Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MSc. Juliana Kravetz de Oliveira 1 semestre 2018 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR PALOTINA CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA DISCIPLINA DE SEMIOLOGIA VETERINÁRIA SEMIOLOGIA DO SISTEMA URINÁRIO O SISTEMA URINÁRIO NEFROLOGIA E UROLOGIA É a área que estuda o sistema urinário - RINS - URETERES - BEXIGA - URETRA - PRÓSTATA* (Proximidade) NEFROLOGIA E UROLOGIA IMPORTÂNCIA DO SISTEMA URINÁRIO Doenças do trato urinário** Doenças sistêmicas com reverberação no trato urinário O SISTEMA URINÁRIO SISTEMA RESPONSÁVEL PELA URINA EM SUA: - FORMAÇÃO - DEPÓSITO - ELIMINAÇÃO Eliminação de produtos do metabolismo Controle de eletrólitos e hidratação O SISTEMA URINÁRIO EXCREÇÃO URINÁRIA Controle eletrolítico Ácido-básico Hídrico O SISTEMA URINÁRIO Produção hormonal ERITROPOIETINA: controle da eritropoiese RENINA: controle da pressão arterial Síntese VITAMINA D NEFROLOGIA E UROLOGIA TRATO URINÁRIO SUPERIOR Rins Ureteres TRATO URINÁRIO INFERIOR Bexiga urinária Uretra NEFROLOGIA E UROLOGIA PRÓSTATA Devido à sua íntima relação com o sistema urinário, também avaliado pelo nefro/ urologista RINS DIFERENÇAS MORFOLÓGICAS E ANATÔMICAS ENTRE ESPÉCIES TAMANHO Relaciona-se ao número de glomérulos POSIÇÃO RIM DIREITO TRIANGULAR RIM ESQUERDO RENIFORME CAVALOS RIM DIREITO: auxílio da fixação devido ao fígado RIM ESQUERDO: mais móvel e propenso à pendente no abdomen Deslocamento para linha média conforme enchimento do rúmen RINS ESPÉCIE FORMATO LOCALIZAÇÃO CAVALOS RIM DIREITO: TRIANGULAR RIM ESQUERDO: RENIFORME D: 15a COSTELA – APÓFISE TRANSVERSA L1 E: L3 VACA/BOI LOBULADOS RE: DESLOCADO COM RÚMEN CHEIO: L3 – L5, PLANO MÉDIO RD: ÚLTIMA COSTELA – L3 CÃO RENIFORME D: T13 – L1 E: L2 – L4 GATO RENIFORME D: L1 – L4 E: L2 – L5 O NÉFRON UNIDADE FUNCIONAL DO RIM - GLOMÉRULO - TÚBULO CONTORNADO PROXIMAL - ALÇA DE HENLE - TÚBULO CONTORNADO DISTAL - DUCTO COLETOR URETERES URETER Condução da urina do rim à bexiga BEXIGA VARIAÇÃO ENTRE ESPÉCIES - TAMANHO - POSIÇÃO VAZIA: ventral à cavidade pélvica REPLETA: projeta-se cranialmente ao abdomen No gato localiza-se no abdomen URETRA CONDUÇÃO DA URINA DA BEXIGA AO MEIO EXTERNO MACHOS: - URETRA TEM MAIOR COMPRIMENTO - URETRA PÉLVICA, PROSTÁTICA e PENIANA * Predisposição à obstruções: ex. urólitos FÊMEAS: - URETRA CURTA * Predisosição à infecções urinárias CONTROLE DA MICÇÃO MICÇÃO PROCESSO FISIOLÓGICO DE ARMAZENAGEM E ELIMINAÇÃO DE URINA ARMAZENAMENTO: relaxamento do detrusor e contração do esfíncter uretral ELIMINAÇÃO: contração da detrusor e relaxamento do esfíncter uretral CONTROLE DA MICÇÃO CONTROLE NEUROLÓGICO - SIMPÁTICO - SOMÁTICO - PARASSIMPÁTICO MEDULA ESPINHAL – CÓRTEX CEREBRAL Alteração em qualquer porção pode ocasionar alterações no controle da micção O PACIENTE COM PROBLEMA URINÁRIO Identificado principalmente por problemas de micção, alteração na urina e ingestão hídrica Caráter insidioso ou agudo IDENTIFICAÇÃO DO PACIENTE ESPÉCIE SEXO** RAÇA IDADE ANAMNESE 1. MICÇÃO FREQUÊNCIA VOLUME Comparar com outros animais Perguntar sobre a cor ANAMNESE 1. MICÇÃO