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GARANTIA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DOS RESERVATÓRIOS CASTANHÃO E BANABUIÚ E IMPLICAÇÕES NA OUTORGA

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI - URCA 
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA 
DEPARTAMENTO DE CONSTRUÇÃO CIVIL 
CURSO DE TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL – HABILITAÇÃO 
EM EDIFÍCIOS 
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GARANTIA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA 
DOS RESERVATÓRIOS CASTANHÃO E BANABUIÚ 
E IMPLICAÇÕES NA OUTORGA 
 
 
 
 
 
PEDRO VICTOR BATISTA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
JUAZEIRO DO NORTE – CE 
2016 
1 
 
PEDRO VICTOR BATISTA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GARANTIA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DOS 
RESERVATÓRIOS CASTANHÃO E BANABUIÚ E 
IMPLICAÇÕES NA OUTORGA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Comissão Examinadora do Curso de Tecnólogo 
da Construção Civil com habilitação em 
Edifícios, da Universidade Regional do Cariri – 
URCA, como requisito para obtenção do Grau 
de Tecnólogo em Construção Civil – habilitação 
em Edifícios, sob orientação do Prof. Me. 
Renato de Oliveira Fernandes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUAZEIRO DO NORTE – CE 
2016 
2 
 
PEDRO VICTOR BATISTA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GARANTIA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DOS RESERVATÓRIOS 
CASTANHÃO E BANABUIÚ E IMPLICAÇÕES NA OUTORGA 
 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
__________________________________________________________ 
PROF. Me. RENATO DE OLIVEIRA FERNANDES, URCA. 
(ORIENTADOR) 
 
 
__________________________________________________________ 
PROF. Me. JEFFERSON LUIZ ALVES MARINHO, URCA. 
(AVALIADOR) 
 
 
__________________________________________________________ 
PROF. DR. RODOLFO JOSÉ SABIÁ, URCA. 
(AVALIADOR) 
 
 
 
 
DATA DE APROVAÇÃO:____ DE__________ DE 2016 
 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ao meu pai Raimundo Pereira de 
Almeida (in memoriam), embora tenha partido cedo ele 
pôde contribuir para a minha formação pessoal, e à 
minha mãe Antônia Isálida Batista de Almeida que fez e 
tem feito de tudo por seus filhos, tem sido mãe e pai. 
 
 
4 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Primeiramente a Deus pois ele é a base de tudo, é a fé que nos provê grande parte 
da nossa força. 
 
 
Aos meus pais por terem me ensinado o valor de família e por sempre terem 
demonstrado encorajamento e apoio nas minhas escolhas. 
 
 
Ao meu orientador, Prof. Me. Renato de Oliveira Fernandes, por me incentivar e 
acreditar no meu potencial. 
 
 
A todo o corpo docente do curso de Tecnologia da Construção Civil, por todo o 
conhecimento e ajuda que me foram fornecidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A atenção é a mais importante de todas as faculdades para o 
desenvolvimento da inteligência humana.” 
 
Charles Darwin 
6 
 
RESUMO 
 
 
A disponibilidade de água e sua garantia de abastecimento é um pré-requisito para o 
desenvolvimento e a sobrevivência das pessoas de uma região. A alta variabilidade 
hidrológica da região semiárida reduz as garantias de abastecimento de água dos 
reservatórios e dificulta a aplicação de instrumentos de gestão dos recursos hídricos 
como a outorga. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a variação das vazões 
de regularização de dois grandes reservatórios localizados no semiárido Nordestino e 
suas implicações na aplicação da outorga. Para obter os resultados foram realizadas 
simulações com o auxílio do Sistema de Suporte a Decisões, AcquaNet. Os resultados 
mostraram um grande impacto que a variabilidade hidrológica causa nas garantias de 
abastecimento dos reservatórios estudados, indicando que ao aumentar a garantia de 
abastecimento de 50% para 95% a vazão regularizada poderá reduzir em até 60% 
para o Castanhão e em 68% para o Banabuiú. Além disso, aumentar as garantias 
representou grandes perdas de água por evaporação nos reservatórios. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: variabilidade hidrológica; outorga; garantias de abastecimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The availability of water and its supply guarantee is a prerequisite for the development 
and survival of people of a region. The high hydrologic variability of the semiarid region 
reduces the water supply guarantees of reservoirs and hampers the implementation of 
water resources management instruments as the grant. The present work aims to 
evaluate the variation of regularization flows of two large reservoirs located in the 
Northeastern semiarid and their implications for the implementation of grant. To get 
the results were carried out simulations with help of the Decision Support System, 
AcquaNet. The results showed a great impact that hydrologic variability causes on 
supply guarantees of the reservoirs studied, indicating that increasing of 50% supply 
guarantee for 95% the regularized flow may reduce by up to 60% for the Castanhão 
and in 68% for the Banabuiú. Also, increase guarantees represented big losses of 
water by evaporation in the reservoirs. 
 
KEYWORDS: hydrologic variability; grant; supply guarantees 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 ................................................................................................................... 13 
Figura 2 ................................................................................................................... 15 
Figura 3 ................................................................................................................... 17 
Figura 4 ................................................................................................................... 22 
Figura 5 ................................................................................................................... 28 
Figura 6 ................................................................................................................... 30 
Figura 7 ................................................................................................................... 32 
Figura 8 ................................................................................................................... 33 
Figura 9 ................................................................................................................... 33 
Figura 10 ................................................................................................................... 34 
Figura 11 ................................................................................................................... 35 
Figura 12 ................................................................................................................... 35 
Figura 13 ................................................................................................................... 36 
Figura 14 ................................................................................................................... 36 
 
Figura 15 ................................................................................................................... 37 
 
Figura 16 ................................................................................................................... 38 
 
Figura 17 ................................................................................................................... 389 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 
1.1 OBJETIVOS ..................................................................................................... 11 
1.2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 11 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 12 
2.1 RECURSOS HÍDRICOS E CLIMA ................................................................... 12 
2.1.1 CARACTERIZAÇÃO HIDROLÓGICA ........................................................... 16 
2.2 VARIABILIDADE CLIMÁTICA .......................................................................... 19 
2.3 INSTRUMENTOS DE GESTÃO DOS RECURSOS HÍDRICOS ...................... 21 
2.3.1 A OUTORGA E OS OUTROS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL 
DE RECURSOS HÍDRICOS ..................................................................................... 21 
2.3.2 OUTORGA DE DIREITO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS .................. 23 
2.4 VAZÕES REGULARIZADAS POR RESERVATÓRIOS ................................... 24 
2.5 MODELO ACQUANET ..................................................................................... 26 
2.5.1 SISTEMA DE SUPORTE A DECISÕES ....................................................... 27 
3 MATERIAIS E MÉTODOS ..................................................................................... 28 
 3.1 ÁREA DE ESTUDO ......................................................................................... 29 
 3.2 SIMULAÇÃO DA VAZÃO REGULARIZADA PELOS RESERVATÓRIOS 
CASTANHÃO E BANABUIÚ ..................................................................................... 31 
 3.2.1 APLICAÇÃO DO ACQUANET ...................................................................... 32 
 3.2.2 BASE DE DADOS PARA SIMULAÇÃO DAS VAZÕES REGULARIZADAS 
 .................................................................................................................................. 34 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 37 
 
5. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 40 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 41 
 
 
10 
 
1. INTRODUÇÃO 
O semiárido brasileiro apresenta um cenário crítico no que se refere à questão 
hídrica, tais como as irregularidades pluviométricas, tanto em quantidade como em 
distribuição ao longo do ano criando a necessidade de vários mecanismos e 
estratégias para a implantação de uma gestão centrada na racionalização dos 
recursos (FONTES et al., 2003). 
O conhecimento das vazões naturais afluentes aos açudes e das vazões 
regularizadas por eles, por exemplo, trazem diversos benefícios. Um desses 
benefícios é o planejamento da alocação da água em período de racionamento ou 
escassez. No Brasil, a definição das vazões a serem alocadas por usuário depende 
da outorga. Este instrumento de gestão está previsto na Lei 9.433/97 que institui a 
Política Nacional de Recursos Hídricos e busca garantir o direito de acesso à água, 
bem como o controle quali-quantitativo. A outorga tem como base uma vazão de 
referência, que devido às diferentes condições hidrológicas do país, pode variar por 
unidades da federação (ANA, 2013). 
No Nordeste, a vazão de referência geralmente tem sido a vazão regularizada 
com 90% de garantia (STUDART et al., 1997). No Ceará, por exemplo, é adotada 90% 
da vazão regularizada com 90% de garantia como a vazão máxima outorgável por 
bacia (CEARÁ, 2012). É a chamada “Q90”, que é a vazão regularizada com 90% de 
garantia onde seu valor indica que em 90% do período analisado o sistema foi capaz 
de atender ou superar as demandas, ou seja, a frequência de não atendimento (ou 
falhas) foi de apenas 10%. 
Para que a alocação da água desses reservatórios ocorra de forma eficiente é 
necessária a determinação de estratégias de operação. Para determinar os valores 
das vazões de abastecimento para diferentes garantias, geralmente são usados 
modelos de operação de reservatórios (Tucci, 1998). Estes modelos fazem o balanço 
hídrico do reservatório verificando o atendimento às demandas (ou às falhas) e o 
volume armazenado para cada intervalo de tempo. 
Nesse contexto, este estudo avalia a variação das vazões de regularização de 
dois grandes reservatórios localizados no semiárido Nordestino e suas implicações na 
aplicação da outorga. Os reservatórios estudados são o Castanhão, o maior açude do 
11 
 
estado do Ceará com capacidade para armazenar 6,7 bilhões de m³, e Banabuiú, com 
capacidade máxima de 1,6 bilhões de m³ (terceiro maior açude do estado). 
 
1.1. OBJETIVOS 
A pesquisa tem como objetivo geral avaliar a variação das garantias das vazões 
regularizadas pelos açudes Castanhão e Banabuiú e discutir algumas implicações na 
outorga de uso dos recursos hídricos. 
 
 Os objetivos específicos são: 
 Analisar o impacto gerado pela variação das demandas na operação dos 
reservatórios Castanhão e Banabuiú; 
 Determinar as vazões regularizadas para diferentes garantias; 
 Fazer uma estimativa das perdas de água por evaporação dos açudes; 
 Discutir algumas implicações para outorga. 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
A alta variabilidade hidrológica da região semiárida reduz as garantias de 
abastecimento de água dos reservatórios e dificulta a aplicação de instrumentos de 
gestão dos recursos hídricos como a outorga. A simulação das vazões regularizadas 
pelos dois açudes poderá mostrar quais serão os impactos mediante as mudanças 
nas restrições das garantias. 
 
 
 
 
 
 
12 
 
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1. RECURSOS HÍDRICOS 
Recursos hídricos são as águas superficiais ou subterrâneas disponíveis para 
qualquer tipo de uso de região ou bacia. É importante salientar que aponta-se 
disparidades entre as expressões água e recursos hídricos, sendo a primeira um 
elemento natural e a segunda um elemento econômico (FARIAS, 2005). Em resumo, 
é uma expressão que está comumente associada à toda parcela de água passível de 
ser utilizada pelos seres humanos. Teoricamente, toda a água da Terra poderia ser 
utilizada, mas seria preciso retirar os sais dissolvidos nas águas dos oceanos. Os 
oceanos, que cobrem dois terços da superfície do planeta, correspondem a 98% das 
águas, aproximadamente, os 2% que restaram correspondem às águas doce, quase 
nada em termos relativos (FELDMANN, 1994). 
O Brasil ocupa posição privilegiada no mundo em relação à disponibilidade de 
recursos hídricos, com em torno de 12% da disponibilidade mundial, que é de 1,5 
milhões de m³s-1 (SHIKLOMANOV et al., 2000). Mas, segundo Chapra (1997), a 
disponibilidade hídrica não é uma questão de volume de água, e sim do fluxo. Não se 
pode falar em disponibilidade em termos volumétricos, mas em termos de vazão, pois 
se trata de um ciclo com a água movendo-se constantemente de um estado para outro 
(figura 1). 
 
 
 
13 
 
 
Fonte: <http://omelhordabiologia.blogspot.com.br/2013/02/atividades-sobre-
agua-o-ciclo-da-agua.html> 
Figura 1. Ciclo hidrológico 
 
Logo, conclui-se que a disponibilidade hídrica é aquele aporte de água que 
pode ser explorado sem que com o tempo suas características quali-quantitativas 
sejam prejudicadas. Portanto, para que haja sustentabilidade no uso de água na bacia 
a disponibilidade hídrica e a demanda potencial devem corresponder à capacidade de 
suporte da bacia (INSA, 2012). Demanda potencial éa vazão de retirada para usos 
consuntivos1, é o nível de utilização dos recursos hídricos que a bacia pode suportar. 
Assim, torna-se necessária a análise dos principais reservatórios da bacia 
hidrográfica através do balanço hídrico multianual, identificando, assim, sua 
capacidade de suporte. O entendimento do balanço hídrico é um dos fundamentos 
importantes para conhecer os efeitos antrópicos sobre o meio natural, disponibilidade 
hídrica e sustentabilidade ambiental. Este pode ser realizado para uma camada de 
solo, para um trecho de rio ou por uma bacia hidrográfica. A bacia hidrográfica é o 
 
