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144 CAPÍTULO 3. INTEGRAIS DE SUPERFÍCIES 3.8 O Teorema da divergência ou Teorema de Gauss O Teorema de Stokes relaciona uma integral de superfície com uma de linha ao longo do bordo da superfície. O Teorema de Gauss exprime uma relação entre uma integral de superfície e uma integral de volume sobre a região limitada pela superfície. Teorema 3.64 Teorema da divergência ou Teorema de Gauss: Seja V um sólido no R3 limitado por uma superfície S regular, ou regular por partes, fechada, orientada pela normal unitária exterior n. Seja D um aberto contendo V e F : D→ R3 um campo vetorial de classe C1 em D. TemosZZZ V div F (x, y, z) dxdydz = ZZ S=∂V F.n dS. (3.7) Prova. Seja F (x, y, z) = (P (x, y, z) , Q (x, y, z) , R (x, y, z)) . Expressando n em termos do seus cossenos diretores, n = (cosαx, cosαy, cosαz) , provar a igualdade em (3.7) é equivalente a provar queZZZ V ∂P ∂x (x, y, z) dxdydz = ZZ S P cosαx dS = ZZ S Pdy ∧ dz,ZZZ V ∂Q ∂y (x, y, z) dxdydz = ZZ S Q cosαy dS = ZZ S Qdz ∧ dx, ZZZ V ∂R ∂z (x, y, z) dxdydz = ZZ S R cosαz dS = ZZ S Rdx ∧ dy. A idéia da prova é a mesma para todas: transformar a integral tripla numa dupla e esta numa integral de superfície. Para a terceira igualdade vamos supor que V é projetável no plano xOy, isto é V = {(x, y, z) : (x, y) ∈ K, f1 (x, y) ≤ z ≤ f2 (x, y)} , onde K ⊂ R2 é fechado e limitado com fronteira ∂K = γ regular, ou regular por partes, fechada, simples e as funções f1, f2 : K → R são de classe C1 em K. Nestas condições temos S = S1∪ S2 ∪ S3, onde S1 = {(x, y, z) : (x, y) ∈ K, z = f1 (x, y)} , S2 = {(x, y, z) : (x, y) ∈ K, z = f2 (x, y)} , S3 = {(x, y, z) : (x, y) ∈ ∂K, f1 (x, y) ≤ z ≤ f2 (x, y)} . 3.8. O TEOREMA DA DIVERGÊNCIA OU TEOREMA DE GAUSS 145 Logo ZZ S R cosαz dS = 3X i=1 ZZ Si R cosαz dS. 1. Em S3 vemos que n é paralelo ao plano xOy, assimZZ S3 R cosαz dS = 0. 2. S2 pode ser parametrizada por r (x, y) = (x, y, f2 (x, y)) , (x, y) ∈ K, então N (x, y) = µ −∂f2 ∂x (x, y) ,−∂f2 ∂y (x, y) , 1 ¶ e n (x, y) = N (x, y) kN (x, y)k e portantoZZ S2 R cosαz dS = ZZ S2 Rdx ∧ dy = ZZ K R (x, y, f2 (x, y)) dxdy. 3. S1 pode ser parametrizada por r (x, y) = (x, y, f1 (x, y)) , (x, y) ∈ K, então N (x, y) = µ −∂f1 ∂x (x, y) ,−∂f1 ∂y (x, y) , 1 ¶ e n (x, y) = − N (x, y)kN (x, y)k e ZZ S1 R cosαz dS = − ZZ S1 Rdx ∧ dy = − ZZ K R (x, y, f1 (x, y)) dxdy. 146 CAPÍTULO 3. INTEGRAIS DE SUPERFÍCIES Somando os resultados obtidos segueZZ S R cosαz dS = ZZ K [R (x, y, f2 (x, y))−R (x, y, f1 (x, y))] dxdy = ZZ K Z f2(x,y) z=f1(x,y) ∂R ∂z (x, y, z) dxdydz = ZZZ V ∂R ∂z (x, y, z) dxdydz. Se V é