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Metabolismo em Pacientes Cirurgicos Leonardo Maia Os principais componentes da dieta são: carboidratos, lipídios e proteínas 1g carboidrato= 3,4 Kcal 1g proteína = 4Kcal 1g gordura= 9Kcal A preferência depende do tecido hemácias e neurônios- glicose miócitos musculares e cardíaco- glicose e gordura enterócitos e linfócitos- podem metabolizar glutamina Metabolismo dos Carboidratos Fonte de energia Carboidratos simples (mono e dissacarídios) Carboidratos complexos (oligo e polissacarídeos) Metabolismo dos carboidratos Metabolismo dos carboidratos Após absorção intestinal, os produtos da digestão intestinal (glicose, frutose e galactose) são transportado para o fígado onde aproximadamente 90% da glicose venosa portal é removida pelos hepatócitos. Os carboidratos são armazenados na forma de glicogênio pelo fígado, músculo. Glicose e insulina ativam a glicogênio sintase, levando a formação de glicogênio (glicogênese) Glucagon e adrenalina inibem a glicogênio sintase e ativam a glicogênio fosforilase, levando a quebra do glicogênio (glicogenólise) Os suprimentos de glicogênio são esgotados após 48h de jejum Os níveis de glicose são mantidos pela conversão de aminoácidos (exceto lisina e leucina), glicerol (derivado da degradação dos triglicerídios) e lactato (produzido por glicólise anaeróbica). Processo chamado gliconeogênese. Metabolismo dos lipídios Importantes na estrutura, função celular, armazenamento de energia, formação de membranas biológicas e sinalização das células. Os triglicerídios da dieta necessitam ser emulsificados e hidrolizados em monoacilglicerol e ácidos graxos livres para passar pelas células epiteliais intestinais. O estômago cumpre duas funções importantes: secretar lipase gástrica (responsável pela digestão e absorção de 20% dos triglicerídios) e iniciar o processo de emulsificação. Metabolismo dos lipídios Metabolismo dos lipídios No estado pós-absorvente, o tecido adiposo libera ácidos graxos livres e glicerol para ser usado como energia. A ß-oxidação hepática dos ác. Graxos produz corpos cetônicos (acetoacetato e 3-hidroxibutirato) que podem ser usados como fonte de energia pelo músculo cardíaco, esquelético, cortex renal e, em casos extremos, pelo tecido cerebral. Metabolismo das proteínas As proteínas são essenciais para a estrutura e função de cada célula e participam da adesão, sinalização e imunogenicidade da célula. A síntese proteica humana necessita de 20 aminoácidos (aa) Vários tecidos compartilham funções regulatórias no metabolismo dos AA Os 3 AA de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina) são mal metabolizados pelo fígado e são degradados pelo músculo esquelético (produzindo alanina e glutamina) Metabolismo das proteínas Avaliação de necessidade calórica Determinação das necessidades nutricionais de pacientes gravemente enfermos é importante para evitar desnutrição ou reposição excessiva de calorias. Taxa Metabólica Basal (ou Gasto de Energia em Repouso) Equação de Harris-Benedict (estima a TMB fisiológica) Homens: TMB= 66,5+ (13,75 x Kg)+ (5,003 x cm)-(4,676 x idade) Mulheres: TMB= 655,1+ (9,563 x Kg)+ (1,850 x cm) – (4,676 x idade) Avaliação de necessidade calórica Multiplica-se o valor obtido por um fator de estresse: Pacienteventiladocomsepse 1,2 a 1,5 Cirurgiaeletivamenor 1,1 Cirurgiaeletivasignificativa 1,2 Traumaesquelético 1,35 Traumacraniano 1,6 Infecçãobranda 1,1 Infecçãomoderada 1,5 Infecçãograve 1,8 Queimaduras 1,2 a 1,95 Avaliação de necessidade calórica Calorimetria Indireta: avaliação do GER através dos volumes de gás expirado (necessita uma máscara facial ou conexão ao circuito de ventilação mecânica) Equação de Weir GER(em Kcal/dia)= 1,44 x (3,9VO₂[em mL/min]) +1,1VCO₂[em mL/min]) A calorimetria indireta também serve para adequar a alimentação através do cálculo do “Quociente Respiratório”(RQ) RQ= VCO₂/ VO₂ RQ entre 0,7 e 