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TGA e Empreendedorismo

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I - TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO (TGA) 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Quando se fala em administração empresarial é indispensável lembrar 
sobre a evolução das organizações, pois a administração só existe porque há 
organizações a serem administradas. 
Essas organizações, lucrativas ou não, existem desde os primórdios da 
civilização e têm evoluído constantemente, assim como o conhecimento dos 
homens. Quanto mais complexa for uma organização mais complexa será o 
processo administrativo. 
As dificuldades e os desafios são uma constante na vida dos 
administradores e a partir desses desafios e dificuldades é que apareceram as 
Teorias da Administração, oferecendo modelos e estratégias que podem ser 
adequadas para a solução dos problemas empresariais. 
As teorias surgiram, cada uma delas, como uma resposta aos problemas 
administrativos e empresarias mais relevantes de sua época. 
Dentro deste contexto, todas foram bem sucedidas porque apresentaram 
soluções para problemas específicos das empresas. De certo modo, todas podem 
e ainda são aplicadas até hoje e o administrador deve conhecê-las bem para ter 
um naipe de alternativas interessantes para cada situação. 
A administração, sua competência, sua integridade e seu desempenho são 
fatores decisivos para o crescimento organizacional. Somente a competência 
administrativa, em contínuo aperfeiçoamento, pode manter as empresas 
progredindo em um mercado altamente competitivo. 
 
 
CONCEITO 
 
TGA – É o campo do conhecimento humano que se ocupa do estudo da 
administração em geral, não se preocupando com o tipo das organizações, se 
lucrativas (capitalistas) ou não (terceiro setor/ONG`s). Trata do estudo da 
administração nas organizações, propondo desenvolver a habilidade conceitual 
daqueles que irão trabalhar com ela. 
Em outros termos, a TGA se propõe a desenvolver a capacidade de 
pessoas para definir situações organizacionais, de diagnosticar e elaborar 
estratégicas. 
Esta habilidade permite que as pessoas se comportem de acordo com os 
objetivos da organização e não apenas de acordo com os objetivos e 
necessidades de seu grupo imediato. 
As teorias são modelos, princípios e algumas constatações que utilizamos 
para estudar e entender uma determinada realidade administrativa. 
 
EVOLUÇÃO DAS TEORIAS 
 
A TGA começou com o que chamamos de: 
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- ênfase nas tarefas – Administração Científica de Taylor 
- ênfase nas estruturas – Teoria Clássica de Fayol 
- ênfase nas pessoas – Teoria das relações humanas de Mayo 
- ênfase no ambiente – Teoria dos sistemas 
- ênfase na tecnologia – Teoria das contingências 
 
1776 – ADAM SMITH 
 
“Toda riqueza de uma nação dependerá, essencialmente, da produtividade 
baseada nas divisões do trabalho”. Ele propõe a máxima produtividade, 
transformando a sociedade do trabalho em uma sociedade que luta entre o capital 
e o trabalho. O que o homem produz é mais importante do que ele (produtor). Foi 
o início do pensamento da Revolução Industrial. 
 
 
1856 – 1915 - FREDERIC TAYLOR (Taylorismo) 
 
“Cada homem deve aprender como abrir mão de sua maneira particular de 
fazer as coisas, adaptar seus métodos a muitos padrões novos e crescer 
acostumado a receber e obedecer ordens que, no passado, era deixado ao seu 
próprio julgamento.” 
Conhecido como o pai da administração científica, Taylor afirmou que a 
produção depende muito da boa vontade do trabalhador, o qual precisa ser 
domesticado para aumentar a produção e garantir ao capitalismo a expansão de 
sua lucratividade. 
Para isso desenvolveu mecanismos que pudessem quebrar a indolência e a 
preguiça dos trabalhadores. 
Cronometra-se o ritmo da máquina. 
Outra teoria de Taylor: punir os indolentes e premiar os produtivos. Para ele 
o homem ideal precisava ser como o boi: forte e dócil. 
Taylor odiava o desperdício e o ócio e todo o seu trabalho de observar as 
tarefas a serem executadas era na tentativa de eliminar todo e qualquer processo 
de ócio. 
 
1886 – 1947 – HENRY FORD (Fordismo) 
 
Despersonaliza o trabalhador. Dentro da sociedade industrializada e 
automatizada ele dá continuidade à teoria de Taylor, em que o trabalhador 
intelectual deveria eliminar qualquer autonomia do trabalhador braçal na produção. 
Sua inovação, em relação à Taylor, foi a introdução da linha de montagem nas 
fábricas. 
 
