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RECICLAGEM DE PAVIMENTOS ESTUDO DE CASO MT 222

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JULIANA SOUZA SANTOS 
 KELLYN BEATRIZ MATTE FERREIRA 
 
 
 
 
 
 RECICLAGEM DE PAVIMENTOS: ESTUDO DE CASO NA RODOVIA 
MT-222 EM SINOP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinop/MT 
2018
 
 
JULIANA SOUZA SANTOS 
 KELLYN BEATRIZ MATTE FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECICLAGEM DE PAVIMENTOS: ESTUDO DE CASO NA RODOVIA 
MT-222 EM SINOP 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Iniciação de Curso apresentado à 
Banca Avaliadora do Departamento de 
Engenharia Civil, da Faculdade de Sinop - 
FASIPE, como requisito parcial para a obtenção 
do título de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
Orientador (a): Profº Andréia Alves Botin 
Co- orientador (a): Profº Silas Roveri 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinop/MT 
2018
 
 
JULIANA SOUZA SANTOS 
 KELLYN BEATRIZ MATTE FERREIRA 
 
 
RECICLAGEM DE PAVIMENTOS: ESTUDO DE CASO NA RODOVIA 
MT-222 EM SINOP 
 
 
 
Trabalho de Iniciação de Curso apresentado à Banca Avaliadora do Curso Engenharia Civil - 
FASIPE, Faculdade de Sinop como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em 
Engenharia Civil. 
 
 
Aprovado em 06/12/2018. 
 
 
Andréia Alves Botin 
Professor(a) Orientador(a) 
Departamento de Engenharia Civil –FASIPE 
 
 
 
Silas Roveri 
Professor(a) Avaliador(a) 
Departamento de Engenharia Civil –FASIPE 
 
 
 
Kelvim A. Figueredo de Miranda 
Professor(a) Avaliador(a) 
Departamento de Engenharia Civil - FASIPE 
 
 
 
Bruno Rodrigues 
Coordenador do Curso de Engenharia Civil 
FASIPE - Faculdade de Sinop 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sinop/MT 
2018
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
“Àqueles que nunca mediram esforços para 
que, hoje, estivéssemos aqui. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO 
 
 
- Agradecemos, primeiramente a Deus, pelo dom 
da vida. 
- Aos nossos pais, que nos apoiaram e orientaram 
em tosos os momentos até aqui. 
- A professora orientadora Andréia A. Botin, que 
nos orientou de forma objetiva para obter êxito 
neste trabalho. 
- Ao professor co- orientador Silas Roveri, que 
com sua vasta experiência, nos mostrou o melhor 
caminho para que este trabalho tivesse um bom 
desenvolvimento. 
- Aos demais professores, do curso de graduação, 
que nos transmitiram seus conhecimentos e nos 
ajudaram a finalmente chegar aqui. 
- Aos amigos que pelejaram essa batalha conosco 
e nos ajudaram de alguma forma. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EPÍGRAFE 
 
 
O fim determina o valor do esforço. 
Textos Judaicos 
 
 
 
SANTOS, Juliana Souza; FERREIRA, Kellyn Beatriz Matte. Reciclagem de pavimentos: 
Estudo de caso na rodovia MT-222 em Sinop. 2018. 42 páginas. Trabalho de Iniciação de 
Curso – FASIPE – Faculdade de Sinop 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
O pavimento asfáltico pode ser classificado como rígido, semi-rígido ou flexível, no 
Brasil o método mais difundido e utilizado é o pavimento flexível que é constituído por camadas 
estruturais que são: a sub-base, a base e o revestimento asfáltico. Tal pavimento, possui um 
tempo de vida útil, o qual seu desempenho funcional e estrutural é garantido. Contudo, quando 
esse tempo de utilização expira, a estrutura começa a se deteriorar, sofrendo patologias e 
deixando de ser uma ferramenta de auxílio e facilidade para se tornar um problema. Quando 
isso ocorre, é necessário que seja feita a recuperação desse pavimento, para que o mesmo possa 
voltar a atender seus usuários de modo que garanta a segurança e o conforto dos mesmos. Uma 
das formas de recuperação do pavimento asfáltico é a reciclagem de pavimento que consiste na 
reutilização de materiais procedentes da fresagem de um pavimento cujo tempo de serviço tenha 
se esgotado, para, possível, construção ou recuperação de outro pavimento. Tal meio de 
recuperação se ressalta em meio aos outros, devido ao fato de proporcionar a redução da 
utilização de recursos naturais provindos de jazidas, visto que além da escassez desta está se 
tornando uma realidade e que a extração dessa matéria prima natural, tem se tornado cada vez 
mais burocrática. Tendo isso em mente, esta dissertação apresenta generalidades sobre o 
pavimento flexível quanto a sua estrutura como um topo e explora os diferentes tipos de 
reciclagem, bem como seus equipamentos e métodos de execução de forma detalhada. 
 
Palavras chave: Fresagem. Pavimento asfáltico. Reciclagem de pavimentos. 
 
 
 
SANTOS, Juliana Souza; FERREIRA, Kellyn Beatriz Matte. Reciclagem de pavimentos: 
Estudo de caso na rodovia MT-222 em Sinop. 2018. 42 páginas. Trabalho de Conclusão de 
Curso – FASIPE – Faculdade de Sinop 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
The asphaltic pavement can be classified as rigid, semi- rigid or flexible, in Brazil the 
spread method and used is the flexible tha is constituded by structural layers that are: the sub-
base, the base and the asphaltic covering. Such pavement, possesses a time of useful life, which 
his functional and structural acting is guaranteed. However, when that time of use expires, the 
structure beguns deteriorating, suffering pathologies and sttoping being a tool of aid and 
easyness to turn a problem.When this happens, it’s necessary that is made the recovery of that 
pavement, so that the same assists their users again so that it guarantees the safety and the 
comfort of the same ones. One of the ways of recovery of the asphaltic pavement is the 
pavement recycling that consists in the re- use of materials comimng from the pavement 
milling, whose time od fervice has if out of print, for, possible, construction or recovery of 
another pavement. Such middles of recovery is emphasizzzed amind the other ones, dues to the 
fact os providing the reduction of the use of natural resources which come from of beds, because 
besides the shortage of this is becoming a reality and the extraction of that natural matter excels, 
it has turned more and more bureaucratic. Tends tha in mind, this dissertantion presentes 
generalities on the flexible pavement as for his structure as a top and it explores the diferente 
recycling types, as well as their equipments and methods of excution in a detailed way. 
Keywords: Asphaltic Pavement.Milling. Pavement recycle. 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1: Classificação dos revestimentos .............................................................................. 19 
Figura 2:Classificação de bases flexíveis ................................................................................ 22 
Figura 3: Classificação de bases rígidas .................................................................................. 23 
Figura 4: Esquema ilustrativo de reciclagem "in situ", a frio, com cimento........................... 31 
Figura 5: Esquema ilustrativo de reciclagem "in situ", a frio, com emulsão betuminosa ....... 32 
Figura 6: Esquema ilustrativo de reciclagem "in situ", a frio, com betume espuma ............... 33 
Figura 7: Esquema de uma câmara de expansão ..................................................................... 33 
Figura 8: Esquema ilustrativo da reciclagem “in situ”, aquente, com betume
rejuvenescedor.
 .................................................................................................................................................. 34 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 
Tabela 1: Tratamentos superficiais .......................................................................................... 20 
Tabela 2: Granulometria do material ....................................................................................... 22 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1: Tratamentos superficiais ........................................................................................ 20 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 14 
1.1 Justificativa .................................................................................................................. 15 
1.2 Problematização........................................................................................................... 15 
1.3 Objetivos ....................................................................................................................... 15 
1.3.1 Geral .............................................................................................................................. 15 
1.3.2 Específicos ..................................................................................................................... 16 
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................... 17 
2.1 Pavimentação ao longo da história............................................................................. 17 
2.2 Pavimentos asfálticos ................................................................................................... 18 
2.2.1 Terminologia ................................................................................................................. 18 
2.3 Camadas de um pavimento flexível ........................................................................... 19 
2.3.1 Revestimento asfáltico ................................................................................................... 19 
2.3.2 Base ............................................................................................................................... 21 
2.3.3 Sub-bases ....................................................................................................................... 24 
2.3.4 Subleito e reforço de subleito ........................................................................................ 24 
2.4 Patologias de um pavimento flexível .......................................................................... 24 
2.4.1 Fissuras .......................................................................................................................... 25 
2.4.2 Trincas ........................................................................................................................... 25 
2.4.3 Trincas em malha........................................................................................................... 25 
2.4.4 Afundamento Plástico ................................................................................................... 26 
2.4.5 Afundamento por consolidação ..................................................................................... 26 
2.4.6 Ondulação ou corrugações............................................................................................. 26 
2.4.7 Exsudação ...................................................................................................................... 27 
2.4.8 Panela ou Buraco ........................................................................................................... 27 
2.4.9 Remendo ........................................................................................................................ 27 
2.5 Reciclagem de pavimentos flexíveis ........................................................................... 27 
2.6 Um breve histórico ...................................................................................................... 28 
2.7 Definição e classificação dos tipos de fresagem ........................................................ 28 
2.8 Quanto a espessura de corte ....................................................................................... 29 
2.9 Quanto a rugosidade ................................................................................................... 29 
2.10 Tipos de reciclagem ..................................................................................................... 30 
2.10.1 Reciclagem “in situ”, a frio, com cimento .................................................................... 30 
2.10.2 Reciclagem “in situ”, a frio, com emulsão betuminosa ................................................. 32 
2.10.3 Reciclagem “in situ”, a frio, com betume espuma ........................................................ 33 
 
