Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 CORROSÃO IMPORTÂNCIA DO ESTUDO HUMBERTO GRACHER RIELLA EQA/UFSC 2 Definição de Corrosão Deterioração de um material, geralmente metálico, por ação química e eletroquímica do meio ambiente associada ou não a esforços mecânicos/físicos (tensões, cavitações) e por ação microbiológica Processo inverso da Metalurgia Extrativa, em que o metal retorna ao seu estado original. 3 Deterioração de materiais não-metálicos: Deterioração de cimento Portland por sulfato; Perda de elasticidade da borracha pela oxidação por ozônio; Perda de resistência da madeira pela exposição à soluções de ácidos e sais ácidos (hidrólise da celulose). CORROSÃO Definição de Corrosão Corrosão em postes e viadutos em Salvador pela ação da amônia da urina 4 Importância da Corrosão Corrosão = processo espontâneo constantemente transformando os materiais metálicos diminuição da durabildade e desempenho. A deterioração leva: Ao desgaste À variações químicas na composição À modificações estruturais Mudança nas propriedades dos materiais O Engenheiro deve: Saber como evitar condições de corrosão severa Proteger adequadamente os materiais contra a corrosão 5 Importância da Corrosão Importância na vida moderna - presença de metais e suas ligas: Estruturas metálicas enterradas ou submersas (minerodutos, oleodutos, gasodutos, adutoras, cabos de comunicação e de energia elétrica, píeres de embarcações, tanques de combustíveis; Meios de transporte (trens, navios, aviões, automóveis, caminhões, ônibus); Estruturas metálicas sobre o solo ou aéreas (torres de transmissão de energia elétrica, postes de iluminação, linhas telefônicas, viadutos, pontes); Equipamentos eletrônicos, torres de transmissão de rádio, TV, radar, antenas, etc. 6 6 • Todos os meios podem ter características ácidas, básicas ou neutra e podem ser aeradas Atmosfera (poeira, poluição, umidade, temperatura, intensidade e direção dos ventos, chuvas, radiação, gases:CO, CO2, SO2, H2S, NO2,...) Água (bactérias dispersas: corrosão microbiológica; chuva ácida, etc.) Solo (acidez, porosidade) Produtos químicos Sob o ponto de vista da corrosão um determinado meio pode ser extremamente agressivo para um determinado material e inofensivo para outro. Principais meios corrosivos 7 7 Águas naturais: água salgada e água doce – fatores “corrosivos”: ◦ Gases e sais dissolvidos ◦ Material orgânico ◦ Bactérias e algas ◦ Sólidos em suspensão ◦ pH e temperatura ◦ Movimentação da água Meios corrosivos: aquoso 8 8 Meios líquidos artificiais: produtos químicos em geral Solos: ◦ Aeração, umidade e pH ◦ Microorganismos ◦ Condições climáticas ◦ Heterogeneidades do solo ◦ Presença de sais, água e gases ◦ Resistividade elétrica Meios corrosivos: artificiais e solo 9 9 Os produtos da corrosão são requisitos importantes na escolha dos materiais ideais para determinada aplicação. Alguns exemplos onde os produtos da corrosão são importantes: oDe materiais usados para embalagens na indústria alimentícia - atoxicidade e não alteração do sabor dos alimentos; oAlguns processos corrosivos podem liberar gases tóxicos e inflamáveis (riscos de explosão); oProdutos a partir de materiais para implantes de ossos humanos, implante dentário, marcapassos, etc. Produtos da corrosão 10 Por que se preocupar com a corrosão? •Custo; •Segurança; •Conservação de recursos Ramos afetados: •Indústrias química, petrolífera, petroquímica, naval, de construção civil, automobilística, nos meios de transporte aéreo, ferroviário, metroviário, marítimo, rodoviário, meios de comunicação, odontologia (restaurações, próteses), medicina (ortopedia), obras- de-arte. Importância da Corrosão 11 Perdas/custos diretos Perdas/custos indiretos (mais elevados) Substituição de peças/equipamentos Manutenção de processos de proteção (revestimentos, métodos catódicos, pinturas, etc) Paralisações acidentais: limpeza de TC e caldeiras, substituições de tubos, perda de produto Perda de eficiência: diminuição da TC, em motores automotivos, incrustações em caldeiras, entupimento em tubulações Contaminação de produtos: cobre de tubulações (rancidez de sabão), arraste pela água em indústrias e no abastecimento de água Superdimensionamento em projetos: velocidade de corrosão desconhecida Perdas: diretas e indiretas Importância: Perdas/Custos 12 Custos: 1949 – EUA: Conferência Científica sobre a Conservação e Utilização das Reservas Minerais (NY) – estimativa de US$ 5,5 bilhões/ano 1965 – EUA: US$ 10 bilhões/ano 1975 – EUA: missão do National Bureau of Standarts com o laboratório do Battlelle Columbus estimaram US$ 70 bilhões/ano (4,2 % do PIB)!! 1982 – EUA: Departamento do Comércio dos EUA estimou US$ 126 bilhões/ano 1995 – EUA: US$ 300 bilhões/ano!! Brasil: inexistência de dados estatísticos – estudos estimativos em torno de 3,1 % do PIB Importância: Perdas/Custos 13 Conclusão: quanto mais avançado tecnologicamente um país, mais elevado seu gasto com corrosão – a corrosão avança paralelamente ao desenvolvimento tecnológico e medidas de prevenção e combate não podem serem planos secundários Importância: Perdas/Custos 14 • Em relação à conservação dos recursos: • As reservas de metais e a quantidade de energia disponível em nosso planeta são limitadas. • A corrosão pode ser interpretada como o avesso de um processo metalúrgico e muita energia é perdida em um processo de corrosão. Importância: Conservação de recursos 15 Importância da Corrosão Alguns setores – corrosão não é representativa economicamente, mas outras considerações importantes: •Segurança: fraturas de partes críticas de aviões, trens, automóveis causando desastres; •Interrupção de comunicações: corrosão em cabos telefônicos; •Preservação de monumentos históricos: poluição atmosférica = presença de ácidos sulfuroso e sulfúrico (chuva ácida); •Poluição ambiental: corrosão de tanques combustíveis e tubulações de transporte poluição de lagos, solos, rios, mares, lençóis freáticos. 16 1952 3 aviões Comet se desintegraram no ar devido a fadiga dos materiais 1967 Queda da ponte Silver Bridge sobre rio Ohio devido a corrosão sob tensão fraturante 46 mortes 1987 Na Suíça ocorreu a queda da cobertura de uma piscina térmica devido à corrosão do aço pela produção de HCl através do tratamento da água com Cl falha de projeto 12 mortes 1986 No Minnesota (EUA) a corrosão seletiva de uma tubulação de gasolina provocou incêndio 2 mortes 1988 Boeing 737-200 perdeu parte da fuselagem em pleno vôo devido a tensões cíclicas aliadas a corrosão atmosférica em meio semi-tropical morte de um tripulante Exemplos 17 1990 Cubatão e México - corrosão em tubulação de derivados de petróleo, com vazamento e incêndio morte de centenas de pessoas 2009 Brasil (Salvador) – corrosão de postes de iluminação e de pilastras de viadutos pela ação da amônia de urina humana, prejudicando a segurança da população e gerando um custode recuperação de R$ 500 mil Casos de corrosão de tanques combustíveis enterrados originando perfurações riscos de incêndios e contaminações de poços subterrâneos de água Caso de corrosão sob tensão fraturante em digestor de fábrica de celulose (T elevadas e soda cáustica) lançamento de massa reacional, causando queimaduras gravíssimas Exemplos 18 Caso