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1 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Geografia Profº. Espª.: Arthur dos Santos 1.1 OS DOMÍNIOS NATURAIS E A RELAÇÃO DO SER HUMANO COM O AMBIENTE 1 - Relação homem-natureza, a apropriação dos recursos naturais pelas sociedades ao longo do tempo. A sociedade contemporânea tem viven- ciado uma série de problemas que envolvem o seu modo de relacionar-se com a natureza no processo de produção e reprodução do espaço geográfico, colocando em questão o conceito de natureza em vigor, o qual perpassa pelo modo de vida dessa sociedade, as sensações, o pensa- mento e as ações. Portanto, pensar a natureza hoje, e a forma como o homem se relaciona com ela no contexto do modo de produção capitalis- ta, nos remete ao passado, na ânsia de compre- ender as mudanças que se processaram no mo- do da socie- dade pensar, interagir e produzir a natureza (OLIVEIRA, 2002). Ainda segundo Oli- veira (2002) no princípio da humani- dade, havia uma unicidade orgânica entre o ho- mem e a natureza, onde o ritmo do trabalho e da vida dos homens associava-se ao ritmo da natureza. No contexto do modo de produção capitalista, este vínculo é rompido, pois a natu- reza, antes um meio de subsistência do homem, passa a integrar o conjunto dos meios de produ- ção do qual o capital se beneficia. No processo de apropriação e de trans- formação dos recursos pelo homem, através do trabalho, ocorre o processo de socialização da natureza. O trabalho torna-se então, o mediador universal na relação do homem com a natureza. “(...) o trabalho é, um primeiro momento, um processo entre a natureza e o homem, processo em que este realiza, regula e controla por meio da ação, um intercâmbio de materiais com a natureza” (OLIVEIRA, 2002). 2 - Origem e Evolução do conceito de sustenta- bilidade IMPACTOS AMBIENTAIS - Alterações no meio ambiente são causadas por fatores antrópicos (humanos) e /ou físicos (naturais). - As alterações podem ocorrer em áreas rurais e ur- banas. - As alterações podem ser locais (EX: ilha de calor, inversão térmica), mas até mesmo globais (Ex: efeito estufa). - Nem todo impacto ambiental é causado pelo ho- mem e nem sempre tem consequências negativas. - Poluição – Impacto ambiental negativo que se carac- teriza por uma agressão ao meio ambiente. AS PRINCIPAIS CONFERÊNCIAS AMBIENTAIS Desde a primeira conferência ambiental em Estocolmo, as grandes nações decidiram realizar esse encontro novamente a cada dez anos. Nes- ses encontros mundiais as mudanças ambientais são avaliadas e, então, são apresentadas novas metas para as décadas seguintes. Acompanhe agora as grandes conferências em defesa do meio ambiente. ESTOCOLMO (SUÉCIA – 1972) Em 1972, em Estocolmo, Suécia, (reu- nindo representantes de 113 países, 250 organi- zações não governamentais e dos organismos da ONU), realizou-se a 1° Conferência Mundial so- bre o Meio Ambiente e foi considerada o princi- pal evento a dar início, em caráter internacional, ao movimento ecológico que hoje aí está. Essa Conferência chamou a atenção das nações para o fato de que a ação humana estava causando séria degradação da natureza e criando severos riscos para o bem-estar e para a própria sobrevi- vência da humanidade. Foi marcada por uma visão antropocêntrica de mundo, em que o ho- mem era tido como o centro de toda atividade realizada no planeta, desconsiderando o fato de a espécie humana ser parte da grande cadeia ecológica que rege a vida na terra. As conferências sobre o meio ambiente reuniram os principais líderes mundiais 2 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 A conferência foi marcada pelo confronto entre as perspectivas dos países desenvolvidos e dos países em desenvolvimento. O conflito entre o “Desenvolvimento Zero” x “Desenvolvimento a Qualquer Custo”. Os países desenvolvidos esta- vam preocu- pados com os efeitos da devastação ambiental sobre a Terra, propondo um programa internacional voltado para a conservação dos recursos natu- rais e genéticos do planeta, pregando que medi- das preventivas teriam que ser encontradas imediatamente, para que se evitasse um grande desastre. Por outro lado, os países em desenvol- vimento argumentavam que se encontravam assolados pela miséria, com graves problemas de moradia, saneamento básico, atacados por doenças infecciosas e que necessitavam desen- volver-se economicamente e rapidamente. Questionavam a legitimidade das recomenda- ções dos países ricos que já haviam atingido o poderio industrial com o uso predatório dos recursos naturais e que queriam impor a eles complexas exigências de controle ambiental, que poderiam encarecer e retardar a industrialização dos países em desenvolvimento. A Conferência produziu a Declaração sobre o Meio Ambiente Humano, uma declaração de princípios de comportamento e responsabilidade que deveriam governar as decisões concernen- tes as questões ambientais. Outro resultado formal foi um Plano de Ação que convoca todos os países, os organismos das Nações Unidas, bem como todas as organizações internacionais a cooperarem na busca de soluções para uma série de problemas ambientais. RELATÓRIO DE BRUNDTLAND – 1987 Relatório de Brundtland é o documento intitu- lado Nosso Futuro Comum No início da década de 1980, a ONU re- tomou o debate das questões ambientais. Indi- cada pela entidade, a primeira ministra da Noru- ega, Gro Harlem Brundtland, chefiou a comissão mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvi- mento, para estudar o assunto. O documento final desses estudos chamou-se Nosso Fu- turo Comum, também conhecido como Relatório de Brundtland. Apresentado em 1987, propõe o desenvolvimento sustentável que é “aquele que atende ‘as necessidades do pre- sente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem ‘as suas necessida- des”. O relatório, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvol- vimento, faz parte de uma série de iniciativas, anteriores a Agenda 21, as quais reafirmam uma visão crítica do modelo de desenvolvimento adotado pelos países industrializados e reprodu- zido pelas nações em desenvolvimento, e que ressaltam os riscos do uso exclusivo dos recursos naturais sem considerar a capacidade de suporte dos ecossistemas. O relatório aponta para a in- compatibilidade entre desenvolvimento susten- tável e os padrões de produção e consumo vi- gentes. Fica muito claro, nessa nova visão das relações homem-meio ambiente, que não existe apenas um limite mínimo para o bem-estar da sociedade; há também um limite máximo para a utilização dos recursos naturais, de modo que sejam preservados. Os princípios do desenvolvi- mento sustentável são baseados nas necessida- des, sobretudo as necessidades essenciais e, prioritariamente, aquelas das populações mais pobres; e limitações que a tecnologia e a organi- zação social impõem ao meio ambiente, restrin- gindo a capacidade de atender às necessidades presentes e futuras. (Texto extraído do site Ambiente Brasil). PROTOCOLO DE MONTREAL (CANADÁ – 1987/1989) O Protocolo de Montreal sobre substân- cias que empobrecem a camada de ozônio é um tratado interna- cional em que os países signatários se comprome- tem a substituir as substâncias que demonstra- rem estar reagindo com o ozônio (O3) na parte superior da estratosfera. O tratado esteve aber- to para adesões a partir de 16 de setembro de 1987 e entrou em vigor em 1 de janeiro de 1989. Ele teve adesão de 150 países e foi revisado em 1990, 1992, 1995, 1997e 1999. Devido à essa grande adesão mundial, Kofi Annan disse sobre ele: “Talvez seja o mais bem-sucedido acordo internacional de todos os tempos...” Em come- 3 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 moração à ONU declarou a data de 16 de se- tembro como o Dia Internacional para a Preser- vação da Camada de Ozônio). ECO – 92 (RIO DE JANEIRO – 1992) A Conferência ficou conhe- cida como “Cúpula da Terra” (Earth Summit), e realizou-se no Rio de Janeiro entre 3 e 14 de junho de 1992, contando com a presença de 172 países. Dentre os objetivos principais dessa conferência, destacam-se os seguintes: - Examinar a situação ambiental mundial desde 1972 e suas relações com o estilo de desenvolvimento vigente; - Estabelecer mecanismos de transferência de tecno- logias não poluentes aos países subdesenvolvidos. - Examinar estratégias nacionais e internacionais para incorporação de critérios ambientais ao processo de desenvolvimento; - Estabelecer um sistema de cooperação internacional para prever as ameaças ambientais e prestar socorro em casos emergenciais; - Reavaliar o sistema de organismos da ONU, eventu- almente criando novas instituições para implementar as decisões da conferência. Resultados - Convenção da biodiversidade: estabelece metas para preservação da diversidade biológica e para a exploração sustentável do patrimônio genético, sem prejudicar ou impedir o desenvolvimento de cada país. - Convenção do clima: estabelece estratégias de combate ao efeito estufa. A convenção deu origem ao Protocolo de Kyoto, pelo qual as nações ricas devem reduzir suas emissões de gases que causam o aque- cimento anormal da Terra. - Declaração de princípios sobre florestas: garante aos Estados o direito soberano de aproveitar suas florestas de modo sustentável, de acordo