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Constante Ela´stica de uma Mola e Associac¸o˜es em Se´rie e Paralelo Kauan da Rosa Paulino, Ricardo Martins de Oliveira Departamento de F´ısica, Universidade Federal do Parana´ Centro Polite´cnico - Jd.das Ame´ricas - 81531-990 - Curitiba - PR ricardomartins747@ufpr.br 29 de Dezembro de 2018 Resumo: O experimento realizado possui o objetivo de determinar a constante ela´stica de duas molas, inicialmente isoladas e em seguida suas associac¸o˜es em se´rie e paralelo. Para tanto, utilizou-se a chamada Lei de Hooke, que rege o estudo sobre deformac¸o˜es ela´sticas. Utilizando-se dos dados experimentais, foi poss´ıvel montar gra´ficos e, por interme´dio destes gra´ficos foi obtida uma segunda forma de ca´lculo para k; consequentemente, com essa segunda forma, foi necessa´rio o ca´lculo do erro percentual, que ficou em torno de 2,5% e 10% para cada uma das molas ou associac¸o˜es. Palavras-chave: constante ela´stica, associac¸a˜o de molas, Lei de Hooke. 1 Introduc¸a˜o A elasticidade e´ a propriedade que permite que o objeto retorne a sua forma original apo´s a deformac¸a˜o, e e´ a caracter´ıstica fundamental da mola. E´ importante observar tambe´m que quanto maior o comprimento da mola, menor sua constante ela´stica, e vice-versa [1]. E´ poss´ıvel observar que essa deformac¸a˜o da mola ∆L, que no S.I. e´ dada em metros (m), e´ direta- mente proporcional a` forc¸a aplicada F a partir da Lei de Hooke: F = −k∆L, (1) por seguinte, o atual experimento tem como ob- jetivo estudar e comprovar a constante ela´stica de uma mola, tanto para a associac¸a˜o em se´rie, quanto para a em paralelo, atrave´s da Lei de Ho- oke, na equac¸a˜o 1. Esta lei demonstra que: em regime ela´stico, a deformac¸a˜o sofrida por uma mola e´ diretamente proporcional a` intensidade da forc¸a que a provoca. Assim, sabe-se que as molas podem ser utilizadas para armazenar ener- gia mecaˆnica [1]. Este armazenamento de energia mecaˆnica depende da constante ela´stica k, cha- mada constante de forc¸a (ou constante ela´stica da mola), e e´ obtida isolando-se k da equac¸a˜o anterior, desta forma k = F ∆L . (2) Em geral, como ja´ dito, k trata-se de uma me- dida de proporcionalidade; logo, o sinal negativo na equac¸a˜o 1, significa que quando a mola esta´ distendida em um sentido, a forc¸a que ela exerce esta´ no sentido oposto. Pode-se considerar que a forc¸a F presente no experimento, pelo fato de a mola estar na vertical com uma massa presa a ela causando a sua deformac¸a˜o, pode ser igualada ao peso P dessa massa. Portanto F sera´ calculado da seguinte forma: P = mg; P = F ; F = mg, (3) Onde m e´ a massa (em kg) que sera´ responsa´vel 1 pela forc¸a F na mola e g e´ a acelerac¸a˜o da gravi- dade, que no local de realizac¸a˜o do experimento tem o valor de g = 9, 787604 ± 0, 000009m/s2. Com isso, pode-se enta˜o substituir F da equac¸a˜o 2 por mg da equac¸a˜o 3, para se obter a cons- tante ela´stica k. Como neste experimento as molas tambe´m sa˜o associadas em se´rie e em pa- ralelo, respectivamente, pode-se obter as cons- tantes equivalentes para tais associac¸o˜es, da se- guinte maneira: 1 keq = 1 k1 + 1 k2 , (4) Keq = k1 + k2, (5) Para se obter a deformac¸a˜o ∆L da mola ne- cessa´ria para a equac¸a˜o 1 e´ usada a fo´rmula a seguir: ∆L = L− L0, (6) O gra´fico, figura 4, que e´ formado por uma va- riac¸a˜o da intensidade de forc¸a exercida sobre a mola em func¸a˜o da deformac¸a˜o que a mola sofre, e´ retil´ıneo. Assim, e´ poss´ıvel obter o coeficiente angular α pela equac¸a˜o: α = ∆y ∆x . (7) No gra´fico