Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal de Pelotas - UFPel Departamento de Medicina Veterinária Preventiva Faculdade de Veterinária Disciplina de Imunologia Veterinária Prof. Marcelo de Lima Introdução Histórico Formas de imunização Tipos de vacina e vias de administração Adjuvantes e imunomoduladores Resposta humoral primária e secundária Falhas vacinais ROTEIRO DA AULA INTRODUÇÃO Método efetivo de prevenção e controle de doenças infecciosas em humanos e animais A proteção conferida pela vacinação é mediada por mecanismos efetores da imunidade natural e adquirida O sistema imunológico responde de modos distintos e especializados aos agentes infecciosos Tecnologia de produção de vacinas tem avançado muito pelo uso de técnicas de biologia molecular “ A vacinação é um procedimento médico que envolve riscos e benefícios, devendo ser avaliado criteriosamente pelo médico veterinário ” China séc XI variolação 1796: Edward Jenner Vacinação para varíola: século XIX Um breve histórico... 14 de maio de 1796: Edward Jenner inoculou James Phipps de 8 anos com material de lesões de uma ordenhadora (Sarah Nelmes). Alguns meses depois, Jenner infectou o menino com material de lesões de varíola.... Cowpox: em latim = VACCINIA VACCA: do latim = vaca ou novilha A primeira vacina Louis Pasteur (1822-1895) Uma revolução na ciência - No dia 6 de julho de 1885, chega ao laboratório de Pasteur uma criança de 9 (Joseph Meister) anos mordida por um cão raivoso - Após 13 inoculações com suspensão viral, o menino não adoeceu - 26/10/1885: Pasteur comunica a Academia de Ciências a descoberta do imunizante contra a Raiva que chamou de VACINA em homenagem a Edward Jenner PASSIVA Natural Artificial Colostro Soro hiperimune IMUNIDADE ATIVA Natural Artificial Infecção Vacinação FORMAS DE IMUNIZAÇÃO IMUNIZAÇÃO ATIVA: Contato com o antígeno Ex.: após infecção ou vacinação IMUNIZAÇÃO PASSIVA: Transferência de células ou anticorpos de um indivíduo imunizado Ex.: imunidade transferida pelo colostro ou soro OUTRAS FORMAS DE IMUNIZAÇÃO ATIVA: CUIDADO !!! Evolução da imunidade ativa e passiva nas primeiras semanas de vida Vacina ideal... Prevenção da infecção/reinfecção Prevenção a doença clínica Atenuação da doença clínica e consequências Proteção fetal Proteção dos neonatos Redução da excreção do agente infeccioso Erradicação do agente da população Compatível com discriminação sorológica Objetivos da vacinação Estimulação de células apresentadoras de antígenos e liberação de citocinas Estimulação de linfócitos T (CD4+ e CD8+) Estimulação e proliferação de linfócitos B Gerar células de memória TIPOS DE VACINAS Convencionais Nova geração Replicativas ou “vivas” Inativadas Subunidades Toxóides Bacterinas Vacinas monovalentes e polivalentes Proteínas recombinantes DNA e RNA Peptídeos sintéticos Vetorizadas VACINAS (Quanto a origem dos antígenos) * AUTÓGENAS: Agentes isolados do animal a ser vacinado; *AUTÓCTONES: Agente isolado de um ou mais animais para uso em todo rebanho e ou rebanhos da região; * ESTOQUE: Cepas padrão utilizadas em escala industrial Vacinas replicativas Vacinas “vivas” ou vivas atenuadas Vacinas com vírus de espécie heteróloga (proteção cruzada) Vetores vacinais Vacinas vivas ou vivas atenuadas Propriedades: - Manter as características antigênicas do agente - Atenuação da virulência - Produzir pouca ou nenhuma disseminação sistêmica - Induzir imunidade duradoura e de alta magnitude VACINAS DIFERENCIAIS Vetores vacinais Vírus naturalmente ou artificialmente atenuados carreando genes de outros vírus (antígenos imunoprotetores) = VETOR Resposta imunológica contra proteínas do vetor e contra a(s) proteína(s) de interesse (heteróloga) Ex: poxvírus, adenovírus