Buscar

DIREITO DAS OBRIGAÇÕES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

dIREITO CIVIL
 dIREITO CIVIL
 dIREITO CIVIL
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
O direito das obrigações é de suma importância para o tema de contratos.
Uma obrigação jurídica tem sua origem em uma lei em sentido amplo. Ela surge quando um caso concreto se encaixa em uma obrigação prevista abstratamente em lei. Para tanto, é necessário que haja um vínculo jurídico, um crédito existente, entre o credor e o devedor.
O devedor deverá prestações de natureza patrimonial.
Credor e devedor: qualquer pessoa pode ser credora ou devedora, sendo tanto pessoa física como pessoa jurídica. Até mesmo os relativamente ou absolutamente incapazes podem ser credores ou devedores desde que devidamente assistidos ou representados, pois eles têm capacidade de direito, porém não de fato.
O credor e o devedor têm que ser determinado ou, no mínimo, determinável.[1: Existem três tipos de capacidade: a capacidade de direito ou de gozo; a capacidade de fato ou de exercício; e a capacidade plena, que é a soma da capacidade de direito com a de fato.
 A capacidade de direito é comum a toda pessoa humana, só se perde com a morte. Já a capacidade de fato, só algumas pessoas a têm, e está relacionada com os exercícios dos atos vida civil. Ou seja, toda pessoa possui capacidade de direito, mas não necessariamente a capacidade de fato.]
O contrato é uma espécie de negócio jurídico, logo, o seu objeto tem que ser lícito, possível e determinado ou determinável. Sendo a impossibilidade podendo ser física ou jurídica.
Vínculo jurídico é a existência de um débito entre o credor e o devedor cujo não cumprimento gera uma responsabilidade
Quase todo o ordenamento jurídico é baseado na relação debito gerando responsabilidade. Tem-se algumas exceções como o fiador, que, mesmo não possuindo debito com o credor, tem responsabilidade; e o caso da obrigação prescrita, na qual há debito, mas não há responsabilidade de pagar.
Após conhecer os elementos de uma obrigação, é possível gerar um conceito de que obrigação é um vínculo jurídico que permite ao credor exigir do devedor uma conduta de dar, fazer ou não fazer algo de natureza patrimonial.
A obrigação pode advir de diversas fontes sendo a maior delas o contrato. Além disso, existe também a declaração unilateral de vontades, assim como um ato ilícito. Essas são as três grandes fontes da obrigação.
Outra fonte de obrigação é a lei. Nessa fonte temos como exemplo a obrigação de pagamento de pensão de um filho ao pai simplesmente porque assim a lei determina. Inúmeros doutrinadores chamam a lei de fonte primaria das obrigações, pois, os contratos, os atos ilícitos e as declarações unilaterais de vontade só geram uma obrigação porque assim a lei determinou.
Obrigação de dar coisa certa
(artigos 233 a 242 do Código Civil)
O termo dar pode tanto ter o significado de entregar como o de restituir. Para que haja a entrega, é necessário que o devedor seja proprietário da coisa, pois será a propriedade que será entregue. Já no caso da restituição, o devedor tem apenas a posse da coisa, e será essa mesma que será restituída.[2: Posse é o aspecto visível da propriedade. A posse leva a uma presunção da propriedade, mas nem sempre essa presunção se confirma.]
A coisa pode ser móvel, imóvel ou semovente, desde que tenha valor patrimonial.
Na obrigação de dar coisa certa não é admitida substituição, nem mesmo por coisa mais valiosa, a não ser que tal troca seja aceita pelo credor.
O cumprimento da obrigação de dar coisa certa móvel, ou seja, a transferência da propriedade se dá por meio da tradição, da entrega do bem. No caso da obrigação de dar coisa certa imóvel, o cumprimento se dá por meio do registro na escritura pública da mudança de propriedade no cartório de registro de imóveis.
Caso as partes nada convencionem sobre os acessórios da coisa dada, eles seguirão o principal de acordo com o artigo 233 do Código Civil. Entretanto, por se tratar de uma norma de ordem privada, as partes, em comum acordo, podem definir o contrário.
Entretanto, existem circunstancia em que, mesmo sem convenção previa das partes, o juiz pode decidir que o acessório não seguira o principal. Tomemos por exemplo a compra de um veículo no valor de R$500 com uma aparelhagem de som com o valor de R$8.000. O comprador paga pelo veículo uma quantia de R$600, o juiz, portanto, poderá decidir que o acessório não seguirá o principal, pois, pelo valor pago, já era pressuposto tal fato.
É importante ressaltar que, para o direito civil independe o dolo ou a culpa no caso de obrigação advinda de ato ilícito. Logo, o valor será o mesmo e ambos serão enquadrados na modalidade culpa.
O bem pode sofrer dois tipos de problemas antes do cumprimento da obrigação: deterioração e perecimento. Na deterioração o bem sofre avaria, mas sua utilização ainda é possível. No perecimento acontece a perda total do bem.
Quando o bem, antes da tradição, sofre algum problema na modalidade de entrega ocorre o seguinte:
 Perecimento Sem Culpa Resolve (desfaz-se a obrigação);
 Perecimento Com Culpa Equivalente + perdas e Danos.
 Deterioração Sem Culpa Resolve (desfaz-se a obrigação) ou abatimento;
 Deterioração Com Culpa Equivalente (resolve) + Perdas e Danos ou Aceita + Perdas e Danos.
Quando o bem, antes da tradição, sofre algum problema na modalidade de restituição ocorre o seguinte:
Perecimento Sem Culpa Resolve (desfaz-se a obrigação);
Perecimento Com Culpa Equivalente + Perdas e Danos.
Deterioração Sem Culpa Recebe do jeito que está;
Deterioração Com Culpa Equivalente + Perdas e Danos (Art. 239 CC) ou a doutrina entende a possibilidade de aplicar o Art. 236 CC, aceitar o bem e requerer perdas e danos.
É importante sempre lembrar da regra de que a coisa perece para o dono (“Res pent domino”) e de que a mora gera uma culpa presumida.
Exercício:
João empresta uma ferramenta ao seu vizinho Antônio, que promete devolvê-la após 10 dias. No dia seguinte, João adquire o veículo de Antônio, pagando-o 10 mil reais, ficando combinado que o carro será entregue no dia em que Antônio devolver a ferramenta emprestada.
Se antes da data combinada, Antônio vende e entrega o carro e a ferramenta a Pedro que desconhecia os negócios anteriores, o que João poderá requerer judicialmente contra Pedro?
O carro antes de ser entregue ao João é do Antônio, assim sendo,
Pedro comprou o carro do proprietário, e cumprida à tradição houve a transferência de propriedade do veículo, que agora passa a ser de Pedro, logo João não tem nenhum fundamento jurídico para requerer o carro do proprietário. O direito de Pedro é maior que o do João, embora este último tenha pago o carro anteriormente.
Já em relação à ferramenta, a propriedade sempre foi de João, e o direito de propriedade só pode ser transferido se é realizado pelo proprietário. No momento em que Antônio vendeu a ferramenta, ele não era proprietário, assim sendo, se alguém compra de alguém que não é proprietário comprou mal, ainda que tenha recebido o bem em tradição, pois o verdadeiro proprietário pudesse voltar contra Pedro e requerer a ferramenta de volta, ficando
Pedro com direito de entrar com uma ação de regresso contra
Antônio.
