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Lupus eritematoso sistêmico (LES) Doença multissistêmica, que causa dano tecidual em decorrência da formação de auto-anticorpos e da deposição de imunocomplexos que ativam complemento, caracterizada clinicamente por períodos de remissão e exacerbação (Kalunian, 1997). Lupus eritematoso sistêmico (LES) Mais frequente entre a 2ª e a 4ª década de vida Acomete mais mulheres em fase reprodutiva do que homens, em uma proporção de 9:1 Ocorre em todas as raças sendo mais frequente em negros do que em brancos Prevalência da doença é de aproximadamente 40 casos por 100.000 indivíduos nos Estados Unidos (Hochberg, 1997) Lupus eritematoso sistêmico (LES) A estimativa da incidência do LES na população brasileira é de 8,7/100.000/ano sendo que: nas mulheres a incidência é de 14,1 nos homens de 2,2 O pico da incidência foi de 32,7/100.000/ano observado em mulheres com idade entre 35 e 39 anos (Vilar & Sato, 2002) Hiperprolactinemia e LES PRL atua na modulação da resposta imune: Além da ação como hormônio; IL-1 e 2 estimulam a liberação de PRL, células do SI possuem receptores de PRL, induz a expressão de receptores de IL-2, estimula a produção de INF-gama gerando a maturação e proliferação de células T e B. Pode gerar um aumento da apresentação de antígenos e auto-antígenos e produção de anticorpos e auto-anticorpos (anti-DNA). Lupus eritematoso sistêmico (LES) O Colégio Americano de Reumatologia (ARC) determina que para o diagnóstico do LES é necessário que o paciente preencha no mínimo quatro critérios entre onze que são estabelecidos por este grupo. Os critérios são: Eritema malar, Eritema discóide, Fotossensibilidade; Úlceras orais – geralmente indolor, Artrites – geralmente periférica (2 ou mais), Serosites – derrame pleural, Desordem renal – proteinúria, Desordem neurológica – convulsões, Desordem hematológica – anemia hemolítica até pancitopenia, Desordens imunológicas, Presença de anticorpos antinucleares. Anticorpos antinucleares (AAN) AAN: Ac contra uma série de fatores nucleares inespecíficos. Distinguidos em 3 categorias: Ac anti-DNA; Ac contra histonas; Ac contra proteínas ligadas ao RNA (não histonas); São inespecífico, pois outras doenças podem gerar testes AAN positivos; Antígeno Smith (Sm): altos títulos estão relacionados com doença renal ativa; 5 a 15% de indivíduos normais possuem baixos títulos de AAN; Idosos podem apresentar AAN sem relevância clínica. Anticorpos antinucleares (AAN) Associações clínicas de alguns auto-anticorpos Auto-anticorpo Condição clínica associada Anti-DNA nativo LES Anti-Sm LES Anti-PCNA LES Anti-RNP ribossomal LES Anti-sn-RNP LES, DMTC, ES Anti-SS-A/Ro SSj, LES, LE neonatal, AR, ES, CBP Anti-SS-B/La SSj, LES, LE neonatal Anti-Scl-70 ES (forma difusa) Anti-Jo-1 PM Anti-Mi-2 DM Anti-PM/Scl Superposição PM e ES Anti-Ku LES, Superposição PM e ES Anticentrômero ES (forma limitada) Antifibrilarina ES (forma difusa) Anti-RNA polimerase I ES (forma difusa) Legenda: AR: Artrite Reumatóide, CBP: Cirrose Biliar Primária, DM: Dermatomiosite, DMTC: Doença Mista do Tecido Conjuntivo, ES: Esclerose Sistêmica, LES: Lúpus Eritematoso Sistêmico, SSj: Síndrome de Sjögren, PM: Polimiosite. Frequência de anticorpos contra antígenos celulares (FAN) em diversas condições clinicas Condição Frequência (%) Lúpus induzido por droga 100 Lúpus eritematoso sistêmico 99 Esclerose