 
2.10.4 Reciclagem “in situ” a quente, com betume/rejuvenescedor ........................................ 34 
2.10.5 Reciclagem em central, a frio, com emulsão betuminosa ou betume espuma .............. 35 
2.10.6 Reciclagem em central, a quente, com betume ............................................................. 35 
3 METODOLOGIA CIENTIFICA ............................................................................... 37 
3.1 Tipo de pesquisa .......................................................................................................... 37 
3.1.1 Quanto a abordagem ...................................................................................................... 37 
3.1.2 Quanto aos objetivos ..................................................................................................... 37 
3.1.3 Quanto aos procedimentos ............................................................................................ 37 
3.2 População e amostra .................................................................................................... 37 
3.3 Coleta de dados ............................................................................................................ 38 
3.4 Cronograma ................................................................................................................. 38 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 39 
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 40 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
O pavimento de uma estrada, está a sofrer as ações provindas o tráfego de veículos e 
das mudanças climáticas de forma contínua. Tais fatores, somados ao envelhecimento natural 
dos materiais que compõem a estrutura de um pavimento, fazem com que a estrutura sofra um 
processo de deterioração progressiva. Os danos sofridos pela estrada, podem gerar uma 
diminuição significante dos níveis de segurança e conforto, progressivamente até atingir um 
estado crítico, que afete funcionalmente e estruturalmente o pavimento, aumentando a 
possibilidade de riscos de acidentes. A conservação de um pavimento em boas condições de 
uso, é um fator de suma importância, contudo os custos necessários para essa manutenção, bem 
como os impactos ambientais gerados pela mesma, são extremamente agressivos. Nesse 
contexto, de acordo com Pablo (2017), a reciclagem de pavimentos entra como uma das 
soluções racionalizadas para tal contratempo, não se fazendo necessário o uso de novos 
recursos naturais para reabilitação de pavimentos e, como consequência, reduzindo os gastos 
com a recuperação dos
pavimentos já existentes. 
Há um consenso geral, na atualidade, de que é necessário a preservação do meio 
ambiente, onerando cada vez mais, burocraticamente, o uso de recursos naturais como matérias 
prima,. Além disso, a dificuldade em encontrar jazidas naturais dos materiais necessários para 
reabilitação de um pavimento, é cada vez mais crescente, encarecendo a execução desse tipo de 
serviço. 
Um ponto a ser ressaltado, é que apesar dos materiais envelhecidos serem considerados 
descartáveis, sem mais utilidade, os mesmos são possessores de uma parte considerável das 
suas propriedades originais. A reutilização do conglomerado asfáltico, traz consigo diversas 
economias já que para seu reaproveitamento, são necessários cerca de 1% a 3% de betume 
15 
 
adicional, enquanto um novo concreto asfáltico utilizaria um pouco mais de 6%. Este fator, 
acrescido da economia juntamente ao transporte e baixo esforço necessário para produção de 
material betuminoso para recuperação viária, faz com que a reciclagem de pavimentos seja 
extremamente viável na reabilitação de vias denegridas (VALLEJO, 2004, p. 9). 
 
1.1 Justificativa 
Como tal iniciação cientifica tem a intenção de apropriar- se da realidade para melhor 
explorá-la e acarretar uma posterior modificação em um dos segmentos da engenharia, a 
pavimentação. A discussão sobre a reciclagem de pavimentos como um dos métodos mais 
sensatos e econômico para a recuperação de pavimentos, cuja funcionalidade se encontra 
comprometida, é de suma importância para o meio acadêmico. Embasados nisso, a produção 
de considerações sobre o assunto pode ser o começo de uma transformação que alcançará desde 
os acadêmicos até a realidade do mercado rodoviário. 
 
1.2 Problematização 
Diante do atual cenário ambiental mundial, o uso de recursos naturais é cada vez mais 
dificultado por conta da burocratização na retirada dos mesmos. Tendo isso em vista, para a 
fabricação e recuperação da estrutura de pavimentos flexíveis, grande parte da matéria prima 
empregada no processo provém da prospecção de jazidas naturais, surge o questionamento do 
porquê não utilizar técnicas alternativas e com custos relativamente menores, que reciclem o 
pavimento deteriorado para se tornar parte da composição do novo pavimento? Seria por conta 
da falta de conhecimentos a respeito dos diferentes processos de reciclagem que existem bem 
como suas complexidades? 
 
1.3 Objetivos 
1.3.1 Geral 
Este trabalho tem por objetivo descrever de forma detalhada a metodologia utilizada por 
cada tipo de reciclagem de pavimento flexível, de modo a facilitar a compreensão a respeito de 
tais processos, de modo a conscientizar o uso de tais técnicas para a recuperação dos 
desempenhos estruturais e funcionais do pavimento quando o mesmo não se encontra em seu 
estado perfeito de uso, com a diminuição da extração de recursos naturais para a realização de 
tal serviço com qualidade e com menor preço. 
 