Se o paradeiro de Pedro é ignorado o que João poderá requerer judicialmente contra Antônio?
Se sumiu ou desapareceu, equivale ao perecimento do objeto da obrigação. Então juridicamente falando estamos diante de duas obrigações distintas: restituir e entregar, nas quais em ambas houve perecimento dos bens, com culpa do devedor. Assim sendo em relação ao carro, João pode pedir o equivalente (10 mil reais) e mais perdas e danos (todo o prejuízo que ele teve) – Art. 234 CC.
 No segundo caso, estamos diante da modalidade de restituir e entregar, onde houve deterioração do bem, sem culpa do devedor. No caso da modalidade entregar, o credor pode aceitar o bem e pedir o abatimento e a outra opção seria a resolução do negócio, ou seja, o desfazimento do negócio, e quem resolve isso é o credor, lembrando que não cabe pedido de perdas e danos, pois nãohouve culpa do devedor – Art. 235 CC. No caso da modalidade restituir, João terá que aceitar a devolução da ferramenta pura e simples no estado em que se encontrar e não poderá exigir nenhuma indenização do devedor, pois este último não teve culpa – Art. 240 CC.
Melhoramentos e acréscimos
Assim como a coisa perece para o dono, ela também melhora para o dono. 
Antes da entrega, podem ser feitas algumas melhorias no bem a ser entregue. Essas melhorias vão acrescer o valor do imóvel, podendo o credor pagar a quantia acrescida ou pegar o dinheiro de volta e resolver a obrigação.
Para evitar que o devedor faça vária benfeitorias para inviabilizar o negócio, parte da doutrina faz uma interpretação não literal do artigo 237 do Código Civil dizendo que o adquirente só arcará com as benfeitorias uteis e necessárias. Uma outra parte da doutrina diz ainda que o adquirente só pagará pelas benfeitorias necessárias.[3: São bens que aumentam a utilidade (benfeitorias úteis), enfeitam (benfeitorias voluptuárias) ou impedem a deterioração da coisa (benfeitorias necessárias).]
Já na modalidade de restituição, é necessário verificar se não houve trabalho ou dispêndio para que houvesse a melhoria. No caso de não ter havido trabalho nem dispêndio para que houvesse a melhoria, quem lucrará será o dono sem necessidade de indenizar o devedor (artigo 241 do Código Civil).
Se houver trabalho ou dispêndio para que a melhoria acontecer, deve-se analisar se a posse é de boa-fé ou de má-fé. No caso da boa-fé, o possuidor, ou devedor, tem direito a indenização pelas benfeitorias necessárias e uteis e tem o direito de levar consigo as benfeitorias voluptuárias (artigo 1219 do Código Civil). Já no caso da posse de má-fé, serão ressarcidas apenas as benfeitorias necessárias ao devedor (artigo 1220 do Código Civil).
Na obrigação de dar coisa certa na modalidade de entrega, os frutos percebidos cabem ao devedor e os frutos pendentes cabem ao credor (artigo 237 do Código Civil) e a doutrina entende que se aplica a mesma regra dos frutos pendentes aos percepiendos, já que o próprio código não traz nenhuma regra sobre eles.[4: Aquilo que a coisa produz periodicamente e que sua retirada não altera a essência da coisa principal. Os frutos podem ser civis, industriais ou naturais. A manga é o fruto natural da mangueira; os carros produzidos pela indústria são frutos industriais; e o aluguel é um fruto civil decorrente do imóvel alugado, a renda de dividendos provenientes de ações, são frutos civis das ações.][5: São os frutos colhidos, que já foram retirados da coisa;][6: São frutos que estão grudados a coisa, ou seja, ainda não colhidos;][7: São aqueles que já poderiam ter sido colhidos, mas ainda não foram.]
Na obrigação de dar coisa certa na modalidade restituir, é preciso observar se a posse é de boa-fé ou de má-fé. O possuidor de boa-fé tem direito aos frutos percebidos, porém os frutos pendentes cabem ao credor tendo o devedor direito ao ressarcimento de suas despesas. No caso da posse de má-fé, ao credor cabe todos os frutos tendo o devedor direito apenas ao ressarcimento das despesas (artigo 1214 e artigo 1216 do Código Civil)
Obrigação de dar coisa incerta
Na obrigação de dar coisa incerta, estabelece-se apenas o gênero e a quantidade, sendo necessário, às vezes, identificar a espécie (artigo 243 do Código Civil).
Após comunicada a escolha ao credor pelo devedor, a obrigação de dar coisa incerta se torna obrigação de dar coisa certa. A escolha e a comunicação são chamadas de concentração (artigo 245 do Código Civil) e esse processo é irreversível e não passível de arrependimento.
O direito de escolha pode ser convencionado, mas caso nada seja previamente convencionado quem escolhera será o devedor (artigo 244 do Código Civil), porém o devedor não poderá entregar a coisa pior e nem será obrigado a entregar a coisa melhor.
Sobre a escolha previamente convencionada do credor existem duas correntes. A primeira corrente doutrinária diz que a escolha deve ser absolutamente livre, já a segunda corrente defende a aplicação das mesmas regras aplicadas a escolha do devedor por meio do uso de analogia.
Caso, antes da concentração, o objeto da obrigação pereça, a obrigação não se desfaz. Pois o gênero não perece. Entretanto, essa regra não é aplicada quando há limitação de gênero, pois, caso pereça sem culpa, a obrigação se desfará. Como no exemplo de Sebastião ter vendido uma de suas cinco motocicletas a Marcelo e todas terem pegado fogo, a obrigação se resolvera. Caso haja culpa de Sebastião no incêndio, Marcelo poderá exigir perdas e danos mais o valor pago.
Obrigação de Fazer
Envolve a realização de um ato, atividade ou serviço. Em regra, não há necessidade da tradição para a conclusão da obrigação de fazer como há na obrigação de dar. Excepcionalmente, porém, quando há a confecção de algo a ser entregue haverá tradição, porém ainda será obrigação de fazer.
Na obrigação de fazer não é possível que o juiz obrigue o devedor a realizar o ato, atividade ou serviço, por isso geralmente seu descumprimento gera apenas perdas e danos.
A obrigação de fazer se divide em duas categorias:
Personalíssima (Infungível)
Impessoal (Fungível)
No caso de descumprimento de obrigação personalíssima haverá perdas e danos se houver culpa. Se não houver culpa resolve-se a obrigação.
No caso de descumprimento de obrigação de fazer impessoal haverá perdas e danos. Se não houver culpa também se resolve a obrigação.
Entretanto, quando a obrigação for impessoal e o descumprimento for culposo, o credor poderá propor ação pedindo autorização judicial para a contratação de terceiro para realizar o trabalho e posterior cobrança do valor do trabalho ao devedor.
No caso de situação de emergência no descumprimento da obrigação, é possível buscar a autotutela contratando outro serviço sem pedir permissão ao juiz e posteriormente realizar a cobrança judicial do serviço ao devedor como diz o artigo 249, parágrafo único do Código Civil.
