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Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 
Componente 
Laboratorial 
Bacteriologia 
3º ano 
 2018/2019 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
1 
 
 
Índice 
1. Desinfeção e Staphylococcus 
1.1. Fundamento Teórico 
1.2. Parte Prática 
1.3. Análise das placas da aula anterior 
2. Infeções trato respiratório inferior e S. pneumoniae 
2.1. Fundamento teórico 
2.2. Parte Prática 
3. Microbiota Urinária e UTI 
3.1. Fundamento teórico 
4. Serotipagem e serodiagnóstico 
4.1. Fundamento teórico 
5. MIC 
5.1. Fundamento teórico 
5.2. Parte prática 
6. Estudo da suscetibilidade a antimicrobianos 
6.1. Fundamento teórico 
6.2. Parte prática 
7. PCR e Sequenciação 
8. MALDI-TOF/ MS 
9. Whole-genome sequencing (WGS) e Methods for strain typing 
10. Conceitos chave 
11. Antibióticos 
 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
2 
 
1. Desinfeção e Staphylococcus 
 
1.1. Fundamento Teórico 
 
Microbioma da pele: a importância do seu equilíbrio vs disbiose 
A pele e os tecidos moles não são esteréis; 
A distribuição dos microrganismos é variável e depende do local do organismo e do próprio 
individuo; 
• Disbiose 
Ocorre na flora normal quando há um desequilíbrio da microbiota e, consequentemente 
um desequilíbrio imunológico. 
Cutibacterium acnes: faz parte da pele, no entanto quando há excesso deste organismo ou 
é de um estirpe mais violenta provoca acne; 
Staphylococcus aureus: provoca na pele dermatite atópica sem causa determinada; há um 
excesso de multiplicação do microrganismo; 
Rutura da barreira da pele 
Provocados por lesões na pele, constituem locais de entrada de patogénicos para tecidos 
profundos ou corrente sanguínea. Muitas vezes o microrganismo é comensal na pele mas 
patogénico na corrente sanguínea. 
• Infeções da pele e tecidos moles 
Foliculite: infeções piogénicas 
Conjuntivite e Blefarite: infeções nos tecidos moles 
Celulitis: infeção a nível da derme (não é celulite) 
• Manifestações na pele 
Escarlatina: Sreptococcus pyogenes presente na garganta 
Síndrome da pele escaldada: Staphylococcus aureus; epiderme destaca-se da derme 
Flora residente vs flora transitória 
A flora residente existe na epiderme, onde se multiplica, tendo um papel importante na 
prevenção da colonização da flora transitória. Constituída por bacilos gram positivos e 
anaeróbios. Estes microrganismos são removidos por ação química de um antissético. 
A flora transitória localiza-se na superfície da pele e é formada por microrganismos que 
adquirimos no contacto com o ambiente. Qualquer microrganismo pode ser encontrado 
apesar de ser mais comum encontrar bacilos Gram Negativos (Escherichia coli e Pseudomonas 
spp.) e cocos Gram Positivo ( Staphylococcus aureus). A lavagem das mãos com água e sabão 
neutro remove-os com facilidade. 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
3 
• Colonização vs infeção: a colonização é feita por bactérias que não fazem parte da flora 
resistente 
 
Higienização das mãos 
Em ambiente hospitalar são usados antimicrobianos à base de álcool a 70%, pois este leva à 
desnaturação das proteínas em presença de água (logo álcool a 80% é mais eficaz que a 90% 
p.e.) 
Com formulações à base de álcool, o tempo de lavagem deve ser de 20 a 30 segundos, 
enquanto que com água e sabão deve ser de 40 a 60s. A água e sabão é usada na lavagem de 
mãos visualmente sujas ou em doentes com bactérias esporuladas. 
O uso intensivo de produtos biocidas é alarmante uma vez que provoca aumento de bactérias 
resistentes, uma alteração da microbiota natural e tem desconhecido efeito a longo prazo. 
 
1.2. Parte Prática 
 Objetivo 1 Avaliação da flora microbiana das mãos cultivável nas condições estabelecidas; 
 Avaliação da flora microbiana das mãos cultivável nas condições estabelecidas 
 após desinfeção com diferentes produtos 
Procedimento Dividir placa ao meio sendo um lado antes e outro após lavagem 
Colocar zaragatoa em tubo com soro e espremer o excesso nas paredes 
 Passar nas zonas críticas 
 Inocular 1º quadrante com zaragota e os restantes com ansa 
Meio Gelose de sangue: meio não seletivo, diferencial e enriquecido; usado para 
pesquisar microrganismos presentes na mão 
Manitol: meio seletivo, pois só bactérias halo-tolerantes conseguem crescer 
(meio hipertónico com NaCl), e diferencial pois permite distinguir se bactérias 
fermentam ou não; O manitol não é um bom meio para detetar pigmento pois 
tem indicador de pH. Usado para identificar Staphylococcus aureus presentes 
na muscosa nasal, pois Aureus cresce e fermenta com cheiro característico 
neste meio 
 
Nota: Staphylococcus aureus tem pigmento amarelo => caracter oxidante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
4 
Objetivo 2 Identificação de espécies de Stapylococcus 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
5 
 
 
 
 
1.3. Análise das placas da aula anterior 
Na generalidade verifica-se que após lavagem das mãos houve uma redução considerável na 
quantidade de microrganismos incubados. No entanto verificou-se que o etanol a 70% não 
tem ação sobre bactérias esporuladas. 
 
2. Infeções trato respiratório inferior e S. pneumoniae 
 
2.1. Fundamento teórico 
A microbiota do trato respiratório varia do trato inferior para o trato superior. 
Patologias 
• De aparecimento rápido: p.e. pneumonia 
(atinge parênquima pulmonar) 
 
• De aparecimento lento: tuberculose, fibrose cística, etc 
Recolha de amostras (expetoração) 
A recolha de sangue é feita em simultâneo com expetoração. 
Comunitária: 2 a 3 bactérias 
 
Hospitalar: bactérias que causam outras infeções 
 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
6 
Em doentes em coma é recolhido o suco gástrico. 
No caso da expetoração, esta deve ser recolhida de manhã (pois está mais concentrada), a 
boca deve ser lavada com uma solução salina ou água para retirar microbiota. Esta lavagem 
não pode ser feita com antisséticos 
Nota: pessoas c/ tuberculose podem não expetorar bacilos 
 
Avaliação da expetoração por microscopia 
Avaliação feita em objetiva 10x; 
É feita uma coloração de gram diretamente da expetoração; 
É necessário ter neutrófilos e células epiteliais. 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
7 
• Ziehl- Neelsen 
Coloração diferencial importante pois estas bactérias tem muito ácido micólico que impede 
a entrada do corante; 
Nota: Bactérias álcool-ácido-resistentes não descoloram com descolorante; Bacillus ficam 
corados de rosa 
• Fluorescência direta 
Efetuada com anticorpos marcados; 
Importante para bactérias que demoram muito tempo a crescer. 
 
2.2. Parte Prática 
Meios de cultura 
• MacConkey: seletivo para Gram – 
• Chocolate agar: ocorreu a lise dos eritrócitos libertando os seus componentes e 
tornando o meio mais rico; usada para bactérias fastidiosas 
• Blood agar: meio enriquecido e diferencial pois podemos avaliar hemólise da bactéria; 
usada para bactérias fastidiosas 
Streptococcus pneumoniae 
• Exame microscópico 
Coccus em cadeia gram + ; coccus mais alongados (com pontas que 
parecem lanças) que costumam estar em pares => diplococcus de gram + 
• Exame de culturas 
 
 
 
 
 
 
Bactérias fastidiosas requerem 
condições muito específicas 
para crescer 
Atenção que gelose de sangue 
já tem catalase o queinfluencia o resultado desta 
prova 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
8 
Tipo de 
bactéria 
Bactérias não hemolíticas - γ Bactérias β-hemolíticas Bactérias α-hemolíticas 
G
el
o
se
 d
e 
sa
n
gu
e 
 
 
 
 
 
 
 
ex
em
p
lo
s 
Ausência de hemólise. Não 
causam modificação no meio 
Ex: Streptococcus bovis 
 
Hemólise completa das 
hemácias, formando uma zona 
transparente ao redor da 
colônia 
Ex: Streptococcus pyogenes 
Hemólise parcial com perda 
parcial de hemoglobina pelas 
hemácias, formando zona cinzenta 
ou esverdeada ao redor da colônia 
Ex: Streptococcus pneumoniae 
O
u
tr
as
 
ca
ra
ct
e
rí
st
ic
as
 Aspeto 
mucoíde 
pois 
possui 
cápsula; 
+virulento 
 
 
 
• 2º tubo é obtido a partir do 1º 
• Se há produção de auto-lisina há lise da 
bactéria e meio fica límpido 
• Se não há produção de auto-lisina o meio 
mantem-se turvo 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
9 
 