1 Usos consuntivos: referem-se aos usos que retiram a água de sua fonte natural diminuindo suas 
disponibilidades, espacial e temporalmente. 
14 
 
melhor espaço de avaliação do comportamento hídrico, pois tem definido o local de 
entrada, a bacia, o local de saída e a seção de rio que define a bacia hidrográfica. 
Rios, aquíferos e o próprio solo são tidos como os principais reservatórios 
naturais de água. A criação de reservatórios artificiais se dá a partir do momento em 
que ocorre a ausência ou até mesmo insuficiência dos citados anteriormente. 
Em regiões semiáridas os rios são classificados como intermitentes, e até 
mesmo efêmeros, sendo assim, eles não tem muita valia como uma fonte de água 
garantida quando se encontram nestas situações. Porém, estes corpos hídricos 
podem se tornar perenes através da influência da construção de reservatórios 
artificiais. Essa perenização ocorre através da: construção de barragens com 
liberação de descargas nos cursos d’água (Aragão Araújo, 1990; Campos, 1996; 
Araújo et al., 2006; van Oel et al., 2008), transposição de bacias e uso conjunto de 
águas subterrâneas e superficiais (GONZÁLEZ CABRERA, 2011). 
A disponibilidade de água depende, em grande parte, do clima e de suas 
variações em diversas escalas de tempo. Extremos de chuva, especialmente no 
verão, podem estar associados a enchentes e têm impactos diretos sobre a 
população, embora em escalas de tempo características, um atraso no início da 
estação chuvosa pode causar impactos graves na agricultura e na geração de energia 
hidroelétrica. Assoreamento e poluição também alteram a disponibilidade hídrica. 
No semiárido, a variabilidade do clima e a escassez hídrica são marcas 
indeléveis. Conviver com o semiárido é adaptar a sociedade a uma forma específica 
da ocorrência do clima na região. Neste sentido, a ampliação e fortalecimento da 
infraestrutura hídrica, com uma gestão adequada, com o suporte da União, 
principalmente através de um amparo legal como a Lei nº 9433/1997, conhecida como 
Política Nacional dos Recursos Hídricos, e o gerenciamento do risco climático são 
caminhos necessários para a construção de uma estratégia robusta de adaptação das 
sociedades do semiárido à natureza (SOUZA FILHO, 2011). 
O Nordeste brasileiro (figura 2) é composto de três grandes regiões fisiográficas 
e climáticas bem distintas: Zona da Mata, formada por uma estreita faixa costeira que 
se estende do norte do Rio Grande do Norte até o sul do Estado da Bahia. A Zona do 
Agreste se situa imediatamente a oeste da Zona da Mata; é uma zona intermediária 
15 
 
entre a zona úmida e o Sertão. Na terceira, a Zona do Sertão Semiárido, a vegetação 
original, a caatinga, é composta de espécies xerófilas e espinhosas de estrato 
herbáceo gramínio raro ou ausente (CADIER, 1994). 
 
 
 
Fonte: ANA, 2006 
Figura 2. Mapa do Nordeste brasileiro com delimitação da região semiárida 
A presença de rios intermitentes no semiárido Nordestino decorre em função 
da alta variabilidade temporal, em que há a ocorrência de secas periódicas. Se 
comparados com o restante do país, a precipitação e o escoamento superficial no 
Nordeste são pequenos (VIEIRA et al., 2000). Além disso, na região semiárida, a 
maioria dos cenários de mudanças climáticas (MRENGO, 2009; SILVEIRA et al., 
2014) sinaliza para redução da precipitação e o aumento da evaporação nos corpos 
d’água e, consequentemente, a redução do volume escoado nos mesmos. 
A alteração dos processos hidrológicos na região semiárida pode significar 
diferentes tipos de prejuízos para as comunidades que vivem nessas áreas. Por 
exemplo, é provável que ocorra aumento da salinização da água subterrânea e 
superficial em virtude da elevação da evapotranspiração (BATES et al., 2008). 
16 
 
2.1.1. CARACTERIZAÇÃO HIDROLÓGICA 
O Estado do Ceará é o terceiro maior estado, em extensão, do nordeste 
brasileiro, com 75% de sua área total incluída na isoieta abaixo de 800 mm anuais 
(FUNCEME, 1991), sendo 532,7 mm o valor observado da isoieta atual, um desvio de 
33,5% do valor normal (FUNCEME, 2015). 
O regime pluvial apresenta uma grande concentração da estação chuvosa e 
uma grande irregularidade interanual. A concentração do regime pluvial, associada à 
vasta extensão de solos com embasamento rochoso, conhecido como cristalino, 
fazem com que a totalidade dos rios cearenses sejam intermitentes. A formação 
geomorfológica do Ceará apresenta rochas cristalinas em sua maioria, seguidas de 
rochas sedimentares, tornando o potencial hídrico subterrâneo baixo. Zonas 
fraturadas, que ocorrem em solos rochosos, na maioria dos casos, apresentam a 
única possibilidade de obtenção de água, mesmo que em pouca quantidade 
(PEIXOTO, 1994). 
A intermitência dos rios torna necessária a construção de reservatórios para 
que possam ser cumpridas as premissas dos usos múltiplos, principalmente o 
abastecimento humano e a dessedentação2 animal. Entretanto, a maioria é de 
pequeno porte, assim, apenas promovem uma regularização anual, secando durante 
a ocorrência de estiagens com maior tempo de duração. Para que tal problema seja 
sanado, há, também, a construção de reservatórios de médio e grande porte, capazes 
de realizar a regularização interanual das águas superficiais. 
O território cearense é dividido em doze bacias hidrográficas (figura 3), levando 
em consideração a divisão da grande bacia do rio Jaguaribe em Alto, Médio e Baixo 
Jaguaribe. Tal bacia drena uma área correspondente a 48% do Estado com seus 633 
km de extensão. Os três maiores reservatórios de água no Ceará são o Açude 
Castanhão, o Orós e o Banabuiú com as respectivas capacidades de armazenamento 
de 6,7, 2,1 e 1,7 bilhões de metros cúbicos de água, respectivamente. 
 
2 Dessedentação: Suprir necessidades de água para contingentes animais. 
17 
 
 
Fonte: IPECE, 2007 
Figura 3. Bacias Hidrográficas do Ceará 
 
 
Banabuiú 
Castanhão 
Orós 
18 
 
Tabela 1. Demais Bacias Hidrográficas Cearenses 
Demais Bacias Hidrográficas Cearenses 
Bacias Hidrográficas Particularidades das bacias 
Rio Acaraú 
Possui alguns dos mais 
importantes açudes 
cearenses: Carão, Edson 
Queiroz, Forquilha, 
Jaibaras e Araras. 
Rio Banabuiú 
Possui 18 açudes 
monitorados pela COGERH 
com capacidade hídrica de 
2,758 bilhões m³. 
Rio Coreaú 
Localiza-se na porção 
norte-ocidental do estado e 
é composta da área 
drenada pelo próprio rio. 
Rio Curu 
Possui uma área de 
drenagem de 8.534 km², 
corresponde a 5,76% do 
território cearense. 
Bacia do Litoral 
Engloba um conjunto de 
bacias independentes 
compreendidas entre as do 
Curu e Acaraú. 
Região Metropolitana 
Constitui uma região 
hidrográfica formada por 16 
sub-bacias. 
Alto Jaguaribe 
Tem uma área de 
drenagem de 24.636 km², 
corresponde a 16,56% do 
território Cearense. 
Médio Jaguaribe 
Possui uma área de 10.376 
km², com um curso de 
aproximadamente 171 km 
de extensão compreendidaentre a válvula do açude 
Orós e a ponte de Peixe 
Gordo, na BR - 116. 
Baixo Jaguaribe 
Drena uma área de 5.452 
km², percorrendo cerca de 
137 km, que se estende 
desde a ponte de Peixe 
Gordo na BR - 116 até a 
sua foz, localizada na 
cidade de Fortim. 
19 
 
Bacia do Salgado 
Essa bacia apresenta uma 
capacidade de acumulação 
de águas superficiais de 
447,41 milhões m³, num 
total de 14 açudes públicos 
gerenciados pela 
COGERH. 
Fonte: <http://www.cbh.gov.br>. 
 
