Prévia do material em texto
O conhecimento e o surgimento da Universidade na Idade Média Idade Média Européia: afirmação da Igreja Católica • A instabilidade política e o definhar da vida urbana golpearam duramente a vida cultural do continente. • A Igreja Católica, como única instituição que não se desintegrou nesse processo, manteve o que restou de força intelectual, especialmente através da vida monástica. As Universidades (universitas) • Por volta de 1150 são fundadas as primeiras universidades medievais: • Bolonha – 1088. • Paris – 1150. • Oxford – 1167. • Início do século XVI – mais de 70 universidades. • Algumas dessas instituições recebiam da Igreja ou de Reis o título de studium generale; e eram consideradas os locais de ensino mais prestigiados da Europa, seus acadêmicos eram encorajados a partilhar documentos e dar cursos em outros institutos por todo o continente. As Universidades • As universidades medievais eram também locais de pesquisa e produção do saber, além de focos de vigorosos debates e muitas polêmicas. Isso também ficou claro nas crises em que estas instituições estiveram envolvidas e pelas intervenções que sofreram do poder real e eclesiástico. • Primeiras Universidades desenvolveram o estudo de Direito, Medicina, Teologia e Artes. • Rapazes encaminhavam-se à universidade após completar o estudo do trivium: as artes preparatórias da gramática, retórica e lógica; e do quadrivium : aritmética, geometria, música e astronomia. Heranças da Idade Média • Foram provavelmente o nascimento e desenvolvimento das Universidades, juntamente com as primeiras sementes do que se tornaria a metodologia científica contemporânea, as heranças mais importantes do período Professora Dra. Terciane Ângela Luchese Universidade de Caxias do Sul RENASCIMENTO: Humanismo, Reforma e Contrarreforma Novos tempos, transformações... • Aliança burguesia e nobreza Expansão marítima Capitalismo Colonialismo Reforma e Contrarreforma Estados Nacionais (Absolutismo) Renascimento cultural HUMANISMO O homem como centro (Idade Moderna) TEOCENTRISMO Deus como centro (Idade Média) Humanismo - Valorização da cultura greco-latina x negação valores medievais; - Humanização do conhecimento (racionalidade) ao invés do cunho religioso; - Prazeres materiais: luxos na corte; - Intensificação da produção científica, baseada na razão da natureza ao invés da filosofia católica; - Aumento da produção artístico-cultural, tendo a Itália como maior polo. Ascensão da burguesia ~ Decadência do feudalismo e aumento das relações comerciais e produção artesanal – capitalismo; ~ Burgueses + Reis = Fortalecimento dos Estados Nacionais (monarquias); ~ Grande número de inventos, descobertas e viagens ultramarinas subsidiados pela necessidade de expansão do comércio. Reforma e Contrarreforma ~ Luteranismo, Calvinismo e Anglicanismo: política e economia auxiliaram na ruptura; ~ Vários movimentos de contestação do poder da igreja nos séculos anteriores culminaram na Reforma Protestante; ~ Reforma Protestante (Séc. XVI): católicos condenavam negócios e empréstimos com juros enquanto os protestantes entendiam o enriquecimento como algo divino; ~ Lutero obteve adesão dos nobres, Calvino da alta burguesia e Anglicanismo apoiado na monarquia britânica; ~ Contrarreforma: o Concílio de Trento (1545-1563) reafirmou o poder do Papa e os princípios da fé católica, reforçando a criação de seminários e a Inquisição. Lutero e a educação • Defensor da escola para alfabetização de todos. • Concepção pedagógica : apelo a validade universal da instrução. • Todo homem deverá poder cumprir os próprios deveres sociais. • Instrução : obrigação para os cidadãos e um dever para os administradores. • Educação apoiada no estudo das línguas antiga e nacional. • Escola organizada em 4 setores ( línguas, obras literárias, ciências e artes, jurisprudência e medicina). Lutero e a Educação • Escola em conformidade ao uso e com boas bibliotecas. • Mestre – papel formativo; equilíbrio severidade e amor. • Início da moderna escola popular – alfabetização. • O Luteranismo relança a função social da instituição escola. Nascimento do colégio ~ Valorização e expansão do sistema educacional; ~ Alta nobreza e os mais ricos ainda são educados em seus castelos, enquanto a pequena nobreza e a burguesia vai para a escola, objetivando a liderança e administração da política e dos negócios; ~ Classes mais baixas continuam apenas na aprendizagem de ofícios; ~ Crianças e adultos começam a ser separados por idade nos colégios – nova imagem da infância e família; ~ Formação moral além da transmissão de conhecimentos – homem cortês; ~ Gramática, retórica e latim permanecem, assim como os castigos corporais – sistema criticado por humanistas; ~ Decadência das universidades que não se adaptavam as novidades com muita rapidez. Educação Leiga ~ Mesmo com o ideal de secularização do humanismo, vários colégios eram fundados por ordens religiosas; ~ Iniciativa privada criou escolas baseadas nos ideais do humanismo: Fürstenschulen (Alemanha), Casa Giocosa (Itália), entre outras; ~ Atividades de recreação, exercício físico, princípios de sociabilidade e autodomínio inseridos no currículo; ~ Academias: de caráter literário ou filosófico, supriam as falhas da universidade e ofereciam acesso à cultura desinteressada. Caráter científico no século XVII. Educação religiosa reformada ~ Autonomia na religião – os protestantes instigavam