Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA MARCELO MIGUEL TIBES PELUSO RELATÓRIO DE ESTÁGIO REALIZADO NA EMPRESA: FLESSAK ELETRO INDUSTRIAL S/A. PATO BRANCO 2018 MARCELO MIGUEL TIBES PELUSO RELATÓRIO DE ESTÁGIO REALIZADO NA EMPRESA: FLESSAK ELETRO INDUSTRIAL S/A. Relatório de estágio supervisionado de graduação, apresentado à disciplina de Estágio Curricular Obrigatório, do Curso de Engenharia Mecânica da Coordenação de Engenharia Mecânica – COEME – da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, Campus Pato Branco, como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro. Orientador: Prof. Dr. Jean Marc Stephane Lafay. PATO BRANCO 2018 EPÍGRAFE “...Enquanto você não tem o que você quer, você trabalha o que você tem, encare sua realidade, ela é dura mas é sua...não faça vista grossa com o que você tem...” (P. Cláudio Duarte) SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8 2. HISTÓRICO DA EMPRESA ................................................................................. 8 2.1 A EMPRESA ......................................................................................................... 8 2.1.1 Missão, visão e valores .................................................................................. 8 2.1.1.1 Missão......................................................................................................... 9 2.1.1.2 Visão ........................................................................................................... 9 2.1.1.3 Valores ........................................................................................................ 9 2.2 HISTÓRICO DA EMPRESA ................................................................................. 9 2.3 SETORES DA EMPRESA ............................................................................ 12 2.3.1 Gestão de projetos ....................................................................................... 12 2.3.2 Engenharia ................................................................................................... 13 2.3.3 Montagem de painéis (sistema elétrico). ...................................................... 13 2.3.4 Montagem mecânica (gerador). ................................................................... 14 2.3.5 Geradores e pontes rolantes ........................................................................ 15 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ................................................................. 18 3.1. MANUAL DE MONTAGEM, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PONTES ROLANTES ............................................................................................................... 18 3.2. DIMENSIONAMENTO DE PONTE ROLANTE 5 TONELADAS ................... 19 3.3. USINAGEM CNC DO GANCHO DE UMA PONTE ROLANTE .................... 24 3.4. DIMENSIONAMENTO DE UMA PONTE ROLANTE 16 TONELADAS ........ 28 3.5. ATIVIDADES EXTRAS ................................................................................. 32 3.5.1. Proteção de disco de freio parafusada x soldada ........................................ 32 3.5.2. Forno de tratamento térmico: diesel x etanol x gás ...................................... 34 3.5.3. Dimensional de gerador (medições e detalhamento) ................................... 34 3.5.4. Dimensionamento de uma ponte rolante 16 toneladas ................................ 35 3.5.5. Check list para pontes rolantes .................................................................... 36 3.5.6. Projetos de equipamentos utilizados em subestações ................................. 36 3.5.7. Suporte universal do rotor ............................................................................ 36 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 37 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 39 ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Empresa Flessak em Marmeleiro – Paraná. ................................................................. 10 Figura 2: Primeira exposição da empresa Flessak ....................................................................... 10 Figura 3: Flessak Eletro Industrial S/A em 1982. .......................................................................... 11 Figura 4: Foto aérea da matriz Flessak. ......................................................................................... 12 Figura 5: Setor de montagem de painéis ........................................................................................ 13 Figura 6: Setor de corte ..................................................................................................................... 14 Figura 7: Setor de montagem mecânica ......................................................................................... 