de ação combinada de corrosão e erosão em tubo de vapor de planta de energia nuclear explosão e mortes Casos de corrosão de monumentos históricos de incalculáveis valores: Grécia e Alemanha (catedral) associados à presença de óxidos de enxofre na atmosfera (grande afluxo de veículos); Estátuas de mármore atacadas por H2SO4 produzindo CaSO4; Esculturas de bronze atacadas por H2SO4 (poluição) forma uma pátina constituida de sulfato de cobre. Exemplos 19 Casos de corrosão de monumentos históricos (continuação): Estátua da Liberdade: causada pela atmosfera marinha (corrosão galvânica entre revestimento externo de cobre e as partes estruturais de aço- carbono) custos: ≈ US$ 780 mil Exemplos 20 Ortodontia: casos de formação de pilha entre restaurações de liga ouro e restaurações de amálgama (prata-estanho-mercúrio); danos a materiais de ortodontia levando a danos estéticos e comprometimento da função dos aparelhos Medicina: uso de materiais metálicos e não metálicos (instrumental cirúrgico, fios para suturas, implantes cirúrgicos ou ortopédicos, válvulas, marcapassos, extensores arteriais): casos de corrosão de fios de aço em cirurgia de tórax; corrosão por atrito em implante ortopédico (micromovimentos do osso) Exemplos 21 Corrosão: processo espontâneo (metais em suas formas refinadas encontram-se num nível energético superior ao do composto que lhes deu origem) Se não fosse o emprego de mecanismos protetores (energia) ter-se- ia a destruição completa dos materiais Energia para proteção: representada por revestimentos protetores, inibidores de corrosão, proteção catódica ou proteção anódica Considerações energéticas 22 Lado positivo da corrosão: Oxidação de aço inoxidável (formação de película protetora do Cr2O3); Anodização do Al ou ligas (oxidação de peças de Al) formando Al2O3, protetor, conferindo aspecto decorativo; Fosfatização de superficies metálicas permite melhor aderência à tintas (tratamento com solução contendo ácido fosforico e íons de ferro e zinco); Proteção catódica para aço carbono em instalações submersas ou enterradas (formação de pilha galvânica no qual o material – aço carbono – é o material protegido). Benefício da Corrosão 23 Corrosão sob tensão fraturante em válvulas de latão: oAmônia de urina de ratos (presentes na área de estocagem); oSolução: mudança de embalagem e locais de estocagem. Corrosão nos flanges de aço-carbono de painéis de automóveis: oElevada concentração de cloreto; oUrina de gatos que habitavam na área de estocagem; oSolução: remover os gatos. Casos curiosos de Corrosão 24 Corrosão de estrutura metálicas de pilares e paredes de concreto (desagregação) de edificações: o Contato de urina humana (NH4Cl reage com Ca(OH)2); oSolução: aplicação de protetores. Corrosão associada à bulimia: oPerfuração em tubulação de lavatório de banheiro feminino em uma faculdade mexicana; oProduto: presença de cloreto de ferro e meio ácido; oCausa: HCl (suco gástrico) eliminado por vômitos. Casos curiosos de Corrosão 25 CORROSÃO: Oxidação-Redução e Potencial de Eletrodo 26 CORROSÃO: Mecanismos de corrosão e formas em que se manifesta 27 Sumário • Mecanismos de Corrosão – Corrosão Eletroquímica • Corrosão Galvânica • Corrosão Eletrolítica • Corrosão Seletiva – Corrosão Microbiológica • Formas de Corrosão 28 Mecanismos de Corrosão • Estudo dos processos corrosivos - considerar as variáveis dependentes do: – Material metálico: composição química, presença de impurezas, processo de obtenção, tratamentos térmicos e mecânicos, estado da superfície, forma, união de materiais (solda, rebites, etc), contato com outros metais – Meio corrosivo: composição química, concentração, impurezas, pH, T, teor de O2, P, sólidos suspensos – Condições operacionais: solicitações mecânicas, movimento relativo material metálico/meio, condições de imersão no meio (total, parcial), meio de proteção, operação (contínua, intermitente) 29 • Uma vez identificada a ocorrência de um processo corrosivo, deve-se estudar a extensão do ataque, o seu tipo, a morfologia e o levantamento das prováveis causas fundamental para o esclarecimento do mecanismo controle efetivo • Seqüência: – Verificar a compatibilidade do meio corrosivo e material (tabelas) – Verificar condições operacionais – Verificar relatórios de inspeção de equipamentos (ocorrências) – Estabelecer o mecanismo responsável – Proceder avaliação econômica (custos diretos/indiretos) – Indicar medidas de proteção Mecanismos de Corrosão 30 • De acordo com o meio corrosivo e o material, há três diferentes mecanismos para os processos corrosivos: – Mecanismo químico: o meio não é iônico, a corrosão se dá em material metálico a T elevadas, por gases ou vapores e em ausência de umidade (corrosão seca) – Mecanismo microbiológico: se processa sob influência de microrganismos (bactérias, fungos, algas, etc.) – Mecanismo eletroquímico: o meio é iônico, envolvendo os íons da água (corrosão úmida) corrosão em água ou soluções aquosas, corrosão atmosférica, corrosão no solo, corrosão em sais fundidos Mecanismos de Corrosão 31 • Mecanismo eletroquímico: reações químicas que envolvem transferência de carga ou elétrons através de uma interface ou eletrólito – Casos de corrosão em materiais metálicos quando em presença de eletrólitos (solubilizado em água ou fundido) • Mecanismo químico: reações químicas diretas entre o material metálico/não- metálico e o meio corrosivo, não havendo geração de corrente elétrica – Ataque de metais (Ni) por CO (formação de Ni(CO)4 volátil) – Ataque de metais (Fe, Al, Cu) por Cl em T elevadas com formação de cloretos – Ataque de metais (ex.: Mg) por solventes orgânicos – Ataque da borracha pelo ozônio (perda da elasticidade) – Deterioração de concreto por sulfato Mecanismos de Corrosão 32 • Elétrons são cedidos em uma região e recebidos em outra pilha de corrosão (“eletroquímica”) • Etapas do processo eletroquímico de corrosão: – Processo anódico: passagem dos íons para a solução – Deslocamento dos elétrons e íons: transferência dos elétrons da região anódica para a catódica pelo circuito metálico e difusão de ânions e cátions na solução – Processo catódico: recepção de elétrons, na área catódica, pelos íons ou moléculas existentes na solução • Não há acúmulo de eletricidade • Lei de Faraday: a intensidade do processo de corrosão pode ser avaliada pelo número de cargas dos íons que saem do ânodo, ou que se descarregam no cátodo, ou pelo número de elétrons que migram do ânodo para o cátodo Mecanismo da Corrosão 33 • Reação anódica – Oxidação do metal M: M Mn+ + ne • Reações catódicas – Redução do íon H+ (meio ácido) nH+ + ne n/2H2 (não aerado) –Redução do O2 n/4O2 + n/2H2O + ne nOH - (meio neutro ou básico) n/4O2 + nH + + ne n/2H2O (meio ácido aerado) Mecanismo da Corrosão OXIDAÇÃO REDUÇÃO 34 • A corrosão eletroquímica será tanto mais intensa quanto menor o valor do pH (maior [H+]) e maior a [O2] no meio corrosivo • Oxigênio: fator de controle de processos corrosivos – Desacelerador do processo eletroquímico: – Em meio não-aerado, o H2 pode ficar adsorvido na superfície do cátodo, polarizando a pilha reduzindo o processo corrosivo – Acelerador do processo eletroquímico: – Em meio aerado, o O2 é reduzido e não se tem a polarização