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1 Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online BENS PÚBLICOS Os bens considerados públicos submetem-se a um regime jurídico especial: inalienável, imprescritível e impenhorável. Conceito Lei Art. 98 do Código Civil (CC) – São públicos os bens do domínio nacional perten- centes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particu- lares, seja qual for a pessoa a que pertencerem (CC de 2002). As pessoas públicas são a União, os Estados, o Distrito Federal, Municípios, suas autarquias e as suas fundações públicas de direito público. Se um bem pertence a uma pessoa jurídica pública, o bem é público. Segundo o CC, essa atribuição depende da titularidade do bem para definir se é público ou privado. Doutrina Deve-se compreender como bens públicos todos os demais bens, mesmo que pertencentes a pessoas de direito privado, que estejam destinados à pres- tação de um serviço público. Para a doutrina, não é a titularidade do bem que vai defini-lo como público ou privado, mas, sim, a sua finalidade. Se um bem está destinado à prestação de um serviço público à sociedade, esse é um bem público. Uma estatal que exerça uma atividade econômica é um bem privado, mas se a estatal prestar ser- viço público à sociedade, o bem é considerado público. Se uma concessionária presta um serviço à sociedade, o conceito doutrinário a classificaria como bem público. Atenção! O conceito doutrinário é importante, mas, em confronto com o conceito da lei, esta deve ser a opção nas provas de concurso. AN O TAÇ Õ ES 2 Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br AN O TA Ç Õ ES Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online Classificação Os bens públicos podem ser classificados quanto à: 1) Titularidade – podem ser bens da União (federais), dos Estados e dos Municípios. A) União/federais, segundo o art. 20 da Constituição Federal (CF); B) Estados/estaduais, segundo o art. 26 da CF; Art. 26. Incluem-se entre os bens dos Estados: I – as águas superficiais ou subterrâneas, fluentes, emergentes e em depósito, res- salvadas, neste caso, na forma da lei, as decorrentes de obras da União; II – as áreas, nas ilhas oceânicas e costeiras, que estiverem no seu domínio, exclu- ídas aquelas sob domínio da União, Municípios ou terceiros; III – as ilhas fluviais e lacustres não pertencentes à União; IV – as terras devolutas não compreendidas entre as da União. C) Municípios/municipais não foram contemplados com qualquer artigo espe- cial da CF, mas os municípios são donos dos bens dentro dos seus limites terri- toriais, desde que não pertencentes à União ou aos Estados. Art. 20. São bens da União: I – os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos; II – as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambien- tal, definidas em lei; III – os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos margi- nais e as praias fluviais; IV – as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas ao serviço pú- blico e a unidade ambiental federal, e as referidas no art. 26, II; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 46, de 2005) 3 Bens Públicos DIREITO ADMINISTRATIVO www.grancursosonline.com.br Produção: Equipe Pedagógica Gran Cursos Online A lista é meramente exemplificativa. A União, por exemplo, pode ser dona de ações de uma empresa privada. As terras devolutas não pertencem à União; como regra, pertencem aos Esta- dos. Apenas pertencem à União as devolutas indispensáveis à defesa das fron- teiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de comunica- ção e à preservação ambiental, definidas em lei. As terras devolutas são terras devolvidas. Quando Portugal deu início à colo- nização do Brasil, fez concessão de terras para particulares através das sesma- rias, doações e outros instrumentos particulares. Algumas pessoas que recebe- ram essas terras regressaram a Portugal, e as terras foram devolvidas para a Coroa portuguesa. Todas as terras devolutas são públicas, sejam elas da União ou dos Estados. Os rios que banham mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham são rios federais, são rios que pertencem à União. A praia, seja ela marítima ou fluvial, é toda extensão de terra quando termina a corrente de água até chegar a vegetação. O rio que passe em determinada propriedade nunca é propriedade do seu dono, mas, sim, da União ou dos Estados. Os terrenos marginais são aqueles que estão à margem de um rio. A partir da Linha Média das Enchentes Ordinárias (LMEO), os 15 metros que avançam em direção à vegetação são considerados terrenos marginais e, em caso de desapropriação, não conferem qualquer tipo de indenização a quem os esteja ocupando. As ilhas fluviais e lacustres pertencem aos Estados, salvo quando estiverem em zonas limítrofes com outros países. As ilhas costeiras são aquelas próximas da costa, e as oceânicas são aquelas que estão longe da costa. Em 2005, houve uma alteração na CF que excluiu da propriedade da União as ilhas costeiras que continham a sede de Municípios, como, por exemplo, Flo- rianópolis, que pertence ao Estado de Santa Catarina. Contudo, na hipótese de existir em Florianópolis um hospital federal ou uma unidade ambiental federal, essa ilha costeira será pertencente à União, bem como todas as suas praias marítimas. ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Gustavo Scatolino.
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