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ANATOMIA DE CABEÇA E PESCOÇO Prof. Marcelo Magalhães SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO É uma entidade fisiológica e funcional perfeitamente definida e integrada por um conjunto heterogêneo de órgãos e tecidos cuja biologia e fisiopatologia são absolutamente interdependentes. É um conjunto de estruturas bucais com funções comuns, ligado aos sistemas nervoso, circulatório, digestivo, respiratório e metabólico-endócrino. Tanto nos estados de saúde como nas enfermidades, o sistema estomatognático pode influir sobre o funcionamento de outros sistemas como o digestivo, respiratório, metabólico-endócrino. SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO CONSIDERADO SAUDÀVEL: 1.Ausência de doenças em todas as estruturas do sistema mastigatório. 2. Periodonto saudável. 3. ATMs estáveis. 4. Oclusão estável. 5. Dentes saudáveis. 6. Função confortável. 7. Estética otimizada. Os pacientes com alterações no sistema estomatognático podem apresentar persistente desconforto na face, cabeça, articulações temporomandibulares (ATMs) e pescoço, além de contrações, fadiga muscular e limitação dos movimentos mandibulares. SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO ESTRUTURAS ESTÁTICAS DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO: Servem de apoio para as estruturas dinâmicas ou ativas, entre as quais se destacam: Componentes ósseos: ossos temporais, esfenóide, maxila, mandíbula, hióide, demais ossos cranianos, coluna cervical, base do crânio e articulações (temporomandibular e da coluna vertebral Dentes (superfície oclusal) Periodonto (localizado entre a raiz do dente e a cortical alveolar) Mucosa (oral, lingual, nasal e faríngea) Tendões, aponeuroses e ligamentos SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO ESTRUTURAS DINÂMICAS DO SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO: As estruturas dinâmicas ou ativas desse sistema são representadas pelas unidades musculares: Faciais (bucinador, orbicular da boca, zigomáticos, retrator e levantador do ângulo da boca e mentual) Músculos da mastigação (temporal, masseter, pterigóideo medial e lateral Músculos da deglutição (incluindo os músculos do palato, os linguais, os supra-hióideos e infra-hióideos Faríngeos (constritores da faringe e o salpingofaríngeo) Palatinos (úvula, palatoglosso, palatofaríngelo, elevador e tensor do palato mole Cervicais (porção superior do trapézio, esternocleidomastoídeo, esplênios e escalenos) SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO FISIOLOGIA DAS FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS Sucção O bebê já nasce com o reflexo de sucção. Com o estímulo da sucção, há a presença de movimentos de elevação, abaixamento e póstero-anteriorização da mandíbula, que lhe servem como estímulo para o direcionamento de seu crescimento e conseqüentemente do crescimento côndilar. O mecanismo da mamada provoca impulsos de crescimento importantes para a mesialização da mandíbula e preparam as condições favoráveis para a fase seguinte do desenvolvimento, ou seja, o período eruptivo e a obtenção de uma oclusão correta. SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO FISIOLOGIA DAS FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS Mastigação A mastigação, ao contrário da sucção, é aprendida. Durante a mastigação vários grupos musculares contraem-se coordenadamente, sendo os mastigatórios os mais destacados, embora também sejam fundamentais os seus músculos auxiliares. As contrações musculares levam à posição rítmica dos dente por meio de sua superfície oclusal funcional. A mandíbula realiza movimentos de abertura, fechamento e rotação, coordenada e ritmicamente, solicitando assim, todos os músculos que atuam conjuntamente à ATM. Há uma grande variedade de hábitos mastigatórios, como a maneira de conduzir o alimento à boca, quantidade de alimento, voracidade que reflete nos gestos e na pressa com que se mastiga e engole os alimentos, eficácia da trituração entre outros, que podem trazer conseqüências tanto no âmbito social, como na própria saúde do indivíduo (como o já citado mal funcionamento gastrointestinal). SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO FISIOLOGIA DAS FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS Deglutição A deglutição tem por função conduzir o alimento ou a saliva da boca para o estômago, passando pela faringe e esôfago. Possui três fases: - Fase oral: estágio preparatório na qual "após a mastigação eficiente, o bolo alimentar deslocado para um canal transversal no dorso da língua - Fase faringolaríngea: trata-se de um estágio involuntário no qual os músculos suprahióideios, faríngeos, laríngeos e linguais se contraem. Alonga-se a faringe ao mesmo tempo que há a parada respiratória . Na passagem do bolo alimentar da cavidade bucal para faringe, ele atravessa o anel orofaríngeo que regula a passagem de partículas de grande tamanho que não foram satisfatoriamente trituradas na mastigação. - Fase esofágica: quando o bolo alimentar passa pelo esôfago, na altura da clavícula, relaxa-se o músculo milohioídeo, descendo o hióide. Voltando a laringe à sua posição original, abre-se a glote, desce o véu do palato, a língua retorna à sua posição de repouso, a mandíbula volta à sua posição postural e reinicia-se a respiração normal, que foi interrompida durante um segundo ou menos, na fase faringolaríngea SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO FISIOLOGIA DAS FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS Respiração A necessidade de oxigênio na vida é indiscutível. O ar entra pelo nariz, onde é aquecido, filtrado e umidificado. Passa pelas coanas (parte posterior da cavidade nasal), nasofaringe, orofaringe, laringe, traquéia e brônquios, até chegar aos pulmões (com contração dos músculos intercostais externos e diafragma), onde são efetivamente feitas as trocas gasosas. A respiração exerce função vital e participa da fonação. O processo respiratório é regulado pelas forças geradas pela contração muscular. Durante a inspiração os músculos respiratórios se contraem aumentando o volume da caixa torácica e, conseqüentemente, diminuindo a pressão intrapulmonar. A contração da musculatura inspiratória (principalmente o diafragma e intercostais externos) pode aumentar o volume da caixa torácica no sentido vertical, lateral e ântero-posterior . A função respiratória normal se faz por via nasal; quando ocorre obstrução nasal por fatores orgânicos, esta passa a se adaptar à nova condição, estabelecendo um padrão de respiração bucal ou mista SISTEMA ESTOMATOGNÁTICO FISIOLOGIA DAS FUNÇÕES ESTOMATOGNÁTICAS Fala O processo da fala se dá em quatro etapas: a) Inspiração do ar: inspira-se maior volume de ar que na respiração passiva; b) Fonação: durante o processo ativo da expiração, a corrente aérea que passa pela laringe é transformada em som (conversão de energia mecânica da corrente aérea em energia acústica); c) Articulação: movimentação ativa das estruturas que formam o trato vocal. Determina a estrutura fonética da fala (quais sons serão produzidos); d) Ressonância: modificação da energia acústica produzida na fala (reforço de algunssons e modulação de outros).