a consulta direta aos textos sagrados; ~ Lutero e Melanchton: Escola primária para todos oferecida pelo Estado – elementar para a classe trabalhadora, médio e superior para as classes mais privilegiadas; ~ Crítica ao verbalismo e ao castigo, valorização de jogos, exercício físico, literatura, história, matemática e música; Reação católica: o colégio dos jesuítas - Para combater a expansão de protestantismos, a Igreja Católica incentivou a criação de ordens religiosas. O colégio dos jesuítas tinha influência na concepção da escola tradicional européia e também na formação do brasileiro, embora outras ordens tenham dado sua contribuição. Inácio de Loyola - Inácio de Loyola (1491- 1556), militar espanhol basco, ao recuperar de um ferimento em batalha viu-se envolvido pela religião, resolvendo colocar-se a serviço da fé, tornando-se verdadeiro “soldado de Cristo”. Fundou então a Companhia de Jesus, daí o nome jesuítas dado aos seus seguidores. Inácio de Loyola Inácio de Loyola recuperando-se dos ferimentos Formação dos mestres jesuítas ~ A eficiência da pedagogia dos jesuítas deveu- se ao cuidado com o preparo rigoroso do mestre e à uniformidade de ação. ~ Em 1550 foi fundado o Colégio Romano, para formar professores. Como unidade centralizadora, recebia os relatórios das experiências realizadas em todas as partes do mundo. O Colégio Germânico, também em Roma especializou-se no preparo de padre para as missões na Alemanha. O resultado das experiências, avaliadas, codificadas e reformuladas adquiriu forma no documento Ratio Studiorum (a expressão latina Ratio atque Institutio Studiorum significa “organização e plano de estudo”), publicado em 1599 pelo padre Aquaviva. Obras com regras práticas sobre ação pedagógicas. - No final do século XVII, o padre Jouvency preparou o mais complexo manual de normas gerais e informações bibliográficas necessárias ao magistério. - O ideal de universidade, no entanto, não se confundia com rigidez. - Sob vigilância constante, certa flexibilidade aos costumes do lugar onde a Ordem se implantava facilitou a obra missionária, permitindo maior eficiência. O Ensino nos colégios As práticas e conteúdos que os jesuítas desenvolverão de acordo com as regras codificadas, no Ratio Studiorum aplicavam-se nos seguintes cursos; Studia Inferiora ~ Letras humanas de grau médio, com duração de três anos e constituído por gramática,humanidades e retórica, formavam o alicerce de toda a estrutura do ensino, baseada na literatura clássica greco-latina. ~ Filosofia e ciências ( ou cursos de artes ), também com duração de três anos, a finalidade era formar o filósofo e oferecia as disciplina de lógica, introdução às ciências cosmologia, psicologia, física ( aristotélica ), metafísica e filosofia moral. Studia Superiora ~ Teologia e ciências sagradas, com duração de quatro anos, coroavam os estudos e visava à formação do padre. Nessas classes de gramática o latim era ensinado até o perfeito domínio da língua. Os jesuítas tornaram obrigatório até na trivial conversação, de maneira que os alunos pudessem assimilá-lo. - Com a didática os jesuítas mostravam-se bastante exigentes, recomendando a repetição dos exercícios para facilitar a memorização, sendo auxiliados pelos melhores alunos, que eram chamados de decuriões responsáveis por nove colegas, de quem tomava a lição de cor, recolhiam os exercícios e marcavam no caderno os erros e as faltas. - Aos sábados - classes inferiores repetiam as lições da semana toda. Por isso que vem a expressão sabatina, que indica avaliação. - As classes mais adiantadas organizavam torneios e erudição. Outra maneira de ensino jesuítico, ou seja, o estímulo à competição entre os indivíduos de classe. - Os melhores estudantes expunham sua produção intelectual nas academias. - Os jesuítas tornaram-se famosos como empenhos na formação religiosa intelectual e moral das crianças e dos jovens. - Para atingir esses objetivos instauraram rígida disciplina aplicada nos internatos, mantendo a proteção e vigilância. - Concediam férias curtas para evitar que o contato com a família afrouxasse os hábitos morais adquiridos. - O olhar dos mestres seguia, exigindo o afastamento da vida mundana e recriminando as famílias que não assumissem o encargo dessa vigilância. - A obediência era virtude dos alunos e dos padres. - Quando a falta fosse muito grave, as punições físicas ficavam a cargo de um corretor, pessoas contratada só para esse serviço. - A Europa naquele tempo foi encontrando o movimento da Reforma, que introduziu o protestantismo em diversos países. - Enquanto isso Portugal e Espanha movimentaram-se católicos. “A Companhia de Jesus foi fundada para definir a palavra especialmente a povos que não a conheciam e por meio de uma socialização prolongada”. - Dirigem-se a homens que não são, portanto, iguais a si querendo transformá-los a cristandade. Duas diferenças, primeiras: não são padres e não são cristãos. Uma semelhança: são homens. “A catequese é então um esforço para acentuar a semelhança e apagar as diferenças”. - Desse modo os jesuítas pretendiam tornar o outro, o não cristão, seja indígena, infiel ou herege – em cristão, para tornar o homem o mais igual possível. A secularização do pensamento - A produção intelectual do Renascimento, seja na literatura, seja na filosofia, demonstrava interesse em superar as contradições entre o pensamento religioso medieval e o anseio secularizado da burguesia.