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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS ................................................. 4 2 OBJETIVOS DO ESTUDO DA GESTÃO DE PESSOAS ............................ 7 3 AS DIFERENTES ERAS DAS ORGANIZAÇÕES ....................................... 7 3.1 Era da Industrialização Clássica .......................................................... 8 3.2 Era da Industrialização Neoclássica ..................................................... 9 3.3 Era da Informação e do Conhecimento .............................................. 10 4 MODERNA GESTÃO DE PESSOAS ........................................................ 11 5 RECRUTAMENTO .................................................................................... 15 5.1 Recrutamento interno ......................................................................... 16 5.2 Recrutamento externo ........................................................................ 17 6 SELEÇÃO ................................................................................................. 19 6.1 Entrevistas de Seleção ....................................................................... 21 6.2 Provas ou testes de conhecimento .................................................... 21 6.3 Testes psicológicos ............................................................................ 22 6.4 Testes de personalidade .................................................................... 22 6.5 Técnicas de simulação ....................................................................... 23 6.6 O processo seletivo ............................................................................ 23 7 PROCESSO DE APLICAR PESSOAS ..................................................... 24 7.1 Descrição de Cargos .......................................................................... 25 7.2 Avaliação de desempenho ................................................................. 26 8 PROCESSO DE RECOMPENSAR PESSOAS ......................................... 33 8.1 Remuneração ..................................................................................... 33 8.2 Os Benefícios ..................................................................................... 35 9 SOCIALIZAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES ............................................................................................. 42 9.1 Socialização de Novos Colaboradores ............................................... 42 3 9.2 Treinamento de pessoas nas organizações ....................................... 44 9.3 Desenvolvimento de pessoas nas organizações ................................ 48 10 CULTURA ORGANIZACIONAL ............................................................. 49 10.1 Resistência às Mudanças nas Organizações .................................. 51 BIBLIOGRAFIA ............................................................................................... 55 4 1 INTRODUÇÃO À GESTÃO DE PESSOAS Existem muitas visões diferenciadas sobre a origem da Administração de Recursos Humanos. Entretanto, existe um certo consenso entre os estudiosos de que a ARH – Área de Recursos Humanos, de um modo informal, já existia nas primeiras civilizações mesopotâmicas (egípcia, hebreia, etc.). Posteriormente nos Impérios Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano a ARH se desenvolveu bastante. Os principais precursores da Administração Científica do Trabalho são os seguintes: Frederic Winslow Taylor (1856-1915): Esse engenheiro norte-americano foi o responsável pela difusão de ideais sobre organização nas empresas, tais como: Estudo de movimentos e tempos para a determinação do padrão de trabalho; Estudo do sistema de salários diferenciados; Divisão do trabalho; Seleção adequada dos trabalhadores de modo que cada um execute o trabalho para o qual está melhor preparado e é mais inclinado; Criação de espírito de colaboração entre a administração e os operários; Subdivisão da empresa em vários setores, criando o setor de Recursos Humanos (relações Industriais); Divisão do trabalho entre os vários departamentos, de acordo com o princípio da especialização. Henry Lawrence Gantt (1861-1919): Esse engenheiro norte-americano formulou várias teorias sobre relações humanas no trabalho, além de um sistema de remuneração de trabalhadores. Frank B. Gilbreth e Lílian M. Gilbreth (séc. XIX-XX): Este casal de norte- americanos dedicou toda a sua vida aos estudos dos movimentos no trabalho. Estabeleceram a sequência do tipo de movimentos adequado para um trabalho mais rápido e eficiente. 5 Henry Fayol (1841-1925): Nascido na Turquia e morreu em Paris, França. Fayol desenvolveu estudos sobre como dirigir pessoas e atividades. Destacou as qualidades exigidas de um gerente de empresas, para que obtenha êxito nas decisões administrativas (planejamento, organização, direção e controle). Administração de Recursos Humanos (ARH), Administração de Pessoas, Gestão de Pessoas (GP), Gestão de Recursos Humanos (GRH) são termos utilizados como sinônimos para designar a área ou departamento da organização destinado ao gerenciamento das pessoas que ali trabalham. São atribuições da GP em uma organização: Traçar o perfil dos candidatos às vagas a serem preenchidas; Fazer o recrutamento e seleção de pessoas para ocupar cargos vagos; Cuidar da documentação pessoal dos funcionários; Informar os funcionários quanto aos seus direitos e deveres trabalhistas; Promover a capacitação, aprimoramento e desenvolvimento dos trabalhadores; Implementar políticas de cargos, salários e benefícios indiretos; Organizar o trabalho dos empregados de tal modo a aumentar a produtividade; Implementar programas de melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores; Promover a assistência social com os trabalhadores e suas respectivas famílias; Implementar os programas de segurança organizacional; Mediar conflitos entre patrões e empregados; Outras atribuições. O Departamento de Gestão de Pessoas de uma grande organização, geralmente possui ligado a si os seguintes setores: Setor de pessoas – registro de funcionários, folha de pagamento, benefícios, obrigações legais, férias, 13º salário, rescisões de contratos, resilições, outros. 6 Treinamento e Desenvolvimento de pessoal – capacitar os recursos humanos contratados tanto no âmbito comportamental como nos aspectos técnicos específicos de suas atividades. Relações internas – elo de ligação entre os colaboradores e a direção da organização. Segurança industrial (organizacional) – conjunto de medidas adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e capacidade do trabalhador. Envolve: EPI, CIPA, SESMT, PCMSO, PPRA, PPP. Segurança patrimonial – segurança dos bens da organização e atua na contraespionagem industrial. Assistência social – responde pelo bem-estar e integração social dos funcionários. Nas Micro e Pequenas Empresas a Gestão de Pessoas, geralmente, é realizada pelo Departamento de Pessoas (DP). As profundas e rápidas mudanças no cenário mundial em decorrência da supremacia da Era da Informação sobre a Era Industrial mudaram as Relações Industriais em Administração de Recursos Humanos e está em Gestão de Pessoas. Os novos desafios do terceiro milênio, como a globalização, tecnologia, informação, conhecimento, serviços, ênfase no cliente, qualidade, produtividade e competitividade passaram a exigir uma profunda mudança estrutural, comportamentale cultural, ou seja, uma nova forma de administração de talentos e do capital intelectual. No contexto atual, o conceito de Gestão de Pessoas está baseado nas pessoas como parceiros da organização, ou seja, as pessoas são vistas como seres humanos, como ativadores inteligentes de recursos organizacionais e como parceiros proativos. Assim, as práticas modernas de Gestão de Pessoas envolvem seis processos básicos: 1- Processos de agregar pessoas 2- Processos de aplicar pessoas 3- Processos de recompensar pessoas 4- Processos de desenvolver pessoas 5- Processos de manter pessoas 7 6- Processos de monitorar pessoas 2 OBJETIVOS DO ESTUDO DA GESTÃO DE PESSOAS Diante do contexto apresentado, o estudo da Gestão de pessoas, tem como objetivos levar o aluno/empresário a: Consolidar conceitos relacionados à Gestão de Pessoas; Conhecer os processos básicos da Gestão de Pessoas; Compreender os desafios da Gestão de Pessoas; Conhecer as políticas de Gestão de Pessoas mais utilizadas pelas organizações modernas; Compreender os mecanismos práticos da Gestão de Pessoas e sua importância nas organizações. Fonte: jacquelinerezende.com.br 3 AS DIFERENTES ERAS DAS ORGANIZAÇÕES As organizações estão passando por mudanças e transformações a cada dia, entre elas podemos citar: 8 Introdução de novas e diferentes tecnologias; Modificação dos seus produtos ou serviços; Alteração do comportamento das pessoas; Mudança dos seus processos internos. As organizações estão sempre mostrando diferentes características na sua estrutura e nos seus processos. Essas alterações provocam constantes impactos na sociedade e na vida das pessoas, acelerando cada vez mais as mudanças ambientais. 