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Especialidades Médicas – Neurológico 
Doença cérebro vascular 
 
O que é um acidente vascular cerebral? 
Ocorre quando parte do cérebro é subitamente danificada ou destruída, devido a uma 
interrupção ou bloqueio da irrigação sanguínea. 
 
Quais os fatores de risco do AVC modificáveis? 
Doença cardíaca, diabetes mellitus, doença arteriosclerótica, HTA, 
hipercolesterolémia, tabagismo, contraceção oral, stress e obesidade. 
 
Quais os fatores de risco do AVC não modificáveis? 
Género, hereditariedade e idade. 
 
Qual a etiologia do AVC? 
Pode ser hemorrágico ou isquémico (trombose e embolia). 
 
Qual a diferença entre AVC hemorrágico e AVC isquémico? 
Dizemos que o AVC é isquémico quando há obstrução da artéria, impedindo a 
passagem de oxigénio para as células cerebrais que acabam por morrer enquanto que 
no AVC hemorrágico ocorre o rompimento de um vaso. 
 
Qual a diferença entre trombose e embolia? 
A trombose ocorre quando existe formação de um coágulo de sangue no interior de 
uma artéria cerebral bloqueando o fluxo de sangue enquanto que a embolia 
corresponde a um coágulo de sangue ou outra massa sólida que circula até ao cérebro 
a partir de outra parte do organismo (embolo) onde acaba por bloquear uma artéria 
cerebral. 
 
O que são AITS? 
Acidentes Isquémicos Transitórios, são microcoágulos que não obstruem na totalidade 
a artéria provocando um ‘’mini-avc’’ acontece quando o fornecimento de sangue para 
o cérebro é interrompido por um curto período de tempo. Deve ser tratado como uma 
emergência de modo a ser reversível e deve procurar atendimento médico de 
urgência para avaliação. 
 
Qual a diferença entre hemorragia intracerebral e hemorragia subaracnoide? 
A hemorragia intracerebral ocorre dentro do cérebro associada a uma pressão arterial 
alta, idade avançada, consumo de álcool e drogas. A hemorragia subaracnoide ocorre 
entre o cérebro e o crânio, geralmente causada por rotura de um aneurisma cerebral. 
A hemorragia ocorre geralmente devido a uma rotura de pequenas artérias ou de mal 
formações dos vasos sanguíneos. 
 
Quais os critérios para a utilização da Via Verde? 
- Com – de 4,5 horas de evolução; 
- Estar consciente; 
- Idade entre 18 e os 80 anos; 
- Com défice e sem dependência prévia. 
 
No diagnóstico de AVC, qual a diferença entre TAC e RM? 
A TAC é usada para determinar a dimensão, o local da lesão e excluir presença de 
hemorragia. 
A RM permite visualizar a zona isquémica e possível hemorragia nas primeiras horas 
subsequentes ao AVC, é usada como 2ª alternativa de diagnóstico. 
 
Refira outros exames de diagnostico e qual o seu objetivo. 
- Exame cardíaco - excluir a possibilidade de êmbolos cardiogénicos. 
- Eco doppler carotídeo - avaliar o grau de estenose da carótida. 
- Angiografia - localizar e avaliar o local da hemorragia (AVC hemorrágico). 
- Análises - não permitem o diagnóstico de AVC, mas permite a intervenção com 
anticoagulantes, se necessário. 
 
Que tratamento farmacológico se deve usar nas primeiras 3 horas do AVC? 
Fibrinólise. 
 
Quais os outros meios de tratamento farmacológico? 
Inibidores de agregação plaquetária e anticoagulantes. 
 
Que alteração pode causar o AVC? 
Motoras (hemiparesia), sensoriais (hemianopsia, diplopia, agnosias…), comportamento 
(consciência, cognição, labilidade emocional), eliminação (vesical e intestinal). 
 
Que alteração provoca se a lesão for na artéria cerebral media? 
Funções motoras e sensitivas do membro superior e face (hemiparesia, afasia, 
negligência unilateral e hemianopsia). 
 