15 Figura 8: Gerador hidrelétrico........................................................................................................... 15 Figura 9: Ponte Rolante em Projeto ................................................................................................ 16 Figura 10: Ponte Rolante em Obra .................................................................................................. 16 Figura 11: Organograma do ramo indústria e usinas da empresa Flessak. ............................. 17 Figura 12: Perfil W da Monoviga para 5 Toneladas ...................................................................... 19 Figura 13: Catálogo da Talha Elétrica escolhida ........................................................................... 20 Figura 14: Simulação da Viga utilizando o Software Ansys ........................................................ 21 Figura 15: Simulação da Viga utilizando o Software Ansys ........................................................ 21 Figura 16: Simulação da Viga utilizando o Software Ansys ........................................................ 22 Figura 17: Ponte na fase de pintura inicial ..................................................................................... 22 Figura 18: Ponte na fase de pintura finalizada .............................................................................. 23 Figura 19: Ponte Rolante concluída ................................................................................................ 23 Figura 20: Desenho do Gancho utilizando o Software SolidWorks ............................................ 25 Figura 21: Simulação do Gancho utilizando o Software Ansys .................................................. 26 Figura 22: Simulação da usinagem do Gancho utilizando o Software EdgeCam .................... 26 Figura 23: Gancho posicionado dentro do CNC ............................................................................ 27 Figura 24: Gancho posicionado na ponte rolante ......................................................................... 27 Figura 25: Layout do Carro Transversal ......................................................................................... 28 Figura 26: Projeto da Ponte Rolante em 3D .................................................................................. 30 Figura 27: Malha da Simulação da Ponte Maior utilizando Solftware Ansys............................ 30 Figura 28: Resultados da Simulação da Ponte Maior utilizando Solftware Ansys ................... 31 Figura 29: Instalação da Ponte Rolante na Casa de Força. ........................................................ 31 Figura 30: Casa de Força onde a Ponte Rolante será instalada ................................................ 32 Figura 31: Proteção do Volante Soldada ........................................................................................ 33 Figura 32: Proteção do Volante Parafusada .................................................................................. 33 Figura 33: Forno de Tratamento Térmico ....................................................................................... 34 Figura 34: Gerador para reforma ..................................................................................................... 35 Figura 35: Carro Transversal da Ponte Rolante ............................................................................ 35 8 1. INTRODUÇÃO O estágio realizado na empresa Flessak Eletro Industrial, teve a intenção de aplicar os conhecimentos adquiridos nas disciplinas do curso de Engenharia Mecânica da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), buscando apresentar soluções para possíveis problemas encontrados, relacionando sempre a teoria com a prática. Durante o período de estágio, foram realizadas diversas atividades, a maioria relacionadas com desenhos mecânicos, detalhamento de desenhos, cálculo para dimensionamento de Pontes Rolantes e projetos mecânicos para Geradores Hidrelétricos. A experiência adquirida foi altamente positiva, isso por que foram inúmeros os benefícios adquiridos pelo estagiário, como a aplicação das técnicas de projeto de máquinas e desenho técnico conquistados nas disciplinas relacionadas. Também é adquirida uma grande experiência prática e trabalho em grupo, assumindo responsabilidades diante de situações e conflitos internos, frente a inúmeros contratempos relacionados a diversos setores dentro de uma empresa. Além da correlação entre o projeto e a execução, onde foram confrontadas as dificuldades encontradas quando interligadas essas duas áreas. 