3.1 Era da Industrialização Clássica Período: 1900 a 1950. Representa o período da industrialização brasileira (Revolução Industrial Brasileira). Características das organizações no período: Formato piramidal; Criação do modelo burocrático; Centralização das decisões no topo das organizações; Criação de regras e regulamentos para disciplinar e padronizar o comportamento dos participantes. A cultura organizacional predominante era voltada para o passado e para a conservação das tradições e valores ao longo do tempo. As pessoas eram consideradas recursos de produção, juntamente com outros recursos organizacionais, como máquinas, equipamentos e capital. A Gestão de Pessoas = Relações Industriais. Existiam três fatores tradicionais de produção: i) Natureza – Matéria-Prima; ii) Capital – recurso financeiro; iii) Trabalho – Produção. O lado humano da organização era esquecido. O homem era considerado um apêndice da máquina. 9 O mundo estava mudando devagar. As mudanças eram: Lentas, Suaves, Progressivas, Paulatinas, Previsíveis. 3.2 Era da Industrialização Neoclássica Período: 1950 a 1990. Teve o seu início com o final da segunda grande guerra mundial. O mundo começou a mudar mais intensamente. As mudanças passaram a ser mais rápida, mais intensas e pouco previsíveis. A velocidade da mudança começou a aumentar. As transações comerciais passaram da amplitude local para regional, de regional para internacional e tornaram-se gradativamente mais intensas. A competição entre as empresas ficou mais acentuada. O velho modelo burocrático, centralizador e piramidal tornou-se inflexível e vagaroso demais para acompanhar as mudanças que ocorriam no ambiente. As organizações tentaram novos modelos de estrutura que pudessem proporcionar-lhes mais inovação e melhor ajustamento às novas condições. Nesse período, houve uma melhoria, mas não o suficiente, pois não removia o emperramento da estrutura funcional. Houve a fragmentação das grandes organizações em unidades estratégicas de negócios para torná-las melhor administráveis e mais ágeis. A cultura organizacional deixou de privilegiar as tradições passadas e passou a concentrar-se no presente, enquanto o conservantismo cedeu lugar à inovação. As Relações Industriais foram substituídas por Administração de Recursos Humanos. As pessoas passaram a ser vistas como recursos vivos e não como fatores apenas de produção. A tecnologia passou por incrível e intenso desenvolvimento e começou a influenciar poderosamente a vida dentro das organizações e as pessoas que delas participavam. Na década de 1980 o mundo continuava mudando. E as mudanças já eram muito velozes e rápidas. 10 3.3 Era da Informação e do Conhecimento Teve seu início por volta de 1990. É a época que estamos vivendo atualmente. Suas características principais são as mudanças, que se tornaram rápidas, imprevistas, inesperadas. Peter Drucker foi o arauto que anteviu essa poderosa transformação mundial. A tecnologia trouxe desdobramentos imprevistos e transformou o mundo em uma aldeia global. A informação (Internet inaugurada em 1995) passou a cruzar o planeta em milésimos de segundo. A tecnologia da informação provocou o surgimento da globalização da economia: a economia transformou-se em economia mundial e global. A competitividade tornou-se mais intensa entre as organizações. O mercado de capitais passou a migrar volatilmente de um continente para outro em segundos à procura de novas oportunidades de investimentos, ainda que transitórias. A estrutura organizacional anterior tornou-se insuficiente para dotar as organizações da agilidade, mobilidade, inovação e mudança necessárias para suportar as novas ameaças e oportunidades. Os processos organizacionais tornaram- se mais importantes do que os órgãos que constituem a organização. Os cargos e funções passaram a ser constantemente definidos e redefinidas em razão das mudanças no ambiente e na tecnologia. Os produtos e serviços passaram a ser continuamente ajustados às demandas e necessidades dos clientes mais exigentes. A estrutura das organizações passou a utilizar equipes multifuncionais de trabalho com atividades provisórias voltadas para missões específicas e com objetivos definidos. A organização do futuro vai funcionar sem limites de tempo, espaço ou distância. Haverá uso totalmente diferente do espaço físico. Escritórios com salas particularizadas darão lugar a locais coletivos de trabalho. As funções de retaguarda serão realizadas na casa dos funcionários. As organizações virtuais serão interligadas eletronicamente e sem papelórios, trabalhando melhor, de maneira mais inteligente e mais próxima do cliente. O recurso mais importante deixou de ser o capital financeiro e passou a ser o conhecimento. O dinheiro continua a ser importante, mas mais importante ainda é o conhecimento sobre como usá-lo a aplicá-lo rentavelmente. O emprego começou a migrar intensamente do setor industrial para o setor de serviços. O trabalho manual 11 foi substituído pelo trabalho mental, apontando para uma era da pós-industrialização fundamentada no conhecimento. As pessoas – e seus conhecimentos e habilidades mentais – passaram a ser a principal base da nova organização. A Administração de Recursos Humanos cedeu lugar a uma nova abordagem: a Gestão de Pessoas. As pessoas deixaram de ser simples recursos (humanos) para serem vistas como seres dotados de inteligência, conhecimentos, habilidades, personalidades, aspirações e percepções. 4 MODERNA GESTÃO DE PESSOAS A gestão de pessoas assume atualmente um novo e importante papel porque os seres humanos se constituem o maior ativo das organizações. Atrair, desenvolver e manter profissionais talentosos e qualificados, alinhadoscom os valores e a cultura da empresa é uma preocupação presente no dia-a-dia das organizações. Ao atuar em segmentos altamente competitivos, as organizações mantêm um amplo programa de benefícios e investimos constantemente no aperfeiçoamento de toda a equipe, visando desenvolver as competências necessárias e garantir uma atuação em sintonia com as suas metas e as rápidas mudanças que acontecem no mundo. Portanto, a gestão de pessoas com foco em resultados, o trabalho em equipe, a iniciativa e a responsabilidade profissional são elementos que fazem parte do perfil requerido dos profissionais contratados pela Gestão de Pessoas. O contexto da Gestão de Pessoas é formado por pessoas e organizações. As pessoas passam boa parte de suas vidas trabalhando dentro de organizações, e estas dependem daquelas para poderem funcionar e alcançar sucesso. De um lado, o trabalho toma considerável tempo de vida e de esforço das pessoas, que dele dependem para sua subsistência e sucesso pessoal. Separar o trabalho da existência das pessoas é muito difícil, quase impossível, em face da importância e impacto que nelas provoca. Assim, as pessoas dependem das organizações onde trabalham para atingir os seus objetivos pessoais e individuais. Crescer na vida e ser bem-sucedido quase sempre significa crescer dentro das organizações. De outro lado, as organizações dependem direta e irremediavelmente das pessoas para operar, produzir seus bens e serviços, atender seus clientes, competir nos mercados e atingir seus objetivos globais e estratégicos. Com toda certeza, as organizações jamais 12 existiriam sem as pessoas que lhes dão vida dinâmica, impulso, criatividade e racionalidade. Na verdade, cada uma das partes depende da outra. Uma relação de mútua dependência na qual há benefícios recíprocos. Uma relação de duradoura simbiose entre pessoas e organizações. Vivemos em uma sociedade de organizações, pois nascemos nelas, aprendemos nelas, servimo-nos delas, trabalhamos nelas e passamos a maior parte de nossas vidas dentro delas. Dentro desse contexto, fica difícil estabelecer uma separação entre o comportamento das pessoas e o das organizações. As organizações funcionam através das pessoas que delas fazem parte, que decidem e agem em seu nome. Vários termos são utilizados para definir as pessoas que trabalham nas organizações: funcionários, empregados, pessoal, trabalhadores, operários, recursos humanos, colaboradores, associados, talentos humanos, capital humano, capital intelectual etc. Até pouco tempo atrás, o relacionamento entre pessoas e organizações era considerado antagônico e conflitante. Acreditava-se que os objetivos das organizações – como lucro, produtividade, eficácia, maximização da aplicação de recursos físicos e financeiros, redução de custos – eram incompatíveis com os objetivos das pessoas – como melhores salários e benefícios, conforto no trabalho, lazer, segurança no trabalho e no emprego, desenvolvimento e progresso pessoal. A solução empregada era a do tipo ganhar-perder: se uma parte leva tudo, a outra fica sem nada. Em uma situação de recursos limitados e escassos, se uma parte ganha mais, ela o faz à custa da outra. Sem dúvida, era uma solução limitada, estreita e com pouca visão. Verificou-se que, se a organização quer alcançar os seus objetivos da melhor maneira possível, ela precisa saber canalizar os esforços das pessoas para que também estas atinjam os seus objetivos individuais e que ambas as partes saiam ganhando. Modernamente, a solução do tipo ganhar-ganhar no jogo de interesses envolvidos é a preferida. Trata-se de uma solução que requer negociação, participação e sinergia de esforços. Assim, o contexto em que se situa a Gestão de Pessoas é representado pelas organizações e pelas pessoas. Em resumo, as organizações são constituídas de pessoas e dependem delas para atingir seus objetivos