projetável no plano yOz, mostramosZZ S P cosαx dS = ZZZ V ∂P ∂x (x, y, z) dxdydz. Se V é projetável no plano xOz, mostramosZZ S Q cosαy dS = ZZZ V ∂Q ∂y (x, y, z) dxdydz. Desta forma o Teorema de Gauss fica provado para sólidos que são projetáveis nos tres planos coordenados. Quando V é um sólido qualquer que pode ser dividido, por meio de superfícies regulares por partes, num número finito de sólidos projetáveis , então apli- camos o teorema a cada um deles e somamos os resultados, deste modo o resultado fica estabelecido também neste caso. ¤ Exemplo 3.65 Sejam V o sólido limitado pelo plano x+y+z = 1 e os planos coordenados e ∂V = S orientada pela normal exterior n. Determinemos o fluxo do campo F (x, y, z) = (x+ y + z − 1, xy, x+ y + z) através de S na direção de n. Sabemos que o fluxo é dado pela integralZZ S F.n dS. Pelo Teorema de Gauss temosZZ S F.n dS = ZZZ V [2 + x] dxdydz = Z 1 x=0 Z 1−x y=0 Z 1−x−y z=0 [2 + x] dxdydz = 3 8 . Exemplo 3.66 Sejam V = © (x, y, z) : x2 + y2 ≤ 1, x2 + y2 ≤ z ≤ 5− x2 − y2 ª , com S = ∂V orientada pela normal exterior n, e F (x, y, z) = µ 3xy,−3 2 y2, z ¶ , calculemosZZ S F.n dS. 3.8. O TEOREMA DA DIVERGÊNCIA OU TEOREMA DE GAUSS 147 Temos ∇.F (x, y, z) = 1, logoZZ S F.n dS = ZZZ V dxdydz = Z 1 ρ=0 Z 2π θ=0 Z 5−ρ2 z=ρ2 ρ dzdρdθ = 4π. Exemplo 3.67 Seja S a superfície x2 + y2 + z2 = 1 com z ≥ 0, orientada pela nor- mal n com componente em z positiva. Se F (x, y, z) = µ xy2, xyz,−y2z − 1 2 xz2 ¶ ,calculeZZ S F.n dS. Observamos que S não é uma superfície fechada, então não podemos aplicar direta- mente o Teorema de Gauss. Considerando V = n (x, y, z) : x2 + y2 ≤ 1, 0 ≤ z ≤ p 1− x2 − y2 o vemos que ∂V = S ∪ S1, onde S1 : z = 0 , x2 + y2 ≤ 1. Como ∇.F (x, y, z) = 0, obtemos pelo Teorema de Gauss:ZZ S F.n dS + ZZ S1 F.n dS = 0, onde S1 está orientada pela normal n com componente em z negativa. Uma parametriza- ção de S1 pode ser r (x, y) = (x, y, 0) , x2 + y2 ≤ 1, assim N (x, y) = (0, 0, 1) e n (x, y) = −N (x, y) . Logo ZZ S F.n dS = − ZZ S1 F.n dS = 0. Exemplo 3.68 Seja S uma superfície fechada, regular ou regular por partes, limitando uma região V, como considerada no Teorema de Gauss. Suponhamos que a origem é um ponto interior de V. Sejam r (x, y, z) = (x, y, z) e F (x, y, z) = q r (x, y, z) kr (x, y, z)k3 , onde q é constante. Determinemos o fluxo de F através de S na direção da normal exterior n de S. Como F não está definida na origem, novamente não podemos usar diretamente o Teorema de Gauss. Procedemos como segue: Seja Sa uma esfera centrada na origem de 148 CAPÍTULO 3. INTEGRAIS DE SUPERFÍCIES raio a > 0 contida no interior de