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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO – ESCOLA DE MINAS NOTAS DE AULA – ECONOMIA II Profa. Francisca Diana Ferreira Viana MODELO KEYNESIANO SIMPLES DE DETERMINAÇÃO DA RENDA A CURTO PRAZO (LADO REAL) Referência: LOPES, Luiz Martins; VASCONCELLOS, Marcos Antônio S. Manual de Macroeconomia Básico e Intermediário. Ed. Atlas, São Paulo. Com a crise de 1929, o foco da análise do crescimento econômico saiu da Oferta Agregada (condições tecnológicas e estoque de fatores de produção) para a Demanda Agregada. A principal contribuição foi a obra de John Maynard Keynes: A Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda (1936). Principio da Demanda Efetiva O empresário toma suas decisões com base em duas curvas virtuais: i) Oferta Agregada: a renda necessária para o empresário oferecer determinado volume de emprego. ii) Demanda Agregada: a renda que o empresário espera receber por oferecer determinado volume de emprego. Quando a Oferta Agregada e igual a Demanda Agregada, tem-se o nível de produção e a demanda efetiva de trabalho. O nível de emprego é determinado no mercado de bens e serviços com base nas expectativas dos empresários de quanto irão vender e não no mercado de trabalho. Os trabalhadores lutam por salários nominais, pois eles não têm controle sobre o nível de preços. Por isso, os salários nominais são inflexíveis para baixo. Consumo: o consumo agregado é uma função estável da renda. Ele se amplia com o aumento da renda, mas não na mesma magnitude. Dado que o consumo é estável, a instabilidade da economia se dá pelas variações no investimento. O investimento é um elemento tanto de oferta agregada quanto de oferta agregada, pois amplia a capacidade produtiva da economia. Ao investir o empresário está interessado no retorno que um dado bem de capital lhe trará ao longo de sua existência. A decisão de investir é tomada a partir do confronto entre o valor presente do fluxo de receita esperada do investimento (o preço da demanda do bem de capital), frente ao custo de realizá-lo (preço da oferta de capital). Eficiência Marginal do Capital : taxa de desconto que iguala o fluxo de receita esperado ao custo do investimento. Se for maior do que a taxa de juros, ocorrerá o investimento. Caso contrário, não haverá investimento. Modelo Simples: A condição de Equilíbrio no mercado de bens e serviços (produto) é dada por: Oferta Agregada = Demanda Agregada Considerando uma economia fechada e sem governo temos: ICY += ioinvoluntárvoluntário III += A Demanda ex post é dada por: ICDAefetiva += Por definição: YDAefetiva = Já a demanda agregada planejada ex ante é: voluntárioplanejada ICDA += Temos, então: planejadaefetivaioinvoluntár DADAI -= Ou seja: )( ioinvoluntárioinvoluntár ICYI --= O equilíbrio se dá quando: 0=ioinvoluntárI . Se .0<Þ< ioinvoluntárplanejada IDAY As contratarão mais trabalhadores e ampliarão a produção. A Função Consumo Supondo que CDA = . Sabemos que YDA = , temos CY = . A função consumo pode ser dada por: )(YCC = Supondo uma função linear: cYCC += 0 0C = Consumo Autônomo )0( 0 >C . c=propensão marginal a consumir )10( << c . Condição de Equilíbrio: DAOA = Oferta Agregada: YOA = Demanda Agregada: cYCCDA +== 0 cYCY += 0 Resolvendo para Y, obtemos YE. 0CcYY =- 01 1 C c YE ×- = Exemplo: YC 8,0100 += CY = YY 8,0100 += 1008,0 =- YY 1002,0 =Y 500=Y Ou CYS -= )( 0 cYCYS +-= YcCS )1(0 -+-= A poupança é um resíduo da renda que não é consumido, logo sua função é exatamente o complemento da função consumo. A soma da propensão marginal a consumir com a propensão marginal a poupar é igual a 1: c + 1 – c = 1 Exemplo: C = 100 + 0,8Y YS 2,0100 +-= Como só existe consumo neste caso, temos: 0 = - 100 + 0,2Y Y = 500 Modelo Keynesiano com Investimento Supondo o investimento como fixo, isto é, autônomo em relação à renda: I = I0 DA = C + I0 A condição de equilíbrio continua sendo Y = DA Y = C + I0 DA S C S Y Y Y Y = C0 + cY + I0 )(* 1 1 00 ICc YE +- = A condição de equilíbrio Y=DA implica que S=I. Assim, a renda é determinada no ponto em que a função poupança intercepta a função investimento (esta é a ótica dos vazamentos e injeções de renda). Os vazamentos ocorrem quando há quedas autônomas da demanda agregada e as injeções representam aumentos autônomos da demanda agregada. Exemplo: Supondo que o investimento seja igual a I0 = 200 DA C+I0 YE S,I I0 Y Y C = 100+0,8Y Condição de Equilíbrio Y = C+I Y = 100 + 0,8Y + 200 YE = 1500 Multiplicador de Gastos Ao introduzirmos o investimento de R$ 200,00, a renda de equilíbrio passou para R$ 1.500,00. Por que um gasto adicional de R$ 200 levou a um crescimento da renda de 1.000,00, ou seja, cinco vezes mais? Multiplicador de Gastos = DA Y D D A variação inicial na despesa tem um impacto imediato e direto sobre a renda dos beneficiários dessa renda. Ao receber esta renda, os indivíduos ampliarão seu consumo de acordo com “c” levando a nova ampliação da renda. Temos, então, a seguinte sequencia: ou ;...;;; 32 IcIcIcI DDDD Com base na despesa inicial, temos uma sequencia de despesas induzidas. Essa série constitui- se uma PG de razão c, com c<1. O impacto total sobre a renda será o somatório da sequencia: ...2 +D+D+D=D IcIcIY I c Y D - =D * 1 1 em que c-1 1 é o multiplicador de gastos autônomos. Exemplo: para c = 0,8 temos que o multiplicador é igual a 5. Modelo keynesiano com Gastos O gasto público é um elemento de demanda que se soma ao consumo e ao investimento. Já os impostos pagos ao governo são subtraídos da renda que os indivíduos podem alocar entre poupança e consumo. Assim a função consumo passa a depender da renda disponível: )( dYCC = ));...(();(;; IcccIccIcI DDDD TYYd -= Supondo que: i) A arrecadação seja proporcional a renda ii) Os gastos públicos sejam exógenos tYT = (0<t<1) G=G0 G = Gastos do Governo A função consumo será: C = C0+c(Y-T) = C0+c(Y-tY) A demanda agregada será dada por: DA = C+I+G No equilíbrio Y = DA Y = C0+c(Y-tY) + I0 + G0 Y – cY + ctY = C0+ I0 + G0 Y[1 – c(1 – t)] = C0+ I0 + G0 )(* )1(1 1 000 GICtc YE ++-- = Exemplo: C = 100 + 0,8(Y-T) I0=200 T=0,25Y Y = DA Y = 100+0,8(Y-0,25Y)+200 YE = 750 Se G = 300 Y = 100+0,8(Y-0,25Y)+200+300 Y = 1500 Introduzindo o setor Externo A introdução do resto do mundo acrescenta um elemento de demanda, as exportações, e um elemento de vazamento de renda, as importações. As exportações correspondem à demanda do resto do mundo por produtos feitos no país. Depende da renda do resto do mundo e da taxa de cambio. Essas variáveis são consideradas como dadas ou exógenas ao modelo. As importações correspondem à demanda de residentes por produtos feitos no exterior, ou seja, é um vazamento de renda de residentes por produtos estrangeiros. Supõe-se que as importações são uma função crescente do nível de renda interna dada pela propensão marginal a importar. Logo: X = X0 (Exportações) M=mY (M=Importações, m = propensão marginal a importar 0<m<1 e Y = renda) Y = C0 + c(1-t)Y+I0+G0+X0-mY Y – c(1-t)Y+mY=C0+I0+G0+X0 )(* )1(1 1 0000 XGICmtc YE ++++-- = As importações reduzem o multiplicador, enquanto as exportaçõesacrescentam um elemento de gasto autônomo na economia. Sendo assim, as importações possuem um impacto redutor sobre a renda e as exportações um impacto expansionista. Exemplo: suponha uma economia aberta caracterizada pelas seguintes relações: C = 200+0,8Yd I = 300 T=0,1Y M=0,2Y G=240 X=180 Y = 200+0,8Yd+300+240+180-0,2Y Y-0,8(Y-0,1Y)+0,2Y=920 Y[1-0,8*0,9+0,2]=920 Y = 1916,67 Modelo IS-LM: Interligação entre o Lado Real e Monetário Estrutura Lógica do Modelo O mercado de ativos determina a taxa de juros, que afetará o mercado de bens por meio do investimento que passou a depender da taxa de juros. A renda também afeta o mercado de ativos por meio da demanda por moeda, logo tem influencia sobre a taxa de juros. Trata-se de determinação simultânea da renda e da taxa de juros. Equilíbrio no