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Questões TSP - Humanismo, Fenomenologia, Sócio-Histórica

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UNIP - CAMPINAS – 2º SEMESTRE
TEORIAS E SISTEMAS PSICOLOGIA
PROF. MÁRCIO M. G. DE SOUZA
ROTEIRO DE ESTUDOS
 Gabriela Moras Miranda			D349473
Júlia Jhemilly de Carvalho Silva 		N1280H8
Marcelo dos Santos Rocha Júnior		D36CHD3 
O HUMANISMO AMERICANO:
1. O termo “humanismo passou por diversas mudanças de significado ao longo da história da sociedade. Explique o sentido do termo em questão em cada um dos períodos históricos relacionados abaixo:
a) Grécia antiga
O Humanismo era visto como “o homem que diferencia de qualquer outro ser”, ou seja, “entender o homem na sua própria existência”. O humanismo situa e valoriza o ser humano em seu mundo.
b) Idade Média
Manifesta-se um humanismo de natureza cristã, para o qual o valor do homem é dado na semelhança com Deus.
c) Renascimento
Teve o abalo sobre o “realismo Aristotélico”, ou seja, o conhecimento não era imposto ao homem pelo cosmo, o conhecimento era humano, criação do homem.
d) Iluminismo
Pegou um ponto de vista de três autores, sendo eles Kant, Descartes e Rousseau, onde se estendem na ideia de que o homem teria o poder de conhecer tudo, inclusive sua própria consciência.
e) Modernidade
Kant demonstra que o homem é um ser autônomo, apesar da limitação fundamental do seu conhecimento, que chamou de “finitude radical”, pois não conhecemos a realidade em si, mas apenas a representação que dela fazemos o fenômeno. O homem não seria determinado nem pela natureza nem pela história.
2. Explique a relação existente entre a Declaração Universal dos Direitos do Homem, promulgada pela Organização das Nações Unidas em 1948, no desenvolvimento do Movimento Humanista.
A psicologia humanista, podia se dizer que era um movimento que visava com a valorização do homem (cada homem era considerado um, sem exceções), e o grande ápice foi a Declaração Universal dos Direito Humanos, onde o homem passou a ser do direito natural (não integrado a vida em sociedade) para humanismo jurídico (responsável pelos seus atos, sendo autônomo e consciente de si), onde os direitos iguais era para todos. A Declaração Universal dos Direitos do Homem se fundamenta num princípio segundo o qual o ser humano, assim como foi na psicologia Moderna.
3. Abraham Maslow é reconhecido como um dos principais autores do movimento humanista norte-americano. Explique qual foi o papel deste autor no desenvolvimento e na articulação deste movimento.
Maslow criticava a autoridade da psicologia, fazendo com que a psicologia humanista seja uma 3º força, recuperando a ética psicológica. Maslow pretendia a re-humanização de toda a ciência, em busca de novos modelos em relação ao ser humano pelo desacordo com aqueles então vigorantes e com o determinismo a eles intrínseco (do próprio organismo).
4. Explique a hierarquia das necessidades institóides proposta por Maslow.
A hierarquia ou Pirâmide de Maslow, como mais conhecida, é instituída sobre a teoria sobre motivações humanas, onde Maslow acreditava que toda ação humana era motivada através de uma ou diversas necessidades. Onde foram elaboradas cinco necessidades, sendo elas: Fisiológicas, sociais, segurança, estima e auto-realização.
5. Por que, segundo Maslow, uma pessoa que ainda não conseguiu satisfazer os níveis mais básicos de suas necessidades possivelmente não alcançará a auto-realização?
Pois para Maslow o individuo só alcançara a auto-realização quando satisfizer todos os níveis anteriores (básicos). Para alcançar um novo começo, o caso anterior deve estar satisfeito, ao menos em partes. Pois quando sua motivação esta satisfeita com tal etapa, a próxima necessidade cria um destaque maior pelas necessidades das quais são significativas a ele. Então caso o individuo não tenha realizado tais etapas (Fisiológicas, sociais, segurança, estima) anteriores, ele possivelmente não terá a auto-realização na pirâmide de Maslow.
6. Quais são as críticas feitas por Rogers ao poder do terapeuta?
Rogers critica a autoridade do psicólogo, alegando que o psicólogo já tem conclusões precipitadas e prontas sobre o paciente, sendo que alguns utilizam o senso comum ao invés das teorias de aprendizagem dos estudos realizados.
