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APOSTILA DE PSICOLOGIA 2017

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PSICOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
Toda e qualquer produção humana — uma cadeira, uma religião, um computador, uma obra de arte, uma teoria científica — tem por trás de si a contribuição de inúmeros homens, que, num tempo anterior ao presente, fizeram indagações, realizaram descobertas, inventaram técnicas e desenvolveram idéias, isto é, por trás de qualquer produção material ou espiritual, existe a História.
A história da PSICOLOGIA está ligada, em cada momento histórico, às exigências de conhecimento da humanidade, às demais áreas do conhecimento humano e aos novos desafios colocados pela realidade econômica e social e pela insaciável necessidade do homem de compreender a si mesmo.
Os Gregos eram os povos mais evoluídos na época da antiguidade. Construíram cidades, acumularem riquezas, conquistou territórios e com isso, crescimento populacional. Desse modo, surgir à necessidade de soluções práticas para a arquitetura, agricultura e organização social. Dando origem aos estudos da geografia, física e políticas. Tais avanços permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do espírito, como a Filosofia e a Arte. 
A primeira ciência que se conhece desde as épocas mais remotas é a filosofia. Esta ciência tem por objetivo a reflexão, o questionamento, a crítica, a fim de obter da inteligência a sabedoria. A psicologia é uma ciência comprovada que tem suas origens na filosofia. 
No século XIX, com o desenvolvimento do capitalismo, destaca-se o papel da ciência, e seu avanço torna-se necessário para dar respostas e soluções práticas no campo da técnica industrial. O sol passou a ser visto como sendo o centro do universo. O homem deixou de ser o centro do universo, passando a ser livre e construir do seu futuro.
 O conhecimento torna-se independente da fé, a racionalidade do homem aparece. A noção da verdade passa a contar com o aval da ciência. Os problemas e temas da psicologia passam a serem investigados pela fisiologia e neurofisiologia, pois era necessário compreender o funcionamento da maquina de pensar humana: o cérebro. 
A partir daí, a psicologia passa a definir seus objetos de estudo, delimitar seu campo, formular métodos e teorias. Seu status de ciência é obtido à medida que se “liberta” da Filosofia, que marcou sua história até aqui, e atrai novos estudiosos e pesquisadores.
Embora a Psicologia científica tenha nascido na Alemanha, é nos Estados Unidos que ela encontra campo para um rápido crescimento, resultado do grande avanço econômico que colocou os Estados Unidos na vanguarda do sistema capitalista. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas em Psicologia, as quais deram origem às inúmeras teorias que existem atualmente.
O próprio termo PSICOLOGIA vem do grego psyché, que significa alma, e de logos, que significa razão. Portanto, etimologicamente, psicologia significa “estudo da mente e da alma”. Hoje, a psicologia é geralmente definida como a ciência que se concentra no comportamento e nos processos mentais – de todos os animais. 
PSICOLOGIA DO SENSO COMUM
Quantas vezes, no nosso dia-a-dia, ouvimos o termo psicologia? 
Qualquer um entende um pouco dela. Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com vários sentidos. Será essa a psicologia dos psicólogos? Certamente não. Essa psicologia, usada no cotidiano pelas pessoas em geral, é denominada de psicologia do senso comum. Mas nem por isso deixa de ser uma psicologia. O que estamos querendo dizer é que as pessoas, normalmente, têm um domínio, mesmo que pequeno e superficial, do conhecimento acumulado pela Psicologia científica, o que lhes permite sentidos explicar ou compreender seus problemas cotidianos de um ponto de vista psicológico.
Existe um domínio da vida que pode ser entendido como vida por excelência: é a vida do cotidiano. É no cotidiano que tudo flui, que as coisas acontecem, que nos sentimos vivos, que sentimos a realidade.
O fato é que quando alguém em casa reclama de dores no fígado, ela faz um chá de boldo, que é uma planta medicinal já usada pelos avós de nossos avós, sem, no entanto, conhecer o princípio ativo de suas folhas nas doenças hepáticas e sem nenhum estudo farmacológico.
O que estamos querendo mostrar a você é que o senso comum integra, de um modo precário (mas é esse o seu modo), o conhecimento humano. E claro que isto não ocorre muito rapidamente. Leva certo tempo para que o conhecimento mais sofisticado e especializado seja absorvido pelo senso comum, e nunca o é totalmente. Quando utilizamos termos como “rapaz complexado”, “menina histérica”, “ficar neurótico”, estamos usando termos definidos pela Psicologia científica. Não nos preocupamos em definir as palavras usadas e nem por isso deixamos de ser entendidos pelo outro. Podemos até estar muito próximos do conceito científico, mas, na maioria das vezes, nem o sabemos. Esses são exemplos da apropriação que o senso comum faz da ciência.
As pessoas de alguma forma utilizam a psicologia em seu cotidiano, ou seja, é uma disciplina que pertence á humanidade, portanto denomina-se psicologia do senso comum, que é o conhecimento acumulado em nosso dia-a-dia. Ex. o poder de persuasão do vendedor, a jovem que usa seu poder de sedução para atrair o rapaz, quando procuramos aquele amigo que está sempre disposto a nos orientar. Esta pessoa tem o conhecimento acumulado que lhes permite explicar e entender problema ou nos ouvir de um ponto de vista psicológico. Contudo, o conhecimento herdado, tradicional não é científico nem filosófico, nem possui rigor cientifico.
Psicólogos, psiquiatras e psicanalistas
Psicólogos clínicos, psiquiatras e psicanalistas muitas vezes ocupam empregos semelhantes. Todos os três profissionais podem trabalhar em campos ligados à saúde mental, diagnosticando e tratando de pessoas com problemas psicológicos leves e graves. A grande diferença entre esses especialistas deriva de sua formação. Os psicólogos clínicos geralmente passam cerca de cinco anos na faculdade aprendendo sobre comportamento normal e anormal, diagnóstico (inclusive aplicação de testes) e tratamento. Os psiquiatras, ao contrário, completam a faculdade de medicina e dela saem com um diploma de doutor em medicina. Em seguida, para se qualificarem como psiquiatras servem aproximadamente três anos como residentes em uma instituição de saúde mental, mais comumente um hospital. Aí recebem treinamento para detectar e tratar de distúrbios emocionais, utilizando métodos psicológicos, bem como drogas, cirurgia e outros processos médicos. Em teoria, qualquer pessoa pode tornar- se psicanalista graduando-se por uma instituição psicanalítica e submetendo-se à psicanálise. Na prática, a maioria das escolas de formação aceita apenas médicos psiquiatras e psicólogos que irão estudar as teorias da personalidade e métodos de tratamento introduzidos por Freud.
Diferença entre Psicologia - Psiquiatria
A psiquiatria é uma área médica comprometida com a patologia, diferente da psicologia que atua exclusivamente com a consciência.
A PSICOLOGIA É UMA CIÊNCIA BIOPSICOSSOCIAL.
Para a psicologia o individuo é compreendido como um todo – corpo– mente-espírito.
Atualmente a sociedade começa a se preocupar com o papel das emoções na vida do indivíduo, o poder da mente em sua vida; importância de compreender melhor nossos comportamentos e emoções.
O conhecimento herdado, tradicional não é científico nem filosófico, nem possui rigor cientifico. 
Qual a importância da psicologia para as profissões?
Procurar entender as necessidades do individuo e sociedade e estratégias para supri-las e preveni-las,
Estudar o papel da inteligência emocional; Orientar, selecionar e identificar métodos e técnicas para uma vida melhor, a. Identificar distúrbios, falhas e procurar meios de saná-los ou amenizá-los. 
Trabalharrelacionamento intrapessoal e interpessoal, 
Identificar perfil, potencial, treiná-los e acompanhá-los
O paciente como ser biopsicossocial
Uma pessoa não pode ou não deve perder sua dignidade e direitos como pessoa porque está doente. Para May (1977), em Beland e Joyce, o fundamental da Psicologia humanística é compreender o homem como um ser, ou seja, atingir o aspecto mais íntimo de cada pessoa. E para que possamos atingir esse aspecto é preciso considerar a pessoa e seu ambiente como uma unidade composta de fatores interdependentes; é preciso compreender a maneira de pensar, sentir e fazer que o próprio homem desenvolveu como parte de seu ambiente e ainda ter consciência de que o bem- estar só é alcançado quando as necessidade estão sendo supridas satisfatoriamente. Qualquer doença altera a atuação interpessoal e social do indivíduo e tanto maior será essa alteração conforme for o valor físico, emocional e intelectual que a doença representa para o paciente e seus familiares, sem esquecer que o hospital poderá minimizar ou exacerbar tal alteração. A base da profissão de um profissional da saúde deve ser a crença no valor da pessoa através do respeito ao atendimento das necessidades básicas do paciente e, para tanto, é imprescindível identificar seus problemas tendo amplos e atualizados conhecimentos fisiopatológicos e psicossociais, sem os quais sua atuação será desnecessária e muitas vezes prejudicial.
RELAÇÃO DA PSICOLOGIA COM A ENFERMAGEM.
Há muito tempo a enfermagem trás a marca da psicologia, pelo fato de ser uma área que visa essencialmente o cuidado, do ser humano, em condições mais frágeis de sua vida. A simples execução de técnicas como: banho, curativos, alimentação, trocar, entre outras ações não teriam o mesmo resultado se não houvesse o tocar, ouvir, sorrir, aconselhar, orientar e esclarecer quanto necessário, entre outros.