Lembrando que não é possível obrigar coercitivamente o agente a fazer a obrigação, mas é possível requerer ao juiz que ele imponha uma multa diária até o dia do cumprimento da obrigação. Essa possibilidade está regulamentada no artigo 814 do Código de Processo Civil.
Obrigação de não fazer
A obrigação de não fazer é uma obrigação negativa pois exige do devedor uma abstenção. Um exemplo desse tipo de obrigação é a clausula, nos contratos de locação, que proíbe que o locatário subloque o imóvel.
A obrigação de não fazer pode derivar várias ações como tolerar e permitir.
Praticamente qualquer objeto é possível nesse tipo de obrigação a não ser os direitos da personalidade ou objetos que digam respeito à dignidade da pessoa humana.
Existem dois tipos de obrigação de não fazer:
Instantânea: quando não há a possibilidade de retroagir e cumprir com a obrigação depois que ela já foi descumprida uma vez.
Permanente: nesse caso há a possibilidade de conserto da obrigação mesmo após seu descumprimento.
Quando não houver culpa no descumprimento da ação de não fazer, a obrigação será extinta, logo, desfaz-se a obrigação, mas o devedor não tem a obrigação de devolver o valor pago pelo credor. Vale destacar que a obrigação será extinta e não resolvida como ocorre na obrigação de dar ou de fazer.
No caso do descumprimento de uma obrigação de não fazer na qual haja culpa do devedor existem duas possibilidades. Se a obrigação de não fazer for instantânea, só poderá requerer o credor perdas e danos. Se a obrigação de não fazer for permanente, o credor pode requerer perdas e danos mais o desfazimento do que contraria a obrigação.
Obrigação Composta/Complexa
Esse tipo de obrigação surge quando não há só um dever a ser cumprido, nem só um credor ou devedor.
Existem três tipos de obrigações complexas:
Cumulativa: é a somatória de várias obrigações simples.
Alternativa: quando há duas ou mais maneiras de se cumprir a obrigação. Nesse caso o devedor deve escolher qual alternativa será escolhida e comunicar ao credor.Facultativa
Obrigação composta alternativa
A obrigação composta alternativa pressupõe uma escolha e comunicação. Quando a concentração é feita, essa obrigação se torna uma obrigação simples.
No caso de omissão sobre quem fará a escolha, a lei determina que será o devedor.
Nas obrigações periódicas a escolha feita em um determinado momento não vincula a escolha em um momento posterior. Quando houver pluralidade de devedores e não houver unanimidade entre eles, quem fara a escolha será o juiz.
Caso o devedor descumpra sua obrigação alternativa e o caso seja levado ao judiciário, o artigo 800 do Código de Processo Civil disciplina que deve ser dada a oportunidade de escolha para o devedor perante o judiciário. Se o devedor permanecer inerte, a escolha será então repassada ao credor.
Quando há impossibilidade do cumprimento da obrigação antes da escolha (uma das opções perece), a escolha ira recair sobre a opção subsistente existindo culpa ou não do devedor. Essa solução é nominada de concentração ficta.
Se a opção subsistente perecer deve-se então se analisar a culpa do devedor. Caso não haja culpa, a obrigação resolver-se-á. Caso haja culpa, o credor pode pleitear perdas e danos referentes a opção subsistente apenas.
Parte da doutrina defende que, mesmo que a opção subsistente pereça sem culpa, se a outra opção pereceu por culpa do devedor, o credor pode pleitear perdas e danos.
Se o direito de escolha for do credor, antes da escolha um dos objetos perecer é preciso analisar se houve ou não culpa do devedor. Caso não haja culpa do devedor, a concentração será ficta. Caso haja culpa do devedor, o credor pode tanto aceitar a opção subsistente quando pleitear perdas e danos.
Se houver nulidade em uma das obrigações, as duas opções dadas serão contaminadas pela nulidade e a obrigação será nula. Entretanto, se o caso for apenas de impossibilidade em uma das opções, a obrigação subsiste como uma obrigação simples.
Obrigação composta facultativa
Na verdade, essa obrigação é uma invenção doutrinária que não tem previsão legal.
Na obrigação facultativa existe um objeto principal que pode ser substituído, se oi devedor desejar, por um objeto subsidiário. Entretanto, o credor só poderá exigir do devedor o objeto principal.
Logo, aos olhos do devedor essa obrigação será alternativa, porém, pelo olhar do credor se tratará apenas de uma obrigação simples.
Se o objeto principal perecer neste tipo de obrigação, caso não haja culpa, o devedor poderá resolver a obrigação, ou, se for de sua vontade, entregar o objeto subsidiário. Caso haja culpa do devedor, ele pode escolher se entrega o objeto subsidiário ou paga por perdas e danos.
Caso pereçam concomitantemente ambos os objetos, o devedor deverá pagar por perdas e danos se houver culpa. 
Obrigação Divisível/Indivisível
Divisível
Obrigação divisível é aquela que pode ser dividida entre os devedores e a parcela cabível a cada um é proporcional, equivalente e, ainda assim, mantem a essência da obrigação por completo.
Tomemos como exemplo um empréstimo de R$300 feito por dois credores a três devedores:
	Credores
	Devedores
	Relações externas
	X (R$150)
	A (R$100)
	X --------- A (R$50)
	Y (R$150)
	B (R$100)
	X --------- B (R$50)
	
	C (R$100)
	X --------- C (R$50)
	
	
	Y --------- A (R$50)
	
	
	Y --------- B (R$50)
	
	
	Y --------- C (R$50)
Quando um dos devedores da obrigação divisível é insolvente, quem suportará o prejuízo será o credor.
Caso haja alguma causa de nulidade em alguma das relações externas causada por apenas um devedor, essa causa não se estenderá para todo o contrato, tornando-se nula apenas aquela determinada relação.
Na obrigação divisível, as causas suspensivas e impeditivas de prescrição entre um credor e um devedor não se estenderão para os outros credores e devedores, correndo assim o prazo prescricional normalmente para as outras relações.
Indivisível
Existem quatro tipos de obrigações indivisíveis descritas no artigo 258 do Código Civil:
Material: existe por conta de uma incompatibilidade matemática entre o número de credores, devedores e o objeto da obrigação, o que faz com que, se dividíssemos, as parcelas não fossem equivalentes ou o objeto perdesse sua essência.
 Jurídica/Legal: surge por conta da lei ou de uma determinação judicial.
Econômica: acontece quando, caso o objeto fosse dividido, perderia seu valor econômico.
Convencional: ocorre através de um contrato, uma convenção entre as partes.
Na obrigação indivisível, o credor pode exigir a integralidade da obrigação a qualquer um dos devedores. Quando o devedor entregar o objeto da obrigação findará a relação externa, entre credor e devedor.
Entretanto, o devedor que entregou a completude da obrigação tornar-se-á credor dos demais devedores podendo assim exigir de cada um a quota parte que lhes cabe (artigo 259 do Código Civil).
No caso de haverem dois ou mais devedores, o devedor deverá pagar conjuntamente a todos os credores, ou cumprir a obrigação apenas para um, mas exigir desde um caução de retificação para fazer prova de que a obrigação já foi cumprida, obrigando, assim, o credor que recebeu o objeto a dar aos demais o que lhes cabe.