pelo H2 aceleração do processo Mecanismo da Corrosão 35 • Oxigênio: fator de controle de processos corrosivos (continuação) – Protetor do processo corrosivo – Pode reagir diretamente com a superfície metálica formando uma camada de óxido protetor (ex.: Cr2O3, Al2O3 e TiO2) retardando o contato do material com o meio corrosivo e ainda pode formar uma película de O2 adsorvida sobre o material, tornando-o passivo (ex.: formação de Cr2O3 pelo O2 como técnica passivadora de aço INOX) • Fatores que limitam/anulam o poder protetor do O2: altas T, presença de íons halogenetos e natureza do metal Mecanismo da Corrosão 36 • Natureza química do produto de corrosão: – Formado pelos íons resultantes das reações anódicas e catódicas Mn+ + nOH- M(OH)n Ex.: para Fe, Zn e Al, tem-se: Fe Fe2+ + 2e Zn Zn2+ + 2e Al Al3+ + 3e Produtos de corrosão (meio neutro ou básico): Fe2+ + 2OH- Fe(OH)2 Zn2+ + 2OH- Zn(OH)2 Al3+ + 3OH- Al(OH)3 Mecanismo da Corrosão 37 • Natureza química do produto de corrosão: – Importância da presença do eletrólito: em geral não influi no produto de corrosão mas muitas vezes é fundamental para que a corrosão ocorra – Pode-se ter diferentes produtos de corrosão dependendo das condições, teor de O2 presente: • Ex.: Fe imerso em solução (NaCl)aq: Fe2+ + 2OH- Fe(OH)2 • Se o meio for deficiente de O2 formação de magnetita (hidratada: verde; anidra: preta) 3Fe(OH)2 Fe3O4 + 2H20 + H2 • Em meio aerado (mais frequente) formação de Fe(OH)3 ou Fe2O3.H2O 2Fe(OH)2 + H2O + 1/2O2 2Fe(OH)3 2Fe(OH)3 Fe2O3.H2O Mecanismo da Corrosão 38 • Corrosão Eletroquímica: ocorre sempre que houver heterogeneidade no sistema material metálico/meio corrosivo (ddp resultante possibilta a formação de áreas anódicas e catódicas) • Casos mais freqüentes: heterogeneidade relacionadas ao material metálico e ao meio corrosivo Heterogeneidades na Corrosão 39 • Material metálico: – Contorno dos grãos – Orientação dos grãos – Diferença de tamanho dos grãos – Tratamentos térmicos ou metalúrgicos diferentes – Presença de escoriações e abrasões – Bordas de superfície metálica – Diferença de forma – Deformações diferenciais Heterogeneidades na Corrosão 40 • Meio corrosivo: – Aquecimento diferencial – Iluminação diferencial – Agitação diferencial – Aeração diferencial Heterogeneidades na Corrosão 41 • Meio corrosivo: – Medidas de prevenção para aeração diferencial: - Reduzir a possibilidade de frestas e fendas - Especificar juntas de topo e ressaltar a necessidade de penetração completa do metal de solda para evitar a permanência até mesmo em pequenas fendas - Usar soldas contínuas - Usar juntas soldadas preferencialmente a juntas parafusadas ou rebitadas - Impedir a penetração do meio corrosivo nas frestas por meio de massas de vedação (flexíveis) Heterogeneidades na Corrosão 42 • Meio corrosivo: – Medidas de prevenção para aeração diferencial (continuação): - Evitar frestas entre um isolante e o material - Evitar cantos, áreas de estagnação ou outras regiões favoráveis à acumulação de sólidos - Desenhos de fácil limpeza, aplicação de revestimentos e com completa drenagem - Limpezas freqüentes e remoção de sólidos em suspensão (ex.: filtros de água em TC) - Evitar uso de material que retenha umidade (ex.: madeira) - Homogeneização do eletrólito (agitação) Heterogeneidades na Corrosão 43 Corrosão Galvânica Corrosão Galvânica 44 – Definição Quando dois materiais metálicos estão em contato, com diferentes E, em presença de um eletrólito, ocorre ddp e conseqüente transferência de elétrons Corrosão A previsão do comportamento dos metais pode ser feita com base na série Eletroquímica ou Galvânica Corrosão Galvânica 45 Corrosão Galvânica 46 Corrosão Galvânica 47 – Definição Resulta do acoplamento de materiais dissimilares imersos em um eletrólito, causando transferência de carga elétrica de um pra outro Se caracteriza por apresentar corrosão localizada próxima à região de acoplamento, ocasionando profundas perfurações no material metálico (ânodo) Corrosão Galvânica 48 – Mecanismo: Ocorre quando se tem um metal colocado em uma solução contendo íons facilmente redutíveis de um metal que seja catódico em relação ao metal sólido (ânodo) Ex.: Tubulações de Al em presença de sais Cu+2 e Hg+2 sofrem corrosao localizada produzindo pites. O Al reduz os íons Cu+2 e Hg+2, sofrendo consequentemente oxidação: 2Al + 3Cu+2 2Al+3 + 3Cu 2Al + 3Hg+2 2Al+3 + 3Hg Corrosão Galvânica 49 – Mecanismo: Além do ataque inicial, o metal formado se deposita sobre a superfície do Al, criando uma série de micropilhas galvânicas (Al: ânodo – corrosão acentuada) Casos envolvendo esse mecanismo: 1) Corrosão de tubos de caldeiras onde ocorre depósitos de Cu ou CuO (água das caldeiras contaminadas com Cu) 2) Corrosão de tanques de aço-carbono ou aço galvanizado ocasionada pela presença de Cu ou compostos originados pela ação corrosiva ou erosiva da água sobre as tubulações Corrosão Galvânica 50 – Mecanismo: - Relação entre área anódica e área catódica Se a relação área anódica/área catódica >>>1 (área catódica pequena) corrosão não tão expressiva Se a relação área anódica/área catódica <<<1 (área catódica grande) corrosão mais intensa quanto maior a área catódica e menor a anódica ** alta densidade de corrente na parte do metal que está sendo corroida (ânodo) Por isso é mais indicado o uso de parafusos/rebites de material metálico catódico em uma estrutura que seja anódica e não o contrário Corrosão Galvânica 51 – Mecanismo: Tabelas permitem caracterizar o material que terá tendência a funcionar como ânodo Quando é inevitável a junção de dois materiais metálicos diferentes, realizar um método de proteção (revestimento) em um deles, permitindo igualdade/proximidade de E, diminuindo a ddp e a corrosão Corrosão Galvânica 52 – Proteção: Devido a complexidade e periculosidade dos processos corrosivos associados a formação de pilhas galvânicas, devem ser tomadas adequadas medidas de proteção - Uso de inibidores de corrosão - Isolamento elétricos dos materiais de E diferentes (quando for inevitável a existência de grandes diferenças de E, deverá ser especificada a colocação de gaxetas, niples e roelas não-metálicas no ponto de conexão) Corrosão Galvânica 53 – Proteção: - Aplicação de revestimentos protetores (no ânodo e no cátodo, como medida preventiva a falhas no ânodo) - Estabelecer condições de relação área anódica/área catódica > 1, auxiliadoao fatores econômicos - Proteção catódica - Uso de materiais de E próximos Corrosão Galvânica 54 Corrosão Eletrolítica 55 – Trata-se de um processo eletroquímico que se dá com a aplicação de corrente elétrica externa não- espontânea – Causada por correntes de fuga (parasitas ou estranhas) – correntes elétricas de interferência – Comum em tubulações de petróleo, água potável, cabos telefônicos enterrados, tanques de postos de gasolina, etc – deficiência de isolamento ou aterramento – As correntes atingem as instalações metálicas, podendo provocar corrosão, penetram no solo e retornam ao ponto do circuito original Corrosão Eletrolítica 56 – É um tipo de corrosão localizada em pouco tempo ocorre a perfuração da parede metálica vazamentos – As áreas corroídas apresentam produtos de baixa aderência ou até livre deles – Correntes contínuas