V. Por Va denotamos a região exterior à Sa e interior à S, assim ∂Va = S ∪ Sa. Como F ∈ C1 (Va) , segue por Gauss:ZZZ Va ∇.F (x, y, z) dxdydz = ZZ S F.n dS + ZZ Sa F.n dS, mas ∇.F (x, y, z) = 0 em Va, logoZZ S F.n dS = − ZZ Sa F.n dS. Em Sa devemos considerar a normal unitária n = − r (x, y, z)kr (x, y, z)k , assim ZZ Sa F.n dS = −q ZZ Sa 1 kr (x, y, z)k2 dS = −4πq. Portanto ZZ S F.n dS = 4πq. Exemplo 3.69 O divergente como limite do fluxo por unidade de volume: Seja D ⊂ R3 um aberto. Se (x0, y0, z0) ∈ D consideremos Sri ⊂ D a esfera centrada em (x0, y0, z0) com raio ri > 0, e Vri ⊂ D o sólido limitado por Sri . Se F ∈ C1 (D) segue pelo Teorema de Gauss queZZZ Vri ∇.F (x, y, z) dxdydz = ZZ Sri F.n dS. (3.8) Pelo Teorema do Valor Médio para integrais triplas, existe (xi, yi, zi) ∈ Vri tal queZZZ Vri ∇.F (x, y, z) dxdydz = ∇.F (xi, yi, zi) vol (Vri) . Concluimos de (3.8)que ∇.F (xi, yi, zi) = 1 vol (Vri) ZZ Sri F.n dS. (3.9) Considerando a sequência r1 > r2 > ... > ri > ... com ri → 0 quando i→∞ temos: (xi, yi, zi)→ (x0, y0, z0) , quando i→∞. Assim, da continuidade de ∇.F (x, y, z) em (x0, y0, z0) , e de (3.9) segue ∇.F (x0, y0, z0) = lim ri→0 1 vol (Vri) ZZ Sri F.n dS. 3.8. O TEOREMA DA DIVERGÊNCIA OU TEOREMA DE GAUSS 149 Exemplo 3.70 A equação da continuidade na forma integral: Imaginemos um escoamento no aberto D ⊂ R3, com velocidade v (x, y, z, t) e densidade ρ (x, y, z, t) no ponto (x, y, z) ∈ D e no instante t ∈ I, sendo I ⊂ R um intervalo aberto. Suponhamos v, ρ ∈ C1 (D × I) . Seja B ⊂ D um sub-conjunto fechado e limitado cuja fronteira ∂B = S é uma superfície fechada, regular ou regular por partes, orientada pela normal exterior n. A massa de fluido que ocupa B no instante t é dada por M (t) = ZZZ B ρ (x, y, z, t) dxdydz, logo a taxa de variação da massa no instante t é d dt M (t) = ZZZ B ∂ ∂t ρ (x, y, z, t) dxdydz. (3.10) Vimos que o fluxo através de S na direção de n, no instante t é I (t) = ZZ S (ρv) .n dS. (3.11) Suponhamos que em D não existe nem fonte nem sorvedouro, então pelo Princípio da conservação de massa segue d dt M (t) = −I (t) , pois se a massa dentro de B aumentatemos d dt M (t) ≥ 0 e I (t) ≤ 0, e se a massa diminui então d dt M (t) ≤ 0 e I (t) ≥ 0. Assim de (3.10), (3.11) e o Teorema de Gauss obtemosZZZ B ∂ ∂t ρ (x, y, z, t) dxdydz = − ZZZ B ∇. (ρv) (x, y, z, t) dxdydz, ou seja ZZZ B · ∂ ∂t ρ (x, y, z, t) +∇. (ρv) (x, y, z, t) ¸ dxdydz = 0, (3.12) que é a equação da continuidade na forma integral. Como (3.12) é válido para qualquer região B em D, segue da continuidade do inte- grando que ∂ ∂t ρ (x, y, z, t) +∇. (ρv) (x, y, z, t) = 0, ∀ (x, y, z) ∈ D. 150 CAPÍTULO 3. INTEGRAIS DE SUPERFÍCIES ou ainda · ∂ ∂t ρ+ ρ∇.v +∇ρ.v ¸ (x, y, z, t) = 0, ∀ (x, y, z) ∈ D. (3.13) Quando tivermos ρ (x, y, z, t) = ρ (x (t) , y (t) , z (t) , t) , como d dt ρ (x (t) , y (t) , z (t) , t) = ∇ρ (x (t) , y (t) , z (t) , t) . (x0 (t) , y0 (t) , z0 (t)) + + ∂ ∂t ρ (x (t) , y (t) , z (t) , t) , segue de (3.13) a equação· d dt ρ+ ρ∇.v = 0 ¸ (x, y, z, t) = 0 ,∀ (x, y, z) ∈ D. Quando o fluido é incompressível temos ∇.v (x, y, z, t) = 0,∀ (x, y, z) ∈ D, e dizemos que o campo v é um campo solenoidal. 3.9. RECONSTRUÇÃO DE UM CAMPO A PARTIR DE SEU ROTACIONAL 151 3.9 Reconstrução de um campo a partir de seu rota- cional Nosso objetivo é resolver o seguinte problema: dado um campo vetorial F (x, y, z) = (P (x, y, z) , Q (x, y, z) , R (x, y, z)) , existe um campo G (x, y, z) = (L (x, y, z) ,M (x, y, z) , N (x, y, z)) , tal que ∇×G (x, y, z) = F (x, y, z)?? Resolver esta questão, significa encontrar L,M e N satisfazendo o seguinte sistema de equações diferenciais parciais: P (x, y, z) = ∂N ∂y (x, y, z)− ∂M ∂z (x, y, z) (3.14) Q (x, y, z) = ∂L ∂z (x, y, z)− ∂N ∂x (x, y, z) (3.15) R (x, y, z) = ∂M ∂x (x, y, z)− ∂L ∂y (x, y, z) (3.16) Suponhamos que existe solução de classe C2 em D ⊂ R3 de (3.14), (3.15) e (3.16). Então ∇.F (x, y, z) = ∇.∇×G (x, y, z) = 0, ∀ (x, y, z) ∈ D. O Teorema seguinte nos mostra que esta condição é também uma condição suficiente para a existência de G. Teorema 3.71 Seja F : D→ R3, onde D = (x1, x2)× (y1, y2)× (z1, z2) , é um intervalo aberto do R3 e F (x, y, z) = (P (x, y, z) , Q (x, y, z) , R (x, y, z)) é de classe C1 em D. Existe G ∈ C2 (D) tal que ∇×G (x, y, z) = F (x, y, z) em D se e só se ∇.F (x, y, z) = 0 em D. Prova. (⇒) Já foi provado. (⇐) Suponhamos que ∇.F (x, y, z) = 0,∀ (x, y, z) ∈ D, isto é ∂P ∂x (x, y, z) = −∂Q ∂y (x, y, z)− ∂R ∂z (x, y, z) . (3.17) Vamos supor L = 0. Por (3.14), (3.15) e (3.16), queremos encontrar M e N tais que Q (x, y, z) = −∂N ∂x (x, y, z) , R (x, y, z) = ∂M ∂x (x, y, z) , P (x, y, z) = ∂N ∂y (x, y, z)− ∂M ∂z (x, y, z) . (3.18) 152 CAPÍTULO 3. INTEGRAIS DE SUPERFÍCIES Seja (x0, y0, z0) ∈ D. Integrando (3.18)1 e (3.18)2 com respeito a x obtemos N (x, y, z) = − Z x x0 Q (t, y, z) dt+ f (y, z) , M (x, y, z) = Z x x0 R (t, y, z) dt+ g (y, z) . Supondo f = 0 temos ∂N ∂y (x, y, z)− ∂M ∂z (x, y, z) = −∂g ∂z (y, z) + Z x x0 · −∂Q ∂y − ∂R ∂z ¸ (t, y, z) dt, logo de (3.17) segue ∂N ∂y (x, y, z)− ∂M ∂z (x, y, z) = −∂g ∂z (y, z) + Z x x0 ∂P ∂x (t, y, z) dt = P (x, y, z)− P (x0, y, z)− ∂g ∂z (y, z) . Usando (3.18)3 obtemos g (y, z) = − Z z z0 P (x0, y, s) ds. Concluimos então que o campo G = (L,M,N) existe e é dado por L (x, y, z) = 0, M (x, y, z) = Z x x0 R (t, y, z) dt− Z z z0 P (x0, y, s) ds, N (x, y, z) = − Z x x0 Q (t, y, z) dt. ¤ Nota 3.72 Consideremos F como no Teorema 3.71. As observações feitas a seguir mostram que a solução do problema não é única. 