3. Microbiota Urinária e UTI 
 
3.1. Fundamento teórico 
16S RNA tem poder taxonómico pois identifica bactérias presentes na urina. 
Papel da microbiota urinária na homeostasia do trato urinário 
1. Produção de neurotransmissores, como a seretonina 
2. Competir com patogénicos 
3. Regulação e manutenção das junções do epitélio 
4. Produção de compostos que matam patogénicos 
5. Degradação de compostos nocivos 
6. Comensais podem criar barreira e bloquear entrada do patogénico 
Bactérias comensais: bactérias que habitam no nosso intestino e se alimentam de parte do 
que nós comemos, não havendo qualquer consequência para o nosso organismo. 
Disbiose: No entanto estas bactérias que podem inibir a ação de agentes patogénicos podem 
exercer a ação contrária e assim contribuir para o desenvolvimento do patogénico ou causar 
sintomas. 
Caracterização da microbiota 
• Extração do DNA (independente da cultura): caracteriza a comunidade microbiota 
através do material genético recuperado de uma dada amostra 
Processo demorado e dispendioso; 
Impossível de descriminar células vivas de mortas; 
• Isolamento do microrganismo (dependente da cultura): caracteriza a comunidade 
microbiota a partir de colónias obtidas por isolamento; 
Usamos várias condições de ensaio e grande quantidade de amostra; 
Usa-se espectrometria de massa ou sequenciação 16S sRNA; 
O EQUC permitiu um aumento do volume de colónias e o tempo para a sua 
identificação; 
Deteta apenas organismos vivos; 
Não engloba microrganismos que não é possível incubar em culturas; 
Infeções do trato urinário – UTI 
• Fatores de risco: a mulher é mais suscetível a infeções urinárias devido à estrutura 
anatómica da uretra, idade, diminuição da produção de estrogénio, etc. 
• Sintomas clínicos: polyuria (small but frequente urination); Dysuria (painful urination); 
pode levar a sepsis; 
• Agentes etiológicos: bacilos Gram – (Escherichia coli; Pseudomonas aeruginosa; 
Klebsiella spp.; Proteus mirabilis); coccus Gram + ( Staphylococcus spp.; Enterococcus 
spp.); bacilos Gram + (Corynebacterium spp.) 
Exame químico semi-quantitativo da urina: 
• pH: 5,5-5,6 -> urina mais alcalina através da produção de amónias pelas bactérias 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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• Nitritos: procurar se há bactérias que não produzem nitrato redutase; se produzir é 
sinal de infeção 
• Hemoglobina: 
• Esterase leucocitária: indicativo de infeção quando tem grande número de leucócitos 
Exame urocultural 
• Cled Agar: meio não seletivo, diferencial; contem lactose que indica se bactéria 
fermenta (passa de verde a amarelo) ou não (fica verde azulado) 
• MacConkey: meio seletivo; destinado ao crescimento de bactérias gram – 
fermentadoras de lactose. Tornando o meio rosa, pois do seu metabolismo resulta um 
ácido que diminui o pH do meio. 
• CPS: meio cromogénico; E.coli forma colónias rosa, Enterococcus faecalis forma 
colónias azuis e Proteus mirabilis forma colónias castanhas com halo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enterobacteriaceae – fenótipo 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
11 
 
Pseudomonas aureginosa 
• Bacillus gram – 
• Oxidase (+) 
• Motilidade polar 
• Fermentação da glucose (-): se não fermentam glucose tb não fermentam qualquer 
açúcar; são aeróbios restritos 
• Citrato (+) 
• Produção de pigmentos ( em água de peptona e clorofórmio): clorofórmio deposita-se 
no fundo e conseguimos fazer a extração do azul (Piocianina). No entanto se 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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observamos a parte de cima do tubo temos outro pigmento (amarelo) que é solúvel 
em água. 
Pioverdina é um fator de virulência pois faz captação de ferro; 
Estes pigmentos são expulsos por bomba de efluxo. Se não tivermos pigmentos 
significa que estes não vai ser expulsos assim como os antibióticos. 
• Cheiro a maças 
Nota: para fazer preparações a fresco para verificar a mobilidade usa-se diafragma fechado e 
condensador para baixo 
 
4. Serotipagem e serodiagnóstico 
 
4.1. Fundamento teórico 
Serotipagem: usamos antigénio bacteriano que pode ter variações químicas e reagir com 
anticorpos diferentes; permite diferenciação de microrganismos da mesma espécie pela 
produção de antigénios que vão ser reconhecidos por diversos anticorpos. Importante, pois, há 
serotipos + ou – patogénicos, o que nos pode facilitar o despiste e minimizar infeções. 
Serodiagnóstico: usamos anticorpo do paciente; usado quando há dificuldade em bactérias 
crescer em laboratório 
Grupos de Lancefield 
Classificação de acordo com diferenças antigênicas, nomeadamente na localização dos 
antigénios na célula, que pode ser na parede celular ou entre a parede e a membrana celular. 
O antigénio mais usado é o carbohidrato C – confere proteção à bactéria contra a lisosima 
(corta ligação β-1-4). 
Há espécies que se podem agrupar em vários grupos, mas em caso de diagnóstico não se sabe 
a espécie exata. 
S. pyogenes pertence ao grupo A e S. agalactiae pertence ao grupo B. 
Esta deteção é feita a partir de imunocromatografia, onde linha de controlo tem de aparecer 
sempre para validar o resultado. 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
13 
 
Febre reumática – S. pyogenes 
Só se manifesta 1-5 semanas após faringite 
Anticorpos que 
mais atuam 
Estreptolisina O 
Dnase B 
Hialuronidase 
Estreptoquinase 
 
• TASO – Título anti-estreptolisina O 
Faz ponte entre a febre e infeção; Não indica se temos febre reumática 
Avalia-se a presença de anticorpos anti streptolisina O no soro do paciente. Neste teste 
não são usadas bactérias nem meios de culturas, apenas o soro do paciente 
• Quando se suspeita da presença de Streptococcus pyogenes como agente de uma 
infeção (p.e. faringite) para além de isolamento normal na superfície do meio, perfura-
se a gelose de sangue de forma a que a bactéria cresça longe da superfície do meio. 
Isto faz-se porque a estreptolisina O, uma das enzimas responsáveis pela beta-
hemólise do S. pyogenes, é lábil na presença de oxigénio e, por isso, se não semearmos 
a bactéria longe do oxigénio a beta-hemólise pode ser mais dificilmente detetada. 
• Quanto à presença de oxigénio quando perfumarmos o meio, não tem de existir 
ausência completa de oxigénio. Quando perfuramos não fica um buraco. As paredes 
do meio ficam praticamente em contacto uma com a outra e, por isso, há diminuição 
de oxigénio comparativamente à superfície do meio.Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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• Diagnóstico microbiológico 
 
 
Salmonella 
Realizamos dois ensaios, um com controlo negativo, que não aglutina e outro (que vamos 
analisar) que vai aglutinar com um dos anti-soros polivalentes existentes. 
De seguida, e conforme o resultado do ensaio anterior vamos testar o grupo somático através 
do recurso a soros monovalente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. MIC 
 
5.1. Fundamento teórico 
Dosagem antimicrobial: tem em consideração as interações existentes entre o metabolismo 
do paciente (HOST), o patogénio (BUG), o espetro de atividade e propriedades químicas do 
antimicrobiano (DRUG). 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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MIC: corresponde à concentração mínima de um composto antimicrobiano (µg/mL) que inibe 
o crescimento de um dado microrganismo, nas condições testadas. Usado para selecionar o 
antimicrobiano ideal. Diferença no MIC pode condicionar o uso de antibióticos. 
• Método da Microdiluição: metodologia quantitativa; é determinada a menor 
concentração de antimicrobiano capaz de inibir o crescimento da amostra bacteriana. 
Podem-se estudar mais do que uma amostra bacteriana e em diferentes compostos. 
Utiliza-se uma placa de elisa com 96 poços. 
Ponto final da incubação: verificar se há ou não crescimento através da existência ou 
não de turvação e depósitos no fundo dos poços. 
 
• Método do E-test: o E-test é uma fita plástica que é impregnada por 
concentrações (µm/mL) crescentes de antimicrobiano numa das 
suas faces, sendo que na face oposta está a escala de concentrações 
testadas. 
Este teste baseia-se na difusão de um gradiente antimicrobiano no 
agar, para a determinação da suscetibilidade da amostra 
 
 
 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
16 
 
 
 
 
Breakpoint clínicos: corresponde à concentração de um antimicrobiano que define se bactéria 
é suscetível ou resistente a esse antimicrobiano. Dependem do método de teste e são 
expressos quer em concentração (µm/mL) quer em tamanho de diâmetro (mm). 
• S- Susceptible, standard dosing regimen: um microrganismo é classificado como S 
quando há uma grande probabilidade de sucesso terapêutico usando uma dosagem 
standard do agente antimicrobiano. Nestes casos é mais fácil aumentar a 
concentração. Apresenta um MIC muito baixo. 
• I- Susceptible, increased exposure: um microrganismo é classificado como I quando há 
possibilidade de sucesso se conseguirmos aumentar a concentração do 
antimicrobiano, ou seja, se conseguirmos ajustar a posologia para o antibiótico estar 
presente no local de infeção. 
• R- Resistant: um microrganismo é classificado como R quando há grande 
impossibilidade de insucesso terapêutico. Neste caso apresenta um MIC muito 
elevado. 
NOTA: Os breakpoints clínicos e ECOFF’s são elaborados por CLSI (Clinical and Laboratory 
Standards Institute), BSAC (francês) e EUCAST (europeu). 
• Estabelecimento dos Breakpoints clínicos (são estabelecidos após analise de:) 
1) IMPORTANTE: MICs são os principais breakpoints 
2) Distribuição dos MICs para diferentes espécies/antimicrobianos 
3) Propriedades farmacocinéticas e farmacodinâmicas dos agentes microbianos 
4) Dados clínicos que correlacionam os resultados individuais do MIC com os 
resultados dos pacientes 
ECOFF – Epidemiological cut-off value: valor de MIC que identifica o limite máximo da 
população do tipo selvagem de uma espécie bacteriana. O ECOFF não altera com origem da 
amostra ou tempo da mesma. 
• Microganismo do tipo selvagem – WILDTYPE WT: são microrganismos de uma dada 
espécie que são isentos de mecanismos mutacionais de resistência adquiridos contra o 
agente antimicrobiano. 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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NOTA: não existe uma relação definida entre breakpoints clínicos e ECOFFs. 
EUCAST WT e ECOFF 
 
