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Curso de Direito Financeiro

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Finalidade do Estado – satisfação das necessidades públicas.
Kelsen: “A ideologia de um interesse coletivo de Estado é usada para ocultar esse inevitável conflito de interesses”.
Necessidades públicas, então, seriam aquelas necessidades fixadas pelo Estado, decorrentes dos conflitos de interesses na sociedade. A sua escolha, portanto, trata-se de decisão política a ser tomada pelos poderes componentes do Estado.
Conceitos Básicos de Direito Financeiro
financeira
Atividade
obtenção,	gestão
consiste
e	dispêndio
na	criação,
do	dinheiro
público	para	a	execução	dos	serviços	afetos	ao Estado.
(José Souto Maior Borges)
Conceito de atividade financeira
Atividade financeira na antiguidade: a atividade financeira pública se confundia com a do Príncipe ou César.
Início de controle: Magna Carta de 1215: Art. 12:
“Nenhum tributo ou auxílio será instituído no Reino, senão pelo conselho comum, exceto com o fim de resguardar a pessoa do Rei, fazer seu primogênito cavaleiro e casar sua filha mais velha uma vez, e os auxílios para esse fim serão razoáveis em seu montante”.
Breve histórico da atividade financeira
Ainda na Inglaterra, em 1628, no “Petition of Rights” se estabeleceu que as despesas com o exercito deveriam ser aprovadas pelo Parlamento.
Com a Revolução Francesa se estabeleceram alguns dos princípios vigentes até hoje, como o da periodicidade e o da necessidade de aprovação do Parlamento para arrecadação de impostos.
Breve histórico da atividade financeira
Surge o Orçamento como instrumento de controle pelo Poder Legislativo sobre o Poder Executivo. (Fim do Estado Absoluto)
Régis Fernandes de Oliveira: “A partir do Estado liberal e do advento da responsabilidade do Estado e de seus governantes, nasce o orçamento como noção importante para o controle dos gastos públicos”.
Breve histórico da atividade financeira
Primeira Lei Orçamentária - Inglaterra: 1822
Orçamento	no	Brasil:	Constituição	de	1824, como primeiro orçamento em 1830.
Becker	e	a	constituição	do	Estado	através	do
Orçamento Público.
Breve histórico da atividade financeira
Economia, Adminstração Pública e ciências afins
Direito
Ciência das finanças e Direito Financeiro
Direito Administrativo
Direito Financeiro Direito Tributário
Direito Financeiro e Direito Tributário
Separação dos Poderes
Orçamento Público
Surgiu idealizado pelo Poder Legislativo como forma de controle do Executivo
Atualmente: Orçamento como instrumento de política fiscal
Orçamento Público
Conceito de Orçamento:
lei periódica que contém previsão de receitas e
despesas,	programando	a financeira		do	Estado,
vida	econômica	e de	 cumprimento
obrigatório,	vinculativa	do	comportamento	do
agente público. (R. F. de Oliveira).
Orçamento Público
Vertentes do Orçamento público:
Político, porque revela desígnios sociais e regionais, na
destinação das verbas;
Econômico,	porque	manifesta	a	atual	situação econômica do espaço em que é formulado;
Técnico,	porque	apresenta	cálculo	de	receitas	e despesas;
Jurídico, por atender às normas constitucionais e legais.
Orçamento Público
Natureza Jurídica do Orçamento:
Simples ato administrativo, sem caráter de lei.
Lei em sentido formal
Lei em relação à receita e ato administrativo
em relação à despesa
Lei em sentido formal e material
Orçamento Público
Aspecto vinculativo das leis orçamentárias
Se o Direito é concebido como ordem coercitiva, uma conduta apenas pode ser considerada como objetivamente prescrita pelo direito e, portanto, como conteúdo de um dever jurídico, se a norma jurídica liga à conduta oposta um ato coercitivo como sanção.