ou alternadas de baixa freqüência correntes de fuga que causam maiores danos – Sistemas de tração eletrificada (trem, metrô, bonde), instalações de solda elétrica, sistemas eletroquímicos industriais,… Corrosão Eletrolítica 57 – A taxa de corrosão depende de: - Intensidade da corrente e densidade na área; - Distância entre a estrutura interferente e a interferida - Existência ou não e qualidade de um revestimento da estrutura interferida - Existência e localização de juntas de isolamento elétrico (em tubulações enterradas ou submersas) - Resistividade elétrica do meio onde se encontram as estruturas interferentes e interferidas Corrosão Eletrolítica 58 – Mecanismo: Para um material metálico sujeito à corrosão eletrolítica, tem-se as seguintes reações: - Na região onde a corrente elétrica abandona a estrutura e entra no eletrólito tem-se a área anódica: M M+n + ne - Na região onde a corrente elétrica convencional abandona o eletrólito e penetra na estrutura tem-se a área catódica, podendo: H2O +1/2O2 + 2e 2OH - 2H2O + 2e H2 + 2OH - 2H+ + 1/2 O2 + 2e H2O 2H+ + 2e H2 Corrosão Eletrolítica 59 – Casos práticos: Solda elétrica em embarcações atracada em cais com a máquina de solda em terra (casco da embarcação = ânodo ativo da cuba eletrolítica) Corrosão Eletrolítica Evitar: Levar a máquina de solda para a embarcação 60 – Proteção: Técnicas para combater a corrosão eletrolítica: 1) Interligação elétrica da estrutura interferida com a interferente Para permitir o retorno da corrente de fuga à sua origem sem ter que passar pelo eletrólito, evitando a corrosão (diodo de silício) 2) Injeção de corrente nas áreas anódicas do tubo por meio de retificadores de proteção catódica e leito de ânodos (injeção de corrente quando necessário e na i suficiente para manter o potencial de proteção) Corrosão Eletrolítica 61 – Proteção: Técnicas para combater a corrosão eletrolítica (continuação): 3) Drenagem diretamente para o solo nas áreas com predominância anódica Uso de leitos de ânodos galvânicos (mais eficiente, provê ainda polarização catódica) ou sucata de aço Corrosão Eletrolítica 62 Corrosão Seletiva: Grafítica e Dezincificação 63 – Deterioração preferencial em um dos seus componentes – Freqüente: em Fe fundido; em latões (ligas Cu-Zn) – Mais raro: a desniquelação em ligas de Cu (70 %) e Ni (30 %) em T > 100 oC; desaluminação em ligas de Cu contendo Al Corrosão Seletiva 64 – Corrosão Grafítica Ocorre no ferro fundido cinzento a T ambientais, o Fe sofrendo corrosão e restando a grafite intacta Início: devido a uma heterogeneidade qualquer, o Fe é oxidado formando uma pilha: Fe/Condutor eletrolítico/Grafite Grafite: cátodo; Fe: ânodo 2Fe – C + nH2O +3/2O2 Fe2O3.nH2O + C Formação de Fe2O3 e concentra-se a grafite (cor preta) Corrosão Seletiva 65 – Corrosão Grafítica Uma das causas da corrosão grafítica em tubulações de água potável pode ser a presença de bactérias redutoras de sulfato (corrosão microbiológica) Proteção: - Inibidores de corrosão - Revestimento - Proteção catódica * Deve-se impedir seu início pois, após iniciada, é difícil evitar que prossiga Corrosão Seletiva 66 – Dezincificação Ocorre principalmente em latões (ligas Cu- Zn), freqüentemente em soluções salinas estagnadas e com maior intensidade em soluções ligeiramente ácidas Corrosão preferencial pelo Zn, deixando resíduo de Cu (vermelho) e produtos de corrosão (branco) Pode ser alveolar ou uniforme e os latões corroídos retêm alguma resistência mas perde ductibilidade Corrosão Seletiva 67 – Dezincificação Proteção: - Emprego de latões ou ligas de Cu com teores não-elevados de Zn - Adicionar às ligas elementos como estanho, arsênico, antimônio ou fósforo agem como inibidores da dezincificação (polarizam a área catódica, evitando ou retardando a reação) - Tratamento térmico adequado para evitar a formação de áreas ricas em Zn (700-850 oC para difusão do Zn e Cu) Corrosão Seletiva 68 Corrosão induzida por microorganismos 69 Considerações sobre C. Microbiológica • Definição: o Corrosão do material metálico que se processa sob a influência de microrganismos (bactérias, fungos e algas) corrosão bacteriana • Variedade de ambientes – Água do mar, de rios, de sistemas de resfriamento – Regiões pantanosas, sedimentos oleosos, solos com resíduos orgânicos ou sais (sulfatos, sulfetos, nitratos, fosfatos, enxofre) – Muitos equipamentos podem sofrer corrosão microbiológica 70 • Corrosão por microrganismos: diversidade de materiais – metálicos ou não metálicos • Deterioração de mármore e concreto – Deterioração sob a forma de alvéolos ou escamações – Possível origem: presença de H2SO4 do metabolismo das bactérias oxidantes de S que reagirá com: • Mármores: CaCO3 + H2SO4 CaSO4 + CO2 + H2O • Concreto: Destrói caráter alcalino, causando desagregação corrosão da armadura Casos de C. Microbiológica 71 • Deterioração microbiológica de madeira – Ex.: Madeira usada como enchimento em torres de resfriamento – Ação de fungos e bactérias celulolíticas – Biodeterioração ≈ forma de corrosão • Tubulações de distribuição de águas – Depósitos de Fe2O3.H2O devido a bactérias oxidantes do Fe Entupimento de tubulações ou condições para aeração diferencial Casos de C. Microbiológica 72 • Sistemas de resfriamento – Propícios para crescimento microbiológico e formação de biofilmes (água aerada, exposta a luz solar, pH = 7-8, T = 27-80 oC) – Desenvolvimento de filme espesso anaerobiose – Corrosão por bactérias redutores de sulfato • Tubulações para condução de gás e gasômetros – Sulfato (água de selagem) pode ser reduzido a sulfeto por bactérias redutoras de sulfato – Resultado: corrosão do material metálico e contaminação do gás com excesso de H2S Casos de C. Microbiológica 73 • Equipamentos de recuperação secundária de petróleo – Uso de grandes quantidades de água do mar – Bactérias redutoras de sulfato presente na água – Produção de H2S = corrosivo aos equipamentos • Tanques de armazenamento de combustíveis – Presença de água nos tanques operações de lavagens dos combustíveis, usada para evitar perda por evaporação, condensação do vapor presente nos tanques– Causas: Crescimento microbiano, degradação de aditivos, formação de H2S (bactérias redutoras de sulfato presente na água) – Conseqüências: deterioração microbiológica dos revestimentos, formação de resíduo (contaminação), corrosão do material metálicos Casos de C. Microbiológica 74 • Biodegradação de tintas, plásticos e lentes – Deterioração por ação de fungos em locais úmidos • Linhas de incêndio – Águas não-tratadas e em condições de estagnação prolongada ficam desaeradas – Condições para desenvolvimento de bactérias anaeróbicas (redutoras de sulfato) – Formação de óxidos e sulfetos de Fe insolúveis bloqueio de válvulas e bicos – inoperação do sistema Casos de C. Microbiológica 75 • Imersão do metal em água = formação de biofilme – Etapas: – Adsorção de compostos orgânicos dissolvidos – Depósito de bactérias sésseis biofilme – Multiplicação (se houver nutrientes) aderência de outros microrganismos (fungos, algas) • Condições operacionais influentes na formação de filmes: – T: aumento da T até 40 oC facilita o crescimento da maioria – Velocidade de fluxo: biofilmes formados em maiores v, tornam-se mais