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Direito financeiro - parte 1

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Direito Financeiro
Prof.º Marco Antonio – 2018.1
Sobre o curso
. Matéria [CRFB/88, Título VI, Da Tributação e do Orçamento]: 
Direito Financeiro [CRFB/88, art. 165 a art. 169]
Os precatórios presentes no art. 100 também são parte do Direito Financeiro, apesar de estarem na parte dedicada ao Poder Judiciário.
Os art. 157/159 CF/88 (previsão de receitas próprias dos Estados e Municípios).
Direito tributário –[CRFB/88, art. 145 a art. 156]
. Recomendações de bibliografia:
Curso de Direito Financeiro e Tributário – Ricardo Lobo Torres
Curso de Direito Financeiro – Marcus Abraham
. Critério de avaliação: Prova. Discursiva. Respostas fundamentadas (as razões da resposta + direito positivo). Despontuação (tudo o que faltar na resposta implicará em desconto). Consulta liberada ao Vade Mecum. Conteúdo dado em sala de aula. Citar posicionamento do STF e do professor se divergentes. 
. O Estudo da matéria se dividirá em 2 semestres. No primeiro semestre será analisada a parte referente ao Direito Financeiro, ficando o relacionado ao Direito Tributário para o seguinte semestre. 
IMPORTANTE: LEVAR A CF/88, A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL, LEI 4320/64 ATUALIZADAS PARA AS AULAS.
Recomendações sobre a disciplina:
Aula de 18-20h. Não faz chamada, mas exige a presença ou ausência, que é determinante para o resultado da prova. 
Prova de 2ª chamada é direito do aluno. Se não pode vir, só pedir 2ª chamada. 
A VS não tem 2ª chamada
Todas as provas têm que ter vista de prova. Logo, haverá vista de prova.
Semana acadêmica não tem aula. 
É disciplina dogmática, logo, se trabalha com direito positivo. 
Começa a partir de 18h15.
Irá avaliar sobre a cobrança do conteúdo compartilhado no grupo do facebook. O conteúdo teórico que estará lá só será cobrado se falado em sala de aula. Ex.: acórdão STF. 
Critério de avaliação: 
É discursiva, com resposta fundamentada: justificação e direito positivo – constitucional ou infraconstitucional. Ex.: Segundo artigo 162, inciso I, alínea d, combinado com artigo 167... Fundamental de direito constitucional. Mas pode haver outro de direito positivo com norma infraconstitucional. 
Perguntas são formuladas com dificuldade relativa, por conta da linguagem mais formal. Não serão perguntas literais. Tem caráter interpretativo quando às questões. 
Conteúdo que foi falado em sala de aula, apenas. 
Prova é de despontuação. É preciso fazer nota grande para tirar zero. 
Com consulta. CRFB/88 atualizada. 
Lei 4320/64. Lei 101/2000 – Lei de responsabilidade fiscal. 
. Grupo do facebook. 2018.1 – DFT1
. Email: mmacedo@id.uff.br
Aula 1 - Introdução à matéria [13.03.2018]
Matéria [Financeiro e também CRFB/88, 165 e 169 e outros,como 100, 157-159] 
. O estudo do Direito Financeiro envolve a análise tanto do previsto nos art. 165/169, como também de outros dispositivos que não estão no Título VI da CF/88. O próprio art. 100, no tocante aos precatórios é parte da Disciplina do Direito Financeiro. Dessa forma podemos inferir a importância da interpretação sistemática para a adequada análise do Direito Financeiro. 
Nesse sentido cora importância o diálogo entre diferentes disciplinas como Constitucional Positivo, Direito Administrativo, Teoria da Constituição entre outras. Como exemplo podemos ressaltar a aproximação do Direito Tributário com o Direito Processual na relação do estabelecido na ideia de Competência. A competência que no direito processual estabelece qual o órgão adequado para o processamento de determinada causa, cobra importância no Direito Tributário pois nesse é muito importante distinguir as distintas competências da União, dos Estados, Municípios e do DF para o estabelecimento de tributos. Isso se deve ao fato do Estado estar organizado na forma Federal. A organização em Estado federal é matéria relativa ao Direito Constitucional Positivo, demonstrando a necessidade de conhecimento acerca de diferentes matérias do Direito.
. Tem raiz no Direito Constitucional, principalmente – no título VI “DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO.” 165-169 – Direito FINANCEIRO. Aqueles artigos correspondem a um subsistema financeiro. Exemplo de matéria de Direito Financeiro que não está nesses artigos, mas é matéria constitucional: Precatório – forma de o Estado é condenado a fazer pagamento de quantia certa, no art. 100 – artigo que teve muita emenda constitucional. [1: Isso porque ele entende a CRFB como um conjunto de subsistemas divididos em cada título.][2: Exemplo de EC que é declarada inconstitucional. EC3/03, a primeira ser declarada inconstitucional pelo STF, quanto ao ICPMF.]
. Deve utilizar o método sistemático – conhecer a constituição para fazer ligações necessárias para que os subsistemas da CRFB se intercomuniquem. Por isso, é necessário estudar temas da CRFB que foram anteriores. Para tributário, é muito importante competência: municipal, estadual, distrital, da União para instituir e cobrar tributo. Iremos trabalhar a questão de competência porque a forma de estado, no Brasil, é ser federal. Conclusão: a forma de estado ser federal é da material constitucional, e não tributário. 
Estudar Direito Constitucional
Outra matéria necessária é Administrativo. No Direito Tributário, por exemplo, temos tributo chamado TAXA. Dentro dessa espécie taxa, tem uma em razão do poder de polícia – Direito Administrativo. Logo, também é necessário estudar a matéria administrativa. Poder de polícia é constitucional, porque tem que ter lei. Mas é Administrativo porque o estado tem que aplicar a lei de poder de polícia. O Direito tributário, apenas pega o que já existe e fala sobre a remuneração e sobre “aquele que sofre poder de polícia paga uma taxa.” 
. O Direito Administrativo se relaciona com o Direito Tributário no exemplo das taxas. De forma comum se referem às pessoas a alta taxação existente no Brasil como sinônimo de alta tributação. No entanto a taxa é apenas uma espécie de tributo. Podemos destacar a taxa referente ao exercício do Poder de Polícia que é instituído no Direito Administrativo. Apesar do poder de polícia ter sua única definição no art. 78 Código Tributário Nacional, ele não é Direito Tributário. Em primeiro plano ele seria Direito Constitucional, pois a mesma estabelece as competências para criação de leis acerca do Poder de Polícia e em segundo plano seria Direito Administrativo pois estabelece a forma como a Administração aplicara a lei restritiva de direitos que todo poder de polícia tem. O direito tributário após criada a lei com suas indicações apenas determinará o quantum a ser observado por aqueles que sofrerão o poder de polícia. Como exemplo temos os alvarás para o funcionamento de um consultório dentário. O Direito Tributário apenas incide no valor da taxa. Como outro exemplo temos a taxa de serviço público. Também temos aí um exemplo de Direito Administrativo, com suas noções de serviço público de caráter cogente, divisível ou indivisível. A taxa judiciária é outro exemplo de Direito Administrativo inserido no direito constitucional de acesso ao poder judiciário. 
Ex.: Dentista precisa de um alvará. É importante ver se é de licença (sobre o seu imóvel) ou de autorização (algo provisório) para cobrar – mesmo quando ele não concede o alvará. Ex.2: taxa de coleta de lixo domiciliar. O que define o que é serviço público específico é Administrativo. 
Estudar Direito Administrativo (em específico, poder de polícia)
Mais uma evidencia da importância do Constitucional. O Código Tributário que se mantém válida, recepcionada pela Constitucional no artigo 146, III
NO DIREITO FINANCEIRO
. Duas formas de ver Financeiro no STF: em questões de Direitos Fundamentais e Lei de Responsabilidade Fiscal
. Direito Financeiro passa por um redimensionamento, porque está, como tudo no Direito – Público, em particular –, a serviço dos Direitos Fundamentais (visto em Constitucional Positivo I). Todo direito fundamental tem custo – gera despesa pro Estado. Essa despesa se transforma em gasto. Sai dinheiro do cofre público e paga quem irápromover os direitos fundamentais. Não apenas o artigo 6º, com alimentação moradia, etc. Todos os direitos têm um custo para o Estado. Os DF do art. 5º também têm custo. E o detector dessa ideia é a Lei Orçamentária. Logo, o Direito financeiro é ancorado na Teoria dos Direitos Fundamentais. 
Estudar TEORIA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS
Outras questões:
. Competência Municipal IPTU, ITBI – apenas esses. Aí sim tem competência tributária direta, mas não participa da arrecadação direta do IPVA. Se não der, ainda tem 50% da arrecadação do estado. 
CONTENCIOSO FINANCEIRO
. É mais perceptível o Direito tributário na sociedade, e não o financeiro. Mas Direito financeiro têm crescido muito, porque muitas matérias acabam subindo pro STF decidir. Os direitos visíveis que têm custo na entrega da prestação individualizada – vão para o poder judiciário. Ex.: internação. Quem acaba decidindo é o poder judiciário. Isso é caso de Direito Financeiro, porque é direito fundamental. E todo direito fundamental tem custo – sendo ele visível ou não. Exemplo de direitos fundamentais judicializados: saúde e moradia (aluguel social). O estado tem duas funções específicas quanto aos DF: proteção e promoção, dever do Estado.
