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Educar para a igualdade racial nas escolas

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Resumo: Educar para a igualdade racial nas escolas - Denise Botelho 
Ananda Moraes 
 
 A autora Denise Botelho trata no presente texto sobre práticas pedagógicas 
visando alcançar igualdade racial nas escolas. Inicialmente a autora relembra das 
realidades enfrentadas e conquistas alcanças do Movimento Negro em defesa dos direitos 
dos afro-brasileiros(a), com a inclusão da Lei 10.639/2003 na LDB, os artigos 26-A, 79-
A e 79-B, que acrescenta o ensino de História e Cultura Afro-brasileira, mesmo que ainda 
não seja suficiente na corrida contra o racismo, preconceitos e discriminações. 
 Ao relembrar Florestan Fernandes, a autora assinala para questões pós 
período escravocrata, onde “os escravizados e escravizadas libertos não foram 
contemplados por nenhuma política de inserção na nova sociedade que se configurava a 
partir das mudanças econômicas”. Na realidade da “nova sociedade” não existia um lugar 
igualitário para a recepção desses povos, e a ausência de políticas sociais em favor dessas 
pessoas refletem até a contemporaneidade. 
Embora seja inexistente a colônia, pessoas mestiças e negras ainda se encontram 
na “senzala” numa lógica social, mesmo dentro de uma afirmação onde o Brasil seja visto 
como um país composto pela diversidade, a autora afirma que buscar identidade nacional 
dentro da diversidade cultural brasileira, não é resultado, e justifica: “Pois a pluralidade 
cultural brasileira é justamente a soma dessa diversidade, e revelar uma cultura como 
representante dessa diversidade não demonstrará a realidade”. Botelho ainda se refere ao 
tema sobre a visão de que seja “inadmissível” se referir a sociedade brasileira como 
apenas uma identidade. 
Pensar a identidade e sua construção leva a uma reflexão sobre as vivências e 
interações nos grupos sociais. O Brasil possui vasto território repleto de diferentes grupos 
sociais, com relações diferentes, dentro de contextos diferentes, sejam esses aspectos 
étnicos, religiosos, físicos, culturais, enfim. Botelho acentua: “trabalhar essa gama de 
elementos constitutivos da sociedade brasileira requer, por parte das escolas, total 
engajamento com as dinâmicas que envolvem essas relações”. Dentro das escolas, as 
manifestações e/ou “choques” entre alunos diferentes é localizado com a presença de 
racismo ou qualquer tipo de discriminação, mesmo que já tenha completado mais de dez 
anos da introdução do ensino de História e Cultura Afro-brasileira. 
Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Étnico-Raciais 
(DCNERER) são normas que tentam instruir os planejamentos curriculares das escolas, 
na tentativa de amenizar os preconceitos e racismos. Todas as instituições de ensino, tanto 
da educação básica, quanto do ensino superior, devem inserir educação das relações 
étnico-raciais em seus estudos, bem como projetos, eventos e minicursos sobre o tema, 
objetivando erradicar segregações. A autora também traz sugestão de ações das escolas 
em revisar o Plano Político Pedagógico anualmente, inserindo a valorização das culturas 
africanas, afro-brasileiras e indígenas, como o resgate a musicalidade e oralidade, 
fotografias e cinematografia das culturas africanas e indígenas. 
Denise Botelho pontua que “Com base em práticas de gestão democrática, podem 
ainda estimular que a ação dos(as) educadores(as) possibilite a reelaboração dos 
conteúdos curriculares, a análise reflexiva do contexto sócio-cultural e a reelaboração de 
um saber direcionado para a cidadania”. Dentro da perspectiva de inclusão ainda são 
muitas as barreiras a serem enfrentadas, a exemplo dos povos quilombolas, dos povos 
indígenas, a ampliação da acessibilidade para os deficientes físicos, etc. Professores 
devem estar cientes das diversidades de saberes, lembrando que esses cooperaram para a 
formação da sociedade brasileira atual. A autora afirma que “educar para a igualdade tem 
como pressuposto uma educação antirracista”. Alimentar a inclusão aos debates e 
participação dos alunos afim de garantir a igualdade de oportunidades dentro da 
sociedade, é tarefa e desafio. 
 
 
 
Graduada em Licenciatura em Geografia – UPE 
Graduanda em Bacharelado em Ciências Sociais - UFRPE

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