densos, menos volumosos e mais aderentes – pH: alcalinos normalmente impedem o desenvolvimento microbiano – O2: ausência possibilita desenvolvimento de bactérias anaeróbicas (redutoras de sulfato) – Limpeza e sanitização: impedem ou minimizam o crescimento Mecanismos da C. Microbiológica 76 • Bactérias mais freqüentemente associadas à corrosão microbiológica: – Redutoras de sulfato – Oxidantes de enxofre e seus compostos – Oxidantes de ferro e manganês – Formadoras de limo • Classificação da corrosão por microrganismos: 1. Devido à formação de ácidos 2. Por despolarização catódica 3. Por aeração diferencial 4. Por ação conjunta de bactérias Mecanismos da C. Microbiológica 77 • Para que as medidas de proteção tenham bom desempenho, deve-se monitorar o sistema, considerando-se: • Análise da água e microbiológica do biofilme • Uso de métodos de retirada de depósitos de corrosão • Uso de técnicas eletrolíticas • Medidas gerais e importantes de proteção: • Limpeza sistemática e sanitização (uso de agentes tensoativos) • Eliminaçao de áreas de estagnação e de frestas • Emprego adequado de biocidas (relacionar eficiência, custo e toxicidade) • Aeração • Variação de pH • Proteção catódica Proteção para C. Microbiológica 78 • Outras medidas de proteção: • Aeração + elevação do pH: age no mecanismo de ação das bactérias anaeróbicas (redutoras de sulfato) • Proteção externa de tubulações enterradas e uso de biocidas: protege o material metálico de perfurações por outros tipos de corrosão e a contaminação/corrosão interna • Revestimento interno de tanques de combustíveis • Emprego de tubulações feitas com resinas reforçadas • Proteção catódica • Emprego de madeira tratada com fungicidas • Emprego de sistemas com ultra-som Proteção para C. Microbiológica 79 • Os tipos de corrosão podem ser apresentados considerando-se aparência ou forma de ataque e as diferentes causas e mecanismos de corrosão •Assim, pode-se ter corrosão segundo: •Morfologia: Uniforme, por placas, alveolar, puntiforme ou por pite, intergranular, intragranular, filiforme, por esfoliação, grafítica, dezincificação, em torno do cordão de solda e empolotamento pelo hidrogênio •Causas ou mecanismo: Por aeração diferencial, eletrolítica, galvânica, associada a solicitações mecânicas (sob tensão fraturante), em torno do cordão de solda, seletiva Formas de Corrosão 80 • Assim, pode-se ter corrosão segundo (continuação): • Fatores mecânicos: Sob tensão, sob fadiga, por atrito associado à erosão • Meio corrosivo: Atmosférica, pelo solo, induzida por microrganismos, pela água do mar, por sais fundidos, etc • Localização do ataque: Por pite, uniforme, intergranular, transgranular Formas de Corrosão 81 • Caracterização segundo a morfologia: auxilia no esclarecimento do mecanismo e na aplicação de medidas adequadas de proteção – são elas: 1. Uniforme 2. Por placas 3. Alveolar 4. Puntiforme ou por pites 5. Intergranular (ou intercristalina) 6. Intragranular (ou transgranular ou transcristalina) 7. Filiforme 8. Por esfoliação 9. Grafítica 10. Dezincificação 11. Empolamento por hidrogênio 12. Em torno do cordão de solda Formas de Corrosão 82 83 Se processo em toda a extensão da superfície, ocorrendo perda uniforme de espessura Se processa em regiões de superfície metálica (em forma de placas) e não em toda a extensão Formas de Corrosão 84 Se processa na superfície metálica produzindo sulcos ou escavações semelhantes a alvéolos Apresenta fundo arredondado e profundidade menor que seu diâmetro Se processa em pontos ou pequenas áreas localizadas na superfície metálica produzindo pites (cavidade que apresentam fundo anguloso e profundidade maior que seu diâmetro) Formas de Corrosão 85 Se processa entre os grãos da rede cristalina do material metálico, o qual perde suas propriedades mecânicas e pode fraturar quando solicitado por esforços mecânicos corrosão sob tensão fraturante Se processa nos grãos da rede cristalina do material metálico Formas de Corrosão 86 Ocorre sob a forma de finos filamentos não profundos, que se propagam em diferentes direções que não se ultrapassam (produtos de corrosão tem carga positiva e se repelem) Ocorre de forma paralela a estrutura metálica, em diferentes camadas e o produto de corrosão formado entre a estrutura de grãos alongados separa as camadas, ocasionando o inchamento do material metálico (volumosos) delaminação/porosidade Formas de Corrosão 87 Ocorre quando o hidrogênio atômico (volume atômico pequeno) penetra no material metálico, difundindo-se facilmente para regiões com inclusões/vazios, transformando-se em hidrogênio molecular (H2(g)) H2(g) pressão e formação de bolhas degradação das propriedades mecânicas e metalúrgicas do metal Formas de Corrosão 88 Ocorre em aços INOX não-estabilizados ou com teores de C > 0,03 % 400-950 °C: pouca condutividade térmica DT precipitação dos carbetos intergranulares (Cr23C6): destrói a passividade no contorno da solda pilha “ativa-passiva” “Aço sensitizado” Formas de Corrosão 89 Corrosão: Meios corrosivos, Velocidade, Solicitações mecânicas 90 Importância de estudar os tipos de meios corrosivos: Proximidade/contato da superfície metálica com o meio Ex1.: Em TC meio corrosivo sofre ação da T elevada na parte em contato com a superfície metálica dos tubos decomposição dos produtos usados no tratamento da água (polifosfatos) fosfatos (elevação da T) depósito de Ca3(PO4)2 nos tubos Ex2.: crescimento do pite por ação autocatalítica formação de película passivadora pela ação do meio corrosivo no material metálico ação corrosiva do meio Meios Corrosivos 91 Meios corrosivos mais freqüentemente encontrados: 1. Atmosfera 2. Águas naturais 3. Solo 4. Produtos químicos 5. Alimentos 6. Substâncias fundidas 7. Solventes orgânicos 8. Madeiras e plásticos Meios Corrosivos 92 1. Atmosfera • A ação corrosiva depende fundamentalmente de: • Umidade relativa do ar • Substâncias poluentes (partículas sólidas, gases) • Temperatura • Tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica • Outros fatores a considerar: climáticos(intensidade e direção dos ventos, variações cíclicas de T e UR, chuvas e insolações) Meios Corrosivos 93 1. Atmosfera • Classificação da corrosão atmosférica conforme o grau de umidade na superfície metálica: • Seca: ocorre em atmosfera isenta de umidade sem presença de filme de eletrólito sobre a superfície metálica; tem-se oxidação lenta do metal com formação do produto de corrosão por mecanismo químico (tarnishing) Ex.: escurecimento de Ag ou Cu em atmosfera de H2S Meios Corrosivos 94 1. Atmosfera • Classificação da corrosão atmosférica (continuação): • Úmida: ocorre quando a UR < 100 %, depósito de um fino filme de eletrólito na superfície e a velocidade de corrosão depende da UR, poluentes e higroscopicidade dos produtos de corrosão • Molhada: ocorre em UR 100 %, ocorre condensação na superfície metálica Ex.: Chuva ou névoa salina depositadas na superfície metálica Meios Corrosivos 95 1. Atmosfera 1.1 Umidade Relativa: Relação entre o teor de vapor d’água encontrado no ar e o teor máximo que pode existir no mesmo, nas condições consideradas, ou Relação entre a pressão parcial de vapor d’água no ar e a pressão de vapor d’água saturado, na mesma T Umidade crítica em