e cumprir suas missões. E para as pessoas, as organizações constituem o meio pelo qual elas podem alcançar vários objetivos pessoais com um mínimo de tempo, esforço e conflito. Muitos dos objetivos pessoais jamais poderiam ser alcançados apenas por meio do esforço pessoal 13 isolado. As organizações surgem para aproveitar a sinergia dos esforços de várias pessoas que trabalham em conjunto. Sem organizações e sem pessoas certamente não haveria a Gestão de Pessoas. Termos como empregabilidade e empresabilidade são usados para mostrar, de um lado, a capacidade das pessoas de conquistar e manter seus empregos e, de outro, a capacidade das empresas para desenvolver e utilizar as habilidades intelectuais e competitivas de seus membros. Nos tempos atuais, as organizações estão ampliando a sua visão e atuação estratégica. Todo processo produtivo somente se realiza com a participação conjunta de diversos parceiros, cada qual contribuindo com algum recurso. Os fornecedores contribuem com matérias-primas, insumos básicos, serviços e tecnologias. Os acionistas e investidores contribuem com capital e investimentos que permitem o aporte financeiro para a aquisição de recursos. Os empregados contribuem com seus conhecimentos, capacidades e habilidades, proporcionando decisões e ações que dinamizam a organização. Os clientes e consumidores contribuem para a organização adquirindo seus bens ou serviços colocados no mercado. Cada um dos parceiros da organização contribui com algo na expectativa de obter um retorno pela sua contribuição. Cada parceiro está disposto a continuar investindo seus recursos na medida em que obtém retornos e resultados satisfatórios de seus investimentos. Graças ao emergente sistêmico – que é o efeito sinergético da organização -, esta consegue reunir todos os recursos oferecidos pelos diversos parceiros e alavancar seus resultados. Todos os parceiros são indispensáveis para o sucesso da empresa. Acontece que o parceiro mais íntimo da organização é o empregado: aquele que está dentro dela e que lhe dá vida e dinamismo. Dentro desse contexto, a questão básica é escolher entre tratar as pessoas como recursos organizacionais ou como parceiros da organização. Os empregados podem ser tratados como recursos produtivos das organizações: os chamados recursos humanos. Como recursos, eles precisam ser administrados, o que envolve planejamento, organização, direção e controle de suas atividades, já que são considerados sujeitos passivos de ação organizacional. Daí a necessidade de administrar os recursos humanos para obter deles o máximo rendimento possível. Neste sentido, as pessoas constituem parte do patrimônio físico da contabilidade da organização. Mas as pessoas podem ser visualizadas como parceiros das organizações. Como tais, elas são fornecedoras de conhecimentos, habilidades, capacidades e, 14 sobretudo, o mais importante aporte para as organizações – a inteligência, que proporciona decisões racionais e imprime o significado e rumo aos objetivos globais. Desse modo, as pessoas constituem o capital intelectual da organização. As organizações bem-sucedidas se deram conta disso e tratam seus funcionários como parceiros do negócio e não mais como simples empregados contratados. Assim, a Gestão de Pessoas se baseia em três aspectos fundamentais: As pessoas como seres humanos: dotados de personalidade própria, profundamente diferentes entre si, com uma história particular e diferenciada, possuidores de conhecimentos, habilidades, destrezas, e capacidades indispensáveis à adequada gestão dos recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não como meros recursos da organização; As pessoas como ativadores inteligentes de recursos organizacionais: comoelementos impulsionadores da organização e capazes de dota-la de inteligência, talento e aprendizados indispensáveis à sua constante renovação e competitividade em um mundo de mudanças e desafios. As pessoas como fonte de impulso próprio que dinamiza a organização e não como agentes passivos, inertes e estáticos; As pessoas como parceiros da organização: capazes de conduzi-la à excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem investimentos na organização – como esforço, dedicação, responsabilidade, comprometimento, riscos etc. – na expectativa de colher retornos desses investimentos – como salários, incentivos financeiros, crescimento profissional, carreira etc. Qualquer investimento somente se justifica quando traz um retorno razoável. Na medida em que o retorno é bom e sustentação ou aumento do investimento. Daí o caráter de reciprocidade na interação entre pessoas e organizações. E também o caráter de atividade e autonomia e não mais de passividade e inércia das pessoas. Pessoas como parceiros ativos da organização e não como meros sujeitos passivos. A moderna gestão de pessoas procura tratar as pessoas como pessoas e, simultaneamente, como importantes recursos organizacionais, mas rompendo a maneira tradicional de tratá-las meramente como meios de produção. Pessoas como pessoas e não simplesmente pessoas como recursos ou insumos. 15 5 RECRUTAMENTO Em uma época em que o mercado de pessoas é altamente competitivo, pessoas e organizações vivem um contínuo processo de atrair uns aos outros. Da mesma forma que os indivíduos atraem e selecionam organizações formando e informando opiniões sobre elas, as organizações também procuram atrair indivíduos e obter informações a respeito deles para decidir sobre o interesse de admiti-los ou não. Para Araújo e Garcia (2006) o recrutamento é o processo de identificação e atração de um grupo de candidatos, entre os quais serão escolhidos alguns para posteriormente serem contratados para o emprego. O recrutamento tem a função básica de atrair pessoas para suprir às necessidades da organização e abastecer o processo de seleção. Marras (2007) define que o recrutamento é uma atividade de responsabilidade da administração de recursos humanos que tem por finalidade a captação de pessoas interna ou externamente à organização com objetivo de suprir as necessidades de pessoas na empresa. O recrutamento ocorre dentro do contexto do mercado de trabalho, que é o espaço onde ocorre o intercâmbio entre as empresas e as pessoas, e o mercado de recursos humanos que é o conjunto de candidatos que buscam em emprego, este mercado envolve pessoas que estão dispostas a trabalhar e também as que já estão trabalhando. O recrutamento é feito a partir das necessidades de recursos humanos na organização e se divide em três etapas: pesquisa interna das necessidades, pesquisa interna do mercado e a definição das técnicas de recrutar a utilizar formando o planejamento de recrutamento. Para Chiavenato (2009), o planejamento de pessoal é o processo de decisão a respeito dos recursos humanos necessários para atingir os objetivos organizacionais em determinado período de tempo. Flippo (1961) citado por França e Arellano (2002, p. 64) define o recrutamento como “um processo de procurar empregados, estimulá-los e encorajá-los a se candidatar” às vagas em determinada organização”. O processo de recrutamento envolve três etapas: pesquisa interna, técnicas de recrutamento e pesquisa interna. 16 5.1 Recrutamento interno O recrutamento interno ocorre quando a empresa procura preencher as vagas através o remanejamento de seus funcionários vertical ou horizontalmente. Chiavenato (2005) o recrutamento interno atua sobre os candidatos que estão dentro da organização para promovê-los ou transferi-los para outras atividades mais complexas e motivadoras. Para Marras (2009) o recrutamento interno é aquele que privilegia os próprios recursos da empresa, utilizando os meios de comunicação interno para atrair pessoas que já estão na empresa á concorrem a novo cargo. O recrutamento interno pode também evolver transferência de pessoal, promoção de pessoal, transferências com promoção de pessoal, programas desenvolvimento de pessoal e plano de carreiras de pessoal. O recrutamento interno é um bom meio de recrutamento, pois os indivíduos já são conhecidos e a empresa lhes é familiar. Este tipo de recrutamento constitui, ainda, um procedimento bastante econômico e serve para demonstrar que a empresa está interessada em promover seus empregados. Com este tipo de recrutamento o gestor obtém informações mais precisas, a possibilidade de preparação para a promoção e melhoria do moral e das relações internas. (BOAS; ANDRADE, 2009, p. 38). Para Chiavenato (2005) O recrutamento interno funciona através de oferta de promoções de cargo mais elevadas e, portanto, mais complexos e por isso apresenta vantagens e desvantagens como se pode observar a no quadro a seguir: 17 Fonte: Chiavenato, 2005, p. 114 5.2 Recrutamento externo Quando não há candidatos suficientes dentro da empresa para preenchimento das vagas a empresa volta-se para projeção do suprimento externo de vagas. Para Boas e Andrade (2009) o recrutamento externo ocorre quando a organização procura preencher vagas com pessoas de da organização. Esse processo coloca a gestão de pessoas em contato direto com o mercado de recursos humanos e o mercado de produtos e serviços a fim de atender às suas necessidades e interesses. O recrutamento externo ganhou um novo aliado de divulgação à internet, o que enriqueceu o processo seletivo e criou novas fontes de candidatos a emprego e maior competição. Para Chiavenato (2009), o recrutamento externo proporciona novas experiências para a organização ocasionando uma importação de idéias novas e diferentes abrangentes dos problemas internos da organização, além disso enriquece os recursos humanos da organização e aproveita os investimentos em T&D de pessoal feitos por outras empresas ou pelos próprios candidatos. 