Os profissionais da saúde, principalmente o técnico em enfermagem, deveram ter uma relação de respeito e confiança, o que facilitará o seu trabalho e, conseqüentemente, produzirá uma recuperação mais satisfatória para o doente. Poderemos então afirmar que o bom técnico em enfermagem é aquele que sabe cultiva o relacionamento com o paciente por meio de troca de experiência, humor, amizade e confiança.
Uma pessoa não pode ou não deve perder sua dignidade e direito como pessoa porque está doente. É preciso considerar a pessoa e seu ambiente como uma unidade composta de fatores interdependentes; é preciso compreender a maneira de pensar, sentir e fazer que o próprio homem desenvolveu como parte de seu ambiente e ainda ter consciência de que p bem-estar sé é alcançado quando as necessidades estão sendo supridas satisfatoriamente.
A base da profissão de um profissional da saúde deve ser a crença no valor da pessoa através do respeito ao atendimento das necessidades básicas do paciente e, para tanto, é imprescindível identificar seus problemas tendo amplas e atualizados conhecimentos fisiopatológicos e psicossociais, sem os quais sua atuação será muitas vezes, prejudicada. 
Há duas correntes na área da saúde que se deve conhecer: a primeira que trata o doente como um paciente passivo e vê a doença como um fator único que pode ser retirada com medicamentos e procedimentos e a segunda corrente que percebe que além de apresentar sintomas da doença, o paciente possui problemas sociais, econômicos, pessoais, psicológicos que se influenciam e que contribui para o surgimento de novas doenças. Para melhor compreender a forma de agir, pensar e sentir humano o aparelho psíquico foi dividido por Freud em sistemas e o conteúdo mental em níveis de consciência, assim como procurou entender o papel dos sonhos em nossas vidas.
Psicologia e o estudante técnico em enfermagem
O estudo do comportamento humano tem grande valor para o estudante de técnico de enfermagem pelas seguintes razões:
Ajudará em seu autoconhecimento
O estudante técnico em enfermagem poderá compreender com clareza seus motivos, seus desejos, suas emoções e ambições. Poderá ainda perceber como sua personalidade é individualizada e complexa, como toma decisões na vida e como soluciona seus problemas. Conhecendo suas forças e fraquezas ele poderá utilizar melhor as características da sua própria personalidade, o que lhe permitirá relacionar-se mais facilmente com outras pessoas.
Ajudará a compreender melhor outras pessoas
Poderá se tornar uma pessoa empática, alerta, aplicada e mais madura emocionalmente, que cultiva a mente e tem hábitos ativos e que gosta de trabalhar em equipe. Com o conhecimento científico da natureza humana compreenderá melhor as pessoas, alcançando maior sucesso nas suas relações interpessoais
Ajudará a melhorar situações ao auxiliar outras pessoas a solucionar seus próprios problemas 
Doenças e deficiências físicas, freqüentemente implicam a necessidade de grandes ajustes. Um profissional de enfermagem compreensível pode dar grande apoio há portadores de enfermidades. A compreensão da psicologia pode ser de grande utilidade para que o profissional de enfermagem oriente e explique as manifestações clínicas ao paciente e seus familiares.
Entenderá a íntima relação entre corpo mente espírito
O estudante de enfermagem identificará como suas emoções afetam o seu organismo e também o organismo dos clientes.
PRIMEIRAS ESCOLAS DA PSICOLOGIA
Fundamentalismo - William James (1842-1910): procura compreender como funciona a consciência através do seu modo de adaptar-se ao meio. Importa responder “o que fazem os homens” e “por que o fazem”.
Estruturalismo - Edward Titchner (1867-1927): procura entender a consciência através do sistema nervoso central. Os conhecimentos psicológicos produzidos são eminentemente experimentais, isto é, produzidos a partir dos laboratórios.
Associacionismo - Edward L. Thorndike (1874-1949): O termo associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por um processo de associação das idéias — das mais simples às mais complexas. Formulou a Lei do Efeito, que seria de grande utilidade para a Psicologia Comportamentalista. De acordo com essa lei, todo comportamento de um organismo vivo (um homem, um pombo, um rato etc.) tende a se repetir, se nós recompensarmos (efeito) o organismo assim que este emitir o comportamento. Por outro lado, o comportamento tenderá a não acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após sua ocorrência.
PRIMEIRAS TEORIAS DO SÉCULO 20
BEHAVIORISMO: dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações). Afirma que a única fonte de dados sobre o ser humano era o seu comportamento, o que as pessoas faziam e o que diziam. 
O comportamento deveria ser estudado como função de certas variáveis do meio. Certos estímulos levam o organismo a dar determinadas respostas e isso ocorre porque os organismos se ajustam aos seus ambientes por meio de equipamentos hereditários e pela formação de hábitos. 
Uma área de aplicação dos conceitos apresentados tem sido a Educação. São conhecidos os métodos de ensino programado, o controle e a organização das situações de aprendizagem, bem como a elaboração de uma tecnologia de ensino. Entretanto, outras áreas também têm recebido a contribuição das técnicas e conceitos desenvolvidos pelo Behaviorismo, como a de treinamento de empresas, a clínica psicológica, o trabalho educativo de crianças excepcionais, a publicidade e outras mais. No Brasil, talvez a área clínica seja, hoje, a que mais utiliza os conhecimentos do Behaviorismo.
GESTALT: Eles iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento. Os gestaltistas estavam preocupados em compreender quais os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica, quando o estímulo físico é percebido pelo sujeito como uma forma diferente da que ele tem na realidade. 
A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais dessateoria. Entre o estímulo que o meio fornece e a resposta do indivíduo, encontra-se o processo de percepção. O que o indivíduo percebe e como percebe são dados importantes para a compreensão do comportamento humano.
Na visão dos gestaltistas, o comportamento deveria ser estudado nos seus aspectos mais globais, levando em consideração as condições que alteram a percepção do estímulo. Para justificar essa postura, eles se baseavam na teoria do isomorfismo, que supunha uma unidade no universo, onde a parte está sempre relacionada ao todo. Quando eu vejo uma parte de um objeto, ocorre uma tendência à restauração do equilíbrio da forma, garantindo o entendimento do que estou percebendo. Esse fenômeno da percepção é norteado pela busca de fechamento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figura (objeto).
PSICANÁLISE: É a linha mais conhecida pelo público. Fundada pelo médico Sigmund Freud (1881) era especialista no tratamento de problemas do sistema nervoso e tinha interesse especial nas chamadas desordens neuróticas. Seu principal instrumento de trabalho na eliminação dos sintomas dos distúrbios nervosos passou a ser a sugestão hipnótica. Com o tempo acabou percebendo que esse método era insatisfatório, pois nem todos os pacientes atingiam um estado de transe, e a hipnose resultava em curas apenas temporárias. Daí surgir um novo método, a associação livre, os pacientes relaxaram em um divã e eram estimulados a dizer qualquer coisa que viesse a mente. O médico realizava a analise do material adquirido, a procura de desejos, medos, conflitos, impulsos e memórias que estavam além da consciência do paciente.
A teoria psicanalítica revolucionou a concepção e o tratamento de problemas emocionais. Além disso, despertou interesse em áreas anteriormente negligenciadas: motivação inconsciente, personalidade, comportamento anormal e desenvolvimento infantil. Esta abordagem explicou o comportamento humano de forma radicalmente diversa das demais. Pela ausência de experimentação, costumam ser rejeitadas pelos cientistas de laboratório, mas o clinico tende a apoiá-la. 
HUMANISMO: É um movimento mais recente em psicologia. Enfatiza a necessidade de estudar o homem e não os animais, os indivíduos normais psicologicamente e não os perturbados. Está relacionada com os diferentes fatores de natureza política, social, cultural e científica, pois para compreender o ser humano é necessário conhecer o meio em que ele está inserido, sua problemática, valores, tradições e história. Não devemos esquecer o fato de que o ser humano está em permanente movimento e transformação. 
A psicologia está inserida nas mais diferentes áreas do saber como a médica, a educacional, a social, lazer, segurança, trabalho, justiça, comunidade, comunicação, ambiente, etc. têm por objetivo conhecer o ser humano individualmente e em grupo visando encontrar meios para ele viver de forma equilibrada nas mais diversas situações, desenvolver seus potenciais, prevenir possíveis problemas e auxiliando o relacionamento humano. 
A Psicologia Humanista surgiu na década de 50 e ganhou força nos anos 60 e 70, como uma reação às idéias de análise apenas do comportamento, defendida pelo Behaviorismo e do enfoque no inconsciente e seu determinismo, defendido pela Psicanálise.
A grande divergência com o Behaviorismo é que o Humanismo não aceita a idéia do ser humano como máquina ou animal, sujeitos aos processos de condicionamento. Já em relação à Psicanálise, a reação foi à ênfase dada no inconsciente, nas questões biológicas e eventos passados, nas neuroses, psicoses e na divisão do seu humano em compartimentos.
De forte influência existencial e fenomenológica, a Psicologia Humanista busca conhecer o ser humano, tentando humanizar seu aparelho psíquico, contrariando assim, a visão do homem como um ser condicionado pelo mundo externo. No existencialismo, o ser humano é visto como ponto de partida dos processos de reflexão e na fenomenologia, esse ser humano tem consciência do mundo que o cerca, dos fenômenos e da sua experiência consciente.