corrosão: UR acima da qual o metal começa a se corroer de maneira apreciável valor crítico em que o processo corrosivo sofre rápida aceleração Meios Corrosivos 96 1. Atmosfera 1.2 Poluentes: Partículas sólidas – torna a poeira mais corrosiva devido a: Depósito de material não-metálico (SiO2, sílica): cria condições de aeração diferencial Deposição de substâncias higroscópicas aceleram o processo corrosivo porque aumentam o tempo de permanência da água na superfície Ex.: CaCl2 e MgCl2 Deposição de sais (eletrólitos fortes), como (NH4)2SO4 e NaCl (corrosão por atmosfera salina = névoa salina pela deposição de sais NaCl e MgCl2) Meios Corrosivos 97 1. Atmosfera 1.2 Poluentes: Partículas sólidas – torna a poeira mais corrosiva devido a (continuação): Deposição de material metálico: material diferente ao da superfície formação de pilhas galvânicas corrosão galvânica do material mais ativo Deposição de partículas sólidas inertes: podem reter gases corrosivos da atmosfera Ex.: Carvão + gases industriais formam substâncias corrosivas (SO2 H2SO3 + H2SO4) Meios Corrosivos 98 1. Atmosfera 1.3 Poluentes: Gases: Além de O2 e N2: CO, CO2, SO2, SO3, H2S, HCl, NH3, etc. Sua presença está associada a atividades industriais e a combustíveis utilizados Ex1.: Emissão de SO3 e SO2 decorrentes da queima de óleos combustíveis, os quais contêm geralmente de 3 a 4% de enxofre SO3 + SO2 + UR ácidos (atmosferas industriais corrosivas) Meios Corrosivos 99 1. Atmosfera 1.3 Poluentes: Gases (continuação): Ex2.: Chuva ácida formação de óxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio (queima de combustíveis) chuva ácida Ex3.: CO2 e CO (queima de combustíveis) + água (UR, chuvas): forma H2CO3 forma CaCO3 (insolúvel - proteção de metais), mas promove a carbonatação de concreto (deterioração) Ex4.: ozônio: ação prolongada em elastômeros perda da elasticidade e deterioração Meios Corrosivos 100 1. Atmosfera Meios Corrosivos 101 1. Atmosfera 1.4 Outros fatores: • Temperatura: se for elevada pode diminuir a condensação de vapor d’água e adsorção de gases diminuindo a possibilidade de corrosão • Tempo de permanência do filme de eletrólito na superfície metálica: menor o tempo, menor a ação – efeitos climáticos: -Chuvas: solubilizam sais, retirando-os da superfície (benéfico) ou se houver frestas pode depositar solução de sais (maléfico) -Ventos: arrastam ou retiram poluentes das superfícies -Variações cíclicas climáticas (aquecimento/resfriamento), insolação (deterioração pelos raios UV) Meios Corrosivos 102 1. Atmosfera Classificação das atmosferas segundo a corrosão relativa em aço- carbono Meios Corrosivos Atmosfera Corrosão relativa Rural seca 1-9 Marinha 38 Industrial (marinha) 50 Industrial 65 Industrial (fortemente poluída) 100 Maior conteúdo de substâncias poluentes produção de gases corrosivos 103 1. Atmosfera – observações gerais: Início da corrosão = velocidade só depende da composição da atmosfera (independe da composição do material metálico) Quando se forma o produto de corrosão = velocidade depende da composição do material e do produto Atmosferas poluídas e com UR alta = velocidade depende da composição do material metálico (produto de corrosão normalmente possui características protetoras); conveniente o emprego de revestimentos protetores Atmosferas não-poluídas = pode-se usar aço carbono (mais barato), pois a composição do material metálico é o fator determinante Meios Corrosivos 104 2. Águas naturais • Os materiais metálicos em contato com a água tendem a sofrer corrosão dependendo das substâncias presentes • Contaminantes mais freqüentes: Gases dissolvidos (O2, N2, CO2, Cl, NH4, SO2, SO3 e H2S) Sais dissolvidos (NaCl, MgCl2, Na2CO3, etc) Matéria orgânica (animal ou vegetal) Bactérias, limos e algas Sólidos em suspensão pH, T, velocidade de escoamento e ação mecânica Meios Corrosivos 105 2. Águas naturais • Dependendo da finalidade da água – contaminantes devem ser considerados: a) Água potável: Qualidade sanitária, evitando-se presença de sólidos suspensos e sais clarificação, cloração e controle de pH b) Água para sistemas de resfriamento: Evitar presença de sólidos suspensos ou sais formadores de depósitos e crescimento biológico (corrosão sob depósito ou aeração diferencial) cloração, inibidores de corrosão e controle de pH a) Água de geração de vapor (caldeiras): Evitar presença de O2 e sais incrustantes (corrosão por depósito) desaeração, desmineralização e controle de pH Meios Corrosivos 106 2. Águas naturais Velocidade de corrosão média de alguns metais e ligas em água do mar sem agitação Meios Corrosivos 107 3. Solos • Importante pelas grandes extensões de tubulações e tanques combustíveis enterrados: oleodutos, minerodutos, gasodutos, cabos telefônicos, tubulações de água perfurações, vazamentos, contaminações do solo e lençóis freáticos, possibilidade de incêndios e explosões • A velocidade de corrosão depende da natureza do solo: Porosidade (aeração), umidade, pH Potencial redox Condições climáticas variam atividade dos componentes Heterogeneidade do solo Microrganismos Meios Corrosivos 108 3. Solos • Características físico-químicas – influem mais diretamente na sua ação corrosiva: Presença de água, sais solúveis, gases pH Resistividade elétrica Potencial redox Características dependentes – ação conjunta Ex.: água + sól. solúveis = menor resistividade elétrica favorecimento da corrosão Meios Corrosivos 109 3. Solos • Condições microbiológicas – colaboração para maior ação corrosiva devido: Influência direta na velocidade de reações – ex.: Desulfovibrio (bactérias anaeróbicas) – na ausência de ar retiram energia para seus processos metabólicos da reação de oxirredução afetando a velocidade do processo corrosivo Modificação da resistência de películas protetoras – bactérias celulolíticas (consomem revestimentoscelulósicos) Origem de meios corrosivos: como as oxidantes de enxofre ou derivados Meios Corrosivos 110 3. Solos • Condições operacionais: Condições climáticas (chuvas aumento da umidade do solo, temperatura/umidade, UR alta e ventos evaporação da umidade do solo) Emprego de fertilizantes (sais que promovem baixa resistividade elétrica tendências corrosivas) Despejos industriais (alterações das características do solo) Profundidade das tubulações (variação do teor de O2) Etc. (aeração diferencial pela porosidade, contato entre materiais metálicos pilha) Meios Corrosivos 111 3. Solos • Proteção de tubulações enterradas*: Revestimentos Proteção catódica Substituição de tubos metálicos por não-metálicos Encamisamento de material de tubulações com material isolante Mais usual para tubulações de maior responsabilidade (oleodutos, gasodutos, adutoras e minerodutos): combinação de proteção catódica e revestimento Meios Corrosivos 112 4. Produtos quimicos Em processos químicos: pode haver a deterioração do material metálico do equipamento e a contaminação do produto químico Fatores influentes (complexos): pureza do metal, contato de metais diferentes, natureza da superfície metálica, pureza do produto químico, concentração, T e aeração Meios Corrosivos 113 5. Alimentos Efeito corrosivo: relação com a formação de sais metálicos tóxicos pelo uso de ácidos orgânicos como conservadores que