18 Para Araújo e Garcia (2006) o importante e compreender de forma clara que através das características do recrutamento interno e externo a empresa irá decidir pelo processo que melhor se adequar a realidade da organização. Para Chiavenato (2009a) o recrutamento externo incide sobre candidatos reais ou potenciais, disponíveis ou aplicados em outras organizações e pode envolver uma ou mais das seguintes técnicas de seleção: Consulta aos arquivos de candidatos; Apresentação de candidatos por parte dos funcionários da empresa; Cartazes ou anúncios na portaria empresa; Contatos com sindicatos e associações de classe; Contratos com universidades e escolas, agremiações estaduais, diretórios acadêmicos, centros de integração empresa-escola: Conferências e palestras em universidades e escolas; Contatos com outras empresas que atual no mesmo mercado; Viagens de recrutamento em outras localidades; Anúncios em jornais e revistas; Agências de recrutamento; Recrutamento on-line; Programas de trainees. Para Ratto (2008), o recrutamento externo ajudar a oxigenar o quadro de pessoal, permitindo o contato com o universo de profissionais que com experiências e potenciais de contribuições diferentes. Chiavenato (2005, p.116) apresenta prós e contras do recrutamento e seleção: 19 Fonte: Chiavenato 2005, p.116 6 SELEÇÃO Diante de a grande competitividade no mercado de recursos humanos selecionar pessoas torna-se fundamental, uma vez que são elas que proporcionam produtividade,qualidade e competitividade para as organizações. A seleção integra o processo de agregar valor que funciona após a escolha das técnicas de recrutamento que melhor atendam às necessidades organizacionais vividas no momento parte para o processo de seleção que é a escolha do profissional certo para ocupar o cargo certo. Para França e Arellano (2002) a seleção é a escolha dos candidatos mais adequada para organização, dentre os candidatos recrutados, por meio de vários instrumentos de análise avaliação e comparação de dados. Para Chiavenato (2009) a seleção busca entre s candidatos recrutados aqueles mais adequados aos cargos existentes na empresa, visando manter ou aumentar a 20 eficiência e desempenho de pessoal, bem como a eficácia da organização. Defende ainda que o objetivo da seleção é solucionar dois problemas críticos: adequação do homem ao cargo e eficiência do homem no cargo. Boog e outros (2002) defendem que a escolha dos integrantes de uma equipe sempre estará submetida a fatores implícitos ou explícitos, objetivos ou subjetivos, que define quem será ou não contratado. Fatores relacionados com a empatia ou emoção são difíceis de serem reconhecidos e mensurados não sendo possível controlar, isso tudo reduz as chances de acertos na seleção de pessoal levando o desperdício de tempo recursos e a frustração das expectativas do candidato, para evitar que isso aconteça é fundamental levantar o perfil profissiográfico do candidato. França (2009) define o perfil profissiográfico como o perfil psicológico desejado para o candidato, incluindo os pré-requisitos, habilidades gerais e específicas e potencial de desempenho. Antes de iniciarmos o processo, é preciso que tenhamos em mãos uma análise da função, onde deverão estar escritas todas as tarefas que o cargo envolve as habilidades e conhecimentos necessários para o cargo as responsabilidades que este exige o horário de trabalho, o salário condizente ao cargo, de acordo com o mercado de trabalho, enfim, devemos ter analisado minuciosamente todas as características que são relevantes para o perfeito desempenho numa determinada função. (SEMPLE apud FRANÇA, 2009. p.35). Para Chiavenato (2005) a seleção de pessoal é um sistema de comparação e de escolha (tomada de decisão). A necessidade de coletar informações sobre o cargo ajuda o processo de seleção e cinco maneiras de levantamento de informações sobre o cargo é citada por Chiavenato (2009): Descrição e análise do cargo; Técnicas dos incidentes críticos; Requisição de pessoal; Análise do cargo no mercado e Hipóteses de trabalho. Após obter as informações sobre o cargo a ser preenchido e as competências desejadas é necessário a escolha das técnicas de seleção que mais correspondem à realidade da empresa. “As técnicas de seleção permitem um rastreamento das características pessoais do candidato através de amostras de seu comportamento”. (CHIAVENATO, 2005 p. 138). 21 6.1 Entrevistas de Seleção É a técnica mais utilizada é que mais influencia a decisão final a respeito dos candidatos, deve ser bem elaborada e planejada, sendo o primeiro contato entre a candidato recrutado e gestor da vaga. Para Marras (2007) a entrevista é o método que prevê todas as questões básicas que deverão ser colocadas aos candidatos, de forma padronizada e sistemática. Para Boas e Bernardes (2009) a entrevista é método utilizado em todos os processos de seleção, permitindo que a equipe de recrutamento e seleção tenha contato direto com o candidato e possa angarias informações mais precisas sobre o mesmo. Para França (2009) a entrevista pode aprofundar-se na pesquisa sobre os dados do candidato. Ela deve ser realizada tendo-se questões semi-estruturadas que devem ser apresentadas no decorrer do diálogo entre entrevistador e entrevistado. Ainda para França (2009) entrevista pode se identificar através da linguagem corporal, gestos e posturas o estado emocional bem como o grau de interesse, sua reação aquele momento e levantamento e informações importantes sobre como o candidato reage a diferentes situações. 6.2 Provas ou testes de conhecimento É a técnica utilizada para avaliar os conhecimentos e habilidades adquiridos através do estudo, da prática ou do exercício. Conforme França e Arellano (2002), as provas específicas visam ampliar os conhecimentos profissionais que o candidato possui, imprescindíveis para o bom desempenho da função. Para Chiavenato (2009) as provas de conhecimento ou de capacidade são instrumentos para avaliar objetivamente os conhecimentos e as habilidades adquiridas através do estudo, da prática do exercício. Procuram medir o grau conhecimentos profissionais e técnicos exigidos pelo cargo. Para este tipo de técnica de seleção há uma gama que deverá ser escolhida de acordo com o perfil e atividade desempenhada pelo cargo que geralmente são através de provas orais, escritas ou práticas. 22 6.3 Testes psicológicos Os testes psicológicos vão auxiliar o selecionador na análise no perfil profissional, as aptidões de qualquer espécie, que poderão afetar no desempenho de funções. Para França (2009) os testes psicológicos oferecem condições de sensibilidades, ou seja, se são adequados à idade, a escolaridade e ao grupo de social, econômico ou profissional daqueles que serão examinados. Minicucci (1995) defende que a psicologia tem dado sua contribuição ao processo de seleção na seguinte forma: aperfeiçoando o processo de medição; descrevendo e analisando as diferenças individuais; tratando estatisticamente os resultados da mensuração e analisando os cargos, funções e ocupações. Os testes psicológicos permitem a mensuração de aptidões e do comportamento das pessoas. Para Chiavenato (2009) os testes psicológicos constituem uma medida objetiva e estandardizada de amostras do comportamento das pessoas. Sua função é analisar essas amostras de comportamento humano sob condições padronizadas para compará-las com padrões baseados em pesquisas estatísticas. Por se tratar da subjetividade do candidato, os testes psicológicos revelam se oi perfil do candidato se encaixa com a cargo a ser exercido. 6.4 Testes de personalidade Este tipo de teste serve para analisar os diversos trações de personalidade determinados pelo caráter ou pelo temperamento. Para Chiavenato (2009) um traço de personalidade é uma característica marcante da pessoa, capaz de distingui-la das demais. Para França (2009) os testes de personalidade identificam traços de personalidade, aspectos motivacionais, interesses e distúrbios emocionais. Se os testes de personalidade podem mesmo prever o desempenho das pessoas, e embora persista a controvérsia a esse respeito, existem evidencias de que eles conseguem sim, especialmente quando os fatores de personalidade se adaptam às exigências do trabalho. A irresponsabilidade pode ser prevista pela estabilidade emocional e pela abertura a novas experiências. A capacidade de trabalhar ame equipe pode ser antecipada pela afabilidade e conscientização. (MILKOVICH, 2000 apud FERREIRA, 2005, p. 88). 23 Embora este tipo de teste não possua inferências precisas sobre o possível sucesso profissional, indicam fatores sobre a personalidade do candidato que podem refletir sobre sua vida profissional. 