Se houver insolvência por parte de um dos devedores em uma obrigação indivisível, quem arcara com o prejuízo serão os outros devedores, ao contrário do que ocorre na obrigação divisível.
Quando ocorre remissão por parte de um dos credores nesse tipo de obrigação, a remissão alcançará apenas a relação entre o remitente e o remitido. Porém, o credor que não remiu a dívida, poderá requerer o cumprimento da obrigação mediante reembolso da quota parte que foi perdoada pelo remitente ao devedor.[8: Aquele que perdoa a dívida.][9: Aquele que tem a dívida perdoada]
No caso de perecimento do objeto de uma relação indivisível por culpa dos devedores, os devedores se fazem obrigados a reembolsar o credor ou credores com o equivalente em dinheiro mais as perdas e danos divididas igualmente entre eles. Dessa forma, a obrigação indivisível converter-se-á em indivisível.
Se a culpa do perecimento for de apenas um dos credores, todos terão de devolver o equivalente ao bem em dinheiro, porém, apenas o devedor que tiver culpa arcará com as perdas e danos.
Obrigação solidária
A consequência da obrigação solidaria é de que todos os devedores respondem pela totalidade da dívida, sendo a obrigação indivisível ou não. Essa é a solidariedade passiva e a mais comum. Entretanto, existe também a solidariedade ativa na qual cada um dos credores se torna titular do credito por inteiro sendo a obrigação indivisível ou não.
Existem também contratos baseados em ambos os tipos de solidariedade, sendo assim, temos também a solidariedade mista, na qual há solidariedade nos dois polos da obrigação. 
A solidariedade ativa é geralmente substituída pelo mandato, pois a solidariedade é irrevogável enquanto o mandato é revogável a qualquer tempo.
Logo, existem poucos casos nos quais a solidariedade ativa é utilizada, dentre eles o mais conhecido é o da conta conjunta, já que nela cada um dos correntistas precisa ter a capacidade de fazer qualquer movimentação, assim é utilizada a solidariedade ativa.
A solidariedade tem duas fontes, logo, pode ocorrer de duas formas:
Legal: estão dispostas na lei (Ex.: o pai é solidário nas obrigações do filho)
Convencional: é estabelecida por meio de um contrato e precisa vir expresso já que o Código Civil é bem claro em seu artigo 265 dizendo que a solidariedade não se presume.
Importante ressaltar que mesmo havendo solidariedade ativa ou passiva em qualquer um dos polos ou até mesmo nos dois, as condições de cumprimento da obrigação podem ser diferenciadas.
Na solidariedade ativa, o credito que pode inicialmente ser pago a qualquer um dos credores, depois do ajuizamento da ação precisa obrigatoriamente ser pago ao autor da ação.
Quando o credor cobra a dívida do devedor, este poderá se defender e deve alegar uma exceção. Existe a exceção comum, aquela que não é especificade uma só relação externa, mas sim afeta toda a obrigação. A exceção pessoal, por outro lado, é aquela que diz respeito apenas a uma relação, não podendo ser alegada a favor de todos os devedores (artigo 286 do Código Civil). [10: Matéria de defesa]
Juros de mora
Os juros podem ser entendidos como um aluguel do capital (Ex.: quando o banco empresta dinheiro, o devedor deverá devolver o dinheiro emprestado mais os juros por ter ficado com aquele patrimônio por um período).
Os juros de mora são aqueles que surgem em decorrência do atraso no cumprimento da obrigação.
Na obrigação solidaria, os juros de mora caberão ao credor cobrado, podendo este, se a mora não decorrer de culpa deste, cobrar o outro credor, aquele que agiu com culpa, pelo valor dos juros como regula o artigo 180 do Código Civil.
“Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida. ”
Prescrição 
Vamos relembrar que pode ocorrer prescrição parcial na obrigação divisível, uma vez que é possível que ela ocorra para apenas um credor. Já no caso da obrigação indivisível, os efeitos da prescrição atingem todas as relações externas.
Na relação solidaria, a interrupção do prazo prescricional afeta todos os credores e seus sucessores (artigo 204, §1º do Código Civil). Já a suspensão não afetara dos demais credores ou devedores caso a obrigação seja divisível (artigo 201 do Código Civil).
“Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a interrupção operada contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1o A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros. ”
“Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros se a obrigação for indivisível. ”
Perecimento
Se, antes da tradição, um dos devedores solidários da causa (tem culpa) ao perecimento do bem de uma obrigação indivisível, só o culpado responderá e arcará com as perdas e danos (artigo 271 e 279 do Código Civil).
“Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.”
Exercício: A e B são credores solidários de X e Y, devedores solidários, da obrigação da entrega de uma TV, que foi adquirida por R$2000. Antes da tradição o bem é culposamente destruído por X, gerando perdas e danos de R$200. Nessa situação, o que A poderá exigir de X e Y?
Processos envolvendo obrigação solidaria 
O julgamento de improcedência contrário a um credor solidário não afeta aos outros credores solidários. Porém, o julgamento favorável beneficiara aos outros credores desde que não seja baseado em uma exceção pessoal.
O credor de devedores solidários pode cobrar qualquer um dos devedores.
Se a obrigação for divisível, o credor poderá renunciar a solidariedade em favor de apenas um devedor tornando esse devedor responsável apenas pela sua cota parte. Essa renúncia deixará de surtir efeitos se algum dos devedores for insolvente, pois esse devedor que foi beneficiado pela renúncia voltará para a solidariedade.
Caso algum dos devedores consiga remissão parcial da dívida, todos os devedores solidários aproveitarão da remissão. Entretanto, se um dos devedores acordar com um credor uma clausula que prejudique os outros devedores sem o consentimento destes, apenas o devedor que fez o acordo arcará com o prejuízo.
A morte de um dos credores solidários não encerra a solidariedade para os demais credores solidários. Entretanto, os herdeiros separadamente só responderão pela cota parte herdada e dividida igualmente entre eles. No caso de o espolio ou todos os herdeiros conjuntamente entrarem com ação cobrando a dívida, a solidariedade com os demais credores subsistirá e tanto o espolio como os herdeiros conjuntamente poderão cobrar o total da dívida.
Caso um dos devedores venha a falecer, seus sucessores só serão responsáveis pela cota parte do falecido dividida igualmente entre eles. Entretanto, se o credor acionar conjuntamente os sucessores do falecido ou o espolio, eles responderão solidariamente pela dívida total.
No caso de insolvência de um dos devedores solidários, isso não alterara a obrigação em sim, porém a quota parte do insolvente será dividida igualmente como prejuízo para todos os credores solidários. Caso algum dos devedores tivesse sua solidariedade previamente renunciada a seu favor, ainda assim terá de arcar com a sua parte do prejuízo. 
“A” poderá cobrar a dívida de qualquer um dos devedores (mas se quiser receber, logicamente deverá cobrar de “X” ou “Y”). No caso em questão, imaginemos que “X” pagou toda a dívida. “X” poderá cobrar de “Y” os R$300 que lhe cabe e, como “Z” é insolvente, poderá cobrar mais R$150 (metade da cota parte de “Z”). Ficando assim, cada um dos devedores, com um prejuízo de R$150.