atacam os recipientes metálicos Efeito tóxico dos sais resultantes e alteração de características sensoriais do alimentos (sabor, aroma, aparência) e provocar rancidez Proteção: uso de aço INOX com manutenção (corrosão por pite e sob tensão fraturante); revestimentos em embalagens Meios Corrosivos 114 6. Substâncias fundidas Ocorre corrosão quando o material metálico é solúvel no composto ou metal fundido (ddp) 7. Solventes orgânicos Compostos de ligações covalentes: não-eletrólitos São corrosivos quando contêm impurezas Hidrólise (água a alta T ou na forma de vapor) de solventes clorados HCl Estudos da ação corrosiva do EtOH: escolha de materiais metálicos para uso em motores e componentes de automóveis Meios Corrosivos 115 8. Madeiras e plásticos (polímeros) Maioria: DECOMPOSIÇÃO e não CORROSÃO Madeira: desomposição por ação microbiológica Plásticos: decomposição térmica ou microbiológica Decomposição da madeira: formação de vapores corrosivos, principalmente ác. acético (hidrólise de substâncias orgânicas) Decomposição de plásticos: PVC a alta T HCl(g), que na presença de água forma HCl; teflon a altas T (>350 oC) forma HF (g), que na presença de água forma HF; borracha clorada exposta a luz UV ou a altas T forma HCl (g) (+ H2O HCl) Meios Corrosivos 116 • Velocidade média de corrosão ou velocidade instantânea • Permitem estimar a vida últil de uma determinada estrutura • A velocidade com que se processa a corrosão é dada pela massa de material desgastado, em uma certa área, durante um certo tempo, ou seja, pela taxa de corrosão Velocidade de corrosão 117 • Unidades: mm/ano, mg/dm2/dia (mdd), milésimos de polegada por ano (mpy) • O cálculo da velocidade de corrosão: v = velocidade ou taxa de corrosão i = intensidade da corrente elétrica (A) F = cte de Faraday S = área exposta/anódica Velocidade de corrosão 118 • O cálculo das taxas de corrosão em mm/ano e mpy, quando se conhece a perda de massa pode ser dada pelas seguintes expressões: mm/ano e mpy = perda de espessura m = perda de massa, em mg S = área exposta, em mm2 ou pol2 t = tempo de exposição, em horas = massa específica do material (g/cm3) • A massa deteriorada pode ser calculada pela equação de Faraday: m: massa do metal que se dissolve K: equivalente eletroquímico do metal i: corrente de corrosão t: tempo Velocidade de corrosão 119 • A corrente “i” de corrosão é um fator fundamental em maior ou menor intensidade do processo corrosivo e o seu valor pode ser variável ao longo do processo corrosivo • A corrente de corrosão depende fundamentalmente de dois fatores: • Diferença de potencial das pilhas (diferença de potencial entre áreas anódicas e catódicas) - ddp; • Resistência de contato dos eletrodos das pilhas (resistência de contato das áreas anódicas e catódicas) - R Velocidade de corrosão 120 • A diferença de potencial (ddp) pode ser influenciada: • Pela resistividade do eletrólito • Pela superfície de contato das áreas anódicas e catódicas • Fenômenos de polarização e passivação • O controle da velocidade de corrosão pode se processar na área anódica (controlada anodicamente) ou na área catódica (controlada catodicamente) ou nas duas áreas (controle misto) Velocidade de corrosão 121 • Fatores influentes na velocidade: Outros fatores influem na velocidade de corrosão, principalmente porque atuam nos fenômenos de polarização e passivação: • Aeração do meio corrosivo • pH do eletrólito • Temperatura • Efeito dos sais dissolvidos • Efeito da velocidade relativa Velocidade de corrosão 122 • Fatores influentes na velocidade: • Aeração do meio corrosivo • O2 funciona como controlador dos processos corrosivos • Na P atmosférica, a velocidade de corrosão aumenta com o acréscimo da taxa de oxigênio dissolvido • O2 é um elemento despolarizante e que desloca a curva de polarização catódica no sentido de maior corrente de corrosão – promove corrosão e sua velocidade • pH do eletrólito • Maioria dos metais passivam-se em meios básicos (exceção para os metais anfóteros) Velocidade de corrosão 123 • Fatores influentes na velocidade: • Temperatura • Aumento da T acelera as reações químicas as taxas de desgaste corrosivo aumentam com o aumento da T • Ainda, a elevação da T diminui a resistividade do eletrólito aumenta-se a velocidade de corrosão • Efeito dos sais dissolvidos: • Aceleração: pela ação despolarizante, aumento da condutividade • Retardamento: precipitação de produtos, diminuição da solubilidade do O2, ação inibidora ou passivadora Velocidade de corrosão 124 • Fatores influentes na velocidade: • Efeito da velocidade relativa • A velocidade relativa, entre a superfície metálica-eletrólito (fluxo), atua na taxa de desgaste em três etapas: 1. Para velocidades baixas - há uma ação despolarizante intensa que se reduz à medida que a velocidade é diminuída 2. A partir desta velocidade as taxas praticamente se estabilizam 3. Voltam a crescer para altas velocidades quando, diante de um movimento turbulento, tem-se ação erosiva Efeito da velocidade relativa do metal/eletrólito na corrosão do aço em água do mar Velocidade de corrosão 125 • É a modificação do potencial de um eletrodo devido à variações de concentração, sobre-voltagem de um gás ou variação de resistência ôhmica • Se não houvesse o efeito da polarização, a corrente entre ânodos e cátodos seria muito mais elevada, à semelhança de um quase curto circuito porque as resistências elétricas do metal e do eletrólito são muito baixas, restando apenas as resistências de contato dos eletrodos • Os fenômenos de polarização promovem a aproximação dos potenciais das áreas anódicas e catódicas e produzemaumento na resistência ôhmica do circuito, limitando a velocidade do processo corrosivo Polarização 126 • Lembrar: • E ddp entre os eletrodos, indica somente quem atuará como cátodo e ânodo • A v de corrosão dependerá das características de polarização do sistema • Quando reações catódicas e anódicas ocorrem, os metais se polarizam polarização dos eletrodos, polarização anódica e polarização catódica • Quanto mais polarizada for a reação no eletrodo, menor a velocidade de corrosão resultante o E dos metais variam em função da corrente circulante (polarização) As taxas de corrosão observadas na prática são muito inferiores às teóricas Polarização 127 • Diversas causas: • Presença de meio oxidante • Diferença de concentração iônica • Diferença de T • Diferença de aeração • Fonte externa, etc • Formas de polarização: • Polarização por concentração • Polarização por ativação • Polarização ôhmica Polarização 128 • Definição: É a modificação do potencial de um eletrodo no sentido de menor atividade (mais catódico ou mais nobre) devido a formação de uma película de produto de corrosão (película passivante) • Comportamento diferente ao previsto pela tabela de potenciais – tornar-se passivos a determinados meios • Ex.: Fe é rapidamente atacado pelo HNO3 concentrado, mas se em seguida entrar em contato com HNO3 diluído, não é mais atacado • Os metais e ligas metálicas que se passivam são os formadores de películas protetoras Passivação 129 • Depende do material e do meio • Exemplos: – Cr, Ni, Ti, aço INOX, monel se passivam na grande maioria dos meios corrosivos, especialmente na atmosfera – Pb