Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Ciclo das relações Patógeno-Hospedeiro O desenvolvimento do patógeno compreende fase ativa e inativa. As fases ativas são patogêneses (tecido vivo), e saprogenese (tecido morto). A fase inativa está a dormência (condições não favoráveis, sobrevivendo por estruturas como esporos, esclerócios, peritécios, micélio). Existem dois ciclos: o primário (inicia a partir de estruturas de sobrevivência ou da fase saprofítica, com poucas plantas infectadas, poucas lesões e baixo índice de infecção) e o secundário (a partir do inoculo produzido no primário), podendo ser então uma doença monocíclica ou policíclica. Inoculo: propágulo ou estrutura capaz de causar infecção Fonte de inoculo: local onde o inoculo é produzido SOBREVIENCIA – DISSEMINAÇÃO – INFECÇÃO – COLONIZAÇÃO - REPRODUÇÃO Ciclo primário (monocíclica) – é aquele que tem inicio a partir de estruturas de sobrevivência do microrganismo ou a partir da fase saprofítica no solo, com pequeno número de plantas infectadas, pequeno número de lesões por plantas e baixo índice de infecção. - Pequeno número de plantas infectadas; - Pequeno número de lesões por plantas - Baixo índice de infecção. Ciclo secundário (policíclica) – é aquele que sucede o ciclo primário e se desenvolve a partir do inoculo nele produzido, possui grande numero de plantas infectadas, grande número de lesões por planta e alto índice de infecção. - Grande número de plantas infectadas; - Grande número de lesões por plantas - Alto índice de infecção. A DISSEMINAÇÃO do inoculo pode ser ativa (próprios recursos do patógeno como zooporos de fungos, células de bactérias com flagelos e larvas de nematóides), passiva (agentes de disseminação, podendo ser direta, por sementes e mudas, ou indireta, como ventos e agua). A GERMINAÇÃO é verificada nos fungos pelo tubo germinativo, nas bactérias é a multiplicação das células, nos nematoide eclosão de larvas. Depende de luminosidade, umidade, temperatura e pH. A PENETRAÇÃO pode ser direta (penetração direta pela superfície intacta do hospedeiro, os fungos pelo apressório e haustório, e nematoides pelo estilete), por aberturas naturais (estômatos, hidatódios, lenticelas, nectários, fungos, bactérias e vírus) e por ferimentos (chuva, geada, vetores, comum em fungos, bactérias, nematoides e vírus). A COLONIZAÇÃO é quando o patógeno se nutri do hospedeiro. Muitos parasitas facultativos secretam enzimas causando degradação. Por outro lado parasitas obrigados e facultativos não destroem as células do hospedeiro. Tipos de colonização: seletiva (o patógeno tem preferência por algum órgão da planta) e não seletiva (quando o patógeno não mostra preferencia por órgãos de plantas); ativa (invade o tecido por crescimento do micelio) e passiva (estruturas são transportadas de uma parte a outra); localizada (quando a ação do patógeno se restringe aos tecidos próximos ao ponto de penetração) ou sistêmica (quando se distribui por toda a planta a partir do ponto de penetração). Inoculação: é a transferência do patógeno da fonte de inoculo para o local de infecção. A inoculação só ocorre quando o inoculo do patógeno consegue chegar ao loca de infecção, pois se atingir um outro local não haverá inoculação. MECANISMOS DE ATAQUE DO PATÓGENO: ação química (enzimas, toxinas, hormônios e polissacarideos) e ação mecânica. AÇÃO QUÍMICA: Toxinas: ação sobre enzimas, ácidos nucleicos, fotossíntese, metabolismo das proteínas, fluxo de agua, permeabilidade de membranas; Enzimas: atuam sobre a parede celular e nos constituintes do citoplasma, rompendo as barreiras e defesas. Enzimas cuticulares, pécticas, celuloliticas e hemiceluloliticas, lignoliticas e proteolíticas. Hormônios: interfere no crescimento e desenvolvimento, desorganizando tecidos e órgãos. AÇÃO MECÂNICA (são representados pelas pressões mecânicas das estruturas do patógeno sobre as estruturas do hospedeiro (estiletes dos nematoides). MECANISMOS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO: estruturais (pre-existentes, como a espessura da parede e cutícula, presença de pelos e de cera; e induzidos, como camada de abscisão, de cortiça e tiloses) e bioquímicos (pre-existentes, como compostos fenólicos, acido protocatecoido e catecol, e induzidos, como fitoalexinas (são substâncias fungitóxicas, geralmente compostos fenólicos produzidas pelo hospedeiro em resposta a uma infecção), reação de hipersensibilidade (é a morte rápida das células em torno do ponto de penetração do patógeno, impedindo o desenvolvimento do parasita obrigado)). REPRODUÇÃO DO PATÓGENO: é a formação de novos propágulos do patógeno para iniciação de novos ciclos. SOBREVIVÊNCIA DO INOCULO: caracteriza-se por garantir a sobrevivência do agente patogênico em condições adversas. Estruturas de resistência (clamidósporo, esclerócios, teliosporo, arcosporo e oosporo); atividades saprofíticas (colonização em restos de culturas e utilização de nutrientes e solução do solo), vetores e plantas hospedeiras. Qual o objetivo do patógeno ao infectar o hospedeiro? Fixar e penetrar nos tecidos do hospedeiros; colonizar os tecidos do hospedeiro; retirar nutrientes; neutralizar reações de defesa da plana. *Sabendo que as plantas tem em seu favor um verdadeiro arsenal de armas físicas e químicas para inviabilizar a ação parasitaria de patógenos, porque se faz necessário o emprego de diversas formas de manejo? R: Porque os mecanismos de defesa da planta só irão funcionar se a planta for cultivada em ótimas condições de água e nutrientes. Quando não, é necessário o emprego de diversas de formas de controle para diminuir a ação do patógeno sobre a planta. *Porque a reação