Extinção da obrigação
Uma obrigação pode acabar de forma normal ou anormal. A normal se dá através do adimplento, pagamento. A anormal se dá, por exemplo, através do perecimento sem culpa do objeto da obrigação.
O pagamento pode ser direto, ou seja, a obrigação é cumprida da forma como foi pactuada; ou pode ser indireto, quando o pagamento é feito de forma diversa da pactuada (Ex.: no contrato a obrigação é pagar R$500, mas o devedor entrega uma bicicleta).
O pagamento exige alguns elementos. São eles:
Vínculo jurídico
Accipiens (credor)
Solvens (devedor)
Animus solvendi (ânimo de pagar)
Quem pode pagar o débito/cumprir a obrigação?
O devedor é o principal legitimado para cumprir a obrigação. Além do pagamento ser um dever, também é um direito, portanto este não precisa aceitar o perdão de seu credor. Para poder forçar o credor a receber, existe um remédio jurídico chamada ação de consignação em pagamento. Nesta ação o devedor fara um deposito em caixa que o credor pode ou aceitar, ou discutir seu valor.
No caso de obrigação personalíssima, o único legitimado para cumpri-la é o próprio devedor.
Um terceiro também poderá solver a dívida. Os terceiros se dividem em terceiros interessados e os não interessados. O terceiro interessado é aquele que pode ser afetado patrimonialmente pelo não cumprimento da obrigação (ex.: fiador, sublocatário, etc.). Importante ressaltar que esse interesse é econômico.
O terceiro interessado pode cumprir com a obrigação e pode até mesmo obrigar o credor a receber o pagamento através da ação de consignação em pagamento. Caso esse terceiro pague a dívida, de acordo com o artigo 346, III do Código Civil, este de sub-rogará a posição de credor, sendo que o devedor será obrigado a pagar a obrigação a ele.
“Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. ”
Ao tratarmos agora do terceiro não interessado, é necessário analisar se esse terceiro pagará em nome próprio ou do devedor. Logo, é necessário saber se ele quer o recibo em seu nome ou no nome do devedor.
O terceiro não interessado que paga em nome próprio tem o direito ao reembolso. Dessa forma, a dívida inicial se extingue e nasce uma nova dívida tornado o terceiro não interessado o credor da relação. Essa então é a principal diferença entre o terceiro interessado e o não interessado, já que com o terceiro interessado a obrigação continua, o que muda é seu credor.
“Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento. ”
Se o terceiro não interessado paga em nome do devedor, parte da doutrina diz que este não tem direito a nada, pois, esse pagamento se equiparia uma doação. Algunsdoutrinadores, entretanto, dizem que esse terceiro não interessado também tem direito ao reembolso.
O terceiro não interessado que paga em nome próprio pode ter seu pagamento recusado pelo credor e não será cabível ação consignatória em pagamento. No caso de o credor aceitar e o devedor recusar, o credor poderá aceitar mesmo assim.
Se o credor quiser receber o pagamento, não há nada que o devedor possa fazer para impedir isso. Haverá pagamento independentemente da concordância ou não do devedor.
Caso o terceiro não interessado queira pagar em nome do devedor e o devedor aquiescer, o credor não poderá rejeitar. Caso rejeite, caberá ação de conciliação em pagamento. 
Se o credor aceitar, o pagamento poderá ocorrer mesmo que o devedor não aceite.
Se o devedor não aceitar, o credor não será obrigado a receber a dívida do terceiro não interessado.
“Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste. ”
Entretanto, não caberá reembolso, se, por algum motivo, o devedor tinha exceção plausível que afastasse o pagamento da dívida.
“Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação. ”
O bem a ser usado para cumprir a obrigação deve ser de propriedade daquele que efetuar o pagamento. Logo, bem roubado não poderá ser usado para quitar obrigação, salvo se o bem for fungível. 
“Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la. ”
Assim encerramos o rol dos legitimados para pagar e iniciaremos agora os legitimados para receber o pagamento da dívida.
Quem pode receber o debito?
O principal legitimado para receber o pagamento pela obrigação é o credor. Sendo assim, o pagamento deve ser realizado ao credor, sucessor ou ao seu representante, salvo se as partes convencionarem ao contrário ou se for ratificado (confirmado) pelo credor ou demonstrado que se reverteu em seu proveito
O representante pode ser legal, convencional ou judicial. O representante legal é aquele a quem a própria lei outorga mandato para administrar bens e interesses alheios (ex.: pais). O representante convencional é aquele que deriva de um mandato expresso ou tácito para receber e dar quitação. E, por fim, o representante judicial é o representante nomeado pelo juiz (ex.: inventariante)
Costuma ser mencionada pela doutrina, entre os representantes convencionais, a figura do adjectus solutionis causa, pessoa nominalmente designada no próprio título para receber a prestação. Esse terceiro pode não ter nenhuma relação material com a dívida e estar apenas autorizado a recebê-la. A autorização tem por fim, em regra, beneficiar o devedor, facilitando-lhe o pagamento. Outras vezes, o denominado adjectus solutionis causa é um simples cobrador de conta alheia designado pelo credor.
O sucessor é aquele que vem ou virá a substituir o credor por ato inter vivos (ex.: sub-rogasse a figura de credor) ou causa mortis (ex.: herdeiro, legatário).
Se o pagamento for feito a outra pessoa, mas for ratificado pelo credor, esse produzirá efeitos retrativos e será considerado plenamente válido.
O pagamento será válido se o devedor comprovar que este se reverteu em favor do credor. O proveito pode ser direto ou indireto. 
No caso de transferência do direito, como acontece na penhora de crédito, morte, ou pagamento por terceiro interessado, o pagamento deverá ser realizado ao cessionário, sub-rogado ou sucessor.
O pagamento feito ao credor putativo, aquele que tem aparência do credor, será considerado válido se o accipiens tiver aparência do credor e o devedor atuar de boa-fé. Neste caso, o verdadeiro credor deverá cobrar o pagamento do credor putativo.
Considera-se, por presunção legal, representante do credor aquele que se apresenta ao devedor portando quitação assinada pelo credor. Todavia, a presunção é relativa. O pagamento poderá ser feito ao portador da quitação, porém, antes, deve-se verificar a identidade do portador e a autenticidade do mandato, tácito ou presumido, sob pena de pagar mal, uma vez que não se exonerará do débito e poderá ser obrigado a pagá-lo novamente.
Se o devedor tinha conhecimento de que o credor possuía incapacidade, absoluta ou relativa, e, mesmo assim, efetuar o pagamento, este somente será válido se demonstrar que foi revertido em favor do credor ou se for ratificado pelo representante legal, ou ainda, pelo próprio credor, caso cesse a sua incapacidade.
Se o devedor supunha, de boa-fé, que o credor era capaz ou foi dolosamente induzido por este, será válido o pagamento, ou seja, desde que ocorra erro escusável do devedor ou dolo do credor.
Já quando tratamos da capacidade do devedor, tem-se como regra que a incapacidade do devedor não exclui sua legitimidade para o pagamento.
