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INTRODUÇÃO AO DIREITO I Aula V (17-04-2015)

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Positivismo Jurídico
Direito positivo: Direito vigente e eficaz em determinada sociedade.
Conhecimento científico-jurídico: estudo das legislações positivas, consideradas como fenômenos espaciotemporais.
Rejeita todos os elementos de abstração na área do Direito
Rejeita a ideia do Direito Natural, por julgá-la metafísica e anticientífica.
Despreza os juízos de valor, para se apegar apenas aos fenômenos observáveis.
Acredita que fora do direito ordenado pelo Estado, em suas leis e jurisprudência, não há Direito.
Lei: único valor; expressão da vontade do legislador.
Ciência do Direito: estudar as normas que compõem a ordem jurídica vigente.
Positivismo jurídico acreditava que tudo o que não fosse concreto não deveria ser estudo do Direito. Tudo o que fica a cargo do interprete ou do juiz não serve para o positivismo jurídico. Tudo o que não seja ditado pelo estado, uma lei ou norma, não tem valor e não deve ser avaliado pelo Direito. 
Quando falamos do direito positivo, lembra-se que não havia preocupação de comparar normas antigas com atuais ou de comparar normas brasileiras com de outros países. Eram bem mais objetivos, diziam que, o Direito é o que foi imposto pelo Estado, todas as normas. Não se fazia necessário avaliar nem a evolução dos dias atuais e nem os fatores sociais. Seria a lei nua e crua.
Quanto à JUSTIÇA: Ceticismo absoluto. Considera um ideal irracional, por acessível apenas pelas vias da emoção.
Ordem jurídica: comandada pelo Estado e que é soberana.
Atualmente esta corrente está em decadência.
Não satisfaz os ideais sociais de justiça
Acreditava-se que a justiça era um ideal irracional, que você só conseguia atingir o valor de justiça não deveria importar para o juiz ou intérprete, ele não poderia deixar suas emoções tomarem suas decisões. A lei era feita par ser cumprida independente dos sentimentos a respeito de cada caso.
Esta ideia está em decadência, porque foge do ideal de busca pela justiça, por não seguir a evolução e nem os fatores sociais. Hoje devemos receber outros fatores em nossos julgamentos. Ainda aplicamos o positivismo jurídico, ou a “lei fria e crua”.
Normativismo jurídico – Teoria Pura do Direito
Hans Kelsen (1881 – 1973)
Ideal de CIÊNCIA PURA
Pureza: Direito = 
Direito natural, Metafísica, Moral, Ideologia, Política <DIFERENTE DE> Conhecimento jurídico.
Quando Kelsen dizia “Teoria Pura do Direito”, queria dizer que tudo o que não fosse jurídico deveria ser deixado de lado. O direito deveria ser puro, isolado. Ele acreditava que para criar uma ciência jurídica você precisa deixar valores de lado, temos de admirar o direito como uma estrutura, uma engrenagem. As normas poderiam seguir estes valores, mas a ciência pura do direito, não. Kelsen criou uma teoria pura, conseguiu estudar o direito independentemente do conteúdo das normas. Ele jamais quis isolar o direito de fato, apenas a ciência de direito, depois de montar esta estrutura, seria preenchida de acordo com valores morais. 
Teoria pura do Direito
Reduz a expressão do Direito a um só elemento: A NORMA JURÍDICA
Ordem Jurídica:
Pirâmide hierárquica
Validade pela norma superior
Norma fundamental (Que legitimaria toda a estrutura normativa): Prescreve a obediência às ordens de um monarca absoluto ou as decisões de uma assembleia popular, por serem válidas as normas que contiverem tais ordens.
Kelsen:	
Desprezava os juízos de valor e o Direito Natural
Justiça: Aplicação da norma ao caso concreto
Crítica ao normativismo de Kelsen: Isolar o fenômeno jurídico dos demais fenômenos sociais.
Teoria Tridimensional do Direito, de Miguel Reale
Fenômeno jurídico requer a participação de 3 quesitos: Fato, Valor e Norma.
Cada qual só tem sentido no conjunto
Fato: Acontecimento social (O fato tende a relizar o valor, mediante a norma.)
Valor: Elemento moral do Direito, justiça
Norma: Padrão de conduta social imposta pelo Estado
Fatores do Direito
Circunstâncias que influência no Direito
Dividem-se em:
Fatores naturais do direito
Fatores culturais do direito
Forças atuantes na legislação.
Fatores Naturais do Direito
Situações da natureza, que influenciam o homem e o Direito:
Fator Geográfico:
Clima: influencia hábitos e costumes
Recursos Naturais: minerais, água, petróleo, flora, fauna.
Pela sua importância e limitação, têm sua exploração regulamentada por lei.
Território: algumas regiões merecem cuidado especial da lei, por questões territoriais.
Ex: Polígono das Secas
O Direito irá disciplinar a ação do homem perante a natureza. Algumas normas protegem os polígonos das secas, madeiras e etc.
Fator Demográfico:
Maior ou menor densidade demográfica influencia a vida de um país.
Segurança do território, alimentação, habitação, etc.
Países com baixo índice demográfico: incentivo à natalidade e importação de mão-de-obra estrangeira.
Leis favoráveis aos imigrantes, às empresas estrangeiras, etc.
	O Direito irá influenciar na criação de normas. As regiões mais populosas ou menos populosas. Existem países que incentivam mão de obra estrangeira, principalmente os países com mais idosos, alguns países que controlam a natalidade, como a China, que tem a maior população mundial. O fator demográfico também sofre interferência do direito.