de hipersensibilidade das plantas tem efeito benéfico sobre os patógenos biotróficos e não hemibiotróficos? R: Porque os hemibiotróficos sobrevivem sobre tecidos vivos e mortos, por isso, a reação de hipersensibilidade só tem efeito benéfico em patógenos biotróficos, devido se alimentarem em tecidos vivos, que ao tempo que tenta atacar a planta, a mesma irá dar uma resposta rápida por produzir substancias toxicas, confinando assim o patógeno ao ponto de penetração. Epidemiologia De Doenças De Plantas Epidemiologia é o estudo das epidemias e dos fatores que as influenciam ou o estudo de populações de patógenos em populações de hospedeiros e da doença resultante desta interação, sob a influencia do ambiente e a interferência humana. Endemia: a doença sempre presente numa determinada área e caracteriza-se por não estar em expansão. Epidemia: aumento da doença numa população de plantas em intensidade ou extensão, e na área geográfica ocupada pela doença. Pandemia: epidemias que ocupam uma área extremamente grande, de tamanho quase continental. A quantidade de doença no campo é determinada pelos processos de infecção e remoção. Onde: Infeção mais intensa que a remoção = intensidade da doença ocorre rapidamente e Remoção mais intensa que infecção = intensidade da doença deixa de aumentar e poderá diminuir. Classificações: Explosiva: aumento da intensidade da doença dá-se de forma rápida em dias Tardivaga: aumento dá-se de forma lenta em meses; Progressiva: apresenta aumento em extensão; Cíclica: ocorrência periódica de uma doença endêmica; Poliética: necessitam de anos para mostrar significativo aumento na intensidade da doença. Condições que afetam o desenvolvimento de epidemias Fatores do hospedeiro: Níveis de resistência genética ou suscetibilidade do hospedeiro; grau de uniformidade genética das plantas hospedeiras; tipo de cultura; idade da planta hospedeira. Fatores do patógeno: os principais são: nível de virulência e agressividade; quantidade de inóculo próximo ao hospedeiro; tipo de reprodução; ecologia e modo de disseminação. Fatores do ambiente: Umidade; temperatura; luminosidade; ph e fertilidade do solo. Fatores do homem: seleção e preparo do local de plantio; seleção do material de propagação; práticas culturais; introdução de novos patógenos. Fitopatometria (quantificação de doenças). Pra que serve a fitopatometria: avaliaros sintomas causados pelos agentes patogênicos na planta e seus sinais, pode ser feita pela incidência ou severidade. Incidência (sinais): é a porcentagem de plantas doentes ou partes de plantas doentes em uma amostra ou população (só admite duas respostas: se a planta está sadia ou doente). Vantagens: facilidade e rapidez de execução; resultados obtidos são reprodutíveis. Desvantagens: pouco preciso para doenças foliares, usado pra doenças sistêmicas. Severidade (sintomas): é a porcentagem da área ou do volume de tecido coberto por sintomas. Vantagens: é mais preciso por expressar os danos reais causados pelos patógenos; Desvantagens: trabalhoso e demorado subjetivo e dependente do avaliador e da escala. OBS: o avaliador deve ser treinado previamente, pois frequentemente a vista humana superestima a doença. Os métodos de avaliação de doenças podem ser os métodos diretos, onde a estimativa da quantidade de doença é feita diretamente através dos sintomas (quantificação de incidência; quantificação de severidade por meio de escalas descritivas e diagramáticas, análise de imagens de vídeo por computador e sensoriamento remoto; e índices de infecção) ou métodos indiretos, onde a quantidade de doenças é estimada pela população de patógeno.(realizada por meio de técnicas de diagnose, como indexação do vírus em plantas indicadores ou técnicas serológicas; o texte imuno-enzimático conhecido como ELISA tem sido utilizado também). Classificação epidemiológica de doenças: Juros simples ou monocíclicos: plantas infectadas durante o ciclo da cultura não servirão de fonte de inóculo para novas infecções durante o mesmo ciclo. Juros compostos ou policíclicas: plantas infectadas durante o ciclo da cultura servirão de fonte de inóculo para novas infecções durante o mesmo ciclo. Principios gerais de Controle *Como alcançar o máximo de eficiência no controle? R: conhecimentos da etiologia da doença; conhecimentos quanto as condições climáticas e culturais favoráveis a ocorrência da doença; e conhecimento das relações patógeno-hospedeiro. Principios de Whetzek: Exclusão: prevenção da entrada de um patógeno numa área ainda não infestada (interfere na fase de disseminação). Erradicação: eliminação do patógeno de uma área em que foi introduzido (interfera na fonte de inoculo e na sobrevivência). Proteção: interposição de uma barreira protetora entre as partes suscetíveis da planta e o inóculo do patógeno antes de ocorrer a deposição (interfera na inoculação e na germinação). Imunização: desenvolvimento de plantas resistentes ou imunes, ou ainda, desenvolvimento por meios naturais ou artificiais, de uma população de plantas imunes ou altamente resistentes, em uma área infestada com o patógeno (interfere na penetração e na colonização) Terapia: visa estabelecer a sanidade de uma planta com a qual o patógeno já estabelecera uma intima relação parasítica (interfere na colonização e na reprodução). Principios de Marchionatto: Regulamentação: medida de controle baseado nas modificações do ambiente, como controlar a umidade, temperatura e luminosidade do ambiente, de reação e propriedades do solo e composição do ar. Evasão: baseia-se em táticas de fugas, dirigidas contra o patógeno ou contra o ambiente favorável ao desenvolvimento da doença.
Compartilhar