temos ∆L representando o eixo X e F representando o eixo Y; assim: α = F ∆L . (8) A` isso, temos que α pode ser representado pela constante ela´stica, pois possuem os mesmos valo- res e consequentemente podem ser considerados iguais, ao voltarmos e compararmos a equac¸a˜o 8 com a 1. Utilizando tal gra´ficos, a partir do Me´todo dos Mı´nimos Quadrados, e´ poss´ıvel des- cobrir o coeficiente angular da reta e, assim de- terminar k. 2 Procedimento Para efetuar o procedimento experimental utilizou-se um suporte com re´gua, diversas mas- sas com valores diferentes e duas molas. Dividiu- se o experimento em quatro etapas e, antes de iniciar quaisquer das etapas, foi definido o L0. Para isso, colocou-se a mola suspensa no suporte com re´gua, juntamente com o prato. Considerou- se esse L0 como o estado de repouso da mola (x = 0). Dessa forma, a deformac¸a˜o causada pelo prato e o pro´prio peso da mola na˜o influen- ciam na medida de x. Voltando para as quatro etapas: em cada uma mediu-se a deformac¸a˜o L, conforme a equac¸a˜o 6, em seis casos diferentes para cada experimento, utilizando cinco massas diferentes (m1,m2,m3,m4,m5), levando-se em conta que no primeiro caso na˜o era adicionada nenhuma massa. Apo´s as medidas dos seis deslocamentos na primeira etapa, utilizando-se do suporte, foi calculada a Fml (forc¸a da mola) nos seis casos. Essas forc¸as foram calculadas pela forc¸a peso, atrave´s da equac¸a˜o 3. A partir da Fml dos deslocamentos L calculados e verificados, obtemos as diversas constantes k para as seis situac¸o˜es e o k me´dio. O processo anterior foi repetido para a outra mola M2, fa- zendo assim as duas primeiras etapas. Tais dados foram adicionados nas tabelas 1 e 2, respectiva- mente. Tabela 1: Tabela de coleta de dados experimen- tais MOLA 1. Medida Massa(kg) ∆L = L− L0(m) F (N) k(Nm ) 0 0 0 0 0 1 0.02998 0.017 0.2934 17.261 2 0.04000 0.022 0.3915 17.796 3 0.10000 0.047 0.9788 20.825 4 0.20005 0.103 1.9580 18.643 5 0.22005 0.109 2.1538 19.759 me´dia= 18.856 Tabela 2: Tabela de coleta de dados experimen- tais MOLA 2. Medida Massa(kg) ∆L = L− L0(m) F (N) k(Nm ) 0 0 0 0 0 1 0.02998 0.013 0.2934 22.569 2 0.04000 0.017 0.3915 23.029 3 0.10000 0.044 0.9785 22.239 4 0.20005 0.092 1.9580 21.283 5 0.22005 0.101 2.1538 21.324 me´dia= 22.089 2 Figura 1: Esquema de montagem experimental para as molas 1 e 2 Novamente o processo foi repetido, cumprindo- se a terceira etapa; pore´m, dessa vez as molas foram associadas em se´rie e, portanto, o valor de L0 foi medido a partir das duas molas juntas. As- sim, foi alterado a massa cinco vezes e anotado o valor de L. Em seguida, calculou-se os valo- res de ∆L, a forc¸a F e a constante ela´stica Ks, formando enta˜o a tabela 3. Por fim, o mesmo processo foi executado, desta vez com as molas associadas em paralelo. Encerrou-se desta forma as quatro etapas. Tabela 3: Tabela de coleta de dados de molas associadas em se´rie. Medida Massa(kg) ∆L = L− L0(m) F (N) k(Nm ) 0 0 0 0 0 1 0.02998 0.031 0.2934 9.4645 2 0.04000 0.042 0.3915 9.3214 3 0.10000 0.094 0.9785 10.412 4 0.20005 0.196 1.9580 9.9872 5 0.22005 0.220 2.1538 9.7863 me´dia= 9.7943 Figura 2: Esquema de montagem experimental para a mola em se´rie E por fim, na quarta etapa utilizou-se um suporte para fazer com que a mola 1 e a mola 2 fossem associadas em paralelo. Anotou-se os valores de L0, variou-se a massa cinco vezes, anotando o va- lor do L para cada variac¸a˜o. Logo, foi poss´ıvel calcular o ∆L, a forc¸a F e a constante Kp da mola, gerando a tabela 4. Tabela 4: Tabela de coleta de dados de molas associadas