6.5 Técnicas de simulação São técnicas que permitem observar o comportamento do candidato em grupos num contexto dramático. São dinâmicas de grupo que avaliam o comportamento do candidato numa simulação mais próxima do real. Para Chiavenato (2009) as técnicas de simulação são essencialmente técnicas de dinâmica de grupo, é o psicodrama é a principal técnica de simulação quese fundamenta na teoria geral dos papéis: cada pessoa põe em ação os papéis que lhes são mais característicos sob forma de comportamento isolado ou com interação com outras pessoas. Para Ferreira o uso instrumentos, especialmente os psicrométricos, é considerado um importante apoio nas decisões nos processos de seleção. Borman, Hanson e Hedge citados por Ferreira (2005, p. 87): As organizações que não utilizam os processos seletivos, incluindo entrevistas e testes, apresentam quedas reais na produtividade, o que sugere a necessidade dos empregadores demonstrarem maior acuidade na seleção de seus funcionários. 6.6 O processo seletivo O processo de seleção tem como objetivo principal suprir o sistema produtivo e os demais sistemas organizacionais com pessoas adequadas para preencher o cargo certo. As informações que complementam e agregam valor a este processo são as técnicas de seleção. Para Chiavenato (2009) a seleção deve fornecer, ainda, subsídios ao T&D daqueles que ingressam ou foram movimentados internamente. Segundo Cronbach (1996) citado por Ferreira (2005, p. 90) O resultado das avaliações nos processos de seleção não deveria eliminar este ou aquele candidato, mas adequá-lo à função para a qual estivesse mais preparado, de modo que pudesse desenvolver todas a suas potencialidades. Para França (2009) os resultados de seleção, quando estabelecidos com clareza nos critérios e retorno dos resultados ao candidato, permitem que ele analise com objetividade suas possibilidades de concorrências. A tomada de decisão é fase 24 fundamental no processo seletivo, pois finaliza com escolha do candidato que melhor se encaixa ao preenchimento da vaga. Em termos gerais, a eficiência do processo seletivo reside em saber entrevistar bem, aplicar testes de conhecimentos válidos e precisos, dotar a seleção de rapidez e agilidade, ter um mínimo de custos operacionais e envolver gerencias e suas equipes no processo seletivo. (CHIVENATO, 2009). 7 PROCESSO DE APLICAR PESSOAS O processo de aplicação de pessoas acontece logo após de provisão de pessoas e desenvolve-se a partir do desenho de cargos e da avaliação de desempenho. Compreende também a maneira pela qual a organização recebe os recém contratados e os integra á sua cultura e contexto para que se comportem conforme a expectativa da organização o que se dá o nome de socialização, que procura estabelecer ao novo integrante as bases e premissas que empresa pretende funcionar. Para Chiavenato (2009) os processos de aplicar pessoas podem se caracterizar pelo seu modelo mecânico, quando são baseados em uma visão determinística e mecanicista: a cada causa corresponde a um único efeito, a cada ação provoca-se uma única ação. O modelo orgânico se caracteriza pela ênfase na eficácia, pela focalização nos fatores motivacionais, pela inovação e criatividade, considerando que os cargos e as atividades organizacionais são mutáveis e sujeitos a uma melhoria contínua. Este processo é utilizado para desenhar as atividades que as pessoas irão realizar na empresa, orientar e acompanhar o seu desempenho na organização. Estudos já comprovaram que as pessoas são fundamentais para o contexto organizacional, o que antes era visto somente como uma engrenagem para a organização hoje é considerado como fonte de vantagem competitiva. Para Boog e outros (2002) mesmo contando com recursos financeiros e tecnológico para operar nesse ambiente de grandes transformações, a empresa entenderam que os aspectos mais relevantes de todas as suas estratégias, aqueles que de fato geram um diferencial competitivo, são os relacionados a pessoas. Para Chiavenato (2009a) as organizações podem somente funcionar quando as pessoas estão em seus postos de trabalho e desempenham adequadamente os papéis para os quais foram selecionadas, admitidas e preparadas. 25 As organizações delineiam sua estrutura formal e definem órgão e cargos. Para Chiavenato (2009) o papel é o conjunto de atividades e comportamento solicitados de um indivíduo que ocupa determina posição em uma organização. Na verdade, a organização e uma estrutura de papeis, um sistema se papéis, onde cada pessoa deve desempenhar um papel que lhe é atribuído. 7.1 Descrição de Cargos Através do cargo é possível saber a importância e o que determinada pessoa faz na organização e o nível hierárquico que ocupa. Para compreender bem o assunto em epígrafe faz se necessário definir tarefa, função e cargo. Segundo Zimpeck (1990) citado por Marras (2007) a tarefa existe como um conjunto de elementos que requer o esforço humano para determinado fim e a função é um agregado de deveres, tarefas e responsabilidades que requerem os serviços de um indivíduo. Para Chiavenato (2009) o cargo é uma composição de todas as atividades desempenhadas por uma pessoa que pode ser englobada em um todo unificado em certa posição formal de um do organograma da empresa. Já Marras (2007) define o cargo como conjunto de funções idênticos na maioria ou em todos os aspectos mais importantes das tarefas que as compõem. Os cargos constituem a base para a aplicação das pessoas nas tarefas organizacionais, constituindo os deveres e as responsabilidades das pessoas. Conforme Chiavenato (2005) a descrição de cargos é um documento escrito que identifica e define um cargo em termos e deveres, responsabilidades, condições de trabalho. Na realidade a descrição de cargos é um processo que consiste enumerar tarefas ou atribuições que compõem o cargo e que o tornam distintos de todos os demais cargos existentes na organização. Após ser feita a descrição de cargos, o passo seguinte á analisar o conteúdo e requisitos do cargo. Chiavenato (2009) ressalta que a descrição e análise de cargos são distintas entre si. Enquanto a descrição se preocupa com o conteúdo, a análise estuda e determina todos os requisitos qualificativos exigidos pelo cargo para seu desempenho. Enquanto a descrição de cargos é um simples arrolamento das tarefas e atribuições que o ocupante desempenha, a análise de cargos é uma verificação comparativa de quais exigências que essas tarefas ou atribuições impõem ao cargo. 26 Chiavenato (2005) ressalta os métodos utilizados na análise de cargos: observação, entrevista, questionário e método mistos. A análise cargos exige planejamento, preparo e execução. 7.2 Avaliação de desempenho A primeira pergunta que se faz quanto à avaliação dos recursos humanos é: vale a pena avaliar? A pergunta certa deveria ser: vale a pena termos um plano de avaliação? Porque avaliação existe sempre. Sempre que estamos em contato com uma pessoa, de alguma forma a avaliamos. As empresas que não tem plano formal de avaliação, quando precisam de uma informação sobre um empregado, procuram- na com seu chefe imediato e com pessoas confiáveis que o conhecem e obtêm uma resposta. Portanto, o empregado foi avaliado. Terá sido bem avaliado? As respostas são confiáveis? Objetivas? Estão corretas? Podemos tomar decisões com base nelas? Se não tivermos outras fontes, não teremos alternativas senão aceitar as informações disponíveis. A única certeza que podemos ter é que a avaliação não terá sido objetiva: nenhuma avaliação é totalmente objetiva, todas terão um grau de subjetividade. A existência de um plano formal de avaliação deve conduzir a avaliações menos subjetivas e menos distorcidas do que as que são feitas sem nenhuma estruturação. A avaliação de recursos humanos: Existe sempre; É objetiva e subjetiva; Contém sempre alguma distorção. Entretanto, quando obtida por meio de um programa formal, a avaliação de recursos humanos contém menos distorçõese subjetividade do que outros tipos de avaliações. A formação e manutenção de uma equipe competente e motivada é o maior ativo de uma organização. Assim, a redução das distorções inerentes a qualquer avaliação dará à administração informações para saber a qualidade e a motivação da equipe. Um sistema formal de avaliação, bem formulado e conduzido, será um instrumento útil para determinar se a organização dispõe ou não da equipe de que necessita. As distorções são causadas pelos vícios de avaliação. Os mais comuns são: 27 Subjetivismo: atribuir ao avaliado qualidades e defeitos do próprio avaliador; ou avaliar em função de valores e objetivos pessoais, que não coincidem com os valores, objetivos e interesses da organização; Unilateralidade: valorizar aspectos que o avaliador julga importantes, mas não o são para a empresa ou para a posição que o avaliado ocupa; Tendência central: não assumir valores extremos, por medo de prejudicar os fracos e de assumir responsabilidades pelos que são avaliados como excelentes. Se alguém for avaliado muito mal, poderá surgir a pergunta: por que nenhuma providência foi tomada? Se for julgado muito bem, a pergunta será: estará em condições de ocupar a posição do avaliador? Efeito halo: julgar todas as características como um conjunto homogêneo, sem considerar as diferenças de cada item da avaliação, isto é, todos os itens da avaliação recebem o mesmo conceito, correspondente à impressão geral do avaliado; Falta de memória (ou recenticidade): ater-se apenas aos últimos acontecimentos, omitindo fatos ocorridos há mais tempo, mas dentro do período de avaliação; Supervalorização da avaliação: acreditar que um instrumento de avaliação corrija os defeitos das pessoas. A