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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB Departamento de Fisiologia e Zootecnia – DFZ Bacharelado em Engenharia Florestal Ravi Mendes Azevedo Relatório de aula prática sobre embebição e tratamentos para quebra de dormência em sementes ortodoxas, como exigência para disciplina de Fisiologia de Plantas Lenhosas - DFZ Vitória da Conquista – Bahia Agosto – 2017 1. Introdução A embebição é um processo importante para a reativação do metabolismo da semente, contribuindo para assimilação de nutrientes reservas e crescimento subsequente (Marcos Filho, 2005). A rapidez da embebição das sementes varia de acordo com a espécie. Dentre essas variáveis, tem como característica: permeabilidade do tegumento e composição química. A dormência das sementes caracteriza-se como um processo de atraso na germinação, no qual a semente tem condições favoráveis (luz, temperatura, umidade e oxigênio), e mesmo assim não germinam. A maioria das espécies arbóreas tem um grau de dormência, fenômeno comum à várias condições climáticas. A dormência é um artíficio utilizado pelas plantas, para germinarem na época mais propícia, objetivando a perpetuação das espécies (Cardoso,2009). Quando observamos esse tipo de fenômeno, há necessidade de aplicar técnicas para superar este estado de dormência. Buscando alternativas para uma germinação rápida e homogênea. Como por exemplo: escarificação mecânica, escarificação química, água quente. Durante o processo de germinação das sementes várias enzimas estão envolvidas em reações metabólicas relacionadas à síntese e a degradação de moléculas. Assim essas enzimas podem ser utilizadas como marcadores moleculares para a elucidação dos eventos que ocorrem durante o processo de germinação (McDonald, 1999). A atividade dessas enzimas tem sido determinada por meio da técnica de eletroforese, a qual se constitui numa ferramenta eficiente para o acompanhamento das mudanças ocorridas durante o processo germinativo (Carraro, 1990). Para uma melhor visualização dos processos metabólicos que acontecem nas sementes, após a utilização das técnicas supracitadas. No presente relatório, foi observado os efeitos da embebição em sementes de milho e feijão e avaliado as alternativas para quebra de dormência das sementes de mucunã e jatobá. 2. Material e Métodos O experimento foi conduzido no Laboratório de Fisiologia Vegetal – UESB/VCA. 2.1 Embebição de sementes de feijão e milho Foram utilizadas sementes secas de feijão e milho. Primeiramente contou-se 30 sementes de feijão e o mesmo para o milho, em seguida foram colocadas em 02 tubos de ensaios, cada um com 30 mL de água da torneira. De início a marcação do tubo de ensaio mudou para 36,5 mL no milho e 35 mL para o feijão, respectivamente. Deixando as sementes submersas por 72 horas, e a cada 24 horas fazendo uma nova medição do tubo de ensaio. 2.2 Tratamentos para quebra de dormência em sementes de Mucunã e Jatobá Para as sementes de Mucunã e Jatobá, foram utilizadas as técnicas de escarificação: a) Escarificação Química com ácido sulfúrico 20% – consistiu em colocar as sementes imergidas em ácido sulfúrico por 20 minutos em temperatura ambiente. Após tempo determinado, despejou-se a solução em uma peneira para lavagem em água corrente. E as sementes colocadas sob papel toalha. b) Escarificação Mecânica com lixa – consistiu em lixar um dos lados do tegumento da semente até o aparecimento do endosperma, e colocá-las imergidas em água e temperatura ambiente por 06 dias. Após tempo determinado, despejou a água numa peneira e as sementes sob papel toalha. c) Banho-maria – consistiu em colocar as sementes em água aquecida a 50° C por 01 dia. Após tempo determinado, a água foi despejada numa peneira e as sementes sob papel toalha. Para cada experimento foi pesado uma testemunha para cada tipo de semente. 