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Educação e Pedagogia no Brasil Colonial Professor José Ricardo Skolmovski Objetivos Compreender os princípios, ideais educacionais e legados do Brasil Colonial (1500-1822) por meio de suas duas principais representações educativas Educação Jesuítica (1599- 1759) Educação Pombalina (1759-1827) O Brasil Colonial – Contexto indígena Educação Espontânea (Educação sim, pedagogia não) Ideias educacionais por meio da prática educativa Sociedade comunista primitiva Economia Natural e de subsistência Antecedentes da Educação Jesuítica no Brasil: Uma história da Educação e da Pedagogia Brasílica Atores: missionários de ordens religiosas 1º Franciscanos Outras ordens: Carmelitas, Beneditinos, Mercedários, Oratorianos, Capuchinhos ATUAÇÃO: Dispersa e Intermitente EDUCAÇÃO: Ensino do Português para os indígenas; doutrina cristã; escola de ler e escrever; e opcionalmente o canto e música PRECURSOR: Manuel da Nóbrega IDEAIS: Sujeição dos gentios, sua conversão a fé católica, e sua conformação disciplinar, moral e intelectual à nova situação PRINCIPAL ESTRATÉGIA: Os meninos órfãos trazidos de Portugal Antecedentes da Educação Jesuítica no Brasil: Uma história da Educação e da Pedagogia Brasílica Educação Jesuítica O Ratio Studiorum Plano de redizima (10% p/ manutenção dos colégios jesuíticos); Antecedentes do Ratio Studiorum: • modus italicus • modus parisiensis Antecedentes do Ratio Studiorum: modus italicus - Não seguia um programa estruturado e não vinculava a assistência dos discípulos a determinada disciplina; - Preceptor ministrando instrução a um conjunto de discípulos. Os mais adiantados ajudavam para acompanhar os mais novos; Antecedentes do Ratio Studiorum: modus parisiensis - Considerado o melhor em matéria de repetições, disputas, composições, interrogações e declamações - Reunião de alunos aprox. da mesma idade e com o mesmo nível de instrução, com conteúdo previamente fixado A construção do Ratio Studiorum 1ª versão 1584-1585 para apreciação 2ª versão 1591 posta em prática em caráter experimental 3ª versão 1599 - definitiva Ratio Studiorum Universalista (adotado indistintamente) e elitista (destinado aos filhos dos colonos e excluindo os indígenas) PLANO: Curso de humanidades (estudos inferiores – atual ensino médio): retórica, humanidades (dialética), gramática. Cursos de filosofia e teologia (estudos superiores) para formação dos padres O Curso de Humanidades (de seis a sete anos) – uma reedição do Trivium Um acompanhamento das manufaturas nos colégios: Manufatura – divisão do trabalho Colégios – divisão do trabalho pedagógico Seriação dos estudos, maior diferenciação nas áreas do conhecimento, crescente número de professores especializados entre as áreas do saber Ideias pedagógicas no Ratio: a Pedagogia Tradicional -homem com essência universal e imutável -Tendo sido o homem feito por Deus, o homem deve se empenhar e atingir a perfeição humana para merecer a dádiva da vida sobrenatural O Ratio O Ratio O Pombalismo (1759-1827) • O Iluminismo Português e Sebastião José de Carvalho e Melo: O Marquês de Pombal • O desenvolvimento do Império pela difusão de ideias de base empirista e utilitarista • Derramamento das luzes da razão • Liberdade dos métodos avessos aos modernos • Separação Igreja Romana - Estado De origem nobre, mas não rica • Diplomata na Inglaterra (+ou- 1739) • Diplomata na Áustria (1744) • Ministro da Secretaria do Exterior e de Guerra (1750) • Secretário de Estado dos Negócios do Reino (1756) • Conde de Oeiras (1759) • Marquês de Pombal (1769) O Marquês de Pombal (1699-1782) O contexto e objetivos do Pombalismo CONTEXTO: Desenvolvimento da burguesia e do capitalismo; OBJETIVOS: tirar Portugal do domínio Inglês Recuperar, por meio do progresso, o “poder econômico” do país/equipará- lo com os demais Colocar a instituição religiosa a serviço dos interesses do estado PRINCÍPIOS DO NOVO ESTADO Desenvolvimento da cultura Geral Incremento das indústrias Progresso das artes Progresso das letras Progresso Científico A vitalidade do comércio interno A riqueza do comércio externo A paz política A elevação do nível de riqueza e bem-estar Consequências • Subordinação dos organismos políticos e sociais ao poder central; • Enquadramento da nobreza eliminando os privilégios de nascimento; • Enlevamento do prestígio dos agentes da indústria e do comércio; • Neutralização dos conflitos de classe; • Extinção de confrarias religiosas; • Criação da junta do comércio; Consequências • Expulsão dos Jesuítas (Alvará nº28/06/1759 para o fechamento das escolas e criação das aulas Régias – Lei 03/09/1759 desnaturalizando os Jesuítas; • Vinculou a igreja ao estado, tornando-a independente de Roma; • Criação do colégio dos nobres; • Secularizou a inquisição (instrumento do estado); • Reforma dos estudos menores e maiores. As Aulas Régias As aulas régias eram sinônimo de escolas que por sua vez se identificavam com determinada cadeira, funcionando em regra, na casa dos próprios professores. Daí as expressões “Aulas de primeiras letras”, “Aulas de Latim”, “de Grego”, “de Filosofia”, etc. Eram as aulas avulsas, portanto os alunos podiam frequentar umas ou outras indiferentemente, pois além de avulsas, eram isoladas, isto é, sem articulação entre si. Reforma dos estudos Menores e Maiores • Estudos Menores: o ensino primário e secundário Primário (1772): Ler, escrever e contar, latim, grego, retórica e filosofia Secundário (1759): humanidades - gramática latina, grego e retórica • Estudos Maiores: Universidade de Coimbra (1772) Aulas Régias no Brasil Concurso para admissão de professores régios: 1760 Nomeações: após 5 anos do concurso, ainda não haviam sido feitas nomeações DIFICULDADES: insuficiência de professores régios, falta de aulas de retórica, falta de livros didáticos, escassez de verbas para aplicar a reforma, baixos salários, atraso nos pagamentos Escolas de primeiras letras • O ensino para alguns • Os mapas de localização das escolas e mestres • As 837 aulas régias e o caso do Brasil: • O Subsídio Literário A continuidade do Pombalismo • Verney e Ribeiro Sanches (O verdadeiro método de ensinar, as aulas de comércio para nobres e a supressão de ensino para os pobres); • A viradeira de Dona Maria As reformas Pombalinas no Brasil • A escola útil aos fins do estado; • A instituição de umas poucas escolas voltadas para setores estratégicos; • Isolamento cultural da colônia; • A fase Joanina e a vinda da família Real (1808) Em resumo: • Estatização e secularização da administração do ensino • Estatização e secularização do magistério • Estatização e secularização do conteúdo do ensino • Estatização e secularização da estrutura organizacional • Estatização e secularização dos estudos superiores