com suas necessidades de desenvolvimento. - Agenda 21: conjunto de 2,500 recomendações so- bre como atingir o desenvolvimento sustentável, incluindo determinações que preveem a ajuda de nações ricas a países pobres. - Uma Carta ou Declaração da Terra, que estabelece- ria os princípios de conduta básicos para as nações, em suas relações reciprocas e com a Terra. Também ficou definido que, em um pe- ríodo de dez anos, uma nova conferência seria realizada para ampliar as discussões reali- zadas e avaliar os resultados e o cumprimento dos acordos aprovados. Nesse meio tempo, vá- rias outras conferências ambientais foram reali- zadas, como a COP-1 (Conferência das Partes) em Berlim, em 1995; a COP-2 em Genebra, no ano seguinte; a COP-3 em Kyoto, no ano de 1997; entre outras. Rio + 10 A Rio+10 – cujo nome oficial foi Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável– ocorreu na cidade de Johanesburgo, na África do Sul, em 2002, e contou com a presença de re- presentantes de 189 países. Os principais pontos dessa cúpula foram a afirmação da questão do desenvolvimento sustentável com base no uso e conservação dos recursos naturais renová- veis e a reafirmação dos Objetivos de Desenvol- vimento do Milênio (ODM), proclamados dois anos antes pela ONU. Foi nessa conferência, contudo, que se avolumaram as críticas sobre a falta de resulta- dos concretos em prol da preservação ambiental e a posição de muitos países no sentido de não abandonarem suas ambições políticas em bene- fício da conservação dos recursos. Nesse senti- do, a maior parte das acusações por parte de ONGs e ativistas ambientais direcionou-se aos países desenvolvidos sobre a falta de perspecti- vas no combate às desigualdades sociais. Rio + 20 Novamente com realização na cidade do Rio de Janeiro, dessa vez no ano de 2012, a Rio+20 – ou Conferência da ONU sobre o De- senvolvimento Sustentável – reuniu um total de 193 representantes de países e uma das maiores coberturas jornalísticas mundiais de toda a his- tória, sendo acompanhada dia a dia em todo o planeta. O resultado foi a avaliação das políticas ambientais então adotadas e a produção de um documento final intitulado O futuro que quere- mos, onde foi reafirmada uma série de compro- missos. No entanto, novamente as críticas apa- receram, sendo essas principalmente direciona- das à falta de clareza, objetividade e ao não es- tabelecimento de metas concretas para que os países reduzam a emissão de poluentes e pre- servem ou reconstituam suas áreas naturais. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL O tripé da sustentabilidade empresarial 4 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Degelo das Calotas Polares Desenvol- vimento sustentá- vel é a forma de desenvolvimento que não agride o meio ambi- ente de maneira que não prejudica o desenvol- vimento vindouro, ou seja, é uma forma de de- senvolver sem criar problemas que possam atra- palhar e/ou impedir o desenvolvimento futuro. O desenvolvimento atual, apesar de trazer me- lhorias à população, trouxe inúmeros desequilí- brios ambientais como o aquecimento global, o degelo das calotas polares, poluição, extinção de espécies da fauna e flora entre tantos outros. A partir de tais problemas pensou-se em maneiras de produzir o desenvolvimento sem que o ambi- ente seja degradado. Dessa forma, o desenvolvimento sustentável atua por meio de alguns aspectos: - Atender as necessidades fisiológicas da população; - Preservar o meio ambiente para as próximas gera- ções; - Conscientizar a população para que se trabalhe em conjunto; - Preservar os recursos naturais; - Criar um sistema social eficiente que não permite o mau envolvimento dos recursos naturais; - Criar programas de conhecimento, conscientização da real situação e de formas para melhorar o meio ambiente. PROTOCOLO DE KYOTO (JAPÃO – 1977) O que são créditos de carbono? Entenda como funciona a compra e venda da não emissão de po- luentes. Uma medida que permite às in- dústrias e na- ções reduzirem seus índices de emissão de gases do efeito estufa por um sistema de compensa- ção. Funciona assim: conforme o Protocolo de Kyoto, as nações industrializadas devem reduzir suas emissões de gases do efeito estufa, durante o período de 2008 a 2012, em 5,2% em relação ais níveis de 1990. Os governos calculam quanto precisam diminuir e repassam essa informação às indústrias do país, estabelecendo uma cota para cada uma. Essas empresas podem adotar medidas de efi- ciência energéti- ca para atingir suas metas ou ir ao mercado e comprar créditos de carbono (um crédito de carbono equivale 1 tonelada de dióxido de car- bono). Daí a compensação: já que a empresa não vai conseguir reduzir suas emissões, ela compra esse “bônus” de terceiros. Para que uma empre- sa tenha direito de vender créditos de carbono, precisa cumprir dois requisitos: contribuir para o desenvolvimento sustentável e adicionar alguma vantagem ao ambiente, seja pela absorção de dióxido de carbono (por exemplo, com o plantio de árvores), seja por evitar o lançamento de gases do efeito estufa na atmosfera – a quanti- dade de CO2 que ela retirar ou deixar de despe- jar na atmosfera é que pode ser convertida em 5 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 COP21: metas para enfrentar o aquecimento global créditos disponíveis para venda no mercado, 15% vem do Brasil. (Revista Vida Simples, 2007). DOHA (QATAR -2012) A Con- ferência do clima da ONU, em Doha,pror- rogou Protoco- lo de Kyoto até 2020. Cerca de 200 países aprovaram o acordo após longa negociação em Doha. Cerca de 200 países concordaram na Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 18), em Doha, no Qatar, em estender o Protocolo de Kyoto. O acordo assinado em 1997 e que se ex- piraria no final de 2012, é a única ferramenta que compromete os países industrializados a reduzir os gases de efeito estufa. O alcance do novo acordo, no entanto, é a inda menor do que o protocolo de Kyoto era. Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia se recusaram a assiná-lo porque queriam que países emergentes como índia, a China e o Brasil também tivessem metas a cum- prir, o que não é previsto pelo documento. Os Estados Unidos nunca ratificaram o Protocolo de Kyoto. Dessa forma, o grupo comprometido com as metas do protocolo se reduz a 36 países: Austrália, Noruega, Suíça, Ucrânia e todos os integrantes da União Europeia. Juntos, eles res- pondem por apenas cerca de 15% do total de emissões de gases estufa de todo o mundo. COP21 E O ACORDO DE PARIS O que foi, resumo, onde foi, objetivos, principais resoluções, o Acordo de Paris sobre o clima e mudanças climáticas, metas do Brasil. A COP21 (Conferência das Nações Uni- das sobre as Mudanças Climáticas de 2015) foi uma conferência realizada em Paris, entre os dias 30 de novembro de 2015 e 12 de dezembro do mesmo ano. Teve a participação de chefes de estado (ou representantes) de 197 países, sendo que o principal tema foi o clima e as mu- danças climáticas causadas pelo efeito estufa e aquecimento global. Objetivo da COP21 e do Acordo de Paris A conferência teve como principal objetivo firmar um acordo (ficou conhecido como Acordo de Paris) entre as 195 nações, voltado para a re- dução das emissões dos gases do efeito estufa. Este acordo deverá entrar em vigor a partir de 2020. O objetivo é reduzir o aquecimento global, para que até o ano de 2100 a temperatura média do planeta tenha um aumento inferior a 2°C. O INDICs É um documento em que todos os países devem apresentar medidas práticas e metas para reduzir a emissão de carbono, nos próximos anos. Estas metas devem ser revistas, a partir de 2018, a cada cinco anos. Financiamento para os países em desenvolvi- mento Os países do G20 (mais ricos do mundo) se comprometeram a ajudar financeiramente as nações em desenvolvimento com U$100 bilhões por ano a partir de 2020, para que essas possam desenvolver sistemas e projetos para redução da emissão de gases de efeito estufa. Metas do Brasil no Acordo de Paris Como participante da COP21 e do Acor- do de Paris, o Brasil assumiu compromissos para reduzir a emissão de gases do efeito estufa. En- tre esses compromissos está a redução em 37% nas emissões desses gases até 2025, ampliando a redução para 43% até 2030. Outro compromis- so assumido foi de ampliar a participação de fontes de energia renováveis (eólica e solar) por exemplo na matriz energética. Entrada em vigor - O Acordo de Paris entrou em vigor no dia 4 de novembro de 2016. COP22 - A 22ª Conferência da ONU sobre o Clima (COP22) foi realizada em Marraquexe (Marro- cos) entre os dias 7 e 18 de novembro de 2016. Ela foi importante, pois deu início à regulamen- tação do Acordo de Paris. COP23 6 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 - A 23ª Conferência da ONU sobre o Clima (COP23) foi realizada em Bonn (Alemanha) entre os dias 6 e 17 de novembro de 2017. O principal objetivo foi a implementação do Acordo de Pa- ris. Os principais embates ocorreram em relação ao financiamento para combater o aquecimento global e com os prazos para a redução da emis- são dos gases do efeito estufa. Os questiona- mentos e obstruções partiram, principalmente, dos países industrializados. COP 24 - A COP 24 será realizada na Polônia, em de- zembro de 2018. Nesta