7. O que Rogers compreende como auto-atualização?
É quando o individuo é capaz de ser autônomo com suas escolhas e sentimentos para suas decisões. A capacidade do ser, saber verificar quais sentimentos são válidos sendo do passado ao presente.
8. Para Rogers, quais são as premissas para o trabalho do psicólogo?
Tudo começa na questão entre a relação do psicólogo-paciente (S-O) e sua qualidade nesta relação. As características para essa relação se baseiam na cumplicidade, qualidade de encontro e a empatia.
Cumplicidade: quando o paciente sente que o psicólogo se importa com o que ele fala e trás nas sessões e vice versa, ou seja, o terapeuta também precisa sentir que o paciente ouve e se importa com o que ele tem a aconselhar.
Qualidade de encontro: uma boa relação, sem mágoa. Por exemplo, caso o individuo de “mancada” com você, ainda assim você o acolherá, fazendo com que a relação progrida.
Empatia: quando um dos dois é capaz de se por no lugar da outra, tentando sentir a mesma coisa e tendo compreensão e respeito sobre tal situação. Caso o psicólogo não tenha essas premissas com o paciente, ele não pode continuar a ser seu terapeuta.
FENOMENOLOGIA EXISTENCIAL:
9. Husserl Faz uma severa crítica às ciências europeias do século XIX. Explique como o contexto histórico da Alemanha do século XVIII influenciou os desenvolvimentos das ciências criticadas por Husserl.
A fenomenologia de Husserl enfatiza a prioridade da intuição sobre o pensamento conceitual. A intuição é a via de acesso ao fenômeno. O procedimento intuitivo é considerado como o elemento essencial da atitude filosófica.
10. Explique as críticas que Husserl faz às perspectivas naturalista/positivista, psicologista e historicista de ciência.
Para Husserl, não podemos inferir, como pretendem as correntes positivistas, uma lei geral a partir da observação de casos particulares e da constatação de sua regularidade.
11. Como Husserl compreende a consciência intencional?
Trata-se da noção de consciência almejando apresentar o modo como a compreensão Husserl Iana de tal noção determina e direciona sua própria concepção de fenomenologia. Husserl se apropria e, consequentemente, se acredita ser possível delinear o próprio movimento de radicalização de seu pensamento. 
12. Explique a afirmação: “todo objeto é sempre objeto-para-uma-consciência e nunca um objeto em-si, e toda consciência é sempre consciência de alguma coisa” (SÁ, 2006:320)
A consciência é sempre “consciência de algo”, pois ela só é consciência quando dirigida a um objeto (relação bilateral). No entanto, o objeto só pode ser definido em sua relação à consciência, ele é sempre objeto-para-um-sujeito. Isso não quer dizer que o objeto está contido na consciência como dentro de uma caixa, mas sim que, só tem seu sentido de objeto para uma consciência. 
13. Explique a “analítica da existência” proposta por Martin Heidegger
Principal via de ligação entre a filosofia da existência e a psicologia, bem como seu mais importante núcleo de irradiação intelectual.
14. Explique o que Heidegger propõe ao compreender o ser humano como Dasein.
O modo de ser deste ente que mesmos somos. Sua diferença radical com relação aos entes que não têm o modo de ser do homem é que ele não possui uma essência anterior à existência, antes, o que ele é, seu ser, está sempre em jogo no seu existir.
15. Explique as seguintes categorias existenciais propostas por Heidegger:
a) Mundanidade:
O Dasein é “mundano”, co-originário ao “mundo”, diferenciando-se dos entes simplesmente dados, “intramundanos”, mas destituídos de mundo, mundo é estrutura de sentido, contexto de significação, linguagem sempre historicamente em movimento.
b) Cotidiano impessoal: 
Dasein foge de si, esquecendo-se do seu “ser próprio”, relacionando-secom ele como algo que já possui uma configuração preestabelecida, o Dasein, em qualquer um desses modos, nunca deixa de comportar o outro enquanto possibilidade.
c) Compreensão:
Toda compreensão já é sempre dotada de uma “coloração” afetiva, de um “humor” ou “disposição”
d) Disposição:
A angústia é a “disposição compreensiva” na qual o Dasein está aberto para si mesmo, para seu ser-no- mundo. A angústia revela, portanto, o poder-ser mais próprio, a pura abertura de significações, retirando o Dasein de sua decadência por romper com a familiaridade cotidiana.