Mercado de Bens: A curva IS A curva IS (Investiment – Saving) mostra as condições de equilíbrio no mercado de bens. São os pontos em que a oferta agregada é igual a demanda agregada. A renda será dada por: GrIYCY d ++= )()( O investimento, que no equilíbrio simples era considerado exógeno, passa a ser determinado endogenamente pelo nível de taxa de juros. Reduções na taxa de juros, geram elevações no investimento e, consequentemente, na renda. Mercado de Ativos Oferta e Demanda de Moeda Mercado de Bens Produto (Demanda Agregada) Renda Taxa de Juros I=I(i). I’ <0 i I DA Combinando os gráficos 1 e 2, obtemos a curva IS, que é o lócus de renda e taxa de juros que equilibram o mercado de bens. Qualquer ponto sobre a IS representa o equilíbrio no mercado de bens. A inclinação da IS depende de dois fatores: 1. Da sensibilidade do investimento em relação a taxa de juros 2. Da propensão marginal a consumir (ou do multiplicador) Quanto maior a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros, mais horizontal será a curva IS, ou seja, menor sua inclinação. Uma pequena variação na taxa de juros levará a uma grande variação no investimento e, portanto, na renda. Se a propensão marginal a consumir for elevada, o multiplicador será elevado. Logo, variações no investimento levarão a grandes expansões induzidas no consumo, ampliando a demanda e a renda. Assim, quanto maior o multiplicador, maior será o impacto sobre a renda de variações na taxa de juros, logo, menos inclinada será a IS. Deslocamento da IS: A posição da IS depende do volume de gastos autônomos, que incluem consumo, investimento e gastos do governo. Quanto maior o gasto autônomo, mais para a direita a IS se posicionará. Y Y1 Y2 i Y i1 Y2 Y1 I2 C+I(r2) C+I(r1) IS Equilíbrio no Mercado Monetário: A Curva LM A curva LM (Liquidity Money) representa o equilíbrio no mercado de ativos. Considere que exista dois tipos de ativos na economia: moeda e títulos. Supondo um dado estoque de riqueza (W), teremos: Demanda Total de Moeda + Demanda Total de Títulos = Riqueza RiquezaBM sd =+ Sendo (W/P) a riqueza em termos reais. A oferta total desses ativos será dada por: RiquezaB P M SS =+ Onde MS é a oferta de moeda e BS a oferta de títulos. Assim, quando a oferta de ativos iguala a demanda de ativos, temos: 0=-+- Sd S d BB P MM Se o mercado monetário estiver em equilíbrio, o mesmo valerá para o mercado de títulos. Se houver excesso de demanda por moeda, haverá excesso de oferta por títulos. A demanda por moeda ocorre por dois motivos: motivo transação e motivo portfólio. Quanto maior o volume de transações, maior será a quantidade de moeda demanda. Assim, a demanda por moeda aumenta com o aumento da renda. Quanto ao motivo portfólio, o retorno dos títulos é a taxa de juros. Assim, a demanda por moeda diminui e a demanda por títulos aumenta quando a taxa de juros aumenta. A demanda de moeda é como a de um bem como outro qualquer: varia inversamente com o preço e diretamente com a renda. Graficamente: r M/P Md(Y1) Md(Y2) Se a renda se amplia de Y1 para Y2, a demanda por moeda se desloca de Md(Y1) para Md(Y2), ou seja, para qualquer nível de renda que se considera, haverá maior demanda por moeda. O equilíbrio no mercado monetário quando a demanda de moeda se iguala a oferta de moeda. dM P M = )()( rMYM P M dd += P M é a oferta de moeda; dM é a demanda por moeda para transação; )(rM d demanda por moeda para especulação. Como a demanda por moeda reponde positivamente a renda e negativamente a taxa de juros, aumentos na renda devem ser acompanhados por elevações na taxa de juros, para compensar o aumento na demanda por moeda decorrente do maior nível de renda. r P M P M r r1 r2 Y1 Y2 Y Os fatores que afetam a inclinação da LM são as elasticidades da demanda por moeda em relação a renda e a taxa de juros. Md(Y1) Md(Y2) LM Quanto maior a elasticidade renda da demanda por moeda, maior será a inclinação da LM, pois uma pequena variação na renda