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Apostila de microbiologia - Fungos

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REINO FUNGI
Reino Fungi 
70 mil espécies 
Eucariontes aclorofilados, Uni ou pluricelulares, Aeróbios ou Anaeróbios 
Reprodução sexuada ou assexuada. Ambientes úmidos, Heterótrofos 
Parasitas e decompositores
Fungos (do latim fungus = cogumelo) tem sido tradicionalmente considerados como "semelhantes a plantas". A maioria das espécies cresce por extensão continua e ramificação de estruturas filiformes. Os fungos são imóveis em sue maioria e suas paredes celulares assemelham-se as de plantas, em espessura e, até certo ponto, em composição química e em estrutura ultramicroscopica. Os fungos crescem como células únicas, as leveduras, ou como colônias filamentosas multicelulares, os bolores e cogumelos.
Caracterização dos fungos e recentes Classificações 
Os fungos são organismos heterotróficos unicelulares ou pluricelulares, estes últimos caracterizados pela formação de estruturas fi lamentosas, as hifas, que constituem o micélio. Na fase reprodutiva, o micélio forma estruturas assexuadas e/ou sexuadas que originam os esporos, principais responsáveis pela propagação das espécies. Vivendo nos mais diversos ambientes aquáticos e terrestres, dos trópicos às regiões árticas e antárticas, muitos fungos são tão pequenos que só podem ser observados ao microscópio, enquanto vários outros são capazes de formar estruturas visíveis a olho nu e facilmente reconhecíveis (mofos, bolores, boletos, orelhas-de-pau, dedos-do-diabo, estrelas-da-terra, ninhos de passarinho, cogumelos, etc.). O registro fóssil dos microrganismos muitas vezes apresenta limitações em sua interpretação devido às frequentes alterações no sedimento em que são encontrados, por possuírem estrutura muito delicada e por sofrerem mudanças genéticas não refl etidas na sua morfologia, entre outras. Grande parte do registro fóssil dos fungos passou por muita desagregação ao longo do tempo, tornando-se muitas vezes inadequado para análises mais minuciosas. Evidências recentes tanto por meio da reinterpretação de dados quanto por aquisição de novos fósseis têm contribuído para fundamentar novos conhecimentos (Alexopoulos et al. 1996). Segundo este autor, o primeiro registro de fósseis de fungos data do Proterozoico posterior (há cerca de 900-570 milhões de anos), nos quais foram identificadas formas semelhantes aos Oomycota (Stramenopila), alguns protistas e provavelmente também fungos verdadeiros. Para essa época não foram encontrados registros de fósseis terrestres; nos oceanos, os mais antigos fósseis de metazoários foram descobertos na região de Ediacara, Austrália, assim como foram localizados também fósseis em forma de vermes e protistas unicelulares. No período Siluriano (438-408 milhões de anos) foram encontrados esporos de prováveis Ascomycota associados a formas terrestres de microartrópodos (Sherwood-Pike & Gray 1985 apud Alexoupoulos et al. 1996), assim como hifas fósseis associadas a madeira deteriorada e vesículas de Endogonales, Glomales e quitrídios associadas a sítio paleontológico em Rhynie, Escócia (Alexopoulos et al. 1996, Smith & Read 2008). Ao mesmo tempo, surgiam as rinófitas, licófitas e progimnospermas, acarretando a diversificação de plantas terrestres. Na era paleozoica, a diversidade fúngica aumentou consideravelmente e, na época pensilvaniana (320- 286 milhões de anos), todas as classes modernas de fungos já eram encontradas. Da mesma forma, na Os fungOs dO BrasIl leonor C. maia & anibal a. de Carvalho Junior 44 Introdução – Os fungos do Brasil era paleozoica houve grande diversificação das gimnospermas, licófitas, esfenófitas, Pterodermales e samambaias (Alexopoulos et al. 1996). Existe grande diversidade de ciclos vitais nos fungos, mas, em linhas gerais, a maioria apresenta ciclos reprodutivos assexuados (mitose) e sexuados (plasmogamia, cariogamia e meiose). Em Ascomycota e Basidiomycota usualmente ocorre uma fase dicariótica, com a presença de núcleos geneticamente distintos no mesmo segmento de hifa, pois a plasmogamia não é seguida de imediato pela cariogamia, como nos demais fungos. O termo teleomórfico é utilizado para o fungo que se encontra na etapa sexuada do ciclo, enquanto anamórfico é usado para a fase assexuada. Assim, dois nomes poderão