. Outro ponto que sobe ao STF: Lei de responsabilidade fiscal LRF. Toda despesa de pessoal – de custeio da maquina publica – está contida nessa ler. Principalmente no art 19 da LC101/2000. O Estado tem um PE, PL e PJ. Município tem PE e PL. Quando limite de cada um deles não é o PE que estourou, mas o PL que estoura o limite para gastar em receita tributária para o pessoal. O que acontece é que o Estado para de receber da União, além de entrar para um cadastro como mal pagador. Daí ele vai pro STF e prova que foi o PL que estourou o limite. “Eu, PE, que represento o Estado membro – todos eles- não estourei o limite. Logo, me dá uma liminar para tirar do cadastro da União e repassar o dinheiro.” O que acontece é que o Ministro recebe a Ação Civil ordinária e concede a liminar. Esse é o outro lado do Direito Financeiro no STF. Isso porque o STF é a casa dos Estados. Qualquer lide que envolva Estado e União é remetida ao STF.
Princípio da eficiência e vacina de febre amarela fracionada – porque ela tem um custo. O Estado tem o dever de ser eficiente – meio que atinja satisfatoriamente um fim.
. O artigo 6º é bastante emendado, com ECs. Nele, estão contidos diversos direitos pelos quais o Estado fica responsável. Se é custo, é orçamento. Se é orçamento, é Direito Financeiro. 
. Ou é direito financeiro imediato ou contencioso mediato, como o exemplo dos direitos fundamentais – como saúde e moradia. Direito das invasões é um tipo de direito de moradia mais recente. Um grupo invade, forma uma comunidade. Para regularizar junto com o grupo, reinvindica o local e ainda pede aluguel social. Não existe promoção do Direito fundamental sem política pública para universalizar um direito. Ex.: minha casa, minha vida. 
Estudar POLÍTICAS PÚBLICAS 
. É necessário estudar política pública pela atualização do tema e sua relação com Direito financeiro. Toda política pública está ligada a um direito fundamental – a ser protegido e promovido. Como é caro, precisa ter política pública. Ex.: PE propõe em um Projeto de lei, a ser aprovado pelo PL. Mas também há participação do Poder judiciário, porque temos teoria de controle judicial de políticas públicas. Especialmente quando há omissão do Estado, o PJ pode intervir para implementar uma Política Pública.
Outro caderno:
O Direito Financeiro divide seus estudos em duas partes.
 A primeira parte (mais ária), com o estudo da Lei 4.320/64, da lei de Responsabilidade Fiscal de forma mais dogmática.*
A segunda parte com foco no redimensionamento do Direito Financeiro com fulcro do Direito financeiro a serviço dos direitos fundamentais. Isso se deve ao fato de que o Direito Financeiro trabalha com normas que tratam do Orçamento que são responsáveis pela efetividade dos Direitos Fundamentais. Como todo Direito Fundamental tem um custo, ele gera uma despesa para o Estado que se traduz numa escrituração na lei orçamentária, que deve ser cumprida. O dinheiro deve ser gasto. 
Não somente os direitos fundamentais do art. 6 da CF/88 podem se traduzir em um custo, mas também aqueles previstos no art. 5 da CF/88, como por exemplo a segurança. Todo Direito Financeiro no Brasil está permeado pela teoria dos direitos fundamentais. 
O Direito Financeiro se expressa também nos art. 157/159 CF/88, quando estabelece as receitas próprias dos Estados e Municípios, como por exemplo a cobrança do IPTU pelos municípios. 
Taxa de incêndio é do município? Não. Taxa de incêndio é do Estado por ser segurança púbica estadual. Inclusive existe discussão acerca da constitucionalidade dessa taxa. 
Existem muitas discussões acerca das normas que envolvem Direito Financeiro e sua relação com a garantia dos direitos fundamentais. Os casos mais comuns se relacionam ao Direito fundamental de acesso a saúde como obrigação do Estado para com os cidadãos. Após a CF/88 muitas questões referentes a garantia e promoção dos direitos fundamentais foram judicializadas, levando a necessidade da busca de soluções que evitassem a piora do quadro de explosão de ações referentes a judicialização da saúde, como a criação da câmara de litígios em saúde que busca soluções consensuais entre a Administração e a cidadania. O Estado tem a obrigação de proteger e promover os direitos fundamentais. A proteção e promoção tem um custo, e nesse ponto entra o direito financeiro. 
* O direito financeiro, no entanto, tem outra parte muito importante, como a Lei de Responsabilidade Fiscal. Como exemplo temos o art.19 que estabelece que os gastos com pessoal dos Estados, União e Municípios não podem ultrapassar o teto previsto nesse art. Que estabelece que em caso que o limite seja ultrapassado pelos Estados fica suspensa os repasses da União ao Estado que tenha estourado o limite. No entanto se quem der causa for outro poder distinto ao poder executivo estadual, o STF reconhece a possibilidade de que essa suspensão seja relaxada. Isso ocorre devido ao poder executivo ser o representante do Estado na federação. Está calcada no princípio da intranscedência que busca evitar que o Estado seja prejudicado, pois o poder que o representa não é responsável pela superação do limite imposto pela lei de responsabilidade fiscal. 
Exemplo do aluguel social como promoção e garantia dos direitos fundamentais. Previsto no art. 6 CF/88 o direito à moradia da ensejo ao pagamento de um aluguel social aquelas pessoas que passam por uma interdição ou perdem suas casas em desastres naturais. Esse custo é Direito Financeiro. O Minha Casa Minha Vida é uma política pública do acesso à moradia. As políticas públicas são os pilares da promoção e proteção dos direitos fundamentais. Dessa forma para o estudo do Direito Financeiro é muito importante o relacionado as políticas públicas. A política pública nasce no legislativo, mas tem seu controle promovido pelo judiciário. A política pública é sempre mais eficiente e barata do que promover os direitos fundamentais no varejo. A política pública também observa a isonomia pois busca alcançar grupos maiores da sociedade do que apenas indivíduos isolados. 
Aula 2 – O Direito Financeiro [15.03.2018]
Sobre Direito Financeiro
. Se o Estado é democrático de direito (há soberania popular), precisa ter finanças públicas democráticas jurídicas. Isso é uma coisa que está presente em toda a teoria do direito financeiro democrático (pós CF/88), sendo uma preocupação muito grande. Em condições normais, nos últimos 30 anos, o discurso da sociedade vem sendo no sentido de que saúde e educação recebam mais verbas para investimento, porém, no Estado democrático de direito atual do Brasil, cabe o questionamento se a segurança não tornou-se a nosso maior prioridade alocativa (de alocar recursos públicos). [Professor critica a intervenção, dizendo que é contra e que o maior questionamento a respeito é se é constitucionalou não (o decreto é constitucional? Poderia colocar um general ou não? etc.) e diz que hoje precisa-se pensar no trinômio saúde educação e segurança].
Definição da disciplina. O Direito financeiro integra o ramo Direito Publico brasileiro, disciplina desse ramo – não é empresarial ou direito de banco (instituições financeiras) como ramo privado, e rege as relações do Estado. Apesar da distância entre os ramos público e privado estejam se estreitando (ex.: Direito Civil constitucional de 2002), é possível falar em dicotomia entre os tais ramos. A nossa disciplina tem, necessariamente, de tratar de Estado relações jurídicas em que ele está em um dos polos da relação. Logo, se o Estado está presente, é ramo do Direito Público. 
. A disciplina trata do Estado. Se o Estado não estivesse presente em um dos pólos da relação, estaríamos no direito privado. [o professor coloca uma observação de que não existe o que alguns autores dizem, de que o Estado atua como se particular fosse. No entendimento dele, o Estado atua sendo o Estado. Estado é sempre Estado (não existe Estado transgênero). Mesmo que a atuação seja pela Adm. Indireta, como uma Sociedade de Economia Mista, pois aí seria outra coisa, tendo personalidade jurídica de direito privado (particular). Ele cita o exemplo, que diz ser o mais contundente, do Estado alugando imóvel de um particular e o submetendo às leis da locação predial urbana. Caso o Estado não pague ao particular, este não poderá penhorar um bem do Estado, pois são impenhoráveis. Ele cita outro exemplo: falam que o Estado loca bens aos particulares. Na visão do professor, o Estado não loca nada, somente cede seu uso a particulares, de forma remunerada ou não]. O Estado nunca participa numa situação completamente sinalagmática com o outro pólo da relação. Em suma: na disciplina do direito financeiro, o ramo do direito é público e o Estado atua sendo o Estado. 
. Título VI – Da tributação e da orçamentação, seria melhor o título. São duas atividades que o Estado exerce sem delegar a particular, que são típicas dele. Desde ali, o Estado – nessa organização jurídico politica – exerce atividades típicas dele de Estado. Um particular não pode tributar outro particular (tributação) e um particular não pode pegar o dinheiro público e fazer escolhas de onde aplica-lo (orçamentação – quem faz é o legislador, que é o representante para fazer a lei orçamentária). [o professor comenta que dizem: “Ah, eu ouvi dizer que, no Brasil, o Executivo tem muito poder na matéria de orçamento.” E ele responde que realmente procede e que veremos mais à frente na matéria o porquê]. 