16 
 
1.3.2 Específicos 
 Explanar sobre o pavimento, bem como suas generalidades; 
 Citar e explicar sobre algumas patologias que levam o pavimento a sofrer intervenções 
de restauração; 
 Trazer um histórico da utilização da reciclagem de pavimentos; 
 Descrever a metodologia utilizada em cada técnica de reciclagem e as particularidades 
de cada uma; 
 
 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 Pavimentação ao longo da história 
Há indícios que uma das estradas pavimentadas mais antigas da humanidade a ser 
implantada, foram as estradas destinadas ao transito de trenós para construção das pirâmides 
egípcias por volta de 2600-2400 a.C. Onde foram executadas vias com uso de lajões de pedra 
sobrepostos de uma base com boa capacidade de sustentação. 
Posterior a isso, numerosas vias pavimentadas foram surgindo, crê-se que os principais 
motivos para construção de estradas pavimentadas naquela época se deram por razões bélicas, 
religiosas e comerciais onde os povos viram a necessidade de levar seus exércitos e arsenais de 
guerra de forma estratégica e ágil. Podiam disseminar seus credos religiosos em outros povos, 
sejam eles próximos ou distantes. E além disso podiam propagar seus costumes cambistas em 
diversas regiões (MOURA, 2014, p. 6). 
Um dos marcos de avanço mais importantes para a pavimentação, se deu na década de 
1940, juntamente a eclosão da Segunda Guerra Mundial, quando foi necessário a criação de 
diversas pistas de pouso para aeroportos e pistas para estradas de acessos a bases militares e 
lugares afins. Foi nessa mesma época que o California Bearing Ratio (CBR), ou Índice de 
Suporte Califórnia (ISC) foi desenvolvido, ensaio este que mensura a resistência mecânica do 
solo através da penetração de um pistão em um corpo de prova, moldado previamente sob 
condições pré-determinadas para o ensaio. 
No Brasil o avanço da construção rodoviária ocorreu quando foi criado o Fundo 
Rodoviário Nacional (FRN) entre os anos de 1940 e 1950, que foi um plano fiscal em que os 
Estados recebiam verbas destinadas, exclusivamente, a serem aplicadas em estradas, seja no 
melhoramento das existente ou na criação de novas. A partir de então foram sendo criados 
programas governamentais que incentivavam cada vez mais o rodoviarismo no Brasil, surgiram 
18 
 
e extinguiram- se Órgãos do Estado que regessem esse desenvolvimento, até que em 1993 o 
Brasil contava com 133.000 km de rodovias pavimentadas (DNIT, 2001, p. 3). 
 
2.2 Pavimentos asfálticos 
2.2.1 Terminologia 
Segundo Bernucci et al (2008, p.9), pavimento é definido como uma estrutura 
constituída de numerosas camadas que possuem espessuras limitadas, executado sobre uma 
superfície previamente regularizada e, devidamente, estabilizada, cujo papel é, principalmente, 
resistir aos esforços provenientes do tráfego de veículos, das ações climáticas e, também, 
proporcionar aos seus usuários benefícios tais como conforto, economia e segurança. 
Tradicionalmente, os pavimentos asfálticos são classificados em: pavimentos rígidos, 
semi-rígidos e flexíveis. Segundo DNIT (2006) os pavimentos rígidos são aqueles cujo 
revestimento possui sua dureza superior as demais camadas inferiores a ele, por conta disso 
quase todas as tensões provindas dos carregamentos a qual a via está sujeita, são absorvidas. É 
corriqueiro considerar apenas a sub-base como sub- camada estrutural deste tipo de pavimento, 
devido a qualidade que o material constituinte do revestimento atribui ao conjunto. Um exemplo 
desse tipo de pavimento são os pavimentos formados por placas de concreto de cimento 
Portland. 
Os pavimentos semi-rígidos, também conhecidos como semi-flexíveis, são aqueles 
formados por revestimento asfáltico e camadas estruturais estabilizadas com aglutinantes de 
propriedades cimentícias, sua deformação é considerada maior que a dos pavimentos rígidos e 
menor que a dos pavimentos flexíveis. Tal pavimento pode ser do tipo direto ou indireto, ou 
seja, direto quando o revestimento asfáltico for executado diretamente sobre uma base 
cimentada e indireto quando for executado sobre camadas tais como base granular e sub-base 
cimentada. 
Já os pavimentos flexíveis são aqueles que sofrem uma deformação elástica 
considerável e de forma parcelada, ou seja, a carga a qual ele está sendo sujeitado se distribui 
em parcelas praticamente proporcionais em todas as camadas. É característico dos pavimentos 
flexíveis um arranjo-tipo formado por quatro camadas estruturais essências, sendo elas: o 
revestimento asfáltico, a base, a sub-base e o reforço de subleito. 
 
19 
 
2.3 Camadas de um pavimento flexível 
2.3.1 Revestimento asfáltico 
O revestimento asfáltico,
segundo Bernucci et al (2008, p. 9) é a camada submetida 
diretamente a resistir os esforços oriundos do tráfego de veículos, sejam eles leves ou pesados, 
e transmiti-los de forma tênue as camadas inferiores. Além disso, impermeabiliza o pavimento 
e assegura um melhor desempenho nas condições do rolamento. Tal camada, na maioria dos 
pavimentos brasileiros utiliza da mistura de agregados minerais, de diferentes tamanhos e 
origens, com ligantes asfálticos. Mistura que quando devidamente propiciada e elaborada 
garanta o bom desempenho para o qual é feita. 
Os revestimentos asfálticos, segundo Senço (2006, p. 25), podem ser, ainda, 
classificados e explicados, conforme Figura 1abaixo: 
 
Figura 1: Classificação dos revestimentos 
 
 
Fonte: Adaptado de Senço (2007). 
 
2.3.1.1 Revestimentos Flexíveis Betuminosos 
R
ev
es
ti
m
en
to
s 
fl
ex
ív
ei
s Betuminosos
Por penetração Tratamento Superficiais Betuminosos
Por mistura Na usina
Pré- misturado a quente
Pré- misturado a frio
Concreto Betuminoso
Por calçamento
Alvenaria Poliédrica
Paralelepípedos
P
av
im
en
to
s 
R
íg
id
o
s
Concreto Cimento
Macadame Cimentado
20 
 
Os revestimentos betuminosos são formados da junção de agregados com materiais 
betuminosos, asfalto ou alcatrão, essa junção pode ser feita por penetração ou por mistura dos 
materiais. Quando feita por mistura, o agregado é envolvido com material betuminoso antes de 
ser sujeitado a compressão. O pré-envolvimento é feito em usinas que dão como produto o “pré- 
misturado”, em seu sentido literal, ou no próprio local de aplicação quando são denominados 
de “Road- mixes” (DNIT, 2006, p. 98). 
Ainda sobre os revestimentos betuminosos feito por mistura, podem- se ter três tipos: o 
Concreto betuminoso usinado a quente (CBUQ) que é um tipo de revestimento flexível mais 
nobre, que passa por um processo de produção rigidamente controlado quanto a granulometria 
de seus agregados, teor de betume, temperaturas dos agregado e betume, bem como locomoção, 
aplicação e compressão; o pré- misturado a quente, que em muito se assemelha ao CBUQ em 
termos de qualidade, exceto pelo alto controle de produção ;e o pré- misturado a frio que dentre 
os três é considerado como a mistura de menor qualidade, pois o agregado é aplicado sem ser 
submetido a qualquer fonte de calor, ou seja, em temperatura ambiente. 
Os revestimentos flexíveis betuminosos, quando feitos por penetração, de acordo com 
DNIT (2006, p. 98) são comumente conhecidos como tratamento superficial, que pode ser feito 
de forma direta ou indireta. 
 