Breakpoint clínico superior a ECOFF 
 
 
 
 
 
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 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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Exemplo prático 
Breakpoint clinico igual a ECOFF 
Breakpoint clinico mais baixo que ECOFF 
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 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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ECOFF e Zone diameters 
 
 
5.2. Parte prática 
Inoculação das placas 
É importante não inocular com muita força para não afetar os diâmetros dos halos de inibição. 
Para além disso é necessário remover excesso de fluído para não afetar a inoculação. 
Dispensa de discos de antibióticos 
Conservar os discos segundos as condições recomendadas pelo fabricante. 
Usar um dispensador ou colocar os discos na placa de forma manual. Se usar o dispensador, é 
necessário no fim pressionar os discos com uma pinça para certificar que estes aderiram ao 
meio. 
 
Incubação das placas 
Inverter as placas e incubar no máximo 15 min após aplicação dos discos. Este processo limita 
a pré-difusão que pode, em caso contrário, resultar em diâmetros maiores 
Regra dos 15 minutos 
• Semear suspensão após 15 min da sua preparação (nunca depois de 60 min) 
• Aplicar os discos após 15 min da inoculação da placa 
• Incubar após 15 min da aplicação dos discos 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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6. Estudo da suscetibilidade a antimicrobianos 
6.1. Fundamento teórico 
Os discos devem estar distribuídos na placa uniformemente para, após incubação, ser feita 
uma correta visualização dos halos de inibição. 
Potenciais fontes de erro 
• Meio 
Padronização do inóculo 
Espessura do agar 
pH 
• Condições do teste/ensaio 
Não obedecer à regra dos 15min 
Incubação 
Leitura dos halos 
• Discos 
Potência do disco errada 
Excesso de discos 
• Controlo dos organismos 
Contaminações 
Mutações 
Idade da cultura 
• Para evitar erros: Cumprir as regras e utilizar estirpes de controlo, ou seja, em paralelo 
inocular o mesmo microrganismo, mas de culturas de coleção e para os quais temos 
tabelas associadas de valores de MIC e diâmetro. 
 
Staphylococcus – terapia microbiana 
A grande maioria das infeções por S. aureus é causada por estirpes resistentes à penicilina, 
devido à produção de β-lactamases. Os antibióticos com maior uso terapêutico são as 
penicilinas resistentes às penicilases (p.e. Meticilina, Oxacilina, Dicloxacilina, Flucloxacilina) e 
os β-lactâmicos com inibidores de β-lactamases. 
• MRSA 
A resistência à meticilina é muito particular pois não há destruição do antibiótico, mas 
alteração nas proteínas da parede celular às quais ele se liga. A síntese de uma nova 
proteína de ligação a PBP2a ou PBP2’, que apresenta baixa afinidade para antibióticos b-
lactâmicos, torna estes microrganismos resistentes também a todas as penicilinas, 
cefalosporinas, carbapenemos e monobactamas. O PBP2a é codificado pelo gene mecA 
que se encontra presente em todas as estirpes de Staphylococcus. 
• Casos possíveis 
bla+ e (mecA/mecC)PBP2a - suscetível a β-lactâmicos 
(mecA/mecC)PBP2a - resistente a β-lactâmicos exceto cefalosporina de 5º geração 
(ceftarolina) 
Se PenS e Fox S – suscetível a todas os β-lactâmicos 
Se PenR e Fox S – suscetível a todos os β-lactâmicos exceto penicilina e aminopenicilina 
Terminações de antibióticos: 
• Fluoroquinolonas - …..oxocina 
• Tetraciclinas - ….ciclina 
• Aminoglicosídeos - …micinas 
• Glicopéptidos -vancomicina, 
teicoplamicina 
• Macrólidos -Eritromincina, 
….tromicina 
• Oxozalidinonas - Linezolid 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 201821 
 
E.coli 
Causa infeções urinárias 
A primeira abordagem seria com fosfomicina, seguido da nitrofurantorina (antissético de uso 
urinário; usado em sistites; atividade para gram -; sensível a pH da urina e rapidamente 
absorvido) e em último caso a associação de trimetropim com sulfametoxazol. 
Não poderíamos dar imipenemo pois é de uso hospitalar. 
A fosfomicina é o mais indicado pois tem como única indicação terapêutica infeções urinárias 
leves, baixo preço e basta 1 saqueta. 
Poderíamos usar trimetropim no entanto há excreção entérica que provoca aumento das 
resistências. Para além disso tem atividade em vários locais do organismo. 
 
D-test 
Usado para determinar se S. aureus é suscetível a clindamicina e se esta é útil para o 
tratamento de infeções por S. aureus. Como tal é incubado uma placa com dois discos, um de 
eritromicina e outro de clindamicina. Após incubação podem se verificar duas situações: 
• O teste dá positivo, ou seja há indução da resistência. Observa-se fenómeno de 
antagonismo pois bactéria tem metilases indutiveis que são induzidas pela 
eritromicina, o que provoca redução do halo de inibição da clindamicina. Nesta 
situação podemos afirmar que é resistente embora clindamincina possa ser usada em 
infeções pequenas da pele e tecidos moles. 
• O teste dá negativo e, consequentemente, clindamicina pode ser usada na terapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Classificação das β-lactamases 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Classificação das carbanpenemases 
 
 
Deteção de Carbapenemases 
A possibilidade de acidificação permitiu desenvolvimento de métodos de deteção 
• Ensaios Fenotípicos: Para carbapenemases de classe A – Teste de Hodge (pouco fiável; 
necessita de técnicos especializados e apresenta falta de sensibilidade e 
especificidade) 
• Ensaios Genotípicos: PCR e sequenciação 
• Ensaios bioquímicos 
Ensaios espetrofotométricos: método de referência, mas não é simples portanto não se 
usa em ensaios de rotina 
MALDI-TOF: muito caro 
Teste BLUE-CARBA: baseado na hidrólise in vitro do imipenemo, detetada pela alteração 
do pH do indicador (de azul para amarelo), baixo custo, rápido, elevada especificidade e 
sensibilidade e sem necessidade de equipamento específico. 
 Este teste não necessita de extração de cultura. Para além disso usa sulfato de zinco, 
na solução, devido as carbapenemases de classe B. 
 A agitação melhora a reação. 
 Testes acidimétricos 
• Pela atividade enzimática: método muito caro, específico para certas 
enterobacteriaceas e necessita de extração. 
• Vermelho de fenol (6,4-8,0) 
• Azul de bromotimol (6,0-7,6): melhor indicador que o vermelho de fenol 
• Carba NP 
 
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MINDME – As regras de ouro para prescrição de antibióticos 
M -utilização de guias de microbiologia sempre que possível 
I -as indicações dadas devem ser fundamentadas com evidências 
N -necessário espetro estreito 
D -dosagem apropriada e adequada ao tipo e local de infeção 
M -minimizar a duração da terapia 
E -assegurar monoterapia 
 
Klebsiella pneumoniae – características ao longo dos anos 
É intrinsecamente resistente a amoxicilina, ampicilina e outro antibióticos ativos contra gram – 
• Anos 90: Plasmídeo (ESBLS-TEM e SHV-type) 
resistência a cefalosporinas de 2º e 3º geração; SXT, quinolonas e aminoglicosídeos 
com atividade variável 
• Desde 2000: Plasmídeo (ESBLS-CTM-M type) 
resistência a cefalosporinas de 2º e 3º geração; SXT, quinolonas e aminoglicosídeos 
com atividade comprometida; Carbapenemos ativos 
• Desde 2006: aquisição de plasmídeo para carbanpenemases 
Resistencia à maior parte dos antibióticos; Colistina ativa 
• Desde 2015: resistência a todos antibióticos 
NOTA: Penicilina não pode ser usada em enterobacteriaceae pois não atravessa PBP. 
• Novo tratamento: Enterobacteriaceae resistentes às colistinas (MCR-producers) 
Polymixina E produzida por Peanibacillus polymyxa . um bactericida que se liga aos 
polissacáridos e fosfolípidos da membrana exterior das bactérias gram -. A colistina, 
competitivamente, substitui catiões divalentes dos grupos fosfatos da membrana lipídica o 
que leva à rutura da membrana, perda do conteúdo e consequente morte da bactéria. É 
usualmente administrado via intramuscular. 
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No entanto no gene MCR-1 podem ocorrer mutações cromossomais no pmrA/B e phoP/Q, 
que levam a uma redução da ligação da colistina à membrana celular. Assim surgem novas 
variantes do gene mcr, o MCR-2. 
Surge assim a Ceftazidima/avibactam, um novo antibiótico para enterobacteriaceas 
produtoras de carbapenemases e MDR P. aeruginosa, assim como 
Ceftozolona/tazobactam (Zerbaxa), usado no tratamento de infeções urinárias 
complicadas e infeções intra abdominais complicadas. Esta ultima associação de 
antibióticos apresenta dois mecanismos de resistência: 
• As beta-lactamases tornam-se capazes de hidrolisar a ceftozolona e não são 
inibidas pelo tazobactam 
• Modificações no PBPs 
NOTA: Tazobactam inibe carbapenemases de classe A, exceto carbapenemases com serina 
como KPC. Não inibe AmpC, OXA-carbanpenemases ou metalo-beta-lactamases. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cefazolina vs penicilinas anti-staphylococcus 
• Cefazolina 
Pertence à primeira geração de cefalosporinas. É usada no tratamento de infeções de 
gram + e gram – (pulmões, pele, ossos, estomago, sangue, trato urinário) e é usado em 
profilaxia para cirurgias. 
Tem baixa penetração no BHE. 
Administrado por via IV ou IM. 
Apresenta vantagens comparativamente com penicilinas anti-staphylococcus pois 
apresenta baixa hepatotoxicidade e supressão da medula óssea. 
Tem baixo risco de mortalidade e probabilidade similiar de recorrência de infeções 
comparado com nafcilina ou oxacilina por infeções MSSA. 
• Flucloxacilina 
Tratamento de infeções por gram +, incluindo infeções causadas por bactérias produtoras 
de beta-lactamases, Staphylococcus e Streptococcus. 
Admistração oral ou injetável. 
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25 
Pode causa danos severos a nível hepático, particularmente em paciente de idade 
avançada. 
 