. A figura em destaque do Direito Público é o legislador. O titular da soberania financeira e tributária é o povo. O direito financeiro tem os seus instrumentos, que são as leis orçamentárias, que a CF prevê.
Quem é o titular da soberania financeira (ou do poder financeiro)? O povo.
Quem é o titular da soberania tributária (ou do poder tributário)? O povo.
. O Estado tem um elemento de governo, que se renova com os mandatos, que não é capaz de fechar um poder que emana do povo. Logo, não é possível dizer “soberania fiscal” ou “soberania tributária” do Estado.
. Logo, o direito financeiro é ramo do direito público que vai reger a atividade financeira do Estado, que vai ter que estar presente na relação. A administração pública não é somente Direito Constitucional e Administrativo. Há também o Financeiro. O princípio da continuidade do serviço público, no seu dia-a-dia, está intimamente ligada ao direito financeiro, pois precisa da lei orçamentária para ter sua efetividade prática. A CF de 88 é dirigente, ou seja, tem programas, tarefas objetivos para a sociedade e o Estado (prioritariamente) precisa cumprir, sendo o maior exemplo o art. 3º:
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Para efetivação, ao Estado não bastará o planejamento, mas também a receita (dinheiro público), que é onde entra o dir. financeiro.
CONCLUSÃO: DIREITO CONSTITUCIONAL + DIREITO ADMINISTRATIVO + DIREITO FINANCEIRO
. A superestrutura da Adm. Pública, que são os órgãos, agentes e entidades (da adm. indireta do Estado – de dir. público ou privado), para atender aos direitos, possuem um custo. [crítica do professor, dizendo que no Brasil ainda é pior, porque existem os cargos comissionados, onde a receita é a mesma que paga os servidores de carreira, mas que há desvio de finalidade].
Adm pública: agente, órgão e entidades. Tudo tem custo. O problema do cargo comissionado, que se multiplicam e são pagos da mesma forma que os concursados. O Direito financeiro é fundamental pra compreender Estado Brasileiro e Administração Pública Brasileira.[3: Ex.: maior gargalo: taxa de investimento de infraestrutura no Brasil é muito baixa. Tanto a privada, quanto a pública. Investimento é despesa de capital, e não receita. Brasil tem problema de despesa de capital por conta de despesa corrente de custeio da máquina da superestrututura – órgãos, agentes e entidades – manutenção da Administração Pública, como máquina estatal, cargos comissionados, etc. Despesa corrente custeio. Despesa de capital = investimento. Ex.: obra pública. ]
. Investimento público é despesa de capital (de dinheiro que se tem para realizar). Em nossas vidas privadas, quando investimos é porque está sobrando dinheiro e temos mais receitas. Na pública, quando se investe, há menos receitas e está se gastando mais. É o raciocínio inverso.
. As despesas dividem-se em: corrente e de capital (classificação da lei 4.320/64). No Brasil, a despesa corrente de custeio (principal despesa corrente), que é a manutenção da superestrutura da adm. pública (na visão do professor, inchada pelos cargos comissionados e concursos) faz com que o Estado não consiga realizar a despesa de capital, que é a despesa de investimento (que é a despesa inversa à corrente – ex: obra pública). Não existe investimento na disciplina que não seja relacionada à despesa! 
Ex recomposição anual inflacionária do servidor público está prevista na CF, porém, mesmo sendo lei relacionada ao dir. constitucional e também dir. administrativo (que vai dizer qual o percentual, com base na inflação do período, dando a materialidade ao disposto na CF), para efetivação, necessita de 2 leis orçamentárias: Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária Anual (LOA), ambas de dir. financeiro. As leis orçamentárias não criam o reajuste! Apenas efetivam-no. Quem cria é lei de dir. constitucional/administrativo.
Art. 169. A despesa com pessoal ativo e inativo da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios não poderá exceder os limites estabelecidos em lei complementar.§ 1º A concessão de qualquer vantagem ou aumento de remuneração, a criação de cargos, empregos e funções ou alteração de estrutura de carreiras, bem como a admissão ou contratação de pessoal, a qualquer título, pelos órgãos e entidades da administração direta ou indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo poder público, só poderão ser feitas: (Renumerado do parágrafo único, pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) I - se houver prévia dotação orçamentária suficiente para atender às projeções de despesa de pessoal e aos acréscimos dela decorrentes; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) II - se houver autorização específica na lei de diretrizes orçamentárias, ressalvadas as empresas públicas e as sociedades de economia mista. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)§ 2º Decorrido o prazo estabelecido na lei complementar referida neste artigo para a adaptação aos parâmetros ali previstos, serão imediatamente suspensos todos os repasses de verbas federais ou estaduaisaos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios que não observarem os referidos limites. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
. Esse pensamento vai ao encontro do que foi dito na aula do dia 13/03/2018, de que o direito financeiro e tributário brasileiros são direito constitucional financeiro e direito constitucional tributário. Não está tudo isso escrito na constituição, porém, está presente nas interrelações que têm por ponto comum de partida o que é estabelecido na CF. Como no exemplo mais acima, mesmo sendo norma constitucional/administrativa, caso não passe pelo crivo das leis orçamentárias, perderá a eficácia (fica suspensa, pois é ato condição de um outro ato)! [o professor diz que alguns autores acham que toda lei orçamentária é ato condição, o que ele entende como exagero.].
. A emenda que trouxe os parágrafos do art 169 da CF é a mesma que instituiu o princípio da eficiência (EC 19/1998), trazendo também a possibilidade de exoneração do servidor estável no parágrafo 3º:
. Conclusão:
Direito Financeiro é o direito que disciplina as finanças públicas. 
O Direito Financeiro está intimamente ligado ao Direito Constitucional e ao Direito Administrativo.
Direito Financeiro é direito que disciplina a atividade financeira do Estado, rege as relações que o Estado está presente por força das finanças públicas do Estado. 
. O professor responde ao Leo se há discricionariedade do legislador ao editar a LDO e a LOA e incluir ou não a previsão de receita para implementação do reajuste anual dos servidores de que trata a CF. Professor responde que a edição do projeto das leis orçamentárias são de iniciativa do chefe do Executivo (indo ao Legislativo para aprovação) e que, juridicamente falando, não haveria discricionariedade, estaria vinculado ao que diz a CF (deveria incluir a receita para implementar a revisão anual). Em tese o servidor poderia valer-se de Ação de Inconstitucionalidade por Omissão, etc., tendo em conta que só o chefe do Executivo tem poder para incluir a receita no projeto das leis orçamentárias.
. Então a idéia do Direito Financeiro é: ramo do Direito público, porque rege relações em que o Estado está envolvido necessariamente e essas relações são de finanças públicas (não de finanças privadas. É muito parecido com o direito econômico, porém, este rege relações privadas (art. 170 da CF – lei da concorrência).
. A LC que diz o art. 163 da CF é a LC 101/2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Toda lei orçamentária é uma lei de direito financeiro e nem toda lei de direito financeiro é uma lei orçamentária. Exemplo disso é a LRF (financeira sem ser orçamentária). 
. As leis orçamentárias no Brasil são 3: Plano Plurianual, LDO e LOA. O art. 165 da CF não inclui a lei de finanças públicas. Onde ela está? Antes. É uma lei financeira, mas não orçamentária!
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
[...]
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
A lei 4.320/64, que é a lei de normas gerais do orçamento, não é uma lei orçamentária. As leis orçamentárias são SOMENTE as 3 do art. 165!
. Qual a distinção entre o direito Financeiro e o Tributário? O financeiro contém o tributário. Porque o financeiro além de tratar de receita, também trata de despesa. O tributário só trata de uma receita do Estado (a maior de todas elas), que é o tributo. [4: Direito Financeiro contém Direito Tributário. O conjunto maior é Direito financeiro, mas tributário é menor. O financeiro, além de ser o direito do Estado que trata de receita (todas elas), trata também de despesa; já o tributário trata de uma receita do estado, que é o tributo.]
. Mas você tem que prever a receita tributária no orçamento para o exercício seguinte. Na França, se você não aprova a lei orçamentária para o ano seguinte com os tributos que você pretende cobrar, acontece o caos: em primeiro de janeiro você não pode cobrar tributo nenhum. A LO vai retirar a eficácia da lei tributária (inclusive as já existentes). Os tributos têm que estar todo ano na lei orçamentária. Por que é por intermédio da LO que o representante do povo (parlamento) renova o consentimento, anualmente, para que o povo seja tributado. Não se renova junto ao legislador tributário. Isso acontece porque os tributos já foram criados. Precisa renovar junto ao povo (seu representante, o parlamento). Mas isso é na França. 
. Aqui no Brasil, o direito financeiro, com suas LOs vai ter previsão das receitas tributárias e outras receitas que o Estado tem. 