2. HISTÓRICO DA EMPRESA 2.1 A EMPRESA Razão Social: Flessak Eletro Industrial S/A. Localização: Francisco Beltrão, Paraná. Ramo de Atividade: Produção de equipamentos para geração de energia elétrica. Endereço: Avenida Duque de Caxias, 282 - Marrecas, Francisco Beltrão – PR 2.1.1 Missão, visão e valores Um dos aspectos mais importantes, senão o mais diretivo e o que mais orienta, para o pleno exercício da liderança compartilhada é o estabelecimento de missão, visão e valores da empresa. O Conjunto formado pela missão, visão e valores representam a identidade organizacional. Todos os colaboradores devem saber claramente o propósito, a razão da existência da organização. 9 2.1.1.1 Missão Oferecer bens e serviços, de forma ágil, inovadora e ética, proporcionando a satisfação de todos os envolvidos. 2.1.1.2 Visão Ser reconhecida como uma das principais empresas de bens e serviços, destacando-se pela agilidade e inovação. 2.1.1.3 Valores Pautada em sólidos valores como: a ética, a humildade, o comprometimento, a gestão participativa, a inovação, o empreendedorismo e o respeito. 2.2 HISTÓRICO DA EMPRESA A empresa onde foi desenvolvido o estágio apresentado neste documento foi fundada no ano de 1966, por Pedro Flessak, localizada na cidade de Marmeleiro-PR, onde atuava na área de rebobinagem de motores, na época chamada de Flenol. A empresa contava com o fundador Pedro Flessak, sua esposa e mais um colaborador. No ano de 1972, a empresa decidiu ampliar seu mercado de atuação dirigindo-se também ao setor elétrico industrial e predial, começando a contratar colaboradores e passando a executar e prestar manutenções em residências e indústrias. A figura 1 apresenta a Flessak em Marmeleiro-PR, quando iniciou suas atividades. 10 Figura 1: Empresa Flessak em Marmeleiro – Paraná. Fonte: Acervo Flessak, 2018 Por volta de 1975, tornou-se necessário alterar e qualificar os serviços, dando início a produção de painéis elétricos, voltados a comando e proteção de máquinas industriais. A figura 2 apresenta a primeira exposição que a Flessak participou no ano de 1976. Figura 2: Primeira exposição da empresa Flessak Fonte: Acervo Flessak, 2018. 11 Com o constante crescimento, houve a necessidade da empresa ampliar sua estrutura física, aumentando também seu quadro de funcionários, como demonstra a Figura 3. Figura 3: Flessak Eletro Industrial S/A em 1982. Fonte: Acervo Flessak, 2018. Posteriormente recebe o nome de Flessak Eletro Industrial em 1984. Devido a questões logísticas, acabou mudando-se para a cidade de Francisco Beltrão na Avenida Duque de Caxias n°282, Bairro Alvorada, onde desfrutaria de instalações mais amplas e adequadas, onde permanece até hoje, sendo esta à matriz com loja e indústria. A Flessak possui ainda, lojas filiais, em Francisco Beltrão, Pato Branco, Guarapuava e em período de inauguração em Cascavel, todas com intuito de vender materiais elétricos. No presente momento, a empresa é comandada por três sócios-diretores, com um quadro de funcionários compostos por mais de 300 colaboradores. Atualmente, o principal ramo de atuação da empresa é a venda de equipamentos elétricos, montagem e manutenção de usinas hidrelétricas de pequeno e médio porte. Disponibilizando ao mercado projetos de geradores e sistemas elétricos, incluindo suas execuções em campo. Fornecendo também automação de usinas, proporcionando controle e proteção. A figura 4 apresenta a localização atual da matriz da empresa. 12 Figura 4: Foto aérea da matriz Flessak. Fonte: Acervo Flessak, 2018. 2.3 SETORES DA EMPRESA Com o desenvolvimento e crescimento da empresa foi necessário criar diversos setores visando atender a demanda do ramo energético. Durante o período de estágio, a integração com os setores foi intensa, diariamente precisava entrar em contato com os departamentos de compras, comercial e linha de produção, entre outros. Expondo a real importância de cada um. 2.3.1 GESTÃO DE PROJETOS O setor denominado Gestão de Projetos da empresa Flessak, é responsável pela Gestão dos Projetos na parte de usinas hidrelétricas e serviços em geral. Pode-se dizer que este setor elabora cronogramas para gerenciamento de projetos, voltados para fornecimento de equipamentos elétricos. Levantamento de custos e tempos para execução dos projetos a fim de atender ao escopo de fornecimento. Elaboração de orçamentos, propostas comerciais e contratos, visando atender as necessidades e expectativas dos clientes e negociações com os mesmos, ou seja, prospectam novos negócios. 13 2.3.2 ENGENHARIA O setor de engenharia da empresa Flessak, é responsável pelo desenvolvimento de todos os projetos referente as usinas hidrelétricas, que vão desde a montagem de painéis e geradores, até a montagem em obras, onde são elaborados projetos de iluminação, eletromecânico, subestação, aterramento e mecânicos. Atualmente, o setor de engenharia conta com 20 colaboradores, 7 deles com formação em Cursos da UTFPR – PB, deixando evidente a importância de haver uma Universidade Federal para melhor desenvolvimento de empresas da região do Sudoeste Paranaense. 