Vacinas não replicativas Vacinas com vírus inativado Vacinas de subunidades Vacinas de proteínas recombinantes Vacinas de peptídeos sintéticos Vacinas inativadas Contém o agente íntegro, porém sem capacidade de replicação ou multiplicação Eliminação irreversível da infectividade por processos químicos e/ou físicos Seguras, muito utilizadas em medicina veterinária Imunidade tipicamente humoral Vacinas de subunidade Contém proteínas ou epítopos/determinantes antigênicos Proteínas são purificadas e utilizadas para imunização Seguras, desprovidas de capacidade replicativa Exs: HA, NA (influenza) – HBV (vacina clássica) Vacinas de proteínas recombinantes Proteína de interesse é produzida em organismos recombinantes (bactérias, leveduras...) Seguras, baixo custo Ex: Vacina contra hepatite B, Papilomavírus humano, FeLV Vacina recombinante contra o vírus da Leucemia Felina (FeLV) Vacinas de DNA e RNA DNA exógeno contendo gene da proteína de interesse Indução da resposta imunológica humoral e celular Via intramuscular e intradérmica (gene gun) RNA de interesse associado a lipossomos ou micropartículas Dificuldades práticas para uso em Medicina Veterinária BACTERINAS Emulsão de bactérias mortas ou inativadas Ex: Vacina contra Erisipela Vacina contra o S. equi Vacina contra Colibacilose suína Vacina contra Leptospirose TOXÓIDES Vacinas que contém toxinas inativadas Ex: Vacina contra o Tétano e Botulismo ANACULTURAS Vacinas que contém toxóides + bacterinas Ex: Vacinas contra Clostridioses VACINAS BACTERIANAS VIVAS Vacinas que contém bactérias vivas Ex: Vacina contra Brucelose (cepas B19 e RB51) Vacinas contra alguns tipos de Salmonella sp. VACINAS POLIVALENTES Praticidade Exigem resposta simultânea do SI contra uma grande quantidade de antígenos Antígenos imunodominantes e menos dominantes Alguns tipos de vacinas contém agentes imunossupressores e mesclam agentes “vivos” e inativados Unificam a ocasião da aplicação ADJUVANTES Substâncias capazes de potencializar a resposta imune de vacinas inativadas, proteínas recombinantes ou subunidades Adjuvantes de depósito (sais de alumínio) Adjuvantes particulados (ISCOMs, lipossomos e micropartículas) Adjuvantes imunoestimulantes (LPS, saponinas, dextrano) Adjuvantes combinados Potencializam a resposta do organismo do organismo às vacinas; Permitem reduções na quantidade de antígeno injetado ou no número de doses administradas VANTAGENS DOS ADJUVANTES A atividade inflamatória e irritante de alguns adjuvantes pode causar: Inchaço Dor Inflamação crônica no local da injeção Lesões na carcaça de animais para abate Reações de hipersensibilidade DESVANTAGENS DOS ADJUVANTES Administração parenteral • Intramuscular • Intravenosa • Subcutânea • Intraperitoneal Administração oral • Líquida • Alimentos Administração intranasal ou intravaginal VIAS DE APLICAÇÃO DAS VACINAS Tipo de vacina e número de doses Via de administração do imunógeno Mecanismo de apresentação dos antígenos ao SI FATORES QUE INFLUENCIAM NA RESPOSTA VACINAL 1. QUALITATIVAMENTE DIFERENTE + IgG(ou IgE ou IgA) do que IgM na resposta secundária 2. QUANTITATIVAMENTE DIFERENTE Maior quantidade de anticorpos na resposta secundária 3. AFINIDADE DAS Igs Na resposta secundária as Igs possuirão > afinidade (ligam-se com maior avidez ao ag), respondem a uma menor concentração do mesmo antígeno 4. RAPIDEZ E DURAÇÃO A resposta secundária se desenvolve mais rapidamente do que a primária e se mantém por um período maior de tempo RESPOSTA HUMORAL PRIMÁRIA X SECUNDÁRIA Distribuição da resposta imunológica protetora em uma população de animais vacinados Nível de imunidade Maioria dos animais respondem adequadamente RESPOSTA INFERIOR RESPOSTA SUPERIOR Falhas vacinais
Compartilhar