ser atribuídos a uma mesma espécie (um para a fase anamórfica, outro para a teleomórfica), sendo prioritário o do teleomorfo no caso de as duas fases estarem presentes. No caso das Pucciniales, até três nomes podem ser aplicados a uma única espécie: dois correspondentes a estádios anamórficos e um ao estádio teleomórfico ou ao holomórfico (fungo que apresenta ao mesmo tempo as duas fases reprodutivas). Aproximadamente 99.000 espécies de fungos estão descritas (Kirk et al. 2008), o que representa apenas 6,6% das 1.500.000 estimadas no mundo (Hawksworth 2001, Kirk et al. 2001). Historicamente houve muitas controvérsias e dificuldades em delimitar os fungos como um grupo, com inclusões e exclusões comuns no último século. Em anos recentes os esforços dos taxonomistas na direção de uma definição filogenética baseada principalmente em similaridades de sequências relevantes de DNA aliadas à morfologia e aspectos fisiológicos, como produção de açúcares e outros compostos, agregaram informações importantes para a delimitação do grupo. Jahn & Jahn (1949) e Whittaker (1969) foram os primeiros a propor a classificação dos fungos em um reino à parte, exclusivo para organismos eucarióticos com modo de nutrição por absorção, que vivem como sapróbios, parasitas e simbiontes. Essas classificações já sugeriam que grupos como Oomycota, Myxomycota, Acrasiomycota e Labyrinthulomycota não seriam monofiléticos. De fato, Barr (1992) e, posteriormente, Hawksworth et al. (1995) sugeriram sua classificação em outros reinos, ou seja: Oomycota em Stramenopila e os demais dentro de Protista. Entretanto, estes organismos continuam sendo estudados por micologistas e, por conveniência, são aqui apresentados numa categoria denominada “fungos lato sensu” (fungos “falsos”). A classificação mais recente dos fungos “verdadeiros” (stricto sensu), baseada em estudos filogenéticos e proposta por um grupo representativo de micologistas especialistas nos diversos grupos (Hibbett et al. 2007), considera os seguintes filos: Chytridiomycota, Blastocladiomycota, Neocallimastigomycota, Microsporidia, Glomeromycota, Ascomycota e Basidiomycota. Esses autores não reconhecem Zygomycota e o separam em quatro subfilos (Mucoromycotina, Kickxellomycotina, Zoopagomycotina e Entomophthoromycotina). Assim, na nova classificação do reino dos fungos, são considerados sete filos, 10 subfilos, 35 classes, 12 subclasses e 129 ordens (Hibbett et al. 2007). Apesar de ainda persistirem controvérsias em relação à monofilia dos Chytridiomycota, esse grupo continua sendo incluído entre os fungos “verdadeiros”. Quanto aos filos Blastocladiomycota e Neocallimastigomycota, eles foram segregados dos fungos flagelados. A inclusão de Microsporidia, que congrega organismos unicelulares parasitas de animais e protistas, não está confirmada. Chytridiomycota, Zygomycota e Glomeromycota apresentam hifas contínuas, asseptadas ou cenocíticas, enquanto Ascomycota e Basidiomycota apresentam hifas regularmente interrompidas por septos. Os Chytridiomycota possuem centríolos e flagelos, enquanto nos demais fungos verdadeiros essas estruturas estão ausentes. Esse filo de fungos zoospóricos produz esporos sexuados conhecidos como oosporos. Zygomycota, que inclui, entre outros, os “mofos” do pão e das frutas, produzidos por espécies de gêneros diversos, como Rhizopus e Mucor. Seus esporos sexuados são denominados zigosporos. Os Glomeromycota são simbiontes obrigatórios que formam micorriza arbuscular; não se conhece reprodução sexuada no grupo e os esporos, caracteristicamente unicelulares e multinucleados, são denominados glomerosporos. Os Ascomycota produzem, por reprodução sexuada, esporos endógenos, delimitados por estruturas especializadas denominadas ascos, que, em geral, ficam protegidas em ascomas. Incluem fungos filamentosos e leveduras, sendocomuns espécies de Aspergillus e Penicillium, entre outras. Os Basidiomycota são fungos de morfologia bastante diversificada que, na reprodução sexuada, formam esporos (basidiosporos) em estruturas especializadas, os basídios, encontrados em basidiomas que podem ser vistosos e alcançar tamanho destacado. Incluem os boletos, as orelhas de pau, as estrelas-da-terra, os ninhos-de-passarinho e os cogumelos, entre outros, como as ferrugens e os carvões, conhecidos fitopatógenos que não formam basidiomas.
