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TRABALHO DE GSP Disciplina: Fundamentos da Administração Publica e Ética Aluno (a): DAVID SOARES SILVA DATA: 22/09/2018 1-Orientações para o desenvolvimento do trabalho Capa (nome da instituição, nome da disciplina, nome do aluno-(1pagina) Introdução: (é a apresentação simples, objetiva e sintética do que serão abordados ao longo do trabalho- no mínimo dois parágrafos) Desenvolvimento: (deve-se ler sobre o assunto, anotar os pontos principais e dissertar as questões apresentadas a cada ponto solicitado- no mínimo 03 e no Maximo 07 paginas). Conclusão: (destacar-se os objetivos alcançados, o resumo das principais idéias – no mínimo dois parágrafos) Referências bibliográficas: (quais fontes de pesquisas utilizadas- no mínimo duas). 2- Trabalho Digitado: Fonte: Arial ou Times New Roman, - Tamanho: 12- Cor: preta Espaçamento entre linhas: 1,5 Margem superior: 3 cm margem inferior : 2cm Margem esquerda: 3 cm margem direita: 2cm Justificado 3- Trabalho Manuscrito: Letra legível e folha pautada. 4- Objetivos do Trabalho e Pontuação: • O trabalho tem por objetivo o complemento da nota e poderá somar de 2 a 10 pontos. • Poderá utilizar a apostila apenas como orientação para pesquisa e referência. • Quantidade de páginas: observar orientações: • Será avaliada a capacidade do aluno em fazer síntese, interpretação de texto,coerência, organização, em cumprir com os itens pedidos, e cumprir com a metodologia. TEMA A SER DESENVOLVIDO: Partindo do princípio da Administração Pública, pesquise e escreva sobre a Evolução da Administração Publica e a reforma do Estado. INTRODUÇÃO No Brasil observa-se que a evolução da administração pública foi baseada em três modelos básicos de gestão: patrimonialista, burocrático e gerencial. Cada modelo representa um dado contexto histórico. O ciclo iniciado pela administração patrimonialista, seguido pela burocrática e terminando com a administração gerencial, não significa que exista atualmente um modelo único de administração, mas sim uma confluência de elementos característicos de cada modelo. Considera-se também o surgimento de um conjunto de novas ideias e práticas de gestão conhecidas como nova gestão pública. Ademais, a pesquisa apresenta uma síntese sobre a Reforma do Estado iniciada em 1995. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO BRASIL Antes de discutirmos sobre os modelos de gestão pública aplicados no Brasil, cabe uma definição do que seria Administração Pública. Podemos definir a Administração Pública como o conjunto de órgãos e servidores responsáveis pelo atendimento das necessidades da sociedade. O Estado é responsável pela prestação de diversos serviços demandados pela população– educação, saúde, segurança, habitação, saneamento, esporte, lazer e assistência social. Para que os objetivos sejam alcançados, a administração precisa de planejamento e preocupação com o bom uso dos recursos públicos, atuando de forma eficiente, rápida e transparente. Modelo de gestão pública é a junção de métodos e práticas administrativas utilizadas pela administração para o alcance dos objetivos e metas estabelecidos. MODELO PATRIMONIALISTA O patrimonialismo foi o primeiro modelo de administração pública do Brasil, presente desde o período colonial até a República Velha. Trata-se de um modelo onde não há distinção entre os bens públicos e particulares. Segundo Weber (2004), o governante para manter o domínio sobre os súditos depende da própria vontade destes em legitimá-lo como protetor do seu bem-estar. Neste modelo prevalece os interesses particulares e a troca de favores. Ou seja, os cargos públicos eram ocupados por amigos, parentes e apoiadores do governante, não existiam carreiras profissionalizadas. Por isto, o modelo apresenta forte tendência à corrupção. Após a Revolução Francesa, o ideário democrático expõe a necessidade de uma gestão pública profissional. Acrescenta-se ainda o desenvolvimento do capitalismo que defende a distinção entre o mercado, sociedade e Estado. Diante deste contexto verifica-se a necessidade de um novo modelo de gestão pública. MODELO BUROCRÁTICO Surge como uma alternativa mais racional e adequada, para separar o público do privado, além de reduzir a corrupção e tornar o estado mais eficiente. Características da administração burocrática: a