2.2. VARIABILIDADE CLIMÁTICA 
O Brasil é vulnerável às mudanças climáticas atuais e mais ainda às que se 
projetam para o futuro, especialmente quanto aos extremos climáticos. As áreas 
mais vulneráveis compreendem a Amazônia e o Nordeste do Brasil, como 
mostrado em estudos recentes (AMBRIZZI et al., 2007; MARENGO et al., 2007). 
O conhecimento sobre possíveis cenários climáticos-hidrológicos futuros e as suas 
incertezas pode ajudar a estimar demandas de água no futuro e também definir 
políticas ambientais de uso e gerenciamento de água para o futuro. 
 
Algumas regiões do país já estão sendo impactadas pelas mudanças 
climáticas de forma intensa. Em 2007, o Relatório de Clima (AMBRIZZI et al., 2007) 
apresentou evidências sobre os efeitos na disponibilidade hídrica de muitas 
regiões do Brasil. Segundo Marengo et al (2010), o Brasil é vulnerável à 
variabilidade climática, o que pode ser demonstrado pelas secas e desertificação 
que vem ocorrendo no Nordeste e de forma oposta às chuvas intensas que vêm 
ocorrendo nos estados do Sul e do Sudeste. 
Conforme afirmou Tundisi (2008), “Alterações climáticas terão papel 
relevante no ciclo hidrológico e na quantidade e qualidade da água. Essas 
alterações podem promover inúmeras mudanças na disponibilidade e na qualidade 
da água e na saúde da população humana”. Segundo o mesmo autor, a 
intensidade desta mudança varia de acordo com as especificidades locais, visto 
que as bacias hidrográficas possuem características peculiares, e, portanto irão 
20 
 
responder de forma distinta às alterações climáticas. Alguns dos impactos 
climáticos previstos estão contidos na tabela abaixo. 
Tabela 2. Mudanças Climáticas: impactos nos Recursos Hídricos 
Impactos decorrentes das Mudanças Climáticas sobre os Recursos Hídricos 
Pressões Impactos 
Temperaturas mais elevadas, 
aumento da evaporação, o 
aumento da precipitação e 
mudanças nos padrões de 
circulação dos ventos. Alterações 
na quantidade dos recursos 
hídricos. 
A demanda por água tende a aumentar enquanto 
a disponibilidade hídrica tende a diminuir, 
principalmente nas regiões de baixas latitudes, 
como é o caso do semiárido brasileiro. Com 
vazões mais baixas e temperaturas da água mais 
elevadas, serão intensificados os efeitos da 
poluição nos corpos hídricos, reduzindo a 
qualidade da água com impactos sobre a 
agricultura, geração de energia, abastecimento 
público, recreação, e sobre diversos setores. 
Alteração da temperatura 
atmosférica e oceânica 
Mudança na distribuição espacial e temporal dos 
índices de evaporação e de umidade no ar, 
potencializando os eventos hidrológicos críticos, 
como chuvas intensas em determinadas regiões 
e secas prolongadas em áreas já castigadas pela 
escassez hídrica. 
Ocorrência de chuvas mais 
intensas 
Elevação do nível dos rios e o alagamento das 
várzeas, provocando enchentes. Em áreas 
urbanas, a elevada impermeabilização do solo 
dificulta a absorção de água, potencializando as 
situações de inundação bem como de 
deslizamentos de encostas. 
Estiagens / secas mais 
prolongadas 
Situações de risco de colapso no abastecimento 
de água em várias regiões urbanas adensadas, 
inclusive nas metrópoles. 
Elevação do nível do mar em 
áreas urbanas costeiras 
Intrusão de água salina nos lençóis subterrâneos 
que abastecem parte das cidades litorâneas do 
país. 
Fonte: VEIGA E MAGRINI (2013) 
As projeções de mudança nos regimes e distribuição de chuva, derivadas 
dos modelos globais do quarto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental 
de Mudanças Climáticas (IPCC AR4), para climas mais quentes no futuro não são 
conclusivas, e as incertezas ainda são grandes, pois dependem dos modelos e 
das regiões consideradas. IPCC AR4 (MEEHL et al., 2007) mostra reduções de 
chuva no Norte e no Nordeste do Brasil durante os meses de inverno (junho, julho 
21 
 
e agosto), o que pode comprometer a chuva na região Leste do Nordeste, que 
apresenta o pico da estação chuvosa nessa época do ano (MARENGO, 2008). 
 
2.3. INSTRUMENTOS DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS 
Em 1997 a Lei Federal n.º 9.433, do dia 08 de janeiro, instituiu a Política 
Nacional dos Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de 
Recursos Hídricos com o intuito de assegurar água em qualidade e disponibilidade 
suficiente, através da utilização racional e integrada da prevenção e defesa dos 
recursos hídricos contra eventos hidrológicos críticos (FARIA, 2016). 
Tal qual a Política Nacional do Meio Ambiente, a Política Nacional dos 
Recursos Hídricos (PNRH) traz alguns instrumentos a serem empregados para a 
obtenção de sucesso em seus objetivos. O objetivo geral é “estabelecer um pacto 
nacional para a definição de diretrizes e políticas públicas voltadas para a melhoria da 
oferta de água, em quantidade e qualidade, gerenciando as demandas e considerando 
ser a água um elemento estruturante para a implementação das políticas setoriais, 
soba a ótica do desenvolvimento sustentável e da inclusão social”. 
Como objetivos específicos temos: 
a) melhoria das disponibilidades hídricas, superficiais e subterrâneas, em quantidade 
e qualidade; 
b) redução dos conflitos reais e potenciais do uso da água; 
c) percepção da conservação da água como valor socioambiental relevante. 
 
2.3.1. A OUTORGA E OS OUTROS INSTRUMENTOS DA POLÍTICA 
NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS 
Além da outorga de direito de uso de recursos hídricos, a Lei Federal n.º 
9.433/97 institui outros quatro instrumentos que têm relacionamento direto com a 
outorga (figura 4). 
22 
 