Que alteração provoca se a lesão for na artéria cerebral anterior? 
Funções motoras e sensitivas do membro inferior, controlo do esfíncter vesical 
(hemiparesia, incontinência urinária e hemianopsia). 
 
Que alteração provoca se a lesão for na artéria cerebral posterior? 
Irriga uma porção do córtex posterior e a região onde esta localizada a área visual 
(alterações visuais). 
 
 
Que alteração provoca se a lesão for no tronco vertebro basilar? 
Hemiparesia, tetraparesia, paresias dos pares cranianos, hipertensão craniana Coma. 
 
Na avaliação da pessoa vítima de AVC, quais são os níveis de consciência? 
Vígil, letárgico, obnubilado, estuporoso, coma. 
 
Quais são os parâmetros na escala de comas de Glasgow? 
Abertura dos olhos, melhor resposta verbal e melhor resposta motora. 
 
Refira outros métodos para avaliação da pessoa vítima de AVC. 
Força muscular (escala de Lower), sensibilidade (superficial e profunda), tónus 
muscular (escala de Awshort), visão… 
 
Quais as intervenções de enfermagem na 1º etapa fase aguda da doença? 
- Avaliação do estado de consciência. 
- Manter permeabilidade das vias aéreas. 
- Monitorização dos sinais vitais. 
- Avaliação da integridade de deglutição. 
- Manutenção do equilíbrio hidroelectrolitico. 
- Vigiar sinais de arritmias cardíacas. 
- Avaliação do débito urinário. 
- Vigiar eliminação intestinal. 
- Alternar decúbitos. 
- Controlo da glicémia capilar. 
- Ambiente calmo e seguro. 
- Estabelecer uma comunicação eficaz com o doente. 
- Apoio a família. 
 
Quais as intervenções de enfermagem na 2º etapa fase de reabilitação? 
- Promover a integração do hemicorpo. 
- Ensinar o doente e família a lidarem com a negligência unilateral. 
- Ensinar o doente e família a salvaguardar áreas com diminuição da sensibilidade. 
- Ensinar o doente e família a lidarem com as alterações visuais e auditivas. 
Ensinar o doente e família a lidarem com alterações decorrente da alteração da 
mobilidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doenças neurológicas 
 
Parkinson 
 
Como é controlado o movimento corporal? 
O movimento e a coordenação são controlados em grande parte por uma área 
específica do cérebro (substancia negra). A transferência de mensagens é assegurada 
por neurotransmissores, sendo o mais importante para o movimento a Dopamina. A 
Dopamina é libertada para dentro da sinapse a parte de “bolsas” onde estão 
armazenadas. Após isso a célula recetora é estimulada a enviar a mensagem. Após a 
passagem da Dopamina para a célula seguinte, qualquer excesso que tenha 
permanecido ou não tenha sido utilizado é destruído por uma reação química (MAO-B) 
-> (controlo preciso do movimento muscular). Para que o movimento muscular seja 
suave e coordenado tem de haver equilíbrio com outro neurotransmissor – a 
acetilcolina. 
 
Qual a fisiopatologia da doença de Parkinson? 
Há um decréscimo na produção de Dopamina associada à contínua destruição da 
mesma na sinapse (descoordenação, tremor, rigidez muscular e articular). 
 
Quais as manifestações da DP? 
Tremor (sinal inicial + comum, piora com o repouso), rigidez muscular (associada a dor 
muscular, responsável pelas alterações posturais), bradicinésia (lentidão na realização 
das atividades, mimica facial…). 
 
Quais os tipos de DP? 
Idiopático, Pós encefálico, Aterosclerótico e Induzido por medicamentos. 
 
Quais as fases da doença? 
- Inicial – tremor intermitente 
- Doença instalada – mecanismo ‘’on/off’’. 
- Declínio motor – perda progressiva da autonomia. 
- Terminal – dependência total. 
 
Como se avalia a progressão da doença? 
Através da escala de Hoehn e Yahr (I ao V). 
 
Qual o objetivo do tratamento farmacológico? 
Corrigem o desequilíbrio entre a dopamina e a acetilcolina. 
 