6.2. Parte prática 
 
Antibióticos com menor toxicidade são os beta-lactâmicos. Se possível usar estes. 
Beta lactâmicos com menor espetro – cefalosporinas de 1º geração e flucloxacilina (ainda mais 
estreito): usados em profilaxia de cirurgias. (cefazolina é menos hepatotóxica logo há menor 
risco de infeção recorrente, logo é mais eficaz) 
Clindamicina: alvo para anaeróbios; com efeitos secundários pois afeta flora entérica 
Cotrimaxazol: largo espetro de ação; muito suscetível a resistências; baixo custo 
Ciprofloxacina: boa biodisponibilidade; efeitos secundários 
Linezolid: usado para gram + e mycobacterium; muito caro; efeitos adversos; usado como 
reserva 
Cefoxitina: também ativo para gram -; usado para infeções mix; largo espetro 
 
7. PCR e Sequenciação 
 
Método de identificação de microrganismos criado por Dr. Kary Mullis, que introduziu o 
conceito de primer, e verificou que era necessário DNA polimerase e temperaturas elevadas. 
 
Para ocorrer PCR é necessário: 
• Diversos sais para estabilizar DNA e enzima (KCl, Tris, MgCl2) 
• Pelo menos 1 par de primers 
• Nucleótidos - dNTPS 
• DNA polimerase 
• Cópia de DNA que funciona como molde/template 
 
PCR 
 
1º Amplificaçãodo gene Rrna 16S 
• Desnaturação 
Quebra pontes de hidrogénio que resulta na separação das cadeias de DNA 
Realizada à temperatura de 92-95oC 
• Annealing 
Ocorre a temperaturas mais baixas que a desnaturação 
Primers (entre 18 a 25 pares de bases) ligam-se às cadeias 
• Extensão 
Taq liga-se à extremidade 3´e adiciona nucleótidos um a um de acordo com 
complementaridade de bases; 
Há duplicação do número de cadeias; 
 
2º Sequenciação: novo PCR com nucleótidos marcados que permitem chegar a sequencia 
nucleótidica. Quando entra um nucleótido marcado a reação pára e dá origem a pico na 
cromatografia. 
 
3º Análise da sequência: por comparação com outras sequências 
 
O Mg é essencial para 
estabilizar ligações entre 
cadeias de DNA molde, o 
primer e a Taq; 
Se não estiver estável não 
ocorre amplificação; 
Se houver Mg em excesso 
ocorrem amplificações 
inespecíficas; 
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Primers 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Temperatura de melting (Tm): referente ao primer 
• Temperatura de annealing (Ta): referente à PCR; a fórmula de calculo depende da 
sequencia nucleotídica que usamos. 
 
Primer para se ligar à cadeia tem de formar pontes de hidrogénio, duplas no caso da 
Adenina e Timina, e triplas no caso da Guanina e Citosina. 
Para quebrar uma ligação dupla são necessários 2oC. 
Para quebrar uma ligação tripla são necessários 4oC. 
 
Tm= 2x(nº A+ nº T) + 4x(nº C + nºG) 
Ta= Tm – 4oC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pois no melting promovemos quebra de pontes de hidrogénio mas no annealing 
queremos formar pontes de hidrogénio, portanto descemos ligeiramente a 
temperatura, mas não em demasia pois pode provocar a formação de 
fragmentos 
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Gene rRNA 16S 
Encontrado em todas as bactérias; 
Possui cerca de 1500 p.b. 
Constituído por regiões muito conservadas, usadas para desenho de primers universais, e 
regiões externas variáveis, que permitem identificar o género da espécie bacteriana. 
• Limitações 
Diferenças de afinidade dos primers; 
Microrganismos com mais de uma cópia de rRNA16S; 
Está descrita alguma heterogeneidade entre cópias dos genes rRNA16S em alguns 
organismos; 
Pouco poder discriminatório para algumas espécies ou géneros. 
 
Gene rpoB 
 
Sequenciado e validado por Gundi; 
Codifica para a subunidade β da RNA polimerase; 
Contém várias regiões conservadas alternadas por regiões variáveis; 
PCR e sequenciação parcial do gene ( 350 pbs) é suficiente para uma identificação eficaz da 
maioria dos isolados; 
Região hipervariável é mais adequada para identificação e descriminação filogenética ao nível 
da espécie e subespécie, comparando com gene 16S. 
 
 
8. MALDI-TOF/ MS 
 
A ionização e dessorção a laser assistida por matriz é uma técnica de ionização usada em 
espectrometria de massa que permite a analise de biomoléculas, que tendem a fragmentar 
quando são ionizadas por outros métodos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O movimento das partículas é linear e o tempo de voo proporcional à massa molecular. 
 
Uso na microbiologia: 
• Crescimento em placa e seleção de colónias 
• Aplicação da amostra e matriz 
• Análise no aparelho de MALDI-TOF/MS 
• Obtenção dos espetros m/z 
• Comparação dos espetros com base de dados 
 
Características da matriz 
• Moléculas cristalinas de tamanho reduzido (facilita a vaporização) e acídicas ( fonte de 
protões que promovem ionização da amostra; 
• Solúvel em solventes compatíveis com substância a analisar; 
• Estável ao vácuo; 
• Forte absorção ao comprimento de onda da luz UV do laser ( devido a presença de 
ligações duplas conjugadas) 
• Libertação da amostra após irradiação do laser 
 
Quais são os principais componentes detetados? 
Maioritariamente proteínas, mas também lípidos e polissacáridos. 
 
Que proteínas são detetadas? 
Usualmente proteínas ribossomais, pois são estáveis, alcalinas e abundantes (representam 
cerca de 60% do peso da célula). 
 
Que fatores intensificam o pico observado no espetro? 
Frequência e estabilidade dos aminoácidos que fazem parte da constituição da proteína. 
 
Limitações do processo 
Bases de dados ainda em construção e um pouco incompletas; 
Necessário um grande investimento inicial; 
 
 
9. Whole-genome sequencing (WGS) e Methods for strain typing 
 
Discriminação ao nível das espécies 
• Métodos fenotípicos: detetam fenómenos bioquímicos, fisiológicos e biológicos. Inclui 
Serotipagem, biotipagem e fagotipagem. 
• Métodos genótipicos: detetam polimorfismos ao nível dos ac. Nucleicos 
Genoma core: inclui genes que codificam proteínas envolvidas em funções essenciais, 
como a replicação, transcrição e tradução. 
Genoma acessório: codificam proteínas que facilitam a adaptação do organismo. 
A variação genética (mutações, inserções, deleções) no genoma bacteriano gera um 
“fingerprint” especifico de uma determinada estirpe. 
Estirpe: isolado ou grupo de isolados que inibindo as características fenotípicas e/ou 
genotipicas comuns, diferem de outros isolados da mesma espécie. 
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Multilocus Sequence Typing (MLST) 
Sequenciação dos genes houseKeeping (altamente conservados). 
Usado em situações epidemiológicas distantes no tempo/espaço e na identificação de 
linhagens clonais prevalentes. 
É elaborada uma sequencia de 7 fragmentos de gene. A cada sequencia diferente no locus é 
dado um nº alelo diferente. Os nº alelos dos 7 loci MLST originam o perfil alélico do isolado. De 
seguida procede-se à comparação do perfil alélico do isolado com todos os isolados com 
recurso a bases de dados na net. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10. Conceitos chave 
 