Exemplo: Caminho Niemeyer – obra do município de Niteroi (bem dominical, que pode ser explorado economicamente – direito financeiro) e a receita que é gerada é patrimonial e não tributária; exploração de recursos naturais (royalties – direito financeiro), etc. Assim, o direito financeiro contém o direito tributário, pois seu universo é bem maior do que o tributário.
França x Brasil
Na frança,
. O direito tributário é um direito de mão dupla. O Estado tem que exercer a atividade de tributação, porque a maior receita do Estado contemporâneo é o tributo. Mas o dir. tributário serve ao Estado (CF – Da Tributação), nos limites que a CF determina, mas também a atividade de tributação (ser tributado) dá ao particular o direito de ser defendido pelo dir. tributário. 
Um outro exemplo é na seara administrativa, em um terreno público invadido, onde o poder de autoexecutoriedade de retirada dos invasores, que não podem usucapir (bem público), fica sujeito ao devido processo legal (norma constitucional autônoma), previsto na CF. Também considera o administrado, sendo via de mão dupla.
. É via de mão dupla, porque é do Estado, mas também serve pra defesa do particular. Não é direito a serviço do mal, porque com ele o particular pode discordar do Estado. O Direito Administrativo considera a administração Pública e o administrado. 
. O Direito Financeiro, portanto, trata de todas as receitas – desde o tributo, até a exploração de recursos naturais, petróleo, gás como receitas não tributárias (ex.: CRFB/88, art. 20 – Direito financeiro que trata de royalty), etc. -, sem prejuízo às leis tributárias que preveem os tributos (a PRINCIPAL fonte de receita do Estado, daí a importância do Direito tributário), também vai audir todas as receitas de natureza não tributária. O direito tributário só trata de uma e somente uma receita do Estado: o tributo, que é a principal fonte de receita do Estado contemporâneo. Quem disciplina a relação pela qual o Estado obtém a principal fonte de receita é o direito tributário (e não o financeiro!). Essa relação é a tributação.
. O direito financeiro é quem disciplina toda a relação em que o Estado esteja envolvido em receitas e despesas (principalmente as não tributárias). Principalmente na previsão das receitas e fixação das despesas. Essa relação é a orçamentação. O Estado só gastará dinheiro público se esse dinheiro estiver fixado nas leis orçamentárias. 
. O Estado só desprende dinheiro público se esse dinheiro equivaler a uma despesa que esteja fixada nas leis de direito financeiro que tratam disso, as leis orçamentárias. Logo, atenção: o Direito financeiro contém a previsão das receitas e fixação das despesas. 
Aula 3 – Fontes e atividade financeira do Estado [20.03.2018]
Dispositivo de Direito Financeiro fora do intervalo 163-169
. A LRF é uma das fontes do dir. financeiro, mas a primeira delas é a CF/88. Pode haver perplexidade ao achar que tudo foi feito pela CF/88, mas não é verdade! A constitucionalização do dir. financeiro vem desde a CF do Império (CF/1824), que previa algo sobre orçamento, sobre finanças públicas. Sendo assim, o Direito Financeiro brasileiro é constitucionalizado, ou seja, possui dispositivos, enunciados normativos na CF que são de direito financeiro- a partir do art. 163 – cap II – Das Finanças Públicas - inciso I é o que dá o fundamento de validade da LRF (LC 101/2000).
. A grande característica da CF/88 nesse particular é a ideia de que a CF é um sistema de enunciados, de normas, onde há subsistemas de ordem financeira e de ordem tributária completas, porém, não exauridos, pois há alguns dispositivos que estão fora do título VI (DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO) da CF. Isso é muito importante, pois é como se na CF estivesse trocada, visto que na CF fala primeiro da Tributação e da Orçamentação depois e nós somos obrigados a estudar a Orçamentação primeiro e a Tributação depois. Logo, no Título VI da CF, começamos com as disposições gerais do STN. 
. Finanças Públicas só no art. 166. Na CRFB está DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO, mas, em qualquer uma das situações, não teremos dispositivo de financeiro e tributário apenas nesse título – o subsistema. Há artigos fora dessa margem, fora desse subsistema de direito financeiro. Exemplos:
Art. 100: Precatório. Sentença condenatória de uma obrigação de dar, transitada em julgado (Direito processual). Como bens do Estado são impenhoráveis, os mecanismos constitucionais para que o Estado salde são: precatório e RPV – típico de Direito financeiro.[5: Precatório: Não podemos confundir a sentença condenatória, transitada em julgado, de uma obrigação do Estado de dar quantia certa em dinheiro (que é dir. processual), com o precatório (ou com o RPV – até 60 salários mínimos - 60 dias para pagar após intimação). Este é o instrumento financeiro constitucional (puro) do qual o Estado se utiliza para pagamento dessa sentença, pois seus bens são impenhoráveis. O Presidente do Tribunal que proferiu a sentença transitada em julgado emite requisição (ordem) ao chefe do Executivo respectivo, para que inclua no orçamento do exercício seguinte o valor a ser pago através do precatório. Se envolve saída de dinheiro público é dir. financeiro. A sentença e a coisa julgada não são dir. financeiro, mas sim a forma de saldar obrigação de dar quantia certa em dinheiro que o Estado foi condenado a pagar.]
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.
Arts. 145 a 156: DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. A perplexidade é ir no art. 240 (SESI, SEBRAE) e encontrar artigo falando sobre tributo, mesmo fora do local onde deveria. STF já se pronunciou e disse que é tributo. Logo, não está nas disposições permanentes; somente nas gerais – e ainda assim é matéria tributária. 
Art. 177 tributo do petróleo
Outro exemplo também pode ser observado na alteração (por mais de uma vez) do ADCT para constar o imposto CPMF, porém é um caso que o professor prefere nem mencionar, pois é excepcional. Logo, não podemos dizer que essas matérias se esgotam nos artigos que preveem seus respectivos subsistemas. A interpretação da CF deve ser feita de forma sistemática, a fim de que não haja erros quanto a isso.
. A principal fonte de dir. financeiro, portanto, é a CF. Nas classificação ela é uma fonte primária, pois tem seus subsistemas positivados na CF em seus títulos próprios. Temos que tomar cuidado com os artigos 157, 158 e 159 da CF, pois qual é o desafio de interpretação? Eles estão abaixo de uma seção que diz DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS, ou seja, pode haver uma confusão quanto a serem dispositivos de dir. tributário e eles não são! Os artigos partem da seguinte ideia: a CF gerou um Estado federal. Essa federação é de regiões, estados e municípios distintos. No art. 3º da CF fala de uma federação desigual. Logo, a CF precisa dos mecanismos para diminuir a desigualdade federativa. O primeiro mecanismo são os tributos que a CF prevê e o segundo é o financeiro (começando no art. 157 ao 159).[6: Obs.: Art 157-159: atenção. Eles estão debaixo de uma seção 6ª da CRFB/88 (DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS, lei-ase da partilha financeira). Logo, aparentam ser normas de Direito Tributário, mas não são. Os artigo 157-159 partem da ideia de que a CRFB é uma constituição que gerou Estado Federal. É uma Constituição de uma Federação. Essa federação é uma federação de regiões distintas, estados e municípios distintos. É uma federação desigual. A CF fez dois mecanismos para diminuir a desigualdade: um tributário – arrecadar tributos que a União prevê – e outro financeiro.]
No art. 158, III, por exemplo:
Art. 158. Pertencem aos Municípios: [...] III - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto do Estado sobre a propriedade de veículos automotores licenciados em seus territórios;
É o IPVA, de titularidade do estado, conforme art. 155.
Seção IV DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL. Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993) [...] III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
. Logo, uma norma que só o estado pode instituir e arrecadar (art. 155, III), 50% do que ele arrecada é dos municípios e do estado (art. 158, III). Em suma: pro estado é dir. tributário e, para o município, dir. financeiro. O município que levará a maior fatia é aquele com maior número de veículos licenciados em seu território.
. Apesar de serem artigos previstos em seção de Repartição das Receitas Tributárias, são normas de dir. financeiro! É um ente participando da competência tributária do outro (estado e município). A competência do município de exaure quando o estado edita a lei do IPVA. Mais uma casca de banana, tal qual o artigo 100 (também direito financeiro).
Quando falamos que a CF é fonte primária, por excelência, do dir. financeiro, temos que tomar cuidado com essas peculiaridades acima descritas. Faz parte da nossa tradição constitucional. O Constituinte, desde 1824, traz a ideia de orçamento.
No art. 163, I, vemos que a atividade financeira do Estado também é chamada de finanças públicas. Logo, o dir. financeiro é o direito das finanças públicas, ou o direito da atividade financeira do Estado.
. A segunda fonte de direito positivo: LC/101 (LRF), que levou ao 2º impeachment de um Presidente do Brasil e seu fundamento de validade é o art. 163, I. Isso significa que a CF previu uma lei de finanças públicas deveria existir, complementando a CF. Importante entender 2 coisas: a CF quis uma lei de finanças públicas, sendo seu berço. Temos que interpretar a LRF à luz da CF e não o inverso; toda a vez que precisarmos interpretar a LRF, temos que saber que o seu fundamento de validade (formalmente e materialmente) é o art. 163, I. 