Que outras abordagens pode ter o tratamento? 
Tratamento cirúrgico (restrito a alguns doentes), exercício, dieta (pessoa a mais, mais 
esforço para o músculo), fisioterapia, grupos de apoio e visitas médicas. 
 
Esclerose Múltipla 
 
O que é a esclerosemúltipla? 
Doença neurológica crónica também descrita como desmielinizante, pois lesa a 
mielina, que cobre e isola as fibras nervosas destinadas à transmissão de impulsos ao 
cérebro, ao nervo ótico e à medula espinhal. 
Como consequência as funções do corpo tornam-se descontroladas porque as 
mensagens não passam de forma correta e seguem para outra área. 
 
Quais os tipos de EM? 
- Surtos. 
- Progressiva 2ª. 
- Progressiva 1ª. 
- Benigna. 
 
Quais os sintomas de EM? 
- Perda súbita de visão ou visão turva ou dupla. 
- Fala arrastada, dificuldade na articulação de palavras 
- Diminuição da força, especialmente de um dos lados do corpo, marcha instável, 
perda de equilíbrio, perda de coordenação. 
- Tremores nas mãos quando o doente tenta realizar um movimento. 
- Cansaço extremo. 
- Sintomas faciais, incluindo adormecimento, fraqueza ou dor. 
- Incontinência urinária/obstipação. 
- Formigueiros, dor, diminuição da sensibilidade nos braços, nas pernas ou noutras 
zonas do corpo. 
- Fraqueza ou sensação de peso nos braços ou nas pernas. 
 
Qual o diagnóstico da EM? 
- Alterações no exame neurológico - alteração visual, dificuldade na marcha e 
coordenação de movimentos corporais, fraqueza muscular, tremores nas mãos e 
perda da sensibilidade. 
- ECD- RM, exame oftalmológico, potenciais evocados e punção lombar. 
 
Que tratamentos existem? 
Sintomático, surtos (corticoides) e prevenção de surtos (interferão beta). 
 
Quais os cuidados nas atividades de vida diárias? 
- Mobilidade – auxiliares de marcha se necessário, fisioterapia. 
- Alimentação – permanecer com o tronco direito durante a refeição, refeições 
pequenas e frequentes. 
- Eliminação vesical – prevenir infeções urinárias, estabelecer horários de micção. 
- Eliminação intestinal – dieta rica em fibras e reforço hídrico, administração de 
supositórios de glicerina, laxantes ou microlax. 
- Segurança – incluir sempre um familiar no plano de ensino, auxiliar na eliminação de 
barreiras no domicílio. 
- Comunicação – terapia de fala. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esclerose lateral amiotrófica 
 
O que é a ELA? 
É uma doença paralítica, progressiva e fatal, provocada por uma degeneração dos 
neurónios motores do córtex cerebral, tronco cerebral e medula espinhal. 
A doença atinge mais os homens na faixa etária entre os 55 e os 65 anos. 
 
Qual a fisiopatologia da ELA? 
A alteração mais marcante é a atrofia e endurecimento muscular provocados pela 
degeneração e perda dos neurónios da parte anterior da medula. No córtex cerebral 
ocorre perda das células piramidais, que são grandes neurónios responsáveis pelo 
início dos movimentos. 
 
Qual a sintomatologia? 
Fadiga, dificuldade nos movimentos finos, disfagia/disartria, tremor dos maxilares, 
atrofia muscular. 
 
Como é feito do diagnóstico? 
- História clinica (sinais de comprometimento dos neurónios motores superiores e 
inferiores), eletromiografia/biopsia muscular, TAC e RMG. 
 
Qual o tratamento? 
Sintomático, tendo em conta a evolução da doença e os défices que se vão instalando. 
Não é possível realizar prevenção primária. 
 
Quais as intervenções de enfermagem? 
Podem ser realizadas numa unidade hospitalar ou no domicílio. As intervenções 
dirigem-se às incapacidades instaladas: mobilização, alimentação, respiração e 
comunicação. A doença conduz, num espaço de mais ou menos 5 anos, à necessidade 
de ventilação artificial, por falência do centro respiratório. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Miastenia gravis 
 
O que é a MG? 
Doença crónica que causa fraqueza e fadiga anormalmente rápida dos músculos 
voluntários. Doença de junção neuromuscular. 
 