1. Seja G ∈ C2 (D) tal que ∇×G (x, y, z) = F (x, y, z) , ∀ (x, y, z) ∈ D. Se ϕ : D→ R é um campo escalar de classe C2 em D e H = G+∇ϕ então ∇×H (x, y, z) = F (x, y, z) ,∀ (x, y, z) ∈ D. 2. Se G,H ∈ C2 (D) são tais que ∇×H (x, y, z) = ∇×G (x, y, z) = F (x, y, z) ,∀ (x, y, z) ∈ D, então existe um campo escalar ϕ : D→ R de classe C2 em D tal que H (x, y, z) = [G+∇ϕ] (x, y, z) ,∀ (x, y, z) ∈ D. 3.9. RECONSTRUÇÃO DE UM CAMPO A PARTIR DE SEU ROTACIONAL 153 Exemplo 3.73 Seja F (x, y, z) = (y − z, z − x, x− y) . Temos∇.F (x, y, z) = 0,∀ (x, y, z) ∈ R3, logo existe G ∈ C2 (D) tal que ∇×G (x, y, z) = F (x, y, z) ,∀ (x, y, z) ∈ D. Determinemos G = (L,M,N) com M = 0. Então L e N devem satisfazer ∂N ∂y (x, y, z) = y − z, ∂L ∂y (x, y, z) = −x+ y, ∂L ∂z (x, y, z)− ∂N ∂x (x, y, z) = z − x. Integrando as duas primeiras igualdades com repeito a y temos N (x, y, z) = y2 2 − zy + f (x, z) , L (x, y, z) = −xy + y 2 2 + g (x, z) . Supondo g = 0, temos ∂L ∂z (x, y, z) = 0 e ∂N ∂x (x, y, z) = ∂f ∂x (x, z) . Assim ∂f ∂x (x, z) = −z + x e portanto f (x, z) = −zx+ x 2 2 + h (z) . Concluimos que G (x, y, z) = µ −xy + y 2 2 , 0, y2 2 − zy − zx+ x 2 2 + h (z) ¶ . Exemplo 3.74 Vejamos um exemplo de um campo que é solenoidal mas não é um rota- cional: Seja D ⊂ R3 o domínio simplesmente conexo limitado por duas esferas centradas na origem com raios 0 < a < b. Se denotamos por r (x, y, z) = (x, y, z) definimos F (x, y, z) = r (x, y, z) kr (x, y, z)k3 . Vimos que ∇.F (x, y, z) = 0, ∀ (x, y, z) ∈ D. Suponhamos que existe G ∈ C2 (D) com ∇×G (x, y, z) = F (x, y, z) , ∀ (x, y, z) ∈ D. Consideremos uma esfera Sρ centrada na origem e raio ρ > 0 com a < ρ < b. Destaquemos de Sρ uma pequena calota polar e denotemos por S a superfície obtida e por Γ sua fronteira 154 CAPÍTULO 3. INTEGRAIS DE SUPERFÍCIES orientada pela normal unitária exterior n de S. Aplicando o Teorema de Stokes à S obtemos ZZ S ∇×G.n dS = Z Γ G.T ds (3.19) Mas ZZ S ∇×G.n dS = ZZ S r (x, y, z) kr (x, y, z)k3 . r (x, y, z) kr (x, y, z)k dS = 1 ρ2 a (S) , assim quando a calota polar se reduz a um pontoZZ S ∇×G.n dS → 4π. Por outro lado temos ¯¯¯¯Z Γ G.T ds ¯¯¯¯ ≤ Z Γ kGk ds ≤M Z Γ ds, assim quando a calota polar se reduz a um pontoZ Γ G.T ds→ 0. Estas duas convergências contrariam (3.19). Desta forma o campo G não pode existir.
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