conferência os países irão analisar a redução na emissão dos gases do efeito estufa. Saída dos Estados Unidos - Em 01 de junho de 2017, o presidente dos EUA anunciou a saída de seu país do Acordo Climáti- co de Paris. Os EUA são um dos maiores emisso- res de gases do efeito estufa do mundo e tal decisão afeta significativamente o acordo. A decisão de Donald Trump foi muito criticada pela comunidade internacional e pelos defensores do combate ao aquecimento global. (https://www.suapesquisa.com/meio ambien- te/cop21.htm) 3 - As questões ambientais Contemporâneas A Relação entre Revolução Industrial e o Meio Ambiente O advento da Revolução Industri- al deixou para trás o modo de produção agrícola e manual, utilizando máquinas no auxílio das ações humanas e ampliando, dessa forma, a produção e os mercados. Porém a atividade humana, principal- mente a industrial, tem provocado grandes efei- tos ambientais provenientes do consumo de recursos naturais e na geração de resíduos e rejeitos industriais. A industrialização originou uma série de intensos desdobramentos na economia, com modos de produção mais eficientes; no social, com as relações entre proletários e burgueses; e no ambiental, com impactos ao meio ambiente (ex.: poluição atmosférica). A transformação que o ser humano im- primiu à natureza, com o uso das máquinas e com a necessidade cada vez maior de matérias- primas, fez surgir uma nova relação homem- natureza, na qual o ser humano domina e explo- ra os ambientes naturais, principalmente em decorrência do consumismo, em espe- cial nos países ricos. A degradação ambiental foi crescente e desenfreada durante os séculos XIX e XX, com consequências evidentes no século XX I – poluição atmosférica, contaminação da água e do solo, retirada de florestas etc., o que tornou sombrias as previsões futuras para a vida no planeta. Caso importantes mudanças não sejam tomadas a fim de se adotar o desenvolvimento sustentável (sustentabilidade), estabelecendo uma nova relação homem-natureza. As indús- trias contribuem severamente para o aumento das emissões de gases “estufa” na atmosfera, contribuindo para o aquecimento glo- bal antropogênico. A Revolução Industrial levou à urbaniza- ção, que, por sua vez, também provocou pro- blemas relacionados à geração de resíduos sóli- dos (lixo), à ocupação desordenada do solo com desmatamento e impermeabilização, à contaminação dos cursos fluviais com esgotos e resíduos sólidos, ao aparecimento de ilhas de calor etc. Nas últimas décadas, vem ocorrendo uma importante transformação na administra- ção industrial de consequências positivas na área da sustentabilidade, com adoção de medidas amenizadoras de impactos ambientais – a reciclagem, o reuso da água etc., modificando pensamentos e atitudes do passado em que a deterioração ambiental era uma consequência inevitável do processo industrial. (www.coladaweb.com) EFEITO ESTUFA E O AQUECIMENTO GLOBAL Dos raios solares que chegam à terra, 30% não conseguem atravessar a atmosfera e são refletidos de volta para o espaço. 70% deles conseguem atravessar a atmosfera e atingir a superfície terrestre, sendo então absorvidos. Ao ser aquecida por essa radiação, a superfície ter- A poluição atmosférica está concentrada principalmente em regiões industriais como o leste da China, Europa Ocidental, nordeste e sul dos Grandes Lagos, Estados Unidos. 7 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Desfoliamento de floresta pela chuva ácida/estudopratico.com.br restre passa a emitir energia na forma de calor. Uma parte dessaenergia se perde no espaço; o restante é absorvido por certos gases presentes a atmosfera. A energia absorvida por esses gases na atmosfera é irradiada de volta à superfície terrestre. Por muito tempo a presença de gases na atmosfera teve seu caráter natural e passou a ser chamado de efeito estufa, sendo responsável pela manutenção e equilíbrio da temperatura no planeta. Porém, a partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, o homem proporcionou o aumento da emissão dos gases do efeito estufa para a atmosfera (CO2, metano, etc.). Essa maior concentração de gases do efeito estufa (GEE) passaram a aprisionar maiores quantidade de calor entre a camada de gases estufa e a superfí- cie da terra, e consequentemente o aumento da temperatura global. As consequências do aumento de tem- peratura global são graves para todos os seres vivos, incluindo o homem. O aquecimento global tem impactos profundos no planeta: a) Extinção de espécies animais e vegetais; b) Alteração na frequência e intensidade de chuvas (interferindo, por exemplo, na agricultura), c) Elevação do nível do mar e intensificação de fenômenos meteorológicos (por exemplo: tempesta- des severas, inundações, vendavais, ondas de calor, secas prolongadas), entre outros. CHUVAS ÁCIDAS: POLUIÇÃO A DISTÂNCIA Entre os vários problemas ambientais consequentes da Revolução Industrial está a chuva ácida. Quando falamos em chuva ácida, esta- mos nos referindo a um problema bastante mo- derno, causado essencialmente pelo crescimen- to intenso dos centros urbanos que, atualmente, são altamente industrializados. No entanto, a partir da Revolução Industrial, esse processo é intensificado em virtude do grande lançamento de gases na atmosfera. Assim, esse fenômeno ocorre prin- cipalmente nas cidades industrializa- das, com grande quan- tidade de veículos au- tomotores e em locais onde estão instaladas usinas termoelétricas. Em função das correntes atmosféricas, as chuvas acidas podem ser de- sencadeadas em locais distantes de onde os poluentes foram emitidos. Diante disso, temos várias fontes de poluentes para as atmosferas, sendo que os gasosos são produzidos em grande quantidade, como é o caso do óxido de nitrogê- nio e do dióxido de enxofre. Essa combinação, junto ao vapor de água que existe na atmosfera, acaba por se acumular nas nuvens, condensando junto ao que seria a chuva comum, as substân- cias tóxicas. Mais quais os gases que contribuem para maior acidez das chuvas? Os óxidos de nitrogênio (NOx) e o dióxido de enxofre (SO2), liberados na atmosfera pela queima de combustíveis fosseis, em reação com as partículas de água que formam as nuvens, tem como resultado o ácido nítrico (HNO3) e o ácido sulfúrico (H2SO4), que depois se precipitam em forma de chuva, neve ou neblina, caracterizando as chuvas ácidas. 8 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Corrosão de monumentos históricos pela chuva ácida. https://brasilescola.uol.com.br As chuvas ácidas prejudicam as lavouras, altera os ecossistemas aquáticos, contribui para a des- truição de florestas, danifica edifícios, corroí monumentos históricos, contamina água potá- vel, e sobretudo prejudica a saúde humana. A chuva ácida também causa a acidificação do solo tornando-o im- produtivo e mais suscetível à ero- são. A acidez do solo, inclusive, é um dos principais fatores para a diminuição da cobertura vegetal em diversos países. Estudos recentes publicados pelo WWF apontam que a chuva ácida já é um dos principais responsáveis pelo desmatamento na Mata Atlântica. A CAMADA DE OZÔNIO A camada de ozônio, existente nas altas regiões da atmosfera “bloqueia” a penetração das radiações ultravioletas do sol, protegendo, dessa maneira a vida na terra, que seria destruí- da se essa radiação nos atingisse com toda sua intensidade. Em 1985, cientistas anunciaram que todos os anos, no início da primavera no Hemis- fério Sul, um imenso buraco se abria na camada de ozônio da atmosfera sobre a Antártica. E o pior: ele também estava ficando cada vez maior. Responsável por proteger a Terra da maior parte dos raios ultravioleta emitidos pelo Sol — capazes de provocar mutações genéticas que levam ao surgimento do câncer, por exem- plo — a camada de ozônio é fundamental para a manutenção da vida em nosso planeta. Sem ela, a Humanidade não conseguiria sobreviver e, assim, a notícia de seu desaparecimento, ainda que sazonal e sobre uma área em grande parte inabitada, caiu como uma bomba na comunida- de internacional. Estes mesmos cientistas, no entanto, também sabiam qual era a principal causa por trás do sumiço do ozônio: os clorofluorcarbonos (CFCs), compostos químicos então muito usados na refrigeração, em especial em geladeiras e apare- lhos de ar-condicionado, que, ativados pela volta da luz solar ao Polo Sul com o fim do inverno, davam início a uma série de reações que destru- íam a camada do gás localizada na estratosfera. Diante disso, governos ao redor do planeta pela primeira vez se uniram num projeto para comba- ter um problema ambiental criado pela própria Humanidade, propondo banir os CFCs. Assinado em 1987, o Protocolo de Montreal determinou a gradual proibição da fabricação e utilização dos compostos e agora, quase 30 anos depois, a camada de ozônio sobre a Antártica apresenta uma clara tendência de recuperação, relatam pesquisadores em artigo publicado na edição revista “Science”. De acordo com os cientistas, desconta- das influências climáticas e da atividade vulcâni- ca, que também afetam a camada de ozônio, o rombo sobre a Antártica encolheu em mais de quatro milhões de quilômetros quadrados no período, ou pouco menos que metade da área de todo território brasileiro. O Brasil e o Protocolo de Montreal