COLORAÇÃO Urina clara pode ser interpretada pelo proprietário como bom sinal ODOR DIFICULDADE/ INCONTINÊNCIA TERMINOLOGIA a. NORMÚRIA Micção normal, sem alterações b. POLIÚRIA Aumento do volume de urina produzida em 24 horas, urina menos concentrada Ex. Diabetes, doença renal crônica TERMINOLOGIA c. POLAQUIÚRIA (Polaciúria) Aumento da frequência da micção. Pode estar associado à poliúria ou não Ex. Infecção do trato urinário inferior d. PERIÚRIA Urinar em local inapropriado Ex. Marcação de território, local onde dorme TERMINOLOGIA e. OLIGÚRIA Diminuição do volume de urina produzida em 24 horas f. OLIGOSÚRIA Micção rara em razão da diminuição da produção urinária g. ANÚRIA Ausência da produção de urina Ex. Injúria renal aguda TERMINOLOGIA h. ISCÚRIA (Retenção de urina) Falta de eliminação da urina de forma apropriada com repleção da bexiga COMPLETA INCOMPLETA: gotas PARADOXAL: eliminação após compressão vesical TERMINOLOGIA i. INCONTINÊNCIA URINÁRIA Perda total ou parcial da capacidade de armazenar urina, sendo eliminada sem a postura normal de micção ex. Infecção urinária do trato inferior, lesão em medula espinhal Percepção do proprietário: pode entender poliuria como incontinência* TERMINOLOGIA j. DISÚRIA Dificuldade para urinar. ex. Urolitíase, aumento de próstata I. MICÇÃO DOLOROSA: vocalização ao urinar, inquietação j. DISÚRIA II. ESTRANGÚRIA: Esforço prolongado com contração abdominal intensa, urina pode não ser eliminada, sair em gotas ou pequenos jatos. Acompanhado de vocalização III. TENESMO VESICAL. Esforço constante, prolongado e doloroso para urinar. Mantém postura de micção. TERMINOLOGIA l. HEMATÚRIA Presença de sangue na urina Ex. Cistite, doenças renais, intoxicações ≠ MIOGLOBINÚRIA Exercício intenso, lesão muscular TERMINOLOGIA m. PIÚRIA Presença de pús na urina, associado ao excesso de leucócitos ex. Infecção do trato urinário inferior Percepção do proprietário: conteúdo purulento pode vir do útero ANAMNESE 2. INGESTÃO HÍDRICA A alteração na ingestão hídrica geralmente é secundária à alteração no volume urinário - Percepção do proprietário: comparar com coabitante TERMINOLOGIA a. NORMODIPSIA Ingestão normal de água b. POLIDIPSIA Aumento do consumo de água Comumente secundário à poliuria TERMINOLOGIA c. OLIGODIPSIA Diminuição da quantidade de ingestão de água d. ADIPSIA Ausência da ingestão de água ANAMNESE 3. ALTERAÇÕES GASTRINTESTINAIS EMESE DIARREIA ÚLCERAS ORAIS HALITOSE APRESENTAÇÃO CLÍNICA GASTRENTERITE URÊMICA - EMESE Excesso de GASTRINA: 40% é excretado pelos rins - Estimula secreção de ácido clorídrico Excesso de toxinas urêmicas: agem no centro do vômito APRESENTAÇÃO CLÍNICA 4. ALTERAÇÕES SISTÊMICAS HIPOREXIA / ANOREXIA Alterações podem ser de caráter insidioso ou agudo EMAGRECIMENTO PROGRESSIVO APRESENTAÇÃO CLÍNICA 4. HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA Lesões em órgãos-alvo: - CEGUEIRA (Descolamento de retina) - CARDIOPATIAS - ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS APRESENTAÇÃO CLÍNICA 5. ENCEFALOPATIA URÊMICA Aumento de compostos nitrogenados no sistema nervoso central - ATAXIA (incoordenação