Tanto Ford quanto Taylor brutalizaram o trabalhador reduzindo-o a um mero 
autônomo cumpridor de ordens e de ritmos estranhos à sua vontade e a sua 
natureza. Entretanto, hoje, sabemos que se os empregados daquela época eram 
desmotivados era porque desconheciam o sentido de sua função, não sabiam qual 
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a serventia da peça que encaixavam e muito menos para que ela servia no 
produto final. Enfim, era alienado de todo o processo. 
 
1841 – 1925 – HENRI FAYLOL 
 
Engenheiro francês cujas ideias permitiram a consolidação do estudo da 
administração nas universidades. O estudo passa a ser um produto da área da 
educação. Passou a sua vida inteira em uma empresa de minério e metalúrgica, 
na qual aprendeu e desenvolveu relação entre a produção e a administração. Ele 
lança a primeira tentativa de formular uma teoria geral da administração. 
Fayol sai um pouco da teoria de Taylor, o qual dava somente ênfase as 
tarefas e passa a dar ênfase também na estrutura organizacional, a qual é de 
extrema importância para a eficiência organizacional. Por exemplo, estuda a 
divisão da empresa em departamentos, estabelecendo organogramas. 
A diferença entre Fayol e Taylor. Taylor estudava a empresa privilegiando 
as tarefas de produção e Fayol a estudava privilegiando as tarefas da 
organização. 
Fayol estipulou que as organizações têm seis funções básicas: 
- técnica (relacionada com a produção de bens ou de serviços da empresa) 
- comercial (relacionada com a compra e venda – troca) 
- financeira (relacionada com o gerenciamento de capitais) 
- segurança (proteção da propriedade e do pessoal) 
- contábil (relacionada às estatísticas, inventários, balanços etc) 
- administrativa (para a coordenação e sincronia das funções acima) 
Fayol relacionou também os 14 princípios básicos que podem ser estudados 
de forma complementar aos de Taylor. 
 Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da 
hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência da 
produção aumentando a produtividade. 
 Autoridade e responsabilidade - Autoridade é o direito dos superiores 
darem ordens que, teoricamente, serão obedecidas. Responsabilidade é a 
contrapartida da autoridade. 
 Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas um 
chefe, evitando contra ordens. 
 Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação de 
um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos. 
 Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de trabalho 
válidas para todos os funcionários. A ausência de disciplina gera o caos na 
organização. 
 Prevalência dos interesses gerais - Os interesses gerais da organização 
devem prevalecer sobre os interesses individuais. 
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 Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos 
funcionários e da própria organização. 
 Centralização - As atividades vitais da organização e sua autoridade 
devem ser centralizadas. 
 Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando à 
risca uma linha de autoridade fixa. 
 Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar pra 
cada coisa e cada coisa em seu lugar. 
 Equidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando a 
lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa. 
 Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem consequências 
negativas sobre desempenhoda empresa e o moral dos funcionários. 
 Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um 
plano e cumpri-lo. 
 Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela 
comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo 
precisam ter consciência de classe, para que defendam seus propósitos. 
 