impessoalidade, o profissionalismo, a hierarquia funcional e a ideia de carreira pública. Há uma desconfiança excessiva em relação aos servidores. Por isso, o modelo promove um controle rígido dos processos, da seleção de servidores, contratações de serviços e produtos, inclusive das atividades de atendimento ao público. Contudo, a eficiência defendida pelo modelo não foi observada na prática. Ficou evidente que a burocracia não era garantia de qualidade. Na verdade, a administração burocrática é lenta, cara, pouco ou nada orientada para o atendimento das demandas dos cidadãos (BRESSER PEREIRA, 1996). MODELO GERENCIAL A crise do Estado na década de 70 traz consigo a decadência do modelo burocrático. Segundo Bresser Pereira (1996), a busca pelo modelo gerencial não decorre apenas da diferenciação de estruturas e complexidade crescente dos problemas a serem enfrentados, mas também de legitimação da burocracia perante as demandas da sociedade. […] a administração gerencial moderna, fortemente influenciada pela postura pragmática das mega-empresas assim como pela exigência de transparência praticada no mundo anglo-saxônico, desloca o foco de interesse administrativo do Estado para o cidadão, do mesmo modo que, antes, a transição da administração patrimonialista, que caracterizava o absolutismo, para a administração burocrática, já havia deslocado o foco de interesse do Monarca para o Estado. (MOREIRA NETO, 1998, p.39 apud CAMPELO, 2010, p. 313). O modelo gerencial defende o preceito de que o mercado e a economia possuem regras próprias. As premissas do modelo apoiam-se na descentralização, incentivo à competitividade e flexibilização dos modelos contratuais. Do modelo extraímos que não basta ser eficiente – é necessário fazer o que deve ser feito, com políticas voltadas para o cidadão. Atualmente as práticas gerenciais buscam a igualdade no acesso aos serviços públicos. A sociedade civil surge como ator importante na formulação de alternativas aos novos desafios enfrentados pelo Estado, principalmente, através da fiscalização da aplicação dos recursos. REFORMA DO ESTADO Nos anos 90 a reforma do Estado se torna um tema central em todo o mundo. Existia um consenso entre Estado e sociedade quanto à importância da modernização da administração pública. No Brasil, a Reforma teve início com a criação do MARE (Ministério da Administração e Reforma do Estado), ocasião em que Luiz Carlos Bresser Pereira é nomeado ministro. Este, após realizar um diagnóstico sobre a Administração Pública Brasileira apresenta um conjunto de propostas chamado de Plano Diretor de Reforma do Aparelho do Estado (PDRAE). O Plano Diretor tinha como principal objetivo a implantação do modelo gerencial na administração pública brasileira. Um ano após a publicação do Plano Diretor foi realizado em Brasília, com a participação do BID, um seminário que teve como principal assunto a reforma do Estado. Neste evento, em sua fala de abertura, o Presidente Fernando Henrique Cardoso esclareceu o que significa esta reforma: Reformar o Estado não significa desmantelá-lo. (...) Mudar o Estado significa, antes de tudo, abandonar visões do passado de um Estado assistencialista e paternalista,de um Estado que, por força de circunstâncias, concentrava-se em larga medida na ação direta para a produção de bens e serviços. Hoje, todos sabemos que a produção de bens e serviços pode e deve ser transferida à sociedade, à iniciativa privada, com grande eficiência e com menor custo para o consumidor. (CARDOSO, 1998, p. 15). É nesta mesma perspectiva de reconstituir o papel do Estado, definindo suas ações em torno das políticas sociais, que afirma o Plano Diretor: “é necessário reconstruir o Estado, de forma que ele não apenas garanta a propriedade e os contratos, mas também exerça seu papel complementar ao mercado na coordenação da economia e na busca da redução das desigualdades sociais” (1995, p. 55-56). O Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado (1995) é referência fundamental na história da Administração Pública Brasileira, podendo ser avaliado como uma tentativa de superação da “Era Vargas” no plano institucional, ao traçar as diretrizes fundamentais da modificação do relacionamento entre Estado, Governo e Sociedade e ao propor a articulação de um novo modelo de desenvolvimento, redefinindo uma série