motora) - ALTERAÇÕES DE CONSCIÊNCIA - CONVULSÃO EXAME FÍSICO INSPEÇÃO DIRETA INDIRETA PALPAÇÃO DIRETA INDIRETA OLFAÇÃO DIRETA EXAME FÍSICO INSPEÇÃO DA POSTURA PARA MICÇÃO EXAME FÍSICO INSPEÇÃO DA POSTURA PARA MICÇÃO EXAME FÍSICO MICÇÃO INADEQUADA PELOS SUJOS DERMATITE MUCOSAS PÁLIDAS ANEMIA EXAME FÍSICO ÓRGÃOS REPRODUTIVOS - Exposição de pênis e mucosa - Avaliação da vulva - Presença de secreções, tumores EXAME FÍSICO PALPAÇÃO RINS - Tamanho, formato, consistência, dor e localização - Palpável em gatos - Rim esquerdo palpável em alguns cães - Não palpável nas outras espécies EXAME FÍSICO BEXIGA - Distensão, dor, espessura da parede e massas PRÓSTATA - Palpação retal em cães e gatos - Bilobado, móvel, sem dor - Na suspeita de obstrução uretral EXAME FÍSICO OLFAÇÃO HÁLITO URÊMICO Hálito com cheiro de amônia ODOR NA URINA Urina concentrada Infecção urináriaEXAMES COMPLEMENTARES 1. HEMOGRAMA E BIOQUÍMICA SÉRICA 2. URINÁLISE 3. HEMOGASOMETRIA 4. PRESSÃO ARTERIAL 5. ULTRASSONOGRAFIA/ RADIOGRAFIA 6. CITOLOGIA/ HISTOPATOLOGIA EXAMES COMPLEMENTARES 1. HEMOGRAMA E BIOQUÍMICA SÉRICA - HEMATÓCRITO (Ex. Anemia na doença renal avançada) - LEUCÓCITOS (Ex. Leptospirose, infecções) - UREIA - CREATININA - SDMA (pequenos animais) AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL** EXAMES COMPLEMENTARES 1. HEMOGRAMA E BIOQUÍMICA SÉRICA AZOTEMIA Elevação de compostos nitrogenados não protéicos: Ureia e creatinina UREMIA Sinias clínicos associados à perda funcional dos nefrons (ex. Gastrenterite urêmica EXAMES COMPLEMENTARES 2. URINÁLISE Exame simples e de baixo custo que traz informações valiosas para o paciente com problema em sistema urinário ou alterações sistêmicas QUANDO PEDIR? - Doença do trato urinário - Doença sistêmica e/ou grave - Pacientes geriátricos EXAMES COMPLEMENTARES 2. URINÁLISE Comumente associado à: - RELAÇÃO PROTEÍNA/ CREATININA URINÁRIA - CULTURA E ANTIBIOGRAMA URINÁLISE MÉTODOS DE COLETA - MICÇÃO ESPONTÂNEA Evitar primeiro jato e últimos jatos Método fácil, proprietário pode coletar em casa Não recomendado na investigação de infecções, devido à contaminação URINÁLISE MÉTODOS DE COLETA - SONDAGEM URETRAL Desprezar o conteúdo inicial Recomendado na suspeita de tumores vesicais Fácil: cães machos, éguas e vacas Dificultado: cadelas, gato(a), cavalo, boi, pequenos ruminantes URINÁLISE MÉTODOS DE COLETA - CISTOCENTESE Guiado ou não por ultrassom Método de escolha para pequenos animais Não recomendado na suspeita de neoplasias vesicais EXAMES COMPLEMENTARES 3. HEMOGASOMETRIA Avaliação a concentração de eletrólitos e acidose metabólica Alterados com perda da função renal: Diminuição de potássio e bicarbonato EXAMES COMPLEMENTARES 4. PRESSÃO ARTERIAL Tendência à hipertensão com perda da função renal Renina EXAMES COMPLEMENTARES 5. ULTRASSONOGRAFIA Morfologia do sistema urinário EXAMES COMPLEMENTARES 5. RADIOGRAFIA Utilizado associado ao ultrassom Cálculos urinários Urografia excretora EXAMES COMPLEMENTARES 6. CITOLOGIA/ HISTOPATOLOGIA Citologia guiado por ultrassom Histopatologia por biópsia RECOMENDADO Suspeita de tumores, glomerulopatias DÚVIDAS?
Compartilhar