correção só ocorre com ações executivas; Desvalorização da avaliação: acreditar que a avaliação não contribua em nada para aproveitar melhor os recursos humanos. Um bom sistema de informações sobre pessoas pode ser muito útil se for bem usado; Falta de técnica: desconhecimento das técnicas de avaliação, julgando apenas por meio do bom senso e considerando importantes informações irrelevantes. Boa parte dos avaliadores não é formada em administração e nem recebeu treinamento para saber como deve avaliar; Força do hábito: insensibilidade para apontar variações no avaliado com relação a ele mesmo em períodos anteriores. As pessoas que são rotuladas como boas ou más tendem a se comportar de forma a justificar rótulo que receberam. Deve-se evitar rotular qualquer pessoa. Posições contrárias: interpretações errôneas da finalidade da avaliação. A avaliação pode ter como objetivo melhorar o desempenho na atual 28 função, ou fornecer informações para decisões da administração em relação ao avaliado. Um bom sistema de avaliação deve ser: Confiável e válido - baseado em resultados obtidos; Relacionado ao trabalho - considerar o que é relevante para o trabalho; Padronizado - permitir comparações entre as avaliações; Prático - simples de ser executado. Existem duas finalidades principais em qualquer tipo de plano de avaliação de recursos humanos: (a) melhorar o desempenho da pessoa na posição atual e (b) proporcionar informações ao pessoal da administração superior para decisões sobre o aproveitamento e o encarreiramento dessa pessoa. Portanto, o plano de avaliação de recursos humanos se destina a avaliar o desempenho das pessoas para subsidiar decisões sobre promoções, treinamentos, demissões, reposicionamento e encarreiramento. Ao se formular um plano de avaliação de recursos humanos, a primeira decisão a ser tomada é a finalidade do plano, será preciso priorizar os objetivos, porque um plano cujo objetivo é melhorar o desempenho do empregado na posição atual, dificilmente será bom para proporcionar informações para decisões sobre o seu aproveitamento e encarreiramento e vice-versa. O plano deverá ser montado tendo em vista o seu objetivo principal e poderá proporcionar subsídios para a outra finalidade, mas certamente não será ótimo para o objetivo secundário. Note-se que não se mencionou a remuneração entre as possíveis decisões a serem tomadas como consequência do plano, porque um plano que vise também a decisões sobre remuneração proporcionará avaliações muito distorcidas. No entanto, indiretamente, por meio das promoções, programas de desenvolvimento e reposicionamento, a avaliação acaba influenciando a remuneração. Essas avaliações destinam-se a melhorar o desempenho dos avaliados nas atividades que executam. Deve ficar claro para todos os participantes que este é o objetivo da avaliação. Algumas empresas começam o processo com um auto avaliação, que é uma forma de verificar como o avaliado se “vê”. Este auto avaliação será, a seguir, debatida com o chefe imediato. Outras empresas começam com a avaliação feita pelo chefe imediato. McGregor recomendava que toda avaliação de desempenho deveria começar com a auto avaliação, pois isto obrigaria a pessoa a 29 pensar sobre seu trabalho, meditar sobre seus pontos fortes e suas fraquezas e formular planos para alcançar resultados específicos. O papel do superior é vincular os resultados e metas propostas com as necessidades da organização. Esse sistema coloca a responsabilidade maior no subordinado e desloca a ênfase de uma avaliação para uma análise. Em qualquer caso, nesse tipo de avaliação é indispensável o feedback completo ao avaliado. O avaliado tem que saber em que pontos vai bem e em que pontos não vai. Uma das características de um bom administrador é ser capaz de fazer uma boa avaliação e dar o feedback ao subordinado, bem como planejar, em conjunto com o subordinado, como melhorar seu desempenho. Uma entrevista de feedback malconduzida causa sérios conflitos. Há empresas que chegam a ponto de aceitarem que não seja dado o feedback, alegando que se forçados a isso muitos executivos, não preparados para confrontar subordinados, farão avaliações benevolentes. Dizem que preferem uma avaliação mais precisa do que forçar o feedback. Mas, se não houver feedback, como poderá o avaliado se preparar para melhorar? E para que servirá a avaliação? O chefe, por sua vez, deve informar ao seu próprio chefe sobre as avaliações e aceitar uma revisão e, se for o caso, modificações. Umas das características de um bom administrador são ser capaz de fazer uma boa avaliação e de saber dar o feedback ao subordinado. Um bom feedback deve ter várias características. Primeiro, o chefe deve começar com os aspectos positivos, pois isso deve predispor o avaliado a aceitar melhor os aspectos negativos. Depois, ele deve se limitar aos resultados do trabalho, de preferência em função de metas preestabelecidas, sem atingir a pessoa do avaliado, e sem comparar com resultados de outras pessoas, na medida do possível. É preciso deixar claro que a pessoa não está sendo julgada na sua essência, mas nos seus atos, decisões e resultados. Além disso, o período abrangido pela avaliação não deve ser muito longo. É mais fácil avaliar e conversar sobre o que ocorreu no passado recente do que sobre o que ocorreu há mais tempo. Além disso, a pratica constante do feedback facilita o diálogo, especialmente se for adotado o sistema de administração por metas, com compromissos recíprocos de resultados a serem alcançados. O chefe deve preparar a entrevista de feedback. Trata-se de um momento delicado em que há fatores emocionais em jogo e improvisações podem não dar certo. Na medida do possível, 30 devem-se evitar críticas pessoais. O feedback também dever ser tempestivo, isto é,oportuno, de preferência imediatamente após o fato; descritivo, em vez de avaliativo; específico e não genérico; sensível às necessidades do recipiente; dirigido ao comportamento controlável; proposto em vez de imposto e testado para sua precisão com o que recebe. Essas avaliações podem, eventualmente, proporcionar alguns subsídios para decisões sobre o futuro do avaliado, mas o objetivo principal não deve ser esse. Existem vários tipos de avaliações de desempenho, como a avaliação do final do período de experiência; a avaliação do pessoal de nível operacional (níveis hierárquicos inferiores); a avaliação do pessoal de nível intermediário e a avaliação do pessoal da administração superior. A avaliação de desempenho dos empregados de nível operacional, nos níveis hierárquicos inferiores da organização, deve ser muito simples. Deve verificar a quantidade do trabalho produzido, sua qualidade e o relacionamento com as pessoas. Sua periodicidade é, em geral, trimestral. A avaliação é feita pelo chefe imediato, devendo ser revista pelo chefe deste. A área de recursos humanos coordena o processo, distribuindo os formulários, recolhendo-os, tomando conhecimento das informações e, se for o caso, fazendo sugestões. Numa organização bem administrada, o pessoal de nível intermediário deve ter metas periódicas a cumprir. A melhor forma de avaliar o desempenho deste pessoal é verificar o cumprimento das metas. A avaliação é feita pela chefia imediata em reuniões de acompanhamento do trabalho. Nessas reuniões, é verificado o andamento do trabalho, o cumprimento dos prazos e a qualidade, entre outras informações. São também formuladas novas metas e programas. O feedback tende a ser automático, como parte do encaminhamento da reunião. Como as reuniões com as chefias devem ser constantes para o pessoal desse nível, o processo de acompanhamento, avaliação e feedback tende a ser um processo executado com naturalidade. Um bom administrador está em contato frequente com os subordinados e orienta permanentemente a execução dos trabalhos. Um fato importante em qualquer avaliação é que o avaliador é avaliado pelas próprias avaliações que faz. Umas das características de um bom administrador é saber avaliar. É engano pensar que as avaliações serão aceitas sem crítica. Na avaliação do desempenho, há que se considerar que alguns resultados podem não ter sido alcançados em virtude de fatores que estavam fora do controle do 31 avaliado. Esse é um ponto delicado porque, às vezes, não é simples determinar que fatores estavam realmente fora do controle. Na avaliação do pessoal de alto nível, a avaliação de desempenho tende a ser menos estruturada que nos anteriores, e é feita, em geral, com base nos resultados alcançados pelas áreas ao final de cada exercício. Como as pessoas deste nível, frequentemente, têm bom conhecimento umas das outras, têm contatos periódicos e boa capacidade de julgamento, a periodicidade anual para a formalização é suficiente. As grandes áreas das empresas têm metas determinadas para cada período e o resultado tende a ser uma boa medida do desempenho. Valem as mesmas observações anteriores sobre fatores que podem estar fora do controle e sobre o feedback. O objetivo dessas avaliações é proporcionar informações ao pessoal de topo da empresa para decisões sobre o aproveitamento e o encarreiramento do avaliado. Este ponto deve ficar claro para todos os envolvidos no processo, pois, embora esse tipo de avaliação possa proporcionar alguns subsídios para melhorar o desempenho dos avaliados na sua posição atual, esta não é sua principal finalidade. Em termos de custo e benefício, há que se limitar o pessoal a ser incluído no processo. Geralmente avalia-se do pessoal de chefia intermediária para cima, inclusive os que têm perspectivas de assumir uma chefia intermediária. Nesse tipo de avaliação, embora em relação aos aspectos mais importantes seja indispensável dar um feedback ao avaliado, dificilmente será dado em feedback completo da avaliação. Pois alguns pontos dizem respeito ao seu aproveitamento futuro e não se deve criar expectativas que não se concretizem, nem cortar expectativas que desmotivariam a pessoa. O que costuma ser feito, na maioria dos casos, é informar o avaliado sobre aspectos em relação aos quais deve tomar providências para seu aperfeiçoamento, sem lhe mostrar o formulário de avaliação. A vantagem de se possuir uma boa avaliação das qualificações do pessoal é ilustrada pelo caso a seguir. Em qualquer tipo de avaliação de potencial e qualificações das pessoas, quem avalia é o chefe imediato. Ninguém pode substituí-lo nesse tipo de trabalho, embora algumas empresas comecem o processo com uma avaliação preliminar efetuada pelo próprio avaliado. 