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CONST Nacionalidade Constitucional

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Nacionalidade Constitucional
	Nacionalidade é o vinculo jurídico-politico de direito publico interno, que faz da pessoa uma dos elementos componentes da dimensão do estado.
	Nação é o agrupamento humano cujos membros, fixados num território, são ligados por laços históricos, culturais, econômicos e lingüísticos; o fato de possuírem as mesmas tradições e costumes, bem como a consciência coletiva dão os contornos ao conceito de nação.
	Povo é o conjunto de pessoas que fazem parte de um estado, ele é o elemento humano do estado, ligado a este pelo vinculo da nacionalidade.
	População é conceito meramente demográfico, mais amplo que o conceito de povo, utilizado para designar o conjunto de residentes de um território, quer sejam nacionais, quer sejam estrangeiros.
	Nacionais são todos aquelas que o direito de um estado define como tais; são todos aqueles que se encontram presos ao estado por um vinculo jurídico que os qualifica como seus integrantes.
	Cidadão é o conceito restrito, para designar os nacionais (natos ou naturalizados) no gozo dos direitos políticos e participantes da vida do estado.
	Estrangeiros são todos aqueles não são tidos por nacionais, em relação a um determinado estado, isto é, as pessoas a que o direito do estado não atribuiu a qualidade de nacionais.
	Polipátrida é aquele que possui mais de uma nacionalidade, em razão de seu nascimento o enquadrar em distintas regras de aquisição de nacionalidade. Essa situação ocorre, por exemplo, com os filhos oriundos de estados que adota o critério jus sanguinis (nacionalidade determinada pela ascendência), quando nascem em um estado que acolhe o critério jus solis (nacionalidade determinada pelo local de nascimento). Ex: situação de polipátrida ocorre com os filhos de italianos nascidos no Brasil. Como o Brasil adota o critério jus solis, os filhos de italianos aqui nascidos, desde que seus pais não estejam a serviço da Itália, adquirirão, de pronto, necessária e automaticamente, a nacionalidade brasileira; como a Itália adota o critério jus sanguinis, os filhos serão, para aquele pais, italianos. 
	Apátrida é aquele que, dada a circunstancia de seu nascimento, não adquire nacionalidade, por não se enquadrar em nenhum critério estatal que lhe atribua nacionalidade. É o que ocorre, em principio, com um filho de brasileiro nascido na Itália, se seus pais não estiverem a serviço do Brasil. Não será ele italiano, porque a Itália adota o critério jus sanguini, segundo o qual somente italiano será se for descendente de italiano. Por outro lado, não será brasileiro, porque, como no Brasil, é usado o jus solis, ninguém será considerado automaticamente brasileiro pelo simples fato de ter pais brasileiros, se nascido em outro estado.
	A nacionalidade pode ser primária (de origem) ou secundária (adquirida).
	Nacionalidade primária resulta de fato natural (nascimento), a partir do qual, de acordo com os critérios adotados pelo estados (sanguíneos ou territoriais), será estabelecida. Cuida-se de aquisição involuntária de nacionalidade, decorrente do simples nascimento.
	A nacionalidade secundária é a que se adquire por ato volitivo, depois do nascimento (em regra, pela naturalização). 
	São brasileiros natos: a) os nascidos na republica federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país (critério jus solis); b) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço do Brasil (jus sanguinis); c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir no Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
	Dois requisitos para o afastamento do jus solis: a) ambos os pais são estrangeiros; b) pelo menos um dele estar a serviço de pais de origem (se aqui estiverem a passeio, ou a serviço de empresa privada, ou de outro pais que não o seu de origem, o filho será brasileiro nato)
	Não há direito subjetivo à obtenção da naturalização: a plena satisfação das condições e dos requisitos não assegura ao estrangeiro o direito à nacionalização, visto que a concessão da nacionalidade brasileira é ato de soberania nacional, discricionário do chefe do executivo.
A naturalização tácita é aquela adquirida independentemente da manifestação expressa do naturalizando, por força de regra jurídicas de nacionalização adotas por determinado estado.
	Naturalização expressa depende de requerimento do interessado, demonstrando sua intenção de adquirir nova nacionalidade.
	A CF só contempla hipóteses de naturalização expressa.
	Serão brasileiro naturalizados: a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral (naturalização ordinária); b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no Brasil há mais de 15 anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira (naturalização extraordinária).
	Na naturalização extraordinária não há discricionariedade para o chefe do executivo, tendo o interessado o direito subjetivo à nacionalidade brasileira, desde que preenchidos os pressupostos. 
	A CF confere tratamento favorecido aos portugueses residentes no Brasil, ao dispor que aos portugueses com residência permanente no pais, se houver reciprocidade em favor dos brasileiros, serão atribuídos aos direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta CF.
	Não se trata de concessão aos português da nacionalidade brasileira. Os portugueses residentes no Brasil continuam portugueses e os brasileiros que vivem em Portugal continuam brasileiros. O que acontece é que, uns e outros, recebem direitos que, no geral, somente poderiam ser concedidos aos nacionais de cada pais. 	
	A CF não permite que a lei estabeleça distinção entre nato e naturalizado. Os únicos casos de tratamento diferenciados admitidos são aqueles expressamente constantes do próprio texto constitucional: a) CARGO: são privativos de brasileiro nato os cargos de PR e VPR, presidente da câmara dos deputados, presidente do senado federal, ministro do STF, carreira diplomática, oficial das forças armadas e ministro de estado de defesa; b) FUNÇÃO DE CONSELHO DA REPUBLICA: no conselho da republica, órgão superior de consulta do PR, foram constitucionalmente reservadas seis vagas aos natos; c) EXTRADIÇÃO: o brasileiro nato não pode ser extraditado, o que pode ocorrer com o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em trafico ilícito de entorpecentes e drogas afins; d) DIREITO DE PROPRIEDADE: o brasileiro naturalizado há menos de 10 anos não pode ser proprietário de empresa jornalística e de radiodifusão sonora de sons e imagens, tampouco ser sócio com mais de 30% do capital total e do capital votante e participar de gestão dessas empresas.
	A perda da nacionalidade só poderá ocorrer nas hipóteses expressamente previstas na CF, não podendo o legislador ordinário ampliar tais hipóteses, sob pena de manifestar inconstitucionalidade.
	Será declarada perda da nacionalidade do brasileiro que: a) tiver cancelada a sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional; b) adquirir outra nacionalidade, salvos nos casos de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira ou de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis.
	Em regra, o brasileiro que adquire outra nacionalidade perde a condição de nacional brasileiro. Porém, a CF admite, em duas situações, a dupla nacionalidade: a) reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira: não perderá nacionalidade o brasileiro que tiver reconhecida outra nacionalidade por estado estrangeiro,originariamente, em virtude de adoção do critério jus sanguinis (caso da Itália); b) imposição de lei estrangeira: imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis (nessa hipótese, o brasileiro não perde a nacionalidade brasileira porque a aquisição da segunda nacionalidade não se deu em razão de ato volitivo, de manifestação de vontade sua, mas sim de imposição do estado estrangeiro.)

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