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Portfólio A lei e a inclusão social

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER
HELENA CRESPO HAX, 1945420, 2017/07
PORTFÓLIO
UTA DIVERSIDADE
MÓDULO A – FASE I
LAJEADO
2018
LEI E A INCLUSÃO SOCIAL
	Minha chegada na escola, que fica situada no município de Arroio do Meio, foi bem tranquila, apenas 5 minutos de caminhada da minha casa. Me apresentei e fui muito bem recebida pela coordenadora pedagógica da escola que me apresentou o caso que eu estava prestes a começar a observar e avaliar. A escola possui um aluno com laudo de autismo de grau leve, regularmente matriculado no Nível A desta instituição. A criança possui 4 anos, frequenta a APAE do município e é acompanhado por vários profissionais extremamente capacitados para o caso, entre eles, neurologista, fonoaudiólogo, psicopedagogo, psicólogos, a professora de sala, uma professora de atendimento educacional especializado e uma professora de educação física capacitada em atendimento com alunos especiais. O aluno já frequentava uma escola de educação infantil antes de estar matriculado em rede pública de ensino. Sua família é bem atenciosa e receptiva, estão bem entrosados com a escola, ajudam no que for preciso e são os mais dedicados em buscar cada vez mais o desenvolvimento de seu filho.
Na minha observação pude notar que o aluno está sendo atendido com todas as demandas exigidas na Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), possui ao seu dispor todos os materiais necessários para seu pleno desenvolvimento e a escola se dispõem a adquirir todos os materiais adequados que faltam, suprindo as necessidades de seus profissionais ao trabalhar no desenvolvimento deste aluno. 
Perguntei como foi a preparação da escola para receber o aluno, a coordenadora pedagógica relatou que realizaram um estudo do caso, foi feito bastante diálogo com os pais, foi realizada uma visita a escola de educação infantil onde ele frequentava, com o objetivo de diálogo sobre o caso e troca de experiencias. A escola possui vários jogos e recursos para trabalhar com ele, vários brinquedos sonoros, instrumentos musicais, jogos educativos, entre outros. Além destes a professoras do Atendimento Educacional Especializado, que desenvolve aulas com ele em sextas a tarde (14 horas as 14h 50 min), traz mais matérias direcionados ao desenvolvimento dele. Sempre que necessário é realizado uma reunião pedagógica com os pais e todos os mestres envolvidos no seu desenvolvimento, juntamente com a direção da escola. Foi realizada uma após um mês de aula para avaliar sua adaptação. 
Pude perceber que a escola oferece ao aluno autista tudo o que é oferecido aos outros alunos, claro que de uma maneira adequada a sua condição e entendimento das situações. A sala deste aluno foi escolhida pensando em deixa-la perto do banheiro e bebedouro para que ele não precise se afastar muito de sua professora e garantir seu pleno acesso em condições de igualdade. A escola relatou que é o seu primeiro caso de inclusão, ainda estão se adequando a nova realidade, mas se sentem bem preparados pois estão bem amparados pelos serviços que o munícipio oferece e pelos profissionais que possuem na escola pois estão bem capacitados para recebê-lo. Os planos pedagógicos ainda estão sendo construídos, dentro dos prazos de reconhecimento de turma, a professora já está realizando o seu projeto pedagógico direcionado ao atendimento especial deste aluno com o objetivo de estar totalmente de acordo a atender todas as necessidades de inclusão deste aluno autista.
Me informei com a direção da escola sobre a oferta de capacitações para os funcionários da escola, foi relatado que quem organiza as capacitações é o município, é oferecida uma capacitação de 30 horas, gratuita, durante o ano, geralmente é realizada uma pesquisa sobre o assunto que os professores mais gostariam de que fosse abordado. São várias palestras, e dentre elas geralmente possui uma relacionada ao tema de educação inclusiva, ano passado realizaram a capacitação com este tema. A professora de sala de aula deste aluno possui algumas capacitações na área, formações continuadas e palestras sobre o assunto. Não teve formação especifica (graduação) sobre educação inclusiva, mas é uma profissional que está sempre em busca de novos conhecimentos e realiza várias pesquisar na área de diversidade e inclusão. A escola relatou que é uma profissional extremamente competente e capaz de trabalhar com alunos de educação inclusiva. Para ressaltar está ideia, gostaria de citar o autor Paulo Freire que diz:
“O educador comprometido com seu papel deve trabalhar constantemente o ato da pesquisa, uma vez que, este proporciona o educando uma nova forma de pesquisar, esta permiti o educando a pensar, a verificar, constatar. Ainda ressalto que a pesquisa deve ser uma prática do educador e do educando. A partir do momento em que o educador é um pesquisador, este refletirá para que seu aluno possa se espelhar nele. A pesquisa proporciona um novo horizonte, uma forma de ter novos conhecimentos. Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. (Pág. 29)”. 