O Brasil já age a favor da camada de ozônio há mais ou menos duas décadas. Na época da criação da Anvisa (Agencia Nacional de Vigilância Sanitária), a fabricação e a comercialização de produtos de higie- ne, cosméticos, limpeza e perfumes sob a forma de aerossóis que tivessem CFC foi proibida. Apenas dois anos depois, em 1990, o Brasil aderiu ao Protocolo de Montreal e se comprometeu a acabar totalmente com os CFCs até janeiro de 2010. Mas não parou por aí. O governo Federal também criou o Grupo de Tra- balho do Ozônio (GTO), que deu origem ao Programa Brasileiro para Eliminação da Produção e do Consumo das Substâncias de Destroem a Camada de Ozônio (PBCO). Após as experiencias com o PBCO foi possível 9 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Prédios em Vila Velha ficam encobertos por névoa (Foto: Luiz Claudio/TV Gazeta) aprovar uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama, que tinha como principal medida priorizar a conversão tecnológica industrial para eliminar CFCs. Alguns anos após o acordo do Protocolo de Montreal já começaram a aparecer evidencias da queda acen- tuada no nível de emissões globais das substancias prejudiciais para a camada de ozônio. Mas em de- terminadas épocas essa queda não ocorreu, o que deixa claro o uso de CFCs em alguns países mesmo depois do acordo. Porém, nos últimos 10 anos a velo- cidade de destruição vem diminuindo e pesquisas preveem que por volta de 2065 ela estará recupera- da. Camada de Ozônio em Recuperação O ser huma- no está conseguindo reverter um proble- ma que ele mesmo causou no meio am- biente: a camada de ozônio sobre a Antár- tida continua se re- cuperando, segundoestudo publicado na revista Geophysical Research Letters baseado em imagens de satélite. Em meio a tantas notícias ambi- entais ruins, há pelo menos uma boa: a camada de ozônio sobre a Antárti- da continua a se recuperar. Segundo estudo publica- do na revista Geophysical Research Letters e baseado em imagens de satélite, a redução na camada duran- te o inverno antártico (do início de julho a meados de setembro) de 2016 foi 20% inferior à do mesmo perí- odo em 2005. A mudança está ligada às regulamen- tações internacionais adotadas em 1987 contra os clorofluorcarbonos (CFCs), substâncias antigamente usadas como aerossóis e gases para refrigera- ção. (https://www.revistaplaneta.com.br) A INVERSÃO TÉRMICA Ocorre quando há uma mudança abrup- ta de temperatura devido à inversão das cama- das de ar frias e quentes. A camada de ar fria, por ser mais pesada, acaba descendo e retendo poluentes próximos a superfície terrestre. Trata- se de um fenômeno natural que pode ocorrer em qualquer parte do planeta. Costuma aconte- cer no final da madrugada e início da manhã, particularmente nos meses de inverno. No início da madrugada, dá-se o pico de perda de calor do solo por irradiação, é quando, portanto, registram-se temperaturas mais baixas tanto do solo quanto do ar. Quando a tempera- tura próxima do solo cai de 4°C, o ar frio, impos- sibilitando de elevar-se, fica retido em baixas altitudes. As camadas mais elevadas da atmosfe- ra são ocupadas com ar relativamente mais quente, que não consegue descer. Ocorre assim, uma estabilização mo- mentânea, a circulação fria fica embaixo, e o ar quente fica em cima, fenômeno definido como inversão térmica. Logo após nascer o sol, à me- dida que vai havendo o aquecimento do solo e do ar próximo a ele, o fenômeno vai gradativa- mente desfazendo-se. O ar aquecido sobre o ar resfriado desce, voltando a ter circulação atmos- férica. A inversão térmica se desfaz. 10 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Com a concentração de ar frio nas ca- madas mais baixas da atmosfera, o que impede a dispersão, ocorrem também a concentração de toneladas de poluentes emitidos por várias fon- tes, o que agrava sobremaneira o problema da poluição em baixos extratos da atmosfera, cons- tituindo um sério problema ambiental apenas em centros urbano-industrial. ILHA DE CALOR A ilha de calor é um fenômeno climático que ocorre a partir da elevação da temperatura de uma área urbana se comparada a uma zona rural. Também, nas cidades, especialmente nas grandes, a temperatura é superior no centro do que nas áreas periféricas. Nesse contexto, segundo Bouth (2015) os principais contribuidores para a elevação da temperatura no interior dos grandes centros urbanos são: a verticalização do espaço urbano, a concentração de elementos refletidores do calor (asfalto, calçadas, vidraças), a circulação de automóveis que queimam derivados de combus- tíveis fosseis e a retirada da cobertura vegetal. A ilha de calor é um fenômeno típico dos grandes centros urbanos e pode ser percebida em períodos diurnos e noturnos, mas o ápice da diferença de temperatura entre áreas urbanas e rurais acontece ao anoitecer, pois a área rural resfria mais rápido que a urbana, onde muros, calçadas, asfaltos e todo tipo de edificação rece- bem durante o dia luz e calor do sol e esse fica retido por mais tempo, proporcionando a dife- rença de temperatura entre as áreas em ques- tão. A oscilação de temperatura entre o cen- tro de uma grande cidade e uma zona rural pode variar entre 4°C, 6°C ou até mesmo 11°C; o que proporciona muitos inconvenientes à população em virtude dos incômodos que o calor excessivo provoca, sem contar que ocasiona um significati- vo incremento no consumo de energia elétrica, usada para funcionar refrigerado- res de ar (ar condicionado), principalmente para climatizar residências, escolas, universidades, comércios e industrias. Na área rural e florestal a cobertura ve- getal possibilita o processo de evaporação e evapotranspiração, amenizando as temperatu- ras, o que não acontece nas grandes cidades que estão impermeabilizadas e sem cobertura vege- tal. DESMATAMENTO Um dos principais impactos ambientais que ocorrem em um ecossistema natural é a devastação das florestas, notadamente das tro- picais, mas mais ricas em biodiversidade. E por que ocorre com tanta avidez o desmatamento de milhares de quilômetros de florestas tropi- cais? Essa devastação conforme se pode consta- tar, ocorre basicamente por fatores econômicos, tanto na Amazônia quanto nas florestas africanas e nas do sul e sudeste asiático. Causas do Desmatamento - Extração de madeira para fins comerciais. - Instalação de projetos agropecuários. - Implantação de projetos de mineração. - Construção de usinas hidrelétricas. - Abertura de rodovias - Agricultura de subsistência. - Urbanização – “Floresta Urbanizada”. A exploração madeireira é feita clandes- tinamente ou, muitas vezes, com conivência de governantes corruptos e insensíveis aos graves problemas ecológicos decorrentes dela. Aliás, muitas vezes, são esses mesmos governantes que incentivam, por exemplo, projetos agromi- nerais, os quais, inevitavelmente, acabam pro- vocando desequilíbrio no ambiente, os projetos de instalação de barragens para a geração de energia hidroelétrica. Tais projetos são sempre instalados com respaldo de um dis- curso desen- volvimentis- ta, resultante de uma visão meramente 11 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 economista, que quase sempre não se preocupa com os prejuízos sócio ambientais. Não leva em conta os interesses das comunidades que habi- tam os lugares que são instalados, nem os inte- resses da nação que os abriga porque, com raras exceções, esses projetos são comandados por grandes grupos internacionais, interessados apenas em auferir altos lucros. Consequências do Desmatamento Uma das consequências que envolvem o desmatamento é a luta entre trabalhadores e donos de madeireiras que geralmente acaba em morte, como a do seringalista Chico Mendes, premiado pela ONU por defender os seringais na Amazônia e organizar as reservas extrativistas. - Destruição da biodiversidade. - Erosão e empobrecimento dos solos. - Enchentes e assoreamento dos rios. - Diminuição dos índices pluviométricos. - Elevação das temperaturas. - Desertificação. - Proliferação de pragas e doenças. Um efeito muito sério, local e regional do desmatamento é o agravamento dos proces- sos erosivos no solo como por exemplo a lixivia- ção (consiste na retirada de elementos nutrien- tes do solo pela ação da água da chuva cuja atu- ação é favorecida pelo desmatamento). A erosão é um fenômeno natural que é absorvido pelos ecossistemas. Em uma floresta, as árvores servem de anteparo para as gotas de chuva que escorre pelos seus troncos, infiltran- do-se no subsolo. Além de diminuir a velocidade do escoamento superficial, as arvores evitam o impacto direto das chuvas com o solo e suas raízes ajudam a retê-lo, evitando a sua degrada- ção. Além desses impactos locais e regionais da devastação das florestas, há também um perigo- so impacto em escala global. É importante lem- brar que o CO2 é um dos principais responsáveis pelo efeito estufa. POLUIÇÃO DA ÁGUA. A poluição da água é a introdução de partículas estranhas ao ambiente natural; bem como induzir condições em um determinado curso ou corpo de água, direta ou indiretamen- te, sendo por isso potencialmentenocivos à fauna, flora, bem como populações humanas vizinhas a tal local ou que utilizem essa água. Segundo Rodolfo Pena “a população hídrica, causada pela atuação indevida das