Se o crédito for penhorado por terceiro, uma vez intimado da penhora ou da impugnação do crédito, o devedor não deverá pagar o credor primitivo, sob pena de ser obrigado a pagar novamente ao terceiro que agora o detém. No caso, o devedor deverá depositar em juízo, nos autos em que se realizou a penhora ou consignar o valor.
Objeto do pagamento
Uma das principais regras do pagamento é a de que o credor não é obrigado a receber coisa diversa da convencionada, essa regra está novamente disposta no artigo 313 do Código Civil.
O credor também não será obrigado a receber fração do que lhe é devido de acordo com o artigo 314 do Código Civil, a não ser que o pagamento fracionado tenha sido previamente convencionado. Entretanto, existem exceções para tal regra, uma delas se encontra no artigo 916 do Novo Código de Processo Civil. Outra exceção ocorre quando há morte do devedor, pois, nesse caso, o credor receberá uma parcela da dívida de cada herdeiro.
A dívida deve ser paga em seu valor nominal e sem correção monetária se essa não for previamente convencionada. Tal regra encontra seu fundamento no Princípio do Nominalismo, disposto no artigo 315 do Código Civil. As parcelas também podem ser reajustadas de acordo com a correção monetária do mês de pagamento em uma escala move, porém, tal ajuste deve ser previamente convencionado de acordo com o artigo 316 do Código Civil.
Não é possível convencionar pagamento em moeda estrangeira ou em outro. Tal vedação está disposta no artigo 318 do Código Civil. Da mesma forma, não é possível usar a moeda estrangeira como index (ex.: contrato cobrando a taxa de $100 dólares que devem ser convertidos em reais para pagamento) que será convertido em moeda nacional.
É preciso deixar claro que o mau negócio em si não justifica a intervenção judicial para a mudança do objeto da obrigação, da prestação. Em regra, o objeto da obrigação não poderá ser alterado pois “o contrato faz lei entre as partes”. Entretanto, o artigo 317 do Código Civil fez uma exceção a essa regra.
Para haver a discussão processual do objeto que consta no artigo 317 precisam ser preenchidos dois requisitos:
Motivo imprevisível
Desproporção manifesta entre o momento da celebração e o do cumprimento.
Essa exceção é conhecida como Teoria da Imprevisão ou Teoria da Onerosidade Excessiva. Mesmo que haja a regra do pacta sunt servanda, para ela há a clausula rebus sic stantibus (“estando assim as coisas”).
Prova do pagamento 
O devedor precisa ter prova de que efetuou o pagamento sob pena de ter que pagar duas vezes. Essa prova pode ser feita através da quitação (recibo), testemunhas, etc.
A quitação é um direito do credor, tanto que o artigo 319 do Código Civil autoriza que o devedor retenha o pagamento até que a quitaçãolhe seja entregue. Ela precisa conter o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor ou do seu representante. Esses itens estão dispostos no artigo 320 do Código Civil.
Em regra, em um processo, aquele que alega é responsável por provar o que é alegado. Entretanto, existe no direito a presunção legal. Ela é dividida em presunção legal absoluta e presunção legal relativa. 
Na presunção legal absoluta, não se faz necessário prova e contra ela não é possível se defender, pois a lei já determinou que só a presunção já basta, como exemplo temos o estupro de vulnerável no qual há violência presumida.
Na presunção legal relativa, a outra parte tem a possibilidade de exercer sua defesa. O artigo 322 do Código Civil traz uma dessas presunções ao dizer que se o devedor provou o pagamento de parcela recente, é presumido que as parcelas anteriores a esta já estão quitadas.
Outra presunção legal relativa é a de que o devedor que estiver em posse do título de credito pagou a dívida de acordo com o artigo 324 do Código Civil, pois o credor deve devolver o título de crédito ao credor que pagar a dívida como normatiza o artigo 321.
Se não houver especificações na quitação dizendo se o valor é juros ou o valor é capital, presume-se que a quitação envolve tanto o valor dos juros como do capital.
Se não houver nada previamente convencionado, quem arcará com as despesas da produção da quitação será o devedor.
A medida e o peso a serem utilizados para a obrigação é o do local da execução se não houver convenção previa.
Local do pagamento
Em regra, o pagamento deverá ser feito no domicilio do devedor, sendo assim, é uma dívida quesível. A dívida poderá se tornar móvel, paga no domicilio do credor, se houver prévia convenção, lei, natureza da obrigação ou circunstancia do caso que assim determinar.
Se o devedor tiver mais que um domicilio, o credor receberá o pagamento no domicilio que o mesmo escolher.
Existe como exceção, o artigo 328 do Código Civil, que determina que a prestação relativa a um imóvel se cumpre no local em que está situado o imóvel. Mas apenas ocorrerão assim as prestações que somente ali podem ser cumpridas, como por exemplo uma reforma.
Se a dívida for cumprida em local diverso do convencionado repetidamente sem reclamações de ambas as partes, o local de pagamento mudará e passará a ser este em que a prestação foi cumprida reiteradamente segundo o artigo 330 do Código Civil.
Tempo do pagamento
No caso da obrigação a termo, ou seja, com data de vencimento, deverá ser esta cumprida até o dia do vencimento.
Se não for convencionada data do vencimento, o credor poderá exigir o pagamento imediatamente, porém, enquanto o credor não exigir o pagamento, o devedor não estará obrigado a pagar, não gerando assim juros moratórios.
A doutrina criou também o prazo moral que traduz-se no prazo ou tempo adequado para que determinada obrigação seja executada.
 Além disso, existe a obrigação condicionada, que está vinculada a fato futuro e incerto, assim, seu cumprimento fica suspenso até o advento da condição. Logo, o tempo de pagamento será no implemento da condição, desse que o devedor saiba que está ocorreu.
A antecipação do vencimento da obrigação pode ocorrer, de acordo com o artigo 333 do Código Civil, em caso de falência do devedor (quando o patrimônio é insuficiente para solver a dívida da empresa), em caso de concurso de credores, caso os bens dados como garantia forem penhorados por outro credor e também caso as garantias cessem ou se tornem insuficientes.
Pagamentos indiretos
Pagamento em consignação
O pagamento em consignação pode correr judicialmente através da ação de consignação em pagamento, por meio de depósito em juízo, ou extrajudicialmente, mediante depósito bancário em banco estatal.
A ação de consignação em pagamento é de natureza hibrida, pois estudaremos tal instituto no direito civil e no direito processual civil.
As hipóteses que tornam cabível tal ação estão dispostas no artigo 335 do Código Civil transcrito abaixo.
“Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento. ”
Importante chamar a atenção para o fato de que o credor também poderá propor ação de consignação em pagamento caso haja dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento, ou seja, a lide recai sobre quem seria a pessoa do credor. Dessa forma, qualquer um dos possíveis credores pode propor a ação para que o devedor deposite em juízo o objeto da obrigação até que se resolva o conflito.
“Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação. ”
A ação de consignação em pagamento deve seguir ao máximo o molde do pagamento convencionado, sendo assim, a ação deve ser proposta na comarca que abranja o domicilio do devedor.
Toda obrigação de dar cabe consignação em pagamento, entretanto, só caberá a ação nas obrigações de fazer caso está também englobe a ação de dar, como por exemplo a confecção de um terno. Já quanto as obrigações de não fazer, não será possível propor tal ação.