Quadro 1: Tratamentos superficiais 
 Tipo Quantidade de camadas 
 
Tratamentos superficiais 
Penetração direta Simples 
Duplo 
Penetração indireta Triplo 
Fonte: Adaptado de Senço (2008) 
 
Segundo Senço (2008, p. 339), considera- se tratamento superficial por penetração 
direta aquele que a pintura de ligação é feita acima da camada de agregado que atuará como 
ligante asfáltico, isto é, irá ocupar os vazios entre os grãos de agregado. Já o tratamento 
superficial invertido é aquele cuja pintura de ligação será aspergida sob a camada de agregado 
em que deverá operar. 
Com relação a quantidade de camadas, os tratamentos superficiais variam conforme a 
solicitação em que a capa asfáltica será submetida. O tratamento superficial simples é o 
resultante da aplicação de uma camada de agregado e pintura de ligação, é destinado apenas 
para melhorias em superfícies de rolamento ora existentes, desde que estejam em boas 
condições estruturais. Já o tratamento superficial duplo é o produto da aplicação de duas 
camadas de agregado e pintura asfáltica, é designado a lugares em que as haverá uma solicitação 
21 
 
considerada intermediária da capa de rolamento. O tratamento triplo, conforme o nome diz é 
resultante da aplicação de três camadas de agregado e pintura de ligação, são indicados para o 
uso em ruas de baixo tráfego, de acordo com (SENÇO, 2007, p. 42). 
 
2.3.1.2 Revestimentos Flexíveis por calçamento 
O uso desse tipo de revestimento, de acordo com DNIT (2006, p. 100) caiu 
formidavelmente, a medida a utilização de pavimentos asfálticos e de concreto aumentou. Desta 
forma seu uso ficou restrito a calçamentos de estabelecimentos e alguns acessos viários. 
Geralmente, tais pavimentos utilizam pedras irregulares, blocos regulares, vulgos 
paralelepípedos, que são assentados ao subleito regularizado, com uso ou não de argamassas 
cimentícias, pedriscos ou misturas betuminosas, alguns exemplos desse tipo de revestimento 
são a alvenaria poliédrica que se trata de pedras irregulares assentadas sobre o chão regularizado 
e os paralelepípedos que são blocos regulares também assentados sob o chão regularizados. 
 
2.3.1.3 Revestimentos rígidos 
Habitualmente, é constituído por uma mistura farta em cimento Portland, areia, 
agregado graúdo e água, distribuído em uma única camada devidamente adensada que exercerá 
a função tanto de revestimento quanto de base para o pavimento. 
Dois materiais em específico, são os mais utilizados nesse segmento, que são o concreto 
cimento e o macadame hidráulico. O concreto cimento se trata de uma mistura devidamente 
dosada e estabilizada com agregados, areia, cimento, e água nas dimensões previstas em 
projeto, podendo ser armada ou não com barras metálicas, podendo exercer (DNIT, 2004). 
Enquanto o macadame cimentado, se trata de uma mistura feita com uso de agregados 
graúdos, com diâmetros que variam de 50 a 90 milímetros (mm), cujos vazios são preenchidos 
com matéria de granulometria mais fina, que misturado ao material de enchimento e cimento, 
garante o travamento e a ligação entre as pedras (SENÇO, 2007). 
 
2.3.2 Base 
A base segundo DNIT (1997), é a camada da pavimentação destinada a aguentar as 
grandezas verticais provindas do tráfego, distribuindo-as apropriadamente às camadas abaixo 
dela. Habitualmente é executada sobre a sub-base, o subleito ou reforço de subleito 
devidamente regularizado e compactado. 
22 
 
Pode ser classificada ainda como flexíveis ou rígidas. São consideradas flexíveis quando 
sua camada é estabilizada granulométricamente ou com uso de asfalto, já quando a sua camada 
é estabilizada com uso de cimento ou cal, diz-se que são consideradas rígidas. 
 
Figura 2:Classificação de bases flexíveis 
 
Fonte: Adaptado de DNIT (2006) 
 
Nas bases flexíveis estabilizadas granulometricamente, de acordo com o DNIT (2006), 
têm- se uma camada cuja mistura se dará por meio de materiais constituídos por solo, misturado 
a vários tipos de solo com materiais pétreos naturais ou provindos de processos de britagem 
que atendam a faixa granulométrica da Tabela 1, abaixo: 
 
Tabela 1: Granulometria do material 
Tipos Para N> 5 X 10^6 Para N< 5 X 10^6 Tolerância 
da faixa 
de projeto 
Peneiras A B C D E F 
% em peso passando 
2” 100 100 - - - - ±7 
1” - 75-90 100 100 100 100 ±7 
3/8” 30-65 40-75 50-85 60-100 - - ±7 
Nº 4 25-55 30-60 35-65 50-85 55-100 10-100 ±5 
Nº 10 15-40 20-45 25-50 40-70 40-100 55-100 ±5 
Nº 40 8-20 15-30 15-30 20-50 20-50 30-70 ±2 
Nº 200 2-8 5-15 5-15 6-20 6-20 8-25 ±2 
Fonte: Adaptado de DNER (1997). 
 
B
as
es
Flexiveis
Granulometrica
Brita graduada simples 
(BGS)
Brita corrida (BC)
Solo- Brita (SB)
Asfalto
Solo Betume (S. Bet)
Macadame 
Betuminoso (MB)
23 
 
De acordo com a Normativa Rodoviária DNER-ES 303/97, o material utilizado na base 
deve atender um Limite de Liquidez (LL) menor ou igual a 25 %; um Índice de Plasticidade 
(IP) ) inferior ou igual a 6; o Índice de Suporte Califórnia (ISC) deverá variar de 60% a 80%, 
dependendo
do Número de Operações do Eixo Padrão (N); e os resultados do Ensaio de 
Abrasão Los Angeles não deverão apresentar desgaste superior a 55%. 
Dentre os materiais que podem e são mais utilizados na elaboração de bases flexíveis 
estabilizadas granulométricamente, têm- se: brita graduada simples (BGS) brita corrida (BC) e 
Solo- Brita (SB) (DNER, 1997). 
Nas bases flexíveis estabilizadas com asfaltos, geralmente usa- se o macadame que 
consiste na aplicação de uma camada de agregados que pode ser preenchido ou não por água e 
submetido a compactação. Também têm- se o uso do solo- betume que consiste na mistura de 
asfaltos recortados, emulsões, com solos arenosos. O uso de bases flexíveis rígidas é escasso 
devido ao custo elevado que tais exigem, ao baixo rendimento e as dificuldades encontradas no 
controle de qualidade na execução das mesmas. 
 
Figura 3: Classificação de bases rígidas 
 
Fonte: Adaptado de DNIT (2006) 
 
As bases rígidas, são aquelas que utilizam dos recursos do cimento e da cal para 
garantirem uma resistência significativa à tração, já que tais esforços são, de todos, um dos mais 
importantes a se considerar no momento do dimensionamento da base. 
Dentre as bases rígidas cimentícias temos a de concreto cimento e solo cimento que 
possuem sua composição idêntica a dos revestimentos rígidos feitos pelo mesmo material, por 
isso diz- se que elementos rígidos podem ser utilizados como base e revestimento (DNIT, 2004, 
p.184). Têm- se também o macadame de cimento que consiste na aplicação de britas com 
B
as
es
Rígidas
Cimento
Concreto Cimento
Macadame de 
cimento
Solo- Cimento
Cal Solo- Cal
24 
 
graduação aberta com posterior despejo de uma argamassa constituída de areia e cimento para 
preenchimento de vazios (IBP, 2014, p. 9). 
Quanto as bases rígidas a base da cal, a que mais se destaca é a de solo- cal que consiste 
em uma mistura de cal, água e solo a fim de estabilizar o solo quanto a plasticidade, 
sensibilidade a umidade e a cimentação. 
 