práti- cas humanas, pode gerar impactos sobre as espécies e provocar a escassez desse recurso natural”. A poluição hídrica corresponde ao pro- cesso de poluição, contaminação ou deposição de rejeitos na água dos rios, lagos, córregos, nascentes, além de mares e oceanos. Trata-se de um problema socioambiental de elevada gravi- dade, pois embora a água seja um recurso natu- ral renovável ela pode tornar-se cada vez mais escassa, haja vista que apenas a água potável é própria para o consumo. A principal causa da poluição das águas é o desenvolvi- mento de- senfreado das ativida- des econômicas, sobretudo nas cidades, com o aumento da deposição indevida de rejeitos ad- vindos do sistema de esgoto e saneamento. Ou- tra causa também apontada é o destino incor- reto do lixo por parte da população, que atira objetos nos cursos d´água por pura falta de conscientização ambiental. Há de se levar em conside- ração que, em uma bacia hidro- gráfica, tudo o que é gerado em sua área de abrangência é escoado para o leito do seu rio corres- pondente. Dessa forma, o aumento da poluição no espaço das cidades gera uma maior carga de poluen- tes para o leito dos rios que cortam essas áreas urba- nas. No campo, o mesmo procedimento acontece, quando o uso indiscriminado de agrotóxicos faz com que os recursos hídricos sejam contaminados uma vez que essa carga toda de compostos químicos aca- ba se destinando ao lençol freático ou ao curso d´água mais próximo. Com o desenvolvimento das sociedades e a intensificação do processo de industrialização, além da introdução de novas técnicas de plantio no campo, cada vez mais as reservas hídricas encontram-se polu- ídas, o que gera uma maior escassez de lugares que podem ser aproveitados para a utilização da água para consumo e outras funções. 12 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Nos mares e também nos oceanos, também há muita poluição, gerada tanto pelo destino indevi- do do lixo em práticas turísticas e de lazer nos ambi- entes litorâneos quanto, em alguns casos, pelo der- ramamento de petróleo que é de difícil controle. Como evitar o desperdício de água: LIXO URBANO A solução ideal para o lixo seria idêntica à que mencionamos para o esgoto: fazer retor- nar aos solos, nas áreas agrícolas, os elementos que dele foram retirados. Isso é possível median- te os processos de compostagem de modo a transformar sua matéria orgânica sólida em um material denominado composto, idêntico ao húmus natural, que constitui um ótimo condici- onador de solos. Mas talvez o maior problema do lixo seja real- mente o transporte. Não sendo liquido, não pode escoar das casas e industrias através de tubulações que levem às estações de tratamento daí as plantações. O sistema de cole- ta e transportes por caminhões acarreta uma série de problemas de trânsito, entre outros, as grandes cida- des. Existem cida- des na Europa onde é feita a classificação do lixo para facilitar sua posterior reuti- lização. Latas, vidros, papeis e alimentos, são condicionados em ambientes separados. Os alimentos são geralmente consumi- dos por animais domésticos ou triturados em aparelhos especiais adaptados à pia da cozinha, seguindo para o esgoto. Nota-se, entretanto, que a quantidade de alimentos jogados no lixo em países europeus é muito menor que no Brasil, constituindo não mais do que 30% dos resíduos sólidos enquanto aqui ultrapassa os 70%. A reciclagem do Lixo Urbano Apesar do significado abrangente do termo, a recicla- gem vem sendo atualmente considerada, acima de tudo, um método de recuperação energética. Dentro deste conceito, pode-se classificar as diversas formas de reciclagem de acordo com a maior ou menor recuperação de energia de cada processo. Assim: Máximo índice de recuperação – Aí se en- quadra a seleção de materiais que poderão ser no- vamente utilizados, sem qualquer beneficiamento industrial, a não ser lavagem e eventual esterilização. Exemplo: garrafas inteiras de refrigerantes ou de cerveja. Médio índice de recuperação – Nesse caso, há necessidade de se proceder algum beneficiamento industrial ao produto recuperado a fim de transfor- má-lo novamente em material reutilizável. Exemplo: cacos de vidro, metais e embala- gens de plástico. Recuperação biológica – Trata-se de uma particularização do caso anterior, isto é, médio índice de recuperação, só que referente às frações orgânicas do lixo. É o caso da produção de adubo orgânico e da obtenção de combustível gasoso (metano). Baixo índice de recuperação – Neste caso está inserido o aproveitamento do poder calorifico dos matérias combustíveis presentes no lixo, median- te sua incineração. Por exemplo, quando se queima um saco plástico, a energia liberada é menor que a utilizada no seu processo de fabricação, desde a ma- téria-prima (petróleo) até o produto acabado (saco plástico). No planejamento de um sistema de recicla- gem, deve-se ter sempre como objetivo principal a obtenção do maior balanço energético possível. o o o o o o 13 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 4 IMPACTO AMBIENTAL De forma simplificada pode-se afirmar que em termos de avaliação do impacto ambien- tal das atividades humanas existem três grandes problemas no país, inseparáveis, mas inconfun- diveis, cada um com uma sistematica de análise científica distinta: as atividades energético- mineradoras, as atividades industriais-urbanas e as agrossilvopastoris. Em geral, os critérios, in- strumentos e métodos utilizados para avaliar o impacto ambiental são próprios a cada uma des- sas atividades e não universais. O impacto ambiental das atividades energéticas e mineradoras é, em geral, intenso, pontual, limitado e preciso em termos de localização (uma hidroelétrica, uma mineração, por exem- plo). Empreendimentos dessa natureza en- volvem parcelas pequenas de população nos seus impactos diretos e são bastante de- pendentes de fatores relativamente con- troláveis. Ex- istem metodo- logias bem es- tabelecidas para avaliar e mon- itorar o impacto ambiental desses empreendimentos, onde os aspectos de projeto, engenharia e planejamento são pas- siveis de um alto grau de previsão e controle. O impacto ambiental das atividades industriais- urbanas é, em geral, de intensidade variada, podendo ir de pontual (no caso de uma fábrica poluidora, por exemplo) a difuso (no caso dos poluentes emitidos pela frota de veículos, por exemplo). Uma boa parte desses impactos de- pendem de obras de infraestrutura e de saneamento, mais amplas do que a abrangência de cada empreendimento. Proces- sos de planejamento e crescimentos urbanos também cumprem um papel determinante em muitos casos. As atividades industriais-urbanas atingem, direta e indiretamente, grandes parcelas da população. Existe uma grande quan- tidade de normas, leis e regulamentos vigindo sobre esse tema, objeto de uma ação fiscalizado- ra relativamente intensa por parte da população e órgãos públicos. Já os impactos ambientais das atividades agrícolas são em geral tênues, bas- tante de- pendentes de fatores pouco controláveis (chuvas, tem- peraturas, ventos, etc). atingem grandes áreas de forma pouco precisa, frequentemente crôni- ca, pouco evidente, intermitentee de difícil quantificação (perda de solos, produção de gas- es, erosão genética, contaminação de águas subterrâneas com fertilizantes ou pesticídas etc.). Em muitos casos os piores impactos ambi- entais da agricultura são invisíveis aos olhos da população, dos consumidores e dos próprios agricultores, ao contrário do que ocorre com uma fábrica ou uma mineradora. Também a nível sócio-econômico, a liderança entre à agricultura e as outras atividades hu- manas é enorme: empregos gerados, condições de trabalho, fatores sazonais, legislação específi- ca, produção de riqueza, valor agregado etc. O mundo urbano situa-se na montante (for- necimentos de insumos) e na jusante (agro- industrias e consumidores) da atividade agrícola podendo mascarar o repasse de impactos ambi- entais indiretos, positivos ou negativos. O uso do álcool combustivel nas grandes cidades é um exemplo típico de uma transferência de impacto ambiental positivo do campo para a área urbana. Nesse sentido, o impacto ambiental de uma atividade agrícola não pode ser tratado como de uma atividade industrial-urbana ou, pior ainda, como o de uma atividade de exploração ener- gético-mineradora, como pretendem alguns. Um campo cultivado não é uma fábrica, nem uma mina. 14 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 5 ATMOSFERA A camada de ar que envolve a terra é conhecida como atmosfera (atmos=ar; esfe- ra=esfera terrestre). A atmosfera pode ser divi- dida em cinco camadas: 1. A Troposfera é a camada mais próxima da crosta terrestre, na qual estão imersos os seres vivos de hábito terrestre. Esta camada tem aproximadamente oitenta por cento do peso atmosférico, ou seja, é onde o ar está mais concentrado. Esse nome, tropos- fera, significa “esfera turbulenta”, pois é ao longo dos seus aproximadamente 12 Km de espessura, que ocorrem quase todos os fenômenos meteorológicos. Sua temperatura diminui à medida que aumenta a altitude: parte daquela no nível do solo e atinge -60°c na parte superior. Nesta faixa, concentram-se os poluentes e a maioria dos fenômenos climáticos, como formação de nuvens e chuvas. 