Em caso de mora, a ação de consignação em pagamento não poderá ser proposta se essa gerar encargos e o devedor não os depositar em juízo ou se a própria mora inviabilizar o cumprimento da obrigação.
Um dos principais efeitos desse instituto é o afastamento dos encargos moratórios, além disso, afasta também a responsabilidade do devedor pela conservação da coisa. Entretanto, as despesas pela conservação da coisa caberão aquele que perder a ação.
“Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.”
No caso da obrigação de dar coisa incerta, o credor será citado primeiramente para escolher a coisa. Se mesmo assim este não o fizer, o direito de escolha passará para o devedor.
“Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente. ”
No caso de obrigação ilíquida, com valor incerto, a corrente doutrinaria majoritária diz não caber ação de consignação em pagamento. Entretanto, há uma corrente minoritária que diz caber sim a ação e que o valor final será atingido durante o curso da ação.[11: Obrigação ilíquida depende de prévia apuração, já que o montante da prestação se apresenta incerto. É aquela que carece de especificação do seu quantum.]
Pagamento por sub-rogação
A sub-rogação pode se dar por duas formas: a forma convencional e a forma legal. Os casos que se enquadram em sub-rogação legal estão dispostos no artigo 346 do Código Civil e se dão de forma automática.
“Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte. ”
Começaremos a analise deste artigo pelo inciso III, pois é caso já estudado no tópico “Quem pode pagar a dívida? ”. Esse caso de sub-rogação se dará quandoum terceiro interessado pagar a dívida sub-rogando-se na posição de credor.
Outro caso de sub-rogação legal é a descrita pelo inciso II do mesmo artigo, na qual o adquirente de um imóvel hipotecado paga a dívida e sub-rogasse na posição de credor. O indivíduo que comprou a casa hipotecada era inicialmente terceiro não interessado, mas depois de comprar a casa, paga a dívida para que sua casa não fosse uma garantia da mesma.
O inciso I do artigo 346 diz que o credor que paga a dívida do devedor comum, sub-rogasse a posição de credor da outra obrigação. Analisemos o exemplo abaixo.
Dívida garantida por hipoteca
O credor II poderá pagar a dívida I para evitar que o devedor comum perca seu local de trabalho e sua renda que seria destinada a pagar a dívida II. O credor II se sub-rogará na posição do credor II com a hipoteca como garantia na dívida de R$8000, mas a dívida de R$2000 continuará sem garantia. Importante ressaltar que o credor II não é terceiro interessado.
Os casos nos quais podem ocorrer sub-rogação convencional estão dispostos no artigo 347 do Código Civil e precisam a aceitação de uma das partes para ocorrer.
“Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito. ”
O terceiro não interessado pode pagar a dívida e se sub-rogar a posição do credor se houver acordo entre credor e terceiro não interessado. Nesse caso, o credor deverá assinar documento passando todos os seus direitos sobre a dívida para o terceiro não interessado. Ocorrerá como uma compra e venda de crédito. Essa sub-rogação convencional está regulamentada no artigo 347, I do Código Civil e precisa apenas da anuência do credor.
O segundo e último caso de sub-rogação convencional ocorrerá se houver acordo entre o devedor e o terceiro não interessado. Dessa forma, o devedor passará, mediante sua vontade, os direitos sobre a dívida para o terceiro interessado.
$$$
 Banco Casa a venda
Comprador da casa - Devedor
Vamos tomar como exemplo o caso em que um indivíduo queira comprar uma casa, mas não tenha dinheiro e vá pedir um empréstimo. O banco, ao invés de conceder o empréstimo, ele faz acordo com o comprador e paga ao dono da casa o valor por ele pedido e o comprador se torna agora devedor na obrigação do valor da casa parcelado. A obrigação inicial era entre o dono da casa e o comprador, mas agora, o banco sub-rogou-se na posição de credor.
A sub-rogação tem dois efeitos: o transitivo e o liberatório. É transitivo pois há uma simples transferência de crédito e não uma nova obrigação. É liberatório pois libera o devedor de seu credor original.
Na sub-rogação legal, o sub-rogado só poderá cobrar aquilo que ele pagou ao credor original. Na sub-rogação convencional, o sub-rogado poderá cobrar o valor da dívida original, mesmo que este tenha conseguido desconto na hora do pagamento.
O terceiro interessado que pagar parte da dívida, sub-rogasse a posição de credor parcial da dívida (sub-rogação parcial) no valor que pagou ao credor original. Entretanto, o dinheiro obtido na venda das garantias será entregue primeiro ao credor original e o restante ao credor sub-rogado. Ou seja, a preferência é do credor original. 
Os seguros geralmente utilizam muito a sub-rogação. Para acionar a seguradora, o indivíduo deve pagar a taxa da franquia e a seguradora fica responsável pelo concerto do carro ou pelo valor do debito. Caso os danos tenham sido causados por terceiro, a seguradora, após pagar o seguro, se sub-rogará na posição do segurado podando ingressar com ação contra esse terceiro.
Imputação do pagamento
Imputar significa atribuir algo ou alguém a algo ou alguém. Logo, a imputação de pagamento é atribuir a algo o pagamento feito.
Esse instituto surgira quando um devedor tiver várias dividas em relação a um mesmo credor e não fizer o pagamento com valor suficiente para saldar todos os débitos. São requisitos para a imputação do pagamento:
Pluralidade de débitos
Identidade de credor e devedor
Débitos da mesma natureza
Débitos líquidos e vencidos
Pagamento mínimo (pagamento suficiente para saldar no mínimo uma dívida).
Entretanto, dentre esses requisitos, a doutrina faz ressalva em relação ao requisito IV “dívida vencida”, pois é direito do devedor pagar o debito antes do vencimento, podendo este imputar o pagamento a uma dívida ainda não vencida.
Quem terá o direito de determinar qual dívida está sendo paga é preferencialmente o devedor de acordo com o artigo 352 do Código Civil. Entretanto, o pagamento não poderá ser imputado, em caso de dívida periódica, a parcela mais recente sem que as mais antigas tenham sido pagas. Por exemplo, se o valor de janeiro, fevereiro e março está atrasado, o devedor não pode imputar o pagamento a março sem que janeiro e fevereiro tenham sido pagos.
Caso o devedor não faça a imputação, esse direito passa para o credor. Essa atribuição será feita através da entrega da quitação contendo a dívida a qual se refere, que deverá ser aceita pelo devedor.
Se nem o credor e nem o devedor fizer a imputação, o artigo 355 determina que a dívida a ser saldada é a mais antiga, ou, não havendo mais antiga, será a mais onerosa para o devedor.
“Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, está se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. ”
Para o devedor, é melhor que a imputação seja feita sobre o capital, e não sobre os juros, pois, no caso de juros simples, eles incidem apenas sobre o capital.
“Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital. ” 
Dação em pagamento
Sempre que houver troca de uma prestação por outra ocorre a dação. Nesse instituto, não é necessário que uma obrigação de dar seja trocada por uma obrigação de fazer, podendo uma obrigação de dar ser trocada por uma de fazer ou vice e versa.