e) ser-para-a-morte:
É um empreendimento que requer o esclarecimento do fenômeno da morte, entendido de forma ontológica como o seu poder-ser mais próprio. Enquanto existe, o Dasein é ser-para-a-morte. Desde que nascemos já está implícita em nossa existência, a qualquer momento, esta possibilidade. 
f) poder-ser:
Uma escolha que não é movida por uma vontade subjetiva arbitrária nem está subordinada a algum código moral, mas à escuta do clamor da consciência.
16. Explique o papel dos seguintes autores no desenvolvimento e uma psicoterapia
de base fenomenológica:
a)Ludwig Binswanger:
Propôs a aplicação da fenomenologia ao campo psiquiátrico. Dez anos depois, sob a influência de Heidegger, tornou-se um analista existencial e, em 1941, adotou a expressão Daseinsanalyse para denominar sua abordagem.
b) Medard Boss:
Propõe apenas um caminho ou uma atitude de olhar fenomenológico, em que os fenômenos chamados normais e patológicos do existir humano possam aparecer, a partir de si mesmos, em suas múltiplas possibilidades de manifestação.
PSICOLOGIA SÓCIO-HISTÓRICA:
17. Explique o contexto histórico no qual floresceu a psicologia sócio-histórica.
O momento referente diz respeito ao século XIX e a passagem ao século XX, período em que se concretiza um grande desenvolvimento do capitalismo, ocasionando mudanças significativas na organização mundial. Num primeiro momento, acentua-se o crescimento da economia, das riquezas, das forças produtivas e, paralelamente, das classes trabalhadoras. Configura-se, então, por volta de 1848, uma situação que clama por mudanças: os trabalhadores lutando por transformações de caráter socialista, o que não se concretiza, e a burguesia sugerindo transformações um tanto menos radicais. Posteriormente, assistimos a um momento de expansão do sistema em nível mundial, desenvolvendo-se ainda mais a indústria e formando-se um sistema capitalista internacional. Surgem as propostas e governos de cunho nacionalista e liberal, ao mesmo tempo em que a classe trabalhadora avança em termos de organização e propostas. 
Dentro destas condições, estrutura-se uma situação paradoxal: a racionalização do progresso tecnológico permanece em paralelo à desagregação dos modos de vida, sendo impedido a um grande número de pessoas o uso do atributo da liberdade e da vontade, tão fortemente proclamado. 
18. Qual a crítica que Vigotski faz às demais abordagens em psicologia.
Vigotski mostra-se insatisfeito com as correntes psicológicas soviéticas, apontando a existência de uma crise mundial da Psicologia, uma vez que suas diversas escolas se dirigiam ora para modelos elementaristas, negando a consciência, ora para modelos subjetivistas, considerando a consciência e os processos interiores desvinculados das condições materiais que os constituíam. 
19. Explique o que leva Vygotsky a afirmar que a Psicologia construiu visões de homem e do fenômeno Psicológico que precisam ser superadas, são elas:
a) O Liberalismo
O liberalismo, ideologia fundamental do capitalismo, nasceu com a revolução burguesa para revolucionar a ordem feudal e instituiu-se para garantir a manutenção da ordem que se instalava. A burguesia constituiu as ideias liberais para se opor à ordem feudal: uma ordem baseada na existência de uma hierarquia no universo; um mundo pensado como estável, ordenado e organizado pela vontade divina. Um mundo pronto no qual a verdade se revelava aos indivíduos. A hierarquia no universo se refletia na hierarquia entre os homens. Um mundo paralisado, no qual cada um já nascia no lugar em que deveria ficar. Um universo que tinha a Terra como centro. Um mundo de fé e dogmas religiosos que ofereciam aos homens ideias prontas e valores a serem adotados. Um mundo que desconheceu individualidades, impedindo que os sujeitos se constituíssem como tais. Um mundo que não precisou de uma Psicologia. 