 
Fonte: <http://www2.ana.gov.br/> 
Figura 4. Instrumentos de gestão de recursos hídricos 
O primeiro deles trata dos Planos de Recursos Hídricos, que são planos 
diretores que visam fundamentar e orientar a implementação da Política Nacional de 
Recursos Hídricos e seu gerenciamento. Esses Planos devem ser elaborados por 
Bacia Hidrográfica, por Estado e por País e devem conter as prioridades para outorga 
de direitos de uso de recursos hídricos. 
Quanto ao segundo instrumento, trata-se do enquadramento dos corpos 
hídricos em classes, segundo os usos preponderantes da água. Suas finalidades 
principais são as de assegurar qualidade às águas compatível com a sua destinação 
e reduzir custos de combate à sua poluição. Nesse sentido, torna-se o enquadramento 
essencial na análise dos pedidos de outorga, especificamente para lançamento de 
efluentes. 
Outro instrumento é a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, que visa o 
incentivo à racionalização do seu uso, seu reconhecimento como bem econômico e 
indicação ao usuário de seu valor, bem como a obtenção de recursos financeiros para 
o financiamento de programas e intervenções contemplados nos planos de recursos 
hídricos. Sua relação com a outorga acontece a partir do momento em que a lei 
determina que os usos de recursos hídricos a serem cobrados são aqueles sujeitos à 
outorga. Além disso, os valores a serem fixados para sua cobrança são diretamente 
23 
 
relacionados com os parâmetros constantes das outorgas. No caso de derivações, 
extrações e captações de água, devem ser observados, para seu cálculo, o volume 
retirado e o seu regimede variação. Para lançamento de efluentes, além do volume 
lançado e do seu regime de variação, devem ser consideradas, ainda, as 
características físico-químicas, biológicas e de toxicidade do efluente. 
O último dos instrumentos instituídos pela Lei Federal n.º 9.433/97 é o Sistema 
de Informações, que é um sistema de coleta, tratamento, armazenamento e 
recuperação de informações sobre as águas e os fatores intervenientes em sua 
gestão. Dentre os objetivos do Sistema de Informações, estão a união e consistência 
de dados e informações sobre a situação quantitativa e qualitativa dos recursos 
hídricos no Brasil, além da atualização permanente das informações sobre 
disponibilidade e demanda. Essas informações são de suma importância e devem ser 
consideradas na análise de todos os pedidos de outorga. Além disso, dentre as 
informações de demanda, devem estar contidas aquelas referentes às outorgas já 
emitidas no País (ANA, 2007). 
 
2.3.2. OUTORGA DE DIREITO DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS 
A outorga é um instrumento através do qual o proprietário de um recurso natural 
estipula quem pode usá-lo e as respectivas limitações. Quando a propriedade é 
privada, a outorga equivale ao consentimento, do proprietário, de que outrem o utilize, 
desde que esse se sujeite às condições impostas pelo proprietário. Quando a 
propriedade é pública, serve como um instrumento de gestão, a partir da atribuição de 
cotas entre os usuários, considerando-se a escassez do recurso e dos benefícios 
sociais gerados (LANNA, 2000). 
O instrumento é hoje o elemento de controle para o uso racional das águas, a 
despeito de não aparecer no rol das inovações constitucionais. O código das Águas, 
de 1934, já o regulava. Àquela época, era livre a todos usar quaisquer águas públicas, 
com exceção dos usos dependentes de derivação3 (ALMEIDA, 2016). 
 
3 Derivação: é a retirada de água de um manancial por conduto livre, ou seja, é a retirada de água de 
um rio através de um canal. 
24 
 
Conferida somente a brasileiros ou empresas organizadas no país, a outorga 
era emitida por tempo fixo, nunca superior a trinta anos, tendo seu encerramento caso 
não utilizados os recursos por três anos consecutivos (Decreto nº 24.634/34, arts. 43 
§§ 2º e 3º; 46; 195). Ressalta-se a preocupação do Código de Águas ao explicitar, no 
artigo 46, que “a concessão não importa, nunca, em alienação parcial das águas 
públicas, que são inalienáveis, mas no simples direito ao uso destas águas”.4 
A Lei 9.433/97 explicitou a importância da outorga dos direitos de uso dos 
recursos hídricos entretanto não especificou o tipo de ato a ser emitido. Tal situação 
poderia levar à suposição de que a outorga se daria em qualquer uma das formas do 
Direito Administrativo (licença, autorização, permissão e concessão), caso as normas 
posteriores de regulamentação já não tivessem optado pela autorização, como se 
depreende da leitura do artigo 2º, XVI da IN nº 4/2000 e do artigo 4º, IV da Lei 
9.980/2000. 
O órgão responsável deve proceder basicamente a três análises antes de 
seguir com a outorga: técnica (viabilidade do empreendimento), hidrológica (a 
quantidade e a qualidade do corpo hídrico) e jurídica (o preenchimento dos requisitos 
legais impostos). Parte deste ato é irrestrito, assim, faz-se necessária a clara e ampla 
motivação do agente administrativo, como forma de manifestação da moralidade, 
legalidade e impessoalidade (art. 37 da CF/68), e de impossibilitar arbitrariedades dos 
órgãos gestores (MACHADO, 2001). 
 
2.4. VAZÕES REGULARIZADAS POR RESERVATÓRIO 
No semiárido, onde a variabilidade temporal do escoamento superficial é muito 
acentuada, a presença de grandes açudes tem um papel fundamental no aumento da 
disponibilidade hídrica. Esses reservatórios acumulam água no período chuvoso, 
geralmente em três ou quatro meses do primeiro semestre, para uso, principalmente, 
no segundo semestre que é o período com pouca ou nenhuma chuva. Desse modo, 
os açudes atuam como reguladores das vazões naturais (FERNANDES e ALMEIDA, 
2015). 
 
4 Decreto nº 24.634/34, arts. 62 e 63 
25 
 
A regularização das vazões naturais é um procedimento que tem por finalidade 
a melhor utilização dos recursos hídricos superficiais. Com a regularização visa-se, 
ainda, atingir vários outros objetivos, destacando-se a geração de energia, 
abastecimento humano, irrigação e o amortecimento de cheias, entre outros. Para 
isso, torna-se necessário realizar o represamento das águas através da construção 
de barragens em seções bem determinadas dos cursos naturais d’água. 
A regularização se dá através da redução da variabilidade das vazões. 
Acumula-se parte das águas disponíveis nos períodos chuvosos e as deficiências 
hídricas dos períodos de estiagem são compensadas, exercendo um efeito 
regularizador nas vazões naturais. Do ponto de vista teórico, a maior vazão que pode 
ser regularizada é a vazão natural média. 
Se as vazões que naturalmente ocorrem nos rios forem significativamente 
maiores que a retirada, mesmo durante os períodos de estiagem, então não haverá a 
necessidade da regularização das mesmas. A implantação de um reservatório de 
acumulação seria justificada para esse caso, pois poderia atuar na mitigação dos 
efeitos de enchentes, o controle de níveis d’água e transporte de sedimentos. 
Entretanto, sendo a vazão retirada maior que a mínima natural do curso d’água, será 
necessário o estoque dos excessos para que sejam beneficiados os períodos cujas 
vazões naturais serão as menores. 
A operação de um reservatório de acumulação, que recebe vazões muito 
variáveis no tempo, quando se deseja retirar uma vazão constante, ou não muito 
variável, é, de fato, uma regularização de vazões (BARBOSA JR., 2007). 
A vazão regularizada corresponde à vazão constante que pode ser liberada por 
uma barragem, sendo atrelada a uma garantia de fornecimento. Normalmente se 
trabalha, especialmente em nível de planejamento, com as garantias de 100%, 95%, 
90%, 85% e 80%. Assim, a garantia teórica de 100% indica que em qualquer momento 
a vazão regularizada correspondente poderá ser obtida a partir da barragem, 
independente da severidade da seca. 
Tratando-se da vazão regularizada com 90%, comumente utilizada como vazão 
de referência no Nordeste brasileiro, serão verificadas falhas de atendimento em 10% 
26 
 
do tempo. Assim, as falhas devem ocorrer em 1 ano a cada 10 anos ou 10 meses a 
cada 100 meses, etc (LEÃO et al., 2011). 
 
