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ANTIDEPRESSIVOS Samara Siqueira Emerich R1 Neurologia Principais Indicações na Prática Clínica ★ A depressão é um problema frequente ★ A depressão é mais frequente em mulheres ★ A depressão é um transtorno crônico e recorrente ★ A depressão é um transtorno incapacitante A prevalência anual na população geral varia de 3 a 11% 80% dos pacientes terão um segundo episódio ao longo da vida.Anos 90: 4ª causa de incapacidade. 2020: 2ª causa em países desenvolvidos e 1ª causa em países em desenvolvimento. Quando usar antidepressivos? Uma vez excluídos problemas médicos, ou problemas de natureza psicológica ou interpessoal, e estabelecido o diagnóstico de transtorno do humor (depressão maior, distmia, transtorno bipolar, etc.), pelos critérios do DSM-V ou da CID X, pode-se pensar em iniciar o tratamento farmacológico. Critérios Diagnósticos - Transtorno Depressivo Maior (DSM-V) Apresentar cinco dos seguintes sintomas, sendo que, obrigatoriamente, o sintoma 1 OU 2 deve(m) estar presente(s): 1. Humor deprimido na maior parte do dias; 2. Interesse ou prazer marcadamente diminuídos em relação a todas ou quase todas as atividades; 3. Perda ou ganho de peso significativo; 4. Insônia ou sono excessivo quase todos os dias; 5. Agitação ou lentidão psicomotora quase todos os dias; 6. Fadiga ou perda de energia quase todos os dias; 7. Sentir-se sem valor ou com culpa excessiva; 8. Habilidade reduzida de pensar ou se concentrar; 9. Pensamentos recorrentes sobre morte, pensamentos suicidas sem um plano, tentativa de suicídio ou plano para cometer suicídio. Critérios Diagnósticos - Transtorno Depressivo Maior (CID10) 1. Humor deprimido 2. Sentimentos de Culpa 3. Suicídio 4. Insônia Inicial 5. Insônia Intermediária 6. Insônia Tardia 7. Trabalho e atividades 8. Retardo 9. Agitação 10. Ansiedade Psíquica 11. Ansiedade Somática 12. Sintomas Somáticos Gastrointestinais 13. Sintomas Somáticos em Geral 14. Sintomas Genitais 15. Hipocondria 16. Perda de Peso 17. Consciência da doença 18. Variação Diurna 19. Despersonalização e Desrealização 20. Sintomas Paranóides 21. Sintomas obsessivos-compulsivos Escala de Hamilton (HAM) 7-17 pontos: Depressão Leve 18-24 pontos: Depressão Moderada 25 ou mais pontos: Depressão Grave FISIOPATOLOGIA Vamos aos Antidepressivos... CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS Inibidores da Monoaminoxidase (IMAO) ★ Não Seletivos e Irreversíveis: iproniazida, isocarboxazida, tranilcipromina, selegilina, fenelzina ★ Seletivos e Irreversíveis: clorgilina (MAO-A) ★ Seletivos e reversíveis: brofaromina, moclobemida, toloxatona, befloxatona Inibidores não Seletivos da Recaptura de Monoaminas (ADTs) ★ Inibição Mista da recaptura de 5-HT/NE: Imipramina, desimipramina, clomipramina, amitriptilina, nortriptilina, doxepina, maprotilina Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS): ★ Fluoxetina, paroxetina, sertralina, citalopram, fluvoxamina 5-HT: serotonina; NE: noradrenalina; DA: dopamina CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIDEPRESSIVOS Inibidores Seletivos da Recaptação de 5-HT/NE (ISRSN) ★ Venlafaxina, Duloxetina Inibidores da Recaptação de 5-HT e antagonistas ALFA-2 (IRSA) ★ Nefazodona, Trazodona Estimulantes da Recaptação de 5-HT (ERS) ★ Tianeptina Inibidores Seletivos de Recaptura da NE (ISRN) ★ Riboxetina, Viloxazina Inibidores Seletivos da Recaptação da DA (ISRD): ★ Amineptina, bupropiona, minaprina Antagonistas de Alfa-2 Adrenorreceptores ★ Misanserina, Mirtazapina 5-HT: serotonina; NE: noradrenalina; DA: dopamina Inibidores da Monoaminoxidase (IMAO) Mecanismo de Ação: Inibição da MAO - degradação de 5-HT, NE e DA. ★ MAO-A: metaboliza 5-HT e NE ★ MAO-B: degrada DA Classe mais antiga (década de 50) Uso reservado para casos resistentes à fármacos mais seguros. Apresentam latência para Início de ação: 7 a 10 dias (até 4 a 8 semanas) Inibidores da Monoaminoxidase (IMAO) Efeitos Colaterais: ★ Hipotensão Ortostática e síncope (50%) ★ Efeitos anticolinérgicos (boca seca, constipação, visão turva, retençaõ urinária) ★ Taquicardia ★ Disfunção sexual ★ Edema periférico ★ “Reação do Queijo”- Crise hipertensiva Inibidores da Monoaminoxidase (IMAO) Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Descobertos na década de 60 Mecanismo de Ação: ★ Pré-Sináptico: bloqueio da recaptação de 5-HT, NE, em menor proporção DA ★ Pós-Sináptico: bloqueio de receptores colinérgicos, muscarínicos e histaminérgicos → Efeitos Adversos Apresentam latência para início de ação: 2 a 6 semanas Lipofílicos: concentram-se principalmente no miocárdio e em tecidos cerebrais Antidepressivos Tricíclicos (ADTs) Efeitos Colaterais: ★ Cardiovasculares: aumento da FC, achatamento da onda T, prolongamento do intervalo PR, aumento do complexo QRS. Hipotensão postural. ★ Neurológicos: tremores das mãos, sedação, latência para lembrar, mioclonias, hiperestimulação paradoxal, estados confusionais Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS) Mecanismo de Ação (óbvio!): ★ não exercem ação sobre as catecolaminas (NA e DA) ★ pouca ação anticolinérgica, 1-adrenérgica e histaminérgica Metabolizados pelo Fígado - citocromo P-450 (comprometem o metabolismo de muitas drogas) Remissão completa dos sintomas é mais frequente do que con tricíclicos Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (IRSR) Efeitos Colaterais: ★ Gastrointestinais (náuseas, vômitos, dor abdominal, diarréia), Psiquiátricos (agitação, ansiedade, insônia, ciclagem para mania, nervosismo), alterações do sono, fadiga, efeitos neurológicos (tremores, sintomas extrapiramidais), perda ou ganho de peso, disfunções sexuais, reações dermatológicas. ★ Síndrome Serotoninérgica: intoxicações ou uso de substâncias serotoninérgicas associadas (ADT, IMAOs, ISRSs, lítio) Inibidores Seletivos da Recaptação de 5-HT/NA (ISRSN) Venlafaxina: ★ Potente inibidor da recaptação de 5-HT e de NA, com baixa atividade sobre DA. ★ Rapidamente absorvida; biodisponibilidade de 45%. Metabolização hepática. ★ Efeitos Colaterais: cefaléia, xerostomia, sonolência, náuseas, constipação, ataxia, turvação visual, dispepsia, fraqueza. Duloxetina: ★ Inibe recaptação de 5-HT e de NA ★ Extensivamente metabolizada no fígado - contra-indicada para hepatopatas ★ Efeitos Colaterais: anticolinérgicos (náuseas, constipação, xerostomia), prurido, diarréia, disfunção sexual e alterações do sono NAFAZODONA: ★ Inibe a captação neuronal de 5-HT e NA. Antagonista de receptores 5-HT2 e α1-adrenérgicos. ★ Associada a hepatotoxicidade ★ Efeitos Colaterais: náuseas, tontura, sonolência, cefaléia. Dose-dependente: hipertensão, sudorese e tremores. TRAZODONA: ★ Inibe recaptação de 5-HT, e antagoniza receptores 5-HT2, α1-adrenérgicos e histaminérgicos (efeito sedativo). ★ alta ligação protéica, hidroxilação hepática. Eliminação renal e biliar. ★ Efeitos Colaterais: sedação, hipotensão ortostática, tonturas, cefaléias, náuseas, xerostomia e priapismo. Inibidores da Recaptação de Serotonina e Antagonista Alfa 2(IRSAs) Inibidor Seletivo da Recaptação de Norepinefrina (ISRN) REBOXETINA ★ Inibe a Recaptação de NA, com