2. Na Estratosfera, aparece uma grande concentração de ozônio, um composto formado por átomos de oxigênio (fórmula química do ozônio: O3), a conheci- da camada de ozônio, que funciona como um filtro para os raios solares. Ela absorve a radiação solar ultravioleta, deixando passar apenas parte deles e protegendo a vida na terra. A estratosfera tem uma espessura média de aproximadamente 38 Km. Ao contrário das demais camadas, nessa ocorre o au- mento da temperatura, devido ao aumento da altitu- de. O que leva a esse aumento é o aquecimento do ar na região entre 20 e 35 Km de altitude, onde fica a camada de ozônio. 3. Mesosfera é a camada mais fria da atmosfera fica entre 50 e 80 Km de altitude, sua temperatura dimi- nui conforme se sobe, essa diminuição de temperatu- ra gira entorno de 5°c até 95°c. essa queda brusca de temperatura está vinculada ao afastamento da cama- da de ozônio e pela inexistência de nuvens ou gases capazes de absolver a energia do sol. Nessa região ocorre o fenômeno conhecido como estrelas cadentes, devido ao choque de rochas ori- undas do espaço com a cama de ar rarefeito, que existe na mesosfera. Ao chegarmos não passamos por 99% do peso do ar, ou seja, quase todo o ar já ficou para trás. Essa camada tem aproximadamente 50Km de espessura. 4. Termosfera ou Ionosfera recebe esse nome por possuir uma grande quantidade de íons, átomos eletricamente carregados. Essa camada tem uma espessura de aproximadamente 470 Km. O ar da ionosfera é extremamente rarefeito e ainda as- sim oferece suficiente resistência aos meteoros, que bombardeiam diariamente a Terra. 5. A Exosfera é a camada mais externa da atmosfera. Chega a confundir-se com o espaço cósmico. O ar existente nessa camada é tão rarefeito que os grupamentos atômicos chegam a atravessar distâncias enormes sem se chocarem. O final da exos- fera é o ponto em que as partículas não interagem mais com o campo magnético da Terra. Clima e tempo é a mesma coisa? Não, clima e tempo são coisas diferentes, por isso não são sinônimos, como a maioria das pessoas pensam diari- amente, pois ambos apresentam significa- dos diferentes. Quan- do falamos que o dia está quente estamos nos referindo ao tempo atmos- férico, ou simplesmente tempo, ou seja, as condições meteorológicas de um lugar em um determinado momento. Essas condições podem mudar de um dia para o outro ou de uma hora para a outra. No entan- to, quando queremos analisar o clima de uma região, é necessário observar e registrar diariamente, por pelo menos 25 anos, os vários tempos atmosféricos que ocorrem no local. As características predominan- tes, que se repetem habitualmente, definem o clima do lugar. 1.1 AS MASSAS DE AR As mudanças de tempo em determinado lugar estão relacionadas a vários fatores, em especial aos movimentos das massas de ar. As massas de ar são extensas “bolsas” de ar que realizam deslocamento ao longo da tro- posfera, possuem características particulares de temperatura, pressão e umidade relativamente uniforme. Tais caracte- rísticas são adquiridas do lugar onde as massas se originam, porém, ao se deslocarem, interfe- rem no clima e no tem- po de distintos lugares por onde passam. O que difere uma massa de ar de outra massa de ar é a temperatura (quente ou fria) a umidade (seca ou úmida). Quanto a 15 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 temperatura elas podem ser: tropico-equatorial (quentes) ou polares (frias). Já em relação a umidade, as massas podem ser, marítimas (úmi- das) ou continentais (secas), exceto quando se formam da floresta equatorial, onde há grande umidade devido o processo de evapotranspira- ção. De acordo com a movimentação, as massas de ar passam a destituísse de suas carac- terísticas originais, principalmente, quando duas massas de ar distintas se encontram, esse fato acaba por originar o aparecimento de uma fren- te. As massas de ar que atuam no Brasil Massa equatorial conti- nental (mEc): é característico do verão, com o ar parado e úmido. O ar é quente, propi- ciando alta evapo- ração e conse- quentemente alto índice de chuvas. Essa massa expan- de-se pelo Brasil entre os meses de setembro e mar- ço. Massa tropical atlântica (mTa): Essa massa de ar permanece estacionada du- rante o verão no hemisfério sul. Ela se expande pelo Brasil devido a retração da Mec. Com a sua proxi- midade com o oceano a mTa ganha umidade, e ao chegar no Nordeste ela se choca com a massa de ar polar ocasionando chuvas orográficas. Massa polar atlântica (mPa): Tem sua ori- gem no pólo sul, e penetra na América do sul pela Argentina. No Brasil ela ganha força com a retração da MEC e, ao encontrar áreas de resfriamento provo- ca chuvas frontais. SAIBA + As frentes podem ser quentes ou frias: As frentes frias são originadas a partir do contato de uma massa de ar fria com um quente, sendo que a massa fria empurra a massa de ar. Quando isso ocorre temos a elevação da massa de ar quente, que sofre um resfriamento, e a água que se encontra nas nuvens se reverte em chu- vas. E durante esse processo que ocorrem vendavais, temporais e chuvas de granizo. As frentes quentes aconte- cem a partir do encontro de uma massa de ar quente com uma fria, de maneira que a massa de ar quente empurra a massa de ar fria. Esse tipo de chuva também produz chuvapo- rem sem ventos fortes e chuvas de granizo. Geografia Profº. Espª.: Arthur dos Santos A Globalização e as novas tecnologias de Tele- comunicações e suas consequências Econômi- cas, Políticas e Sociais 1. FORMAÇÃO DAS REGIÕES DO MUNDO. Com o surgimento e o crescimento do comércio e dos centros urbanos, desenvolveu-se na Europa, a partir do século XII, uma camada social de mercadores, tornando possível a acu- mulação de recursos. Esse fato, somado às ino- vações nos transportes marítimos, nos arma- mentos e nas técnicas de navegação, tornou possível a expansão comercial do final do século XIV e do início do século XV. Começava a surgir um mercado mundial que interligava diversas regiões da terra. Era a fase do capitalismo comercial ou mercantil. Ao mesmo tempo que o comércio expandia, a sociedade de consumo e o capitalismo também se expandiam, iniciando-se uma redistribuição global de recursos. Os produtos originários de um continente eram levados para outras partes do mundo, passando a ser consumidos em luga- res distantes. 16 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 A difusão de plantas pelo mundo, que ampliou a oferta de alimentos nos diversos continentes. Divisão Internacional do Trabalho e a produção de espaços geográficos desiguais O sistema capitalista, que teve início na Eu- ropa, expandiu-se para outros continentes ao longo dos séculos. Desde que o poder passou a estar cen- tralizado nas mãos dos reis, constituindo as monar- quias nacionais, o mercantilismo surgiu como uma prática adotada inicialmente pela Inglaterra e pela França, no século XV, estendendo-se depois para outros Estados-Nações, como Portugal e Espanha. A intensificação do comércio trazia a neces- sidade de fabricação de mais mercadorias. Por isso tornou-se necessário descobrir novas fontes de maté- rias-primas baratas e novos mercados consumidores, nos quais os produtos seriam vendidos por preços maiores. No século XVI, vastas regiões da América, da Ásia e da África, entre elas o Brasil, foram invadidas, conquistadas e incorporadas ao mercado mundial e ao sistema capitalista, iniciando-se a exploração de seus recursos e de sua mão-de-obra. A busca do lucro provocou a desestruturação das relações de produ- ção existentes e o aparecimento de novas relações de trabalho, assim como o restabelecimento da escravi- dão. As áreas coloniais se tornaram periféricas do sistema capitalista mundial por meio do estabelecimento de uma Divisão Internacional do Trabalho (DIT). Nessa época, as nações se especializaram na produção de determinadas mercadorias. Aos países ricos cabia a produção e a comercialização de produtos industriali- zados, maquinas e tecnologia, enquanto os países periféricos tornaram-se produtores, fornecedores e exportadores de produtos primários, como açúcar, café, fumo, algodão e minérios. O comércio Intercontinental, antes restrito à Europa, à Ásia e a algumas áreas da África, ampliou- se e mudou de qualidade, passando do comércio de artigos de luxo – como seda, perfumes, porcelanas e especiarias – para a África - além do comércio de escravos da África para a América, que fornecia taba- co, açúcar e metais para a Europa. No século XVI, o Brasil integrou-se a esse sistema mundial, tornando-se fornecedor de matérias-primas. O espaço brasileiro por muito tempo se organizou segundo os interesses do colonizador português. Durante séculos, o colonialismo, isto é, a política de ocupação de territórios e de formação de colônias, plantações monocultoras voltadas para a exportação – e empreender a extração de diversas riquezas. Dessa forma, o sistema colonial contribuiu para a acumulação de riquezas e capitais nos países colonialistas e para a manutenção das condições de vida precárias das populações dos países colonizados, impedindo inclusive a sua industrialização e manten- do-os subordinados ao mercado internacional. A origem das grandes desigualdades econô- micas e sociais existentes entre os países explica-se, em boa parte, pelo desenvolvimento do capitalismo em escala mundial. 