Funções Gerenciais X Princípios Científicos 
 
 
1880 – 1949 – ELTON MAYO 
 
Sua teoria surgiu nos EUA por volta de 1930. Seu trabalho na fábrica 
Hawthorne – Chicago era estabelecer uma relação entre a produtividade e 
condições físicas de trabalho. Ex. fadiga, iluminação. 
Por meio de pesquisa fez uma mudança notável no pensamento e na 
prática da administração. 
Deu ênfase as relações humanas provando a importância acerca da 
necessidade em se compreender as motivações humanas e as reações dos 
grupos, a fim de obter ou realizar coisas por meio das pessoas. 
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Seu trabalho constituiu um marco para o início de uma nova fase do 
pensamento administrativo: as relações humanas, as motivações e a liderança 
gerencial são enfatizadas. 
A preocupação com a máquina e com o método de trabalho cede lugar à 
preocupação com o homem e seu grupo social. 
Mayo detectou que os funcinários não reclamavam apenas de dores físicas 
pelas 10 horas de trabalho consecutivas, mas também da opressão, depressão, 
pessimismo e a falta de perspectiva de melhora em todos os sentidos. 
Durante todo seu trabalho, Mayo afirmava que a pessoa humana é 
motivada pela necessidade de “estar junto” e de ser reconhecida pelo seu 
trabalho, muito mais do que seu salário. 
Quanto maior integração dentro do grupo de trabalho, maior a disposição 
para produzir. 
Tais observações fizeram surgir a figura do “líder” como aquele que facilita 
a relação das pessoas e orienta o grupo para alcançar os objetivos empresariais 
traçados. 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Cada uma das teorias acima provocou, a seu tempo, uma teoria 
administrativa diferente, marcando um gradativo passo na TGA. 
Essas são as principais teorias influenciadoras do atual processo 
administrativo. Cada uma apresentou uma abordagem diferente para a 
administração, refletindo fenômenos históricos, sociais, culturais e econômicos de 
sua época, bem como os problemas que afligiam seus autores. 
Cada teoria representou a solução encontrada para determinadas 
circunstâncias. 
Durante muito tempo a gestão das empresas assumiu a teoria de que a 
mão de obra não é capaz de assumir responsabilidade, precisando ser controlada 
e supervisionada. Entretanto, recentemente, fatores motivacionais alertaram para 
as necessidades de uma mudança, em que se adote a teoria de que os 
colaboradores são responsáveis e são capazes de realizar seu trabalho e se 
comprometerem com ele. 
As pessoas, atualmente, compreenderam as responsabilidades da função 
que desempenham e devem ter autoridade proporcional para a responsabilidade 
designada. Hoje, cabe às organizações estabelecerem padrões de excelência que 
norteiem as ações das pessoas, proporcionando treinamentos adequados para 
que alcancem os padrões estabelecidos, pois para poder tomar decisões às 
pessoas precisam ter acesso ao conhecimento e à informação. 
 
 
II - EMPREENDEDORISMO 
 
 
Quem é o empreendedor? 
 
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Ser empresário significa lidar com muitos riscos. No entanto, quando o 
empreendimento é bem-sucedido costuma proporcionar também satisfação, tanto 
na forma de recompensas financeiras e materiais, quanto pelo prazer 
proporcionado pela conquista pessoal. 
As pessoas que apresentam determinadas características, ou que se 
propõem a desenvolvê-las têm mais possibilidades de alcançar o sucesso 
pretendido. 
 
Quais são os atributos pessoais e profissionais necessários para ser 
empreendedor? 
O empreendedor é motivado pela autorrealização, desejo de assumir 
responsabilidades e independência. Embora busque ter satisfação financeira, 
considera irresistível assumir novos desafios, propondo novas ideias que são 
seguidas pela ação. Está sempre se auto avaliando, se autocriticando e 
controlando seu comportamento em busca do autodesenvolvimento. 
Para tornar-se um empreendedor de sucesso, é preciso reunir imaginação, 
determinação, habilidade de organizar, liderar pessoas e de conhecer 
tecnicamente etapas e processos. 
Considerando a importância das características do indivíduo empreendedor, 
a viabilidade de uma pequena empresa está estruturada, basicamente, na sua 
figura, pois ele é o ponto central que determinará ou não o sucesso do 
empreendimento. Muitas vezes cabe a ele todas as funções da organização como 
comprar, produzir e vender. 
Por tudo isso, iniciar uma empresa é muito diferente de iniciar um novo 
trabalho. Como empresário você será aquele que tomará as decisões, e suas 
características influirão muito no andamento dos negócios. Será muito importante 
ter determinação e perseverança não só para iniciar o empreendimento como 
também para mantê-lo ao longo do tempo. 
 
 
1. Por que ser empresário? 
Por que você deseja abrir um negócio? 
 
Os motivos mais citados costumam ser: 
 vontade de ser independente, “mandar no seu próprio nariz"; 
 ser o patrão em vez de empregado; 
 ganhar muito dinheiro; 
 dedicar mais tempo à família; 
 sair da rotina, da mesmice; 
 realizar outras coisas; 
 provar para si e para os outros sua competência, sua capacidade de abrir e 
manter um negócio; e 
 trabalhar e tirar férias quando quiser, etc. 
 7 
 
O que você acha destes motivos? 
Ao fazer a opção de tornar-se um empresário, as pessoas costumam 
considerar que essa iniciativa seja mais gratificante do que se manter em um 
trabalho assalariado. No entanto, ser empresário exige sempre sacrifícios que 
muitos não estão dispostos a fazer. Entre alguns desses “ossos do ofício” estão os 
seguintes fatos: 
 a maioria dos empresários trabalha de 12 a 15 horas diárias no seu negócio; 
 raramente tiram férias; 
 tem menos tempo disponível para a família; 
 tornam-se dependentes de fornecedores, bancos, clientes, funcionários, 
governo, etc. 
 seu patrimônio pessoal fica comprometido com as operações da empresa; e 
 sua vontade de ganhar muito dinheiro esbarra numa palavra definitiva: 
competência. Apenas a intenção não é suficiente. 
 