2.3.3 MONTAGEM DE PAINÉIS (SISTEMA ELÉTRICO). O setor de montagem de painéis da Flessak é responsável por realizar todo o processo produtivo de fabricaçãodos painéis, sendo eles de alta e baixa tensão, com diversas finalidades. Este setor é comandado pela Engenharia, visando atender os prazos estipulados no momento em que são assinados os contratos. A figura 5 apresenta o setor de montagem de painéis de alta e baixa tensão. Figura 5: Setor de montagem de painéis Fonte: Acervo Flessak, 2018. 14 2.3.4 MONTAGEM MECÂNICA (GERADOR). O setor de montagem mecânica da Flessak é o responsável por todo o processo produtivo de fabricação dos geradores e pontes rolantes. A figura 6 apresenta o setor de corte da Flessak e a figura 7 o setor de montagem mecânica, onde dispõe do corte, caldeiraria, usinagem, almoxarifado e montagem. A empresa possui 5 máquinas de corte: Laser, Jato d’agua, Oxicorte, Plasma e Serra-fita. As quais são utilizadas para a produção dos Geradores, Pontes Rolantes, Painéis e Subestações. A escolha da máquina de corte é determinada a partir do material a ser cortado, sua espessura, necessidade de acabamento, tolerâncias, demanda e hora-máquina. As máquinas para Usinagem presentes na fábrica são: Torno Platô de Ø5m para 15 toneladas; Torno Horizontal com dimensões de 6 x 2 m, para até 20 toneladas; Centro de Usinagem CNC; Furadeira Radial de Ø 5m x 1m, entre outros Tornos convencionais. Ainda na caldeiraria existe um forno de alívio de tensões utilizados para fazer o tratamento Térmico nas carcaças dos Geradores. Com 4 queimadores alimentados a Diesel, possui uma capacidade térmica de 700ºC, com dimensões de Ø6 x 2 m. Figura 6: Setor de corte Fonte: Acervo Flessak, 2018. 15 Figura 7: Setor de montagem mecânica Fonte: Acervo Flessak, 2018. 2.3.5 GERADORES E PONTES ROLANTES A seguir são apresentadas algumas figuras referentes aos produtos Flessak. A figura 8 é um gerador fabricado para uma usina hidrelétrica e as figuras 9 e 10 uma ponte rolante. Figura 8: Gerador hidrelétrico. Fonte: Acervo Flessak, 2018. 16 Figura 9: Ponte Rolante em Projeto Fonte: Acervo Flessak, 2018. Figura 10: Ponte Rolante em Obra Fonte: Acervo Flessak, 2018. 17 2.4 ORGANOGRAMA DA EMPRESA O organograma simplificado da empresa Flessak apresenta apenas os setores do ramo indústria e usinas. Circulado em vermelho, encontra-se o setor em que o estágio foi realizado. Figura 11: Organograma do ramo indústria e usinas da empresa Flessak. Fonte: Acervo Flessak, 2018 . 18 3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS Os projetos realizados durante as atividades desenvolvidas no período de estágio, não estão mencionados por uma sequência cronológica, ou pela dificuldade, e sim pela quantidade de informações e registros disponíveis do projeto. Vale salientar que alguns dados são restritos para uso exclusivo da empresa Flessak, não apresentados detalhadamente neste documento. 3.1. MANUAL DE MONTAGEM, OPERAÇÃO E MANUTENÇÃO DE PONTES ROLANTES O manual é um guia de instruções de grande importância na hora de transmitir informações às pessoas que conduzem a montagem da Ponte Rolante em obra, onde normalmente é feito pela equipe da Flessak, também para quem vai operar e fazer a manutenção. É um item obrigatório para as Pontes Rolantes fabricadas a partir de 2018, importante para a empresa Flessak quando relacionado aos itens de contrato e garantia do equipamento. A empresa já possuía em seu escopo o Manual para Geradores Horizontais e Verticais. Com o aumento das vendas de Pontes Rolantes surgiu a necessidade da criação de um manual específico para a empresa. O Manual foi descrito, com base nos conceitos apresentados pelas normas do assunto, pelo contato com colaboradores que utilizam o equipamento e registros encontrados em sites de marcas concorrentes. Após finalizado, os Engenheiros Vitor Pedrotti e Diego Faenello verificaram e o Engenheiro Felipe Andretta aprovou o documento. Dentre os itens que constituem o Manual, estão: Características Técnicas da Ponte Rolante, Instruções Gerais, Aspectos Gerais, Montagem, Operação, Manutenção, exemplo de plano de manutenção, Segurança, Inspeções e Recomendações. No escopo do Manual, cita-se sobre as Normas NBR 8400 (Cálculo de equipamentos para levantamento e movimentação de cargas), NR 11 (Transporte, Movimentação, armazenagem e Manuseio de Materiais) e NBR 8800 (Projeto de estruturas de aço e estruturas mistas de aço e concreto de edifícios). Em anexo ao Manual, cada Ponte Rolante possui seu desenho Dimensional, Desenho Isométrico, Diagrama Elétrico de Força do Painel e um breve treinamento de sinais convencionais utilizados na movimentação pelos operadores. 