 A célula bacteriana – estrutura 
A célula é a unidade estrutural e funcional de todos os seres vivos e está separada do meio 
ambiente por uma bicamada lipídica e proteica: a membrana citoplasmática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No mundo microbiano, existem dois tipos de organização celular: procariota e eucariota. 
Os vírus não têm organização celular, sendo apenas constituídos por ácidos nucleicos (DNA ou 
RNA). Consequentemente, são desprovidos de vida autónoma, sendo considerados parasitas 
intracelulares obrigatórios 
As moléculas antibióticas antibacterianas exploram seletivamente as diferenças entre 
procariotas e eucariotas, manifestando uma atividade bacteriostática (inibição do crescimento 
bacteriano, sendo a morte bacteriana causada pelo sistema imunitário do hospedeiro) ou 
bactericida (morte da célula bacteriana) contra bactérias procariotas e ausência de atividade 
contra fungos, protozoários e vírus, assim como uma atividade pouco significativa sobre as 
células do Homem. 
• Parede celular 
A parede celular é uma estrutura anexa à superfície externa da membrana citoplasmática 
bacteriana, dotada de grande rigidez, responsável pela forma e integridade anatomofisiológica 
da célula e também pelo diferente comportamento das bactérias face à coloração de Gram, 
assim comoà atividade dos anitibióticos. 
O mucopéptido, ou peptidoglicano, é a macromolécula exclusiva da parede celular bacteriana 
responsável pela sua rigidez, dadas as numerosas ligações químicas intramoleculares, 
funcionando como um “saco” de revestimento de toda a célula. 
Os antibióticos antiparietais, inibidores da biossíntese desta macromolécula, fragilizam a parede 
celular, causando lise celular em ambientes hipotónico. 
Bactérias sem parede celular, como Mycoplasma spp., exibem resistência intrínseca aos 
antibióticos antiparietais (ex.: β-lactâmicos), dada a ausência de peptidoglicano. 
Os fungos, microrganismos eucariotas com parede celular, são refratários à ação dos 
antibióticos antibacterianos antiparietais e da lisozima dado possuírem, na sua parede celular, 
quitina e não peptidoglicano. Os protozoários, as células do Homem e os vírus (sem organização 
celular) são também refratários à ação destes mesmos etiotropos. 
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Independentemente da diferente constituição química da parede celular das bactérias de Gram 
positivo e de Gram negativo, ambas têm em comum o peptidoglicano, predominante nas 
bactérias de Gram positivo (40-80% do peso seco da parede celular) e menos exuberante nas 
bactérias de Gram negativo (1-5%). 
O peptidoglicano é uma macromolécula específica da parede celular bacteriana constituída por 
cadeias lineares de aminoaçúcares, N-acetilglicosamina (NAG) e de ácido N-acetilmurâmico 
(NAM), dispostas alternadamente ao longo das cadeias e unidos por ligações glicosídicas β-1,4. 
Ao NAM estão ligados 4 aminoácidos e são estabelecidas ligações peptídicas (cross-linking) entre 
o 3º aminoácido de uma cadeia glicopeptídica com o 4º aminoácido da cadeia vizinha. 
A ligação glicosídica β-1,4 entre NAG e NAM é hidrolisada pela lisozima, enzima presente na 
pele, mucosas e fluidos do organismo humano, desempenhando um papel importante nas 
defesas naturais do hospedeiro contra a agressão bacteriana. 
→ Parede celular das bactérias de Gram positivo e de Gram negativo 
A diferente composição química da parede celular nas bactérias de Gram positivo e de 
Gram negativo explica o diferente comportamento face à coloração de Gram e repercute-se na 
respetiva ultra-estrutura e no modo de ação dos antibióticos. 
Composição Gram positivo Gram negativo 
Peptidoglicano ++++ + 
Lípidos: 
 Fosfolípidos - + 
 LPS - + 
 Lipoproteínas - + 
Ácidos lipoteicóicos + - 
Proteínas porinas - + 
 
Bactérias de Gram positivo – bactérias sem lípidos na parede celular que tomam a cor 
roxa do corante primário (cristal violeta) e resistem à descoloração com álcool ou acetona. 
Bactérias de Gram negativo – bactérias com lípidos na parede celular que perdem o 
corante primário durante a descoloração com álcool ou acetona e adquirem posteriormente a 
cor vermelha do corante secundário (fucsina ou safranina); existem 2 camadas na parede celular 
destas bactérias: uma camada de peptidoglicano rígida e uma membrana externa (outer-
membrane), sendo que esta última vai atuar como um fator limitante à entrada de nutrientes e 
antibióticos; contêm lipopolissacarídeos (LPS), os quais constituem a principal endotoxina 
bacteriana e estão ancorados na membrana externa através do lípido A. 
 
• Membrana citoplasmática 
A membrana citoplasmática é a barreira entre o citoplasma e o meio ambiental, funcionando 
como uma estrutura dotada de semipermeabilidade importante na manutenção do gradiente 
osmótico entre o interior e o exterior celular. 
A membrana citoplasmática bacteriana é constituída fundamentalmente por fosfolípidos e 
proteínas. 
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Em resumo: a membrana celular bacteriana, tal como a parede celular bacteriana, condiciona a 
difusão de antibióticos para o citoplasma e pode contribuir para a resistência bacteriana aos 
antibióticos, impedindo que eles atinjam, intracelularmente, concentrações terapêuticas. 
Algumas proteínas localizadas na membrana celular de determinadas estirpes bacterianas têm 
grande afinidade para os antibióticos, funcionando como bombas de efluxo que promovem a 
sua saída para o exterior, e impedindo que se atinja uma concentração terapêutica do 
antibiótico no interior da bactéria. 
 
• Cápsula, “slime layer” e biofilmes 
Algumas espécies bacterianas, nomeadamente Streptococcus pneumoniae, Listeria 
monocytogenes, N. miningitidis e H. influenzae, entre outras, apresentam uma estrutura 
externamente à parede celular denominada cápsula, geralmente de natureza polissacarídea, ou, 
mais raramente, de natureza proteica. A cápsula constitui uma barreira de proteção da célula 
em caso de carência de água, impedindo a sua desidratação. 
Streptococcus mutans produz também, na presença de sacarose, uma cápsula polisacarídica que 
lhe permite a sua fixação ao esmalte dos dentes onde, conjuntamente com os ácidos resultantes 
da fermentação do açúcar, irá causar cárie dentária. 
A cápsula constitui uma estrutura que protege a bactéria da ação do sistema imune, 
nomeadamente da fagocitose, do complemento e de anticorpos. Pode também proteger a 
bactéria da ação de bacteriocinas produzidas por bactérias de outras espécies, funcionando 
como uma estrutura de virulência. 
Um biofilme é definido como uma comunidade microbiana em que as células estabelecem 
ligações a células do hospedeiro ou a superfícies abióticas e, através da formação de uma matriz 
de composição diversa em polissacarídeos, proteínas e DNA extrecelular, assumem um 
comportamento diferente do crescimento planctónico. O biofilme confere resustência aos 
mecanismos de defesa do hospedeiro e aos antibióticos. 
 
• Flagelos, pili e fímbrias 
Flagelos, pili e fímbrias são estruturas que funcionam como apêndices bacterianos proteicos, de 
origem endocelular, que se projetam para o exterior da bactéria. 
Os flagelos são órgãos de locomoção. 
Já as fímbrias e pili (mais finos que os flagelos) só são visíveis por microscopia eletrónica, 
desempenhando outras funções na célula bacteriana. Os pili têm funções sexuais e permitem a 
transferência de DNA entre células, por conjugação, facilitando, p.ex., a transferência de genes 
de resistência aos antibióticos entre bactérias da mesma espécie ou mesmo entre espécies 
diferentes. As fímbrias, de natureza proteica, reconhecem recetores celulares à superfície dos 
epitélios, permitindo a aderência bacteriana e tornando assim possível a colonização das 
mucosas do hospedeiro, a qual pode evoluir para uma infeção. 
 
 
 
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 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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• Esporos 
Certos grupos bacterianos, incluindo espécies do género Clostridium e Bacillus, contêm 
informação genética para a produção de endósporos, estruturas de resistência a agentes físicos 
(calor) e químicos (nomeadamente antibióticos, desinfetantes e antissépticos) que vão permitir 
a sua sobrevivência em condições adversas por longos períodos de tempo. 
Os esporos bacterianos podem sobreviver no meio ambiente durante milhares de anos, num 
estado de latência, resistindo a diversas condições desfavoráveis, sendo destruídos por 
autoclavagem a 121°C durante 20 minutos (esterilização por calor húmido) ou por calor seco a 
180°C durante 1 hora. 
São estruturas que não coram pela coloração de Gram, mas por técnicas de coloração enérgicas 
que favoreçam a entrada de corantes. 
Meios de cultura 
Meio de Cultura Características 
Meio de 
MacConkey 
 → Apresenta na sua constituição: peptonas, lactose, sais 
biliares, cloreto de sódio, vermelho neutro, cristal 
violeta e agar. 
→ Meio sólido,vermelho bordeaux 
→ Indicador de pH: vermelho neutro, que se encontra 
amarelo a pH neutro e vermelho a pH ácido 
→ Meio seletivo para bactérias de Gram (-); os sais 
biliares (efeito detergente) e o cristal violeta contidos 
neste meio são agentes tóxicos para bactérias de Gram 
(+), e, como tal, estas não se desenvolvem neste meio 
uma vez que o seu crescimento é inibido. 
→ Na sua composição encontramos também lactose, a 
qual, juntamente com o indicador de pH (vermelho 
neutro), torna este meio diferencial para bactérias 
fermentadoras de lactose. 
Resultados: 
• Formação de UFC – bactérias de Gram (-) 
• Não formação de UFC – bactérias de Gram (+) 
• Meio vermelho – meio ácido devido aos produtos ácidos obtidos da 
fermentação – presença de bactérias fermentadoras de lactose 
• Meio âmbar – meio alcalino – bactérias não fermentadoras de lactose 
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Meio de Cled 
 