. A CF é o fundamento de validade de todas as normas. Isso fica mais claro quando temos uma lei que é expressa na CF, que é o caso da LRF, sendo complementar à CF (suas alterações posteriores só poderão ser feitas por LC). A CF quis dotar a matéria de uma fonte de direito especial, porque seu quórum de aprovação é diferente.
. O art. 59 da CF fala sobre a produção das normas legislativas, ou seja, todos os tipos de produção:
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
. O art. 69 é o único art. Dedicado à LC:
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
Isso mostra que o seu quórum (LC) é o primeiro número inteiro depois da metade. Um quórum alto! Mais alto do que isso, somente o da emenda constitucional.
. Outra coisa importante é que a LC não se presume. Ou sua necessidade de edição está expressa no texto da CF, ou nãoexiste, ou seja, só poderá ser lei ordinária (mesmo que aprovada com quórum de LC).
. A LRF é fundamental no dir. financeiro brasileiro. É uma norma do 2º governo FHC, que acabou de colocar as finanças em dia, após da reforma administrativa do Estado (EC/19), ocorrida no 1º governo FHC (1994-1998). A LRF é de 2000 e, quando foi sancionada, o STF foi convocado a verificar a sua constitucionalidade e até hoje o mérito da ação não foi julgada. [o professor faz crítica de que no Brasil as coisas temporárias tornam-se permanentes, tal qual o ADCT e as liminares]. O julgamento ocorreu em 22/02/2001, há 17 anos, na ADIN 2238-5 e havia um pedido de medida cautelar para suspensão de vários dispositivos da LRF. Decidiram a liminar para manter a validade da LRF até o julgamento definitivo, que ainda não ocorreu.
. O fundamento de validade da LRF como sendo a CF é fundamental e isso pode ser observado quando, na ADIN 2238-5, o STF suspende o artº 9:
 Art. 9º, § 3o No caso de os Poderes Legislativo e Judiciário e o Ministério Público não promoverem a limitação no prazo estabelecido no caput, é o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias. (Vide ADIN 2.238-5)
. O Executivo não pode intervir no orçamento do Legislativo e do Judiciário (art. 2º da CF – são independentes e harmônicos entre si) e o referido artigo da LRF foi considerado inconstitucional pelo STF, sendo suspenso. Logo, a 2ª fonte do dir. financeiro é a LRF (LC 101/2000).
. Terceira fonte: Lei 4630/64 nasceu com status normativo como Lei ordinária. Há que se tomar cuidado. Primeiramente, porque quem vê o ano, pensa que é uma lei de um governo autoritário e não é. É de um governo popular. Ainda não havia ocorrido o golpe. Essa lei nasceu com status normativo de lei ordinária (e não como lei complementar). Ela possui uma semelhança com a lei que instituiu o CTN, (lei 5.172/66), já em um Estado autoritário). A lei 5.172/66 (de dir. tributário) também nasce como lei ordinária. O que isso significa? Ocorreu uma mudança de status normativo. Se são leis de 64 e 66, elas mudaram de status normativo a partir da CF/88. Isso significa dizer que houve recepção pela CF/88. Quando houve essa recepção? Temos que investigar o fundamento de validade. O que permitiu na CF/88 que a lei 4.320/64 fosse recepcionada? Qual o caminho da recepção? Foi o art. 165, par. 9º, I, II.
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
§ 9º Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre o exercício financeiro, a vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária anual;
II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
. Esse é o fundamento de validade da lei 4.320/64. Se essas matérias tratadas na lei 4.320/64, que nasceu como lei ordinária, estão dentro do artigo 165, par. 9º, I,II, ela deve ser LC. Assim ocorreu a mudança de status. Exemplo: dispor sobre o exercício financeiro. O lapso temporal do exercício financeiro, que a atividade financeira do Estado se desenvolve. Qual a tarefa para checar se a lei 4.320 contempla? Ir na lei e ver se algum dispositivo dela trate de exercício financeiro. Indo ao art. 34 da lei, está escrito:
Art. 34. da Lei 4320/64: O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.
Isso significa que a CF recepcionou o dispositivo da lei 4320/64 (art. 34) como LC, com fundamento de validade no art. 165, par. 9º, I,II.
. Logo, como existe exercício financeiro na Lei 4320/20 e é essa matéria que caberia LC conforme artigo 165, ela foi recepcionada. A recepção é para que a ordem jurídica não fique com “buracos normativos”, buscando evitar vácuos jurídicos. Como preservar o quórum de maioria absoluta prevista na CF/88 para a lei ordinária que foi recepcionada e mudou seu status para LC? As futuras alterações nos artigos dessa lei recepcionada deverão obedecer a esse novo rito (edição de uma LC com aprovação por maioria absoluta para esta alteração). Porquê? O fundamento de validade da lei é a resposta.
. Para não haver um mal maior (lacunas), existe a Teoria da Recepção, evitando os vácuos jurídicos. [o professor comenta a situação da Uber. Um caso de vácuo normativo no qual o legislador (CN) remeteu a disciplina do Uber para os municípios, sendo que o transporte de passageiros é definido pela União.]
. O art. 146 é o 2º artigo do STN na CF. Ele começa no art. 145. 
Art. 146. Cabe à lei complementar:
III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;
. O conteúdo desta parte do artigo 146 diz exatamente o que o CTN (lei 5.172/66) faz. Ele também foi recepcionado com status de LC e era lei ordinária. Nesse artigo, temos o seu fundamento de validade à luz da CF vigente (art. 146, III, a, b).
CONCLUSÃO
. As 3 fontes são: 
A CF/88 (primária); 
Lei de responsabilidade Fiscal LC101 
Lei 4.320/64.
. Se formos na parte que explica a Lei 4.320/64 estará escrito que ela estabelece normas gerais de elaboração de orçamento para a União, Estados, DF e Municípios. É uma norma geral para se fazer algo. Para fazer seu orçamento, estes entes consultam a lei 4.320/64. Temos aqui que, além de ser uma LC, também é uma lei de normas gerais!!! Além de status de LC, tem observância cogente para o orçamento!
. Um exemplo de lei de norma geral é a lei 8.666, que define normas gerais de licitação e contratos. A diferença é que ela não é LC, mas lei ordinária. O perigo: art. 24 da CF/88
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
II - orçamento;
. Temos uma casca de banana: uma lei de normas gerais que tem competência concorrente, ou seja, o estado pode legislar sobre dir. financeiro, porém, pode ter dispositivo que contrarie a lei 4.320/64, que é de normas gerais, ou a LRF?
 
Aula 4 – Fontes e atividade financeira do Estado – parte 2[22.03.2018]
. Fontes do direito financeiro: jurisprudências do STF, principalmente as que se formam no controle abstrato de natureza de ação e já há um tempo se tem o entendimento de que é uma fonte primária. Conclui-se com isso uma aproximação cada vez maior do sistema commom law, e vemos no Brasil uma certa obsessão por implementar o sistema de precedentes (maior exemplo disso é o código de processo civil de 2015) e isso é um fator que contribui para que se considere as jurisprudências do supremo uma fonte primária (a jurisprudência deixa de ser uma fonte secundária para se tornar primária) – Como no direito constitucional a última palavra pode ser do STF, no direito financeiro a tendência também é essa. Um exemplo disso foi uma decisão do supremo sobre direito financeiro, uma interpretação dos limites das despesas no DF, que tem status de estado e não município (art 19). São decisões do plenário do supremo tomadas no controle concentrado de natureza de ação, baseando-se na melhor interpretação da CF. Essa primariedade das decisões do supremo como fonte é de extrema importância, é como se ela tivesse subido um degrau na hierarquia, deixando de ser secundaria, passando a primária (deixando bem claro que é a decisão do plenário do supremo que é considerada fonte primária do direito financeiro).
. Outras fontes a se considerar: direito positivo constitucional, direito financeiro e tributário, lei 4320/64, lei de responsabilidade fiscal. Também devemos elencar alguns dispositivos do decreto-lei 200/67 da época do estado autoritário, que conformou a administração indireta do estado.
Se a competência de legislar é concorrente, comofunciona isso em relação aos estados que possam, ao DF que está autorizado a legislar nessa matéria de direito financeiro concorrentemente com a União? A resposta está no art 24 CF: no âmbito da legislação concorrente, a competência da união limitar-se-á a estabelecer normas gerais, então o estado membro pode disciplinar direito financeiro, desde que não avance nas normas gerais. O que o estado não pode é, existindo lei federal sobre as normas gerais, alterar ou ir contra essa norma geral e fazer prevalecer uma legislação contraria, pq a união é o ente central do estado federal.
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
 I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
. O Brasil, segundo a CF88 é um estado democrático de direito, e o professor não concorda com aqueles que dizem que isso seja um pleonasmo, pois quando se diz que é um estado de direito, que dizer que é um estado que protege o direito do cidadão, e quando se diz que é democrático, significa que é regido pela soberania popular. Portanto um estado democrático de direito é um estado constitucional, com promoção dos direitos fundamentais e um governo da maioria. 