em Paralelo. Medida Massa(kg) ∆L = L− L0(m) F (N) k(Nm ) 0 0 0 0 0 1 0.02998 0.006 0.2934 48.900 2 0.04000 0.008 0.3915 48.938 3 0.10000 0.024 0.9785 40.782 4 0.20005 0.050 1.9580 39.150 5 0.22005 0.101 2.1538 37.772 me´dia= 43.089 Figura 3: Esquema de montagem experimental para a mola em paralelo Apo´s realizado as medic¸o˜es, fez-se um gra´fico F versus ∆L, para cada situac¸a˜o das molas, po- dendo enta˜o determinar graficamente as cons- tantes K para cada situac¸a˜o. Logo em seguida, foram determinados as constantes ela´sticas equi- valentes das molas em se´rie e paralelo e o erro percentual para cada uma. 3 Resultadose ana´lise Com base nessas medic¸o˜es foi realizado o expe- rimento de quatro formas diferentes, sendo elas denominadas de e1, e2, e3, e4, sendo e1 o experi- mento da mola M1, e2 o experimento com a mola M2, e3 a associac¸a˜o em se´rie das duas molas e e4 3 a associac¸a˜o em paralelo das molas, para a ob- tenc¸a˜o da constante ela´stica k da mola por meio da equac¸a˜o 2. Com base nos resultados obtidos foi confeccionado um gra´fico de F versus ∆L, como a seguir: Figura 4: Gra´fico As constantes k das molas tambe´m foram obtidas atrave´s do coeficiente angular obtido atrave´s do MMQ de cada experimento no gra´fico, ficando assim: Tabela 5: Coeficientes Angulares −k1(N/m) −k2(N/m) −k3(N/m) −k4(N/m) 19.983 21.520 10.165 38.754 Sabendo disso, podemos calcular o percentual de erro do experimento, utilizando como base o ob- tido atrave´s do primeiro me´todo, utilizando o va- lor me´dio de k utilizando a seguinte fo´rmula: ∆ = ∣∣∣∣kf − kgMf ∣∣∣∣x100 (9) sendo kf a constante ela´stica obtida pela fo´rmula com o primeiro me´todo e kg a constante ela´stica obtida atrave´s do coeficiente angular do gra´fico. Assim temos que: ∆%1 = 5, 9%, ∆%2 = 2, 5%, ∆%3 = 3, 8%, ∆%4 = 10%. 4 Conclusa˜o Neste experimento foi determinado o coeficiente ela´stico de uma mola e de diferentes associac¸o˜es de molas (em se´rie e paralelo), em que foi uti- lizado como base teo´rica a Lei de Hooke, onde diz que quando uma mola e´ esticada de uma distaˆncia x, a partir da posic¸a˜o em que esta´ frouxa, verifica-se experimentalmente que a forc¸a que ela exerce e´ dada por: F = −kx. Verifica-se no entanto que ha´ um contraste entre os valores das constantes ela´sticas k obtidas no experimento (5,9%, 2,5%, 3,8% e 10%), que sa˜o justificados por erros ao longo da pra´tica. Dada as poss´ıveis fontes de erros, sendo o primeiro deles um erro sistema´tico resultante da simpli- ficac¸a˜o da teoria a fim de facilitar a ana´lise expe- rimental. Nesse caso, foi desconsiderada a massa do prato preso a` mola, da massa da pro´pria mola e da diferenc¸a de comprimento da mola quando a mesma esta´ na posic¸a˜o vertical ou horizon- tal. Sendo que, quando a mola utilizada esta´ na posic¸a˜o horizontal seu comprimento ∆L pos- sui um valor diferente de quando esta mesma mola e´ colocada na posic¸a˜o vertical; este com- primento sofre uma deformac¸a˜o gerada pelo peso da pro´pria mola. Outros aspectos que podem ter impactado no re- sultado final sa˜o os erros observacionais, de para- laxe, ou ate´ mesmo instrumentais (falta de pre- cisa˜o e incertezas na medic¸a˜o). Ademais, o experimento mostrou-se coerente com a teoria em aˆmbitos emp´ıricos e teo´ricos e satisfez o objetivo. Refereˆncias [1] Fundamentos de F´ısica - Mecaˆnica, Volume 1, D. Halliday, R. Resnick, J. Walker, (10a edic¸a˜o, 2016). [2] F´ısica Para Cientistas e Engenheiros, Vo- lume 1, P. Tipler, G. Mosca, (6a edic¸a˜o, 2009). 4
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