Buscar

Direito Civil I - Obrigações

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Civil I – Obrigações
Introdução ao Estudo das Obrigações:
Conceito: obrigação nada mais é do que vínculo. No direito das obrigações estuda-se as normas que disciplinam as relações jurídicas pessoais estabelecidas entre credor e devedor em virtude das quais o devedor obriga-se, segundo a autonomia privada, a cumprir a prestação de dar, fazer ou não fazer, nos limites da função social e da boa-fé objetiva. 
Ramos do Direito: 
Não patrimonial: direito da personalidade
Patrimonial: direito das coisas e direito das obrigações.
Importância do direito das obrigações: exerce grande influência na vida econômica.
Características do direito das obrigações:
Direitos relativos: envolvem somente as partes.
Direito a uma prestação positiva ou negativa: exigem comportamentos do devedor (dar, fazer ou não fazer).
Conteúdo econômico: a coisa negociada tem que ter um valor econômico.
Direitos obrigacionais (pessoais) x direitos reais:
Direito das coisas ou direitos reais: relação entre pessoa e coisa / erga omnes: todos / afeta a coisa / pessoa x coisa / incide sobre a coisa / perpétuo / números clausus. No direito real o sujeito tem uma relação real com a coisa. 
Direito das obrigações ou direito pessoal ou direito de crédito: relação entre pessoas / Características: relatividade, patrimonialidade e direito de exigir / relativos: partes envolvidas / afeta a pessoa / cumpre uma prestação / transitórios / número aberto. No direito das obrigações o sujeito passivo (devedor) tem uma relação obrigacional com o sujeito ativo (credor).
Figuras híbridas: 
São obrigações que mesclam características de direitos reais e direitos pessoais (criadas pela jurisprudência).
Obrigações “propter rem” / “in rem” / “ob rem”: por causa da coisa. Possui características de direito obrigacional e direito real. É uma obrigação que recai sobre uma pessoa por força de um determinado direito real. Ex: obrigação de pagar uma taxa condominial. Relação ambulatória: passa para outra pessoa. Agravo Regimental nos Embargos Declaração 1203101/sp resp 846187/sp.
Ônus reais: limitam o uso e gozo da propriedade, aderem a coisa e não a pessoa. Quem deve é a coisa e não a pessoa. Ex: renda constituída sobre imóvel.
Obrigações com eficácia real: são obrigações pactuadas em contrato e que alcançam por força de lei a dimensão de direito real. Ex: art 8° da lei do hinquilinato (8245/91) caso da anotação da obrigação locatícia levada a registro no cartório de imóveis. 
Noções Gerais: 
Obrigação: vínculo jurídico pelo qual alguém (sujeito passivo – devedor) se propõe a dar, fazer ou não fazer alguma coisa (objeto – prestação) a alguém (sujeito ativo – credor).
Elementos constitutivos da obrigação: 
Elemento subjetivo: são os sujeitos da relação obrigacional (as partes) que devem ser pessoa física ou jurídica, determinada ou determinável, de indeterminabilidade relativa ou temporária. 
- Sujeito ativo: é o credor da relação obrigacional, titular do direito de crédito, detentor do poder de exigir o cumprimento coercitivo (judicial) da prestação pactuada.
- Sujeito passivo: é o devedor, parte a quem incumbe o dever de efetuar a prestação.
Elemento Objetivo: é o objeto ou a prestação.
- licita
- possível (natural ou jurídica)
- determinada/determinável (gênero, quantidade).
- economicamente apreciável
*O objeto divide-se em: 
- direto/ imediato: conduta do devedor (dar, fazer ou não fazer.
- indireto/mediato: bem, coisa (dar fazer ou não fazer o que?)
Elemento abstrato: ideal / imaterial (vínculo jurídico). Vínculo jurídico é o liame existente entre o credor (SP) e devedor (SA) que confere ao devedor a obrigação de cumprir a prestação e confere ao credor o direito de exigir o cumprimento. É chamado de vínculo jurídico porque traz uma sansão em caso de inadimplemento. 
- vínculo jurídico (elemento imaterial): nele existe o débito (shuld) e a responsabilidade (haftung).