2.3.3 Sub-bases 
Segundo DNER (1997), a sub-base é a camada que complementa a base, tendo a mesma 
função desta, sendo executada sobre o subleito ou sobre o reforço de subleito devidamente 
compactado e regularizado. 
De acordo com a Normativa Rodoviária DNER-ES 301/97, o material utilizado na sub-
base deve apresentar as seguintes características: (01) A porcentagem retida na peneira nº 10 
no ensaio de granulometria dever ser formada de partículas duras, isenta de pedaços moles, 
material orgânico ou outras substancias semelhantes; (02) O ISC deve ser maior ou igual a 20 
de acordo com as especificações de projeto; e (03) O índice de grupo deve ser igual a zero. 
 
2.3.4 Subleito e reforço de subleito 
Segundo Pinto (2010), genericamente, é o terreno de fundação do pavimento, é o solo 
natural que se encontra no local onde a via será construída. É a camada estrutural encarregada 
de receber definitivamente os esforços verticais recebidos do tráfego. Toda a estrutura do 
pavimento a ser dimensionada depende das características estruturais desta camada, se é uma 
camada bem-dotada estruturalmente não necessita- se do uso de reforço de subleito. Caso 
contrário, necessita- se do uso do reforço de subleito. 
Já o reforço do subleito, segundo DNER (1997), é uma camada estabilizada 
granulometricamente, executada sobre o subleito com finalidade de agregar estruturalmente 
subleito e com objetivo de reduzir as espessuras das demais camadas. 
 
2.4 Patologias de um pavimento flexível 
De acordo com um estudo desenvolvido pela Confederação Nacional do Transporte 
(CNT) em 2017, cerca de 99% dos seus 211.468 quilômetros (km) de estradas pavimentadas, 
são de pavimentos flexíveis. Conforme o pavimento é utilizado, os atributos dos materiais que 
compõem o pavimento vão se alterando e perdendo sua capacidade de desempenho. 
25 
 
Para que o serviço de um pavimento se mantenha inalterado, se faz necessário 
intervenções de recuperação do pavimento, tais como a reciclagem de material fresado para 
composição de um novo revestimento ou na incorporação para fortalecimento de camadas 
estruturais do pavimento como a base ou a sub-base. 
 
2.4.1 Fissuras 
São rachaduras capilares no revestimento asfáltico, dispostas no sentido longitudinal, 
transversal ou oblíquo e cuja dimensão não ultrapasse 30 centímetros (cm). Em termos de danos 
a estrutura as fendas são consideradas ínfimas. Dentre as principais causas desse tipo de 
patologia se encontram: (01) A dosagem malfeita do asfalto, com excesso de agregados finos 
na composição do filler no revestimento; e (02) Compactação excessiva em momento 
inapropriado (BESKOU,2016, p. 476). 
 
2.4.2 Trincas 
É uma trinca isolada que pode ser transversal, quando dispostas no sentido perpendicular 
ao eixo da via, ou longitudinal, quando disposta no sentido paralelo ao eixo da via. Sua extensão 
é variável, bem como sua nomenclatura em fator disto, se a extensão da trinca for menor ou 
igual a 100 cm denomina- se de trinca transversal/ longitudinal curta. Caso contrário, ou seja, 
se o comprimento da trinca for maior que 100 cm, a trinca é denominada de trinca transversal/ 
longitudinal longa. Dentre as causas desse defeito têm- se: (01) Devido as baixas temperaturas, 
a capa asfáltica sofre um efeito de contração ou endurecimento do asfalto; (02) Disseminação 
de trincas que se encontravam em camadas inferiores à do revestimento asfáltico. 
Tal anomalia, gera defeitos funcionais e estruturais em todo o conjunto pavimentíceo, 
causando irregularidades e enfraquecimento do revestimento do pavimento (RIBEIRO, 2017, 
p. 8). 
 
2.4.3 Trincas em malha 
Também conhecido como “Couro de Jacaré”, esse defeito se trata da reunião de várias 
trincas, em diferentes direções, por isso o nome, pois se assemelha a aparência do couro de um 
jacaré. Nesse tipo de patologia o defeito estrutural do pavimento é garantido e quase sempre 
inevitável. As principais razões pelo surgimento das trincas em malha, são:(01) Colapso no 
revestimento devido ao trafego repetitivo; (02) Baixa capacidade do subleito; (03) Asfalto 
26 
 
endurecido e quebradiço; e (04) Sub- dimensionamento e má qualidade da estrutura das 
camadas do pavimento (CNT, 2017, p.86). 
 
2.4.4 Afundamento Plástico 
É uma deformação permanente marcada por um desnível da superfície do pavimento 
sem acompanhamento de compensação volumétrica lateral (solevamento). Se sua extensão for 
de até 6 metros (m), denomina- se afundamento de consolidação local, caso contrário e o 
tamanho seja maior que 6 m e for localizado na extensão da via onde as rodas dos veículos 
passam, o afundamento será chamado de afundamento em consolidação de trilha de roda. Nesse 
tipo de deficiência o comprometimento funcional do pavimento é afetado na maioria das vezes. 
Entre as causas do afundamento plástico, pode-se citar: (01) Fluência plástica das camadas do 
pavimento; (02) Falha de dosagem da mistura asfáltica, com uso excessivo de ligantes 
asfálticos; e (03) Erro de seleção de do tipo de revestimento asfáltico a ser empregado para o 
tráfego solicitante (SILVA, 2008, p.128). 
 
2.4.5 Afundamento por consolidação 
Deformação caracterizada por uma irregularidade na superfície do pavimento sem estar 
acompanhado de solevamento. Assim como o afundamento plástico sua nomenclatura varia 
conforme sua dimensão, se menor ou igual a 6 m, afundamento consolidado local, se superior 
a 6 m e no trecho onde as rodas dos veículos passam, chama- se afundamento consolidado de 
trilha de roda. Também causa defeitos funcionais ao conjunto. Os principais motivos para o 
surgimento do mesmo são: (01) Fluência plástica das camadas do pavimento;
(02) Ruptura por 
cisalhamento das camadas subjacentes ao revestimento; (03) Falha de compactação; e (04) 
Problemas de drenagem (RIBEIRO, 2017, p.10). 
 
2.4.6 Ondulação ou corrugações 
Trata-se de um movimento plástico exercido pelo revestimento, que fica marcado por 
ondulações transversais a superfície da via, gera defeitos funcionais a via. É causado por: (01) 
Ausência de estabilidade das misturas asfálticas; (02) Umidade excessiva do solo do subleito; 
(03) Mistura asfáltica contaminada; e (04) Falta de aeração nas misturas líquidas de asfalto 
(CNT, 2017, p. 89). 
 
27 
 
2.4.7 Exsudação 
Trata-se uma fina camada de material betuminoso na pista, gerando um brilho vítreo 
sobre a superfície, causando assim a migração do ligante asfáltico para o meio do revestimento. 
Causa distúrbio funcional para a via afetada. É ocasionado por: (01) Quantidade de ligante 
asfáltico excessivo; (02) Baixo índice de vazios (DNIT, 2003, p.3). 
 
2.4.8 Panela ou Buraco 
São cavidades geradas na pista de rolamento, com tamanhos variados, causando 
impactos estruturais ao pavimento, podendo causar danos profundos até mesmo ao subleito do 
pavimento. As principais causas de panelas, são: (01) Trincas de fadiga; (02) Falha de 
compactação; (03) Desintegração localizada na superfície do pavimento; (04) Umidade 
excessiva nas camadas do solo; e (05) Falha na execução da imprimação (RIBEIRO, 2017, p. 
10). 
 