1,0= normal RQ abaixo de 0,7= alimentação deficitária, com captura de gordura RQ maior que 1,0= alimentação excessiva Equilíbrio do Nitrogênio Calculado para monitorar a ingestão proteica. Balanço negativo (excreção de nitrogênio maior que ingestão) indica decomposição muscular. Balanço positivo indica ganho muscular. Cálculo: BN= Ningerido – Nexcretado Ningerido= gramas de proteínas ingeridas/6,25 Nexcretado= Uréia(urina 24h)x 0,47x 1,2+ 4* *4 se evacuações normais 3 se constipação 5 se diarréia 8 se fístula Principios que orientam as vias de nutrição Uso da via oral se o TGI estiver totalmente funcional e não tiver contraindicações a via oral. Via enteral se não for previsto dieta oral e se não houver contraindicações do TGI. Em caso de contraindicação a via enteral usar a via parenteral dentro de 24 a 48h, em pacientes em que não haja previsão de tolerar a nutrição enteral total em 7 dias. Administrar pelo menos 20% dos requizitos calóricos e de proteínas por via enteral e o restante via parenteral. Manter NP até que o paciente possa tolerar 75% das calorias via enteral e NE até que possa tolerar 75% das calorias via oral. Nutrição Enteral Até 4 semanas, usar via tubos (nasogástrico, nasoduodenal ou nasojejunal) Após 4 semanas, gastrostomia ou jejunostomia A NE ajuda na manutenção estrutural e suporte funcional da mucosa intestinal, preservação do peristaltismo. Contraindicações à NE: íleo ou gastroparesia prolongados, obstrução intestinal, pseudo-obstrução aguda, enterocolite isquemica e outras causas de má-absorção. Complicações: náuseas, vômitos, epistaxe, sinusite, necrose nasal, broncoaspiração, mal-posicionamento do tubo, entupimento, deslocamento e diarréia associado a alimentação Nutrição Parenteral Infusão EV de nutrientes em forma elementar Caso seja necessário NP total, usar acesso venoso central. Acesso venoso periférico deve ser usado por curtos períodos e para soluções de osmolaridade menor. Para promover a integridade e a motilidade do intestino nos pacientes com NP, pequenos volumes de NE são incentivados (se possível) Cuidado com pacientes com ICC, doença pulmonar, diabetes e outros disturbios metabólicos (acidose e alcalose metabólica, hipernatremia, hipocalemia, azotemia, hipofosfatemia) Nutrição Parenteral Formulações: Soluções 2 em 1 (60 a 70% dextrose 10 a 20% AA) Soluções 3 em 1 (acrecido de 10 a 30% de lipídios) As formulações ainda contém eletrólitos, vitaminas, minerais e água estéril Necessidades mínimas de fluídos são de 25 a 35mL/Kg/dia Necessidade calórica diária: 25 a 30 Kcal/Kg/dia Necessidade proteica: 1,5g/Kg/dia Nutrição Parenteral Exemplo de cálculo de necessidade diária Paciente de 60Kg Total de Kcal= 30(Kcal/Kg/dia) x 60Kg= 1800Kcal Proteínas= 1,5(g/Kg/dia) x 60Kg= 90g proteinas Para NPT sem lipídios (2 em 1) Total de Kcal= 1800 Calorias de aminoácidos= 90 x 4(Kcal/g)= 360Kcal Calorias restantes= 1800-360= 1440Kcal compor a diferença com dextrose (carboidrato) 1440Kcal/3,4 (Kcal/g)= 423,5g de dextrose Para NPT com lipídios (3 em 1) Total de Kcal= 1800 Fornecer 20% das calorias como lipídios 1800 x 0,2= 360 Kcal 360Kcal/9 (Kcal/g)= 40g de lipídios Calorias dos AA= 90g x 4 (Kcal/g)= 360Kcal Calorias de carboidratos= 1800Kcal – 360Kcal( lipídios) – 360Kcal (AA)= 1080Kcal 1080Kcal/ 3,4(Kcal/g)= 317,6g de dextrose Nutrição Parenteral AA= 90g Dextrose= 317,6g Lipídios= 40g Solução de AA a 10%= 900ml Solução de dextrose 70%= 453,7ml Solução de lipídio a 20%= 200ml Volume total= 1553,7ml Concentração final (peso/ vol) são de 5,8% de AA, 20,4% de dextrose e 2,6% de lipídios. Nutrição Parenteral Fluidos e eletrólitos 30 a 40 mL/Kg/dia de fluidos 1 a 2 mEq/Kg/dia de Na e K 10 a 15 mEq/ de Ca 8 a 20 mEq de Mg 20 a 40 mmol de fosfato Nutrição Parenteral Complicações Pneumotórax Hematoma Infecções (bacteremia, endocardite) Lesões nos vasos Embolia gasosa Trombose
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