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Autarquias: Conceito, Criação e Funcionamento

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AUTARQUIAS
Conceito
Decreto-Lei n.° 200/67, art. 5°, inciso I “o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada”.
Quanto ao nível federativo
Podem ser federais, quando instituídas pela União, estaduais quando instituídas pelos Estados, distritais quando instituídas pelo Distrito Federal e municipais se instituídas pelos Municípios;
Quanto ao objeto
Podem ser assistenciais, visam dispensar auxílio a regiões menos desenvolvidas, previdenciárias, voltadas a atividade da previdência social, cultural, dirigida à educação, corporativa, incumbidas da inscrição e fiscalização de profissionais, administrativa, destinam à várias atividades administrativas, controle, exercem controle sobre as entidades que prestam serviços públicos e, associativa, que resultam da associação com fins de mútua cooperação entre entidades públicas;
Quanto ao regime jurídico
Classificam-se em comuns, as que são sujeitas a disciplina jurídica sem especificidade e, especiais, as que são regidas por disciplina específica, cuja característica é a de atribuir prerrogativas especiais e diferenciadas; 
A Lei n.° 5.540, de 28/11/1968, estabeleceu que as universidades e demais estabelecimentos educacionais, quando oficiais, serão de regime especial;
Suas prerrogativas seriam: 1) Poder normativo técnico; 2) Autonomia decisória; 3) Independência administrativa; 4) Autonomia econômico-financeira;
Personalidade jurídica
O Decreto-lei n.° 6.016, de 22/11/1943, deixou expresso que tais entidades são pessoas de direito público e o Código Civil as inseriu em seu art. 41;
Sendo criadas por leis, têm existência no mesmo momento em que se inicia a vigência da lei que a criou;
Criação, organização e extinção
Art. 37, XIX, CF “somente por lei específica poderá ser criada autarquia [...]”
A lei de criação deve ser da iniciativa privativa do Chefe do Executivo;
Depende de lei a criação de subsidiárias de autarquias ou sua participação em empresa privada, conforme Art. 37, XX, CF; 
Deve ser inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) do Ministério da Fazenda, no Estado (inscrição estadual) e no Município (inscrição municipal) em que vai atuar;
Para sua extinção, a lei é o instrumento jurídico adequado, ou seja, envolve o desempenho de funções inerentes ao Executivo;
Objeto
O Decreto-lei n.° 200/67 diz que as autarquias são destinadas a executar atividades típicas da administração pública;
Para José dos Santos Carvalho Pinto o legislador “teve o escopo de atribuir às autarquias a execução de serviços públicos de natureza social e de atividades administrativas, com a exclusão dos serviços e atividades de cunho econômico e mercantil, estes adequados a outras pessoas administrativas, como as sociedades de economia mista e as empresas públicas”.
Controle ou tutela
Segundo Celso A. Bandeira de Mello, o controle “é o poder que assiste à Administração Central de influir sobre elas com o propósito de conformá-las ao cumprimento dos objetivos públicos em vista dos quais foram criadas, harmonizando-as com a atuação administrativa global do Estado”.
Atos e contratos
Atos administrativos e devem respeitar o regime jurídico destes.
Seus contratos também são administrativos e, por isso, são regulados por legislação específica que os contempla, inclusive no que diz respeito a serem precedidos de licitação pública, segundo a Lei n.° 8.666 de 21/06/93.
Responsabilidade
Quem responde por suas obrigações e possíveis danos causados por ela a terceiros, decorrentes de sua atuação ou do comportamento lesivo de seus servidores é a própria autarquia, apenas em caso de exaustão de seus recursos é que passará a responsabilidade para o Estado.
Bens autárquicos: Impossibilidade de execução sobre eles por se tratarem de bens públicos;
Imunidade a impostos: Conforme disposto no art. 150, VI, “a”, CF, os bens, rendas e serviços das autarquias, embora apenas quando vinculados a suas finalidades essenciais ou delas decorrentes são protegidos consoante o §2° do mesmo artigo.
Relações internas
Procedimentos financeiros: Obedecem aos mesmos critérios da contabilidade pública, aplicados à Administração direta do Estado. 
Regidas pelas Lei 4.320/64 e pela Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Complementar 101, de 04/05/2000.
Regime de pessoal: É o mesmo adotado para os servidores da Administração direta, baseado na Lei 8.112/90.
O vínculo empregatício é institucional ou “estatutário”.
Nas agência reguladoras o regime de pessoal é com base na Lei 9.986/00, nestas, o regime de pessoal é consolidado pela CLT, suspenso na ADIn 2.310-I DF.
Autarquias especiais
São as que a lei confere direitos específicos e aumenta a sua autonomia quanto às comuns.
Banco Central do Brasil e OAB são exemplos destas autarquias.
Não dependem de prévia autorização de entidades da Administração Pública, pode ocorrer a invalidação dos atos pelo Poder Executivo.
Existem as autarquias cujo regime é peculiar, por exemplo, as Universidades Públicas, que não autorizam interferência.
Agências reguladoras
São autarquias especiais que controlam, disciplinam e gerenciam atividades públicas e determinadas atividades privadas.
Não têm poderes de criação de leis que modifiquem o nosso ordenamento jurídico, ou seja, não têm autonomia política.
Foram criadas para a segurança e controle dos serviços de interesse coletivo, ditando normas de condução entre Poder Público, prestador de serviços e usuários.
O regime jurídicos é semelhante ao das autarquias, mas sua autonomia para a nomeação de dirigentes, gerenciamento e administração é maior, pois as agências reguladoras visam o bem comum.
O regime de pessoal é o estatutário, com fulcro na Lei n.° 8.666/93 (Lei de Licitações).
São exemplos de agências reguladoras a ANATEL e a ANVISA.
Agências executivas
São formadas pelas autarquias e pelas fundações públicas que exercem atividades exclusivas do Estado, mas com autonomia maior de gerenciamento e administração.
A autonomia se dá através de um Contrato de Gestão e sua qualificação se dará através de decreto do Presidente da Repúblicas.
Através do Contrato de Gestão se busca à implementação de uma administração gerencial, caracterizada por decisões e ações voltadas para o resultado, desde que cumpridos requisitos dispostos no art. 51, da Lei 9.649/98.
Os Contratos de Gestão terão periodicidade de no mínimo um ano, estabelecendo seus objetivos, metas e indicadores de desempenho.
Seu regime jurídico é igual ao das autarquias, e seu “status” de agência executiva durará o tempo que durar o Contrato de Gestão.
É exemplo desse tipo de agência o INMETRO.

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