32 Quais as vantagens da avaliação pelo chefe imediato? Bom conhecimento do avaliado e do trabalho executado. E as desvantagens? Envolvimento emocional, dificuldade de dar feedback e, é claro, corresponsabilidade nos resultados. Toda avaliação deve ter alguma revisão. Quem revê a avaliação? Temos várias alternativas: o superior do chefe imediato; o diretor da área; o chefe funcional (no caso do avaliado ter subordinação funcional diversa da subordinação de linha); ou um comitê de avaliação. A desvantagem do custo elevado, por consumir muito tempo dos executivos de alto nível, é relativa. A atividade de avaliar o pessoal é das mais importantes para a empresa. Jack Welch, quando era o CEO da General Electric, costumava entrevistar pessoalmente os 500 principais executivos da empresa. Ele dizia que, “se não conseguimos as pessoas certas, perdemos: essa é a coisa mais importante em nosso negócio”. O que Jack queria é que todos os gerentes tivessem ao seu redor pessoas de talento. O problema é que o urgente afasta o importante. Os executivos estão sempre tão assoberbados que não dedicam tempo suficiente para atividades importantes, mas não urgentes. Algumas empresas usam a avaliação 360°, na qual todos aqueles que tiveram contato profissional com o avaliado contribuem para a avaliação. Recomendações - A avaliação deve ser efetuada em função de resultados apresentados pelo avaliado. - Avalie com base em observações concretas e dados objetivos. - Não permita que um fato isolado influencie toda a avaliação, nem que as últimas impressões predominem. - Na avaliação, seja o mais imparcial possível, deixando de lado as simpatias ou antipatias pessoais. - Procure evitar que a avaliação seja realizada em momentos de mau humor ou excesso de otimismo. Se necessário, faça a avaliação duas vezes, guardando uma primeira avaliação e revendo-a dias depois. - Formalize com o empregado um programa de trabalho, de modo que a avaliação seja mais objetiva. 33 - A avaliação é um processo contínuo, portanto pratique-a sempre que necessário. 8 PROCESSO DE RECOMPENSAR PESSOAS Assim como as empresas esperam resultados de seus funcionários com o cumprimento de metas e alcance dos objetivos organizacionais, a pessoas também trabalham nas organizações em função de certas expectativas e resultados. Elas estão dispostas a dedicar ao trabalho e as metas desde que isto lhe traga retorno significativo pelo seu esforço e dedicação. Dentre os componentes do processo de recompensar pessoas a remuneração, os benefícios e os incentivos. 8.1 Remuneração A remuneração é um assunto complicado, pois depende de inúmeros fatores. A construção do plano de remuneração requer certos cuidados que provoca forte impacto nas pessoas de no desempenho das organizações. Segundo Wood Junior e Picarelli Filho (2004) a questão centralé transformar a visão da remuneração como fator de aperfeiçoamento da organização e também como impulsionador de processos de melhoria e aumento de competitividade. A remuneração hoje engloba muito mais que o simples salário. Para França (2009) envolve muitos aspectos, tais como os sociais, psíquicos, organizacionais, econômicos, institucionais, políticos e éticos. Precisa ser bem administrada, para gerar um bom relacionamento entre empresa e empregado, de modo que este sinta motivado. Para França e Arellano (2002) o cargo é utilizado por grande parte das organizações como elemento decodificador do valor agregado pelos profissionais e, portanto, como principal referência na definição de sua recompensa. Conforme Chiavenato (2005) as recompensas oferecidas pela organização influenciam a satisfação dos seus parceiros. As pessoas que compõem a organização estão dispostas a investir à medida que obtém retorno dos seus investimentos. A remuneração total para Chiavenato (2009) é constituída de três componentes: a remuneração básica, incentivos salariais e benefícios. 34 Fonte: Chiavenato 2005, p. 257 Embora não seja o fator determinante, a remuneração segundo Milkovich e Boudreau (2009) é a principal arma para atrair, manter, motivar dos empregados, bem como o principal custo empresarial, ela precisa ser bem administrada. Em uma época em a mudança é dinâmica com efeitos da globalização da economia os critérios para remunerar ficam à margem de diversas e rápidas mudanças. Muitas empresas hoje estão adotando sistemas de remuneração voltados para o desempenho do empregado. Para Chiavenato (2009) os novos sistemas de remuneração incluem planos flexíveis por meio do alcance de metas e objetivos estabelecidos mensalmente. As organizações têm feitos grandes esforços para aumentar a produtividade e incrementar a eficiência dos empregados, aumentando o número de funcionários aumentará a produtividade e também a remuneração aumenta. Pensando nisso, observa-se a necessidade de escolher um sistema de remuneração para suprir as necessidades da empresa e ter retorno disso. O sistema de remuneração é apenas um dos aspectos importantes da empresa, e seu desenho deve influenciar todos os sistemas da organização. Para Milkovich e Boudreau (2009) os objetivos dos sistemas de remuneração são motivar comportamentos produtivos e controlar os custos trabalhistas, ao mesmo tempo em que busca a satisfação das necessidades e do sentimento de justiça dos empregados. Além disso, o sistema de remuneração visa tornar as empresas mais competitivas e contínuo processo de atrair pessoas capacitadas para compor a organização. 35 8.2 Os Benefícios Benefícios são certas regalias e vantagens concedidas pelas organizações, a título de pagamento adicional dos salários, à totalidade ou à parte de seus funcionários. Constituem geralmente um pacote de benefícios e serviços que é parte integrante da remuneração do pessoal. Os benefícios e serviços sociais incluem uma variedade de facilidades e vantagens oferecidas pela organização como assistência médico-hospitalar, seguro de vida, alimentação subsidiada, transporte, pagamento de tempo não trabalhado planos de pensão ou aposentadoria etc. No caso de pessoal de nível mais elevado, chegam a incluir fornecimento de automóvel (desde o leasing de veículo até o pagamento de todas as despesas, inclusive motorista), casa, escola para os filhos, clube para toda a família, passagens e estadas no período de férias, cartões de crédito e planos especiais de saúde e seguro de vida. Na verdade, os benefícios, além do seu aspecto pecuniário ou financeiro, servem para livrar os funcionários de uma série de transtornos como a busca de meios de transporte até a companhia ou a procura de restaurantes. Benefícios sociais são as facilidades, conveniências, vantagens e serviços sociais que as empresas oferecem aos seus empregados no sentido de poupar-lhes esforços e preocupações. Constituem a chamada remuneração indireta concedida a todos os empregados como uma condição de emprego, independentemente do cargo ocupado, em conjunto com a chamada remuneração direta, que é o salário específico para o cargo ocupado, em função da avaliação do cargo ou do desempenho do ocupante. Benefícios representam a compensação financeira indireta através de recompensas e serviços proporcionados pela organização, além dos salários, como: pagamentos legalmente impostos pela previdência social, seguros, planos de aposentadoria, pagamento por tempo não trabalhado, pagamento de bônus baseados no desempenho e os custos de serviços relacionados com alimentação, transporte etc. Benefícios são recompensas não-financeiras baseadas no fato de o funcionário pertencer a organização e que são oferecidas para atrair e manter os funcionários. 