APARELHO PSÍQUICO
Primeira estrutura do aparelho psíquico
Em 1900, Freud apresenta a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três sistemas ou instâncias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
INCONSCIENTE: Exprime o “conjunto dos conteúdos não presentes no campo atual da consciência”. É constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-consciente/consciente, pela ação de censuras internas. Estes conteúdos podem ter sido conscientes, em algum momento, e ter sido reprimidos, isto é, “foram” para o inconsciente, ou podem ser genuinamente inconscientes. Será inacessíveis á consciência e que podem vir à tona num sonho, num ato falho. O tempo não altera tudo o que está guardado no inconsciente.
PRÉ-CONSCIENCIA (ou subconsciente): Se constitui nas memórias que podem se tornar acessíveis a qualquer momento para o perfeito funcionamento da mente. É aquilo que não está na consciência, neste momento, e no momento seguinte pode estar.
CONSCIENTE: É o sistema do aparelho psíquico que recebe ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Na consciência, destaca-se o fenômeno da percepção, principalmente a percepção do mundo exterior, a atenção, o raciocínio. Diz respeito à capacidade de ter percepção dos sentimentos, pensamentos, lembranças e fantasias do momento;
Segunda teoria do aparelho psíquico
Em 1920 a 1923, Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz os conceitos de id, ego e superego para referir-se aos três sistemas da personalidade.
ID – É de origem orgânica e hereditária. Apresenta a forma de instintos inconscientes que impulsionam o organismo. Há duas formas de instintos: o da vida, tais como fome, sede, sexo, etc.; e os da morte, que representam a forma de agressão. Regido pelo princípio do prazer, o id exige satisfação imediata desses impulsos, sem levar em conta a possibilidade de conseqüências indesejáveis.
EGO – O ego opera pelo princípio da realidade, isto é pelo que a nossa realidade considera correta. Para satisfazer o id, o ego pensa, percebe, planeja, decidi. É um regulador, na medida em que altera o princípio do prazer para buscar a satisfação considerando as condições objetivas da realidade. Neste sentido, a busca do prazer pode ser substituída por evitar o desprazer. Desejos inadequados não são satisfeitos, mas reprimidos.
SUPEREGO: Origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral e os ideais são funções do superego. O conteúdo do superego refere-se a exigências sociais e culturais. 
Para compreender a constituição desta instância — o superego — é necessário introduzir a idéia de sentimento de culpa. Neste estado, o indivíduo sente-se culpado por alguma coisa errada que fez — o que parece óbvio — ou que não fez e desejou ter feito, alguma coisa considerada má pelo ego mas não, necessariamente, perigosa ou prejudicial; pode, pelo contrário, ter sido muito desejada. Por que, então, é considerada má? Porque alguém importante para ele, como o pai, por exemplo, pode puni-lo por isso. E a principal punição é a perda do amor e do cuidado desta figura de autoridade. 
Portanto, por medo dessa perda, deve-se evitar fazer ou desejar fazer a coisa má; mas, o desejo continua e, por isso, existe a culpa. Uma mudança importante acontece quando esta autoridade externa é internalizada pelo indivíduo. Ninguém mais precisa lhe dizer “não”. É como se ele “ouvisse” esta proibição dentro de si. Agora, não importa mais a ação para sentir-se culpado: o pensamento, o desejo de fazer algo mau se encarrega disso. E não há como esconder de si mesmoesse desejo pelo proibido. Com isso, o mal-estar instala-se definitivamente no interior do indivíduo. A função de autoridade sobre o indivíduo será realizada permanentemente pelo superego. É importante lembrar aqui que, para a Psicanálise, o sentimento de culpa origina-se na passagem pelo Complexo de Édipo.
A DESCOBERTA DA SEXUALIDADE INFANTIL
Freud, em suas investigações na prática clínica sobre as causas e o funcionamento das neuroses, descobriu que a maioria de pensamentos e desejos reprimidos referiam-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida dos indivíduos, isto é, que na vida infantil estavam as experiências de caráter traumático, reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas atuais, e confirmava-se, desta forma, que as ocorrências deste período da vida deixam marcas profundas na estruturação da pessoa. As descobertas colocam a sexualidade no centro da vida psíquica, e é postulada a existência da sexualidade infantil.
Os principais aspectos desta descoberta são: 
A função sexual existe desde o princípio da vida, logo após o nascimento, e não só a partir da puberdade como afirmavam as idéias dominantes. 
O período de desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar à sexualidade adulta, onde as funções de reprodução e de obtenção do prazer podem estar associadas, tanto no homem como na mulher. Esta afirmação contrariava as idéias predominantes de que o sexo estava associado, exclusivamente, à reprodução. 
A libido, nas palavras de Freud, é “a energia dos instintos sexuais e só deles”
PERSONALIDADE - ESTÁGIOS DO DESENVOLVIMENTO
Conceito: Personalidade é o conjunto as características marcantes de uma pessoa, é a força ativa que ajuda a determinar o relacionamento das pessoas baseado em seu padrão de individualidade pessoal e social, referente ao pensar, sentir e agir.
Podemos definir a personalidade como padrões característicos de pensamentos, sentimentos e comportamentos que fazem com que uma pessoa seja única. Segundo alguns autores, embora alguns fatores externos possam influenciar como determinados traços são expressos, a personalidade em si origina-se de dentro do indivíduo.
Alguns aspectos da personalidade podem se modificar à medida em que ficamos mais velhos, porém a personalidade tende a permanecer bastante consistente durante o decorrer da vida.
A origem do comportamento humano, e conseqüentemente, da personalidade, segue essas vertentes: de um lado, estão as características genéticas e fisiológicas, e de outro, suas experiências e relações com o mundo.
Então, podemos dizer que a personalidade é formada por dois fatores básicos: 
Hereditários: são os fatores que estão determinados desde a concepção do bebê. É a estatura, cor dos olhos, da pele, temperamento, reflexos musculares e vários outros. É aquilo que o bebê recebe de herança genética de seus pais. 
Ambientais: São aqueles que também exercem uma grande influência porque dizem respeito à cultura, hábitos familiares, grupos sociais, escola, responsabilidade, moral e ética, etc. 
São experiências vividas pela criança que irão lhe dar suporte e contribuir para a formação de sua personalidade. Mesmo que alguns traços possam ser parecidos com os de outra pessoa, a personalidade é única. Ela se apóia em uma estrutura biopsicossocial, é dinâmica, adaptável e mutável. 
Estágios do desenvolvimento da personalidade
1º ESTÁGIO ORAL: vai desde o nascimento aos 12/18 meses de idade e as fontes de prazer são os lábios, a boca e a língua. Estas se manifestam ao mamar, comer e morder. 
2º ESTÁGIO ANAL: Quanto ao estádio anal, podemos dizer que este vai dos 12/18 meses aos 3 anos de idade. As fontes de prazer são o ânus, no que diz respeito a reter ou expulsar, a controlar e constata-se no asseio. Neste estádio o conflito pode ser no treino e conseqüentemente provoca na personalidade a avareza, a obstinação, a ordem compulsiva e a meticulosidade, isto no caso do retentivo anal, visto que, se verificar expulsivo-anal, constata-se a crueldade, a destruição, a desordem e a desarrumação.
3º ESTÁGIO FÁLICO: No que diz respeito ao estádio fálico, que vai dos 3 aos 5/6 anos de idade, podemos referir que é muito importante, sendo que é neste estádio que se forma o superego. As suas fontes de prazer são os órgãos genitais, sendo que a criança explora o próprio corpo e o dos outros, tocando-os.
4º PERÍODO DE LATÊNCIA: Vai dos 5/6 anos aos 12/13 anos de idade, caracteriza-se por uma diminuição das atividades sexuais, isto é, há um “intervalo” na evolução da sexualidade. Processam a ausência de interesses sexuais, presentes no estádio anterior, passando a verificarem-se a curiosidade intelectual e o relacionamento social da criança. Neste estágio, as características da personalidade consistem na aprendizagem social e no desenvolvimento da consciência moral.
5º ESTÁGIO GENITAL: Verifica-se depois da puberdade, podemos referir que começam a existir contactos sexuais com outras pessoas, não existindo conflito, como também acontece no estágio anterior. Objeto de erotização ou de desejo não está mais no próprio corpo, mas era um objeto externo ao indivíduo — o outro.
O complexo de Édipo acontece entre 3 e 5 anos, durante a fase fálica. No complexo de Édipo, a mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai é o rival que impede seu acesso ao objeto desejado. Ele procura então ser o pai para “ter” a mãe, escolhendo-o como modelo de comportamento, passando a internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente, por medo da perda do amor do pai, “desiste” da mãe, isto é, a mãe é “trocada” pela riqueza do mundo social e cultural, e o garoto pode, então, participar do mundo social, pois tem suas regras básicas internalizadas através da identificação com o pai. Este processo também ocorre cora as meninas, sendo invertidas as figuras de desejo e de identificação. Freud fala em Édipo feminino. Estes complexos são muito importantes na formação da personalidade, visto que, da resolução dos mesmos, que se baseia na independência por parte dos rapazes e das raparigas em relação aos pais; poderão advir o orgulho ou a humildade, a sedução ou a timidez, a castidade ou a promiscuidade.
Temperamento, caráter e personalidade
Temperamento, personalidade e caráter, são palavras utilizadas com freqüência desde a antiguidade. Porém, seus significados quase sempre são confusos e/ou utilizados de forma errônea. 
Temperamento 
Há cerca de 2500 anos, Hipócrates, considerado o pai da Medicina, classificou o temperamento da espécie humana em quatro tipos básicos: 
Sangüíneo, típico de pessoas de humor variado; 
Melancólico, característico de pessoas tristes e sonhadoras; 
Colérico, peculiar de pessoas cujo humor se caracteriza por um desejo forte e sentimentos impulsivos, com predominância da bile; 
Fleumático, encontrado em pessoas lentas e apáticas, de sangue frio. 