se passiva na presença de H2SO4 – Fe se passiva na presença de HNO3 concentrado – A maioria dos metais e ligas passivam-se na presença de meios básicos, com exceção dos metais anfóteros (Al, Zn, Pb, Sn e Sb) • A passividade de um material pode ser destruída com choques mecânicos, substâncias redutoras, polarização catódica e íons halogenetos Passivação 130 • Influência da passivação nas taxas de corrosão: Taxas de Corrosão de um Metal Passivável Taxas de Corrosão de um Metal Não Passivável Passivação 131 • Casos anteriores: relacionados à ação do meio corrosivo • Entretanto, se houve associação entre o meio e solicitações mecânicas podem ocorrer fraturas, deixando o equipamento inoperante e trazendo problemas relativo à segurança das instalações e operadores • Ação mecânica pode ser estática (corrosão sob tensão) ou dinâmica (corrosão sob fadiga) Solicitações mecânicas 132 • Não é restrito a materiais metálicos: polietileno e outros materiais termoplásticos, na presença de determinados solventes organicos, e náilons, na presença de fenóis ou ácidos fórmico, podem sofrer corrosão sob tensão • Principais casos de corrosão causados por interação de solicitações mecânicas e ambiente: • Corrosão sob fadiga • Corrosão com erosão, cavitação e impingimento • Corrosão sob atrito • Fragilização por metal líquido • Fragilização pelo hidrogênio • Fendimento por álcali • Corrosão sob tensão Solicitações mecânicas 133 • Quando é submetido a solicitações mecânicas alternadas ou cíclicas • Forma-se uma pequena trinca, num ponto de concentração de tensões, que penetra perpendicularmente a tensão no metal até não suportar e fraturar • Metais sujeitos: os que tem camada protetora (ex.: óxido que produza resistência a um meio que tenderia a atacar o metal) tensões mecânicas sucessivas propagam uma trinca que expõe o metal ao meio Corrosão sob fadiga 134 • Ocorrência: • Tubulação de equipamentos de perfuração de poços, usada para bombeamento de petróleo corrosão por fadiga resultante da ação corrosiva da água salgada • Tubulações de vapores ou líquidos de T variáveis fratura pelo ciclo térmico (expansão/contração periódicas) • TC vibrações pelas bombas de líquidos • Vasos de pressão • Mecanismo de início da fratura: • Concentração de tensões em locais de entalhes ou pites formados pelo meio corrosivo • Fendas na superfície são produzidas por intrusões ou extrusões microscópicas formadas durante os ciclos de tensões Corrosão sob fadiga 135 • Proteção: • Proteção anódica • Inibidores • Revestimentos metálicos anódicos ou de sacrifício • Películas não-metálicas com pó de Zn • Jateamento da superfície do metal • Alterações de projeto – eliminar áreas de concentração de tensões Corrosão sob fadiga 136 • Corrosão por contato com um fluido em movimento pode ser aumentada por efeitos dinâmicos ação erosiva e corrosiva • Ação da erosão: destruição de camadas superficiais protetoras aparecimento de ânodos • Ação erosiva de um gás é aumentada pela presença de gotículas de líquido ou fragmentos sólidos, e a de líquidos pela presença de partículas sólidas • Fatores influentes: velocidade, ângulo de incidência, T, dureza e forma das partículas Erosão-Corrosão 137 • Ação dinâmica, no interior de um fluido, associada a formação e ao colapso de cavidades nas regiões abaixo da Pv do líquido • Originada do comportamento do líquido e não do que ocorre com o metal: • Por descompressão ocorre a ebulição do líquido, formando nuvens de bolhas colapso ou implosão (áreas de P elevadas) avarias nos materiais • Proteção: • Eliminar possibilidades de áreas de quedas de P, turbulência, vibração, ter NPSH maior que o requerido Corrosão-Cavitação 138 • Ataque por impingimento ou corrosão por turbulência: corrosão associada ao fluxo turbulento de um líquido • O fluido em movimento pode conter gases que se movem com ele ação da turbulência associada aos choques rompimento das bolhas corrosão-erosão por impingimento • Ex.: curvas de linhas de condensado em Cu ou ligas • Proteção: • Reduzir v do fluido, diminuir quantidade de ar ou partículas sólidas no líquido, modificar geometria dos equipamentos, placas defletoras Ataque por impingimento 139 • Ocorre quando duas superfícies em contato e sob carga forem submetidas a pequenos deslizamentos (por vibrações) • Mecanismo: • Pequenas partículas metálicas são arrancadas e oxidadas • A superfície é oxidada pelo calor gerado no atrito • Partículas de óxido removidas • Proteção: • Combinação de metal mole com metal duro (evitar uso de soldas e deslizamento das interfaces) • Contrução de superfícies que evitem o deslizamento por completo • Uso de lubrificantes • Uso de materiais com baixo coeficiente de atrito (elastômeros) Corrosão sob atrito 140 • Ocorre quando metais no estado sólido são submetidos a tensões residuais ou externas aliado ao contato com metais fundidos • Acontece através de uma tensão aplicada concomitante ao contato entre o metal sólido tensionado e o fundido fragilizante • Mecanismo: enfraquecimento das ligações interatômicas do sólido no vértice da trinca • Ex.: desagregação de objetos de latão sujeitos a tensões residuais em presença de sais de Hg Fragilização por metal líquido 141 • Interação do H2 por diferentes mecanismos, causando modificações nas propriedades mecânicas do material metálico fraturas • O aparecimento de H2 em metais pode ter origem durante o processamento e fabricação ou posteriormente em serviço • O H2penetra nos metais na forma atômica difunde na rede cristalina formação de hidretos ou incorporação na rede cristalina (tensão) Fragilização pelo H2 142 • A fim de evitar a corrosão do Fe pela água, são adicionadas à água substâncias alcalinas que tornam o Fe passivo • Choques mecânicos e térmicos água evapora e o eletrólito se deposita em frestas, concentrando a solução alcalina área catódica, corroendo o Fe e produzindo H2 (tensão) • Proteção: • Evitar frestas – usar soldas tratadas termicamente • Uso de aditivos, ajustando o pH sem uso de substâncias alcalinas • Uso de revestimentos (não viável economicamente) Fendimento por álcali 143 • Deterioração dos materiais devido à ação combinada de tensões residuais ou aplicadas e meios corrosivos • A ação sinérgica é mais rápida que a soma das ações isoladas • Tensões são originadas de condições operacionais, como pressurização • Praticamente não se observa perda de massa do material (permanece com bom aspecto até a fratura) Corrosão sob tensão 144 • Dependente: • Da tensão: quanto maior, menor o tempo para a fratura • Da concentração ou natureza do meio corrosivo • Da T: “catalização” das reações • Da estrutura e da composição do metal: de forma geral, metais com grãos menores são mais resistentes Corrosão sob tensão 145 • Proteção: • Diminuição da tensão para valores abaixo do limite mínimo (quando existe) para a ocorrência de CST • Eliminação de espécies críticas no meio corrosivo (desgaseificação, desmineralização, destilação) • Substituição da liga por outra menos susceptível à CST; • Aplicação de proteção catódica; • Utilização de inibidores de corrosão; • Uso de revestimentos; • Utilização de shot-peening que produz tensões de compressão residuais na superfície do metal Corrosão sob tensão
Compartilhar