Orçamento Público
Orçamento
Impositivo
ART 166 (CF)
§ 9º As emendas individuais ao projeto de lei orçamentária serão aprovadas no limite de 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida prevista no projeto encaminhado pelo Poder Executivo, sendo que a metade deste percentual será destinada a ações e serviços públicos de saúde. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 10. A execução do montante destinado a ações e serviços públicos de saúde previsto no § 9º, inclusive custeio, será computada para fins do cumprimento do inciso I do § 2º do art. 198, vedada a destinação para pagamento de pessoal ou encargos sociais. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 11. É obrigatória a execução orçamentária e financeira das programações a que se refere o § 9º deste artigo, em montante correspondente a 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento) da receita corrente líquida realizada no exercício anterior, conforme os critérios para a execução equitativa da programação definidos na lei complementar prevista no § 9º do art.
165. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 12. As programações orçamentárias previstas no § 9º deste artigo não serão de execução obrigatória nos casos dos impedimentos de ordem técnica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 13. Quando a transferência obrigatória da União, para a execução da programação prevista no §11 deste artigo, for destinada a Estados, ao Distrito Federal e a Municípios, independerá da adimplência do ente federativo destinatário e não integrará a base de cálculo da receita corrente líquida para fins de aplicação dos limites de despesa de pessoal de que trata o caput do art.
169. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
§ 14. No caso de impedimento de ordem técnica, no empenho de despesa que integre a programação, na forma do § 11 deste artigo, serão adotadas as seguintes medidas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
I - até 120 (cento e vinte) dias após a publicação da lei orçamentária, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e a Defensoria Pública enviarão ao Poder Legislativo as justificativas do impedimento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
II - até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso I, o Poder Legislativo indicará ao Poder Executivo o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
III - até 30 de setembro ou até 30 (trinta) dias após o prazo previsto no inciso II, o Poder Executivo encaminhará projeto de lei sobre o remanejamento da programação cujo impedimento seja insuperável; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
IV - se, até 20 de novembro ou até 30 (trinta) dias após o término do prazo previsto no inciso III, o Congresso Nacional não deliberar sobre o projeto, o remanejamento será implementado por ato do Poder Executivo, nos termos previstos na lei orçamentária. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 86, de 2015)
Orçamento Impositivo
Orçamento Fiscal
Orçamento de Investimento
Orçamento da Seguridade Social
Tipos de Orçamento
Orçamento Fiscal: Art. 165, §5º, I. C.F.
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
Tipos de Orçamento
Orçamento de Investimento: Art. 165, §5º, II.
C.F.
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
Tipos de Orçamento
Orçamento da Seguridade Social: Art. 165, §5º,
III. C.F.
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
Tipos de Orçamento
Critérios para diferenciação (Canotilho):
grau de abstração
grau de determinabilidade
caráter de fundamentabilidade
proximidade da ideia de direito (os princípios estariam mais próximos, enquanto que as regras possuem conteúdo meramente formal)
natureza	normogenética	(princípios	são fundamentos de regras)
Princípios
Orçamentários
Universalidade: Todas as receitas e despesas devem estar
contidas nas leis orçamentárias.
- Exceção: SÚMULA STF Nº 66:
É legítima a cobrança do tributo que houver sido aumentado após o orçamento, mas antes do início do respectivo exercício financeiro.
Periodicidade:	Anualidade	já	não	é	mais	princípio	para
R.F.de O.
Princípios Orçamentários
Exclusividade: Apenas matéria orçamentária.
- Art. 165, §8º:
A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.
Unidade: Peça orçamentária única.
- Art. 165, §5º.
Princípios Orçamentários
Não afetação:
Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas (...)
Princípios Orçamentários
Plano Plurianual - PPA
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
Lei Orçamentária Anual – LOA
Leis Orçamentárias
Leis Orçamentárias
PPA	LDO	LOA
Fundamento de validade das leis
diretrizes e metas em longo prazo da administração pública, sendo um instrumento de programação ou planejamento.
Objetivo dos PPA´s: “reduzir desigualdades inter-regionais, segundo o critério populacional”. (Art. 165, §7º C.F.).
Plano Plurianual – PPA
Limita os investimentos do Estado ao que for por ela programado. Art. 165, §4º (C.F.):“Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional”.
Ex: construção de grandes obras; programas de erradicação de pobreza; de combate a doenças endêmicas ou epidêmicas
Investimentos com duração maior de 1 ano: inclusão
obrigatória nos PPA´s. (Art. 165, § 1º).
Plano Plurianual – PPA
Estabeleceria também metas e objetivos da administração pública, com a diferença de fazê- lo para um prazo curto, visto que vige pelo período de um ano e meio.