19 3.2. DIMENSIONAMENTO DE PONTE ROLANTE 5 TONELADAS As Pontes Rolantes são equipamentos utilizados no transporte e elevação de cargas, normalmente são colocadas dentro de uma edificação, deslocando cargas e materiais no sentido vertical, transversal e longitudinal. A capacidade de carga pode variar de 0,5 a 60 Toneladas, podendo ser montadas em pequenos vãos, de aproximadamente 5 metros, até em grandes vãos que chegam a 20 metros. As atividades dos projetos mecânicos de Pontes são divididas entre dois projetistas, um desenhista e um Engenheiro, o qual analisa todo o projeto, sugerindo o que precisa ser alterado e o que pode ser enviado para produção. Nesse projeto Vitor Pedrotti fez o dimensionamento da viga W e as simulações, eu realizei o acompanhamento e posteriormente projetei e detalhei algumas peças, participei de orçamentos, lista de materiais, efetuei contato direto com fornecedores de produtos que precisávamos para fabricação do equipamento e acompanhei a fabricação. Uma observação interessante nesse momento, foi a análise do histórico e banco de dados da empresa, visto que os projetos anteriores, são consultados quando se tem dúvidas ou melhorias. Para o dimensionamento da Ponte Rolante de 5 Toneladas, com vão entre centro de rodas de 11,22 metros, e altura de elevação de 8 metros, foi utilizado o Software da empresa. Com a entrada dos dados, decidiu-se que o melhor custo benefício seria uma Monoviga, o qual seu perfil W foi escolhido a partir de catálogo do fabricante conforme figura 12. Figura 12: Perfil W da Monoviga para 5 Toneladas Fonte: Acervo Flessak, 2018. 20 Para o dimensionamento da Ponte Rolante é observado o Fator de segurança para três testes. O primeiro teste com a capacidade nominal da ponte, o segundo com 120% da capacidade nominal e o terceiro teste com 140% da capacidade da Ponte. Para posteriormente analisarmos as flechas máximas da viga. A Flambagem lateral (FLT), Flambagem local (FLM e FLA) também foram verificadas no projeto para obter a aprovação. Após determinar a Viga da Ponte Rolante, o próximo passo é escolha da talha elétrica, a qual é acoplada no carro da ponte, responsável pelo movimento de elevação da carga. Uma análise técnica e econômica foi considerada, para verificar se a Talha Elétrica seria mais viável comprar ou fabricar. Após algumas discussões com a engenharia e a Gerência, foi determinado a compra da Talha, pois envolviam questões de tempo para entrega do projeto, custo de mão de obra e materiais. Para seleção da Talha, foi informado todos os dados necessários para o fornecedor Sansei Talhas, a figura 13 mostra a Talha escolhida e suas características. Figura 13: Catálogo da Talha Elétrica escolhida Fonte: Acervo Flessak, 2018. A simulação da viga pode ser visualizada nas figuras 14, 15 e 16. Onde coloca-se as variáveis de fixação e gravidade, depois de gerada a malha desejada, tem-se os resultados de deslocamento etensão equivalente de Von Mises. 21 Figura 14: Simulação da Viga utilizando o Software Ansys Fonte: Acervo Flessak, 2018. Figura 15: Simulação da Viga utilizando o Software Ansys Fonte: Acervo Flessak, 2018. 22 Figura 16: Simulação da Viga utilizando o Software Ansys Fonte: Acervo Flessak, 2018. Na linha de produção, conforme pode ser visto nas figuras 17 e 18, a Ponte Rolante está na fase de pintura, a Viga principal e as cabeceiras já estão soldadas. Figura 17: Ponte na fase de pintura inicial Fonte: Autoria própria, 2018. 23 Figura 18: Ponte na fase de pintura finalizada Fonte: Autoria própria, 2018. A Figura 19 mostra a Ponte Rolante concluída, com todos os equipamentos instalados: talha elétrica, roldanas, olhal de içamento, fins de curso, painel e toda a parte elétrica instaladas. Seguindo o padrão dos testes da Ponte, ela está avaliada, faltando apenas o teste com carga, que será feito em obra. A ponte está pronta para ser entregue ao cliente. Figura 19: Ponte Rolante concluída Fonte: Autoria própria, 2018. 24 3.3. USINAGEM CNC DO GANCHO DE UMA PONTE ROLANTE Durante meu estágio não obrigatório, em uma empresa de Fundição e Usinagem, obtive conhecimentos na área, principalmente de Usinagem CNC (Comando numérico computadorizado). Onde juntamente com os conhecimentos da matéria na Universidade dispus com confiança para participar do desafio proposto, fazer a programação de usinagem do Gancho. O Projetista Willian Ludvig, o qual era responsável pela programação do CNC e foi realocado para o departamento de Automação, auxiliou e acompanhou em toda a programação, expondo seus conhecimentos na área, com dicas e na preparação de um treinamento utilizando o Software EdgeCAM. O gancho de Ponte Rolante é um equipamento que participa dos içamentos de cargas variadas. Faz parte do conjunto do moitão, juntamente com outros componentes essenciais: como flanges, rolamentos, travas, eixos e roldanas. O gancho, que interliga a carga içada com o moitão e o cabo de