Obrigação Natural: é uma obrigação sem exigibilidade, responsabilidade. Ex: prescrição de uma prestação decorrente de uma dívida e a impossibilidade de cobrança judicial de uma dívida de jogo. Apesar de não possuir responsabilidade nada impede do devedor pagar a sua dívida, e o credor pode fazer a retenção do pagamento caso receba “soluti retentio”.
Fontes das Obrigações: 
Conceito: são os fatos jurídicos que dão origem aos vínculos obrigacionais de conformidade com as normas jurídicas. 
Classificação das Fontes das Obrigações: 
No Direito Romano:
- O jurisconsulto Gaio que sistematizou as fontes das obrigações.
- Contrato: compreendendo as convenções, as avenças firmadas entre duas partes.
- Quase contrato: atividade lícita sem o consentimento, ou seja, sem acordo prévio. Ex: gestão de negócios.
- Delito: ilícito dolosamente cometido, causador de prejuízo para outrem.
- Quase delito: consiste nos ilícitos em que o agente atuou culposamente, por meio de comportamento carregado de negligência, imprudência ou imperícia. 
Classificação moderna (Código Civil):
- A lei é a fonte primária das obrigações e dentro da lei estão os...
a) Atos negociais: contrato e declarações unilaterais de vontade. Ex: promessa de recompensa. -contrato: vontade mútua e acordo de vontades.
b) Atos unilaterais: direito da vizinhança.
c) Ato ilícito: delito e quase delito
-delito: dano causado voluntariamente a outrem.
- quase delito: dano causado involuntariamente a outrem.
Classificação das Obrigações: 
Obrigação de dar: consiste na atividade de entregar (transferindo-se a posse ou detenção da coisa) ou restituir (quando o credor recupera a posse ou a detenção da coisa entregue ao devedor). Subdividem-se em obrigações de dar coisa certa (arts. 233 a 242) e dar coisa incerta (arts. 243 a 246).
# Transferência de domínio: a transferência do domínio se faz com a tradição (entrega) da coisa, a simples assinatura do contrato não a garante. Quando eu tenho uma propriedade eu possuo uso, gozo e fluição. O inquilino no caso é possuidor (usa), mas o proprietário ainda tem a detenção (gozo e fluição).
Bens Imóveis: adquiro a transferência de domínio através do registro no respectivo cartório.
Bens móveis: a transferência se opera com a simples entrega.
# Posse: é situação de fato é exercício pleno ou não de um dos poderes inerentes à propriedade (uso, gozo e fluição).
# Detenção: possui aquele que conserva a posse em nome de seu dono. Ex: caseiro.
Obrigação de dar coisa certa: (ENTREGAR)
Art. 233: “A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.” - O acessório segue o principal.
Art. 313: “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.” – O credor não é obrigado a receber coisa diversa.
Art. 234: “Se, no caso do artigo antecedente, a coisa a se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.” Perda total (perecimento): sem culpa do devedor 1ª p; com culpa do devedor 2ª p. 
Art. 235: “Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido o seu preço o valor que perdeu.” – Perda parcial (deterioração): sem culpa.
Art. 236: “Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.” – Perda parcial (deterioração): com culpa.
Art. 237: Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.” – Melhoramentos: o devedor resolve se quer levar e pagar um pouco mais.
Regra: sem culpa -> a coisa se perde para o seu dono.
Obrigação de dar coisa incerta: (ENTREGAR)
A obrigação de dar coisa incerta é um tipode obrigação genérica em que a coisa é indicada apenas pelo gênero e quantidade. Trata-se pois, de uma obrigação de dar cuja coisa ainda não fora individualizada. Em geral as escolhas são feitas pelo devedor e deve ser feita pela média.
Art. 243: “A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.” – A indeterminalidade do objeto é relativa.
Art. 244: “Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.” – concentração ou escolha cabe ao devedor.
Obrigação de dar coisa certa (RESTITUIR):
Há a devolução da coisa recebida, quem devolve não é o dono.
Ex: contrato de locação, contrato de comodato (empréstimo gratuito de coisas infungíveis).
Art. 238: “Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.” – sem culpa: o credor arca com o prejuízo.