36 Os benefícios sociais estão intimamente relacionados com aspectos da responsabilidade social da organização. As origens e o desenvolvimento dos planos de benefícios sociais se devem às seguintes causas: Competição entre as organizações na disputa de talentos humanos, seja para atraí-los ou para mantê-los. Uma nova atitude das pessoas quanto aos benefícios sociais. Exigências dos sindicatos e dos contratos coletivos de trabalho. Exigências da legislação trabalhista e previdenciária. Impostos atribuídos às organizações, que passaram a localizar e explorar meios lícitos de deduções de suas obrigações tributárias. Necessidade de contribuir para o bem-estar dos funcionários e da comunidade. Os planos de benefícios sociais foram inicialmente orientados por uma perspectiva paternalista e unilateral justificada pela preocupação de reter pessoal e reduzir a rotatividade, principalmente nas organizações cuja atividade é desenvolvida em condições rudes e adversas. Rapidamente, a iniciativa se espalhou a quase todos os tipos de organizações. Hoje, os planos de benefícios são intensamente avaliados e discutidos quanto aos seus propósitos, custos e va- lores, responsabilidade pela sua administração, critérios de avaliação etc. Há uma variedade de benefícios sociais, o que dificulta, até certo ponto, a sua classificação adequada. De um modo geral, os benefícios sociais podem ser classificados quanto à sua exigibilidade legal, quanto à sua natureza e quanto aos seus objetivos. Vejamos cada uma dessas classificações. A. Quanto à sua exigibilidade legal Os planos de benefícios podem ser classificados em legais ou espontâneos, conforme a sua exigibilidade legal. Benefícios legais: são os benefícios exigidos pela legislação trabalhista ou previdenciária, ou ainda por convenção coletiva entre sindicatos. Alguns desses benefícios são pagos pela organização, enquanto outros são pagos pêlos órgãos previdenciários. Os principais benefícios legais são: Férias 37 13º Salário Aposentadoria Seguro de Acidentes do Trabalho Auxílio-doença Salário-família Salário-maternidade Etc. Benefícios espontâneos: são os benefícios concedidos por mera liberalidade das empresas, já que não são exigidos por lei nem por negociação coletiva. São também chamados benefícios marginais (fringe benefits) ou benefícios voluntários. Incluem: Gratificações Refeições Transporte Seguro de Vida em Grupo Empréstimos aos funcionários Assistência médico-hospitalar diferenciada mediante convénio Complementação de aposentadoria ou planos de seguridade social Etc. B. Quanto à sua natureza Os planos de benefícios podem ser classificados em monetários ou não-monetários, conforme sua natureza. Benefícios monetários: são os benefícios concedidos em dinheiro, geralmente através da folha de pagamento, e que geram encargos sociais deles decorrentes. Os principais benefícios financeiros são: Férias 13 Salário Gratificações Complementação do salário nos afastamentos prolongados por doença 38 Etc. Benefícios não-monetários: são os benefícios não-financeiros oferecidos na forma de serviços, vantagens ou facilidades para os usuários, como: Refeitório Assistência médico-hospitalar Assistência odontológica Serviço social e aconselhamento Clube ou grémio Transporte de casa para a empresa e vi-ce-versa Horário móvel ou flexível Etc. C. Quanto aos seus objetivos Os planos de benefícios podem ser classificados, quanto aos seus objetivos, em assistenciais, recreativos e supletivos. Benefícios assistenciais: são os benefícios que visam prover o funcionário e sua família de certas condições de segurança e previdência em casos de imprevistos ou emergências, muitas vezes fora de seu controle ou de sua vontade. Incluem: Assistência médico-hospitalar » Assistência odontológica Assistência financeira através de empréstimos Serviço social Complementação da aposentadoria ou planos de previdência social Complementação do salário em afastamentos prolongados por doença Seguro de vida em grupo ou de acidentes pessoais Creche para filhos de funcionários Etc. 39 Benefícios recreativos: são os serviços e benefícios que visam proporcionar ao funcionário condições físicas e psicológicas de repouso, diversão, recreação, higiene mental ou lazer. Em alguns casos esses benefícios se estendem também à família do funcionário. Incluem: Grêmio ou clube Áreas de lazer nos intervalos de trabalho Música ambiente Atividades esportivas e comunitárias Passeios e excursões programadas. Etc. Algumas atividades recreativas envolvem também objetivos sociais como as festividades e congraçamentos, visando ao fortalecimento da organização informal. Planos supletivos: são serviços e benefícios que visam proporcionar aos funcionários certas facilidades, conveniências e utilidades para melhorar sua qualidade de vida. Incluem: Transporte Restaurante no local de trabalho Estacionamento privativo Horário móvel de trabalho Cooperativa de gêneros alimentícios ou convênio com supermercados Agência bancária no local de trabalho Etc. BENEFÍCIOS SOCIAIS MAIS UTILIZADOS NO BRASIL Para Wood Jr. et al (1996), o salário indireto compreende essencialmente os benefícios oferecidos pela organização a seus empregados. Os benefícios geralmente têm uma ampla participação na remuneração total e muitas vezes um peso decisivo na política salarial das organizações. Uma pesquisa realizada pela Coopers & Lybrand e citada por Wood Jr. et al (1996) revela os benefícios mais concedidos pelas organizações brasileiras: 40 aluguel de casa: a maior parte das organizações assume os custos relativos a aluguel de casas onde moram os seus executivos principais; assistência jurídica: algumas organizações assumem os custos relativos à assistência jurídica particular de seus diretores. Usualmente, quando o corpo jurídico é externo à organização, a prática mais comum é cobrir o custo parcialmente ou tratar cada caso isoladamente; assistência médica, hospitalar e odontológica: inclui o pagamento integral ou parcial de assistência médica ou odontológica para o profissional e seus dependentes. Os procedimentos adotados para a concessão deste benefício variam, sendo mais comuns são: os níveis diferenciados de convênios, livre escolha e valor anual previamente definido; automóvel: a maior parte das organizações que concede este benefício opta pela compra do carro e, geralmente, responsabiliza-se também pelas despesas de manutenção, seguro, etc. A periodicidade de troca é estabelecida em função da quilometragem ou tempo de uso; auxílio-doença: relaciona-se à complementação, parcial ou integral, em caso de doença, do salário do executivo; check-up anual: relaciona-se ao pagamento integral ou parcial do check-up médico. Usualmente, as organizações determinam o local em que os exames devem ser realizados; complemento de aposentadoria: complementa a remuneração do empregado em sua aposentadoria. Normalmente, o plano adotado está relacionado à contribuição mensal, à idade do empregado e ao tempo de trabalho na organização; cooperativas: a forma mais comum que este benefício toma são as cooperativas de consumo, em que o empregado tem facilidades para comprar roupas, alimentos etc.; estacionamento: o estacionamento é considerado benefício quando totalmente ou parcialmente subsidiado pela organização para os empregados que utilizam veículo próprio para o deslocamento até o local de trabalho; 41 financiamento ou empréstimos: algumas organizações possuem cooperativas geridas pelos próprios empregados, que concedem financiamento ou empréstimo a juros inferiores aos de mercado; gratificação anual: as formas de concessão desse benefício diferem de organização para organização e os valores são estipulados em função do lucro ou do salário anual. Este benefício aplica-se geralmente a executivos; instrução de filhos: relaciona-se ao pagamento integral ou parcial de despesas com instrução de filhos dos empregados; m) instrução própria: relaciona-se ao pagamento parcial ou integral de curso regular ou de extensão para o empregado; seguros diversos: inclui o pagamento de seguro de vida em grupo, seguro do automóvel, seguro residencial etc. aquisição facilitada de produtos ou serviços: inclui facilidades oferecidas aos empregados para aquisição de serviços ou produtos, da própria organização ou de terceiros; clube recreativo: inclui a existência ou o pagamento de clubes com estrutura de lazer para os empregados e seus familiares; assistência farmacêutica: relaciona-se à existência de descontos e reembolsos na aquisição de medicamentos; ambulatório na organização: relaciona-se à existência, no local de trabalho, de um ambulatório para atendimentos de emergência, com equipamentos e staff de plantão durante o horário de trabalho; creche: relaciona-se à existência de creche da própria organização ou conveniada, subsidiada totalmente ou parcialmente pela organização; combustível: inclui o reembolso parcial ou total de gastos combustível para o automóvel de uso do empregado, seja particular ou da organização; transporte: relaciona-se ao subsídio, parcial ou total, pela organização, do transporte de seus empregados entre o local de trabalho e suas residências; 42 reembolso-alimentação: relaciona-se ao reembolso regular de despesas com refeição, através de convênios específicos ou mediante comprovantes; cesta de alimentação: relaciona-se à concessão de cesta básica de alimentos aos empregados; off shore bônus: relaciona-se ao pagamento de gratificação ou bonificação no exterior; stock option: relaciona-se à opção para aquisição futura de ações da organização, a preços da data em que a opção é concedida, como parte de gratificação, bônus ou participação nos lucros. 9 SOCIALIZAÇÃO, TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS NAS ORGANIZAÇÕES 9.1 Socialização de Novos Colaboradores O processo de “socialização organizacional” é uma alusão às diversas maneiras e formas de aprendizagem, pelas quais,
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