. O que são as finanças públicas desse Estado? São conhecidas como atividades financeiras do Estado democrático de direito (pode se usar os 2 termos). E o direito financeiro? Um conjunto de regras e princípios que disciplina as finanças públicas. E esse Estado é um paradigma político, histórico e social. Qual a dimensão financeira desse Estado de direito? Ou seja, essas finanças públicas são finanças públicas de que Estado? O estado financeiro do Estado democrático de direito se denomina estado fiscal. O oposto do estado fiscal é o estado patrimonial. 
. Estado Fiscal. A característica central do estado fiscal é viver da economia do particular por intermédio do tributo. Particular pode ser a pessoa natural, pessoa jurídica ou algumas das realidades do direito privado que o legislador do CC/02 e CC/16 não quis colocar como PJ (condomínio, espolio, massa falida...). 
Tributo é a principal fonte de receita do estado. 
A principal espécie tributária é o imposto. 
A principal dentro do imposto é a renda 
E dentro do imposto de renda o principal é o sobre a pessoa física e não da jurídica pois a PJ gera emprego. Tributo é dinheiro
. Estado patrimonial. Já o estado patrimonial é aquele cuja principal fonte de receita é patrimonial, ou seja uso e exploração do patrimônio e serviço do Estado (ex: exploração de jazidas de minério). Portanto se a maior fonte de receita do meu Estado vem do patrimônio, o meu estado é patrimonial.
. Estado fiscal e patrimonial? Isso não quer dizer que o estado fiscal não possa ter receita patrimonial. Um não exclui o outro. 
Estado fiscal, a principal fonte de receita vem do particular para o estado (receita derivada). 
A receita patrimonial é chamada de receita originária por vir do próprio estado. 
O professor fala que é bem comum que os bens patrimoniais do estado democrático de direito podem muitas vezes estar em uso de particulares através das licitações (ex: licitar o Rio Centro para que alguém tenha o uso exclusivo dele e a partir dali tem uma concessão de 20 anos, que renderá ao estado uma receita patrimonial. A extração de petróleo também gera receita patrimonial ao estado). 
. Característica histórica do direito fiscal há uma separação entre o que é o chefe do estado e o que é fazenda pública. Ou seja, o patrimônio do chefe do estado não se confunde com o patrimônio público. Há uma separação estrita. 
Maior exemplo disso é a monarquia constitucional inglesa, na qual a rainha tem as terras dela recebidas por hereditariedade e ainda assim ela ganha dinheiro do parlamento para manter a suas despesas. Portanto as fazendas da rainha na Escócia, por exemplo, não fazem parte do patrimônio público, mas o dinheiro que ela recebe por ser chefe de estado, é dinheiro público. O professor trouxe esse exemplo, pois na idade média, do estado absoluto, era tudo uma coisa só. No estado fiscal há essa separação entre o que é patrimônio do chefe do estado e patrimônio do Estado. 
. O que são as finanças públicas (art163 CF)? A atividade financeira do estado é diferente da atividade financeira do particular (o estado faz empréstimos, contratos mútuos e isso não traz similaridade com a atividade financeira do particular). Por exemplo, quando o particular investe dinheiro, é porque ele tem dinheiro sobrando. Já o investimento do estado é considerada na verdade, uma despesa. A atividade financeira do estado, então, vai classificar um investimento como despesa e não como receita (despesa de capital). Quando se fala em investimento em saúde e em educação, para o direito financeiro, é gasto, embora o senso comum não entenda essa ideia.
. Despesas correntes x despesas de capital. A classificação orçamentária da despesa tem como referenciais normativos a Lei nº 4320/1964 e a Portaria Interministerial nº 163/2001.
Antes desses normativos, a ONU já vinha fazendo promoções para difusão e adoção da classificação por categoria econômica. 
A Lei nº 4320/1964, das Normas Gerais de Direito Financeiro, expressou no Art. 12 a classificação das despesas em duas categorias econômicas: despesas correntes e despesas de capital.
Depois veio a Portaria Interministerial nº 163/2001, que dispôs sobre normas gerais de consolidação das Contas Públicas no âmbito dos entes públicos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). 
Esta portaria veio após constar regra na Lei de Responsabilidade Fiscal para consolidação das contas dos entes públicos, para isto foi necessário uniformizar a classificação da despesa, o que ocorreu com a classificação da despesa segundo sua natureza, composta pela categoria econômica, grupo de natureza da despesa, modalidade de aplicação e elemento de despesa. A consolidação das contas públicas ficou a cargo da Secretaria do Tesouro Nacional.
. Categorias econômicas: correntes x de capital. A categoria econômica tem finalidade verificar o efeito do gasto público na economia. As despesas correntes, por esta visão, expressam a participação do setor público no consumo de recursos para manutenção e funcionamento dos serviços públicos. Já as despesas de capital contribuem para a formação ou aquisição de bem de capital e, por consequência, impacta em acréscimos ao Produto Interno Bruto. 
Incluem-se nas despesas correntes, pela Lei nº 4320/1964:
as despesas de custeio, que são dotações para manutenção de serviços públicos, bem como para atender obras de conservação e adaptação de bens imóveis
transferências correntes, que são dotações orçamentárias aplicadas em despesas de outras entidades públicas ou privadas, não correspondendo em contrapartida direta em bens ou serviços.
despesas correntes são as despesas com pessoal e encargos sociais, juros e encargos da dívida, e outras despesas correntes não enquadradas nos itens anteriores e voltadas para manter uma atividade do serviço público.
As despesas de capital são compostas: investimentos, inversões financeiras e transferências de capital.
Investimentos são dotações aplicadas em obras, aquisição de instalações, equipamentos, material permanente e constituição ou aumento de capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.
Inversões financeiras são dotações para aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização, aquisição de títulos representativos do capital de empresas já constituídas, não importando em aumento de capital,e a constituição ou aumento de capital de empresas comerciais ou financeiras.
transferências de capital. As transferências de capital são dotações para investimentos ou inversões financeiras de outras pessoas de direito público ou privado.
 despesas de capital são investimentos, inversões financeiras e amortização da dívida
. Com a classificação da despesa segundo sua natureza, as transferências ficaram identificadas a partir da informação modalidade de aplicação. A classificação da despesa pela categoria econômica traz atenção destacada às despesas de capital, pois contribuem para crescimento da economia.
. Exercício financeiro. O exercício financeiro do Brasil vai de 01 janeiro a 31 dezembro. Se quiser alterar isso, terá que fazer por lei complementar. A lei 4320/64 é uma lei complementar, portanto somente poderá ser alterada por lei complementar. 
.Características Atividade financeira. A atividade financeira do estado não visa o lucro. Um erro contemporâneo das finanças públicas das atividades financeiras dos estados, é achar que, por não visar o lucro, que ela tem que ser deficitária e deve gerar prejuízo pq na CF88 existe uma norma jurídica de caráter principiológico, ou seja, um princípio que deve ser solucionado e que traz muitos problemas pois ele não está num dispositivo expresso na CF (ele não diz que é obrigatório um equilíbrio orçamentário nas finanças públicas brasileiras). Ele é um princípio intrínseco, portanto de difícil compreensão. A norma explícita traz “uma fotografia” no seu enunciado. As finanças públicas não devem objetivar o lucro, nem devem ser deficitárias, mas sim buscar o equilíbrio. 
Exemplo: existência de uma Lei de Responsabilidade Fiscal que existe para evitar um orçamento deficitário e ações arriscadas (nessa lei tem um anexo de riscos fiscais a serem evitados). 
. Outra característica decisiva da atividade financeira do Estado é que ela está sob reserva de lei (princípio da legalidade) – exemplo art 150 CF.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
Portanto, no caso do direito tributário, somente o poder legislativo, com a parceria do poder executivo pode estabelecer por exemplo, quais são as receitas e quais as despesas, via orçamentos previstos na CF.
. A atividade financeira do estado é uma atividade realizada sobretudo por intermédio da lei orçamentária (art 165 CF)
Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais
. Ou tem receita orçada na pasta da receita, ou tem despesa fixada, ou então não vai existir gasto. Gasto é a liquidação de uma despesa pré-existente. Todo gasto predispõe uma despesa. A despesa está fixada abstratamente na lei orçamentária anual. 
. A medida provisória também pode ser utilizada no direito financeiro.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. 
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
Art. 167. São vedados:
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
. Abrir crédito extraordinário significa dinheiro extraordinário da lei orçamentária. A lei orçamentária é uma lei, que será nesse caso modificada, e deverá ser modificada por lei, como tem urgência, deverá ser medida provisória. 
Aula 5 – Características da atividade financeira [03.04.2018]
. A atividade financeira do Estado (ou finanças públicas) está sob reserva de lei. Não há, por exemplo, orçamento público por decreto, resolução e portaria, muito embora todos esses tipos de norma estejam previstos no ordenamento jurídico brasileiro. A atividade financeira do estado, por ter caráter orçamentário, são leis. Não há a possibilidade de, por exemplo, substituir as leis por medidas provisórias. A única hipótese é a de abertura de crédito extraordinário pelo presidente da república – art. 62, §1º, I, “d”.