O que é a junção neuromuscular? 
A acetilcolina que se encontra armazenada em vesículas é libertada para a membrana 
sináptica após ter sofrido um potencial de ação. Ao libertar-se liga-se aos recetores na 
membrana pós sináptica e assim se transmite a mensagem que produz a contração 
muscular. A acetilcolina em excesso é hidrolisada por uma enzima chamada 
acetilcolinesterase. 
 
Qual a fisiopatologia? 
Os anticorpos destroem os recetores de acetilcolina, inibindo a acetilcolina de se 
propagar para o músculo e assim não se dá a contração muscular. 
O TIMO tem um papel no desenvolvimento da doença, parece estar ligado à produção 
de anticorpos anti recetores da acetilcolina ou outras substancias que interferem com 
a transmissão neuromuscular. 
 
Como é feito o diagnóstico? 
Eletromiografia, análises de sangue e teste anticolinesterase (“tensilon”). 
 
Qual a sintomatologia? 
- Frequentemente o início da doença é subtil, atrasando o diagnóstico. 
- Fraqueza dos músculos dos olhos, progredindo para os músculos da deglutição, 
mastigação, voz e dos membros. 
- A evolução não e igual em dois indivíduos e durante o dia os graus de fraqueza 
intensificam-se com o exercício e melhoram com o repouso. 
 
Qual o tratamento? 
Não existindo cura, a abordagem baseia-se em: medicamentos anticolinesterásicos, 
imunossupressores, corticoides e timectomia. 
 
Que complicações podem existir? 
- Crise miasténica- exacerbação da fraqueza que pode ameaçar a vida. É devida a 
stresse, infeções, excesso de atividade física… 
- Crise colinérgica- devida a dose excessivas de drogas anticolinesterásicas. 
 
Quais as intervenções de enfermagem? 
Consoante o grau de dependência e dirigidas às necessidades humanas afetadas. 
- Ensino ao próprio e a família sobre a medicação e os seus efeitos, assim como as 
complicações. 
- Grupos de apoio. 
Sindrome de Guillain-Barré 
 
O que é o SGB? 
Doença degenerativa do sistema nervoso periférico que corresponde a uma infeção 
viral -> reposta imunitária descontrolada -> inflamação dos nervos periféricos -> 
destruição da mielina-> reversível em 90% dos casos. 
 
Quais são os sintomas? 
- Parestesias. 
- Perda de força muscular nos MI, com progressão ascendente. 
- Abolição dos reflexos tendinosos. 
- Dor muscular profunda a nível da coxa e ombro. 
- Fraqueza dos músculos respiratórios (aspeto mais perigoso). 
 
Qual o diagnóstico? 
Exame físico, eletromiografia e punção lombar. 
 
Qual o tratamento? 
- Corticoides- como anti inflamatórios, na fase inicial da doença, são benéficos. 
- Gamaglobulinas- imunoglobulinas do tipo gama (IgG), limitam a progressão da 
doença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Paralisia facial 
 
Em que consiste a paralisia facial? 
Distúrbio mais frequente do nervo facial. 
 
Quais os distúrbios mais frequentes? 
- Central - quando a lesão no nervo ocorre antes da sua entrada no canal auditivo 
interno (geralmente após AVC). 
- Periférica - quando a lesão do nervo ocorre após a sua entrada no canal auditivo 
interno. Deve-se a uma inflamação do nervo. 
 
Quais as manifestações na paralisia facial periférica? 
- Paralisia dos músculos da face/assimetria facial. 
- Olho permanentemente aberto. 
- Desaparecimentos de rugas de expressão. 
- Perda parcial do sentido do paladar. 
- Hiperacusia ou distorção do som. 
- Sinal de Bell. 
 
Quais as manifestações na paralisia facial periférica? 
Desvio da comissura labial para o lado contrário à lesão. Não há compromisso ocular 
nem apagamento das rugas de expressão. 
 