A palavra temperamento tem sua origem do latim. Representa a peculiaridade e intensidade individual dos afetos psíquicos e da estrutura dominante de humor e motivação. 
Atualmente, o que mais se aceita a respeito do temperamento é que certas características são decorrentes de processos fisiológicos do sistema linfático, bem como a ação endócrina de certos hormônios. Assim, pode-se explicar a genética e a interferência do meio sobre o temperamento de cada pessoa. Então, poderíamos definir temperamento como sendo uma disposição inata e particular de cada pessoa, pronta a reagir aos estímulos ambientais; é a maneira de ser e agir da pessoa, geneticamente determinada; é o aspecto somático da personalidade. O temperamento pode ser transmitido de pais para filhos, porém, não é aprendido, nem pode ser educado; apenas pode ser abrandado em sua maneira de ser, o que é feito pelo caráter.
Caráter
De acordo com Reich (1995), o caráter é o conjunto de reações e hábitosde comportamento que vão sendo adquiridos ao longo da vida e que especificam o modo individual de cada pessoa. Portanto, o caráter é composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão consistente de respostas para várias situações. Incluem aqui as atitudes e valores conscientes, o estilo de comportamento (timidez, agressividade e assim por diante) e as atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do corpo). É a forma com que a pessoa se mostra ao mundo, com seu temperamento e sua personalidade. É por meio do caráter que a personalidade do indivíduo se manifesta. Portanto, conhecer o caráter de uma pessoa significa conhecer os traços essenciais que determinam o conjunto de seus atos. 
Desde o momento da fecundação, todas as informações genéticas do pai e da mãe passam ao novo bebê, constituindo o seu temperamento. Ainda na gestação, o bebê apreende todos os estímulos provindos do meio. Sente e sofre com qualquer alteração sofrida pela mãe durante a gestação e gradativamente, vai incorporando esses estímulos e organizando-os em seu mundo interno, que já estão contribuindo para a formação de sua personalidade. Os possíveis comprometimentos que por ventura irá ter ao longo das etapas de desenvolvimento, irão determinar as suas forma de agir e reagir perante a vida, constituindo assim, o seu caráter. Então, cada pessoa assumirá uma forma definida de funcionamento, padrão típico de agir frente às mais inusitadas situações.
Personalidade
Como já vimos, refere-se a padrões relativamente consistentes e duradouros de percepção, pensamento, sentimentos e comportamento que dão identidade distinta às pessoas.
A personalidade é formada durante as etapas do desenvolvimento psicoafetivo pelas quais passa a criança desde a gestação. Para a sua formação incluem tanto os elementos geneticamente herdados (temperamento) como também o adquirido do meio ambiente no qual a criança está inserido.
Compreender os aspectos e a dinâmica da personalidade humana também não é tarefa simples, visto à complexidade e variedade de elementos que a circunda, gerados por diversos fatores biológicos, psicológicos e sociais.
Com relação aos aspectos sociais, quanto mais complexas e diferenciadas for à cultura e a organização social em que a pessoa estiver inserida, mais complexa e diferenciada ela será.
Do ponto de vista biológico, a pessoa já traz consigo, em seus genes, diferentes tendências, interesses e aptidões que também são formados pela combinação dinâmica entre diversos fatores hereditários e uma infinidade de influências sóciopsicológicas que ela recebe do meio ambiente.
Traços de personalidade 
Para se falar de personalidade é preciso entender o que vem a ser um traço de personalidade. O traço é um aspecto do comportamento duradouro da pessoa; é a sua tendência à sociabilidade ou ao isolamento; à desconfiança ou à confiança nos outros. Um exemplo: lavar as mãos é um hábito, a higiene é um traço, pois implica em manter-se limpo regularmente escovando os dentes, tomando banho, trocando as roupas, etc. Pode-se dizer que a higiene é um traço da personalidade de uma pessoa depois que os hábitos de limpeza se arraigaram. O comportamento final de uma pessoa é o resultado de todos os seus traços de personalidade. O que diferencia uma pessoa da outra é a amplitude e intensidade com que cada traço é vivido. Por convenção, o diagnóstico só deve ser dado a adultos, ou no final da adolescência, pois a personalidade só está completa nessa época, na maioria das vezes. Os diagnósticos de distúrbios de conduta na adolescência e pré-adolescência são outros. 
A personalidade e o técnico em enfermagem.
O bom entendimento da personalidade é que irá ajudar o técnico em enfermagem a prever seu próprio comportamento e o comportamento de seus pacientes. Para que o profissional da saúde seja bem sucedido, ele deverá ter uma personalidade agradável, qualidades profissionais (dignidade, integridade, capacidade mental, equilíbrio, segurança, autoconfiança) além de qualidades pessoais (simpatia, discernimento, cordialidade, compreensão).
O técnico em enfermagem precisa ainda: ter boa saúde, aparência bem disposta e asseada, ter força de vontade, valores morais, senso de humor, capacidade de organização e de ensino, auto controle e boa relação interpessoal.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
"Aprender é a única coisa que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende" Leonardo da Vinci
A psicologia do desenvolvimento se caracteriza como um ramo que tem a finalidade de estudar a interação dos processos físicos e psicológicos e às etapas de crescimento, a partir da concepção até ao final da vida de um sujeito.
Teoria das Necessidades Básicas do Ser humano.
Pirâmide de Maslow
O psicólogo Abraham Maslow desenvolveu dentro de sua Teoria da Motivação, uma hierarquia das necessidades que os homens buscam satisfazer. Estas necessidades se representam em forma da Piramide de Maslow, ou pirâmide das necessidades.
Na interpretação desta pirâmide podemos constatar que o ser humano tende a satisfazer as suas necessidades mais básicas, antes de procurar as mais específicas, ou seja, as pessoas não tendem a preocupar-se com a sua segurança (por exemplo), senão tiver cobertas as necessidades alimentares.
Maslow oferece-nos vários códigos no âmbito da motivação. Se quisermos motivar às pessoas que temos a nosso ao redor devemos procurar que necessidades têm satisfeitas e tentar facilitar a consecução do degrau superior imediatamente.
Necessidades fisiológicas
Estas são as necessidades mais elementares, e podemos afirmar que constituem a sobrevivência do indivíduo e a preservação da espécie: ar, água, comida, sono, sexo, etc. quando estas não são satisfeitas, podemos ficar doentes, irritados, com dores, desconfortáveis, etc. Estes sentimentos motivam-nos a aliviá-las o mais rapidamente possível para estabelecer a homeostase. Assim que forem satisfeitas, podemos pensar noutras coisas.
Necessidades de segurança
Estas estão relacionadas com o estabelecimento de estabilidade e consistência num mundo caótico. São aquelas que estão vinculadas com as necessidades de nos sentirmos seguros: sem perigo, em ordem, com segurança, de manter o emprego, entre outros.
Necessidades sociais e de amor
Os humanos desejam manter relações humanas com harmonia, querem pertencer a grupos: clubes, grupos de trabalho, grupos religiosos, família, gangs, etc. Precisamos de nos sentir amados (de forma não sexual) pelos outros, de ser aceites pelos outros. Os artistas gostam de aplausos. Nós precisamos que precisem de nós.
Necessidades de autoestima
Existem dois tipos de necessidades de autoestima. Em primeiro lugar, a autoestima que resulta do reconhecimento das nossas capacidades por nós mesmos. Em segundo, a atenção e reconhecimento que vem dos outros. Em geral é a necessidade de sentir-se digno, respeitado por si e pelos outros, com prestígio e reconhecimento, poder, orgulho etc. É semelhante ao nível anterior, mas querer admiração está relacionado com a necessidade de poder.
Necessidades de autorrealização
São também conhecidas como necessidades de crescimento. Este é "o desejo para nos tornarmos mais e mais o que somos para nos tornarmos tudo o que somos capazes de ser". 
Incluem a realização, aproveitar todo o potencial próprio, fazer o que a pessoa gosta e é capaz de conseguir. Relaciona-se com as necessidades de estima: a autonomia, a independência e o autocontrole. As pessoas que têm tudo conseguem maximizar o seu potencial. Podem procurar conhecimento, paz, experiências estéticas, auto-satisfação, unicidade com Deus, etc.
CICLO VITAL HUMANO
O acompanhamento do desenvolvimento do indivíduo é de fundamental importância e para isso devemos ter noções de como se dá esse desenvolvimento. O desenvolvimento encontra-se dividido em desenvolvimento físico e psíquico. No físico, há mudanças na estrutura corporal; enquanto no psíquico, há ganho de novas funções ou aprimoramento destas. 
A principal diferença entrecrescimento e desenvolvimento:
O crescimento pode ser mensurado
O desenvolvimento psíquico é acompanhado.
Os médicos deverão saber quais medidas devem ser coletadas para acompanhar tal desenvolvimento, além da interpretação destas medidas, para se avaliar o estado nutricional do indivíduo.
Já o desenvolvimento é acompanhado por práticas e através do relato dos pais, que dirão ao médico o que a criança vem aprendendo ou aperfeiçoando.
É importante o estudo dos vários fatores que influenciam neste processo de desenvolvimento, sendo o fator nutricional um dos mais complexos e de maior importância, pois ele determinará diretamente o grau de crescimento e também de desenvolvimento funcional.
Cabe aos médicos, enfermeiros e agentes de saúde ensinar aos pais, como elaborar o gráfico de crescimento do próprio filho e interpretá-lo, comparando com outros gráficos e tabelas, fazendo assim um acompanhamento adequado da criança, a fim de evitar transtornos futuros.
CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
Crescimento (desenvolvimento físico) 
Fisiologicamente, crescimento e desenvolvimento são fenômenos distintos, porém se avaliarmos que são paralelos no seu trajeto e unificados no seu significado pode-se afirmar que são dois fenômenos em um só. 
O crescimento significa divisão celular, portanto culmina em um aumento da massa corporal e poderá ser identificada nas seguintes unidades: g / dia, g / mês, cm / ano entre outras. Concluindo, é o aumento de uma variável de massa em (grama, quilograma) em certo intervalo de tempo. 
Desenvolvimento psíquico, em contrapartida, é o ganho de uma função (capacidade) ou seu aprimoramento em certo período (intervalo de tempo). Como se vê, crescimento e desenvolvimento são analisados com base em determinado intervalo de tempo. 
O desenvolvimento incluirá crescimento e desenvolvimento psíquico, sendo esse crescimento, biológico e o desenvolvimento, psicossociológico.
Como exemplo de crescimento, temos:
O aumento de peso
O aumento da estatura;
Já, de desenvolvimento psíquico infantil:
A fala
O ato de andar.
O desenvolvimento não ocorre desordenadamente, de forma aleatória. Ele está sob a influência de alguns determinantes, que podem aumentar restringir, anular algumas fases desse desenvolvimento (biológico e psicológico).
Esses determinantes podem ser sociais, econômicos e culturais. Sendo que a dimensão biológica e psicológica são interligadas a todo instante. Exemplificando:
Existem fatores psicossociais indispensáveis para o crescimento estatural normal. Caso esses fatores psicossociais faltem, poderá surgir aí a baixa estatura psicossocial.
O crescimento (massa) do encéfalo e as novas capacidades psicossociológicas adquiridas são um exemplo dessa interação .
E um dos principais é a desnutrição afetando o desenvolvimento físico (crescimento) e conseqüentemente o desenvolvimento psíquico (neuropsicomotor)
Desenvolvimento (psíquico)
Desenvolvimento funcional significa o aumento da capacidade do indivíduo de realizar funções cada vez mais complexas, aprimorando o controle neuromuscular, destreza e traços de caráter. O conhecimento do processo de desenvolvimento colabora para a detecção precoce dos traços e desvios que pode acometer a criança.
Características gerais do desenvolvimento
É um processo contínuo, segue fases, obedece a uma sequência fixa e invariável, direção céfalo-caudal e próximo-distal, procedendo de atividades gerais às específicas.
Fatores determinantes
A interação de fatores intrínsecos (orgânicos) e extrínsecos (ambientais) é que determina e influencia o processo de desenvolvimento no ser humano. Entre esses fatores, temos os genéticos, fatores neuroendócrinos, ambientais, nutricionais e atividade física.
Acompanhamento do desenvolvimento
Através dos relatos dos pais e da observação direta durante a anamnese e exame físico é que viabiliza a possibilidade de avaliar e testar as aquisições neuropsicomotoras.
A teoria de Gessell se refere á conduta da criança como sendo todas as reações reflexas, voluntárias, espontâneas ou aprendidas. O teste tem como objetivo determinar se o desenvolvimento está ou não dentro dos limites da normalidade, avaliando conforme 4 condutas básicas:
Motora
Adaptativa
Linguagem
Pessoal-social
A conduta motora implica em questões de ordem neurológica e a estimativa do grau de maturidade. 
A conduta adaptativa refere-se à adaptação da criança diante de objetos e situações que lhe são propostas. 
A conduta de linguagem inclui toda a forma de comunicação visível e audível, bem como a compreensão do que dizem outras pessoas.
A conduta pessoal-social, diz respeito às reações individuais da criança diante de outras pessoas.
FASES DO DESENVOLVIMENTO
A primeira infância é o período de vida que se estende desde o nascimento até os três anos de idade, desenvolvimento de habilidades físico motoras, linguagem, descoberta do próprio corpo e do meio ambiente.
A segunda infância é o período que se estende dos três anos até os seis ou sete anos. Idade pré-escolar, organização e consolidação das atividades adquiridas na primeira infância.
A terceira infância é o período de vida que se estende dos sete aos doze anos. Possui solidamente configurada, toda uma estrutura de comportamento.
Desenvolvimento físico-motor
Na primeira infância temos um crescimento físico rápido e variado, aparecimento dos movimentos controlados de partes específicas do corpo. Coordenação visual da cabeça; capacidade preensiva (notar com os sentidos) e desenvolvimento da marcha bípede. Fase áurea do desenvolvimento motor.
Na segunda infância temos o crescimento físico mais lento ou menos acelerado. Habilidades adquiridas serão desenvolvidas até se tornarem mais complexas e refinadas. Apresenta grande exuberância motora. 
A terceira infância, o crescimento é menos acelerado; mudança da dentição temporal pela permanente, o amadurecimento de grandes e pequenos músculos possibilita praticar um grande número de atividades altamente coordenadas. Maturidade psicomotriz para leitura e escrita.
Desenvolvimento social
Durante a primeira infância, os primeiros contatos sociais visam a satisfação das necessidades básicas. A mãe representa o primeiro veículo de estimulação social; círculo familiar representa o primeiro ambiente social que lhe transmitirá todo o comportamento socializado básico de sua comunidade.
Na segunda infância passará a perceber as atitudes em valores do grupo, desenvolvendo condutas socializadas e cooperativas. Formas sociais de comportamento; brigas e contendas; negativismo; tipificação social.
A terceira infância há uma interação cooperativa, a escola e grupos de iguais são as duas entidades fundamentais à socialização infantil. Temos também a relação professor-aluno e aluno-aluno. Deseja ser aceito e tende a deixar de lado as normas estabelecidas pela família.
Desenvolvimento emocional
Durante a primeira infância apresenta uma excitabilidade generalizada ao nascer; com poucos dias de vida seu repertório emocional vai se diferenciando e aos 24 meses suas atividades já possuirão o colorido emocional das várias emoções. É muito importante a companhia da mãe e cuidados individualizados.
Na segunda infância a maneira que a criança adota para expressar suas emoções, dependerá dos padrões específicos do seu grupo social, assim como dos tipos de reações que lhe darão maiores satisfações das necessidades. 
Na terceira infância os valores emocionais, sofrem uma análise racional, deixando de ser egocêntrica. Há o respeito mútuo , honestidade e justiça.
Desenvolvimento moral
A primeira infância é a fase amoral impulsiva, vivendo em função dos seus impulsos para satisfação de suas necessidades. De 1 a 3 anos há o predomínio do egocentrismo e domina seus impulsos para evitar castigos e para receber recompensas.
Na segunda infância existe uma consciência moral primitiva, atitude de heteronomia ou passividade na aceitação do código moral adulto, considerando-o sagrado e imutável. A introjeção dos valores morais sefaz pelo medo ou castigo.
Durante a terceira infância , o grupo de companheiros , substitui a ação moralizante dos pais . Há uma consciência moral autônoma.
Desenvolvimento do pensamento e da inteligência (Cognitivo)
Na primeira infância é o período sensório-motor: estágio dos reflexos, estágio da organização das percepções, hábitos e inteligência prática. Período pré-operacional (2 anos ) , inteligência abstrata e simbólica .
A segunda infância é o período pré-operacional, incluindo um pensamento egocêntrico (jogo simbólico) e também o pensamento verbal (finalismo, animismo e artificialismo), pensamento intuitivo ou pré-lógico.
Terceira infância é período operacional concreto (incluindo pensamento operacional completo), representação de coisas e ações; conservação, seriação, relação simétrica e classificação.
SINAIS DE ALERTA
O cartão da criança de uso obrigatório nas instituições Públicas de Saúde representa um excelente instrumento, onde são registrados importantes dados que possibilitam a avaliação do crescimento e desenvolvimento. Os pais podem comparar por esse cartão o que aproximadamente deveria estar acontecendo com seu filho e se estiverem bem orientados, saberão como agir. A ausência de ganhos esperados para a idade deve chamar atenção para as necessidades de observações mais freqüentes e para identificação de suas eventuais causas. 
Nos distúrbios do desenvolvimento deve-se lembrar que uma criança pode crescer e não se desenvolver (síndrome de Down) e vice-versa (exemplo a Acondroplasia) 
O uso do álcool pode acarretar distúrbios no desenvolvimento infantil, sendo de alto risco esta ocorrência durante a gravidez.
A síndrome alcoólica fetal é conhecida no ocidente por ser umas das causas de retardo mental mais freqüente
O diagnóstico dessa síndrome é feito quando três características clínicas são encontradas juntas;
Retardo de crescimento pré e pós-natal
Comprometimento do sistema nervoso central
Retardo mental
Hiperatividade
Diminuição da atenção e da memória recente
Este diagnóstico é difícil de ser feito com crianças menores de dois anos, pois tem sido descrito que o atraso de desenvolvimento acentua-se e fica mais facilmente perceptível com o passar do tempo.
Fatores ambientais podem predispor a algum tipo de atraso no desenvolvimento motor (demora a sentar ou andar), devido a pouca estimulação.
Já o retardo do desenvolvimento de causa não orgânica é uma desordem reativa de relacionamento em que todo meio que cerca a criança deve ser investigado. É sabido que o mau vínculo ou a falta deste entre mãe e filho, pode predispor a este risco.
