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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE ANÁLISES CLÍNICAS E TOXICOLÓGICAS FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM DISCIPLINA DE BIOQUÍMICA CLÍNICA II Maria Goretti Rodrigues de Queiroz Thamires Maria Fontenele Morais Metabolismo dos carboidratos e avaliação laboratorial Thamires Maria Fontenele Morais Fortaleza, Ce 2015 Classificação Exemplos Glicose, frutose e galactose Nº de átomos de C Monossacarídeos Glicose, frutose e galactose (6 C) Maltose, sacarose, lactose Amido, glicogênio Monossacarídeos (3 a 9 C) Oligossacarídeos (2 a 10 monossacarídeos) Polissacarídeos (+ de 10 monossacarídeos) Dieta: amido, sacarose e lactose Absorção: intestino delgado Oligo e Polissacarídeos sofrem hidrólise Metabolismo Glicogênese Glicogenólise Glicólise Gliconeogênese Glucagon Insulina G LG L I C O S E G L I C O S E Insulina SINTETIZADA NAS CÉLULAS β- PANCREÁTICAS Diabetes mellitus GRUPO HETEROGÊNEO DE DISTÚRBIOS METABÓLICOS QUE APRESENTAAPRESENTA EM COMUM A HIPERGLICEMIAHIPERGLICEMIA Defeito na ação da insulina Defeito na secreção da insulina Classes Clínicas Diabetes Mellitus Tipo 1 Diabetes Mellitus Tipo 2Tipo 1 Tipo 2 Diabetes Mellitus Gestacional Tipos específicos de Diabetes Mellitus Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) Doença metabólica autoimune* Caráter multifatorialCaráter multifatorial Incidência: crianças, adolescentes e adultos jovens Presente em 5 a 10% dos casos Diabetes mellitus tipo 1 (DM1) Destruição das células β pancreáticas Deficiência de insulina Hiperglicemiacélulas β pancreáticas insulina Hiperglicemia Imunomediada Idiopática Os principais autoanticorpos Anti-insulina (IAA) Anti-ilhota pancreática Antidescarboxilase do ácido glutâmico Anti-insulina (IAA) pancreática (ICA512) do ácido glutâmico (anti-GAD) Antitirosina fosfatase (IA2) Antitransportador do Zinco Diagnóstico clínico Poliúria Polidpsia EmagrecimentoPoliúria Polidpsia Emagrecimento Desidratação Polifagia Irritabilidade Descompensação em cetoacidose!!! Complicações tardias da DM Neuropatia Nefropatia Macroangiopatia Retinopatia Complicação: Cetoacidose diabética Quadro de grande gravidade Causa importante de morbi mortalidade Glicemia > 200 mg/dL, com pH < 7,3 e/ou bicarbonato < 15 mEq/L, cetonemia e cetonúria Lipólise Excesso de acetil-CoA Formação dos corpos cetônicos Acetoacetato Acetona β- hidroxibutírico Diminuem o pH Acidose Gravidade de acordo com o grau de acidose pH normal: 7,35-7,45 Bicarbonato normal: 21 a 27 mEq/L Leve • pH 7,2-7,3 • Bicarbonato 10-15 mEq/L Moderada • pH 7,1-7,2 • Bicarbonato 5-10 mEq/L Grave • pH < 7,1 • Bicarbonato < 5 mEq/L Terapêutica Insulina Alimentação Atividade Física Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) Cerca de 90% dos casos Paciente com sobrepeso ou obesidadePaciente com sobrepeso ou obesidade Incidência > 40 anos. Qualquer idade História familiar Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) Defeito na ação Defeito na secreçãoação secreção Resistência a insulina Dimuição da função das células β Diabetes mellitus Gestacional Trata-se de qualquer intolerância à glicose, de magnitude variável, com iníciode magnitude variável, com início ou diagnóstico durante a gestação. Diabetes mellitus Gestacional Ocorre entre 1 a 14% das gestantes. Brasil 7% Aumenta a morbi e mortalidade perinatais Maioria dos casos há reversão Risco de desenvolvimento de DM 5 a 16 anos após o parto Fatores de risco DM Gestacional Idade> 25 anos Obesidade História familiaranos familiar Baixa estatura Tabagismo