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CIVIL Pagamento com sub

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Pagamento com sub-rogação
	Designar determinadas situações em que uma coisa substitui a outra ou uma pessoa a outra. Há um objeto ou um sujeito jurídico que toma o lugar de outro diverso.
	Artigo 831 – o fiador que pagar integralmente a divida fica sub-rogado nos direitos de credor.
	Quando a obrigação é indivisível e há pluralidade de devedores, cada um será obrigado pela divida toda – artigo 259
	O que paga a sozinho a divida sub-roga-se no direito de credor em relação aos outros coobrigados, dispondo de ação regressiva para cobrar a quota-parte de casa um destes.
	sub-rogação pessoal – substituição da pessoa. sub-rogação real – substituição do objeto.
	A sub-rogação é uma figura jurídica anômala, pois o pagamento promove apenas uma alteração subjetiva da obrigação, mudando o credor.
	Como o pagamento extingue a divida e, em conseqüência, seus acessórios, a sub-rogação representa considerável vantagem, pois transfere ao sub-rogado esses mesmos acessórios, sem haver mister constituí-los de novo, pois é a própria relação jurídica original, em sua integralidade, que lhe é transmitida.
	sub-rogação não prejudica terceiros, visto que não faz alterar verdadeiramente a situação. Nem o montante nem as garantias do credito se modificam. Apenas muda a pessoa do credor.
	O espírito da cessão de credito é completamente distinto do que anima a sub-rogação. Aquela destina-se a servir ao interesse da circulação do crédito, assegurando a sua disponibilidade como um elemento negociável do patrimônio do credor. A sub-rogação, por outro lado, visa proteger a situação do terceiro que, não seu interesse e forcado as mais das vezes pelas circunstancias, paga uma divida que não é sua.
	Na sub-rogação ocorre pagamento, enquanto a cessão de credito é feita antes da satisfação do débito.
	O pagamento com sub-rogação também não se confunde com novação subjetiva por substituição de credor, por lhe faltar o animus novandi. 
	A sub-rogação pode ser legal ou convencionada.
	A sub-rogação legal é a que decorre da lei, independentemente de declaração do credor ou do devedor. Em regra o motivo determinante da sub-rogação, quando nem credor nem devedor se manifestam favoravelmente a ele, é o fato de o terceiro ter interesse direto na satisfação do crédito. Está regulamentada no artigo 346, CC e se opera, de pleno direito, automaticamente, em três casos. Primeiro em favor do credor que paga a divida de devedor comum (I). Tem interesse em pagar a divida do devedor comum aquele credor que não possui nenhuma garantia, diante de outro que tenha direito de preferência, ou seja, também credor quirografário mas promove execução, com penhora já efetivada, capaz de desfalcar substancialmente o patrimônio do primeiro. Igualmente tem interesse o credor que possui garantia mais fraca, diante de outro preferencial.
	Em segundo lugar, em favor do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direitos sobre imóvel. (II). Estando o imóvel onerado por mais de uma hipoteca, o adquirente, que paga a primeiro, sub-roga-se no credito hipotecário satisfeito, adquirindo preferência em relação aos demais credores hipotecários. 
	Em terceiro lugar, a sub-rogação opera-se, ainda, em favor do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo em parte.(III). Terceiro interessado é o que pode ter seu patrimônio afetado caso a divida, pela qual também se obrigou, não seja paga. Caso do avalista, do fiador, coobrigado solidário, etc. 
	O terceiro não interessado, que paga a divida em seu próprio nome, malgrado tenha direito a reembolsar-se do que pagou, não se sub-roga nos direitos do credor, sendo estranho à relação obrigacional, não lhe assiste tal direito.
	A sub-rogação convencional é a que deriva da vontade das partes. A manifestação volitiva deve ser expressa, para evitar qualquer dúvida que possa existir sobre um efeito tão importante como a transferência dos direitos do credor para a pessoa que lhe paga. Pode decorrer de avença entre credor e sub-rogado ou de ajudes entre o mesmo sub-rogado e o devedor.
	É a que pode ser consentida pelo credor sem intervenção do devedor, ou por este sem o concurso daquele, pressupondo, porém, sempre a intervenção e o concurso de um terceiro. Está regulamentada no artigo 347 do CC e prevê duas hipóteses. A primeira quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos (I). 
	Segundo quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a divida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito (II). Sub-rogação realizada no interesse do devedor, independente da vontade do credor. 
	Artigo 349 – a sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à divida, contra o devedor principal e os fiadores.
	Produz dois efeitos: a) o liberatório, por exonerar o devedor ante o credor originário; b) o translativo, por transmitir ao terceiro, que satisfez o credor originário, ônus e encargos, pois o sub-rogado passará a suportar todas as exceções que o sub-rogante teria de enfrentar. 
	Na sub-rogação legal, o sub-rogado não pode reclamar do devedor a totalidade da divida, mas só aquilo que houver desembolsado. 
	Na sub-rogação convencional, em que predomina a autonomia da vontade e o caráter especulativo, como na cessão de credito, pode ser estabelecido o contrario, o seja, que haverá sub-rogação total, mesmo não tendo havido desembolso integral da importância necessária à satisfação do credor primitivo. 
	No caso de pagamento parcial por terceiro, o credito fica dividido em duas partes: a parte não paga, que continua a pertencer o credor primitivo e a parte paga, que se transfere ao sub-rogado.
	Artigo 351 – o credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da divida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever. Trata da hipótese de o terceiro interessado pagar apenas parte da divida e o patrimônio do devedor ser insuficiente para responder pela integralidade do débito.
	No caso de satisfação parcial, a sub-rogação não prejudica os direitos do credor ou do seu cessionário, quando outra coisa não for estipulada. 
	O credor originário goza de preferência sobre o sub-rogado, visto a lei declarar que a sub-rogação não prejudica os direitos daquele, quando outra coisa não tenha sido estipulada. 
	Havendo vários sub-rogados, ainda que em momentos sucessivos, por satisfações parciais do credito, nenhum deles tem preferência sobre os demais. O credor primitivo, todavia, terá preferência sobre todos os sub-rogados. Estes dividirão entre si o que sobejar, em pé de igualdade.

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