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
Anexo de Metas Fiscais, com projeção dos próximos três anos. Deve conter uma avaliação do cumprimento das metas do ano anterior.
Anexo de Riscos Fiscais, prevendo os riscos capazes de afetar as contas públicas, informando as providencias a serem tomadas.
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
alterações
na	legislação
Dispõe	sobre
tributária.
Trata do equilíbrio entre receitas e despesas.
(Art. 4º, I, a, L.R.F.).
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
Dispõe sobre limitação de empenho (operação de reserva de numerário para o pagamento de despesas).
Deve estabelecer normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos orçamentários. (Art. 4º, I, e, L.R.F.).
Condições e exigências para transferências de recursos
a entidades públicas e privadas. (Art. 4º, I, f, L.R.F.).
Lei de Diretrizes Orçamentárias - LDO
Estabelece as receitas e as despesas (exclusividade)
Créditos adicionais:
Suplementares
Especiais
Extraordinários
Lei Orçamentária Anual - LOA
das	três
leis
Quem	possui	a	iniciativa orçamentárias? (Art. 165 C.F.)
Medida provisória em matéria orçamentária
- Em	regra,	não	é	possível.	Exceção:	Créditos
extraordinários
Comissão	mista:	Senadores	e	deputados	em conjunto analisam as leis orçamentárias.
Tramitação das Leis Orçamentárias
Emendas:
São	apresentadas
mista	e	devem	indicar
na	comissão os		recursos
necessários. (Art. 166 C.F.)
Qual	o	limite	do	Legislativo	na	apreciação das leis orçamentárias?
Tramitação Legislativa das Leis Orçamentárias
Não devolução do projeto no prazo ou rejeição
Constituição de 1969
Silêncio da Constituição de 1988
Tramitação Legislativa das Leis Orçamentárias
Em que consiste?
Democracia indireta e direta Fundamento constitucional: art. 29, XII
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
Prefeitura de Irecê - BA
Características:
Descentralização do poder decisório
Criação de conselhos populares
Enfoque nos problemas locais
Consciência de participação
Processo aberto de discussão e sujeito a
controle
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
da	população
vincula	o
A	deliberação
administrador?
ORÇAMENTO PARTICIPATIVO
do	Orçamento
Sobre	os	bons	resultados Participativo em POA:
Aumento reduzindo
da		transparência	e	accountability, o	clientelismo	e		empoderando	a
representação democrática de excluídos
Federalismo, em um conceito simplificado, seria uma repartição de competências entre entes de níveis diversos.
Federalismo Brasileiro X Federalismo Americano
Federalismo
existência de ao menos duas esferas de governo;
autonomia das entidades descentralizadas;
organização	do	Estado	expressa	em	uma Constituição;
repartição	de	competências	entre	as	unidades descentralizadas;
participação	das	entidades	descentralizadas	na
formação da vontade nacional;
indissolubilidade.
Características do Estado Federal
o federalismo limita a concentração extrema de poder, permitindo a unidade nacional pela restrição do ente central
necessidade de se distribuir tarefas de acordo com a aptidão de cada nível de governo, tendo em vista a eficiência e a economicidade das ações estatais
Objetivo de prestar serviços com qualidade
semelhante nas diversas regiões
Vantagens do Federalismo
redistribuição
e	gestão
i)	Torna	mais	dificultosa	a macroeconômica pelo orçamento
Os governos centrais deveriam reter sob sua responsabilidade despesas que possuem impacto particularmente forte na demanda, ou que são sensíveis a mudanças de ciclo
É mais racional a cobrança de tributos pelo ente central – IVA
Concorrência e (ir)responsabilidade na prestação dos serviços
Desvantagens ou Cuidados do Federalismo
Nasceu de uma necessidade do Federalismo Fiscal
Cooperação concorrente entre os entes federados, de modo que estes estabeleçam uma competição, garantidas condições mínimas e interdependência.
Cooperação vertical e horizontal
Federalismo Cooperativo
Federalismo Fiscal, a forma de repartição de competências arrecadatórias e de dispêndio de recursos, tendo em vista a realização de tarefas atribuídas aos entes.