Qual o tratamento para a Paralisia facial central? 
Corticoides, lágrimas artificiais/pomadas oftálmicase fisioterapia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nevralgia do trigémeo 
 
O que é a NT? 
Caracteriza-se por uma dor paroxística, intensa localizada numa área abrangida por um 
único nervo. A dor distribui-se de acordo com o ramo afetado. 
 
Quais as causas mais comuns? 
Compressão vascular, tumor, malformação vascular e esclerose múltipla. 
 
Quais as manifestações? 
Dor lancinante tipo choque elétrico. 
 
Qual o tratamento? 
Médico ou cirúrgico. 
 
 
 
Síndrome vertiginoso. 
 
O que é o SV? 
Alteração no aparelho vestibular (VIII par craniano). Sensação de deslocamento dos 
objetos em relação ao individuo e do individuo em relação aos objetos. Esta sensação, 
geralmente, é rotatória, no plano horizontal. 
 
Quais os sintomas? 
Palidez, sudorese, náuseas, vómitos, diarreia e nistagmo. 
 
Que tipos de vertigens existem? 
- Periféricas - lesão do labirinto 
- Centrais - lesão do encéfalo 
 
Quais as causas? 
Traumatismos, otites, hemorragias, síndrome de Ménière. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Síndrome de Ménière. 
 
Em que consiste a doença de SM? 
Doença do ouvido interno que se carateriza por episódios de vertigens, náuseas, 
vómitos e zumbidos. 
 
Qual a causa do SM? 
Aumento súbito da pressão da endolinfa no ouvido interno. Talvez o fator stresse 
possa estar incluído. As crises são súbitas e podem durar até 12 horas. Não tem cura. 
 
Qual o diagnóstico do SM? 
Clínico, TAC e potenciais evocados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exames complementares de diagnóstico em neurologia e intervenções de 
enfermagem/epilepsia 
 
Quais os ECD em neurologia? 
Não invasivos: radiografia simples, TAC, RM, eletroencefalograma e potenciais 
evocados. 
Invasivos: punção lombar, punção cisternal, eletromiografia e biopsia muscular. 
 
Explique em que consiste o eletroencefalograma. 
Regista a atividade elétrica do cérebro (ondas cerebrais), através da fixação de 
elétrodos ao couro cabeludo. Neste exame, a deteção de spikes, atividade lenta ou 
ritmos assimétricos são anormais. Indicado para avaliação de distúrbios compulsivos, 
perda de consciência ou confusão inexplicável. Exame indolor, onde se avalia a 
atividade com o doente acordado, a dormir e a receber estímulos. 
 
Explique a punção lombar. 
Esta técnica realiza-se para retirar líquido cefalo raquidiano, para análise e medir a sua 
pressão. Introdução de uma agulha no espaço subaracnoide entre os espaços 
vertebrais L4-L6 ou L5-S1. O doente deve estar em decúbito lateral em flexão lombar 
para haver uma maior abertura do espaço raquidiano. É função do enfermeiro 
colaborar no posicionamento do doente caso ele não consiga. Vigiar local da punção. O 
doente deve ficar em decúbito dorsal com cabeceira a 0º graus de fazer reforço 
hídrico. 
 
Explique os exames potenciais evocados 
Respostas eletrofisiológicas do córtex cerebral a estímulos sensoriais externos. Existem 
3 tipos: visuais (deteta lesão assintomática da via visual em doentes com suspeita de 
esclerose múltipla), auditivos (estudo da lesão do nervo coclear com perda auditiva 
que pode ocorrer no síndrome de ménière) e somatosensoriais (lesões do cordão 
posterior da medula que podem estar presentes nas mielopatias de diversas 
etiologias). 
 
Explique a eletromiografia. 
Mede a atividade elétrica dos músculos e regista as variações dos potenciais elétricos, 
detetados por um elétrodo de agulha introduzidos nos músculos esqueléticos. 
 
Explique a angiografia. 
Implica a injeção de uma meio de contraste na circulação venosa ou arterial, com o 
objetivo de estudar a integridade das mesmas. 
 
 
 
 
 
Epilepsia 
 
O que é a epilepsia? 
Doença crónica caracterizada por manifestações clinicas intermitentes – repetição de 
crises convulsivas devido a uma descarga neuronal excessiva, associadas 
eventualmente a sintomas clínicos. 
 