Fatores primordiais que influenciam no desenvolvimento psíquico e crescimento
Os principais fatores são:
Genético;
Fator Nutricional (alimentação ideal, desnutrição, obesidade, hipovitaminose e hipervitaminoses);
Ambientais (Atividade física, sócio-culturais, doenças infecto-parasitárias);
Neuroendócrino.
CRISES EVOLUTIVAS NATURAIS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
‘Passamos por muitos estágios enquanto vivemos. Deixamos um corpo de bebê, passamos para o de criança, daí para o do adulto, até envelhecermos.’
As idades do homem e suas necessidades nas diferentes faixas etárias.
Como já vimos, o desenvolvimento da personalidade diz respeito a uma série de mudanças que ocorrem no indivíduo, em decorrência da maturação e da experiência, desde a sua concepção até a morte. O ser humano não é estático, passa por diversas crises que não tem a conotação de catástrofe iminente. Designa um momento crucial, quando o desenvolvimento tem que optar por uma ou outra direção, escolher este ou aquele rumo, mobilizando recursos de crescimento, recuperação e nova diferenciação.
INFÂNCIA – Fase Oral
Conflito: Confiança x Desconfiança.
A infância é marcada por intensas e rápidas mudanças. Muito rapidamente o bebê aprende a renunciar ao princípio do prazer para adaptar-se à realidade do adulto que com ele convive.
Segundo Spitz o bebê nasce em um estado de indiferenciação, não consegue distinguir o seu próprio corpo das outras coisas, passa o maior tempo dormindo e não possui coordenação motora. Responde como um todo à alimentação, aos ruídos e a outros estímulos, apresenta apenas reflexos neurológicos. O bebê necessita de satisfação imediata. Se houver demora a ser atendido em suas necessidades, ocorrem sentimentos de frustração.
De: 02 a 04 meses - cabeça e dorso podem ficar eretos com ajuda.
No segundo mês o bebê começa a perceber visualmente a aproximação do outro e seguir os seus movimentos. A mãe vai ser a mediadora entre o bebê e o mundo externo, de toda a sua percepção. É nesta fase que o bebê já consegue sustentar a cabeça e perceber as suas mãos. No terceiro mês, descobre que pode produzir sons e aprende que através do choro influencia o mundo externo, associando o choro com a satisfação de suas necessidades. Aparece o sorriso social.
De: 04 a 06 meses – pode sentar-se com ajuda.
No quarto mês a criança já é capaz de ficar sentada e começa brincar repetindo movimentos corporais. Entre os 4 e 6 meses a criança tem um sorriso seletivo, mostrando que os seus familiares se diferem entre as outras pessoas.
De: 08 a 10 meses – pode ficar de pé com ajuda.
No sétimo e oitavo mês, o bebê começa a engatinhar. No oitavo mês é a fase em que Sptiz chama de ansiedade de separação, começa a estranhar as outras pessoas que se aproximam, pois percebe que os outros rostos “não é” o de sua mãe. O aparecimento da palavra se dá em média por volta do décimo mês, é quando a criança já pode ficar em pé.
Dos 10 aos 12 meses – pode andar com ajuda.
Dos 12 aos 14 meses – pode andar sozinho.
Com a locomoção a criança começa a explorar o ambiente e, no ímpeto de suas descobertas, não tem noção do perigo, é quando entra o não dos pais, como proibição. Inicialmente, imita com o meneio da cabeça, até incorporá-lo em sua memória. É nesta fase que a criança cultiva a confiança, a continuidade e a uniformidade da experiência. Se a criança receber afeto, acreditará nos pais que dão esse afeto e passará a enxergar o mundo como seguro e confortável. Por outro lado, se a criança for maltratada e não receber afeto, e se o tratamento dado pelo adulto for inconsistente, o resultado será de desconfiança. A criança cria um elo muito forte com a pessoa que cuida dela, por esse motivo é de extrema importância a presença da mãe nesta fase.
Quando da hospitalização da criança, é necessário reforçar a necessidade da presença da mãe durante todo o período, se nesse momento houver comprometimento afetivo, poderá prejudicar futuras relações afetivas da criança.
O Profissional em Enfermagem e o Bebê.
Bebês precisam de cuidados tanto em casa como no hospital. Tocar o bebê é o primeiro ato de comunicação do profissional em enfermagem. Ele deve oferecer o máximo possível de atenção como: tocar, acariciar, segurar no colo carinhosamente.
É importante, também, observar atentamente o bebê, pois ele não pode se expressar com palavras. O profissional deverá ser capaz de interpretar as necessidades do bebê por meio do choro e da linguagem corporal. Deve também, observar anormalidades físicas.
Faz parte ainda da responsabilidade do profissional dar assistência, orientar e aconselhar as mães. Aquelas que estão dando a luz pela primeira vez, precisam de apoio emocional e de encorajamento. Mães de bebês com anormalidades físicas precisam ser tratadas com cuidado especial, pois necessitam de muito apoio e ajuda.
ESTÀGIO INICIAL DA INFÂNCIA – Fase Anal ou de Treinamento de Hábitos. (18 a 36 meses).
Conflito: Autonomia X vergonha e dúvida.
É uma fase de atividade motora bastante intensa. Nesta fase a criança está descobrindo o mundo externo, ela vive um momento de intenso agarramento à mãe, tendo necessidade de assegurar-se de sua afeição. Nesta fase a criança obtém grande prazer em evacuar e urinar. Se o treinamento for feito com muita rigidez, ela poderá expressar agressão na região anal, retendo as fezes (encopreze). Esta fase é extremamente importante, porque é nesse período quetem início o autocontrole e a autonomia. Se a criança for respeitada nesta fase, enquanto pessoa, ela irá desenvolver um senso de autonomia, caso contrário desenvolverá um sentimento de vergonha e dúvida sobre si mesmo.
O Profissional em Enfermagem e a Criança (estágio inicial da infância)
Será um desafio para o profissional de enfermagem, manter um bom relacionamento com a criança pequena. Ela será egoísta e pode não cooperar. É muito importante desenvolver um bom relacionamento com a família da criança. Se caso a criança apresentar um quadro clínico mais grave, é necessário tranqüilizar os pais. Serão também necessárias explicações e informações que os ajudem a entender o processo.
ESTÁGIO INTERMIDÁRIO DA INFÂNCIA – Fase fálica ou período do triângulo familiar (03 a 06) anos.
Conflito: Iniciativa X Culpa.
A partir do terceiro ano a marcha e a corrida já estão perfeitamente controladas, a criança começa a sair da fase do egocentrismo para iniciar o descobrimento da realidade exterior. As sensações prazerosas passam da boca e dos órgãos excretores para a genitália. Nessa idade aparecerão perguntas referentes às diferenças entre os sexos. A criança vive o Complexo de Édipo de que fala Freud, percebendo que a mãe tem que ser dividida com o pai e com os irmãos. È nesta fase que se dá o processo de identificação.
FASE FINAL DA INFÂNCIA OU FASE DA LATÊNCIA (06 aos 12 anos).
Conflito: Habilidade X Inferioridade.
Esta fase é chamada de latência porque os interesses sexuais ficam adormecidos até a puberdade. Há uma tendência à segregação dos sexos. A criança passa a ter preferência por companheiros do mesmo sexo. É uma fase marcada pela maturidade infantil. Nesta fase a criança fica numa encruzilhada: o individuo não é mais uma criança, mas ainda não é um adolescente. A criança torna-se um tanto independente da família, começa a distanciar-se dos pais e identificar-se cada vez mais com os companheiros. Durante essa fase a criança desenvolve habilidades e descobre as recompensas para seus esforços. A dificuldade desse estágio é que ela pode desenvolver um complexo de inferioridade, caso não seja capaz de dominar e cumprir as tarefas impostas por professores e/ou pelos pais.
O profissional em enfermagem e a criança (segunda infância).
A criança, nesta idade, esta conquistando mais independência, mas continua necessitando de cuidados especiais e orientação para compreender o comportamento que se espera dela: o que é permitido e o que é proibido, durante o período de hospitalização. Precisa de freqüentes elogios e encorajamento, principalmente quando sente dor, solidão e desconforto. Quando a criança estiver sem acompanhante, convidar e estimular outras mães a dar a essa criança o carinho e a atenção de que ela necessita. Permitir, também que a criança traga de sua casa um brinquedo importante, para ela, e estimular sua interação com as outras crianças.
Deve-se evitar que a criança ouça termos técnicos e diálogos sobre a sua doença, que não seja capaz de compreender e que vai deixá-la mais temerosa, por outro lado, nunca mentir para a criança, inclusive sobre a dor.
PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA (12 aos 18 anos)
Conflito: Identidade X Confusão de papéis.
Adolescência significa “crescer com maturidade”. É um período de transição da infância para a vida adulta. Dá-se mediante mudanças físicas, sociais e mentais. Cronologicamente, a adolescência é o tempo que se estende aproximadamente dos l2 aos 18 anos, com grandes variações individuais e culturais.
Puberdade, por outro lado, refere-se a mudanças fisiológicas e biológicas. Dá-se o desenvolvimento das características sexuais secundárias. Os pelos pubianos começam a crescer. Nos meninos há o desenvolvimento da massa muscular e ocorrem mudanças na voz, nas meninas os quadris se alargam e há um crescimento das mamas.
Adolescência inclui também mudanças no comportamento e no status social. A vida encontra-se em desequilíbrio. É possível que cada aspecto se caracterize por estresse, tumulto e desordem, o jovem tenta se libertar da família. Devido esse conflito em torno da independência versus dependência, o adolescente pode mostrar-se hostil com os adultos, particularmente com os pais. Nesta fase do desenvolvimento a tarefa é desenvolver a identidade, podendo causar uma confusão de papéis, o que o leva a sentir-se isolado, vazio, indeciso.