aço tem uma versatilidade enorme, e está sujeito a cargas e tensões durante cada ciclo de elevação. O gancho em estudo passa por 4 processos internos na linha de produção: corte, usinagem, pintura e montagem. No corte, o gancho passa pela máquina de corte Oxicorte, pois possui espessura de 4”, sendo essa a máquina escolhida para essa espessura de chapa. A usinagem do Gancho é dividida em duas partes, uma no Torno convencional, para fazer a rosca da ponta do gancho, e outra no CNC para fazer a usinagem de perfilamento, acabamento da peça e especificar o porta trava. Para fazer a usinagem CNC, levanta-se primeiramente as ferramentas disponíveis pelo operador, qual ponto define o zero peça, indicando as variáveis de corte: avanço, rotação e profundidade do corte. Na figura 20 pode ser visualizado a preparação do gancho para fazer a usinagem com a peça de usinagem/corte e seu ponto zero peça. 25 Figura 20: Desenho do Gancho utilizando o Software SolidWorks Fonte: Acervo Flessak, 2018. Dados do Gancho para a Ponte Rolante de 16 toneladas: Massa do Gancho: 118 kg Material: Chapa de Aço A36 Dimensões: 655 x 375 x 101,6 mm Com o projeto do Gancho desenhado, realiza-se uma simulação utilizando o Software Ansys para representar as cargas que o Gancho irá suportar. Na figura 21 visualiza-se a simulação do Gancho. 26 Figura 21: Simulação do Gancho utilizando o Software Ansys Fonte: Acervo Flessak, 2018. Com o projeto finalizado e a Usinagem do Gancho feita utilizando o Software EdgeCAM, os engenheiros Vitor Pedrotti e Felipe Andretta, os quais são engenheiros mecânicos formados pela UTFPR-PB, verificam e aprovam o projeto conforme a figura 22. Figura 22: Simulação da usinagem do Gancho utilizando o Software EdgeCam Fonte: Acervo Flessak, 2018. Na figura 23 pode ser visualizado o Gancho posicionado dentro do Centro de Usinagem CNC disponível na empresa, modelo Sunlike 2063. 27 Figura 23: Gancho posicionado dentro do CNC Fonte: Autoria própria, 2018. Conforme figura 24, após passar pelos processos de corte, usinagem, pintura e montagem no moitão. O Gancho está instalado na Ponte Rolante, sustentado pelo conjunto do moitão, o qual é mantido pelo cabo de aço de Ø3/4”. Figura 24: Gancho posicionado na ponte rolante Fonte: Autoria própria, 2018. 28 3.4. DIMENSIONAMENTO DE UMA PONTE ROLANTE 16 TONELADAS Ponte Rolante Bi-viga têm duas vigas principais na qual a carga é transladada e estão conectadas a duas vigas de cabeceiras que correm nos trilhos. Essa Ponte Rolante irá atuar em uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), a qual possui uma capacidade de 16 Toneladas, uma elevação de 11 metros, e vão entre rodas de 6,8 metros. Seguindo a Norma, NBR 8400 – Cálculo de equipamentos para levantamento e movimentação de cargas, a fim de fazer o dimensionamento das vigas e dos equipamentos, necessita-se dos dados técnicos e suas características: Ambiente de serviço – Coberto Velocidade de elevação – 2,4 m/min Velocidade de translação – 15 m/min Classe de utilização - A Estado de carga – 1 Classificação da Estrutura – 2 Com esses dados e algumas interações a Ponte Rolante pode ser dimensionada completamente. Primeiramente inicia o projeto do Carro Transversal. O layout do Carro Transversal em software CAD 3D pode ser visualizado na figura 25. Figura 25: Layout do Carro Transversal Fonte: Acervo Flessak, 2018. 29 Em que: 1. Motofreio de elevação; 2. Redutor de elevação; 3. Moitão; 4. Tambor; 5. Painel elétrico; 6. Conjunto de translação do carro. O Roteiro de cálculos para o desenvolvimento do Projeto é analisado na sequência pré-estabelecida, conforme listada a seguir: Escolha do diâmetro do cabo; Escolha da largura e diâmetro do Tambor; Números de cabo de sustentação; Comprimento do Cabo de aço; Escolha do motor de elevação; Cálculo da redução necessária para o redutor; Cálculo da reação máxima por roda do carro; Seleção dos Rolamentos; Viga do Carro Transversal; Viga da Ponte Maior; Passarela; Moitão; Eixo das Rodas; Dimensionamento das Roldanas; Suporte, trava rodas e içamentos; Após concluído o projeto, com os desenhos, detalhamentos, simulações e outras análises, a produção recebe todas as peças para a montagem final da Ponte. Nas figuras 26, 27 e 28 podem ser visualizados os desenhos 3D e as simulações da Viga principal da Ponte Rolante. Por mais que o contato com desenhos, projetos e com o Software Solidworks é oferecido desde os primeiros anos da faculdade, nessa etapa de projeto, principalmente com desenho e detalhamento reconheço que senti dificuldades de interpretação técnica. Porém, com treinamentos, paciência e auxílio de colegas de trabalho, obtive melhoras 30 significativas, no que se refere à análise e interpretação dos projetos, de forma que, após certo tempo, consegui colocar em prática o que a mim foi direcionado. Figura 26: Projeto da Ponte Rolante em 3D Fonte: Acervo Flessak, 2018. Figura 27: Malha da Simulação da Ponte Maior utilizando Solftware Ansys Fonte: Acervo Flessak, 2018. 