de funções históricas do Estado brasileiro (BRASIL, PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA, 1994). Em relação à transição do modelo de Administração Pública que a Reforma preconiza, é interessante a análise de Abrucio (2007), que não concorda com a visão etapista sugerida pela Reforma de 1995 e por Bresser Pereira, segundo a qual há uma oposição completa entre a administração burocrática e as novas formas de gestão. Segundo essa leitura, essa visão dicotômica leva a crer que um modelo substitui por completo o outro, sendo que, na verdade, o modelo weberiano, apesar de alguns males que possui e que devem ser combatidos (como o excesso de formalismo e a rigidez burocrática), também pode contribuir com a modernização, principalmente reforçando a meritocracia e separando decididamente o público do privado. Portanto, para pensar a Reforma do Estado no Brasil e avançar nesse debate, devemos analisar simultaneamente várias “Reformas” que estão englobadas nesse tema, quais sejam: a econômica, que basicamente diz respeito aos ajustes estruturais macroeconômicos, à redefinição do papel do Estado na economia e ao equilíbrio fiscal, cujos fundamentos básicos já foram estabelecidos, principalmente com a estabilização monetária do Plano Real e com a Lei de Responsabilidade Fiscal; a administrativa, focalizando o delicado e estratégico tema dos Recursos Humanos no Setor Público promovendo avanços na questão das tecnologias da informação e aperfeiçoando o governo eletrônico; estimulando a melhoria da transparência das ações públicas, através do refinamento dos mecanismos de accountability e responsabilização dos agentes públicos, sempre tendo em vista o aumento progressivo da qualidade do serviço público entregue pelo Estado, com foco no cidadão; e finalmente a reforma de inovação, muito mais lenta que as demais, porque envolve valores e cultura política, e passa necessariamente pelo desenvolvimento de uma mentalidade de empoderamento da população e pelo fortalecimento dos mecanismos de democracia participativa (ABRUCIO, 1998). CONCLUSÃO Observamos que as reformas da administração formam um ciclo, iniciado pela administração patrimonialista, seguida da administração burocrática e da gerencial, entretanto, não podemos afirmar que existe atualmente um modelo único. A administração pública brasileira apresenta traços da burocracia, atrelados a características patrimonialistas e a busca pelos princípios gerenciais. Como exposto acima, os modelos foram sendo aperfeiçoados, ou seja, não houve uma ruptura completa, mas sim a manutenção das práticas eficazes e uma renúncia dos métodos ineficientes. REFERÊNCIAS ABRUCIO, Fernando Luiz. Os avanços e dilemas do modelo pós- burocrático: a reforma da Administração Pública à luz da experiência internacional recente. In: BRASIL, Ministério da Administração Federal e Reforma do Estado – MARE. Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado. Brasília, novembro de 1995. BRESSER PEREIRA, L. C. SPINK, Peter. A Reforma do Estado e a Administração Pública Gerencial. São Paulo: Fundação Getúlio Vargas, 1998. BRESSER PEREIRA, L. C. (janeiro-abril de 1996). Da Administração Pública Burocrática à Gerencial. Revista do Serviço Público, v. 47, n.1, p. 7-29, 1996. CAMPELO, G. S. B. Administração pública no Brasil: Ciclo entre patrimonialismo, burocracia e gerencialismo, uma simbiose de modelos. Recife, v. 34, n. 2, p. 297-324, 2010. Disponível em: <htpps://periodicos.fundaj.gov.br/CIC/article/view/871/592>. CARDOSO, Fernando Henrique. Reforma do Estado. IN PEREIRA, Luiz Carlos Bresser, e SPINK, Peter (org.). Reforma do Estado e Administração Pública Gerencial. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1998. MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Administração pública gerencial. Revista de Direito, Rio de Janeiro, volume 2, nº 4, p. 37-44, jul./dez. 1998. Disponível em: <http://www.camara.rj.gov.br/setores/proc/revistaproc/revproc1998/revdireito199 8B/est_adm inpublica.pdf>. Acesso em: 5 de janeiro de 2016. SANTOS, Ânderson Ferreira dos. Evolução dos Modelos de Administração Pública no Brasil. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 04. Ano 02, Vol. 01. pp 848-857, Julho de 2017. WEBER, Max. Economia e Sociedade. São Paulo: UnB, 2004.
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