sistêmica 90 Síndrome de Sjögren 80 Doença mista do tecido conectivo 99 Polimiosite e dermatomiosite 70-80 Artrite reumatóide 40-50 Vasculite sistêmica 10-15 Infecções crônicas 10-50 Hepatite auto-imune tipo I 90-100 Doenças neoplásicas 30-40 Indivíduos normais 4-8 Idoso saudável 10-15 Parentes de 1º grau de pacientes lúpicos 20-30 Pesquisa de autoanticorpos contra componentes celulares - FAN Teste de triagem para doenças autoimunes Ac ligam-se ao substrato HEp-2 (células de carcinoma de laringe humana) Metodologia: IFI Padrões de fluorescência: nuclear, nucleolar, citoplasmático, aparelho mitótico e mistos Anticorpo anti - DNA Encontrado em LES numa frequência de 70 a 80% Remissão - títulos diminuem Diretamente relacionado com nefrite lúpica Anticorpo anti - SSA/Ro Antígeno Ro (proteína citoplasmática pequena ligada ao RNA) 30% LES neonatal Não é específico Anticorpo anti - SSB/La Anticorpos contra partículas protéicas do RNA e parecem participar como co-fator para RNA polimerase; geralmente acompanha o antígeno Ro; 15% em LES. Anticorpo anti - fosfolipídios Reagem com fosfolipídios (membranas celulares). Ac anticardiolipina: Aparece no LES cujas manifestações clínicas são comuns fenômenos tromboembolíticos, anemia hemolítica – gera vasculopatia ou trombose. Pode gerar VDRL positivo. Lupus eritematoso sistêmico (LES) Em 1992, foi criado o Índice de Atividade da Doença Lúpus Eritematoso Sistêmico (SLEDAI) que é uma das formas de pontuar (0 a 10) as manifestações clínicas e laboratoriais, determinando-se se o paciente está em fase de remissão ou exacerbação da doença e assim avaliar a melhor forma de tratamento e o possível prognóstico (Bonbardier et al., 1992). Lupus eritematoso sistêmico (LES) Os exames laboratoriais podem auxiliar o médico tanto na conclusão do diagnóstico de LES bem como no acompanhamento da evolução clínica do paciente. A presença de auto-anticorpos como anti-Sm e o anti-DNA de dupla hélice (dsDNA) tem valor diagnóstico, pois são altamente específicos para o LES. Lupus eritematoso sistêmico (LES) A avaliação dos níveis das proteínas C3 e C4 do sistema complemento são utilizadas no acompanhamento da atividade da doença. A velocidade de hemossedimentação (VHS) pode estar aumentada no LES ativo e é inespecífica bem como a dosagem de mucoproteínas, sendo úteis na avaliação da atividade inflamatória. Lupus eritematoso sistêmico (LES) Para a observação dos diferentes órgão acometidos pela doença podem ser solicitados exames como uréia, creatinina e a urina do tipo 1 que pode revelar hematúria, proteinúria e cilindrúria. Outro achado frequente é o hemograma apresentando leucopenia, trombocitopenia, anemia normocítica e normocrômica e eventualmente uma anemia hemolítica. Lupus eritematoso sistêmico (LES) PAPEL DA FAS Quando células morrem por apoptose, geralmente os macrófagos descartam os resíduos com eficiência; LES – ocorre acentuada apoptose e descarte deficiente; AAN. DD Fas .... FasL DNA Glomérulo Renal C2a C4a C5a C5a C5a C2 C4 C4b2b C3 convertase C3 DNA Tratamento Pulsoterapia; Corticosteróides; Antimaláricos - ação anti-inflamatória destes medicamentos não é bem entendida. Em alguns pacientes que tomam antimaláricos, a dose diária total de corticosteróides pode ser reduzida. Antimaláricos também afetam as plaquetas para reduzir o risco de coágulos sanguíneos.
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