Diversidade dos fungos no brasil
 No mundo estão descritas aproximadamente 99.000 espécies de fungos (Kirk et al. 2008), das quais cerca de 13.800 existiriam no Brasil (Lewinsohn & Prado 2006), ou seja, aproximadamente 14% da diversidade mundial. Entretanto, os autores alertam que esses números se referem a inferências e estimativas que podem ter sido afetadas por uma combinação de problemas, uma vez que na época não havia qualquer lista de controle de nomes (check-list) para o país. No presente catálogo estão registradas 78 ordens, 924 gêneros e 3.608 espécies, correspondendo a apenas 3,7% das descritas mundialmente. Esse número está muito aquém dos 14% estimados por Lewinsohn & Prado (2006). Independentemente dos problemas encontrados nas estimativas, esses valores denotam que muito esforço ainda deve ser despendido na sistematização de dados e na composição de coleções para se obter uma lista mais aproximada da condição real. Há que considerar também que o resultado aqui disponibilizado representa o que foi possível fazer dentro das circunstâncias para coleta de informações. Destacam-se como dificuldades enfrentadas na elaboração do catálogo a exiguidade de tempo para inclusão de registros e a necessidade de extensivas e minuciosas revisões dos dados recebidos. Considerando os Domínios, há mais registros de espécies de fungos na Mata Atlântica (1.664 spp.), seguida pela Caatinga (734 spp.) e a Amazônia (519 spp.), com número menos representativo no Cerrado (291 spp.). Quase nenhuma informação foi registrada a respeito de espécies no Pantanal (28 spp.) e no Pampa (1 sp.) (fig. 1). A Região Nordeste é a que possui registro de maior diversidade de espécies, com 1.749, seguida pela Sudeste com 1.411, Sul com 1.320, Norte com 743 e Centro-Oeste com 296
Os fungos são microrganismos notáveis pela habilidade de se nutrir a partir das mais variadas moléculas (desde as simples, como açúcares, até hidrocarbonetos complexos, como os que formam o petróleo). Eles compõem um dos sete reinos em que se dividem os seres vivos, segundo a classificação mais recente. Já foram descritas entre 70 mil e 100 mil espécies, os fungos atraem o interesse de pesquisadores devido a aspectos que podem ajudar a compreender melhor a evolução e o funcionamento de todos os seres vivos. Uma interessante característica desses microrganismos é sua reprodução, que pode ser assexuada ou sexuada. A reprodução sexuada dos fungos ocorre de variadas maneiras, e seu estudo vem ajudando a revelar as origens da reprodução sexual mais complexa observada nos chamados organismos superior, inclusive o homem. Adlane Vilas Boas Ferreira Laboratório de Genética Molecular e Microrganismos, Departamento de Biologia Geral, Universidade Federal de Minas Gerais FUNGOS Os primórdios do sexo distribuídas em todos os locais do mundo onde possam obter nutrientes, mas estima-se que isso represente apenas 20% das espécies existentes. Muitas espécies são úteis ao homem (como alimento, fermento ou fonte de remédios, por exemplo), mas outras podem provocar sérios danos à saúde ou principalmente a lavouras, já que os fungos são os principais agentes de doenças em plantas. Nos fungos, a reprodução pode ser tanto assexual quanto sexual. A reprodução assexual pode ocorrer através da simples divisão celular por mitose, aumentando o número de células ou o volume do corpo, ou produzindo estruturas especializadas para dispersão do fungo, os esporos. Na mitose, a célula é duplicada e seu material genético é copiado integralmente, gerando novas células geneticamente idênticas. Quando a mitose ocorre em um fungo unicelular, como a levedura, o resultado é a formação de dois indivíduos independentes. Já nas espécies multicelulares, que têm células interconectadas umas às outras formando estruturas filamentosas (as