2.4.9 Remendo 
Panela preenchida com uma ou mais camadas de pavimentação, por mais que seja um 
tratamento de conservação, é considerado um defeito por se tornar um local de extrema 
fragilidade, muito mais propícios a sofrerem deterioração, e por gerar desconforto aos usuários 
da via. Gera defeitos funcionais e estruturais ao pavimento. Pode- se citar como as principais 
causas desse tipo de defeito como: (01) Carga do tráfego repetitivo; (02) Emprego de material 
de baixa qualidade; (03) Falha na execução do pavimento; e (04) Ação intempéricas do meio- 
ambiente (DNIT, 2003, p.3). 
 
2.5 Reciclagem de pavimentos flexíveis 
 A técnica de reciclagem é empregada na restauração das propriedades do pavimento 
degradado e envelhecido, para restabelecer qualidade ao rolamento da superfície ou reintegrar 
a capacidade de suporte estrutural, através da reutilização do seu revestimento e/ou base de 
forma total ou parcial. Desse modo, o revestimento deteriorado é submetido ao processo de 
fresagem, que consiste na retirada da camada por meio de máquinas fresadoras (recicladoras), 
compostas por tambores giratórios repletos de “dentes” de corte. 
 Diante das diversas possibilidades e diferentes tipos, a reciclagem tem se tornado uma 
ótima aliada nos setores econômicos e ambientais, pois com o desenvolvimento de novas 
técnicas ao longo dos anos, aumenta o campo de sua aplicação para a reabilitação de pavimentos 
28 
 
com diferentes ocorrências e necessidades. Além disso, o reaproveitamento dos materiais 
degradados dispensa em alguns casos, a necessidade de se utilizar matéria-prima, o que reduz 
de forma considerável os danos ao meio ambiente, bem como a redução dos custos mediante a 
sua extração (ALMEIDA, 2013, p. 35). 
 A utilização das fresas do pavimento envelhecido possibilita, a partir de sua reciclagem, 
produzir novas camadas betuminosas (revestimento) e reabilitar camadas granulares (base e 
sub-base). 
 
2.6 Um breve histórico 
 A reutilização do material fresado de pavimentos asfálticos iniciou-se no final do século 
XX, mais especificamente no ano de 1915, nos Estados Unidos. Essa iniciativa se deu visando 
questões ambientais visto que as fontes de petróleo e outras matérias-primas não se 
revigoravam, sendo assim viu-se a necessidade de desenvolver métodos de reaproveitamento 
(KANDHAL, 1997, apud BATISTA, 2016, p. 12). 
 De acordo com Pinto (1989, apud CASTRO, 2003, p. 26), a técnica de reaproveitamento 
do material fresado foi empregada pela primeira vez no Brasil no ano de 1960 pela Prefeitura 
do Rio de Janeiro. Porém, passou a ter destaque somente na década de 1990 a partir dos 
programas de concessão de rodovias, iniciados em 1996. 
 O Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER) atual Departamento 
Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), também teve papel importante no incentivo 
à reutilização dos materiais fresados de pavimentos asfálticos, com a implementação de técnicas 
de reciclagem para a recuperação e restauração de pavimentos envelhecidos. Este incentivo se 
deu a partir da criação do Manual de Reabilitação de Pavimentos Asfálticos, presentemente 
conhecido como Manual de Restauração de Pavimentos Asfálticos. 
 
2.7 Definição e classificação dos tipos de fresagem 
 O fresamento é o processo de remoção de forma parcial ou total de uma superfície, 
mediante equipamentos mecânicos dotados de cortadores giratórios devidamente adequados 
para a execução do serviço. Essa técnica é utilizada na confecção de engrenagens ou qualquer 
outra superfície prismática de metal e no processo de restauração, correção e manutenção de 
pavimentos. 
 Como recurso no auxílio da restauração, correção e manutenção de pavimentos, a 
fresagem de modo a abranger as necessidades distintas de cada pavimento, pode ser realizada 
de duas formas, fresagem a frio ou a quente (TORRÃO, 2015, p.50). 
29 
 
 O processo de fresagem a frio é realizado em temperatura ambiente, porém deve-se ter 
jateamento de água para o resfriamento nos dentes da fresadora, que através do impacto dos 
dentes de corte com o pavimento promove liberação de energia em forma de calor. Nesse 
processo ocorre modificações da granulometria existente devido a quebra parcial dos agregados 
durante a fresagem. 
 Já o processo de fresagem a quente dispõe de um pré-aquecimento a fim de tornar o 
revestimento mais suscetível ao corte, permitindo a desagregação da mistura e assim 
promovendo a preservação da granulometria dos agregados. 
 
2.8 Quanto a espessura de corte 
 A fresagem pode ser classificada quanto a espessura de corte como sendo superficial, 
rasa e profunda (BONFIM, 2007, p.22). 
 A fresagem utilizada para garantir o nivelamento do pavimento, conferir maior 
aderência ao pavimento, e com intuito de correção de defeitos do tipo deformação plástica e 
exsudação, é denominada fresagem superficial. 
 A fresagem rasa é utilizada na correção de defeitos funcionais e em remendos 
superficiais, com profundidade média de corte de 5 cm. É utilizada também, para manter o 
greide da pista com relação aos dispositivos de drenagem e obras de artes correntes. 
 Para as intervenções estruturais do pavimento ou para a incorporação do revestimento 
reciclado à base, utiliza-se a fresagem profunda, pois seu corte atinge a camada de base e/ou 
até sub-base, de acordo com o tipo de intervenção que o pavimento requer. 
 
2.9 Quanto a rugosidade 
 A rugosidade resultante na pista varia conforme o tipo de tambor utilizado e a variação 
da velocidade de operação. Logo, são classificados como fresagem padrão, fresagem fina e 
microfresagem (BONFIM, 2007, p,23). 
 Para a aplicação da fresagem padrão o tambor deve ter uma distância lateral aproximada 
de 15 mm entre os “dentes” de corte. Se o objetivo for a subsequente aplicação de uma nova 
camada de revestimento utiliza-se a fresagem padrão. 
 Para ser considerado fresagem fina, o tambor deve ter uma distância lateral aproximada 
de 8 mm entre os “dentes” de corte, com 1 dente atuando por linha de corte. Por resultar em 
uma rugosidade menos incômoda para os usuários, essa técnica pode dispensar em alguns casos, 
30 
 
qualquer subsequente recapeamento da pista. Por tanto, é comum ser utilizada com a finalidade 
de regularizar
e melhorar as condições de trafegabilidade aos motoristas. 
 Já a microfresagem é utilizada para pequenas alterações como, retirar faixas de 
sinalização antigas e adequar o perfil longitudinal, podendo ser liberada ao tráfego dispensando 
integralmente a necessidade de aplicação de nova camada de betume sobre o revestimento 
existente. A distância lateral aproximada entre os “dentes” de corte dispostos no tambor é de 6 
mm, com 2 dentes atuando por linha de corte. 
 
2.10 Tipos de reciclagem 
 As diversas técnicas de reciclagem podem ser classificadas de acordo com o local de 
fabricação, podendo serem feitas no local da intervenção “in situ” ou em central; temperatura 
de fabricação no qual os materiais fresados podem ser reciclados tanto a quente como a frio 
(temperatura ambiente) e; ligante a serem utilizados, que podem ser adicionados vários tipos de 
ligantes, como cimento, emulsão betuminosa, betume espuma, betume e etc. (TORRÃO, 2007, 
p.52). 
De acordo com Cabeças (2014, p. 31), na reciclagem “in situ” é mais comum a 
utilização do cimento, emulsão betuminosa e o betume espuma como ligante e na reciclagem 
em central a quente, é mais utilizado o betume como ligante. 
 O processo feito em central pode ser contínuo ou descontínuo, o que os diferem é a 
quantidade de material a incorporar. Na central contínua o material fresado pode ser 
previamente aquecido ou não, antes de ser misturado aos novos agregados, de acordo com o 
percentual de material fresado para a mistura que se deseja reciclar. Para as centrais 
descontínuas o agregado novo é sobreaquecido a fim de melhorar as características da mistura 
em temperaturas elevadas de 200 a 275°C (GOMES, 2005, p. 51). 
 