Art. 62 CF/88 Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I - relativa a
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
Art. 167, § 3º São vedados:
§ 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
. OBS: o artigo 167 remete à crédito adicionais e suplementares. O crédito adicional é gênero, que se subdivide nas espécies de suplementar, especial e extraordinário. O extraordinário é o único que pode ser aberto através de MP. 
. o professor irá colocar no grupo do facebook a interpretação os acórdãos do STF que interpretam o art. 167, § 3º. 
. - Pode MP? Sim, mas com interpretação adequada a própria constituição. Na abertura de crédito extraordinário somente nas hipóteses de guerra, comoção interna ou calamidade pública está embutido uma imprevisibilidade, uma despesa de caráter imprevisível. 
Ex: exemplo da decretação da intervenção federal. Para o governo federal mandar dinheiro para o estado do Rio, abrirá crédito extraordinário, pois a intervenção é de caráter imprevisível.
- ALÉM DA URGENCIA E RELEVÂNCIA, QUE SÃO OS REQUISITOS DA MP NORMAL, DEVERÁ SER AGREGADO OUTRO REQUISITO (REQUISITO É VALIDADE, HÁ A NECESSIDADE DE SUA PRESENÇA PARA A ABERTURA DO CRÉDITO EXTRAORDINÁRIO). Ou o requisito está presente ou não há a possibilidade de abertura. (art. 167, § 3º). 
. Conclusão: Requisitos para abertura de crédito por MP
1 – urgência
2 – relevância
3 – imprevisível a despesa
. O art. 167, § 3º não é numerus clausus. A intervenção federal, por exemplo, não está inserida no rol do referido artigo. No entanto, se a intervenção federal for considerada relevante, urgente e imprevisível, poderá ser aberto crédito extraordinário. A hermenêutica afirma que há um rol exemplificativo de despesas. Portanto, a despesa futura deverá ser do mesmo calibre da calamidade, comoção interna, guerra.
. Interpretação do STF. Antes do STF decretar a inconstitucionalidade das MP, o seguinte acontecia: 
o STF não deliberava esse tipo de assunto (controle concentrado/abstrato de normas do Supremo – competência exclusiva). No controle concentrado não se configura interesse de partes (diferente da primeira instância – controle difuso de constitucionalidade). O STF não tratava do assunto pois o supremo não fazia controle da lei orçamentária, por ser de competência do poder legislativo (checks and balances). O deputado federal, por exemplo, deveria propor um mandado de segurança em vara federal de Brasília. Posteriormente, o Supremo passou a decidir que a lei de caráter orçamentário pode e deve estar sujeita, excepcionalmente, ao controle concentrado abstrato.
O STF passou a decretar a inconstitucionalidade das MP para abertura de crédito extraordinário como se fosse somente a MP do art. 62 da CF/88, sem o requisito de imprevisibilidade – requisito do art. 167, § 3º . Anteriormente eram utilizados como justificativa/requisitos somente a urgência e relevância, não havia combinação entre os artigos 62 e 167, § 3º da Constituição Federal. 
O fundamento da relevância e urgência o STF tem entendido desde o advento da CF/88 que é ato privativo do chefe do executivo. O juízo deverá ser realizado pelo Poder Executivo. O Supremo entende então que não poderá intervir no juízo de urgênciae relevância. Por isso anteriormente não era julgado pela Corte suprema os casos de edição de MP para abertura de crédito extraordinário. No entanto, além dos requisitos do art. 62 CF/88, a imprevisibilidade deverá estar presente. 
. Atualmente, se há a situação de uma MP “absurda”, o STF realiza o controle. O chefe do executivo deverá analisar a urgência e relevância da situação. Apesar do STF decidir pela inconstitucionalidade, ainda há a abertura de créditos extraordinários sem a característica da imprevisibilidade.
Por que o executivo executa a lei orçamentária? Pois ele executa todas as outras, sendo a lei orçamentária lei como outra qualquer. E segundo, mas não menos importante: o protagonismo que existe no legislativo em matéria orçamentaria, não permite a conformação do que é a relação existente entre legislativo e orçamento, não permitiria que aquele que fez a lei, não a executasse. Necessita de outro poder para executá-la. Mas, para você que executa a lei, deverá haver o controle. Ou seja, o poder executivo executa a lei elaborada pelo poder legislativo, que fiscaliza a execução dela pelo Poder executivo. O parlamentar, no ato da fiscalização, pode utilizar-se de ferramentais institucionais para realizar o controle (art. 166, §2º da CF/88), bem como ações judiciais comuns à todos os cidadãos (Ação Popular, Mandado de Segurança).
A outra via importante de atuação na fiscalização do cumprimento da lei orçamentária é o Tribunal de Contas. O tribunal de contas é vital para a fiscalização do orçamento, apesar dos tristes episódios da prisão dos conselheiros do tribunal de contas/RJ. O tribunal de contas é um órgão que presta auxílio do Poder Legislativo, porém não subordinado a ele. Há o TCU, os TCEs e dois tribunais de contas do município (RJ E SP). Há entendimento atual que os tribunais de contas prestam serviços à sociedade e aos demais poderes. Por isso, não é um órgão subordinado. CUIDADO!! O artigo 71 da Constituição afirma que o controle externo é exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal de Contas. Porém, não é adequada a interpretação que o TC seja um órgão auxiliar subordinado.
. Já vimos que a atividade financeira do estado não tem fito de lucro, muito embora não deva ser deficitária, bem como está sob a reserva de lei. Alguns livros colocam as expressões “supremacia da lei”, “reserva absoluta da lei”. No entanto, na matéria orçamentária há a exceção a regra da reserva de lei, que é a possibilidade de edição de medida provisória para abertura de crédito extraordinário.
. A exceção da MP. A MP é um ato privativo do chefe do executivo (presidente) sob força de lei. É uma exceção que confirma a regra da reserva de lei, pois se a MP provisória tem força de lei, a MP é, no mínimo, lei em sentido material. Ela não pode ser uma reserva de lei no sentido formal e material, pois para que no aspecto formal a MP fosse lei propriamente dita, ela deveria emanar do Poder Legislativo, que tem como competência originária a edição e criação de leis. Por emanar do Poder Executivo, mas em decorrência do art. 62 da Constituição Federal afirmar que a MP tem força de lei, duas coisas acontecem: 1 – se estabelece uma reserva material e 2 – como ela fala em força de lei não adjetiva, ela é uma força ordinária, pois a lei orçamentária tem natureza de lei ordinária.
Quem é que tem natureza de lei complementar? As leis 4.320, por conta da teoria da recepção do art. 165, § 9º e seus incisos da Constituição e a LRF, em decorrência do art. 163, I CF/88. A lei complementar não se presume, deve estar expresso no texto constitucional. 
Portanto, uma MP não pode alterar ambas as leis complementares, por ter status de lei ordinária. No entanto, a MP pode EXCEPCIONALMENTE alterar uma lei orçamentária específica, que é a lei orçamentária anual (LOA), para abertura de crédito extraordinário, para fazer parte da despesa IMPREVISÍVEL, URGENTE e RELEVANTE, tal como, ou seja, equiparado à guerra, comoção interna (exemplo da intervenção) ou calamidade pública, conforme artigo 167, § 3º da Constituição da República. A imprevisibilidade é fundamental.
. Anteriormente à mudança do entendimento do STF acerca da inconstitucionalidade das MP, tais questões eram submetidas somente ao controle difuso de constitucionalidade, chegando somente ao STF pela via do recurso extraordinário, nos casos cabíveis. Nos casos de controle concentrado de constitucionalidade, a Corte Suprema não conhecia a ação, pois lei orçamentária não atribui direito subjetivo a ninguém, nem imputa dever jurídico a outrem.
. O exemplo dado pelo professor para ilustrar uma situação hipotética envolvendo lei orçamentária e criadora de direitos e deveres foi o seguinte: 
Exemplo de lei orçamentária e criadora de direitos e deveres. O governador do estado envia uma lei ao poder legislativo aumentando o vencimento do funcionalismo público. Tal lei é de direito administrativo material, criando uma despesa nova. Conforme artigo 169, §§ 1 e 2 da CF/88, para que o aumento criado pela lei, o funcionalismo só irá gozar do aumento se ele for inserido na lei de diretrizes orçamentárias e posteriormente na lei orçamentária anual. Tais leis não criam direito para alguém nem imputam dever jurídico, mas suspendem a eficácia de lei criadora do direito. Quem concede direito no caso é a norma administrativa, chamada de norma de direito material. O máximo que a lei orçamentária faz é criar dever jurídico para o chefe do executivo, que deverá executá-la. Por não ser uma lei genérica, específica para a execução por parte do chefe do poder executivo, não estava sujeito ao controle concentrado de constitucionalidade. Até no governo lula, que foi editado uma lei de diretrizes orçamentárias afrontando a Constituição. A partir daí, o Supremo passou a mudar sua jurisprudência, para não deixar legitimar que a lei de diretrizes orçamentárias tenha um “peso” maior que a CF. ADI 2925. Após essa ADI, possibilitou-se que o Supremo fizesse o controle concentrado para a abertura de crédito extraordinário a partir de MP. No entanto, o Supremo não mudou ainda a posição no sentido dele não poder realocar valores que estão colocados em determinadas despesas e colocar em outras que a Corte achar relevante. O supremo não mudou tal posição por considerar, ainda, que é uma posição política. Poderá haver controle concentrado nos casos onde a Constituição foi expressamente violada, mas não nos casos onde é pedido para realocar recursos orçamentários em outras despesas.