Pode existir mesmo em Estados unitários
Federalismo Fiscal
Entrada
Ingresso
Provisório (depósitos, cauções, fianças, empréstimos, empréstimo compulsório, indenizações, etc.)
Receita
Definitivo (tributos, preços, multas, etc.)
Receita Pública
ORIGINÁRIA: “decorre da exploração, pelo Estado, de seus próprios bens ou quando pode exercer atividade sob o que se denomina de direito público disponível”.
DERIVADA:	“provém	do	constrangimento	sobre	o
patrimônio do particular”.
TRANSFERIDAS: “são arrecadadas pela pessoa jurídica competente para a tributação, mas a ela não pertencem, devendo ser transpassadas a outras pessoas jurídicas menores (Estados e Municípios)”.
Classificação das Receitas Públicas
Receitas
Originárias
Doações– Uso debenspúblicos–Preço–Advindasdeempresasestatais
Derivadas
Tributos–Multas–ReparaçõesdeGuerra
Transferidas
Obrigatórias
Voluntárias
Classificação das Receitas Públicas
Relações de “Direito Privado”
Bilateralidade de interesses Disponibilidade patrimonial do Estado
Receitas Originárias
Art. 20 (São bens da União...) (CF): § 1º - É assegurada, nos termos da lei, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, bem como a órgãos da administração direta da União, participação no resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
Receitas Originárias
Receitas Originárias
Com royalties, educação terá quase R$ 2 bi a mais em 2014, diz Dilma
Com	a	aprovação	de	projeto	de	lei	que	destina	75%	dos	royalties	para	a
educação, a área terá "quase" R$ 2
bilhões a mais em 2014.
No último dia 14, após acordo entre Palácio do Planalto Planalto e líderes partidários, a Câmara dos Deputados concluiu projeto que destina 75% do total dos royalties do petróleo para a educação e 25% para a saúde. Os deputados derrubaram a proposta original do governo e decidiram destinar 50% do Fundo Social — espécie de poupança formada com recursos que a União recebe na produção do pré-sal — para educação e saúde.
"Só com a parte dos royalties do petróleo, sem contar os recursos do fundo social, vamos ter quase R$ 2 bilhões a mais no orçamento do ano que vem para educação. E esse valor são só os royalties que é a parte equivalente do governo federal. E esse o valor só vai crescer. Em 2015, daqui a dois anos, serão R$ 3 bilhões, em 2016, serão R$ 6 bilhões, e em 2020, chegaremos a R$ 20 bilhões, totalizando R$ 112 bilhões a mais só nos próximos anos”
A	quem	pertence	as	receitas	de	royalties	de petróleo?
Os	estados	devem	repartir	igualmente	as
receitas da extração marítima?
Os	Municípios	e	Estados	produtores	terão
educação superior aos demais?
Receitas Originárias
A	vinculação	de	75%	da	receita	para	a educação é benéfica? (Doença Holandesa)
Vinculação de receita X Despesa obrigatória
Receitas Originárias
Multas
Decorrente de Ato ilícito
Tributos
Impostos, Taxas e Contribuições de
Melhoria
Impostos, Taxas, Contribuições, Contribuições de Melhoria e Empréstimo Compulsório
Receitas Derivadas
Taxa
Espécie tributária. Vinculada à uma atividade estatal. Serviço público ou poder de polícia. Submetida ao princípio da legalidade.
Preço
Decorrente do patrimônio estatal. Receita originária. Não precisa ter valor definido em lei.
Taxa X Preço Público
Transferências obrigatórias e voluntárias
FPE
Transferência dos recursos de Roaylties de
Petróleo
Receitas Transferidas
Transferências Obrigatórias
Art. 160 (CF). É vedada a retenção ou qualquer restrição à entrega e ao emprego dos recursos atribuídos, (...), neles compreendidos adicionais e acréscimos relativos a impostos.