2.10.1 Reciclagem “in situ”, a frio, com cimento 
 Esse método de reciclagem consiste na mistura do material fresado com cimento e água, 
que pode ser feita de forma manual ou por meio de equipamentos específicos. Quando 
espalhado de forma manual, atribui-se uma relação de sacos por área do pavimento. Já na forma 
automatizada, o cimento e a água são devidamente combinados de acordo com as proporções 
previstas em projeto. 
 O equipamento responsável pela mistura é denominado misturadora e encontra-se 
acoplado à recicladora (Figura 4). Deste modo, obtém-se uma mistura totalmente homogênea 
de água e cimento, que posteriormente é bombeada pela recicladora. 
31 
 
 O processo construtivo desse método possui a seguinte sequência, com espalhamento 
de forma manual: espalhador de cimento; caminhão pipa; recicladora; cilindro de pneus/rolo; 
motoniveladora; e compactador de pneus. 
 O processo construtivo desse método possui a seguinte sequência, com espalhamento 
de forma automatizada: distribuidor de cimento em calda; recicladora; cilindro de pneus/rolo; 
motoniveladora; e compactador de pneus. 
 A Figura 4 ilustra o comboio de intervenção desta técnica, onde o equipamento 
responsável pela mistura do cimento com a agua é denominado misturadora e encontra-se 
acoplado à recicladora, que promove uma mistura totalmente homogênea de água e cimento, 
que posteriormente é bombeada pela recicladora. A recicladora é responsável pela fresagem da 
camada e posterior mistura do material fresado com o cimento em calda. Após pronta a mistura 
é espalhada e devidamente compactada e regularizada pelo cilindro de pneus/rolo, 
motoniveladora e compactador de pneus respectivamente. 
 
Figura 4: Esquema ilustrativo de reciclagem "in situ", a frio, com cimento 
 
Fonte: Batista (2006) 
 
 De acordo com Cunha (2010 p. 40), devido ao grande acréscimo na capacidade de 
sustentação de carga do pavimento, oferecido pela utilização do cimento, não se faz necessário 
elevar a espessura da camada para que se tenha a mesma resistência anterior. Sendo assim, esse 
tipo de reciclagem torna-se apropriado para situações em que se tenha restrição no aumento da 
cota do pavimento intervencionado. 
 O módulo de deformabilidade da camada resultante é constante mesmo sofrendo 
variações de temperaturas bruscas. Seus valores variam de acordo com o tipo de cimento 
utilizado, das propriedades do material fresado, da compactação e do tempo de cura da mistura. 
 Quanto maior o modulo de deformabilidade, maior a propensão ao fendilhamento 
devido a retração da camada. Necessitando assim, a aplicação de técnicas que retardam a 
proliferação de fendas, sobre a camada reciclada, para que não haja fendilhamento na camada 
subsequente de mistura betuminosa nova (TORRÃO, 2015, p. 55). 
 
32 
 
2.10.2 Reciclagem “in situ”, a frio, com emulsão betuminosa 
 A emulsão betuminosa é uma mistura heterogênea composta por gotículas de betume, 
água e um agente emulsificante. As emulsões provenientes do betume são classificadas pelo 
tipo de carga iônica, tempo de ruptura e taxa de viscosidade. 
 De acordo com Campo (1983; POTTI,1999, apud NUNES, 2008 p. 23) a ruptura da 
emulsão aniônica está vinculada ao estado atmosférico pois não rompe quimicamente. Já a 
emulsão catiônica sofre ruptura através das reações físico-químicas entre o emulsionante e o 
agregado. Desta forma, a escolha do tipo de betume a ser utilizado é crucial para garantir uma 
boa compatibilidade com o material a tratar. 
 A emulsão catiônica é a mais utilizada neste método de reciclagem, porém deve-se ter 
cautela no seu processo fabrico. Caso não haja uma ligação eficaz entre a película de betume e 
as faces do agregado, e possuir em meio a mistura porções de água livre, a superfície dos 
agregados acabará sendo exposta devido o deslocamento desta película. Diversas patologias 
observadas em pavimentos betuminosos originam-se como consequência deste mecanismo 
(NUNES, 2008, p. 18). 
 A Figura 5 ilustra o arranjo do comboio de intervenção deste método, onde a cisterna 
de agua promove a pré-molhagem dos agregados para posteriormente serem misturados com a 
emulsão betuminosa armazenada na segunda cisterna. O equipamento responsável pela 
fresagem e o processo de mistura dos agregados com a emulsão é a recicladora. A mistura 
pronta é devidamente espalhada e compactada pelo cilindro de pneus/rolo, motoniveladora e 
compactador de pneus respectivamente. 
 Em alguns casos, pode-se aplicar pequenas quantidades de cimento ou cal, no intuito 
de acelerar a resistência mecânica final e desenvolver maior resistência às ações da água. Se 
houver necessidade de correção granulométrica os agregados devem ser lançados previamente 
ao lançamento da emulsão betuminosa. 
 
Figura 5: Esquema ilustrativo de reciclagem "in situ", a frio, com emulsão betuminosa 
 
Fonte: Batista (2006) 
 
33 
 
 A camada obtida apresenta uma boa flexibilidade com seu modulo de deformabilidade 
variando entre 2000 a 5000 Mpa de acordo com as características dos materiais empregados na 
mistura (CABEÇAS, 2014, p. 37). 
 
2.10.3 Reciclagem “in situ”, a frio, com betume espuma 
 De acordo com a Figura 6 o arranjo de intervenção deste método é bem semelhante ao 
da técnica anterior, onde a cisterna de agua promove a pré-molhagem dos agregados, que são 
fresados e incorporados ao betume armazenado na segunda cisterna pela recicladora, a nova 
mistura é posteriormente espalhada, na qual é compactada e regularizada por meio do cilindro 
de pneus/rolo, motoniveladora e compactador de pneus respectivamente. 
 
Figura 6: Esquema ilustrativo de reciclagem "in situ", a frio, com betume espuma 
 
Fonte: Batista (2006) 
 
 Conforme a Figura 7, a espuma de betume é obtida através de uma câmara de expansão, 
a partir da adição de ar e água atomizada, de 2 a 3% por massa do ligante, em betume aquecido 
à temperaturas acima de 170°. Este processo provoca a expansão do betume em até cerca de 25 
vezes do
seu volume inicial (TEIXEIRA, 2006, p. 28). 
 
Figura 7: Esquema de uma câmara de expansão 
 
Fonte: Jenkins (2000) apud Teixeira (2006) 
34 
 
 No processo de expansão o betume tem modificações temporárias das suas propriedades 
físicas, de forma que a espuma resultante tenha ruptura acelerada e uma viscosidade muito 
baixa, o que facilita a sua mistura com os agregados em temperatura ambiente. 
 De acordo com Seixas (2008, apud CUNHA, 2010, p. 49), esse novo arranjo de ligante 
utilizado permite uma camada resultante durável e com boa resistência a deformação plástica. 
 