hifas), cada nova divisão faz o corpo do fungo (o micélio, ou seja, o agregado das hifas) crescer radialmente, de tal modo que um só indivíduo pode atingir quilômetros de extensão! Esse tipo de crescimento é chamado vegetativo. A maior parte dos fungos pode produzir esporos assexuais (ou vegetativos) a partir de suas hifas. Tais esporos são liberados no ambiente e, ao germinar, geram indivíduos geneticamente iguais ao fungo de onde se originaram. Já a reprodução sexual gera indivíduos geneticamente diferentes. Certas espécies de fungos dependem da presença de um ‘parceiro’ sexual (outro indivíduo, com diferenças genéticas) para realizar o acasalamento – e por isso são chamadas de autoestéreis ou heterotálicas. Mas a reprodução sexual pode ocorrer entre indivíduos com o mesmo material genético, ou entre duas células do mesmo indivíduo, graças a especificidades genéticas desses microrganismos. Nesse caso, o fungo é chamado de autofértil ou homotálico. Este artigo trata da reprodução sexuada em espécies ou linhagens heterotálicas. 
 Para que a reprodução sexuada dos fungos seja bem compreendida, é preciso explicar melhor os ciclos de vida dos diferentes fungos. Muitos desses organismos passam a maior parte de sua vida na forma haplóide (ou seja, tendo em suas células apenas uma cópia de cada cromossomo) e apresentam uma fase muito curta na forma diplóide (com duas cópias de cada cromossomo). Outros fungos podem passar toda a vida como diplóides, apresentando células haplóides apenas eventualmente. Já os vertebrados, como o homem, são sempre diplóides, e apenas suas células reprodutivas (gametas) são haplóides. A reprodução sexuada depende da meiose, processo que, a partir de uma célula diplóide, produz células haplóides. Nos fungos, essa forma de reprodução só acontece sob certas circunstâncias. Quando há escassez de alguns nutrientes, por exemplo, alguns fungos ‘sentem’ que o ambiente deixou de ser propício a seu crescimento vegetativo e procuram ‘atrair’ um parceiro adequado para cruzar. Nos fungos que passam quase todo o ciclo de vida na forma haplóide, a fusão de células reprodutivas (uma de cada parceiro) forma uma célula diplóide que, em geral, logo depois sofre meiose, gerando novamente células com apenas uma cópia dos cromossomos. Tais células são os esporos sexuais, que resistem melhor às condições adversas do meio, favorecendo a perpetuação da espécie. Os esporos sexuais são produzidos nos chamados ‘corpos de frutificação’. Cogumelos e trufas (um tipo de cogumelo subterrâneo) são corpos de frutificação de maior porte, mas em muitos fungos essas estruturas só podem ser vistas com lupa ou microscópio. Para formá-las, o fungo sofre mudanças fisiológicas e desenvolve estruturas que têm a finalidade de permitir a ‘atração’ de um parceiro sexual e realizar a meiose. Sabe-se que indivíduos de uma mesma espécie de fungos, quando entram em contato, ao crescer vegetativamente no mesmo local, podem até fundir suas hifas, se tiverem a mesma ‘identidade genética’. Na reprodução sexuada heterotálicas, porém, os parceiros de um cruzamento são geneticamente diferentes, embora idênticos no aspecto físico – a diferenciação morfológica sexual é rara nesses microrganismos. O que torna os fungos sexualmente distintos é a existência de certas sequências genéticas em um parceiro e não no outro. Por isso, convencionou-se chamar esses parceiros não de macho e fêmea, mas, por exemplo, de ‘A’ ou ‘a’, ‘+’ ou ‘-’, ‘a’ ou ‘’ etc. Esse sistema genético, encontrado também em algas e protozoários, é conhecido como ‘tipo de acasalamento’ (em inglês, mating-type) e funciona como um cromossomo sexual primitivo. O tipo de acasalamento pode ser determinado de forma simples, por apenas um ‘loco’(pequeno trecho do cromossomo onde se localizam os genes) que contenha seqüências