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Toxicologia Forense: Venenos e Tóxicos

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Medicina Legal | Toxicologia Forense 
Prof. Paulo Coen | paulocoen.adv@gmail.com
MEDICINA LEGAL 
PONTO 2: 
Toxicologia Forense 
Toxicologia 
- O que é intoxicação
- O que é agente tóxico ou toxicante
- Elementos básicos da toxicologia
Objetivos da Toxicologia 
Diagnóstico, 
Controle, 
Profilaxia, 
Tratamento das intoxicações
“Venenos” ou “Tóxicos”: 
“substâncias de qualquer natureza que uma vez introduzidas, assimiladas e metabolizadas pelo organismo podem 
levar a danos da saúde física ou psíquica, inclusive a morte” 
“substâncias que quando introduzidas no organismo em quantidades relativamente pequenas e agindo 
quimicamente, são capazes de produzir lesões graves à saúde, no caso do indivíduo comum e no gozo de relativa 
saúde” (Delton Croce) 
quaisquer substâncias da natureza podem atuar como “tóxicos” (até a água); 
nem todas podem ser consideradas como tal: tóxico x toxicididade: 
“toxicidade”: capacidade inerente de uma substância de produzir risco ou perigo ao organismo. 
Em Toxicologia são estudadas apenas as poucas substâncias que têm essa característica 
 Classificação dos ‘Tóxicos’: 
“drogas”, “entorpecentes”, “psicotrópicos” são: substâncias químicas que agem sobre o cérebro, produzindo 
estados de excitação, depressão ou alterações variadas no psiquismo. 
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Classificação dos venenosou tóxicos: G. França (1998) 
“Toxicomania” e “Toxicofilia” 
 “estado de intoxicação crônica ou periódica, prejudicial ao indivíduo e nociva à sociedade, pelo consumo repetido 
de determinada droga, seja ela natural ou sintética.” (O.M.S.) 
Características: 
a) compulsão: necessidade invencível do uso
b) tolerância: aumento gradual da dose para obter os mesmos efeitos
c) dependência - física ou psíquica: tende a desencadear crises de abstinência na privação da droga.
Dependência química (“Farmacodependência): 
Estado psíquico e às vezes físico causado pela interação entre organismo e um ou mais fármacos caracterizado por 
modificações no comportamento e impulso irreprimível do uso da substância, seja por seus efeitos, seja para evitar 
o mal-estar da privação. (O.M.S.)
Dependência química (“Farmacodependência): 
- dependência psíquica: compulsão de consumo periódico ou contínuo da droga para obtenção de prazer ou para
alívio de um mal-estar
- dependência física: marcada por transtornos de natureza física ou pela “síndrome da abstinência” quando não há o
consumo da droga.
Etiologias da intoxicação: 
Voluntária: homicida, suicida 
Acidental: doméstica, ambiental, ocupacional, medicamentosa, social 
Iatrogênica: mau uso de remédios (analgésicos, psicoterápicos, anorexígenos, etc.) prescritos por médicos, e que 
acabam por gerar adição e dependência 
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Toxicocinética 
Caminho percorrido pela substância no organismo: 
Exposição – parenteral, dérmica, oral, pulmonar, mucosa, conjuntiva 
Absorção – passagem do tóxico através das membranas até o sangue 
Excreção – renal, saliva, suor, unha cabelo, ossos, esperma, mamária, fecal 
Biotransformação: 
A administração repetida de um substância frequentemente estimula a atividade enzimática, aumentando a sua 
própria biotransformação. 
 Tolerância 
Necessidade de doses crescentes para o mesmo efeito 
Classificação de Deley e Deniker* divide os psicotrópicos em: 
a) psicolépticos
b) psicanalépticos
c) psicodislépticos
d) pampsicóticos
* classificação modificada, que incluiu a 4ª categoria
a) Psicolépticos:
Deprimem o S.N. diminuindo:
- motricidade
- sensibilidade
- emoções
- raciocínio.
Dedativos psíquicos que inibem a motricidade, sensibilidade, emoções e raciocínio. 