3. Resultados e Discussão 3.1 Da embebição das sementes de milho e feijão Foi possível observar que as sementes de feijão têm uma maior facilidade em ganhar peso (Gráfico 1). Devido a constituição química do cotilédone, pode-se sugerir que há uma grande quantidade de carboidratos solúveis em água (Silva e Correa,2009). Após o término do primeiro dia a semente de feijão já havia ganho 6,0g a mais em relação ao peso da testemunha. Já para a semente de milho, apresentou um menor ganho de peso (Gráfico 1). O milho tem em sua constituição química alta concentração de amido, insolúvel em água, o que dificulta a passagem de agua de um compartimento para outro (Silva e Corrêa, 2009). Com o passar dos dias a massa adquirida se manteve, ou seja, houve uma limitação no ganho de água. GRÁFICO 1: Resultados da embebição das sementes de feijão e milho. 3.2 Quebra de dormência do Jatobá No teste de quebra de dormência para a semente de jatobá, pode-se observar que o banho maria foi o melhor método, seguido da escarificação mecânica (Gráfico 2). Deve-se ao fato de que os dois métodos facilitam a passagem de água pelo tegumento da semente. Após a entrada da água no interior da semente, reativa o metabolismo, fazendo a redução dos compostos orgânicos que constituem a reserva do cotilédone (Galindo,2006). GRÁFICO 2: Quebra de dormência semente de Jatobá 3.3 Quebra de dormência do Mucunã O melhor tratamento para quebra da dormência da semente de mucunã foi a escarificação mecânica(Gráfico 3), onde facilitou a entrada da água. Reativando as enzimas geberelinas, reduzindo os carboidratos, fornecendo energia para o processo de crescimento da plântula (Ferrari, 2009). O tegumento que reveste a semente do mucunã é muito espesso e duro. O que dificulta a passagem da água para o interior, impedindo reativação do metabolismo (Castro & Hilhorst 2004). GRÁFICO 3: Quebra de dormência semente de Mucunã 4. Conclusão Foi possível concluir que em sementes de milho e feijão, a última teve um maior ganho de peso em consequência da entrada de água no endosperma, em comparação a semente de milho. Para a semente de Mucunã o melhor tratamento foi a escarificação mecânica. Para o Jatobá a melhor metodologia foi o banho maria seguido da escarificação mecânica. 5. Referências Bibliográficas CARDOSO, V.J.M. 2004. Dormência: estabelecimento do processo. In: A.G.Ferreira & F. Borghetti (orgs). Germinação: do básico ao aplicado. Artmed, Porto Alegre. 323p. CARRARO, D. M. Variação e herança dos padrões eletroforéticos em órgãos e estágios de desenvolvimento em milho (Zea mays L.). 1990. 121 f. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo, Piracicaba. CASTRO, R.D. & HILHORST, H.W.M. 2004. Embebição e reativação do metabolismo. In: A.G.Ferreira & F. Borghetti (orgs). Germinação: do básico ao aplicado. Artmed, Porto Alegre. 323p. FERRARI ,TAINARA BORTOLUCCI. Metabolismo Germinativo De Sementes De Passiflora Alata Curtis Tratadas Com Giberelinas E Citocinina. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas) Instituto de Biociências, Câmpus de Botucatu, UNESP, BOTUCATU – SP, 2009. GALINDO, CARLOS AFONSO MAGALHÃES. Absorção De Água, Germinação E Dormência De Sementes De Mucuna Preta. Dissertação (Mestrado em agronomia) Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp, Câmpus de Jaboticabal, JABOTICABAL – SÃO PAULO – BRASIL 2006. MARCOS FILHO, J. Dormência de sementes. In: MARCOS FILHO, J. Fisiologia de sementes de plantas cultivadas. Piracicaba: FEALQ, 2005. p. 253-289 McDONALD, M. B. Seed deterioration: physiology, repair and assessment. Seed Science and Technology,v. 27, n. 1, p. 177-237, 1999. SILVA, JUAREZ DE SOUSA; CORRÊA,PAULO CÉSAR. Estrutura, composição e propriedades dos grãos. Disponível em: ftp://ftp.ufv.br/dea/poscolheita/Livro%20Secagem%20e%20e%20Armazenagem%20d e%20Produtos%20Agricolas/livro/mb_cord/mb1/cap2.pdf
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