Qual a etiologia? 
- Epilepsia essencial ou idiopática. 
- Epilepsia secundária: traumatismos, tumores, AVC, hipoglicemia, ingestão de 
venenos, síndromes febris. 
 
Que tipos de crises convulsivas existem? 
Parcial, parcial complexa e generalizada (ausências, tónico- clónicas e atónicas). 
 
Explique a crise parcial. 
A crise epilética parcial é aquela que ocorre quando os impulsos elétricos anómalos 
ficam restritos a apenas uma região do cérebro. Não altera nível de consciência. Alguns 
sintomas são movimentos involuntários de parte do corpo, alterações sensoriais, 
alucinações, alterações na fala. 
 
Explique a crise generalizada. 
Na crise convulsiva generalizada, os dois hemisférios do cérebro são afetados. 
- Ausências - ocorrem normalmente em crianças, a pessoa fica ausente do mundo 
consciente por um breve período. 
- Tónicas – clónicas - envolvem uma combinação dos sintomas das convulsões tónicas 
e clónicas. 
- Atónicas - envolvem a perda do controle muscular, fazer a pessoa desmaiar ou cair. 
 
Qual o tratamento? 
Pode ser médico ou cirúrgico. 
 
O que recolher durante a avaliação do doente? 
História familiar de crises, crises de infância, traumatismo craniano, doenças do SNC, 
etc. 
 
Que informações devem ser obtidas durante a crise epilética? 
Descrição do comportamento do doente, duração da crise, duração do período de 
recuperação, presença de incontinência e frequência das crises. 
 
Qual a terapêutica de 1º linha? 
Benzodiazepinas, anticonvulsivantes (fenitoína, ácido valproico, carbamazepina). 
Numa UCI midazolan, propofol e barbitúricos. 
 
Que intervenções devem ser feitas durantes uma crise? 
Proteger vias aéreas, proteger o doente de eventuais lesões, logo que possível, 
estabelecer acesso venoso, colher sangue para análises, administrar terapêutica e O2. 
 
Que intervenções devem ser feitas após a crise? 
Vigiar doente, manter as grades da cama levantadas, manter carro de emergência 
operacional, administrar terapêutica, controlar SV e manter doente em dieta 0. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Exame Neurológico 
 
O que é que se avalia num exame neurológico? 
O estado mental, os nervos cranianos, a linguagem, a sensibilidade, e a motricidade 
(marcha, força muscular, tónus muscular, coordenação, movimentos involuntários e 
reflexos miotáticos). 
 
Como se avalia o estado mental do doente? 
Avaliando o estado de consciência, orientação temporo espacial e alopsiquica, a 
atenção, a memória, o conteúdo do pensamento, a afetividade e o comportamento 
geral. 
 
Quais são os nervos cranianos? 
- Nervo olfativo (I) - sensorial 
- Nervo ótico (II) – sensorial e parassimpática 
- Nervo oculomotor comum (III) - motora e parassimpática 
- Nervo patético (IV) - motora 
- Nervo trigémio (V) - sensitiva e motora 
- Nervo oculomotor externo (VI) - motora 
- Nervo facial (VII) – motora e sensitiva 
- Nervo auditivo e vestibular (VIII) - sensorial 
- Nervo glossofaríngeo (IX) – mista (motora, sensorial e parassimpática) 
- Nervo vago (X) – mista (motora e sensitiva) 
- Nervo espinhal (XI) - motora 
- Nervo hipoglosso (XII) – motora. 
 
Qual é a função do nervo olfativo? 
Tem uma função sensorial no sentido do olfato. 
 
Como se faz a avaliação das capacidades deste nervo e que complicações se podem 
despistar com esta avaliação? 
A avaliação consiste na identificação,de olhos fechados, com uma narina de cada vez, 
cheiros conhecidos e não irritantes e serve para despistar a anosmia. 
 