variáveis de DNA, ou de maneira mais complexa, por dois ou mais locos, cada um com seqüências alternativas. Variantes diferentes do mesmo gene recebem o nome de alelos, mas, quando as regiões de um loco têm tamanho, seqüência de DNA e origem evolutiva diferentes, são chamadas de idiomorfos. Cada idiomorfo pode conter mais de uma seqüência codificadora de proteínas – ‘codificar’, em genética, significa ‘ter a informação necessária no DNA’ para a ‘construção’ de uma molécula de proteína (ou de RNA). Para saber de modo mais detalhado como é o sexo nos fungos, vamos examinar o que acontece em algumas espécies desses organismos. O fungo unicelular S. cerevisiae A levedura Saccharomyces cerevisiae, fungo unicelular muito utilizado na produção de pães, vinhos e cervejas, é um excelente modelo experimental. O loco mating-type dessa levedura (MAT) foi o primeiro a ser estudado em nível molecular, nos anos 80, o que auxiliou muito a compreensão dos sistemas de acasalamento em outros fungos. Na natureza, essa levedura apresenta auto fertilidade, mas existem linhagens de laboratório que perderam essa capacidade e se tornaram auto-estéreis (heterotálicas). Nesse caso, existem indivíduos ‘a’ ou ‘’, que têm os idiomorfos MATa e MAT, respectivamente. O ciclo de vida das linhagens heterotálicas de S. cerevisiae inclui uma fase haplóide relativamente longa, em que as células se dividem por mitose (por um processo denominado brotamento) e uma fase diplóide de duração variável. Os dois tipos celulares haplóides (‘a’ e ‘‘) têm idiomorfos diferentes no loco mating-type, mas em ambos estão ativos certos genes que reprimem a transcrição de outros genes necessários para a ocorrência da meiose. Nos indivíduos ‘a’, o gene ativo para o acasalamento é o MATa1 (do idiomorfo MATa). Esse gene codifica uma proteína (MATa1), que atua como fator de transcrição para outras proteínas específicas – isso significa que ela controla os genes que codificam tais proteínas. O gene MATa1 tem uma região denominada HD (do inglês homeodomain, ou ‘homodomínio’), típica de certos fatores transcricionais importantes também presentes em outras espécies (inclusive no homem). Nos indivíduos do outro tipo (‘’), estão ativos os genes MAT1 e MAT2 (do idiomorfo MAT), que também codificam proteínas capazes de atuar como fatores de transcrição (II, na figura 1). MAT2 também possui a região HD e MAT1 tem uma região chamada domínio , presente em genes mat de outras espécies de fungos. Assim, indivíduos ‘a’ ou ‘‘ terão conjuntos de proteínas ligeiramente diferentes, controladas por esses diferentes fatores de transcrição. 
Classificação dos fungos: 
A - Filo dos Basidiomicetos – Formam, após a reprodução sexual, corpo de frutificação em forma de cogumelo e nele os esporos formam-se em basídios (ver figura A acima) , chamando-se basidiósporos .Ex: Champignons 
 B - Filo dos Deuteromicetos – Não possuem reprodução sexuada, nem corpo de frutificação. Ex:Candida albicans (ver lâmina de micose na mucosa vaginal na figura B acima) 
C - Filo dos Zigomicetos (ou Ficomicetos) – Formam esporângios (cápsulas na ponta da hifa) tanto na reprodução assexuada como na sexuada e soltam esporos. Ex: Rhizopus – mofo do pão (ver figura C) 
D - Filo dos Ascomicetos – Formam, após a reprodução sexual, corpo de frutificação em forma de taça ou saco chamados ascósporos e neles os esporos se formam em sacos, os ascos,. Ex: Morchella esculenta (ver figura D acima) 
Obs : Importante associação ecológica feita entre algumas espécies de fungos e algas unicelulares chama-se LIQUEN. As hifas fornecem água e minerais e as algas fornecem glicose. Os liquens são bioindicadores de áreas com ar não poluído. Encontram-se sobre troncos e pedras. “Pacotes” de hifas enrolando algas, chamados SORÉDIOS se soltam e fazem a reprodução dos liquens.