 → Apresenta na sua constituição: extracto de carne, 
peptonas, triptonas, lactose, L-cistina, azul de 
bromotimol e agar. 
→ Meio sólido, verde 
→ Indicador de pH: azul de bromotimol 
→ Meio não selectivo- permite o crescimento de 
bactérias de Gram (+) e de Gram (-) 
→ Lactose e indicador de pH (azul de bromotimol) tornam 
o meio diferencial para bactérias fermentadoras de 
lactose 
→ Peptona e lactose fundamentais para o crescimento. 
Resultados: 
• Positivo: colónias amarelas – bactérias fermentadoras de lactose 
• Negativo: colónias azul esverdeado – bactérias não fermentadoras de 
lactose 
Plate Count Agar 
 
 
 
→ Meio sólido, incolor 
→ Meio não seletivo e não diferencial (não tem indicador 
de pH) 
→ Meio cujo objetivo é o de fornecer nutrientes para o 
crescimento de microorganismos, para contagens. 
Meio de Manitol 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
→ Apresenta na sua constituição: extracto de carne, 
peptonas, manitol, cloreto de sódio, vermelho de fenol 
e agar. 
→ Meio sólido, vermelho 
→ Indicador de pH: vermelho de fenol que se encontra 
amarelo no meio ácido e vermelho no meio básico 
→ Meio seletivo para bactérias Gram (+); a elevada 
concentração de NaCl impede o crescimento da 
maioria de Gram (-), e algumas Gram (+) também não 
crescem; é seletivo para bactérias Staphylococcus ( 
tipo particular de cocos de Gram (+) pois estes são 
capazes de viver em meios com elevadas 
concentrações de NaCl devido à espessura da sua 
parede 
→ O manitol e o indicador de pH tornam este meio 
diferencial para bactérias fermentadoras de manitol 
Resultados: 
• Amarelo – produto ácido – bactérias fermentadoras de manitol 
• Vermelho – produto alcalino – bactérias não fermentadoras de manitol 
 
 
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11. Antibióticos 
Antibióticos antiparietais (inibidores da síntese do peptidoglicano) usados na 
terapêutica 
FASE 
CITOPLASMÁTICA 
 
D-CICLOSERINA 
FOSFOMICINA 
FASE MEMBRANAR 
 Bacitracina 
Glicopéptidos Vancomicina 
Lipoglicopéptidos 
Teicoplanina 
Telavancina 
Oritavancina 
Dalbavancina 
FASE PARIETAL 
Penicilinas 
Penicilina G 
Penicilina V 
Flucloxacilina 
Dicloxacilina 
Ampicilina 
Amoxicilina com ou sem Ácido 
clavulânico 
Piperacilina com ou sem Tazobactam 
Cefalosporinas 
1ª geração 
Cefalotina/ Cefapirina 
Cefazolina 
Cefalexina 
Cefradina 
Cefadroxilo 
Cefatrizina 
Cefalosporinas 
2ª geração 
Cefaclor 
Cefamandol 
Cefuroxima 
Axetil-Cefuroxima 
Cefonicida 
Cefamicinas 
Cefoxitina 
Cefotetan 
Cefalosporinas 
3ª geração 
Cefotaxima 
Ceftazidima 
Ceftriaxona 
Cefodizima 
Cefixima 
Ceftibuteno 
Cefeprozil 
Cefetamet Pivoxil 
Cefalosporinas 
4ª geração 
Cefepime 
Cefepiroma 
Cefalosporinas 
5ª geração 
Ceftarolina 
Monobactamos Aztreonamo 
Carbapenemos 
Imipenemo 
Meropenemo 
Ertapenemo 
Doripenemo 
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Antibióticos inibidores da síntese do peptidoglicano na fase citoplasmática 
● Fosfomicina 
Espetro antibacteriano 
A fosfomicina é mais ativa contra bactérias de Gram negativo do que contra bactérias 
de Gram positivo, apesar de a maior parte de estirpes de Staphylococcus aureus (incluido as 
MRSA) e de Enterococcus faecalis serem susceptíveis. 
Apresenta fraca atividade contra Staphylococcus saprophyticus e Staphylococcus capitis. 
É muito ativa contra E. coli e outras Enterobacteriaceae, incluindo as estirpes produtoras 
de β-lactamases de espetro alargado (ESBL), e anaeróbios, apresentando ação moderada contra 
Pseudomonas aeruginosa. 
Não tem atividade contra Acinetobacter baumannii. 
Uso clínico e contra-indicações 
Na Europa, a fosfomicina tem sido usada parenteralmente no tratamento de infeções 
urinárias, entéricas e respirarórias. Em Portugal e nos EUA tem sido usada por via oral, no 
tratamento da cistite aguda não complicada, profilaxia da infeção urinária baica, uretites 
bacterianas inespecíficas, bacteriúria assintomática na gravidez ou nas infeções uriárias pós-
operatórias. 
A fosfomicina não é indicada em pacientes com insifuciência renal grave. 
A fosfomicina tem sido associada a outros antibióticos com efeitos sinérgicos, 
nomeadamente à colisitna, no tratamento de pneumonias por estirpes de A. baumannii 
resistentes aos carbapenemos, ou à amicacina sob a forma de aerossóis para o tratamento de 
pneumonias por bacilos de Gram negativo em doentes com ventilação mecânica. 
 
● D-cicloserina 
Espetro antibacteriano 
A D-cicloserina é ativa contra bactérias de Gram positivo, apresentando fraca atividade 
contra bactérias de Gram negativo. 
É ativa contra M. tuberculosis, Mycobacterium kansaii, relativamente ativa contra 
Mycobacterium avium-intracellulare, e não apresenta atividade contra Mycobacterium 
scrofulaceum e Mycobacterium fortuitum. 
Uso clínico e contra-indicações 
A D-cicloserina só é praticamente ministrada no tratamento da tuberculose e 
nocardiose, embora não seja um antibiótico de 1ª linha. Só é utilizada após falha dos anti-
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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tuberculosos de 1ª linha, podendo vir a ser usada nas infeções por estirpes de M. tuberculosis 
MDR ou XDR. 
Está contraindicada em pacientes com epilepsia, dados os efeitos a nível do SNC. 
 
Antibióticos inibidores da síntese do peptidoglicano na fase membranar 
● Bacitracina 
Espetro antibacteriano 
A bacitracina é ativa contra bactérias de Gram positivo (exceto contra Streptococcus do 
grupo B) e é destituída de qualquer atividade contra bactérias de Gram negativo (exceto 
Neisseria spp). 
Uso clínico e contra-indicações 
A bacitracina não é absorvida por via oral, e raramente se usa por via parenteral, dada 
a sua grande nefrotoxicidade, pelo que este antibiótico só é usado terapeuticamente em 
preparações tópicas, frequentemente associada a polimixinas e à neomicina. 
● Vancomicina 
Espetro antibacteriano 
A vancomicina é dotada de fraca atividade contra bactérias de Gram negativo, dado que 
a molécula não consegue atravessar os canais de porina da membrana externa (devido ao seu 
elevado peso molecular). Exceptuam-se algumas estirpes de N. gonorrhoeae que são suscetíveis 
à vancomicina, o que impede o seu isolamento nos meios de cultura seletivos geralmente 
usados no diagnóstico clínico. 
É ativa contra diferentes géneros de bactérias de Gram negativo, nomeadamente 
Staphylococcus spp. (incluindo estirpes MRSA), Streptococcus pneumoniae, Streptococcus do 
grupo viridans, Clostridium spp, Listeria monocystogenes, Actinomyces spp e Enterococcus spp. 
Uso clínico e contra-indicaçõesA vancomicina foi o primeiro glicopeptídeo introduzido na clínica para tratar as infeções 
estafilocócicas produtoras de β-lactamases, até ao aparecimento das isoxazolilpenicilinas. 
Presentemente, é utilizada por via intravenosa no tratamento de infeções graves por 
Staphyloccocus MRSA ou no tratamento de infeções estafilocócicas em doentes intolerantes às 
penicilinas. 
Há sinergismo quando a vancomicina é associada com outros antibióticos bactericidas, 
nomeadamente com aminoglicosídeos, quinolonas e antibióticos β-lactâmicos. 
As endocardites estreptocócicas por Streptococcus orais ou S. bovis são geralmente 
tratadas com β-lactâmicos (penicilina, amoxicilina ou ceftriaxona) associadas a aminoglicosídeos 
(gentamicina ou netilmicina), e, no caso de alergia à penicilina, recorre-se à vancomicina, em 
monoterapia ou associada à gentamicina ou à netilmicina. Nas endocardites por Enterococcus 
spp., usa-se frequentemente vancomicina associada a gentamicina, dado que, em muitos casos, 
a vancomicina não é bactericida contra esta espécie. A vancomicina também é utilizada nas 
endocardites por Corynebacterium spp. por Staphylococcus MRSA, ou ainda em doentes 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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alérgicos às penicilinas. É também usada, oralmente, no tratamento das enterocolites 
provocadas por S. aureus e na colite pseudomembranosa por C. dificille, na descontaminação 
digestiva dos imunossuprimidos (…). 
Como a vancomicina é potencialmente nefrotóxica, e é eliminado por filtração 
glomerular, a posologia deve ser ajustada em doentes com insuficiência renal. 
 