Parágrafo único. A vedação prevista neste artigo não impede a União e os Estados de condicionarem a entrega de recursos:
- ao pagamento de seus créditos, inclusive de suas
autarquias;
- ao cumprimento do disposto no art. 198, § 2º, incisos II e
III. (Recursos mínimos em saúde)
Receitas Transferidas
Transferências Obrigatórias
Fomentam a autonomia local Aumentam a equidade inter-regional
Receitas Transferidas
Transferências Voluntárias
Possibilitam políticas nacionais Estímulo a áreas específicas
Receitas Transferidas
Art. 157. Pertencem aos Estados e ao Distrito Federal:
I - o produto da arrecadação do imposto da União sobre renda e proventos de qualquer natureza, incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
Art. 159. A União entregará:
I - do produto da arrecadação dos impostos sobre renda e proventos de qualquer natureza e sobre produtos industrializados quarenta e oito por cento na seguinte forma:
a) vinte e um inteiros e cinco décimos por cento ao Fundo de
Participação dos Estados e do Distrito Federal;
Receitas Transferidas
FPE
Histórico
Decisão de Inconstitucionalidade
Critérios Fixos
FPE
Um sistema ideal de equalização seria aquele que levasse em consideração, simultaneamente, três aspectos: capacidade fiscal, necessidades fiscais e custos
FPE
Macroeconômicos - renda per capita, PIB per
capita, etc.
Macrosociais - taxa de pobreza, Índice de Desenvolvimento Humano, participação de populações indignas, etc.
Setoriais - índices que meçam condições de infraestrutura econômica e social, requisitos ambientais, etc.
IDH x FPE per capita
IDH x FPE per capita
FPE – critérios em outras federações
CANADA
As jurisdições com receita própria abaixo da média nacional devem receber esta média com o que a dotação de recursos necessária do orçamento federal
ALEMANHA
Todas	as	jurisdições	sem	exceção	devem	ter	a	mesma
capacidade	de	gasto	como	resultado	final orçamentos		dos		estados	ricos	e	federal.
dos Variável
dependente, endogenamente determinada pelo nível das
disparidades entre regiões perante o critério adotado.
FPE – critérios em outras federações
ÁFRICA DO SUL
14% em termos per capita.
51% proporcional à população em idade escolar.
26% baseado na proporção da população com e sem
acesso a atendimento médico.
5% chamado de “componente institucional”, dividido igualmente
entre	províncias,	visa	dar	apoio	às	funções administrativas.
3% proporcional à incidência de pobreza.
1% em proporção inversa ao PNB das regiões.
FPE – novos critérios
III – também a partir de 1º de janeiro de 2016, a parcela que superar o montante especificado no inciso II será distribuída proporcionalmente a coeficientes individuais de participação obtidos a partir da combinação de fatores representativos da população e do inverso da renda domiciliar per capita da entidade beneficiária
FPE – novos critérios
o fator representativo da população corresponderá à participação relativa da população da entidade beneficiária na população do País, observados os limites superior e inferior de, respectivamente, 0,07 (sete centésimos) e 0,012 (doze milésimos), que incidirão uma única vez nos cálculos requeridos;
o fator representativo do inverso da renda domiciliar per capita corresponderá à participação relativa do inverso da renda domiciliar per capita da entidade beneficiária na soma dos inversos da renda domiciliar per capita de todas as entidades.
Lei Complementar de nº 101
- Críticas na Nova Zelândia por desembocar em
política econômica recessiva.
Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF
A	responsabilidade	na	gestão	fiscal	pressupõe
a	ação
planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas, mediante o cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas e a obediência a limites e condições no que tange a renúncia de receita, geração de despesas com pessoal, da seguridade social e outras, dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito, inclusive por antecipação de receita, concessão de garantia e inscrição em Restos a Pagar. (Art. 1º §1º L.R.F.)
Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF
Art. 14. A concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de natureza tributária da qual decorra renúncia de receita deverá estar acompanhada de estimativa do impacto orçamentário- financeiro (...) e a pelo menos uma das seguintes condições:
- demonstração pelo proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da lei orçamentária, na forma do art. 12, e de que não afetará as metas de resultados fiscais (...);
- estar acompanhada de medidas de compensação, no período mencionado no caput, por meio do aumento de receita, proveniente da elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de tributo ou contribuição.
LRF – Renúncia de Receita
Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas.
§ 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.