Art. 239: “Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.” 
Art. 240: “Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal que se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.”
-Melhoramentos:
Art. 241: “Se, no caso do art. 238, sobreviver melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.”
Art. 242: “Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou má-fé. 
Parágrafo Único: Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
- Art. 96: “As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis ou necessárias.
§ 1.º São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o tornem mais agradável ou sejam de elevado valor.
§ 2.º São úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem.
§ 3.º São necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.”
- Art. 1.219: “O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto as voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.”
- Art. 1.220: “Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
- Art. 1.222: “O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.”
-Art. 1.214: “O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. 
Parágrafo único: os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.” 
Obrigação Pecuniária – Dar (PAGAR): 
Art. 313: “O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.”
Art. 314: “Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.”
Art. 315: “As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subsequentes.” – Princípio do nominalismo: o devedor entrega a quantidade de dinheiro mencionada no contrato, ainda que desvalorizada pela inflação.
- Obrigatoriedade do pagamento em moeda nacional: uso forçado.
- Dívida de valor: tem por objeto o valor econômico (aquisitivo) da moeda, e não o dinheiro em si. Ex: 500 reais comprava muita coisa, agora não compra nada.
Art. 316: “É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.”
– Correção monetária.
Art. 317: “Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.” 
- Teoria da imprevisão: onerosidade excessiva. Ex: dólar era 1 real e passou a ser 2 reais.
Art. 318: “São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o valor da moeda nacional, executados os casos previstos na legislação especial.” – proibição da “clausula ouro”: moeda e ouro só são permitidos em contratos internacionais, o resto só moeda nacional. 
O princípio da força obrigatória dos contratos (Pacta Sunt Servanda) apesar de estar, como regra, mantido em nosso direito não é um princípio absoluto. A doutrina e a jurisprudência vem adotando a teoria da imprevisão (Rebus Sic Stantibus) que ocorre quando um fato superveniente ao contrato vem a torná-lo excessivamente oneroso a uma das partes em benefício inesperado da outra. Para isso o juiz poderá revisá-lo, com o intuito de restabelecer o equilíbrio contratual.
Art. 319: “O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.”
Art. 320: “A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo Único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.”
Art. 321: “Nos débitos, cuja a quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.”
Art. 322: “Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.”
Art. 323: “Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.”
Art. 324: “A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.”
Parágrafo Único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.”
Art. 325: “Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.”
Art. 326: “Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silencio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.”
Obrigação de Fazer: “Obligatio Faiendi”
Na obrigação de fazer interessa ao credor a própria atividade do devedor. Em tais casos, a depender da possibilidade ou não do serviço ser prestado por terceiro a prestação do fato poderá ser fungível ou infungível. A infungibilidade pode advir de clausula ou pelas qualidades personais e artísticas do contratado.
Art. 247: “Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.” – 461 CPC: execução específica da obrigação + perdas e danos.
Art. 248: “Se a prestação do fato tornar-se impossível, sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.” 
Art. 249: “Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor manda-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo Único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.” – Em caso de urgência, mande fazer depois peça para o juiz ressarcimento.
Obrigaçãode não fazer: 
Tem por objeto uma prestação negativa do devedor, é um dever de abstenção. Tal abstenção não pode envolver uma restrição à liberdade individual.
Art. 250: “Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.” – Inadimplemento fortuito ou não culposo.
Art. 251: “Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo Único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.”
Classificação Especial das Obrigações:
Quanto a unicidade ou complexidade: (simples ou complexas) considera-se a unicidade ou complexidade dos elementos constitutivos da obrigação (subjetivo e objetivo). Na obrigação simples haverá apenas 1 credor, 1 devedor e 1 objeto. Na obrigação complexas haverá multiplicidade de sujeitos e/ou objetos.
Quanto ao elemento objetivo (objeto): (alternativas, facultativas, cumulativas, divisíveis e indivisíveis, liquidas e ilíquidas) 
Alternativas ou disjuntivas: tem por objeto duas ou mais prestações, sendo que o devedor se exonera cumprindo apenas uma delas. Ex: suíte do 1º ou do 2º andar. 