Altamente tolerantes a ambientes hostis 
• Temperatura de -6 a 50°C 
• Ambientes hipertônicos – Podem ser classificados em: 
• Leveduras (unicelular) 
• Fungos filamentosos (multicelular) – Contém hifas que em conjunto formam o micélio – Hifas podem ser contínuas ou septadas – Micélio tem elevada relação área/volume facilitando a aquisição de alimentos
Crescimento das hifas ocorrem pelas extremidades – Crescimento circular – Aspecto algodonoso e aveludado – Micélios produzem esporos 
• Disposição tamanho e forma servem para identificação morfológica, Reprodução pode ser sexuada ou assexuada, • Produzem pigmentos que confere diferentes colorações, Até 1969 eram classificados como plantas, • A partir daí foi criado o reino fungi, Divididos em 6 filos – 4 de importância médica 
• Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota. • Deuteromycota
Infecções causadas por fungos 
• De mais de 10 mil espécies de fungos conhecidas apenas 200 foram descritas com envolvimento em doenças no homem e outros animais 
• O advento de pacientes imunocomprometidos aumenta a incidência de infecções fúngicas
Epidemiologia 
São doenças comuns, frequentes em crianças e adultos, acometendo a maioria dos idosos. A transmissão ocorre por contato pessoal, com animais (cães, gatos) ou com a terra. O agente mais comum é o Trichophyton rubrum, que causa as lesões nas unhas, pés e virilha. O Microsporum canis, que parasita animais, como o gato (que pode ser portador assintomático, ou seja, não apresentar os sinais da doença) ou o cão (que em geral apresenta lesões com queda de pelo) pode causar lesões na pele do corpo humano.
Definição e etiologia 
É uma doença de pele causada por fungos do gênero Malassezia. 
Epidemiologia É doença comum que atinge os adultos e excepcionalmente as crianças antes da puberdade. Ela não é tão transmissível como as outras micoses superficiais, sendo mais comum em épocas quentes e úmidas. As lesões tornam-se mais evidentes após exposição ao sol, em decorrência de um contraste de cores, pois o local parasitado não se bronzeia. quadro clínico Surgem manchas brancas, eritematosas ou acastanhadas, geralmente arredondadas e com descamação . Normalmente atingem costas, peito, pescoço, face, e braços. As lesões não costumam coçar
 Diagnóstico 
Além do quadro clínico, pode-se fazer o exame micológico direto, como os realizados para os fungos dermatólótos. 
Tratamento
 Geralmente, o tratamento com medicações tópicas é suficiente (clotrimazol, miconazol, cetoconazol, entre outros), além do uso de medicações em forma de xampus (cetoconazol, ciclopiroxolamina, zinco piritionato, sulfeto de selênio). Quando o quadro for muito extenso, é possível utilizar medicamentos sistêmicos (fluuconazol em doses semanais, itraconazol)
O que é Histoplasmose?
Sinônimos: febre do vale do rio ohio, mediastinite fibrosante
Histoplasmose é uma infecção causada pela inalação de esporos de um fungo que é encontrado frequentemente em fezes de pássaros e de morcegos. A histoplasmose é mais comumente transmitida quando esses esporos se espalham pelo ar, muitas vezes durante a limpeza ou demolição de projetos.
Solo contaminado por fezes de pássaros ou morcegos também podem transmitir a histoplasmose, por isso, agricultores, paisagistas e outros profissionais que trabalham com a terra correm maior risco de contaminação.
A maioria das pessoas com histoplasmose nunca desenvolvem sintomas e não sabem que estão infectadas. Contudo, para algumas pessoas, especialmente crianças e quem tem o sistema imunológico comprometido, histoplasmose pode ser grave.
Os pulmões, sistema gastrointestinal e nervoso central podem ser afetados pela histoplasmose. Felizmente, existem tratamentos até para as formas mais graves da doença.
Tipos
Histoplasmose aguda ou a curto prazo: Esse tipo geralmente é leve e raramente causa complicações. A maioria das pessoas infectadas por esta doença não desenvolve sintomas.
Histoplasmose crônica ou a longo prazo: Este tipo de doença é menos frequente do que a aguda. Em pessoas com o sistema imunológico comprometido, este tipo pode ser um risco à vida.