atividade antagonista α2. ★ Metabolização hepática, mas NÃO interage com enzimas do sistema citocromo P450. ★ Efetiva no tratamento de alterações cognitivas e no funcionamento psicossocial ★ Efeitos Colaterais: Taquicardia, impotência, hesitação ou retenção urinária, insônia, sudorese excessiva, constipação, xerostomia. Inibidor Seletivo da Recaptação de Dopamina (ISRD) BUPROPIONA: ★ Atividade noradrenérgica e dopaminérgica, sendo fraco inibidor da recaptação da DA. ★Efeitos colaterais: menor potencial de indução de efeitos colaterais. Incluem agitação, ansiedade, rash cutâneo, diminuição do apetite, xerostomia e constipação. ★ diminui o limiar convulsivo. Não está associada a disfunções sexuais ou sedação Antidepressivo Noradrenérgico e específico Serotoninérgico (ANES) MIRTAZAPINA ★ Antagonista de receptores α2-adrenérgicos pré-sinápticos, e receptores 5-HT2 e 5HT-3 pós-sináptico. ★ Afinidade por receptores histamínicos H1 - efeito sedativo e aumento de apetite com aumento de peso ★ Efeitos colaterais: tem boa tolerabilidade. Pode causar sedação excessica, ganho de peso, xerostomia, edema, constipação, dispnéia. Farmacoterapia da Depressão Maior 1. Ensaio clínico com antidepressivo de primeira escolha 2. Aumento da dose 3. Troca por um antidepressivo de outra classe 4. Potencialização do antidepressivo ou combinações de antidepressivos 5. Uso de Inibidores da Monoaminoxidase (IMAO) 6. Eletroconvulsoterapia (ECT) Fase Aguda: ★ 4 a 8 semanas ★ Diminuir ou Eliminar os Sintomas Fase de Continuação: ★ 4 a 6 meses ★ Manter as melhorias, evitando recaída Fase de Manutenção: ★ Evitar que novos episódios ocorram ★ Duração longa Fases do Tratamento Uso Racional dos Antidepressivos Tratamento Farmacológico da Fase Aguda Escolha do Medicamento: baseada em anamnese detalhada, aceitação pelo paciente, tolerância e custo. ★ Depressão leve (HAM<18): Abordagem psicoterápica inicial ★ Depressão moderada: 1ª escolha é ISRS ★ Depressão grave: Avaliar risco de suicídio ou outros riscos e consequentemente a necessidade ou não de internação. ○ Preferência pelo uso de ADTs como 1ª escolha Necessário 6-8 semanas para avaliar resposta Tratamento Farmacológico da Fase Aguda ★ 1º episódio depressivo: manter farmacoterapia por 12 a 18 meses ○ a redução de dose nessa fase está associada a recaídas ★ Se recorrente: manter medicação por períodos maiores, como 2 a 5 anos. Estratégia para Aumentar a Resposta ao Antidepressivo Estratégias para Aumentar a Resposta ao Antidepressivo 1. Aumentar a dose 2. Troca por antidepressivo de OUTRA classe a. se sintomas ATÌPICOS (hipersonia, hiperfagia, restividade do humor), a troca pode ser por IMAO 3. Potencialização do antidepressivo a. Adição de carbonato de Lítio b. Adição de triiodotironina (T3) em doses de 25-50mcg/dia c. Adição de metilfenidato (Ritalina) 20 a 60mg/dia d. Adição de pindolol e. Carbamazepina, Lamotrigina f. Privação do sono 1. Aumentar a dose 2. Troca por antidepressivo de OUTRA classe 3. Potencialização do antidepressivo 4. Combinações de Antidepressivos 5. Uso de IMAO: a. cuidados em relação a alimentação b. período de “wash-out” 6. Eletroconvulsoterapia ALGORITMO PARA DEPRESSÃO MAIOR LEVE A MODERADA LEVE MODERADA BDZ ou psicoterapia Não responde ISRS Responde Manutenção Não responde Troca de classe de AD Potencializa com Li ou T3 ou combinações de AD IMAOECT Resposta Parcial Aumentar a dose Responde Manutenção ALGORITMO PARA DEPRESSÃO MAIOR GRAVE GRAVEECT TCA,venlafaxina, mirtazapina ou ISRS (?) Responde Manutenção Não responde Troca de classe de AD Potencializa