Qual é a função do nervo ótico e como se faz a sua avaliação? 
Tem uma função sensorial e parassimpática da visão, é avaliada a acuidade visual, os 
campos visuais (para despistar hemianopsia e escotomas) e utiliza-se a fundoscopia para 
despistar a estase capilar. 
 
Qual é a função do nervo oculomotor e para que serve a sua avaliação? 
O nervo oculomotor tem função motora e parassimpática, a sua avaliação serve para o 
despiste de diplopia e estrabismo e para a observação do reflexo fotomotor (diâmetro 
e reação pupilar). 
 
Qual a função do nervo patético? 
Função motora. 
 
Qual é a lesão do nervo patético? 
Diplopia. 
 
Qual é a função do nervo trigémio e como se faz a sua avaliação? 
Função sensitiva (sensibilidade somática de grande parte da cabeça - temperatura, dor, 
tato e pressão) e uma função motora (inerva os músculos da mastigação). 
Avalia-se a sensibilidade da face à temperatura e à dor e o tónus do masseter. 
 
Qual a função do nervo oculomotor externo? 
Função motora 
 
O estrabismo convergente é a lesão de que nervo? 
Do nervo oculomotor externo. 
 
Qual é a função e como se faz a avaliação do nervo facial? 
Tem função motora (músculos da expressão facial) e função sensitiva (sentido do 
paladar, ouvido externo e palato). A avaliação consiste na observação da face em 
repouso, nos movimentos voluntários e emocionais. Se houver paralisia os seguintes 
movimentos não existem: franzir a testa, fechar os olhos com força, abrir muito a boca, 
mostrar os dentes, assobiar. 
 
O nervo auditivo e o nervo vestibular têm função sensorial (auditiva e de equilíbrio), 
como é feita a sua avaliação? 
Através da acuidade auditiva, avaliação do equilíbrio estático e em marcha e pela prova 
de Romberg. 
 
Qual é a função e como se faz a avaliação do nervo glossofaríngeo? 
Tem função motora, sensitiva e parassimpática - sentido do paladar, músculo faríngeo 
e glândula salivar. 
A avaliação faz-se através do despiste de disfagia, tonalidade da voz e da integridade do 
véu do paladar. 
 
Quais são as funções do nervo vago? 
Função motora (músculos da faringe e da laringe) e sensitiva (faringe, laringe, traqueia, 
esófago, vísceras torácicas e abdominais e inervação parassimpática das vísceras 
abdominais). 
 
Qual é a função e como se faz a avaliação do nervo espinhal? 
Tem função motora: para o palato, faringe, esternocleidomastóideo e trapézio. 
Avalia-se a motilidade do trapézio e esternocleidomastóideo. 
 
Como é caracterizada a lesão do hipoglosso (nervo responsável pela atividade motora 
da língua)? 
Desvio da língua para o lado paralisado – Função motora. 
 
Quais são as 3 áreas cerebrais responsáveis pela linguagem? 
Área de Broca, área associativa límbica e a área de Wernicke. 
 
O que é a afasia? 
Perda da memória dos sinais da linguagem falada. Existe uma alteração da formulação 
do pensamento verbal. 
 
O que é a disartria? 
Perturbação da articulação das palavras, devido a alterações da motilidade dos 
músculos do aparelho da voz. 
 
Como é feita a avaliação da afasia e da disartria? 
Durante a conversa com o doente, pedir que nomeie objetos conhecidos pedir que 
repita palavras simples, dar ordens de complexidade progressiva, prova da leitura e 
prova da escrita. 
 
Quais são os tipos de sensibilidade? 
- Superficial - sensibilidade táctil, dolorosa e térmica. 
- Profunda – postural e vibratória. 
 
Como se avalia a sensibilidade táctil? 
Através de estímulos na pele provocados com algodão, papel, ou um pincel, mas nunca 
com os dedos. 
 
Como se avalia a sensibilidade dolorosa? 
Através de estímulos provocados com um alfinete com o qual “se pica” a pele. 
 
Como se avalia a sensibilidade térmica? 
Através de estímulos provocados com tubos de água quente e de água fria na pele. 
 
O que é a anestesia ou hipostesia? 
É a diminuição ou abolição da sensibilidade táctil. 
 