LRF – Previsão Real das Receitas
TRANSPARÊNCIA E CONTROLE SOCIAL
DAS DESPESAS PÚBLICAS
131,
a	chamada:
Lei	da
Lei	Complementar
Transparência
Execução das despesas em “tempo real”
RESULTADOS
RESULTADOS
Mapa Mundi da Transparência
A transparência é associada a melhor condição socioeconômica e indicadores de desenvolvimento humano
Países	mais	transparentes	tendem	a	ter	melhores
créditos
e menores juros
Abertura do orçamento pode levar a maiores gastos que beneficiem os mais pobres
Boas consequências da Transparência Fiscal
Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do ente da Federação.
Art. 11 (LRF): Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos.
LRF – Efetiva Arrecadação de Todos os Tributos
CARRAZA – “a competência tributária é a faculdade de editar leis que criem, in abstacto, tributos”.
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
LRF – Efetiva Arrecadação
EDVALDO BRITO – Quebra do equilíbrio federativo por não estabelecer sanções à União.
É	obrigatória	a	efetiva	arrecadação	das
receitas?
LRF – Efetiva Arrecadação
CONCEITOS DE DESPESA PÚBLICA
Ferreiro	Lapatza	define	gasto	público	como	todo gasto realizado por um ente do Estado.
Sousa	Franco:	dificuldade	do	termo	por	poder
abranger realidades tão distintas
CONCEITOS DE DESPESA PÚBLICA
Baleeiro
2 formas de se conceber:
Ampla
Estrita
CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS PÚBLICAS
Critérios:
a) Econômico
Correntes e de Capital
b) Funcional
Saúde, educação etc.
c) Orgânico
Que órgão é designado pela norma para realizar o gasto
Despesa Pública como Norma Jurídica
Autorizações ou Obrigações
Modais deônticos
Proibido (V), Permitido (P) e Obrigatório (O)
Execução Orçamentária das despesas públicas
Empenho
Liquidação
Pagamento
Execução Orçamentária das despesas públicas
Limitação de Empenho
Se verificado que a realização da receita poderá não comportar o cumprimento de metas de resultado primário ou nominal, os Poderes e o Ministério Público promoverão, por ato próprio e no montante necessário, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo critérios fixados pela LDO.
ADI – STF
Suspensão do § 3º do artigo 9º da LRF
Geração de Despesas na LRF
O aumento da despesa será acompanhado de:
- estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício e nos dois subsequentes;
- declaração do ordenador de que o aumento tem adequação orçamentária e financeira com a LOA, LDO e PPA.
RESTOS A PAGAR
Conceito na Lei 4.320/64
Despesas empenhadas mas não pagas até o dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas. (Art. 36)
RESTOS A PAGAR
Art. 42. É vedado (...) contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro dele, ou que tenha parcelas a serem pagas no exercício seguinte sem que haja suficiente disponibilidade de caixa para este efeito.
DESPESA COM PESSOAL: FUNDAMENTOS
Art.	169.	A	despesa	com	pessoal	ativo	e	inativo	da
e	dos
limites
União,	dos	Estados,	do	Distrito	Federal Municípios	não	poderá		exceder	os estabelecidos em lei complementar. (CF)
CONCEITO DE DESPESA COM PESSOAL
Despesa com pessoal: ativos, os inativos e os pensionistas, relativos a mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de Poder, com quaisquer espécies remuneratórias, tais como vencimentos e vantagens, fixas e variáveis, subsídios, proventos da aposentadoria, reformas e pensões, inclusive adicionais, gratificações, horas extras e vantagens pessoais de qualquer natureza, bem como encargos sociais e contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência. (Art 18 – LRF)
CONCEITO DE DESPESA COM PESSOAL
Despesa com terceirização
O que não é despesa com pessoal?
Indenizações (diárias)
LIMITE DE DESPESA COM PESSOAL
Sobre a receita líquida, que envolve:
+Receita tributária
+transferências constitucionais,
+transferências	legais,	outras	transf.	correntes,	receitas	de contribuições, patrimoniais, agropecuárias e de serviços
+recursos recebidos do Fundef
Recursos entregues ao Fundef
Contribuição dos servidores para o regime de previdência
LIMITE DE DESPESA COM PESSOAL
Limites para os entes:
- União: 50% (cinquenta por cento);
- Estados: 60% (sessenta por cento);
- Municípios: 60% (sessenta por cento).
A redação original falava em “caso não sejam fixados
pela LDO...”
