admite as verduras. Diz que não é “lagarta para comer folha.”
Há mais de dois mil anos o pão se tornou o alimento típico dos mais diferentes povos. Significa o sustento, alimentação cotidiana,clássica.
Na Roma antiga, o leite de vaca era incluído nos sacrifícios fúnebres e nas oferendas aos deuses.
O leite das burras animava crianças doentes e os tuberculosos, crença mantida nos sertões do nosso país.
O sertanejo vivia no meio das vacas, mas não bebia o leite a não ser o da cabra e burras.
O comportamento à mesa também apresenta certas particularidades.
Os orientais não admitem a possibilidade de comer na mesma sala com um inimigo e servem-se em silêncio.
Nas refeições do velho sertão brasileiro, reza-se antes e depois de comer.
O PAPEL DA CULTURA NA ALIMENTAÇÃO
O que se come, quando, com quem, por que, é determinado culturalmente, transformando o alimento (substancia nutritiva) em comida.
 Comida de criança 
 Comida de festas 
 Comida de domingo
Um outro aspecto do papel da cultura na alimentação está a formação do gosto. 
INFLUÊNCIA NA ALIMENTAÇÃO BRASILEIRA
 A cozinha brasileira tem por base a cozinha portuguesa, com outras duas grandes influências: a indígena e a africana. Mas houve inúmeras variações, desde os ingredientes a nomes e combinações, como pode ser visto, por exemplo, no caso do cozido, que em Portugal é riquíssimo em derivados de porco e, no Brasil, farto em legumes e carne de vaca.
A CONTRIBUIÇÃO INDÍGENA
Nossos índios viviam às custas da natureza, coletando plantas, animais da terra, do mar ou dos rios.
Os homens caçavam e pescavam e as mulheres realizavam as atividades coletoras e os trabalhos agrícolas. Além disso, os homens assavam e as mulheres cozinhavam, e, justamente pela necessidade de equipamento para a realização de suas atividades, foram “elas” as inventoras da cerâmica, das vasilhas, panelas de barro, pratos...
Usava o mel de abelhas, que existia em abundância em nossas matas.
O sal era retirado da vegetação e não da água do mar.
Os alimentos mais importantes para os índios eram produzidos pela terra, como: raízes, folhas, legumes e frutos. 
O indígena não tinha provisão de água nas ocas. Quando tinha sede, bebia fora, direto da fonte. 
EXEMPLO DA CONTRIBUIÇÃO INDÍGENA
A contribuição dos costumes indígenas na alimentação atual é, sem
dúvida, imensa.Citamos alguns exemplos:
O uso da mandioca na produção dos mais variados alimentos: tapioca, farinhas....
Refresco de guaraná. Os aborígenes costumavam tomar essa bebida para ter disposição para caçar. Acreditavam também que o guaraná curava febres, dores de cabeça e cãibras. O seu efeito diurético já era conhecido. 
A paçoca, alimento preparado com carne assada e farinha de mandioca esmagados numa espécie de pilão. 
O hábito de comer camarão, lagosta e caranguejo com molho seco de pimenta. Tal costume foi herdado tanto dos índios quanto dos africanos.
A moqueca: Para os índios referia-se unicamente ao modo de preparo dos peixes, feitos então no moquém (utensílio para cozinhar peixe). Hoje em dia, tem grande variedade de ingredientes, seja no tipo de molho, tempero ou carne utilizada.
O caruru, um prato à base de vegetais como o quiabo, mostarda ou taioba, que acompanha os mais diferentes tipos de carne, como peixe, cozidos, charque, galinha, siri etc.
Mingau, pirão, beiju, pimenta (amarela e vermelha).
A comida indígena permaneceu relativamente fiel aos padrões
da própria elaboração das farinhas, assados de carne e peixe, bebidas de frutas.
A CONTRIBUIÇÃO DOS PORTUGUESES
 
 Alho, cebola, cominho, coentro e gengibre são heranças das primeiras hortas lusitanas em terras tupiniquins. A fruta de conde e a mangueira.
 Trouxeram muitos doces a base de ovos.
 Nos primeiros tempos, houve, fartura. Mas essa fartura durou pouco por dois motivos: o aumento da população e o advento da monocultura da cana de açúcar. 
 A cultura desse produto estimulou a produção de doces e de cachaça e essa bebida passou a fazer estragos sobretudo entre as populações, prejudicando a saúde dos antigos habitantes de nossa terra.
 É nessa época que começa a haver deficiência de vitaminas, principalmente da vitamina A, no Brasil.
 A situação se agrava quando os bandeirantes descobrem as minas de ouro. Todos queriam garimpar. Ninguém plantava. No meio de tanto ouro, morria-se de fome.
Quem tinha alimentos para vender enriquecia facilmente.
É o começo da história da fome e da exploração no país...
 Os portugueses também trouxeram as festas tradicionais – Páscoa, São João, Natal com seus cantos, danças e comidas típicas. Trouxe o pão, feito com quase todos os cereais: cevada, centeio, aveia e principalmente trigo. Vieram ainda novas frutas: uva, figo, maçã, marmelo, pêssego, romã, cidra, tâmaras, melão, melancia.