1.2 ENTENDENDO O CAPITALISMO O capitalismo como sistema econômico e social, passou a ser dominante no mundo oci- dental a partir do século XVI. A transição do feu- dalismo para o capitalismo, porém, ocorreu de forma bastante desigual no tempo e no espaço: foi mais rápida na porção ocidental da Europa e muito mais lenta na porção central e na oriental. O Reino Unido foi, por várias razões, o país no qual a transição foi mais acelerada. O capitalismo evoluiu gradativamente e foi se transformando à medida que novas difi- culdades surgiram. O sistema capitalista sempre apresentou, ao longo de sua história, grande dinamismo. Isso se explica devido ao seu pro- 17 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 fundo enraizamento histórico e cultural, pois sua origem é muito antiga (final da Idade Média) e sua evolução se sobrepondo a outras formas de produção, até se tornar hegemônico, o que, em âmbito mundial, ocorreu nem sua fase industri- al. AS FASES DO CAPITALISMO O capitalismo está voltado para a fabri- cação de produtos comercializáveis, denomina- dos mercadorias, com o objetivo de obter lucro. Este sistema está baseado na propriedade priva- da dos meios de produção – todos os elementos usados na produção pertencem a alguns indiví- duos (os capitalistas ou burgueses). Nas sociedades capitalistas, o elemento central da economia é o capital – dinheiro inves- tido no processo produtivo, objetivando lucro. Diferencia-se do dinheiro que se destina à satis- fação das necessidades pessoais das pessoas. Como no capitalismo a produção se des- tina ao mercado, dizemos que os países capita- listas adotam a economia de mercado. É em função das necessidades do mercado que se desenvolvem a produção, circulação e o consu- mo dos produtos. Empregados – pessoas que não sendo donas dos meios de produção, ven- dem sua força de trabalho (mercadorias) em troca de salário. São os proletários. O Capitalismo Comercial O sistema capitalista nasceu das trans- formações porque passou a Europa Feudal (séc. XIII). O fundamento da riqueza deixou de ser paulatinamente de ser a terra, e a economia de mercado começou a estruturar-se com base no trabalho artesanal. A partir do séc. XV, as rela- ções mercantis ampliaram-se geograficamente com as grandes navegações e a inserção de no- vas terras no sistema capitalista de produção. Desenvolveu-se então a fase do chamado capita- lismo comercial; o ciclo de reprodução do capital estava alicerçado principalmente na circulação e distribuição de mercadorias realizadas entre as metrópoles e as colônias. Nesse período inaugu- rou-se a Divisão Internacional do Trabalho, ca- racterizada pela produção de matérias-primas nas colônias em troca de manufaturas das me- trópoles. O mercantilismo, doutrina econômica e política do capitalismo comercial, criou as bases de uma nova geografia europeia e mundial. For- taleceu a unificação territorial a partir de um governo centralizado, dando origens aos Estados nacionais europeus. Tais Estados fortaleceram-se e acumularam riquezas com o protecionismo de seus mercados internos e com o comércio. Com isso, ampliaram-se as relações espaciais, baseadas na escravização e comercia- lização dos escravos e na exploração colonial. Nessa época, a riqueza e o poder de um país eram medidos pela quantidade de metais preci- osos (ouro e prata) que possuíam. Esse princípio ficou conhecido como metalismo.Mas o sistema capitalista só iria se con- solidar no século XVIII, com a substituição da manufatura pelas maquinas a vapor, iniciada nas indústrias têxteis da Inglaterra. A mecanização imprimiu um novo ritmo à produção de merca- dorias. O Capitalismo Industrial A mais profunda transformação espacial ocorreu com a introdução da indústria moderna na Inglaterra, que marcou o início do capitalismo industrial (concorrencial ou liberal). A industriali- zação não provocou mudanças apenas na forma de produção, mas direcionou toda a configura- ção do espaço atual. Modificou as relações soci- ais e territoriais, difundiu cultura e técnica, apro- fundou a competição entre os povos, concen- trou a população no espaço e provocou o cres- cimento cada vez maior das cidades.Com a in- venção da máquina a vapor e sua incorporação à produção industrial, os trabalhadores eram obri- gados a trabalhar conforme o ritmo das maqui- nas, de maneira padronizada. Outra parte da mão-de-obra disponível foi requisitada para trabalhar nas minas de carvão (fonte de energia dessa primeira fase da Revolução Industrial). Nesse período o “lucro” não adivinha mais da exploração das colônias, mas sim, da produção de mercadorias pelas indústrias, que trazia em- butido a exploração dos trabalhadores através da mais-valia. Nos séculos XVII e XIX, o capitalismo florescia na forma de pequenas e numerosas empresas, que competiam por uma fatiado mer- cado, sem que o Estado interferisse na econo- mia. Nessa fase (liberal), predominava a doutrina de uma fatia do mercado, sem que o Estado interferisse na economia. Nessa fase (liberal), predominava a doutrina de Adam Smith, segun- do a qual o mercado deve ser regido pela livre concorrência, baseada na lei da oferta e da pro- cura. Dentro das fábricas, mudanças importan- tes aconteceram: a produtividade e a capacidade 18 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 de produzir aumentam velozmente; aprofundou- se a divisão do trabalho e cresceu a produção em série. Nessa época, segunda metade do séc. XIX, ocorreu o que se convencionou chamar de Segunda Revolução Industrial. Uma das caracte- rísticas mais importantes desse período foi a introdução de novas tecnologias e novas fontes de energia no processo produtivo. Pela primeira vez, tanto como pioneiros a Alemanha e os Esta- dos Unidos, a ciência era apropriada pelo capital, sendo posta a serviço da técnica, ao contrário da primeira revolução industrial onde as tecnologi- as eram resultadas de pesquisas espontâneas e autônomas. Agora empresas eram criadas com o fim de descobrirem novas técnicas de produção. Para equipar as unidades produtoras com as novas tecnologias, era necessário au- mentar o espaço de produção, dispendendo grandes somas de capital, o que seria impossível para as pequenas e médias empresas, que fali- ram ou se uniram a outras, formando grandes empresas, altamente lucrativas. Algumas dessas grandes empresas passaram a dominar determi- nados ramos de produção, dando origem aos oligopólios. Com a finalidade de aumentar ainda mais os lucros, exterminar pequenas concorren- tes e impor preços, muitas firmas se fundiram em uma só, formando os TRUSTES, que passa- vam a controlar um produto desde a retirada da matéria-prima necessária à sua fabricação até a sua distribuição. Os grandes trustes muitas vezes se unem e formam um CARTEL, fazendo acordos acerca de medidas de interesse comum ou de vantagens reciprocas, dividindo mercados, esta- belecendo preços etc. Alguns países elaboram leis antitrustes e de restrição à formação de cartéis. O capitalismo Financeiro/Monopolista Uma das consequências mais importan- tes do crescimento acelerado da economia capi- talista foi o brutal processo de concentração e centralização de capitais. Várias empresas surgi- ram e cresceram rapidamente: Industrias, ban- cos, corretoras de valores, casas comerciais, etc. A acirrada concorrência favoreceu as grandes empresas, levando a fusões e incorporações que resultaram, a partir de fins do século XIX, na monopolização ou oligopolização de muitos se- tores da economia. O capital entrava, desse modo, em sua fase financeira e monopolista. É consenso marca como início dessa nova etapa da evolução capitalista a virada do século XIX para o século XX, coincidindo com o período da expan- são imperialista (1875 – 1914). No entanto, a consolidação só ocorreu efetivamente após a primeira guerra mundial, quando empresas se tornaram muito mais poderosas e influentes, acentuando a internacionalização dos capitais. Boa parte dos grandes grupos econômicos da atualidade surgiram nesse período. Consolidou-se, particularmente nos Es- tados Unidos, um vigoroso mercado de capitais: as empresas foram abrindo cada vez mais seus capitais através da venda de ações em bolsas de valores. Isso permitiu a formação das gigantes- cas corporações da atualidade, cuja ações estão pulverizadas entre milhares de acionistas. Em geral, essas grandes empresas tem um acionista majoritário, que pode ser uma pessoa, uma fa- mília, uma empresa, um banco ou um holding, e o restante, muitas vezes milhões de ações, está na mão de pequenos investidores. No Brasil, uma empresa de capital aberto leva sua razão social o termo S.A. (Sociedade Anônima). Não é mais possível distinguir o capital industrial do capital bancário. Fala-se agora em capital financeiro. Os bancos passam a ter um papel cada vez mais importante, industrias in- corporam ou constituem bancos para lhes dar retaguarda. O liberalismo restringe-se cada vez mais ao plano da ideologia, pois o mercado passa a ser oligopolizado, do minado por grandes corpo- rações, substituindo a livre concorrência e livre mercado. O Estado, por sua vez, passa a intervir na economia, seja como grande planejador ou coordenador, seja como agente produtor ou empresário. Essa atuação do Estado na econo- mia intensificou-se após a crise de 1929, que viria sepultar definitivamente o liberalismo clás- sico. 1.3 A GLOBALIZAÇÃO E SUAS CONSEQUENCIAS ECONOMICAS, POLITICAS E SOCIAIS O que é Globalização? 