Síndrome do ovário policístico Observação Após 4 a 6 Reavaliar Após 4 a 6 semanas do parto Reavaliar situação Reclassificação Tipos específicos DM Defeitos genéticos das células beta Defeitos genéticos na ação da insulinacélulas beta ação da insulina Doenças do pâncreas exócrino Outras condições TESTES LABORATORIAS Hb-glicada MicroalbuminúriaFrutosamina TESTES LABORATORIAS Peptídeo C e AC Glicose TOTG Testes laboratoriais Aleatória Glicemia jejum Diagnóstico Glicemia Pós- prandial Jejum Capilar Glicemia aleatória TOTG HIPERGLICEMIA Métodos para diagnóstico DM TESTE CRITÉRIO Glicemia jejum Jejum de no mínimo 8-10 h. Soro ou plasma fluoretado > 126 mg/dL Teste oral de tolerância a glicose (TOTG) Jejum de 8h. Ingestão de 75 g de glicose (300 mL) no máximo em 5 min > 200 mg/dL Glicemia casual/aleatória Realizado em qualquer hora do dia, sem observar horário da última refeição > 200 mg/dL (com sintomas clássicos: poliúria, polidipsia, perda de peso inexplicada) Categorias de risco para desenvolvimento de DM Glicemia >jejum (>100) Glicemia >140 mg/dL Glicemia < critério de diagnóstico de DM (<126) GLICEMIA DE JEJUM ALTERADA Glicemia < 200 mg/dL TOLERÂNCIA DIMINUÍDA A GLICOSE Teste tolerância a glicose oral (TTGO) 1ª COLETA Glicemia de jejum SOBRECARGA DE GLICOSE -1,75 g/ kg 2ª COLETA Glicemia pós- sobrecarga 2h jejum -1,75 g/ kg - Max 75 g 5 min sobrecarga Instruções TOTG Período de jejum entre 8-10 horas Ingestõo de pelo menos 150 g de glicídios nos três dias anteriores ao teste Atividade física normal Comunicar a presença de infecções Comunicar a ingestão de medicamentos ou inatividade Diagnóstico laboratorial DM 1 Níveis diminuídos de peptídeo C Presença de marcadores de autoimunidade peptídeo C autoimunidade Esses anticorpos podem estar presentes meses ou anos antes do diagnóstico clínico e em até 90% dos indivíduos quando se detecta hiperglicemia Diagnóstico da DM Gestacional Início da gestação Glicemia de jejum 24 a 28ª semana TOTG > 126 mg/dL DM pré-gestacional ≥ 92 mg/ dL e < 126 mg/dL DMG Diretrizes SBD 2013-2014 Hemoglobina glicada Hemoglobina glicosilada Glicação não enzimática irreversível do terminal valina da cadeia β da Hb A1cHbA1c Proporcional à concentração plasmática da glicose Tipo de amostra: sangue total (EDTA) Não há necessidade de jejum Hemoglobina glicada TESTE DE MONITORAMENTO DO CONTROLE GLICÊMICO Reflete a glicemia no período de 3 a 4 meses Situação Valor de referência Paciente não diabéticos 4,0 – 5,9% Revisão do esquema terapêutico > 6,5 ou 7,0 de 3 a 4 meses Hemoglobina glicada Periodicidade •Pelo 2 vezes ao ano•Pelo 2 vezes ao ano •4 vezes ao ano em pacientes que mudaram o esquema terapêutico ou não atingiram os objetivos do tratamento Hemoglobina glicada Problemas Hemoglobinopatias Anemias hemolíticas Anemias ferropriva Hemorragias Frutosamina Nome dado à todas as proteínas glicadas, excetuando-se a hemoglobina Resultante da interação da glicose plasmática com a lisina presente na albumina e outras proteínas Reflete a glicemia no período de 2 a 3 semanas Frutosamina Reflete o controle glicêmico a curto prazo Não é facilmente disponível na prática clínica Recomendado em situações em que Hb não é um bom parâmetro Sensível a variações nos teores de proteínas séricas Microalbuminúria Corresponde a excreção de pequenas quantidades de albumina na urina Representa estágio inicial da nefropatia diabética Amostra: urina de 12 ou 24h Nefropatiadiabética Perda parcial da carga negativa do Dano glomerular Extravasamento de pequena quantidade de carga negativa do glomérulo Dano glomerular quantidade de