2.5. MODELO ACQUANET 
 Desenvolvido originalmente por John W. Labadie e conhecido primeiramente 
como MODSIM, o AcquaNet surgiu para resolução de problemas de alocação de água 
em bacias complexas, utilizando um algoritmo de balanço de massa para simulação 
de algoritmo Out-of-kilter (FORD e FULKERSON, 1963 apud SOLIS e JANSEN, 2002) 
para otimização (ALBANO e PORTO, 2003). 
A disponibilidade de água em quantidade e qualidade insuficientes para 
atendimento das mais variadas demandas é sem dúvida um dos mais importantes 
problemas a ser enfrentado no gerenciamento dos recursos hídricos em uma bacia 
hidrográfica. O uso de técnicas de Pesquisa Operacional (PO) para a análise de 
sistemas de recursos hídricos tem sido consagrado há mais de quatro décadas. 
O Sistema de Suporte a Decisões (SSD) AcquaNet faz uso combinado das 
técnicas de simulação e de otimização para determinar a alocação da água em 
sistemas de recursos hídricos complexos sujeitos a restrições operacionais e 
prioridades de atendimento às demandas (PORTO et al., 2005). O software utiliza um 
algoritmo de otimização de rede de fluxoeficiente (Out-of-Kilter – OOK), o que significa 
que sistemas extremamente grandes e complexos podem ser tratados em 
microcomputadores comuns. 
Uma situação comum em problemas de alocação de água é a operação de 
sistemas de recursos hídricos. Geralmente a alocação da água para atendimento às 
demandas está condicionada não só a disponibilidade de água, mas também a 
restrições operacionais que afetam a entrega da água no curto prazo. O algoritmo até 
então utilizado pelo AcquaNet não considera o amortecimento das vazões na análise 
de problemas de operação de sistemas de recursos hídricos. 
O seu uso nos mais variados sistemas de recursos hídricos e nas mais 
diversificadas regiões do país indicam que é uma ferramenta extremamente útil na 
27 
 
análise de alocação de água em bacias complexas (PORTO et al., 2003; PORTO et 
al., 2005). 
O princípio básico para utilização do AcquaNet é que o sistema são 
representados na rede como nós, sendo nós de volume (reservatórios) e nós que não 
são de volume, também chamados nós de passagem (confluências, pontos de desvio, 
pontos de entrada e pontos de demanda) e arcos ou elos (canais, adutoras e trechos 
naturais de rios). Para considerar as demandas, as vazões afluentes e regras de 
operação desejadas do reservatório, diversos nós e arcos artificiais deverão ser 
criados de forma a assegurar que o balanço de massa seja satisfeito em toda a rede. 
Estes nós e arcos artificiais são criados automaticamente pelo módulo de alocação 
restando ao usuário a criação dos nós e arcos reais do sistema. 
 
2.5.1. SISTEMA DE SUPORTE A DECISÕES 
De acordo com Porto e Azevedo (1997) e Porto et al. (2003), Sistema de 
Suporte a Decisões constituem uma metodologia de auxílio à tomada de decisão 
baseada na intensa utilização de bases de dados e modelos matemáticos, bem como 
na facilidade com que propiciam o diálogo entre o usuário e o computador. Segundo 
Sauter (1993), SSD são sistemas computacionais que objetivam auxiliar na tomada 
de decisão. Para Porto e Azevedo (1997), “qualquer coisa” que ajude e/ou apoie uma 
tomada de decisão pode ser considerado um SSD. Diversos problemas, em que a 
questão da tomada de decisões é muito complexa, como é o caso do gerenciamento 
e do planejamento de sistemas de recursos hídricos, vem sendo enfrentados com 
sucesso utilizando esta metodologia. 
Quando se dispõe de um SSD, o usuário conta com um instrumento potente 
para auxiliá-lo a dispor de informações, identificar e formular problemas, conceber e 
analisar alternativas e, finalmente, ajudá-lo na escolha do melhor curso de ação. Em 
outros termos, a finalidade de um SSD não é tomar decisões, mas auxiliar a missão 
de decidir. 
O procedimento para se efetuar uma análise de simulação da operação de um 
sistema de reservatórios pode ser resumido nas seguintes etapas: (1) identificação do 
28 
 
sistema; (2) determinação dos objetos do estudo e definição de critérios de avaliação; 
(3) coleta e análise de dados do sistema; (4) formulação do modelo de simulação; (5) 
calibração e validação do modelo; (6) organização e execução das simulações; e (7) 
análise e avaliação dos resultados. A tomada de decisões a respeito de sistemas de 
recursos hídricos deve considerar obrigatoriamente aspectos hidrológicos, 
ambientais, econômicos, políticos e sociais, mutáveis no tempo e associados a 
incertezas de difícil quantificação (AZEVEDO et al., 1997). 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
A finalidade dos reservatórios é realizar o acumulo das águas que se encontram 
disponíveis nos períodos chuvosos havendo assim uma compensação das 
deficiências nos períodos de estiagem, exercendo uma regularização das vazões 
naturais. Tem sua formação através da implantação de barragens nos cursos d’água. 
Geralmente as características físicas, em especial a de capacidade de 
armazenamento, possuem influência direta das características do vale em que estão 
inseridos. A descrição de um reservatório se dá através de seus níveis e volumes 
característicos (Figura 5): 
 
 
Fonte: <http://www.hidro.ce.gov.br/> 
Figura 5. Representação dos níveis e volumes de um reservatório 
29 
 
 Volume morto: é a parcela de volume do reservatório que não está 
disponível para uso. Imediatamente acima desse nível está o mínimo 
operacional. 
 Nível máximo operacional: corresponde à cota máxima permitida para 
operações normais no reservatório. O nível máximo operacional define 
o volume do reservatório. 
 Volume útil: caracteriza-se através da diferença entre o volume máximo 
e o volume morto, ou seja, é a parcela do volume que pode ser 
efetivamente utilizada para regularização de vazão (FRAGOSO JR E 
NEVES, 2015). 
 
3.1. ÁREA DE ESTUDO 
Os açudes Castanhão e Banabuiú estão localizados no Rio Jaguaribe. O Rio 
Jaguaribe, Ceará, Brasil, possui uma extensão de 610 km e bacia hidrográfica com 
área de 74.000 km². Dentre os principais reservatórios responsáveis pela 
regularização dos fluxos de água estão o Castanhão e Banabuiú (figura 6). 
O Castanhão é responsável por 97% do total armazenamento da sub-bacia do 
Médio Jaguaribe e é o maior açude do Estado do Ceará, possuindo um total de 4.592 
reservatórios (SRH, 2011). Ao passo que, o Banabuiú com capacidade máxima de 
1,6 bilhões de m³ regulariza as águas do Rio Banabuiú que é o principal afluente do 
Rio Jaguaribe. Estes dois reservatórios perenizam aproximadamente 470 km do rio e 
beneficiam 19 municípios (FORMIGA-JOHNSSON e KEMPER, 2005). Os principais 
usos atribuídos à água são o abastecimento urbano, rural e industrial. 
 