Por isso, é necessário que o empresário demonstre a capacidade de gerir seu 
negócio, com efetividade. Entretanto, mais e mais pessoas, no Brasil e no mundo, 
desejam tornar-se empresários, sem ao menos conhecer melhor o que representa 
a vida empresarial. 
 
 
2. Definições de Empreendedorismo 
Embora empreendedorismo seja um tema amplamente discutido nos dias 
atuais, seu conteúdo, ou seja, o que ele representa, varia muito de um lugar para 
outro, de país para país, de autor para autor. Isso porque, embora tenha se 
originado a partir de pesquisas em economia, o empreendedorismo recebeu fortes 
contribuições da psicologia e da sociologia, o que provocou diferentes definições 
para o termo e, como consequência, variações em seu conteúdo. 
 
 DIFERENTES SIGNIFICADOS DE EMPREENDEDORISMO 
 
 Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio (1999). Empreendedor: que 
empreende; ativo, arrojado, cometedor. 2. Aquele que empreende, que 
administra. 
 Robert Dicionário (1963). Aquele que empreende qualquer coisa. Pessoa que 
se encarrega da execução de um trabalho por contrato empresarial. Toda 
pessoa que dirige um negócio por sua própria competência e que coloca em 
execução os diversos fatores de produção, tendo em vista vender os produtos 
ou serviços. 
 Dicionário de Ciências Sociais (1994). "O termo empreendedor denota a 
pessoa que exercita total ou parcialmente as funções de: iniciar, administrar, 
coordenar, controlar e instituir maiores mudanças no negócio da empresa;e/ou 
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assumir os riscos nessa operação, que decorrem da natureza dinâmica da 
sociedade e do conhecimento imperfeito do futuro, e que não pode ser 
convertido em certos custos através de transferência, cálculo ou eliminação." 
Nos últimos anos, passou a existir muito espaço para as pessoas que queiram 
estudar e tornar-se especialistas no campo do empreendedorismo. Podemos até 
mesmo dizer que existe, hoje, um ramo de pesquisa denominado 
“empreendedorismo”. Muitas pesquisas nesta área tiveram como foco as 
características pessoais do indivíduo empreendedor: os economistas associando o 
empreendedor com a inovação, enquanto os psicólogos e sociólogos 
concentrando-se nos aspectos ligados à criatividade e intuição. 
 
 PENSADOR DO EMPREENDEDORISMO 
 
 Peter Drucker: prática; visão de mercado; evolução. "O trabalho específico do 
empreendedorismo numa empresa de negócios é fazer os negócios de hoje 
capazes de fazer o futuro, transformando-se em um negócio diferente" (1974). 
"Empreendedorismo não é nem ciência, nem arte. É uma prática." 
 "Um empreendedor é uma pessoa imaginativa, caracterizada por uma 
capacidade de fixar alvos e objetivos”. 
 Joseph Schumpeter (1983): "empreendedorismo envolve qualquer forma de 
inovação que tenha uma relação com a prosperidade da empresa". De acordo 
com esse autor, um empreendedor tanto pode ser uma pessoa que inicia sua 
própria empresa, como alguém comprometido com a inovação em empresas já 
constituídas. Esse autor concebe o empreendedorismo como um processo 
contínuo: conforme novas oportunidades apareçam na economia, os indivíduos 
com visão empreendedora as percebem e as exploram. 
 
Síntese do Conteúdo 
 
QUEM É O EMPREENDEDOR? 
 