com Li ou T3 ou combinações de ADIMAOECT Resposta Parcial Aumentar a dose Responde Manutenção Acrescentar Antipsicóticos Resposta Parcial ou Não responde Se risco de vida Se sintomas psicóticos OUTRAS INDICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANTIDEPRESSIVOS TRANSTORNO DE ANSIEDADE Diversos ISRS e IRSNs foram aprovados para os Transtornos de Ansiedade Maior, inclusive TEPT, TOC, Transtorno de Ansiedade Social, TAG e Transtorno do Pânico. Não estão associados ao risco de dependência e tolerância quando usados a longo prazo, como é o caso dos benzodiazepínicos. DISTÚRBIOS DA DOR Os ADTs têm sido usados no tratamento de condições neuropáticas e outras condições de dor desde a década de 1960. 2010: Duloxetina para dor muscular e articular crônica. OUTRAS INDICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANTIDEPRESSIVOS TRANSTORNO DISFÓRICO MENSTRUAL Afeta cerca 5% das mulheres em idade fértil: irrtitabilidade, humor depressivo, insônia, fadiga e uma variedade de outros sinais físicos. Os ISRSs (Fluoxetina e Sertralina) podem ser utilizados continuamente ou nas duas semanas finais do ciclo menstrual. ABANDONO DO TABAGISMO 1997: Bupropiona foi aprovada para tratamento do tabagismo. Menos sintomas de humor e menos ganho de peso durante abstinência de nicotina. OUTRAS INDICAÇÕES CLÍNICAS DOS ANTIDEPRESSIVOS TRANSTORNO ALIMENTARES 1996: Fluoxetina foi aprovada para o tratamento da bulimia. Mas o principal tratamento consiste em psicoterapia. Não são úteis no tratamento da anorexia Bupropiona pode ter algum benefício no tratamento da obesidade. OUTROS USOS ADTs: enurese em crianças e úlcera péptica Duloxetina: incontinência urinária por estresse Antidepressivos serotoninérgicos: sintomas vasomotores da perimenopausa Revista Brasileira de Psiquiatria. 2018;40:325–334 DEPRESSÃO PÓS-AVC (PSD) ★ 2014: INCIDÊNCIA DE PSD - 31% SINTOMAS DEPRESSIVOS PÓS AVC (PSDS) TRANSTORNO DEPRESSIVO PÓS AVC (PSDD) ★ PSD ★ FATORES DE RISCO: idade, sexo, etnia, nível de escolaridade, fatores psicossociais (incapacidade para o trabalho, falta de apoio da família, ceticismo pré-mórbido), fatores genéticos, história familiar de depressão, anormalidades neuroanatômicas ★ ANAMNESE: rastrear sintomas depressivos na fase aguda do AVC ★ História Anterior ★ História Pessoal e Familiar ★ Nível Funcional após AVC - NIHSS, mRS, BI (Barthel Index) ★ Sintomas Depressivos AVALIAÇÃO CLÍNICA PHQ-9 DIAGNÓSTICO DE PSD DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE PSD 1. Apatia pós-AVC: humor neutro, falta de contato visual, desinibição, declínio da função cognitiva e comportamentos motores aberrantes. 2. Ansiedade Pós-AVC (PSA): ocorre na fase crônica do AVC, com sintomas de medo, tensão, preocupação, irritabilidade e inquietação. 3. Fadiga Pós-AVC (PSF): sensação subjetiva de cansaço físico ou mental e falta de energia independente do exercício ou atividade anterior. 4. Transtorno Psicótico Pós-AVC (PSPD): É um complexo de muitos sintomas, incluindo alucinações, delírios e delírios, que dificultam o resultado funcional e a qualidade de vida TRATAMENTO DE PSD 1. Medicamentoso: antidepressivos - considerar que são geralmente idosos, e avaliar tolerância e efeitos colaterais a. Paroxetina: eficácia de 93,1% 2. Fisioterapia: Estimulação magnética transcraniana (rTMS), Eletroconvulsoterapia (ECT) 3. Psicoterapia Referências Bibliográficas Antidepressivos no Transtorno Depressivo Maior em Adultos. Boletim Brasileiro de Avaliação de Tecnologias em Saúde. 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