31 Figura 28: Resultados da Simulação da Ponte Maior utilizando Solftware Ansys Fonte: Acervo Flessak, 2018. No setor da produção a maior parte das peças passam pelo Corte, Usinagem, Soldagem, Pintura e Montagem. Após finalizar o projeto e a fabricação do equipamento,a Ponte é transportada para o Local onde será instalada e realizado os testes finais. Na figura 29 verifica a instalação da Ponte Rolante dentro da Casa de Força em uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH). Na figura 30 pode-se analisado o interior de uma Casa de Força ainda em fase de construção. A Casa de força é o coração da Usina Hidrelétrica, onde as Turbinas e os Geradores são instalados. Figura 29: Instalação da Ponte Rolante na Casa de Força. Fonte: Acervo Flessak, 2018. 32 Figura 30: Casa de Força onde a Ponte Rolante será instalada Fonte: Acervo Flessak, 2018. 3.5. ATIVIDADES EXTRAS Esse tópico apresenta demais atividades relacionadas ao período de estágio. Vale salientar que cada atividade da engenharia é recebida pelo Gerente, onde o próprio delega a função para o colaborador mais adequado. As atividades estão somente listadas pois contam com poucas informações, ou documentos restritos, ou a análise do projeto ainda não foi concluída: 3.5.1. Proteção de disco de freio parafusada x soldada O Disco de Freio é um dos principais componentes do Gerador, é acoplado ao eixo e possuem em média Ø1200mm, com espessura que pode variar de 30 mm a 100 mm. Seguindo a norma NR 12 o volante deve ser protegido, essa proteção é conhecida como proteção de disco de freio. Foi realizado um estudo para verificar qual método seria mais viável, a fabricação da proteção Soldada ou parafusada. Foi levada em consideração a opinião dos projetistas, engenheiros e montadores das usinas. E por questão de instalação e manutenção, ficou definido o projeto com a proteção de disco de freio 33 parafusada. Na figura 31 pode-se verificar a proteção soldada, e na figura 32 a proteção parafusada juntamente com algumas melhorias de projeto. Figura 31: Proteção do Volante Soldada Fonte: Acervo Flessak, 2018. Figura 32: Proteção do Volante Parafusada Fonte: Acervo Flessak, 2018. 34 3.5.2. Forno de tratamento térmico: diesel x etanol x gás O forno para tratamento térmico construído na empresa é utilizado para o tratamento de alívio de tensão para os componentes do gerador, quando possuem muita solda, como na carcaça ou nas bases de fixação. Possui as dimensões de Ø 6 metros x 2 metros, podendo chegar a temperatura de 700º C. Na figura 33 pode ser visualizado o forno em tratamento para carcaças dos geradores. Atualmente 4 queimadores a diesel são utilizados para o processo. O estudo tem o objetivo de analisar qual combustível para o forno possui a maior viabilidade, diesel x etanol x gás. Foi realizado o contato com fornecedores e orçamentos foram realizados para verificar e definir qual será o combustível para o forno. O estudo está em fase de análise pela gerência. Figura 33: Forno de Tratamento Térmico Fonte: Acervo Flessak, 2018. 3.5.3. Dimensional de gerador (medições e detalhamento) 35 Essa atividade normalmente acontece quando a empresa recebe a manutenção ou recuperação dos geradores. Os quais precisam ser desenhados para ficar na base de dados da empresa. Conforme a figura 34, pode ser visualizado um Gerador para reforma. Figura 34: Gerador para reforma Fonte: Autoria própria, 2018. 3.5.4. Dimensionamento de uma ponte rolante 16 toneladas Projeto similar a ponte rolante de 15 toneladas citada anteriormente no relatório. Está em fase de fabricação e o carro transversal em processo de soldagem pode ser visualizado na figura 35. Figura 35: Carro Transversal da Ponte Rolante 36 Fonte: Autoria própria, 2018. 3.5.5. Check list para pontes rolantes A necessidade da criação desse documento veio da grande quantidade dos componentes das pontes rolantes, assim a produção pode verificar se o produto está em conformidade, evitando falhas e faltas na entrega do produto final ao cliente. 3.5.6. Projetos de equipamentos utilizados em subestações Um dos principais serviços da empresa é na realização de projetos para subestações. As subestações são soluções que compõem o sistema de proteção, controle, transmissão e distribuição de energia de alta potência da fonte geradora à consumidora. Nessas obras acontecem serviços de fabricação, montagem e conexão. Os componentes que compõem as subestações, tais como, suportes de equipamentos, cruzetas, caixas de transformadores, para-raios, entre outros, devem ser desenhados e detalhados. A equipe de engenharia elétrica da empresa fornece todas as informações para a equipe de engenharia mecânica. Assim é realizado o projeto dos componentes necessários, juntamente com os desenhos e acompanhamento da produção. 