As principais características do adolescente são: busca da identidade sexual; busca de si mesmo; tendência a conviver em grupo; necessidade de intelectualizar-se; separação progressiva dos pais; constantes flutuações de humor; viver o aqui e o agora.
IDENTIDADE: Saber quem é o outro é uma questão aparentemente simples e se constitui desafio em cada novo encontro e, mesmo nos antigos, porque as pessoas mudam, embora continuem elas mesmas. 
Para compreender esse processo de produção do sujeito, que lhe permite apresentar-se ao mundo e reconhecer-se como alguém único, a Psicologia construiu o conceito de identidade. Várias correntes da Psicologia (e a Psicanálise, inclusive) nos ensinam que o reconhecimento do eu se dá no momento em que aprendemos a nos diferenciar do outro. Eu passo a ser alguém quando descubro o outro e a falta de tal reconhecimento não me permitiria saber quem sou, pois não teria elementos de comparação que permitissem ao meu eu destacar-se dos outros EUS. Dessa forma, podemos dizer que a identidade, o igual a si mesmo, depende da sua diferenciação em relação ao outro. 
Identidade é um processo de construção permanente, em contínua transformação — desde antes de nascer até a morte! — e, neste processo de mudança, o novo — quem sou, agora — amalgama-se com o velho — quem fui ontem, quando era adolescente, criança! Contudo, há situações em que esse processo de mudança contínuo ocorre de modo intenso, confuso e, muitas vezes, angustiante e doloroso. Falamos, então, em crise de identidade.
Um caso exemplar de crise de identidade, em função inclusive de seu caráter inexorável, e que pode ser vivida com mais ou menos sofrimento, é a adolescência. Um período de transição entre a infância e a vida adulta e que se estende dos 13 anos 18 anos. Os adolescentes precisam organizar as exigências e expectativas conflitantes da família, da comunidade e dos amigos; desenvolver percepções das mudanças que se operam no corpo e no leque de necessidades; estabelecer independência e conceber uma identidade para a vida adulta.
Embora marcada por intensa “turbulência interna”, essa crise pode significar — e, na maioria das vezes, o é — um período de “confusão” criadora, em que há o luto da perda do corpo infantil e a estranheza quanto àquele corpo adulto (ele mesmo!) que o adolescente desconhece e deseja, e que vai se constituindo, inexoravelmente. Às mudanças do corpo correspondem mudanças em sua subjetividade. “O novo corpo é habitado por uma nova mente” (José Outeiral, Adolescer — estudos sobre adolescência, ed. Artes Médicas, Porto Alegre, 1994). 
O profissional em enfermagem e o adolescente.
O adolescente será, provavelmente, o paciente mais inconstante e hesitante que se pode encontrar, devido o momento peculiar pelo qual esta passando. Durante o tratamento, poderá passar de um comportamento adulto para um totalmente infantil, exigindo, perguntando, chorando, brigando, gritando. Num dia poderá demonstrar estar ciente de sua situação encarando com firmeza a sua doença, no outro, poderá responder de maneira totalmente diferente.
Para o adolescente hospitalizado a intensidade da luta pela identidade aumenta pelo fato de estar afastado da família, dos amigos da escola, enfim do convívio social. A crise aumenta, devido a gravidade da doença que pode levar a perda do controle das funções corporais e perda da intimidade, devido aos procedimentos que envolvem a exposição do próprio corpo.
Ajudar o adolescente sentir-se bem consigo mesmo, irá promover uma boa relação entre os profissionaisem enfermagem e seu paciente.
INICIO DA VIDA ADULTA (18 a 40 anos)
Conflito: Intimidade X Isolamento.
As principais tarefas do desenvolvimento no início da vida adulta são: escolha de um (a) parceiro (a); estabelecimento de um lar e aceitação das responsabilidades de ser pai ou mãe; escolher uma profissão; ter responsabilidades cívicas; identificar-se com um grupo social.
VIDA ADULTA MADURA OU MEIA IDADE (40 A 65 ANOS)
Conflito: Produtividade X Estagnação.
Na meia idade o indivíduo se conscientiza do processo de envelhecimento. Deve ajustar- se ao envelhecimento dos próprios pais, aceitar e ajustar-se às mudanças fisiológicas da meia idade, assistir jovens e crianças a se tornarem adultos, estabelecer e manter padrão econômico de vida, desenvolver atividades adultas de lazer. O conflito inerente a esse período se dá entre produtividade e estagnação. O indivíduo começa a prestar atenção ao que produziu e ao legado que deixará para gerações futuras. Quando a produtividade é fraca e sem grande expressão, a personalidade regride ou entra em processo de estagnação.
VELHICE (65 anos até a morte).
Conflito: Integridade do Ego X Desespero.
A velhice é um período que se caracteriza pela integridade que se resume na nossa capacidade de viver, a parte final da existência, com dignidade, senso de ordem e significado de vida. Nesta fase, as manifestações físicas do envelhecimento são intensas e aparecem as doenças características como: dificuldade de locomoção, de audição, de visão, etc. Socialmente, o indivíduo deixa de ter o status de adulto e passa a ser visto e tratado, muitas vezes, com preconceito. Psicologicamente, é um período de maior reflexão, recolhimento e, ao mesmo tempo, perda de determinadas capacidades como: rapidez de raciocínio e perda de memória para fatos presentes. As perdas se referem principalmente aos aspectos do ambiente no qual vive: sentimentos relacionados ao crescimento dos filhos, afastamento e casamento dos mesmos, doenças e morte de amigos da mesma geração, perda do valor produtivo causada pela aposentadoria, etc. Se o idoso olhar para trás e sentir que sua vida foi produtiva, bem sucedida, ele adquire integridade, caso contrário sentira desespero e conseqüentemente depressão.
TEXTO FIXAÇÃO - ENVELHECÊNCIA
A cultura é uma influencia importante na experiência do envelhecimento. Ela afeta as percepções da velhice, os sentimentos de papéis, direitos e responsabilidades, assim, como os sistemas de cuidados e apoio dos idosos.
Nos países orientais, os idosos permanecem ativos e desempenha papéis centrais e muito respeitados, exemplo, Japão. Da mesma forma que são respeitados, são ativos. Participam dos assuntos comunitários, dos negócios da família, do trabalho domestico e da criação das crianças ou cuidam do jardim. São rotineiramente consultados sobre decisões importantes.
Em países orientais para a juventude, como os EUA, envelhecer costuma ser atemorizante porque significa perder as qualidades valorizadas da juventude. Como a beleza, a agilidade e a força, declinam os papeis desempenhados, a renda financeira e o respeito. Muitos declaram sentir-se inúteis, não atraentes e indesejáveis. Embora as mudanças de humor possam estar ligadas a aspectos bioquímicos do processo de envelhecimento, incluindo doenças, acredita-se que o clima social freqüentemente desfavorável exerça importante influencia.
Envelhecimento uma série de alterações que vão ocorrendo no organismo ao longo do tempo vivido. 
Da mesma maneira que na adolescência o sujeito se percebe diante de um futuro desconhecido e assustador, na envelhescência ele se surpreende pensando na proximidade da morte, a inseparável companheira da vida. O sujeito se vê, então, muitas vezes na contingência de recriar sua rotina diária e repensar seu trabalho, adaptando-os às exigências corporais.
Todos os seus antepassados já não existem e ele percebe, entre horrorizado e conformado, que os que falecem são cada vez mais jovens, com idades casa vez mais próximas da sua. 
Ele se descobre mais sozinho do que nunca, inda que possa estar rodeado de uma grande numero de pessoas com quem interage cotidianamente. Esse ser sozinho resulta do reconhecimento de que seus antepassados já não existem e que seus filhos se afastaram porque se tornaram adultos.
O envelhecer é considerando, na nossa sociedade, como estagio da vida que é desprezível. Os velhos são considerados uma espécie de praga que ataca as contas da previdência social encarece o seguro saúde, pesa na vida dos mais jovens.
Ministério da saúde em PORTARIA Nº 2.528 DE 19 DE OUTUBRO DE 2006 integra nas políticas de saúde a saúde do idoso, onde são diretrizes importantes para a atenção integral à saúde do idoso:
Promoção do envelhecimento ativo e saudável;
Manutenção e reabilitação da capacidade funcional; 
Apoio ao desenvolvimento de cuidados informais.
O profissional em enfermagem e os pacientes adultos.
Uma atitude extremamente útil, do profissional consiste em ouvir as aflições e preocupações sobre responsabilidades familiares e de trabalho, tanto do paciente na vida adulta como na meia idade. O profissional deve avaliar se existe algum sinal físico de estresse e deve ajudar o adulto, evitando super proteção, orientando-o e motivando-o para que se sinta o principal responsável por sua própria saúde.
O idoso precisa de calor e de contato com outras pessoas, de modo a evitar o isolamento social. Os idosos têm uma necessidade especial de serem respeitados e valorizados. Devem ser auxiliados a ingerir alimentos, a vestir-se e a se proteger do frio. O profissional em enfermagem deve ajudar o enfermo a ouvir e ver com mais facilidade. O idoso deve também ser fisicamente protegido, sobretudo se estiver desorientado.
Geralmente pessoas idosas tornam-se impacientes e demonstram irritabilidade e obstinação. O profissional deve entender que essas atitudes são decorrentes de um processo normal de deteriorização. É necessário manter a pessoa idosa interessada na vida, fazendo com que se sintam importantes e úteis.