levará a um grande aumento da demanda por moeda, e isso exige um grande aumento na taxa de juros para equilibrar o mercado monetário. r Y Quanto maior a elasticidade da demanda em relação à taxa de juros, menor será a inclinação da LM. Se a demanda por moeda for muito sensível aos juros, deverá ocorrer grandes variações na renda para equilibrar o mercado monetário. r Y Deslocamentos da LM: A posição da curva LM é dada pela oferta real de moeda. Com o nível de preços constante, esta é afetada basicamente pela política monetária. Assim, se a oferta de moeda aumenta a LM se desloca para baixo (direita). r LM LM LM1 LM2 Y Equilíbrio Simultâneo no Mercado de Bens e Serviços e no Mercado Monetário Quando juntamos a IS e a LM temos a taxa de juros e o nível de renda que equilibra simultaneamente o mercado de bens e de ativos. r r1 Y1 Y Pontos Fora do Equilíbrio Primeira Regra de Ajustamento: sempre que houver desequilíbrios no mercado de bens, o ajuste se dará via quantidade produzida, alterando o nível de produto (renda). r Y Y Curva IS: no ponto “A” há excesso de oferta de bens, logo a produção deve diminuir para que o equilíbrio ocorra. Em “B” há excesso de demanda por bens, portanto, a produção deve aumentar para atender esse excesso de demanda. Curva LM: Em “A” a taxa de juros está muito baixa, logo a excesso de demanda por moeda e excesso de oferta de títulos. Para o mercado alcançar o equilíbrio a taxa de juros deve aumentar. No ponto “B” a taxa de juros está muito alta, logo existe excesso de demanda por títulos. Para que ocorra o equilíbrio é necessário que a taxa dejuros caia. LM B IS IS A B A r Resumo: Pontos a direita da IS, são de excesso de oferta de bens, sendo assim, o ajuste ocorre pela redução da produção. Pontos a esquerda da IS, são pontos de excesso de demanda por bem, logo o ajuste ocorre por meio da ampliação da produção. Pontos acima (a direita) da LM são pontos de excesso de oferta de moeda, logo a taxa de juros deve cair para ajustar o mercado. Pontos abaixo da LM são pontos de excesso de demanda de demanda por moeda. Com isso, os juros devem aumentar para equilibrar o mercado. r Y Região I: Redução da Renda e dos juros. Região II: Aumento da renda e queda dos juros. Região III: Aumento dos juros e aumento da renda Região IV: Aumento dos juros e queda da renda. Impacto da Política Econômica no Modelo IS-LM r E1 r1 E2 r2 Y1 Y2 Y III II I IV EDM EOB EOB EOM EDB EOM EDM EDB LM1 LM2 IS IS LM Política Monetária Expansionista: Aumento da oferta de moeda. A LM se desloca para a direita. O resultado final será uma queda na taxa de juros e uma expansão na renda. Mecanismo de Transmissão de E1 para E2. Com o aumento da oferta de moeda ocorre um desequilíbrio no portfólio dos agentes, que tenderão a se desfazer desse excesso aumentando a demanda por títulos. O excesso de demanda por títulos derruba a taxa de juros, e o mercado volta ao equilíbrio. A queda nos juros estimula a demanda por investimentos, aumentando a demanda agregada e, portanto, o produto. Casos Especiais: Primeiro Caso: Situação em que a taxa de juros está tão baixa que qualquer ampliação da oferta de moeda vai ser retida pelo público. Este caso é chamado de Armadilha da Liquidez. r Y Segundo Caso: Neste caso, a demanda por moeda não depende da taxa de juros. A LM é vertical e a política monetária é totalmente ineficaz. r Y1 Y2 Y Política Fiscal Aumento dos gastos públicos: o impacto inicial da variação do gasto público é o deslocamento da curva IS. A magnitude desse deslocamento é dada pelo incremento do gasto vezes o IS LM1 LM1 LM2 IS multiplicador. O impacto final desta política sobre a economia será o aumento da renda e da taxa de juros. r r2 r1 Y1 Y2 Y3 Y No modelo keynesiano simplificado, o impacto do gasto sobre a renda seria igual ao valor horizontal do deslocamento da IS, com o que a nova renda seria Y3 (dado pelo multiplicador de gastos, vezes o aumento do gasto público, GD ). No modelo