19 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Chama-se globalização, ou mundializa- ção, o crescimento da interdependência de to- dos os povos e países da superfície terrestre. Alguns falam em “aldeia global”, pois parece que o planeta está ficando menor e todos se conhe- cem (assistem a programas semelhantes na TV, ficam sabendo no mesmo dia o que ocorre no mundo inteiro). Um exemplo: Você vê hoje uma indústria de automóveis que fabrica um mesmo modelo de carro em montadoras de 3 países diferentes e os vende em outros 5 países. As empresas não ficam mais restritas a um país, seja como vendedora ou produtora. ALDEIA GLOBAL Distancias encurtadas pelo progresso Tecnológico, interligando ideias, valores E linguagens de qualquer parte do mundo. A HSITORIA DA GLOBALIZAÇÃO Tendo uma visão apenas da Globalização econômica da história, vamos encontra-la já muito antes do Império Romano. A Globalização aparece na constituição do Império Chinês; na civilização Egípcia, que manteve o domínio de todo o continente africano; Na Grécia, que ape- sar das cidades-estados, que mesmo indepen- dentes viam uma globalização da economia. O que os Romanos fizeram foi jurisdicizar a Globa- lização da economia. Os gregos descobriram o Direito. Mas é em Roma que o direito surge co- mo instrumento de poder, pois só assim os ro- manos poderiam organizar e controlar o Estado. Além disso, com a expansão territorial,os roma- nos se veem obrigados a construir uma rede de estrada, que possibilitou a comercialização e a comunicação entre diversos povos. Porque os portugueses se lançaram às grandes des- cobertas? Não só para se proteger dos mouros espa- nhóis, mas também para procurar novas rotas co- merciais de globalização. Nesses séculos (XIV e XV), ocorreu um descompasso entre a capacidade de produção e consumo. O resultado disso era uma produtividade baixa e falta de alimento para abaste- cer os núcleos urbanos, enquanto a produção artesa- nal não tinha um mercado consumidor, a solução para esses problemas estava na exploração de novos mercados capazes de fornecer alimentos e metais ao mesmo tempo, aptos a consumir os produtos artesa- nais europeus. Outro exemplo que temos é do século XIX, chamado de Imperialismo ou Neocolonialismo. Ocor- reu quando a economia europeia entrou em crise, pois as fabricas estavam produzindo cada vez mais mercadorias em menos tempo, assim, com uma su- perprodução, os preços e os juros despencaram. Na tentativa de superar a crise, países europeus, EUA, Japão buscaram mercados para escoar o excesso de produção e capitais. Cada economia industrializada queria mercados cativos, transformando o continente Africano e Asiático em centro fornecedor de maté- rias-primas e consumidores de produtos industriali- zados, gerando com isso um alto grau de exploração e dependência econômica. Podemos comparar essa dependência eco- nômica e exploração com os dias de hoje, pois é difícil de acreditar na possibilidade de os países desenvolvi- dos serem generosos com os demais, os emergentes e subdesenvolvidos. Já no final dos anos 70, os eco- nomistas começaram a difundir o conceito de globali- zação, usada para definir um cenário em que as rela- ções de comercio entre os países fossem mais fre- quentes e facilitadas. Depois, o termo passou a ser usado fora das discussões econômicas. Assim, as barreiras comerciais entre os paí- ses, começaram a cair, com a diminuição (a elimina- ção) de impostos sobre importações, o fortalecimen- to de grupos internacionais (como o Mercosul ou a Comunidade Europeia) e o incentivo do governo de cada país à instalação de empresas estrangeiras em seu território. (Fonte: Claudia Maria Machado). O dia-a-dia da Globalização 20 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Para se ter ideia desse processo, saiba que nos anos 60 somente cerca de 25 milhões de pessoas viajavam de avião de um país para ou- tro, por ano, hoje em dia esse número subiu para cerca de 400 milhões de ligações telefôni- cas entre os EUA e a Europa, atualmente essas ligações chegam a 1 bilhão por anos. Em 1980 o volume dos investimentos de residentes de um país nos mercados de capitais (Compra de ações de empresas) de outros países atingia a quantia de 120 milhões de dólares; em 1990, dez anos depois, esse valor já atingia a casa dos 1,4 tri- lhões de dólares, isso quer dizer que as econo- mias nacionais estão se desnacionalizando em ritmo acelerado, pois os norte-americanos pos- suem ações ou títulos de propriedades no Japão, na Europa e na América Latina, japoneses inves- tem em empresas norte-americanas ou corea- nas, alemãs compram ações de firmas russas ou tailandesas, etc. A Globalização está associada a uma aceleração do tempo. Tudo muda mais rapida- mente hoje em dia. E os deslocamentos também se tornaram muito mais rápidos: O ESPAÇO MUNDIAL FICOU MAIS INTEGRADO. Em 1950 era necessárias 18 horas para um avião comercial cruzar o oceano atlântico, fazendo a rota NY-Londres. Em 1990 essa rota era feita em somente 3 horas, por um avião su- persônico, e até o final do século esse tempo vai se reduzir ainda mais. Em 1985, quando o presidente do EUS, Abraham Lincon, foi assassinado, a notícia levou 13 dias para chegar na Europa. Hoje em dia bas- tam apenas alguns segundos para uma notícia qualquer cruzar o planeta, seja por telefone, redes sociais ou até mesmo pelas rede de TV. Além disso o mundo inteiro acompanha o fato de mulheres canadenses conquistando o direito de andarem de seios nus em qualquer lugar, ou pessoas do mundo inteiro cada vez mais comen- do nas mesmas cadeias de “fast food”, bebendo os mesmos refrigerantes, vestindo jeans, ouvin- do músicas semelhantes e assistindo aos mesmo filmes. Vantagens e Desvantagens da Globalização A abertura da economia e a globalização são processos irreversíveis, que nos atingem no dia-a-dia nas formas mais variadas e temos d aprender a conviver com isso, porque existem mudanças positivas para o nosso cotidiano e mudanças que estão tornando a vida de muita gente mais difí- cil. Um dos efei- tos nega- tivos do intercam- bio maior entre os diversos países do mundo, é o desem- prego, que no Brasil, vem batendo um recorde atrás do outro. No caso brasileiro, a abertura foi ponto fundamental no combate à inflação e para a modernização da economia com a entrada de produtos importados, mais baratos e de melhor qualidade e essa oferta maior ampliou também a disponibilidade de produtos nacionais com pre- ços menores e mais qualidade. É o que vemos em vários setores, como eletrodomésticos, car- ros, roupas, cosméticos e em serviços, como lavanderias, locadoras de vídeo e restaurantes. A opção de escolha que temos hoje é muito maior. Mas a necessidade de modernização e de aumento da competitividade das empresas, produziu um efeito muito negativo, que foi o desemprego. Para reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas tiveram de aprender a produzir mais com menos gente. Incorporavam novas tecnologia e máquinas. O trabalhador perdeu espaço e esse é um dos grandes desafios que, não só o Brasil, mas algumas das principais economias do mundo tem hoje pela frente: cres- cer o suficiente para absorver a mão-de-obra disponível no mercado, além disso, houve o au- mento da distância e da dependência tecnológi- ca dos países periféricos em relação aos desen- volvidos. A questão que se coloca nesses tempos é como identificar e aproveitar as oportunidades que estão surgindo de uma economia internaci- onal cada vez mais integrada. 21 Geografia Prof. Especª.: Arthur dos Santos Rod Augusto Montenegro n°95 (frente ao comando geral da PM) (91) – Belém/Pa 98955-1230 / 98049-2711 / 99176-9006 Cidadão Globalizado Com todas as mudanças no mercado de trabalho, temos que tomar muito cuidado para não perder espaço. As mudanças estão aconte- cendo com muita rapidez. O cidadão para segu- rar emprego ou conseguir também tem de se manter em constante atualização, ser aberto e dinâmico. Para sobreviver nesse mundo novo, precisamos estar em sintonia com os demais países e também aprendendo coisas novas todos os dias. Ser especialista em determinada área, mas não ficar restrita a uma determinada fun- ção, porque ela pode ser extinta de uma hora pra outra. É preciso atender a requisitos básicos, como domínio do computador, de outros idio- mas e mais do que tudo é preciso não ter pre- conceito em relação a essas mudanças. Não adi- anta lutar. As empresas querem empregador dispostos a vencer desafios. Apesar de já ter se tornado quase um senso comum, a leitura da globalização reproduzida acima repousa sobre um conjunto de mitos que não resistem a uma apreciação mais objetiva e criteriosa. Examino topicamente, a seguir, os principais mitos que constituem esse conjunto. OS FLUXOS DA GLOBALIZAÇÃO (Fluxos de In- formações) A internet aumentou a possibilidade de acesso aos serviços (como troca de e-mails, pesquisas em bancos de dados e compra de produtos) e às informações, mudando até mesmo
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