● Teicoplanina 
Espetro antibacteriano 
A teicoplanina tem um espectro de atividade bactericida semelhante ao da vancomicina. 
É, contudo, mais ativa do que a vancomicina contra Streptococcus e Enterococcus. 
Uso clínico e contra-indicações 
A teicoplanina é uma alternativa à vancomicina nas situações clínicas em que este 
glicopéptido é usado. Tem sobre a vancomicina a vantagem da ministração intramuscular numa 
única dose/ dia, enquanto que a vancomicina é de perfusão lenta intravenosa. 
A vancomicina e a teicoplanina são usadas nas infeções graves por bactérias de Gram 
positivo. 
A teicoplanina é eficaz em algumas infeções enterocócicas resistentes a vancomicina. 
Associada à gentamicina, pode ser usada no tratamento das infeções enterocócicas 
resistentes à penicilina G ou ampicilina. 
 
● Lipoglicopeptídeos 
São derivados semissintéticos dos glicopéptidos (vancomicina e teicoplanina). 
 
 
Antibióticos inibidores da síntese do peptidoglicano na fase parietal 
Antibióticos β-lactâmicos 
Uso clínico dos antibióticos β-lactâmicos 
❖ Escolha terapêutica 
A escolha terapêutica de um antibiótico deve ter em conta a etiologia da infeção, a 
suscetibilidade do microrganismo aos antibióticos (antibiograma), apropriada dosagem do 
antibiótico, via de administração adequada, duração da terapêutica, e deve ainda atender ao 
estado geral do doente. 
• Infeções da pele e tecidos moles 
Nas infeções por Streptococcus pyogenes (impetigo, celulitis, …) é geralmente utilizada 
amoxicilina oral, e, nas infeções invasivas (fascite necrosante, sepsis e choque séptico), indica-
se a utilização injetável de penicilina G associada a clindamicina, afim de diminuir a produção 
de toxinas. Nas infeções por Staphylococcus aureus MSSA (methicillin‐sensitive Staphylococcus 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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aureus) aconselha-se a utilização das isoxazolilpenicilinas ou cefalosporinas de 1ª geração e, no 
caso de infeções por MRSA (methicillin‐resistant Staphylococcus aureus), os β-lactêmicos não 
são indicados, com a excepção da cefalosporina de 5ª geração ceftarolina, recorrendo-se à 
utilização de antibióticos de outras famílias (vancomicina, daptomicina, tigeciclina e linezolida). 
 
• Faringites, sinusites e otites médias 
As faringites por S. pyogenes são tratadas com penicilinas (penicilina G-benzatina intramuscular 
ou amoxicilina oral). 
 
• Infeções do trato respiratório inferior 
As pneumonias adquiridas na comunidade são geralmente causadas por H. influenzae, M. 
catarrhalis, S. pneumoniae e também por bacilos de Gram negativo fermentadores (ex.: 
Klebsiella pneumoniae) ou não fermentadores (Pseudomonas aeruginosa e Acinetobacter 
baumannii), que obrigam a internamento hospitalar e a tratamento idêntico ao utilizado nas 
infeções respiratórias adquiridas em ambiente hospitalar. 
As infeções respiratórias hospitalares, sobretudo nos doentes ventilados, são causadas por 
estirpes de Escherichia coli, K. pneumoniae, P. aeruginosa e A. baumannii, que exibem diversos 
mecanismos de resistência, nomeadamente por β-lactamases de largo espetro, AmpC e serino 
ou metalocarbopenemases, o que encurta as opções terapêuticas dentro da família dos 
antibióticos β-lactâmicos. As β-lactamases de largo espetro inativam as oximinocefalosporinas 
e aztreonamo, sendo refratárias as cefamicinas, inibidores das β-lactamases e carbapenemos. O 
aparecimento de estirpes produtoras de carbapenemases veio criar um grande problema clínico 
ao reduzir substancialmente as opções terapêuticas para resolver este problema. Os bacilos de 
Gram negativo produtores de metalocarbopenemases são susceptíveis ao aztreonamo. 
Infelizmente, estas estirpes co-produzem β-lactamases de largo espetro tirando, assim, eficácia 
terapêutica ao monobactamo. 
Nas infeções do trato respiratório inferior por Mycoplasma pneumoniae, Clamydia pneumoniae 
e Legionella pneumophila, os antibióticos β-lactâmicos são ineficazes, recorrendo-se a 
macrólidos ou quinolonas. Dada a presença de estirpes com comportamento anómalo (CMIs 
elevados), tanto no ambiente hospitalar como na comunidade, é fundamental o apoio 
laboratorial adequado. 
 
• Infeções do sistema nervoso central 
Os agentes etiológicos bacterianos mais frequentes da meningite da comunidade são Neisseria 
miningitidis, S. pneumoniae e H. influenzae. A vacinação generalizada das crianças contra estes 
agentes infeciosos fez diminuir a incidência destas infeções neste grupo etário. Na terapêutica 
empírica, as cefalosporinas de 3ª geração ceftriaxona ou cefotaxima são os antibióticos de 
eleição. A ampicilina por via intravenosa é de utilizar nas meningites por Listeria monocytogenes, 
dada a ineficácia das cefalosporinas. Nas crianças de pré-termo ou termo, a meningite por 
Streptococcus agalactiae teve, no passado, alguma incidência, mas, atualmente, com a pesquisa 
preventiva de S. agalactiae no reto e vagina das mães e tratamento dos casos positivos antes 
do parto, conseguiu-se uma diminuição da incidência desta infeção. No tratamento empírico de 
meningites por bacilos de Gram negativo há que fazer outras opções, nomeadamente com a 
 Ana Pinheiro e Ana Sofia Magalhães 
 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
40 
utilização de meropenemo, dada a possibilidade dos agentes bacterianos poderem exibir 
resistência aos outros β-lactâmicos, fazendo-se o reajustamento clínico de acordo com os 
resultados laboratoriais. Nos casos de abcessos cerebrais pode ser utilizada a ceftriaxona 
associada a metronidazol, dado que, neste tipo de infeção, é frequente a presença de 
anaeróbios estritos. No caso de abcessos por S. aureus MSSA, usa-se cloxacilina + rifampicina e, 
para estirpes MRSA, recorre-se à medicação adequada. 
• Infeções urinárias (UTI) 
Dadas as propriedades farmacocinéticas dos β-lactâmicos, estes atingem na urina 
concentrações cerca de 3000 x superiores à concentração sanguínea, podendo ser uma das 
escolhas adequadas no tratamento empírico da UTI. 
E. coli continua a ser o agente predominante nas cistites e cerca de 60% dasestirpes são 
produtoras de β-lactamases plasmídicas (predominância de TEM-1), pelo que as 
aminopenicilinas são menos utilizadas, recorrendo-se ao uso oral de cefalexina, amoxicilina + 
ácido clavulânico ou axeticefuroxima, durante 3-4 dias. Nos casos de hipersensibilidade aos β-
lactâmicos, pode recorrer-se a outros grupos de antibióticos com eliminação urinária. 
Presentemente, dado o aparecimento de estirpes uropatogénicas produtoras de ESBLs 
(extended spectrum beta-lactamases), carbapenemases e AmpC, as opções terapêuticas 
empíricas devem ser previamente ponderadas. Os resultados in vitro (antibiograma) para a 
avaliação da suscetibilidade das estirpes devem ser mais utilizados para a escolha adequada dos 
antibióticos. Dada a incidência de resistência das estirpes uropatogénicas aos β-lactâmicos, é de 
realçar a importância de outras famílias de antibióticos, nomeadamente fosfomicina, 
nitrofurantoína e quinolonas. 
No caso das pielonefrites agudas, o tratamento deve seguir, pelas razões acima mencionadas, 
as directrizes fornecidas pelo antibiograma, mas usando-se inicialmente uma formulação 
injetável intramuscular (ex.: ceftriaxona). No caso de estirpes uropatogénicas produtoras de β-
lactamases de largo espetro, a opção terá que ser diferente, não utilizando cefalosporinas de 3ª 
e 4ª geração e recorrendo-se, por vezes, ao uso de carbapenemos. No caso de as estirpes 
uropatogénicas exibirem metalocarbapenemases, a única opção dentro desta família de 
antibióticos é o monobactamo aztreonamo, no caso de as estirpes não co-produzirem β-
lactamases do tipo CTX-M. 
• Infeções por anaeróbios estritos 
Os β-lactâmicos são ineficazes contra anaeróbios estritos de Gram positivo e de Gram negativo. 
Dada a presença de β-lactamases, sobretudo do grupo Bacteroides fragilis, a associação 
amoxicilina + ácido clavulânico, piperacilina + tazobactam, e os carbapenemos são os β-
lactâmicos mais eficazes neste tipo de infeções. 
• Infeções intra-abdominais 
• Endocardites bacterianas 
• Sepsis bacterianas 
 
❖ Efeitos secundários dos antibióticos β-lactâmicos 
⇒ Alergia à penicilina: As reações de hipersensibilidade são o tipo mais comum de 
reação adversa associado ao uso da penicilina 
 
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Tabela resumo 
Antibiótico Espetro antibacteriano Uso clínico 
P
e
n
ic
ili
n
as
 