São requisitos da dação:
Anuência do credor
Prestação diversa da convencionada
Existência de débito
Animus solvendi (vontade do devedor de pagar)
Ao contrário da obrigação facultativa e alternativa, na dação a segunda possibilidade de pagamento só surge no momento do cumprimento da obrigação.
Se houver algum defeito com a coisa dada na dação, proceder-se-á como se procede na compra e venda. Por exemplo, se a obrigação era de dar R$30.000, mas o devedor entrega um carro e esse carro posteriormente der problema, a solução se dará como se tivesse ocorrido uma compra e venda.
A dação também ocorrerá no caso de título de credito entregue no lugar de outra prestação. A transferência da posse do título de credito será também uma cessão de credito.[12: Título de credito é um papel que determina uma obrigação. É portável e a sua transferência de posse se dá o nome de cessão de credito.]
No caso de evicção da coisa dada no lugar da prestação origina, a obrigação se reestabelecerá, entretanto, o fiador dessa obrigação não ressurgira com ela. Por exemplo, vamos supor que o carro entregue no lugar dos R$30.000 era roubado e a polícia o apreende e devolve ao seu verdadeiro dono; a obrigação de dar R$30.000 ressurgirá, mas suas garantias não ressurgirão com ela.[13: É a perda da coisa pelo adquirente em favor de terceiro, que, na verdade, era o real proprietário.]
Novação
É a extinção de uma dívida pela criação de uma nova. A renegociação não é novação, pois não extingue a dívida inicial. Esse instituto está disposto nos artigos 360 a 367.
O artigo 360 também traz três espécies de novação que estão identificadas pela lei:
Novação subjetiva ativa (modificação do devedor): Diferencia-se de sub-rogação,pois há extinção da dívida. N sub-rogação e dívida é a mesma.
Credor A x Devedor B Credor C x Devedor B
Novação subjetiva passiva (modificação do devedor): para que haja essa espécie de novação, não é necessária a anuência do devedor original. Se não houver a anuência do credor origina, essa novação é chamada de expromissão, segundo o artigo 362. Se houver a anuência, a novação é chamada de delegação.
Credor A x Devedor B Credor A x Devedor C
Novação real (objetiva): há alteração no objeto, na causa ou na natureza da obrigação original. É diferente da dação em pagamento, pois na dação há extinção imediata da dívida. Na novação, extingue-se a dívida original e surge uma nova obrigação. 
Credor x Devedor Credor x Devedor
bicicleta 2 skates
Dar 1 quadro fazer um quadro
R$1000 de aluguel R$1000 de um empréstimo
Existe ainda, a novação mista, que é uma invenção doutrinaria, e se configura quando duas ou mais modalidade de novação acontecem ao mesmo tempo.
Para que a novação se configure, é necessário modificar credor, ou devedor, ou a causa, objeto ou a natureza da obrigação. Se nenhuma dessas modificações ocorrer, será apenas uma renegociação do debito.
É necessária a anuência do credor para que ocorra novação, logo, o credor tem que ser capaz, pois é necessário que ele expresse capacidade. O devedor originário, entretanto, não expressará vontade, logo, não precisa ter capacidade.
Requisitos para a novação:
Existência de uma obrigação anterior valida
Nova obrigação
Animus novandi (vontade de novar) – sumula 286 do STJ e artigo 361 do Código Civil
As garantias da dívida original após a novação, assim ficarão:
Fiador: é liberado e só responde pela nova dívida se concordar
Garantia real prestada por terceiro: também acaba, a não ser que o terceiro concorde em continuar.
Garantia real prestada pelo devedor: também acabará, a não ser que este concorde em continuar.
A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Logo, as garantias, em regra, acabam junto com a dívida original, é isso que despõe o artigo 364 do Código Civil.
O credor, após a novação, só poderá se voltar contra o devedor original se este estivesse agindo de má-fé no momento da novação. A má-fé se configurará, por exemplo, se o devedor original sabia que o novo devedor era insolvente.
Se um devedor solidário propõe novação, só este responderá pela nova obrigação. Ou seja, só estão vinculados a nova obrigação os devedores, ou o devedor, que fizerem parte da novação. É o que está disposto no artigo 365 do Código Civil.
Há divergência doutrinaria quanto a possibilidade de novação prescrita. Parte da doutrina diz ser possível novar dívida prescrita, pois a obrigação prescrita é válida. A outra parte defende que não há possibilidade de novação, pois a dívida prescrita não é exigível.
Compensação
Credor A ----------------------------- $$$ -------------------------------- Devedor B
Credor B ----------------------------- $$$ --------------------------------- Devedor A
Quando isso ocorrer, as dividas se extinguem automaticamente, pois ocorre a compensação.
Requisitos da compensação:
Reciprocidade de direitos e obrigações (artigo 368)
Liquidez e exigibilidade
Fungibilidade (tanto o gênero e a espécie de ambos os créditos têm que ser iguais, ou, ao menos, a espécie não ser identificada)
O fiador se uma das dividas poderá usar o credito do afiançado para fazer compensação segundo o artigo 371 do Código Civil. A seguradora, entretanto, não poderá fazer o mesmo caso seu segurado cause danos em terceiro da qual ele é credor segundo o artigo 376 do Código Civil.
A compensação, caso alguma das dívidas não estejam vencidas, necessitara que o devedor da dívida vincenda abra mão do prazo para o pagamento. Nesse caso, a compensação é facultativa ou unilateral.
A compensação legal precisará seguir todos os requisitos acima descritos, diferentemente da compensação convencional que não precisa seguir os requisitos acima dispostos.
Na compensação legal, não é necessária manifestação de vontade, pois ela é automática, logo, as partes não precisam ter capacidade. Já no caso da compensação convencional as partes precisam ter capacidade.
Existe também a compensação judicial, que é fruto de uma decisão judicial, que só poderá ser reconhecida pelo juiz se preenchidos os requisitos da compensação legal.
Não haverá compensação nas hipóteses abaixo (artigo 373):
Causa moral: quando um dos créditos advir de ato ilícito;
Causa do contrato: todo contrato baseado em confiança (comodato, depósito e alimentos) não permitem compensação. Entretanto, a outra parte poderá concordar com a compensação
Impenhorabilidade: não se pode compensar um crédito impenhorável com um penhorável.
O artigo 1020 do Código Civil de tratava da situação em que um dos devedores solidários tem crédito para com o credor. O Código Civil de 2002 não trata dessa situação, mas a doutrina entende que a regra anterior continua a valer.
“Art. 1.020. O devedor solidário só pode compensar com o credor o que este deve ao seu coobrigado, até ao equivalente da parte deste na dívida comum. ”
Se o credor cobrar Y, esse apenas poderá usar a dívida existente entre X e o credor na cota parte que cabe a X na dívida solidária. Logo, Y pagará R$600 apenas para o credor, podendo cobrar R$300 de Z e nada de X.R$600
A lei não permite compensação de uma dívida já penhorada com uma outra que venha advir posterior a penhora. Além disso, a compensação nunca poderá prejudicar terceiro.
	
	
	Aluna: Ana laura prozo bortoloto
	1
	
	
	Aluna: Ana laura prozo bortoloto
	22
	
	
	Aluna: Ana laura prozo bortoloto
	23

Outros materiais