3.5.7. Suporte universal do rotor A necessidade de padronizar sistemas é fundamental para diminuir custos das empresas, pensando nesse fundamento, a criação de um suporte padrão para todos os rotores dos geradores é fundamental. O suporte é utilizado para o transporte do Rotor, que atualmente é fabricado em material MDF, onde é projetado cada base para seu respectivo rotor. O novo suporte será fabricado em aço A-36, e será utilizado para o transporte de todos os rotores, na sua construção é fabricado para suportar cargas de 50 toneladas, na parte superior será fechado com uma borracha para evitar impacto com os polos do rotor. 37 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS “Aprenda com seus erros”, essa foi a frase que carreguei comigo todo o período de estágio, pois em alguns momentos infelizmente errei coisas monótonas como: medidas de peças, desenhos não conformes como projeto, ou na fase de verificações de desenhos, quando algo de errado passou em branco, entre outros. Mas o estágio é isso, é o período preparatório, onde colocamos em prática os conhecimentos e as competências. O estágio é muito importante, sendo definido como um tripé quando relacionamos a Universidade x empresa x estagiário. Onde a empresa precisa seguir trabalhando, reformulando a equipe de trabalho, com pessoas e ideias novas. O estagiário precisa adquirir experiência, ter responsabilidade diante de seus atos, visto que várias pessoas dependem de suas decisões. A universidade quer ser reconhecida, ter um feedback da formação do acadêmico para auxiliar na integração deste na sociedade e se necessário reformular seu plano de ensino. Durante o período de estágio tive mais contato com o setor de Engenharia, onde todos me auxiliaram no que precisei, um ambiente harmônico, com muita troca de informações e conhecimentos, principalmente com os colaboradores que trabalham na área a décadas. Outro ponto diferencial da empresa é sua motivação para que todos os colaboradores possam estudar, fazer algum curso, ou se especializar na área desejada. O período de estágio possibilitou a solução de vários desafios impostos pelo supervisor, alguns demoraram mais que o planejado, tiveram algumas revisões, porém com a prática do dia a dia os projetos foram melhorando. Outra qualidade que a universidade me auxiliou foi na função de ouvir a ideia dos demais colaboradores, onde diariamente realizava perguntas para o pessoal da produção, com o intuito de melhorar e facilitar o serviço deles, que até o momento não era de meu conhecimento a finalidade de várias peças e projetos. A experiência de projeto, trabalho em equipe e gestão proporcionadas pelo projeto de extensão h7- P&D e Centro Acadêmico foram fundamentais para o período de estágio. Pois, tive facilidade em falar em público, comunicar com os colaboradores, atender fornecedores e clientes. Na empresa júnior atuei na área administrativa e financeira, onde auxilio meu trabalho na empresa com a parteburocrática, por exemplo para fazer a compra de um equipamento, passava por várias analises de colaboradores, até a chegada da mercadoria. Levando-se em consideração as tarefas executadas durante o período de estágio, as principais disciplinas utilizadas, do curso de Engenharia Mecânica: Mecânica dos Sólidos, Desenho de Máquinas, Desenho Técnico, Usinagem, Soldagem, Tratamentos 38 Térmicos, Elementos de Máquinas, Projetos de Componentes Mecânicos, Gestão de Pessoas e Gestão da Produção, entre outras que contribuíram de forma indireta. Em um panorama geral, após finalizado o estágio, algumas melhorias foram verificadas, as quais serão analisadas e estudadas com maiores intensidades. A empresa está sempre buscando a melhoria continua, está com a matriz bem estruturada, na busca pela Certificação ISO 9001, com as filias bem instaladas. Para o futuro da empresa posso arriscar o fornecimento de outros serviços, tais como: Fabricação de mancais de deslizamentos, Turbinas Hidráulicas e Unidades Hidráulicas. Por fim, um dos pontos mais importantes a considerar no decorrer do estágio foi a convivência com as pessoas que compõe o quadro de colaboradores da empresa. Essa troca de experiências foi muito importante e certamente foi o principal ganho adquirido no período de estágio na empresa. 39 REFERÊNCIAS ACERVO FLESSAK. Geração de energia. Francisco Beltrão-PR, 2018. MAFUANI, F. Estágio e sua importância para a formação do universitário. Disponível em: http://www.iesbpreve.com.br/base.asp?pag=noticiaintegra.asp&IDNoticia=1259> Acesso em: 28 de Março de 2018. INDUSTRIAL S/A, FLESSAK ELETRO. Flessak Eletro Industrial S/A. Disponível em: <http://www.flessak.com.br> Acessado em: 01 de Abril de 2018.
Compartilhar