. A constituição, além de um sistema de normas, ela rege vários processos de tomadas de decisão, e um deles é aquele da orçamentação. Ela permite um processo de tomadas de decisões de onde os recursos públicos poderão ser alocados para serem transformados em gastos, pois a despesa é um antecedente do gasto. Para ter o gasto, a despesa deve ser liquidada. 
Quando, eventualmente, a despesa não se transforma em gasto: caso da greve, onde já há decisões autorizando o corte de ponto do servidor, que não receberá pelo dia não trabalhado. Liquidar a despesa é fundamental para ter o gasto. A despesa é o antecedente lógico do gasto. Para haver um gasto, deverá existir despesa.
Aula 6 – Características da atividade financeira - continuação [05.04.2018]
. Características vistas anteriormente: não visa o lucro; está sob reserva da lei. 
. Quando se pensa em um direito financeiro que disciplina a atividade financeira do Estado, se pensa justamente em um conjunto de normas que vai incidir, reger, essa atividade supracitada. Então, a ultima característica que se falou na aula passada, da reserva quase que absoluta de lei para atividade financeira do Estado é muito importante. Porém, a característica que se apresentará agora é tão ou até mais importante que aquela, a atividade financeira do Estado ela é uma atividade meio, isso está inserido na questão de que leis orçamentarias não criam direitos, nem deveres, foi dado como o exemplo o art 169, paragrafo 1 e 2 da Constituição, se o governo dá um reajuste ao servidor porlei, esta lei é de direito administrativo material, sendo que é ela que cria o reajuste, o direito a persecução do vencimento deste vai ter que passar pela lei de diretrizes orçamentarias e pela lei orçamentaria anual, se ele não for previsto nestas leis, elas retirarão a sua eficácia. 
. Logo, significa dizer que elas não criam direitos, nem deveres para ninguém, salvo em relação ao destinatário específico delas que é o chefe do poder executivo. Portanto, se quer dizer que esta atividade financeira do estado não é uma atividade fim; e do ponto de vista dos deveres que o Estado tem, principalmente os deveres de proteção e promoção dos direitos fundamentais, a atividade financeira do Estado vem ser uma atividade meio, porque permite que as atividades fins, que são dirigidas aos direitos fundamentais possam ocorrer. Traduzindo, a atividade financeira abastece o cofre para que outras atividades como saúde, educação, segurança, etc possam acontecer. 
. Assim, a atividade meio do estado propicia que as atividades fins, possam ser desempenhadas pelo Estado, sendo sempre voltadas para os titulares dos direitos fundamentais. Cada um de nós que é titular de direitos fundamentais e os vários grupos dos quais nós podemos fazer parte. Seja individualmente ou através desses grupos, a sociedade tem necessidades públicas, que são satisfeitas por atividades fins do Estado. Então, o indivíduo, o contribuinte, a sociedade tem necessidades publicas, por exemplo as pessoas que são portadoras do vírus do HIV, que necessitam receber o coquetel do SUS, portanto mesmo sendo um grupo, aqui também se caracteriza por ser uma necessidade pública. Logo, não é a atividade financeira do Estado responsável pela prescrição do coquetel, e sim a área da saúde. Porém, é a atividade financeira do Estado que permite que esta área compre os medicamentos, através de repasses. Assim, pode-se dizer que a atividade financeira do Estado não satisfaz diretamente a necessidade pública individual ou coletiva, ela é um meio pelo qual o Estado vai abastecer os cofres dos setores que desempenham as atividades fins, e estas são atividades fins porque nelas se pretende esgotar ou minimizar uma necessidade pública que pode ser coletiva ou individual. 
. Um exemplo individual seria dá concessão de medicamento a uma única pessoa, que entrou com a demanda através do judiciário, sendo esta uma necessidade pública, pois este indivíduo tem um direito fundamental de caráter público, direito à saúde. A atividade financeira do estado que é atividade meio, abastece as atividades fins, pois as despesas para a efetividade dessas atividades devem estar previstas no orçamento do ministério da saúde, no caso da área da saúde por exemplo. 
. Esta é a ultima característica da atividade financeira do Estado, que possui três instrumentos, o plano plurianual, leis de diretrizes orçamentarias e lei orçamentária anual, cujos não iram satisfazer diretamente nenhuma necessidade pública, seja individual ou coletiva, pois afinal, é uma atividade instrumental, é o instrumento do qual se vale as atividades fins, cujos cofres destas serão abastecidos pela atividade meio para que possam desempenhar seus objetivos, pois são elas que iram satisfazer na ponta as necessidades públicas individuais e coletivas. 
. Importante pontuar que a atividade fim, que é um serviço público ela tem que existir, porque nós individualmente ou coletivamente somos integrantes da sociedade e temos direitos fundamentais, os serviços públicos que são serviços do Estado, delegáveis ou não, eles existem para satisfazerem esses direitos. Sendo que a justificação dos serviços públicos é fornecer utilidade para satisfação dos direitos fundamentais.
. A constituição tem duas características a longo desses 30 anos, uma delas bem marcante, é que se procurou dotar de recursos públicos a saúde básica e o ensino fundamental independentemente de prestação, tributação direta, diferentemente da previdência social, pois só a terá quem contribuir.
O ideal é verificar que quando se vai ao titulo VI da Constituição – da tributação e do orçamento – significa da tributação e da orçamentação são duas atividades típicas indelegáveis do Estado de caráter financeiro, uma trata de receita - principal fonte de receita que é o tributo, e a outra, sobretudo de despesa, ratificando que sem previsão em lei orçamentaria não tem despesa e mais importante, não tem gasto. Lembrando que isso não significa que no orçamento não tem receita, é claro que vai ter, porém o tributo é tão importante como a principal fonte de receita do Estado; e este sendo um Estado fiscal e não patrimonial, terá na constituição um conjunto de regras só tributárias e um outro conjunto de regras que terá outras receitas - não tributárias e despesas que é o direito financeiro, que vem a ser da orçamentação.
. Pontuando mais uma vez que, sem a parte da orçamentação não vai ter gasto, pois se não tiver despesa fixada na lei orçamentaria não terá liquidação, não terá gasto por fim. Sendo que uma despesa que se prevê no orçamento e não liquida não tem gasto público realizado, porque a despesa “só” abstratamente prevista na lei orçamentaria ela é um dado estrutural, ela precisa ser liquidada para transformar em gasto, é por isso, que todo gasto pressupõem uma despesa, mas nem toda despesa pressupõem um gasto. Sem a despesa não se tem gasto, a despesa fixada na lei orçamentaria ela é um antecedente lógico da realização do gasto, analogia que se tem com isso é a licitação em relação ao contrato administrativo, salvo nas hipóteses que se tem inexigibilidade de licitação ou que se tenha a possibilidade de se chegar e afastar a licitação no caso de dispensa, ou seja, ela ser inexigível, ou dispensável, porém estes são casos excepcionais, o normal é que onde há um contrato antes houve uma licitação, no âmbito do Estado isso é fundamental, por exemplo, concessionário, art 175 da CF, tem que ter licitação. 
. Outro caso é a permissão de serviço público, prestação de serviço público por delegação, são exemplos clássicos desta a prestação do serviço funerário, taxista, sendo que a permissão é temporária, precária, intuto personae. Porém, no caso do taxi, pode-se passar a permissão para a viúva e herdeiros. Aqui ocorre a típica expressão que é do fato que nasce o direito. Pois, antes mesmo de se ter regramento dizendo que era possível passar permissão de taxi para a viúva e descendentes, antes mesmo de ter lei para isso, quando o taxista morria se colocava no inventario o direito de permissão, ou seja, explorar o serviço de taxi, o fato aqui veio antes da lei.
Por fim, a atividade financeira do Estado é uma atividade instrumental, a satisfação é mediata, quem faz a satisfação imediata de necessidade publica individual ou coletiva, é a atividade fim do Estado, ex saúde, educação etc. Sendo que a parte básica destes serviços, o Estado tem que custear sem nenhuma contraprestação.
Assim, as características da atividade financeira do Estado são:
não tem fito de lucro, porém não pode ser deficitária
é uma reserva de lei muito grande, alguns chegam até dizer que se tem uma super reserva de lei, a medida provisória é exceção que confirma a regra no caso do art 167, paragrafo 3 (quando não tem uma reserva de lei em sentido formal e material, tem pelo menos uma reserva de lei em sentido material, porque medida provisória tem força de lei)
é uma atividade instrumental, atividade meio, pois ela não satisfaz diretamente necessidade pública individual ou coletiva; propicia que outras atividades publicas se desenvolvam e satisfaçam estas necessidades
não é atividade financeira do particular; atividade financeira do estado, na abertura de credito extraordinário na lei orçamentaria, art 167, parag. 3. Então, é esta a atividade financeira do estado, que também é conhecida como finanças públicas. Art 167, § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna ou calamidade

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