albumina Microalbuminúria Valor de referência Normal < 30 mg/24h Microalbuminúria 30-300 mg/24h Proteinúria > 300 mg/24h Caso clínico 1 • CRIANÇA NASCIDA DE MÃE MALNUTRIDA PODE TER HIPOGLICEMIA Uma bebê nasceu após 39 semanas de gestação de mãe jovem malnutrida. A criança também era magra e fraca ao nascimento e, dentro de 1 hora após o parto, mostrava sinais de sofrimento, incluindo batimentos cardíacos esofrimento, incluindo batimentos cardíacos e respiração rápidos. Sua glicose sanguínea era de 127 mg/dL ao nascimento e declinou rapidamente para 63 mg/dL após 1 h, quando ela se tornou irresponsiva e comatosa. Sua condição foi marcadamente melhorada pela infusão de uma solução de glicose, seguida por dieta rica em carboidrato. Ela melhorou gradualmente ao longo das duas semanas.. Comentário Durante o desenvolvimento no útero, o feto obtém glicose exogenamente, através da circulação placentária. Entretanto, após o nascimento, a criança conta com a mobilização do glicogênio hepático e em seguida com a gliconeogênese para aem seguida com a gliconeogênese para a manutenção da glicose sanguínea. Devido ao estado de subnutrição da mãe, a criança nasceu com reservas hepáticas de glicogênio insignificantes. Assim, ela era incapaz de manter a homeostasia da glicose sanguínea no pós-parto e rapidamente entrou em hipoglicemia, iniciando uma resposta ao estresse. Comentário • Após sobreviver à hipoglicemia transiente, ela provavelmente ainda tinha falta de massa muscular adequada para fornecer um suprimento suficiente de aminoácidos para a gliconeogênese. A infusão de glicose, seguidagliconeogênese. A infusão de glicose, seguida por dieta rica em carboidratos, iria suplementar esses déficits, mas poderia não corrigir danos mais sérios devidos à má nutrição prolongada durante o desenvolvimento fetal. Caso clínico 2 • CRIANÇA GRANDE NASCIDA DE MÃE DIABÉTICA Um menino, nascido de mãe cronicamente hiperglicêmica e fracamente controlada, era grande e gordo (macrossômico) ao nascimento (5 kg), mas parecia normal. Ele enfraqueceu rapidamente, entretanto, e dentro de 1 hora kg), mas parecia normal. Ele enfraqueceu rapidamente, entretanto, e dentro de 1 hora mostrou todos os sintomas de hipoglicemia, similar ao caso do bebê nascido de mãe malnutrida. A diferença, nesse caso, era que o menino estava obviamente pesado, em vez de pequeno e malnutrido. Comentário • Essa criança experimentou um ambiente cronicamente hiperglicêmico durante o desenvolvimento uterino. Ela se adaptou através do aumento da produção de insulina endógena, que apresenta uma atividade semelhante ao hormônioapresenta uma atividade semelhante ao hormônio do crescimento, resultando em macrossomia. Ao nascimento, quando o aporte placentário de glicose cessou, apresentava concentração normal de glicose sanguínea e substancial provisão de glicogênio hepático. Comentário • Entretanto, a hiperinsulinemia crônica anterior ao nascimento provavelmente reprimiu as enzimas gliconeogênicas, e sua alta concentração sanguínea de insulina ao nascimento promoveu uma captação de glicose pelos músculos e pelo tecido adiposo. Na ausência de fonte materna de uma captação de glicose pelos músculos e pelo tecido adiposo. Na ausência de fonte materna de glicose, a hipoglicemia induzida pela insulina levou a uma resposta de estresse, que foi corrigida pela infusão de glicose. Após 1-2 dias, sua ampla massa corporal irá fornecer um bom reservatório para a síntese de glicose sanguínea a partir de proteína muscular. OBRIGADA!!!OBRIGADA!!!
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