IMPORTANCIA DA VIDA AFETIVA
É preciso falar da vida afetiva porque ela é parte integrante de nossa subjetividade. Nossas expressões não podem ser compreendidas, se não considerarmos os afetos que as acompanham. E, mesmo os pensamentos, as fantasias — aquilo que fica contido em nós — só têm sentido se sabemos o afeto que os acompanham.
Situações, sentimentos e lembranças representam algo diferente para diferente pessoas, por causa das nossas diferentes percepções. A perda de um ente querido, por exemplo, costuma ser algo ruim para todos, mas mesmo assim representará algo diferente para cada um. Na verdade mais importante que a própria realidade é a representação dos fatos dessa realidade.
Pense em quantas vezes você já programou uma forma de agir e, na hora “H”, comportou-se completamente diferente. Por exemplo, uma jovem soube algo de seu namorado que a aborreceu, mas ela racionalmente resolveu não criar caso e pensou: “Quando ele chegar, vou ser carinhosa e não vou deixar transparecer que me aborreci” e, de repente, quando o tem à sua frente, ela se vê esbravejando, agredindo, enciumada. Seus afetos a traíram. Foi difícil ou, no caso, impossível contê-los. Tanto nesse exemplo, como em muitas situações de vida, não há a mediação do pensamento — são os afetos que determinam nosso comportamento. É nesta circunstância que se ouve aquela frase tão corriqueira: “Como ele é impulsivo!”.
Os afetos
É um conjunto de estímulos que chegam ao nosso mundo interior e recebem significados. Os dois afetos básicos são: amor e ódio. São nossos afetos que dão colorido a nossa vida e expressam nossos desejos, sonhos, fantasias, medos. Conflitos, passado, presente e futuro. São nossos afetos que determinam nosso comportamento.
Os afetos ajudam-nos a avaliar as situações, servem de critério de valoração positiva ou negativa para as situações de nossa vida; eles preparam nossas ações, ou seja, participamativamente da percepção que temos das situações vividas e do planejamento de nossas reações ao meio. Essa função é caracterizada como função adaptativa.
Os afetos também têm uma outra característica — eles estão ligados à consciência, o que nos permite dizer ao outro o que sentimos, expressando, através da linguagem, nossas emoções.
As emoções
A emoção é um estado de excitação física e psíquica acompanhadas de breves reações em resposta a um acontecimento inesperado. Elas podem ser positivas e negativas, dependendo de como ocorre, o momento em que acontecem e o modo como chegam a ser decodificadas de acordo com as experiências das pessoas. Algumas emoções podem ser vistas como positivas e negativas como o choro, riso, etc.
Nas emoções é possível observar uma relação entre os afetos e a organização corporal, ou seja, as reações orgânicas, as modificações que ocorrem no organismo, por exemplo, alteração dos batimentos cardíacos. Todas as reações apresentadas são importantes descargas de tensão do organismo emocionado, pois as emoções são momentos de tensão em um organismo, e as reações orgânicas são descargas emocionais.
Os sentimentos
Os afetos básicos (amor e ódio), além de manifestarem-se como emoções, podem expressar-se como sentimentos. Os sentimentos diferem das emoções por serem mais duradouros, menos “explosivos” e por não virem acompanhados de reações orgânicas intensas. Assim, consideramos a paixão uma emoção, e o enamoramento, a ternura, a amizade, consideramos sentimentos, isto é, manifestações do mesmo afeto básico — o amor.
Ansiedade
Um dos maiores problemas da mente é encontrar meios para resolver ou amenizar a ansiedade.
A ansiedade é um aumento esperado ou previsto de tensão e pode aparecer em uma situação real ou imaginária.
A ansiedade é uma sensação que se manifesta através de vários sintomas, fazem parte da vida de muitas pessoas, principalmente moradoras de centros urbanos. 
Sintomas Físicos: Falta de ar, taquicardia, nervosismo, suores, problemas digestivos (prisão de ventre, enjôos, gases), fome exagerada, falta de apetite, etc. Esses sintomas indicam que seu emocional não esta bem, portanto não adianta tratar as causas emocionais que geram esta ansiedade.
Sintomas Psicológicos: Medos sem sentido, sentimento exagerado de irritação, ingestão exagerada de bebidas alcoólicas ou calmantes, mania de perfeição, medo de críticas, medo de errar, sentimentos de inveja, etc.
O Que Devemos Fazer?
Aprender a lidar positivamente com nossas ansiedades, não mascarando nossos sentimentos, mas tentando entender as causas deles.
Se a ansiedade não for entendida, resolvida ou descarregada, poderá ameaçar o corpo e a mente através da negação ou deformação da situação e a isso damos o nome de Mecanismo de Defesa.
Todos os mecanismos de defesa podem ser encontrados em pessoas saudáveis, e sua presença excessiva é, via de regra, indicação de possíveis problemas neuróticos.
HEREDITARIEDADE X MEIO AMBIENTE
Como são as pessoas e o que as faz serem assim?
As pessoas são muito variadas. Diferem quanto ao tamanho, religião, sexo, idade, inteligência e educação. Diferem ainda quanto às características sociais, econômicas e morais. A individualidade é o resultado de características biológicas ou herdadas (hereditárias) e é ainda influenciada pelo meio ambiente onde vivem. Na realidade o que faz uma pessoa ser aquilo que é resulta da combinação dos fatores herdados e do seu meio ambiente. 
Características herdadas: Fatores relacionados com a aparência física são geralmente considerados herdados.
A não se que haja trauma cefálico ou doença, o intelecto e a altura são determinados biologicamente 
Não ser que haja tratamento medicamentoso ou raios luminosos externos, a cor da pele também é pré-determinada 
A não ser que haja ferimento ou operação plástica, a forma do nariz e orelhas é predeterminada. 
Herda-se, enfim, a maioria dos caracteres relacionados à aparência.
Características ambientais: O meio ambiente abrange muitas influências. O meio químico pré-natal: drogas, nutrição e hormônios O meio químico pós- natal: oxigênio e As experiências sensoriais constantes: os eventos processados pelos sentidos inevitáveis a qualquer indivíduo como sons de vozes humanas, contato físico com as pessoas, etc. Todos passam por essas experiências. As experiências sensoriais variáveis: eventos processados pelos sentidos e que diferem de um animal para outro da mesma espécie, dependendo das circunstâncias particulares de cada indivíduo. Nem todos passam por essas experiências. O melhor argumento a favor da influência ambiental na formação da personalidade encontra-se no estudo desenvolvido com gêmeos idênticos, que são criados em lugares diferentes por diferentes pessoas. Podem ser encontradas diferenças quanto à estatura e seus Q.I., conceito social, pessoal e metas de trabalho. O meio ambiente desempenha importante papel nessa diferenciação.
A hereditariedade e o meio interagem continuamente, influenciando o desenvolvimento. A hereditariedade programa as potencialidades humanas das pessoas, o meio faz essas potencialidades se desenvolverem ou não, para mais ou para menos. Não é relevante a discussão a respeito se a hereditariedade ou o meio é mais significativo, pois ambos são absolutamente essenciais. Cada ser humano é diferente, pois cada um traz diferentes experiências de vida, e, portanto, é emocional, intelectual e socialmente diferente dos demais.
Saber como as pessoas desenvolvem as idéias e quais são as suas necessidades é fundamental para a formação de um bom profissional da área de saúde; mas é igualmente fundamental que este profissional se conheça muito bem. O profissional da área de saúde interage com pessoas diferentes umas das outras. A maior dificuldade em lidar com essas pessoas – médicos, enfermeiras, parentes dos doentes e os próprios pacientes – está em que nunca duas pessoas reagirão de maneira idêntica. Qual a solução para esse problema? A melhor solução é estar bem consciente da própria maneira de agir, como pessoa, da reação dos outros às suas iniciativas e continuar a ganhar experiência nesses aspectos.
SEXUALIDADE
Quando sentimos um forte desejo sexual, tendemos a associá-lo a uma justificativa muito comum: “Isso é natural, pois temos um instinto sexual”. É como se fosse uma coisa animal e deve estar ligado à preservação da espécie.
Com o homem ocorre um fenômeno diferente, o homem difere dos outros animais pela consciência. Isso significa que a escolha do parceiro sexual, no caso da nossa espécie, não é feita instintivamente, mas tem um componente racional que avalia a escolha. Pouca coisa resta no homem de caráter instintivo, e a escolha sexual é feita mais pelo prazer que ela nos dá individualmente do que pela pressão da necessidade de reproduzir a espécie. Isto significa dizer que o prazer passa a ser o dado fundamental para a sexualidade humana.
A sexualidade no adulto, salvo algumas exceções, buscará sempre que possível o contato genital. Na criança não existe a sexualidade no sentido genital, mas seria muito difícil dizer que o prazer que crianças de três anos sentem ao manipular o pênis ou o clitóris não é sexual. Esse prazer da manipulação demonstra o despertar das zonas erógenas. A criança gosta do carinho e pedirá carinho. Ocorre que a ligação afetiva mais forte e a pessoa em quem ela mais confia é a mãe, e neste caso não é estranho que a criança espere e exija seu carinho. Esta ligação carinhosa e afetiva entre mãe e filho (ou entre pai e filha) é que irá propiciar a caracterização do famoso complexo de Édipo.
Com esse percurso, demonstra-se que a sexualidade aparece no ser humano desde muito cedo, e que as suas primeiras manifestações não têm caráter genital, mas trata-se mais da organização do impulso da libido, que, mais tarde, será fundamental na busca do prazer sexual.
A possibilidade

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