 
Penicilina G 
(ou benzilpenicilina) 
- praticamente sem atividade para 
bactérias de Gram negativo 
- ativa contra Staphylococcus spp. Β-
lactamase (-), Streptococcus 
pyogenes, Streptococcus agalactiae, 
outros Streptococcus spp., Listeria 
monocytogenes, Clostridium spp., 
Treponema pallidum, Neisseria spp. E 
Haemophilus influenzae β-lactamase 
(-) 
- é ineficaz contra estirpes β-
lactamase (+) 
- indicada para o tratamento 
da sífilis, tratamento da 
faringite aguda por S. 
pyogenes, e na profilaxia da 
endocardite e da febre 
reumática 
Penicilina V Semelhante ao da penicilina G, 
embora ligeiramente menos ativa 
contra as estirpes bacterianas não 
produtoras de β-lactamases. 
(idêntico ao descrito para a 
penicilina G) 
Meticilina - fraca atividade para bactérias de 
Gram negativo (excepto Neisseria spp. 
E H. influenzae) 
- particularmente ativa contra 
bactérias de Gram positivo 
(Staphylococcus coagulase positivo e 
negativo), incluindo as produtoras de 
β-lactamases 
- não é ativa para as estirpes MRSA e 
VRSA 
- deve ser usada apenas para o 
tratamento de infeções 
estafilocócicas resistentes à 
penicilina G 
- utilização clínica limitada (ef. 
Secundários) 
Isoxazolilpenicilinas 
(oxacilina, cloxacilina, 
dicloxacilina e 
flucloxacilina) 
Dicloxacilina e flucloxacilina (as usadas em Portugal): 
- não são ativas contra bactérias de 
Gram negativo (exceto Neisseria spp. 
E H.influenzae) 
- ativas contra bactérias de Gram 
positivo produtoras de β-lactamases 
(+), sobretudo contra Staphylococcus 
- usadas nas infeções da pele 
(impetigo, foliculites, 
furúnculos, abcessos e 
mastites, e nas infeções dos 
tecidos moles causadas por 
Staphylococcus produtores de 
β-lactamases) 
Ampicilina - ativas contra bactérias de Gram 
positivo não produtoras de β-
lactamases 
- atividade contra bactérias de Gram 
negativo não produtoras de β-
lactamases (Neisseria spp., H. 
influenzae, T. pallidum, E. coli, 
Salmonella spp., Proteus mirabilis) 
-não é ativa para Klebsiella spp., 
Enterobacter spp., Proteus vulgaris, 
Pseudomonas spp. 
- utilizada no tratamento de 
infeções genito-urinárias, 
trato respiratório, meningites, 
infeções entéricas e sepsis por 
bacilos de Gram negativo 
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 Bacteriologia 3º Ano 2018 
 
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Amoxicilina - perfil idêntico ao da ampicilina 
- não é ativa contra estirpes 
produtoras de β-lactamases, sendo 
utilizada em associação com o ácido 
clavulânico ⇒ esta associação é ativa 
contra as estirpes produtoras de β-
lactamases plasmídicas TEM-1, SHV-1 
e ESBLs , mas não tem atividade 
contra estirpes produtoras de 
carbapenemases e β-lactamases 
cromossómicas e plasmídicas AmpC 
- ativa contra bactérias de Gram 
positivo ( S. aureus MSSA, S. 
pyogenes, S. agalactiae, Streptococcus 
pneumoniae sensíveis à penicilina, 
Streptococcus viridans e Enterococcus 
faecalis) e contra bactérias de Gram 
negativo (H. influenzae, M. catarrhalis, 
Helicobacter pylori, T. pallidum, 
Neisseria spp., Enterobacteriaceae), e 
outros anaeróbios estritos 
- as estirpes produtoras de β-
lactamases plasmídicas requerem a 
associação amoxicilina + ác. 
clavulânico 
- os bacilos de Gram negativo 
produtores de β-lactamases do tipo 
AmpC (como Klebsiella pneumoniae, 
Pseudomonas aeruginosa e 
Acinetobacter baumannii) são 
resistentes à amoxicilina + ác. 
clavulânico 
- amoxicilina e a associação de 
amoxicilina + ácido clavulânico 
são utilizadas no tratamento 
de infeções urinárias, do trato 
respiratório superior e 
inferior, em infeções da pele e 
tecidos moles 
M
o
n
o
b
ac
ta
m
o
 Aztreonamo 
- muito ativo contra bactérias de Gram 
negativo aeróbias 
(Enterobacteriaceae, H. influenzae, 
Neisseria gonorrhoeae, P. aeruginosa) 
- sem atividade para bactérias de 
Gram positivo, anaeróbias estritas e 
contra Chlamydia spp. e Legionella 
spp. 
- usado nas infeções do trato 
urinário, nas infeções do trato 
respiratório inferior 
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C
ar
b
ap
e
n
e
m
o
 
Imipenemo - largo espetro de atividade contra 
bactérias de Gram positivo e de Gram 
negativo aeróbias e anaeróbias, 
incluindo P. aeruginosa e outros 
bacilos de Gram negativo não 
fermentadores 
- ativo contra bactérias de Gram 
negativo produtoras de β-lactamases 
de largo espetro, exceto as 
serinocarbapenemases e as 
metalocarbapenemases 
- não tem atividade para MRSA, C. 
difficile, Legionella spp., Mycoplasma 
spp., e Chlamydia spp 
- usado em infeções agudas 
graves, não devendo funcionar 
como antibiótico de 1ª 
escolha em ambiente 
hospitalar 
- indicado para infeções do 
trato respiratório inferior 
adquiridas em ambiente 
hospitalar 
- também é utilizado nas 
infeções da pele e tecidos 
moles, em sepsis e 
endocardites, infeções do 
trato genito-urinário 
C
e
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sp
o
ri
n
as
 
d
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 1
ª 
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o
 
 
Cefazolina - reduzida atividade contra bacilos de 
Gram negativo 
- sem atividade para Enterococcus, 
MRSA, L. monocytogenes e 
Enterobacteriaceae produtoras de β-
lactamases de largo espetro 
- usada em infeções urinárias, 
trato respiratório e tecidos 
moles 
C
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sp
o
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n
as
 d
e
 2
ª 
ge
ra
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oCefaclor - espetro semelhante ao das 
cefalosporinas de 1ª geração, embora 
com maior atividade para H. 
influenzae (β-lactamase +) e E.coli 
- sem atividade para MRSA, L. 
monocytogenes, Enterococcus e 
contra Enterobacteriaceae produtoras 
de β-lactamases de largo espetro 
- usado para o tratamento da 
infeção urinária e otite média 
Cefuroxima - menor atividade contra bactérias de 
Gram positivo e maior atividade 
contra os bacilos de Gram negativo do 
que as cefalosporinas de 1ª g 
- uso em infeções genito-
urinárias, meningites e 
infeções do trato respiratório 
inferior 
C
e
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m
ic
in
as
 
Cefoxitina - perfil idêntico ao das cefalosporinas 
de 2ª geração, apresentando uma 
maior estabilidade contra as β-
lactamases dos bacilos de Gram 
negativo 
- é a molécula com melhor atividade 
(dentro desta geração) contra 
bactérias anaeróbias estritas 
- não tem grande atividade contra os 
bacilos de Gram negativo produtores 
de AmpC 
- tratamento de injfeções 
mistas, em que há bactérias 
aeróbias e anaeróbias 
- usada em infeções genito-
urinárias, trato respiratório e 
ginecológicas 
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C
e
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sp
o
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n
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e
 
3
ª 
ge
ra
çã
o
 
 
Ceftazidima - ativa contra bactérias de Gram 
negativo não produtoras de β-
lactamases de largo espetro 
- sem atividade cpntra bactérias de 
Gram negativo produtoras de ESBLs e 
metaloenzimas 
- tem boa atividade contra P. 
aeruginosa e N. gonorrhoeae, mas 
fraca atividade contra S. aureus 
- usada nas infeções urinárias, 
trato respiratório inferior, 
ginecológicas, pele e tecidos 
moles 
C
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lo
sp
o
ri
n
as
 d
e
 5
ª 
ge
ra
çã
o
 
 
Ceftarolina 
(é uma 
oximinocefalosporina) 
- forte atividade anti-MRSA, contra 
VRSA e estirpes MSSA, contra S. 
pneumoniae resistentes à penicilina e 
à cefotaxima, e outros cocos de Gram 
positivo (S. pyogenes, anaeróbios, …) e 
também contra bactérias de Gram 
negativo (H. influenzae, M. catarrhalis 
e Enterobacteriaceae) 
- é inativadapela maioria das β-
lactamases de Enterobacteriaceae e 
de bacilos de Gram negativo não 
fermentadores (P. aeruginosa e A. 
Baumannii) 
- usada nas infeções de pele e 
tecidos moles, pneumonias da 
comunidade que requerem 
internamento hospitalar 
 
 
Resistência bacteriana a antibióticos 
Antibiótico Espécie ou grupo Modificação do alvo 
Beta-lactamicos 
Bacilos Gram – 
Staphylococcus 
Streptococcus pneumoniae 
Alteração do PBP 
Aminoglicósidos 
Bacilos Gram – 
Cocos Gram + 
Alteração de proteínas 
ribossomais 
Fluorquinolonas 
Bacilos Gram - Mutações na DNA girase e 
topoisomerase IV 
Glicopéptidos Enterococus Alteração no alvo 
Macrólidos 
Staphylocous Alteração no alvo 
S. pneumoniae Metilação do alvo

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