Fatores Antropológicos: 
Decorrem do próprio Homem
Caráter étnico, aptidões, tendências, etc.
Normas que levam em consideração uma parcela da população. Ex: Índios, quilombolas, ribeirinhos, etc.
Fatores culturais do Direito
Fator Econômico:
Existem ramos jurídicos com grande conteúdo econômico, como: Direito Comercial, do Trabalho, Tributário, Empresarial, etc.
	O fator econômico tem bastante influencia em países capitalistas através das legislações tributárias, IOF, IPI, etc. 
Invenções:
Provocam novos hábitos e costumes, determinando a evolução nas instituições jurídicas.
É um fator cultural relativamente novo devido ao avanço em áreas como a do biodireito, através de inseminação artificial, pesquisas com embriões e etc. Tudo isso precisa de normas e disciplina, aí entra o fator das invenções.
Moral:
Empresta valores ao Direito Positivo, mas não está sempre presente.
Normas morais que não são traduzidas em preceito legal não possuem influência alguma perante julgamentos. Porém a lei da ficha limpa tem um papel importante em nossa sociedade, é um exemplo de como a moral pode influenciar na criação do direito.
Ideologia:
Cada ideologia corresponde a uma concepção distinta de organização social e reúne valores específicos. Ex: Socialismo (sociedade em primeiro plano, e indivíduo em segundo); liberalismo (autonomia da vontade individual), etc.
Quando você pega as leis maiores, como as constituições federais, ela apresenta quais são as ideologias seguidas por este país. Tem valores socialistas e também liberalistas. Vem traduzida de diversas formas, mas é na constituição federal que se identifica qual a ideologia se segue.
Religião:
Atualmente influencia apenas indiretamente o Direito
Embora não tenhamos nenhuma forma expressa uma influencia religiosa em nossa religião, tanto que temos a liberdade de crença e culto e cada um acredita no que quiser, verdade é que a religião ainda influencia nas decisões jurídicas, tais como aborto, eutanásia, etc. sofrem muito influência da igreja, mas não de uma forma direta, nunca de uma forma representada pelo Direito, apenas por valores morais.
Educação:
Para assegurar o conhecimento, a cultura, a pesquisa, o Estado utiliza-se de numerosas leis que organizam a educação em todos os níveis.
Hoje em dia temos uma serie de normas relacionadas a nomenclatura das séries e etc, requisitos para reconhecimento de uma faculdade. Tudo isso são normas, leis. Sempre terá forte influência na criação de normas, exemplo no estatuto da criança e do adolescente, a responsabilidade dos pais. Tudo isso sofre influencia.
Forças atuantes na legislação
São aquelas forças que podem ser impostas ao legislador, por ocasião da elaboração de leis, são situações que vem a auxiliarna criação ou revogação de leis:
Política:
Georges Ripert: “Os tratados de Direito Civil nenhuma alusão fazem a esta influencia do Poder Político sobre a confecção e a transformação das leis. Acusam, com frequência, a inabilidade do legislador, mas nunca ousam dizer o interesse político que ditou o projeto ou deformou a lei”.
Infelizmente, cada vez mais ocorre ou temos ciência de que ocorre, uma influência política na criação e votação de leis. Nós dependemos de leis e às vezes se criticam a letra da lei, porém às vezes essa lei já foi elaborada para beneficiar alguém de alguma forma. Não lembramos que quem legisla são políticos, fantoches de partidos. A força política sempre influencia, seja para acelerar ou postergar a votação de leis. Sejam artigos que prejudiquem ou beneficiem alguém. Nós, advogados precisamos lidar com essas leis mal elaboradas ou feitas pela metade.
Medidas de hostilidade:
Greve do trabalhador, engarrafamento de transito, protestos, etc.
Tentamos muitas vezes influenciar, porém nem sempre com sucesso. O povo paralisa algo para forçar algo, nem sempre funciona, às vezes sim. É o povo tentando protestar, solicitar, aprovar ou revogar algo.
Opinião pública:
Quando a opinião pública é despertada por algum caso particular, de sua simpatia, e que não encontra respaldo jurídico. 
Artigos de jornal, rádio, televisão: Pressão sobre o poder social.
Quando existe uma comoção de opinião pública, o legislador sente-se pressionado pelo clamor e acaba acelerando ou virtuando ainda mais uma lei. Ex: Boate Kiss
Grupos organizados:
Grupos > maior força e prestigio perante as autoridades públicas. Ex: Sindicatos, associação de inquilinos, etc.
Sempre quando organizamos um grupo, temos mais força que pessoas sozinhas. Um sindicato representa várias pessoas, assim tento mais força perante o legislador. Quando grandes massas de uma mesma causa pressionam, tentem a provir resultados mais rapidamente.
Técnica Jurídica
É a arte de formular a regra de direito com precisão, objetividade, clareza e espírito de síntese.
Busca conhecer as normas, para saber “fazer” a regra jurídica, corretamente.
Existem regras para formulação das próprias regras jurídicas. Podemos distinguir 4 técnicas jurídicas para a elaboração dessas regras.
1ª Técnica: Legislativa:
Usada para elaboração de normas jurídicas
Abrange desde a apresentação do projeto, redação, discussão, aprovação, sanção, etc.
2ª Técnica: Interpretação:
Hermenêutica jurídica
Estudo e sistematização dos processos usados na busca pelo sentido e alcance das expressões jurídicas.
3ª Técnica: Aplicação do Direito
Enquadrar um caso concreto na norma jurídica adequada
4ª Técnica: Processual
Meios adequados para conduzir uma ação em juízo
Petição inicial, citação, contestação, provas, sentença, recursos, etc.

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