Além desta professora que trabalha com este único caso da escola, existem outros profissionais que também possuem formação nesta área, como alguns psicopedagogos integram o quadro de funcionários. Além destes o menino autista conta com atendimentos na escola com a professora do AEE (Atendimento Educacional Especializado), realizado uma vez por semana, em sextas a tarde com duração de 50 minutos.
A prefeitura disponibiliza apoio as escolas oferecendo os seguintes profissionais, fonoaudiólogo, psicopedagogo e psicólogo. Quando surge a demanda a escola realiza o encaminhamento. O aluno em questão não teve necessidade de fazer uso destes recursos pois já vem de uma caminhada anterior a escola onde hoje está inserido, então já possui acompanhamento destes mesmos profissionais e mais alguns como, terapeuta ocupacional, na APAE, onde sua caminhada já é mais longa e sua família já buscou este amparo a mais tempo. A família está em busca de uma monitora para acompanhar a professora junto em sala de aula, já foi realizado o pedido a prefeitura. No qual, após a família realizar o encaminhamento da necessidade do aluno, é realizado uma avaliação do caso por uma comissão, que irá avaliar se será concedido ou não este profissional de apoio a este aluno. 
Pude notar que a escola, além da família, incentiva muito o menino a ir a frequentar a mesma e a coordenadora confirmou que sim, ele quase nunca falta, agora está menos assíduo pois estão em obras e realizando a parte de demolição para construir a próxima parte do prédio. Para ele qualquer mudança é entendida de forma diferente e na sua maioria das vezes apresenta recusa em interagir, como é característico do autismo, ele possui a hipersensibilidade auditiva e o ruído da obra é interpretado como forma de tortura. A escola acredita que após esta etapa, o resto da construção será tranquilo para ele pois haverá menos barulho. Ainda nesta questão existe também a mudança de espaço na hora do intervalo, que também está sendo uma nova adaptação, mas que notam que está sendo bem tranquila sua adequação ao novo espaço. 
Em relação a motivação dele nas aulas é possível notar que sua professora é excelente, está sempre incentivando e estimulando o aluno, seus colegas também o ajudam, todos o acolheram muito bem e suas respectivas famílias também o aceitaram de forma carinhosa. Ele participa de todas as atividades propostas, mas do jeito dele e com sua forma característica de interação. Ele antes de realizar as atividades ele precisa explorar o material, como por exemplo, a sua professora propôs uma atividade com tinta onde os alunos deveriam colocar a pontinha do dedo na tinta e em seguida formar uma flor com os pontinhos. Ele realizou a atividade, mas antes precisou colocar toda a mão na tinta e sentir a sua textura, experimentar o material para depois realizar o que foi orientado. Ele ainda não fala, mas entende tudo o que lhedizem, então é bem estimulado neste ponto, todos conversam com ele, até para se sentir mais motivado e incluído.
Para finalizar a minha visita, perguntei a direção quais são as dificuldades que a escola e os professores encontram em aplicar a lei no dia a dia, a diretora me respondeu da seguinte forma “Como já foi dito antes, é o primeiro caso de inclusão da escola, na pratica está indo tudo bem, ele possui todos os recursos necessários para o seu desenvolvimento e profissionais capacitados. Ainda não encontraram dificuldades de inclusão diante deste caso. Ainda estamos em processo de busca para que nos tornemos cada vez mais preparados para receber mais alunos assim. Como por exemplo a obra já situada anteriormente, será realizada mais salas de aula e todas as entradas adequadas para cadeirantes com rampas de acesso.” Em seguida agradeci muitíssimo pela oportunidade que me deram e me coloquei a disposição da escola para o que fosse preciso, elas também agradeceram a visita e acharam o tema do trabalho muito importante para a formação de novos pedagogos.
Referências Bibliográficas
Lei disponível no site http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 14 de abr. 2018
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (coleção Leitura)

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