 
30 
 
 
 
Fonte: FERNANDES e ALMEIDA, 2015 
Figura 6. Mapa de localização dos açudes Castanhão e Banabuiú, rede de drenagem 
principal e estações fluviométricas da Agência Nacional das Águas (ANA) usadas 
nesse estudo. 
 
As decisões tomadas para alocação da água dos açudes Castanhão e 
Banabuiú baseiam-se em simulações de esvaziamento destes reservatórios (balanço 
hídrico) e nas vazões de regularização para perenizar o Rio Jaguaribe. Um exemplo 
31 
 
de cálculo de balanço hídrico feito em reservatórios é a determinação da variação do 
volume em relação ao tempo a partir das vazões que entram e que saem do 
reservatório (equação 01). 
 St+∆t = St + VE − VS (01) 
 St é o volume armazenado no reservatório no início do intervalo de tempo; 
 St+∆t corresponde ao volume no reservatório no final do intervalo de tempo; 
 VE é o volume de entrada, que corresponde à vazão afluente ao açude 
 ∆t é o intervalor de tempo; 
 VS é o volume total de saída que corresponde, principalmente, às demandas 
para atender aos usos múltiplos e as perdas por evaporação. 
 
Em longo prazo, a outorga de uso da água determina as alocações (AQUINO 
et al., 2013) e tem como parâmetro a vazão de referência. No nordeste, a vazão de 
referência geralmente tem sido uma fração da vazão regularizada com 90% de 
garantia (STUDART et al., 1997). 
 
3.2. SIMULAÇÃO DA VAZÃO REGULARIZADA PELOS RESERVATÓRIOS 
CASTANHÃO E BANABUIÚ 
Para realizar as simulações das vazões regularizadas pelos açudes Castanhão 
e Banabuiú foi utilizado o Sistema de Suporte a Decisões (SSD) AcquaNet que faz 
uso combinado das técnicas de simulação e de otimização para determinar a alocação 
da água em sistemas de recursos hídricos complexos sujeitos a restrições 
operacionais e prioridades de atendimento às demandas (PORTO et al., 2005). 
Para a determinação das vazões regularizadas, foi necessária a elaboração da 
rede de fluxo, que é composta por um conjunto de informações indispensáveis para a 
realização do processode simulação. Os dados que foram utilizados incluem as 
características físicas (curva cota-área-volume); as vazões afluentes e taxas de 
evaporação líquidas obtidas da hidroweb.com.br e inventário ambiental dos açudes 
(SRH, 2011); dados operacionais (meta de volume acumulado para cada mês). Já as 
demandas foram caracterizadas pelas vazões mensais necessárias ao atendimento. 
32 
 
Foram informadas, ainda, as prioridades tanto para o atendimento às demandas 
quanto para o armazenamento de água nos reservatórios. 
 
A Figura 7 apresenta a rede de fluxo elaborada no modelo AcquaNet e usada 
para simular as vazões regularizadas pelos dois reservatórios em estudo. Os 
elementos “Qreg_banab” e “Qreg_cast” representam as demandas de água nos 
açudes Banabuiú e Castanhão, respectivamente. Os elos L1 e L2 representam 
trechos do Rio Banabuiú, enquanto L3, L4 e L5 representam o Rio Jaguaribe e sua 
confluência com o Rio Banabuiú no nó denominado de “JUNÇÃO”. O dreno é uma 
abstração usada no modelo para representar a água que excede as demandas com 
maiores prioridades. 
 
 
 
Fonte: autoria própria, 2015 
Figura 7. Rede de fluxo usada para simular as vazões regularizadas pelos 
reservatórios Castanhão e Banabuiú no modelo AcquaNet. 
 
3.2.1. APLICAÇÃO DO ACQUANET 
O AcquaNet (figura 8) funciona como uma estrutura modular incorporando 
modelos matemáticos desenvolvidos para analisar diferentes problemas relacionados 
ao aproveitamento de recursos hídricos. Essa estrutura é constituída atualmente de 
um módulo base e de módulos para cálculo de alocação de água, avaliação da 
33 
 
qualidade da água, determinação de alocação de água para irrigação, produção de 
energia elétrica e análise de valores econômicos nas decisões de alocação (figura 9). 
O módulo base do SSD é o responsável pela criação/edição do traçado, leitura 
e gravação dos projetos em estudo, definição do módulo ativo e também pela 
integração e comunicação entre os diferentes módulos. 
 
 
Fonte: autoria própria, 2015 
Figura 8. Interface do AcquaNet. 
 
 
Fonte: autoria própria, 2015 
Figura 9. Barra de botões do AcquaNet. 
Os botões representados na Figura 9 são respectivamente: 
 Manipulação de arquivos: novo, abrir, salvar projeto; 
 O ícone DG aciona as definições gerais do modelo ativo; 
 Desenho da rede de fluxo: criar (nó de passagem, reservatório, demanda e 
link), apagar elementos, mover elementos, marcar/desmarcar elementos; 
 Grupo seguinte diz respeito às funções de “zoom” e “pan”; 
 Os próximos três ícones dizem respeito à visualização de dados e resultados; 
34 
 
 Os últimos ícones são utilizados para escolher o modelo de análise. 
 
 
3.3.2. BASE DE DADOS PARA A SIMULAÇÃO DAS VAZÕES 
REGULARIZADAS 
 Os dados de entrada do modelo foram as séries de vazões médias mensais 
observadas para o período de 1983 a 2013 em três estações fluviométricas da 
Agência Nacional das Águas (ANA) a montante dos dois reservatórios. As 
características físicas dos reservatórios (figura 10) e evaporação observada (figuras 
11 e 12) são os valores apresentados pelo inventário ambiental dos dois reservatórios 
(SRH, 2011). 
Os dados de vazões afluentes aos reservatórios são provenientes de três 
estações, duas estações para as vazões afluentes ao Banabuiú (Estação 36520000 e 
Estação 36470000) e uma estação para as vazões afluentes ao Castanhão (Estação 
36320000). O período de séries de vazões diárias médias são para o período de 1983 
a 2013 (30 anos). 
A. B. 
 
Fonte: SRH, 2011 
Figura 10. Curva cota-área-volume dos açudes Castanhão (A) e Banabuiú (B) 
 
0 100 200 300 400 500 600
0
20
40
60
80
100
120
0 1500 3000 4500 6000 7500 9000
Área (km2)
C
o
ta
 (
m
)
Volume (hm3)
Castanhão
Volume (hm³)
Área (km²)
0 50 100 150 200
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 500 1000 1500 2000
Área (km2)
C
o
ta
 (
m
)
Volume (hm3)
Banabuiú
Volume (hm³)
Área (km²)
35 
 
 
Figura 11. Séries de evaporação observada no Açude Castanhão 
Fonte: SRH, 2011 
 
 
Figura 12. Séries de evaporação observada no Açude Banabuiú 
Fonte: SRH, 2011 
 
T
a
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a
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ã
o
 
36 
 
 
Fonte: SRH, 2011 
Figura 13. Séries de vazões afluentes no açude Banabuiú 
 
 
Fonte: SRH, 2011 
Figura 14. Séries de vazões afluentes no açude Castanhão 
Como pode ser observado nas figuras 13 e 14, as séries de vazões apresentam 
seus picos nos anos de 1985, 1989, 2004, 2009 e 2011 para o açude Banabuiú e 
1985, 1989, 2004, 2008 e 2009 para o açude Castanhão. Ocorrendo em sua maioria 
nos meses de fevereiro, março, abril e maio. 
 