Dividem-se em: 
* hipnóticos (barbitúricos)
-principais fontes de farmacodependência iatrogênica
- indutores do sono, tanto de ação muito rápida, rápida, regular ou lenta 
* tranquilizantes (ataráxicos):
- relaxantes musculares, anticonvulsivantes, ansiolíticos
- neurolépticos (timolépticos): anestésicos, antipsicóticos, geram indiferença mental.
b) Psicanalépticos:
estimulantes do S.N.C.
levam à euforia
prolongam a vigília
sensação de incremento na atividade intelectual
exemplos principais: anfetaminas e anorexígenos
importante fonte de farmacodependência iatrogênica
- Dividem-se em:
Nooanalépticos, psicotônicos e psicoestimulantes:
- moderadores do apetite e euforizantes
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Timoanalépticos ou antidepressivos: 
- antipsicóticos que:
em pequenas doses provocam sonolência
em grandes doses provocam insônia
c)Psicodislépticos (psicotóxicos/psicodélicos/psicomiméticos/alucinógenos):
produzem dissociação do psiquismo
alteram limites do ego, sem afastar muito a consciência
alucinações, delírios
divididos em: 
Alucinógenos:
- Causadores de alucinações; ex: psilocibina (do cogumelo Psylocibe mexicana), mescalina (do cactus mexicano
Peyotl)
Despersonalizantes:
- Alteram a personalidade, desagregando-a; ex: LSD-25 (Liserber Saure Diethylanid)
d) Pampsicóticos:
drogas modernas usadas como anticonvulsivantes
podem levar à dependência psíquica e física
têm aplicação clínica em estados de angústia ou depressão
benéficos somente quando usados com orientação médico-psiquiátrica
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Sinopse geral das drogas psicotrópicas
Perícia Toxicológica: 
distinção entre traficante, usuário e traficante-usuário eventual 
deve ser realizada a qualquer momento após a prisão 
evitar falso negativo devido à eliminação da droga do organismo 
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Delton CROCE: exame deve ser feito até 4 horas após a colheita da amostra: evitar transformação que impossibilita a 
detecção 
Laudo de constatação e laudo toxicológico: 
a) laudo de constatação:
- não é a perícia, apenas informação após a prisão
- não possui eficácia para comprovação da materialidade
- apenas corrobora auto de prisão em flagrante
b) laudo toxicológico:
- exame toxicológico propriamente dito;
- exame químico que estabelece o diagnóstico e prova a materialidade do delito;
- indispensável à imputação e julgamento
Quesitos usuais: 
1 - há sintomas de uso de substâncias químicas que causem dependência física ou psíquica? 
2 - já há sinais de dependência física ou psíquica e em qual grau? 
3 - devido ao uso de drogas, o periciando no momento do exame apresenta-se capaz de entender o caráter ilícito de 
seus atos? 
4 - e no momento da prisão em flagrante também o era? 
5 - devido ao uso de drogas, o periciando no momento do exame apresenta-se relativamente incapaz de entender o 
caráter ilícito de seus atos? 
6 - e no momento da prisão em flagrante também o era? 
7 - o quadro clínico do periciando exige tratamento em regime de internação hospitalar? 
‘ÁLCOOL E A LEI’ 
breve análise médico-legal da Lei 12.760 de 20 de dezembro de 2012 e da Resolução n° 
432 do ‘Contran’ 
 Álcool etílico: 
- depressor do sistema nervoso central (e não um estimulante)
- efeito inicial estimulante por ação direta da substância na córtex cerebral através da corrente sanguínea.
- Depressor da resposta sexual
- em pequenas doses, abole certos comportamentos e barreiras sociais (ansiolítico).
“Alcoolismo”: “conjunto de anomalias clínicas resultantesde intoxicação pelo consumo excessivo e 
prolongado de bebidas alcoólicas”. 
Doença: nº 303.9/2 na C.I.D. 
Inato (causa genética?) que se manifestará no futuro por algum dos tipos de psicoses alcoólicas, e não 
necessariamente externa. 
O.M.S.: o alcoolismo se processa em 4 fases:
I – fase pré-alcoólica sintomática ou fase alfa de Jellineck: uso social do álcool e estado de gratificação após o
consumo. Duração média: poucos meses a 2 anos;
II – fase prodrômica ou fase beta de Jellineck: instalação do hábito de beber acompanhado de sentimento de culpa,
vergonha, agressividade com possibilidade de períodos de amnésia;
III – fase crucial ou fase gama: consumo exagerado de álcool, agressividade, negligência pessoal e com relação ao
trabalho. Possível ocorrência de remissões e recidivas.
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IV – fase crônica: decadência física, psíquica e social. Possibilidade de ocorrer psicose alcoólica, alucinações visuais e 
delirium tremens. 
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