O empreendedor é motivado pela 
autorrealização, desejo de assumir 
responsabilidades e independência. 
Considera irresistível assumir novos 
desafios, estando sempre propondo novas 
ideias, seguidas pela ação. 
POR QUE SER EMPRESÁRIO? 
Muitas pessoas pensam em se tornar 
empreendedoras para ter mais liberdade e 
tranquilidade. Na verdade, ser empresário 
exige sacrifícios como: a necessidade de 
trabalhar mais do que oito horas por dia, a 
dificuldade para tirar férias, dentre outros 
fatores. No entanto, para o empreendedor a 
realização proporcionada pela prática 
empresarial é o maior retorno 
proporcionado. 
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DEFINIÇÕES DE 
EMPREENDEDORISMO 
 
Por ter se originado de diferentes linhas de 
pesquisa (economia, psicologia, sociologia, 
etc.) existem muitas definições para o termo 
“empreendedorismo”. De forma genérica, 
empreendedorismo costuma ser definido 
como o processo pelo qual indivíduos 
iniciam e desenvolvem novos negócios 
(Low e MacMillan, 1988). Por isso, o 
empreendedorismo relaciona-se tanto com 
a criação de novos negócios quanto com a 
inovação promovida dentro de empresas já 
estabelecidas. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO COMPORTAMENTO EMPREENDEDOR 
 
1. Características do Comportamento Empreendedor 
Você se comporta como um empreendedor? 
No Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio (2001), a palavra 
empreendedor designa aquele que empreende; ativo, arrojado, cometedor. No 
jogo dos negócios é muito importante que você identifique suas reais 
características empreendedoras, pois um grande número de pessoas tem 
buscado iniciar negócios próprios, sem, no entanto, apresentar comportamento 
adequado. 
É importante estar consciente de quais são suas qualidades e suas 
deficiências. Uma análise de suas experiências práticas, capacidade e 
personalidade ajudarão a enfrentar qualquer situação. 
 É claro que, dificilmente, uma pessoa reunirá todas as características de um 
empreendedor em perfeito equilíbrio. Elas não são uma herança genética. 
Aprendemos a desenvolvê-las ao longo da vida, com experiências de trabalho, 
determinação e estabelecimento de metas pessoais desafiadoras. 
Para conhecer melhor as características do comportamento empreendedor, 
ponta-se cada uma delas. Analise cada um deles pensando em como você se 
comporta no dia-a-dia. 
 
1.1 Busca de oportunidades e iniciativa: Faz as coisas antes de solicitado 
ou antes de ser forçado pelas circunstâncias; Age para expandir o negócio em 
novas áreas, produtos ou serviços; Aproveita oportunidades fora do comum para 
começar um negócio, obter financiamentos, equipamentos, terrenos, local de 
trabalho ou assistência. 
 
1.2 Persistência: Age diante de um obstáculo; Age repetidamente ou muda 
de estratégia a fim de enfrentar um desafio ou superar um obstáculo; Assume 
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responsabilidade pessoal pelo desempenho necessário para atingir metas e 
objetivos. 
 
1.3 Comprometimento: Faz sacrifícios pessoais ou despende esforços 
extraordinários para completar uma tarefa; Colabora com os empregados ou se 
coloca no lugar deles, se necessário, para terminar um trabalho; Esmera-se em 
manter os clientes satisfeitos e coloca em primeiro lugar a boa vontade a longo 
prazo, acima do lucro a curto prazo. 
 
1.4 Exigência de qualidade e eficiência: Encontra maneiras de fazer as 
coisas melhor, mais rápido ou mais barato; Age de maneira a fazer coisas que 
satisfazem ou excedem padrões de excelência; Desenvolve ou utiliza 
procedimentos para assegurar que o trabalho seja terminado a tempo ou que o 
trabalho atenda a padrões de qualidade previamente combinados. 
 
1.5 Corre riscos calculados: Avalia alternativas e calcula riscos 
deliberadamente; Age para reduzir os riscos ou controlar os resultados; Coloca-se 
em situações que implicam desafios ou riscos moderados. 
 
1.6 Estabelecimento de metas: Estabelece metas e objetivos que são 
desafiantes e que têm significado pessoal; Define metas de longo prazo, claras e 
específicas; Estabelece objetivos de curto prazo, mensuráveis. 
 
1.7 Busca de informações: Dedica-se pessoalmente a obter informações de 
clientes, fornecedores e concorrentes; Investiga pessoalmente como fabricar um 
produto ou fornecer um serviço; Consulta especialistas para obter assessoria 
técnica ou comercial. 
 
1.8 Planejamento e monitoramento sistemáticos: Planeja dividindo tarefas de 
grande porte em subtarefas com prazos definidos; Revisa seus planos 
constantemente, levando em conta os resultados obtidos e as mudanças 
circunstanciais; Mantém registros financeiros e utiliza-os para tomar decisões. 
 