IS-LM o impacto é menor e a renda se eleva apenas para Y2, pois conforme a renda aumenta em decorrência do maior gasto, aumenta a demanda por moeda pelo motivo transação, como a oferta de moeda está fixa, a taxa de juros deve se elevar para que o mercado monetário entre em equilíbrio. Determinantes da eficácia da política monetária: 1. O tamanho do multiplicador, que determinará em quanto se deslocará a IS. 2. A elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros: quanto maior a sensibilidade da demanda por moeda em relação aos juros, maior será o efeito da política fiscal, uma vez que está gerará uma pequena variação na taxa de juros e, por conseguinte, uma pequena compensação negativa por parte do investimento. 3. A elasticidade do investimento em relação à taxa de juros: quanto maior for a sensibilidade do investimento em relação à taxa de juros, menor será o efeito da política fiscal sobre a renda, uma vez que qualquer mudança na taxa de juros gerará um impacto sobre o investimento, compensando o aumento dos gatos do governo. Eficácia da Política Fiscal nos Casos Extremos: 1. Armadinha da Liquidez: neste caso a demanda por moeda é infinitamente elástica à taxa de juros, com a LM horizontal. O efeito da política fiscal é pleno, pois a taxa de juros não se altera. Gráfico IS1 IS2 LM r Y1 Y2 Y 2. Caso Clássico: com a LM vertical, a política fiscal é totalmente ineficaz. O maior gasto público não leva a qualquer alteração na renda, levando apenas a uma variação na taxa de juros, que provoca uma redução no investimento privado de magnitude semelhante à variação do gasto público. Tem-se apenas a substituição do investimento privado pelo gasto público (efeito crowding-out). Gráfico r Y1 Y Combinação de Política Monetária e Fiscal e Composição do Produto Existem diversos objetivos a serem atingidos na política econômica, por isso, o governo não utiliza, em geral, apenas um instrumento, mas uma combinação destes. Em muitos casos, as políticas monetárias e fiscais não são independentes, havendo regras de reação de uma política à outra. LM IS1 IS2 IS1 IS2 LM Exemplo: considere um caso em que a meta do Tesouro Nacional (política fiscal) seja a estabilidade do nível de renda (políticas assistencialistas, cujos gastos crescem na recessão e se reduzem com a queda dos juros). Por outro lado, considere que o BACEN, independentemente do Tesouro, resolve fazer uma política restritiva, contraindo a oferta de moeda, deslocando a LM para cima e para a esquerda, pressionando, assim, a elevação das taxas de juros e a queda da renda. Haverá uma reação do Tesouro no sentido de ampliar os gastos, deslocando a IS para cima e para a direita. O resultado será a manutenção do nível de renda, com uma grande elevação da taxa de juros (de r1 para r2). Gráfico r 3 2 1 Y1 Y Uma situação comum é a reação do BACEN às políticas fiscais. Considere, portanto, que o Tesouro Nacional eleva os gastos públicos. A consequência imediata disso é um deslocamento da IS para a direita (para cima), pressionando a elevação da renda e da taxa de juros. Se o BACEN tem como meta a manutenção da taxa de juros para manter, por exemplo, os investimentos, ocorrerá uma política monetária expansionista, com ampliação da oferta de moeda, deslocando a LM para a direita, evitando, assim, o aumento da taxa de juros. Neste caso, a PF combinada com a PM provocará uma grande ampliação na renda, sem impacto sobre a taxa de juros. IS1 IS2 LM1 LM2 r 2 r 1 3 Y1 Y2 Y Outra regra que o BACEN pode seguir é a de manutenção do nível de renda. Nestecaso, em resposta a uma política fiscal expansionista, a autoridade monetária deverá contrair a oferta de moeda, compensando o deslocamento da IS para a direita por um deslocamento da LM para a esquerda. Assim, a renda permaneceria constante, mas haveria uma grande elevação da taxa de juros. r r2 3 2 r1 1 Y1 Y IS1 IS2 LM2 IS1 IS2 LM1 LM2 LM2
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