Causas
O causador dahitoplasmose é o fungo Histoplasma capsulatum. Este fungo é frequentemente encontrado nas fezes de pássaros ou morcegos. Quando os esporos destes fungos microscópicos são inalados, algumas pessoas desenvolvem a hitoplasmose que é semelhante à pneumonia. Não são todos que inspiram os esporos que desenvolvem a doença. Os esporos podem se espalhar pelo ar em projetos de demolição em áreas que contêm morcego ou excrementos de pássaros. Os esporos podem viajar centenas de metros.
Fatores de risco
As chances de desenvolver sintomas de hitoplasmose é maior de acordo com o aumento do número de esporos que são inaladas. Portanto, algumas profissões aumentam o risco de contágio, são elas:
Agricultores
Trabalhadores de controle de pragas
Avicultores
Trabalhadores da construção
Paisagistas e jardineiros
Trabalhadores de demolição.
Pessoas com maior risco de infecção severa
A maioria das pessoas expostas a histoplasmose não irão desenvolver sintomas. Contudo, o risco de infecção grave é maior se você tem o sistema imunológico comprometido. As condições associadas com baixa imunidade são:
Ser uma pessoa muito jovem ou muito velha
Ter HIV ou AIDS
Tomar medicamentos anti-inflamatórios fortes como os corticosteroides
Realizar quimioterapia para o câncer
Tomar inibidores de TNF para condições como a artrite reumatóide
Tomar medicamentos imunossupressores para evitar a rejeição de transplantes.
Pitiríase versicolor: 
Infecção geralmente assintomática, mas, em raras ocasiões, pode ser relatado pelo paciente um discreto prurido. Apresenta-se como manchas hipo ou hiperpigmentada, descamativas geralmente no tórax, pescoço e braços em adultos jovens, sem distinção de sexo. Os principais fatores endógenos para o aparecimento das lesões são: Pele gordurosa, elevada sudorese, fatores hereditários e uso de terapia imunossupressora. 
Ag. Etiológico: Malassezia furfur 
Diagnóstico: Raspado de pele clareado com KOH.
 Escamas de Pele com Malassezia furfur Coradas pelo P.A.S: Leveduras arredondadas, formando aglomerados em forma de cachos de uva ou mosaico; hifas curtas e grossas, em forma de Y ou L, de cor vermelha. Isolamento: Para isolamento primário de fungo de material clínico, com suspeita de petiríase versicolor, devemos utilizar um meio especialmente preparado para o isolamento dessas leveduras, visto que são lipodependente.
Gênero Microsporum: M.canis: 
É um dermatófito zoofílico transmitido ao homem por diversos animais domésticos principalmente felinos jovens. Clinicamente, é responsável por lesões do couro cabeludo, caracterizada por grandes placas de alopécia, principalmente em crianças. Crescimento rápido de 6-10 dias. 
Textura algodonosa de tonalidade branca. O reverso apresenta-se de coloração amarelo-limão. A microscopia direta da colônia mostra na maioria das vezes grande quantidade de macroconídeos fusiformes verrucosos, de paredes grossas e com numerosas septações, que variam de 5 a 7 microconídeos. Os microconídeos são em quantidade variadas e sem nenhum valor diagnóstico.
MICOSES SUBUTÂNEAS 
Micoses subcutâneas são infecções causadas por um grupo diversificados de fungos que ataca o homem e os animais. As lesões aparecem inicialmente a partir de um ponto de inoculação de estruturas fúngicas, através de traumatismos diversos. Podem permanecer localizados ou se espalhar pelos tecidos adjacentes, por via linfática ou hematogênica. As maiorias dos fungos envolvidas são saprófitos habituais do solo e vegetais em decomposição. As principais micoses subcutâneas são;
Cromoblastomicose, esporotricose, micetoma (eumicetoma e actinomicetoma), zigomicose, rinosporidiose, doença de Jorge Lobo, feo-hifomicose e hialo-hifomicose. Cromoblastomicose: Infecção crônica, granulomatosa, caracterizada por lesões nodulares, verrucosas, papilomatosas, por vezes ulceradas, localizadas, preferencialmente nos membros inferiores, tendo como agente etiológico fungos de coloração escura (demaciáceos), distribuídos por diversas espécies.

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