 
V
a
z
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a
tu
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(m
3
/s
) 
V
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ra
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3
/s
) 
37 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
A variabilidade temporal nas vazões naturais que se concentram nos meses de 
março, abril e maio, se refletiu na variação das vazões regularizadas pelos açudes 
Castanhão e Banabuiú (Figura 15A). Dessa forma, para garantias menos restritivas, 
como as vazões Q50 e Q60, por exemplo, os valores das vazões são altos, enquanto 
que para garantias mais restritivas, como Q90 e Q95, ocorre grande redução nos 
valores das vazões de até 68% para o açude Banabuiú. 
 A. B. 
 
Fonte: FERNANDES E ALMEIDA, 2015 
Figura 15. Vazões regularizadas (A) e volume médio mensal evaporado (B) nos 
açudes Castanhão e Banabuiú para diferentes garantias para o período de 1983-2013. 
 Assim, para manter os valores de garantias altas (próximo a 100%) foi 
necessário armazenar grandes volumes de água no reservatório ao longo dos meses, 
uma vez que, o maior aporte de água ocorre em um curto período de tempo do ano. 
Essa condição hidrológica dos reservatórios e do estabelecimento das garantias traz 
algumas implicações para gestão dos recursos hídricos. Uma dessas implicações é a 
redução da disponibilidade hídrica para outros usos devido à necessidade de ampliar 
o estoque de água para o cumprimento das garantias das vazões outorgadas. Outra 
implicação é o aumento das perdas por evaporação com o acréscimo das garantias 
de abastecimento (Figura 15B). As simulações indicaram acréscimo nas perdas por 
evaporação de aproximadamente 50% na mudança das vazões Q50 para Q95 nos 
açudes Castanhão e Banabuiú. 
Alguns setores usuários de recursos hídricos são estratégicos no âmbito do 
Plano Nacional de Recursos Hídricos e devem ser objeto de ações específicas de 
regularização. Dentre esses setores destacam-se o de saneamento, o de transporte 
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Garantias de abastecimento (%)
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Garantias de abastecimento (%)
Castanhão
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hidroviário, o industrial, o energético, a agricultura irrigada e a aquicultura. Ações 
específicas também devem ser definidas para a regularização dos reservatórios. 
Quanto aos diversos setores de usuários de recursos hídricos, propõe-se que, 
na elaboração de seus Planos Setoriais, haja a supervisão de interação com o Plano 
Nacional de Recursos Hídricos, para que as ações propostas sejam compatibilizadas 
com a real necessidadehídrica. (ANA, 2007) 
 
 
Fonte: FERNANDES E ALMEIDA, 2015 
Figura 16. Volume evaporado no açude Castanhão 
 
 
Fonte: FERNANDES E ALMEIDA, 2015 
Figura 17. Volume evaporado no açude Banabuiú 
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Volume evaporado - Banabuiú
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 Apesar da Lei 9.433/97 indicar os usos prioritários em situação de escassez 
hídrica e reconhecendo que alguns usos necessitam de altas garantias de 
abastecimento, a definição de mecanismos mais flexíveis para a outorga de uso dos 
recursos hídricos, principalmente em regiões semiáridas, poderá aumentar a 
disponibilidade de água e reduzir conflitos (SILVA et al., 2013). 
 Assim, considerando um sistema de gestão mais dinâmico, os usuários de água 
com baixa restrição quanto às garantias das vazões de referência, poderiam admitir 
garantias inferiores a 90%. Como verificado para os açudes Castanhão e Banabuiú 
(Figura 15A e 15B), este procedimento poderá diminuir as perdas por evaporação e 
evitaria o estoque de grandes volumes sem uso, ampliando dessa forma a 
disponibilidade de água. Para evitar descontentamento por parte dos usuários, as 
tarifas cobradas (previstas na Lei 9.433/97 e aplicadas como consequência da 
outorga) poderiam variar em função das garantias. Assim, altas garantias teriam 
tarifas de cobrança maiores. 
 A arrecadação oriunda do sistema de cobrança poderia, além dos 
investimentos na bacia previstos na legislação atual, servir para o pagamento de 
seguros aos usuários em períodos críticos, como em anos de secas. O rateio dos 
prejuízos causados devido ao surgimento de falhas no sistema poderá trazer mais 
confiança aos usuários de água, atrair novos empreendimentos e potencializar o 
desenvolvimento da região. 
 Entretanto, para essa metodologia ser aplicada com maior eficiência, além das 
prioridades de abastecimento previstas em lei, é necessário estabelecer um sistema 
de prioridade intra-setorial. Dessa forma, o sistema de prioridades definiria as 
garantias de cada setor usuário de água, considerando vários aspectos, como por 
exemplo, o valor agregado do produto. Além disso os valores das vazões outorgadas, 
das garantias associadas e das tarifas cobradas, requerem mecanismos de consenso 
entre os usuários. 
 
 
 
40 
 
5. CONCLUSÕES 
Este estudo avaliou as garantias de abastecimento de água dos açudes 
Castanhão e Banabuiú e discutiu as implicações na outorga de uso dos recursos 
hídricos. Os resultados mostraram que a variabilidade climática tem forte influência no 
que diz respeito às garantias de abastecimento de água dos reservatórios estudados 
necessitando armazenar grandes volumes para proporcionar grandes garantias. 
Para alcançar os objetivos foi realizado o balanço hídrico nos reservatórios ao 
longo de 30 anos de dados históricos de vazões afluentes aos reservatórios e 
considerando as perdas mensais por evaporação e demandas mensais constantes 
com diferentes garantias. Foi possível notar a influência da evaporação que se refletiu 
nas vazões regularizadas fazendo com que as menores garantias, tal como a Q60, 
tenham maiores valores e as garantias maiores, exemplo da Q90, possuam um menor 
valor de vazão. 
As perdas por evaporação tiveram um aumento de 50% quando houve uma 
mudança nas vazões de Q50 para Q95 nos dois açudes, quão maior for a garantia 
maiores serão as perdas por evaporação e quão menor for essa garantia, então maior 
será a indisponibilidade dos recursos. 
Para garantias menos restritivas, como as vazões Q50 e Q60, por exemplo, os 
valores das vazões são altos, enquanto que para garantias mais restritivas, como Q90 
e Q95, ocorre grande redução nos valores das vazões de até 68% para o açude 
Banabuiú. O estudo evidencia a necessidade de fazer ajustes na outorga para evitar 
perdas de água por evaporação em detrimento do aumento da garantia da vazão de 
referência (Q90). Como alternativa, apesar de não se aprofundar nos detalhes, foi 
proposto reduzir as garantias das outorgas de usuários que podem admitir maiores 
riscos de desabastecimento como forma de disponibilizar maiores volumes de água 
para outros usos. 
 
 
41 
 
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