 O prato mais gloriosamente nacional do país, a feijoada completa, é um modelo do cozido português com feijão e carne seca.
Valorizaram o uso do sal e revelaram o açúcar. 
Os sertanejos já acusavam o sal de fazer mal aos rins.
 Os nativos e os africanos não usavam óleos vegetais e muito menos gorduras animais para preparar os alimentos. Não conheciam a fritura. Outra revelação portuguesa.
A CONTRIBUIÇÃO DOS 
AFRICANOS
Os negros faziam farinha, já conhecida pelos brasileiros. Comiam o milho sempre cozido, em forma de papa, angu ou fervido com leite de vaca, em preparo semelhante ao atual mungunzá.
A bananafoi herança africana no século XVI e tornou-se inseparável das plantações brasileiras. Nenhuma fruta teve popularidade tão decisiva, juntamente com o amendoim. A banana foi a maior contribuição africana para a alimentação do Brasil, em quantidade, distribuição e consumo.
Da África vieram ainda a jaca, a cana de açúcar.
O coqueiro e o leite de coco, também vieram do continente africano, bem como o azeite de dendê.
A população negra que vivia no Brasil plantou inúmeros vegetais que logo se tornaram populares, tais como: quiabo, caruru, inhame, erva-doce, gengibre, açafrão, gergelim, amendoim e melancia.
Os negros trouxeram para o país a pimenta malagueta.
Quanto às carnes, o único animal africano que continua colaborando no cardápio brasileiro é a galinha-d’angola.
AS INFLUÊNCIAS ATUAIS
Nas últimas três décadas, ocorreram importantes mudanças nos hábitos alimentares dos brasileiros: redução no consumo do arroz, feijão e farinha de trigo; maior consumo de carnes em geral, ovos, laticínios e açúcar; substituição da gordura animal por óleos vegetais, manteiga por margarina e aumento nos gastos com alimentos industrializados.
Alimentos congelados e pré-cozidos, drive-thru, fast-food, delivery, e
self-service traduzem a importação do novo estilo do padrão
alimentar brasileiro.
A orientação e educação alimentar, através dos modernos meios de
comunicação, aliadas à preservação dos bons hábitos alimentares e
de salários compatíveis com o direito de alimentar, são fundamentais
para se vencer a luta contra a má nutrição do brasileiro.
CULTURA E SOCIEDADE
 Prof Maria Cecília Santos
COMUNIDADE
 “É um conjunto de pessoas que se organizam sob as mesmas normas e geralmente vivem no mesmo local, sob o mesmo governo ou compartilham do mesmo legado cultural e histórico.”
O que caracteriza as comunidades?
 Em seu modelo ideal, a comunidade é definida por Robert Redfield como sendo:
 Um agrupamento distinto de outros agrupamentos humanos, sendo “visível onde uma comunidade começa e onde ela acaba”.
 Pequena, a ponto de seus limites estarem sempre ao alcance da visão daqueles que a integram;
 Autossuficiente, “de modo que atenda a todas às necessidades e ofereça as atividades necessárias para as pessoas que fazem parte dela.” Independente dos que estão de fora.
SOCIEDADE
 Sociedade é o agrupamento de indivíduos entre os quais se estabelecem relações econômicas, políticas e culturais.
 Numa sociedade existe unidade de língua e cultura e seus membros obedecem a leis, costumes e tradições comuns, unidos por objetivos que interessam ao conjunto ou às classes que nele predominam. 
 Ao falarmos que uma sociedade se define por sua diversidade e dinâmica. Estabelecemos que os indivíduos que a constituem, compartilham um conjunto de regras normativas e de valores específicos. 
 Estabelecemos que uma sociedade é constituída de forma impessoal entre os que a integram e que, salvo exceções, privilegiarão suas vontades individuais.
GASTRO - ANOMIA
 As sociedades têm códigos complexos e elaborados sobre a comida e sobre o ato de comer: maneiras à mesa, culinárias, regras sobre os pratos, o que pedir primeiro, o que pedir como prato principal, o que pedir como sobremesa, como comer, o que combina com o que, o que não combina com o que, o que beber, etc. Há regras e leis implícitas em todas as culturas sobre o que alguém deve ou não comer. 
 As pessoas se sentem desconfortáveis e cheias de medos e conflitos sobre o que deveriam comer e como deveriam comer; isso de algum modo é uma forma de gastro-anomia.
 Diante de tantas informações sobre como se alimentar, as pessoas não sabem mais o que comer...
 “Nunca soubemos tanto sobre os efeitos da alimentação sobre o corpo e, curiosamente, nunca tivemos tantos problemas de saúde relacionados a ela”.
 Já não se sabe, o que se deve e o que não se deve comer. As opiniões fragmentadas já não formam um todo solidário. Para este estado de ausência de regras concernentes à alimentação, Claude Fischler recorreu ao conceito durkheimiano de anomia e criou o neologismo gastro-anomia.

Outros materiais