1.9 Persuasão e rede de contatos: Utiliza estratégias deliberadas para 
influenciar ou persuadir os outros; Utiliza pessoas-chave como agentes para 
atingir seus próprios objetivos; Age para desenvolver e manter relações 
comerciais. 
 
1.10 Independência e autoconfiança: Busca autonomia em relação a normas e 
controles de outros; Mantém seu ponto de vista, mesmo diante da oposição ou de 
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resultados inicialmente desanimadores; Expressa confiança na sua própria 
capacidade de complementar uma tarefa difícil ou de enfrentar um desafio. 
 
Dificilmente vamos encontrar um empreendedor com todas estas 
características. Elas representam apenas um referencial que lhe possibilita uma 
auto-avaliação, a partir da qual você terá condições de definir seus pontos fortes e 
fracos e optar por um programa de aperfeiçoamento pessoal, visando, 
principalmente, desenvolver aspectos de sua personalidade necessários ao seu 
bom desempenho. 
 
DESAFIOS 
“A águia empurrou gentilmente os filhotes para a beira do ninho. Seu coração 
trepidava com emoções conflitantes enquanto sentia a resistência deles. ‘Por que 
será que a emoção de voar precisa começar com o medo de cair?’ - pensou. Esta 
pergunta eterna estava sem resposta para ela. 
 
Como na tradição da espécie, seu ninho localizava-se no alto de uma saliência, 
num rochedo escarpado. Abaixo, havia somente o ar para suportar as asas de 
cada um de seus filhotes. A despeito de seus medos, a águia sabia que era 
tempo. Sua missãomaterna estava praticamente terminada. Restava uma última 
tarefa: o empurrão. A águia reuniu coragem através de uma sabedoria inata. 
Enquanto os filhotes não descobrissem suas asas, não haveria objetivos em suas 
vidas. Enquanto não aprendessem a voar, não compreenderiam o privilégio de 
terem nascido águias. O empurrão era o maior presente que a águia-mãe tinha 
para dar-lhes, era seu supremo amor. E por isso, um a um, ela empurrou, e todos 
voaram!” 
 (Autor desconhecido) 
 
 
Todos nós somos seres dotados de capacidades potenciais que podem ser 
desenvolvidas e aprimoradas. Muitas vezes, esse potencial só é desenvolvido 
quando nos deparamos com uma situação difícil, que nos impõe uma postura mais 
arrojada. 
Por isso, mesmo que você se depare com dificuldades ao longo do curso, 
persista em seu objetivo. Assim como os filhotes da águia, é preciso vencer as 
dificuldades e os medos, para depois voar. 
 
Síntese do Conteúdo 
CARACTERÍSTICAS DO 
COMPORTAMENTO 
EMPREENDEDOR 
Empreendedores são pessoas capazes de 
sonhar e transformar sonhos em realidade. 
Identificam oportunidades, agarram-nas, 
buscam recursos e transformam tais 
oportunidades em negócios. São 
empreendedores todas as pessoas 
inovadoras, e que estão atentas às 
 12 
mudanças e sabem aproveitá-las, 
transformando-as em oportunidades de 
negócios. 
a) Busca de oportunidades e 
iniciativa 
Aproveita oportunidades fora do comum 
para começar um negócio, obter 
financiamentos, equipamentos, terrenos, 
local de trabalhos ou assistência. 
b) Correr riscos calculados 
Avalia alternativas e calcula riscos 
deliberadamente. 
c) Exigência de qualidade e 
eficiência 
Encontra maneiras de fazer coisas melhor, 
mais rápido, ou mais barato. 
d) Persistência 
Age repetidamente ou muda de estratégia 
para enfrentar um desafio ou superar um 
obstáculo. 
e) Comprometimento Faz um sacrifício pessoal ou despende um 
esforço extraordinário para completar uma 
tarefa. 
f) Busca de informações Dedica-se pessoalmente a obter 
informações de clientes, fornecedores e 
concorrentes. 
g) Estabelecimento de metas Estabelece metas e objetivos que são 
desafiadores e que têm significado pessoal. 
h) Planejamento e 
monitoramento sistemáticos 
Planeja dividindo tarefas de grande porte 
em subtarefas com prazos definidos. 
i) Persuasão e redes de contatos Utiliza estratégias deliberadas para 
influenciar ou persuadir os outros. 
j) Independência e 
autoconfiança 
Busca autonomia em relação a normas e 
controles de outros. 
 
 
 
Gestão, Ética e Legislação na Propaganda 
2018 B

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