2.10.4 Reciclagem “in situ” a quente, com betume/rejuvenescedor 
 Esse tipo de reciclagem envolve um conjunto maior de equipamentos tornando-se 
onerosa, além de não ser favorável na questão ambiental devido ao alto consumo de 
combustível e o uso de agentes rejuvenescedores com grau contaminante. Outro ponto 
desfavorável desta técnica é a limitação quanto a espessura a ser reciclada, que deve ser inferior 
a 7 cm para que não haja um superaquecimento na superfície (TORRÃO, 2015, p. 60). 
 O agente rejuvenescedor tem como função reduzir a viscosidade e recompor as 
características do betume oxidado pelo processo de envelhecimento. 
 A Figura 8 ilustra tal processo de reciclagem, onde o pré-aquecedor 1 e pré-aquecedor 
2 promovem o aquecimento por jato de ar quente (temperatura média de 600°) do betume 
existente com a função de facilitar a desagregação. Em seguida, o escarificador também dotado 
de um aquecedor, faz a retirada da camada desejada, que por sua vez é incorporada a nova 
mistura betuminosa ou agente rejuvenescedor para o espalhamento através da pavimentadora. 
Por último, é realizado a compactação do novo revestimento por meio do compactador de pneus 
e o cilindro de rolos. 
 
Figura 8: Esquema ilustrativo da reciclagem “in situ”, aquente, com betume rejuvenescedor. 
 
Fonte: Martinho (2005) apud Torrão (2015). 
 
 Para manter o greide do pavimento existente, é necessário o descarte de parte do material 
fresado já que a nova mistura adicionada pode chegar à 30% do material escarificado 
(CABEÇAS, 2014, p. 41). 
 
35 
 
2.10.5 Reciclagem em central, a frio, com emulsão betuminosa ou betume espuma 
 Neste método de reciclagem o material fresado é transportado até a central. Neste caso 
o processo de fabrico é feito à temperatura ambiente. O material fresado é incorporado a uma 
emulsão betuminosa ou betume espuma. Após pronta, a mistura é transportada novamente até 
o local a ser intervencionado, onde é aplicado através da pavimentadora e posteriormente 
compactado pelo cilindro de rolos/pneu. 
 Quando comparado com a reciclagem feita “in situ” o processamento em central possui 
um custo maior, devido aos custos com o transporte do material fresado o que na reciclagem 
“in situ” não são necessários. Porém, a reciclagem em central tem espaço no mercado, quando 
diz respeito ao controle de qualidade, já que os materiais fresados são devidamente dosados e 
corrigidos com a adição de novos agregados, para a incorporação com a nova mistura (SILVA, 
2013. p. 50). 
 De acordo com Gomes (2005, p. 32), no processo em central o material fresado a ser 
incorporado à nova mistura está limitado a 30% em centrais contínuas e 50% em centrais 
descontínuas. 
 A mistura reciclada feita em central pode ser aplicada na construção de novos 
pavimentos, já que o material não precisa ser necessariamente da própria obra, ou seja, também 
pode ser feito com materiais armazenados de outras obras reabilitadas (TORRÃO, 2015, p. 61). 
 
2.10.6 Reciclagem em central, a quente, com betume 
 Assim como a técnica anterior, neste processo de reciclagem o material fresado também 
necessita ser transportado até a central, o que o difere é que neste caso o processo fabrico é 
aquecido. De acordo com Baptista (2006, p. 17) o processo de aquecimento do material fresado 
reduz a quantidade de novos agregados para a composição da nova mistura. 
 Segundo Gomes (2005, p. 34), o processo de aquecimento do material a reciclar, permite 
a utilização de 50% do material fresado em centrais contínuas e 70% em centrais descontínuas. 
 Essa nova mistura a quente tem como objetivo atingir características idênticas às 
realizadas de forma tradicional. De acordo com Torrão (2015, p. 63), a nova mistura obtida em 
central, a quente, pode ser utilizada com camada de base, regularização e desgaste devido ao 
fato de apresentarem desempenho semelhantes às misturas tradicionais. 
 O processo de produção a quente é constituído por uma tremonha pré-dosadora dos 
agregados frios que posteriormente passam por um processo de secagem e aquecimento. A 
central possui tanques que armazenam betume e fíler que são devidamente processados e 
aquecidos na unidade misturadora. Depois de pronta a nova mistura betuminosa reciclada é 
36 
 
transportada para o local de intervenção ou armazenada em silos próprios para o 
armazenamento de mistura betuminosa quente.
 
 
 
3 METODOLOGIA CIENTIFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1 Tipo de pesquisa 
3.1.1 Quanto a abordagem 
A pesquisa que será desenvolvida terá caráter qualitativo, que de acordo com Gerhardt e 
Silveira (2009), se trata de uma pesquisa que não se preocupa com demonstrações numéricas, e 
sim com a representação do porquê das coisas, bem como a viabilidade de ser feito, se 
preocupando com aspectos da realidade, visando uma interpretação mais detalhada do objeto, 
colocando- o perante um contexto. 
 
3.1.2 Quanto aos objetivos 
Tal dissertação ainda será descritiva, onde serão descritos os fatos e fenômenos que serão 
observados e analisados, classificando-os, explicando-os e interpretando-os (TRIVIÑOS, 1987, 
p. 112). 
 
3.1.3 Quanto aos procedimentos 
Além disso, tal pesquisa possuirá qualidades bibliográficas, ou seja, será redigida a partir 
do levantamento de referências teóricas já analisadas e publicadas por meios escritos ou digitais 
(FONSECA,2002, p. 32). 
 
3.2 População e amostra 
Nesta região do Centro- Norte de Mato Grosso, é mais corriqueiro utilizar-se da técnica 
de reciclagem “in situ”, a frio com adição de cimento, por esta razão, foi escolhido tal técnica 
para ser o foco de tal estudo. 
38 
 
 
O objeto de tal estudo se trata de uma reciclagem “in situ”, a frio com adição de cimento, 
que será executada na via MT-222, que possui uma extensão de 68 km, situada entre o município 
de Sinop e entroncamento da MT-338. A parcela que será reciclada, possui um comprimento de 
17,4 km. A empresa responsável pela execução de tal intervenção se trata da Agrimat Engenharia 
e Empreendimentos Ltda, onde o material a ser reciclado, será incorporado à base, para que a 
mesma volte a apresentar suas características estruturais e funcionais recuperadas de acordo com 
as Normativas Rodoviárias. 
 
3.3 Coleta de dados 
Serão obtidos por meio de: (1) acompanhamentos regulares ao longo da execução da 
reciclagem; (2) dados específicos do local a ser reciclado, obtidos com a equipe técnica da 
empresa Agrimat Engenharia. Assim sendo, será feito uma análise detalhada do fato a ser 
ocorrido, tentando- se compreender de uma forma mais aprofundada todos os processos que 
serão desenvolvidos nesta intervenção. 
 
3.4 Cronograma
 
Atividades/Meses Ago Set Out Nov Dez 
Escolha do Tema e Definição do Problema X 
Levantamento bibliográfico e Redação do trabalho X X X X 
Formulação do Projeto X X X X 
Correções X X X X 
Orientações do trabalho X X X X 
Protocolo X 
Entrega versão Final e Banca X X 
 
 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Com este trabalho, pretende-
se contribuir na compreensão mais criteriosa e 
detalhada do processo de reciclagem a frio “in situ” com adição de cimento, técnica esta, mais 
difundida e utilizada no norte do estado mato-grossense, preocupando- se com uma descrição 
precisa de modo que não restem dúvidas sobre tal procedimento e suas etapas.
 
 
 
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