O que é a analgesia ou hipo algesia? 
É a diminuição ou abolição da sensibilidade dolorosa. 
 
O que é a termo anestesia ou termo hipostesia? 
É a diminuição ou abolição da sensibilidade térmica. 
 
 
Como é feita a validação da sensibilidade profunda? 
Colocando o indivíduo deitado e pedindo-lhe, de olhos fechados, que identifique a 
posição em que são colocados os segmentos corporais. Sempre da parte distal para a 
proximal. A perturbação desta sensibilidade determina ataxia = perda de capacidade na 
coordenação de movimentos intencionais e planeados. O reconhecimento dos objetos 
através do tato – Estereognosia – pode estar alterado – Estereoagnosia. Pesquisa-se, 
dando a palpar ao doente, com os olhos fechados, objetos de uso corrente (moeda, 
lápis, relógio), para que ele os identifique. 
 
O que é a apraxia? 
É a perda da capacidade em realizar movimentos aprendidos, usar objetos 
adequadamente. 
 
Como é feita a avaliação da marcha? 
A avaliação é feita durante a deambulação, em linha reta (reparar em eventuais desvios), 
nas pontas dos pés e nos calcanhares. Com os olhos abertos e com os olhos fechados. 
As doenças do foro neurológico afetam a marcha de formas diferentes produzindo 
alterações específicas. 
 
Indica os vários tipos de marcha. 
Marcha parética – flexão do joelho e da coxa exageradas. 
Marcha parética espástica – membros inferiores em extensão exagerada. 
Marcha hemiplégica. 
Marcha atáxica – incoordenação total. 
Marcha Parkinsónica – movimentos lentos e rígidos. 
Marcha cerebelosa – ou marcha de ébrio. 
 
As alterações na força muscular são provocadas pelo que? 
Por lesões no 1º e 2º neurónio: 
- Lesões do 1º neurónio: paralisias de segmentos = hemiplegia, monoplegia, para ou 
tetraplegia, paresias; 
- Lesões do 2º neurónio =paralisias radiculares. 
 
Qual é a escala para a avaliação da força muscular? 
Grau 0 – paralisia completa; 
Grau 1 – contração muscular s/ movimento; 
Grau 2 – movimentos a favor da gravidade; 
Grau 3 – movimentos contra a gravidade; 
Grau 4 – movimentos contra resistência; 
Grau 5 – força muscular normal. 
 
 
 
 
O que é o tónus muscular e como se avalia? 
É um reflexo propriocetivo destinado a manter a postura corporal. 
Avalia-se por dois processos: palpação – inspeção dos grupos musculares em relação à 
sua consistência, relevo e capacidade de deformação; mobilização passiva – ao 
afastarem-se os pontos de inserção muscular avalia-se a tensão contráctil moderada e 
uniforme. A resistência encontrada neste movimento é chamada de tónus. 
 
O que é a hipertonia? 
É o aumento do tónus muscular. 
 
Qual é o órgão responsável pela coordenação? 
O cerebelo. 
 
O que é uma ataxia? 
Perturbação da coordenação dos movimentos voluntários. 
 
Como se despista uma ataxia? 
Prova do dedo indicador à ponta do nariz e prova de calcanhar ao joelho. 
 
Quais são as várias formas de ataxia? 
Tremor intencional ou de ação – surge apenas com os movimentos voluntários. Mais 
frequente nos MS. Dismetria – perturbação da amplitude dos movimentos. 
Adiadococinésia – dificuldade ou impossibilidade na realização de movimentos rápidos, 
alternados e sucessivos. Disartria cerebelosa – fala entrecortada, sons explosivos e 
sílabas separadas. 
 
Que alterações fisiológicas ocorrem no sistema neurológico com a idade? 
Atrofia cerebral, diminuição da irrigação cerebral e alteração da relação sono/vigília. 
 
O exame clínico dá-nos 2 tipos de diagnósticos para uma lesão neurológica, quais? 
O diagnóstico topográfico que nos diz se a lesão éfocal, difusa, disseminada ou 
sistematizada; o diagnóstico etiológico que nos dá informação sobre a natureza da lesão.

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