- Art. 252: “Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. (Trata-se da escolha)
§ 1.º Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. (Princípio da indivisibilidade do objeto)
§ 2.º Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. (Princípio do “jus variand”)
§ 3.º No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unanime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para deliberação. (Não vale a decisão da maioria)
§ 4.º Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exerce-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.”
- Art. 253: “Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível subsistirá o débito quanto à outra.” (Impossibilidade parcial sem culpa)
- Art. 254: “Se por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.” (Impossibilidade total com culpa)
- Art. 255: “Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito a exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização de perdas e danos.” (Impossibilidade parcial e total com culpa)
- Art. 256: “Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.” 
Obrigações Facultativas: a obrigação é considerada facultativa quando tem um objeto único e o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra prevista subsidiariamente. Por ser prestação única, se a inicialmente prevista se impossibilitou sem culpa do devedor a obrigação se extingue não tendo o credor direito de exigir a prestação subsidiária.
Obrigações Cumulativas ou Conjuntivas: são as que tem uma pluralidade de prestações que devem ser cumpridas conjuntamente.
Obrigações divisíveis: são aquelas que admitem o cumprimento fracionado ou parcial da prestação, havendo pluralidade de credores.
- Art. 257: “Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Obrigações indivisíveis: são aquelas que só podem ser cumpridas por inteiro. A indivisibilidade pode ser: 
- Natural: cavalo;
- Jurídica: estatuto da terra, pequena propriedade rural, módulos; 
- Convencional: as partes que resolvem;
- Econômica: diamante não convém que seja dividido.
- Art. 258: “A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.”
- Art. 259: “Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo Único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.”
- Art. 260: “Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I – a todos conjuntamente;
II – a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.” (Este documento deve ter firma reconhecida)
- Art. 261: “Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe cabia no total.”
- Art. 262: “Se um dos credores remitir (perdoar) a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo Único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.”
- Art. 263: “Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1.º Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2.º Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.”
Obrigação Líquida: é a obrigação certa quanto a sua existência, e determinada quanto ao seu objeto. A prestação, pois, nesses casos, é certa, individualizada, a exemplo do que ocorre quando alguém se obriga a entregar ao credor a quantia de R$ 100,00.
Obrigação Ilíquida: carece especificação do quanto para que possa ser cumprida. Tal especificação ou apuração processual dá-se por meio do procedimento de liquidação. Existem 3 formas: arbitramento, simples cálculos e liquidação por artigos.
-Procedimento de liquidação: arbitramento: dano moral; liquidação por artigos: fatos novos (acidente de trânsito); cálculos ou simples cálculos: direito do trabalho.
Quanto ao elemento acidental:
Condicional: está condicionada a algum evento futuro e incerto. Ex: entrego o carro quando você se casar (casamento não marcado).
- Art. 121: “Considera-se condição a clausula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto.”
A termo: está condicionada a um evento futuro e certo. Ex: Mês que vem te entrego (prazo). 
Modal (encargo, ônus): são aquelas oneradas com um encargo (ônus), imposto a uma das partes que experimentará benefício maior. O encargo precisa ser pequeno para não caracterizar uma contraprestação. Ainda que o encargo for absurdo o juiz pode interferir na obrigação privada para ser modificada. Ex: meu tio me deixa a fazenda de 100 alqueires se, em 2 deles, eu fizer uma clínica. 
Quanto ao conteúdo: 
Obrigação de meio: Que utiliza as melhores técnicas possíveis, mas não garante o resultado. Ex: médico, advogado, empresa de marketing, cirurgia de miopia (Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) Andamento Processual 1.070701044481-8/001)
Obrigação de Resultado: o devedor se obriga não apenas a empreender a sua atividade, mas principalmente a produzir o resultado esperado pelo credor. Ex: cirurgião plástico (Agravo Regimental no Agravo Regimental – 1132743/RJ | Agravo Regimental no Recurso Especial 256174/DF).
Obrigação de Garantia: tem por conteúdo eliminar riscos que posem sobre o credor. Ex: seguradora e fiador.
Quanto ao momento da execução: 
Instantânea: Compra e venda à vista.
Deferida: entrega do objeto em data posterior.
Continuada ou trato sucessivo: ocorre quando o objeto é entregue em prestações

Continue navegando