REPARTIÇÃO DOS LIMITES GLOBAIS DE
DESPESA COM PESSOAL
I - na esfera federal:
2,5% Legislativo, incluído o TC
6% Judiciário;
40,9% Executivo
0,6% para o MP
REPARTIÇÃO DOS LIMITES GLOBAIS DE
DESPESA COM PESSOAL
II - na esfera estadual:
3% Legislativo, incluído o TC
6% Judiciário;
49% Executivo;
2% MP.
REPARTIÇÃO DOS LIMITES GLOBAIS DE DESPESA COM PESSOAL
III - na esfera municipal:
6% para o Legislativo, incluído o TC do Município,
quando houver;
54% para o Executivo.
CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL
que	não	atendam	aos
Nulidade	das	despesas
requisitos da LRF.
Inclusive as criadas até 180 dias antes do final do mandato do chefe do poder.
CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL
Limite	máximo	de	90%	atingido,	deve	ser	notificado
pelo TC.
Limite prudencial de 95%:
Fica impedido, entre outras coisas, de:
I	-	concessão	de	vantagem,	aumento,	reajuste	ou
adequação de remuneração;
CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL
II - criação de cargo, emprego ou função;
IV	-	provimento	de	cargo	público,	admissão	ou
pessoal,	ressalvada
a	reposição
de
de	aposentadoria	ou	falecimento	de das		áreas	de	educação,	saúde		e
contratação decorrente servidores segurança;
CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL
Atingido 100% ou mais do limite:
- redução em pelo menos vinte por cento das despesas com cargos em comissão e funções de confiança;
- exoneração dos servidores não estáveis. III - o servidor estável poderá perder o cargo
CONTROLE DA DESPESA COM PESSOAL
Enquanto perdurar o excesso não se pode:
- receber transferências voluntárias;
- obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
- contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.
ESPECIFICIDADES MUNICIPAIS NAS
DESPESAS COM PESSOAL
Municípios até 50 mil habitantes podem ter as sanções pelo descumprimento do limite de 95% protelado para o fim do semestre
EFICIÊNCIA DA DESPESA PÚBLICA
Emenda Constitucional 19 e a nova exigência:
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e EFICIÊNCIA e, também, ao seguinte (...)
EFICIÊNCIA:	denota	competências	para	produzir
resultados com dispêndio mínimo de recursos e esforços;
(Marinho, Alexandre – Pesquisador do IPEA)
EFICIÊNCIA DO PONTO DE VISTA
DA DESPESA
PÚBLICA:	atingir	o	maior	número	de	finalidades
com	os	recursos	disponibilizados	por
meio	da
arrecadação.
Dificuldades do termo: “EFICIÊNCIA”
Como definir eficiência?
É possível medir a eficiência da despesa pública?
PORQUE É IMPORTANTE E COMO MELHORAR A QUALIDADE E EFICIÊNCIA DA DESPESA PÚBLICA?
Relação Nível da Educação X Gasto
percentual do PIB (Brasil 10%)
Dados da OCDE em 2000
Sistema Eletrônico de Controle de Combustível
O chip, por meio da antena, transmite a uma central de dados sinais que identificam as seguintes informações sobre o carro:
Placa do veículo;
Dia e hora do abastecimento;
Quantidade abastecida; e
Tipo de combustível utilizado
Resultado: Estado de Sergipe afirma ter conseguido economizar cerca de 20% desde a adoção desta prática, há dois anos.
Centralização de Compras
Comprar no atacado, em centrais únicas para os entes.
Não implica necessariamente a entrega centralizada dos bens
adquiridos.
Quem implantou:
Governo Federal;
Governo do Estado do Mato Grosso, Minas Gerais e São
Paulo;
Parlamento e Ministério da Fazenda do Reino Unido (Her Majesty’s Treasury);
Universidade de Chicago.
Sistema Eletrônico de Controle de Gastos
Comparação histórica
de dados entre órgãos de uma mesma organização ou entre organizações diferentes.
Possibilita a identificação de anomalias (preços, consumo ou
gastos muito elevados, por exemplo) e sua correção.
Cruzamento de dados físicos e financeiros para formar indicadores de desempenho (gastos com água por pessoa por dia, por exemplo).

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