Assim, como oposição a essas ideias do feudalismo, a perspectiva liberal tem como um de seus elementos centrais a valorização do indivíduo: o individualismo. Cada indivíduo é um ser moral que possui direitos derivados de sua natureza humana. Somos indivíduos e somos iguais, fraternos e livres, com direito à propriedade, à segurança, à liberdade e à igualdade.
b) A noção naturalizada de fenômeno Psicológico
Deve-se romper com esta visão, pois não se pode tratar diferente a mesma situação por haver diferenças de classes sociais, como por exemplo, um pai de classe média com seu bebê no carrinho, um dos sapatos da criança cai e o pai apenas pega e o guarda; as pessoas veem o bebê sem o sapato e avisam o pai repetidamente, porém, se há uma criança em situação de rua, descalça, no semáforo, as pessoas nem notam e muito menos se importam, como se aquela criança fosse invisível. 
20. O que faz com que a psicologia sócio-histórica afirme a necessidade da superação dos conceitos de “vida privada” e de “natureza humana”
O individualismo gera a noção de vida privada e de natureza humana. Ambos devem ser superados e rompidos, já que a vida privada existe para acobertar crimes que são cometidos dentro dela, como por exemplo uma relação sexual sem consentimento (estupro) ou a violência doméstica. Já a noção de natureza humana é um problema, porque, o que nos diferencia uns dos outros, e nos constitui como ser humano não é de natureza biológica, e sim social. O fenômeno psicológico não existe antes do homem e não pertence à natureza humana, porque ele é social.
21. Segundo a psicologia sócio-histórica, o que leva à uma visão naturalizada do fenômeno Psicológico. 
Vygotsky seguiu alguns pressupostos que guiaram suas teorias e que serviram à fundamentação e ao desenvolvimento, a partir de sua obra, da teoria Sócio-Histórica, Dentre eles, destaca-se a crítica da tentativa de compreensão de funções superiores por intermédio da psicologia animal, bem como da concepção de desenvolvimento natural humano, segundo a qual estas funções são resultado de um processo de maturação. Enfatiza-se a origem social da linguagem e do pensamento – e a visão das funções psicológicas como produto da atividade cerebral. Cabe ressaltar, ainda, a contribuição em nível de desenvolvimento de uma estrutura teórica marxista para a Psicologia: os fenômenos são compreendidos como processo em movimento e mudança; o homem é entendido como um ser que atua sobre a realidade por intermédio de instrumentos, transformando-a e a si própria; o conhecimento deve apreender, a partir do aparente, as determinações constitutivas do objeto; a origem e a base do movimento individual estão nas condições sociais de vida historicamente formadas. Assim, percebemos que se nega qualquer tentativa de explicação referente a uma concepção de natureza humana universal e imutável, a qual necessitaria apenas aflorar e se desenvolver ao longo da vida do indivíduo. Não há natureza humana; o humano se constitui pela relação do homem com a realidade, não só enquanto meio social imediato, mas enquanto processo cultural historicamente produzido. A condição humana é construída sócio-historicamente, nas relações sociais e na ação dos homens sobre a realidade. 
22. Segundo a psicologia sócio histórica, como é possível superar o positivismo e o idealismo na psicologia.
Durante muito tempo a Psicologia Social esteve marcada por um caráter e uma tradição pragmática, com seus trabalhos centrados nos estudo das atitudes, sua mensuração e suas transformações, bem como de aspectose processos ligados ao funcionamento grupal. Segundo Lane (1984), a partir de meados da década de 1960 a eficácia desta psicologia começa a ser questionada, apontando-se para uma crise do conhecimento psicossocial, ineficiente em intervir, explicar e prever comportamentos sociais. 
Neste sentido, Lane (1995) afirma que os avanços da Psicologia Social na América Latina estão diretamente relacionados à época da crise teórica e metodológica da Psicologia Social, a qual assumiu um caráter político, dado o contexto das ditaduras militares e da repressão, bem como das injustiças e opressões vividas nas décadas de 1960 e 70. Questionava-se, então, como a Psicologia Social poderia trazer subsídios para transformações sociais, pensamentos não só em reformulações de caráter teórico, mas também em transformações de cunho metodológico e de atuação. 
Portanto, neste período, a revisão e a reformulação conceitual crítica apoiaram-se em fundamentos marxistas e em teorias neomarxistas, que partiam de sua proposição inicial para a realização de uma reflexão na qual o indivíduo tinha um papel fundamental. Neste contexto, conceitos como alienação, ideologia e dominação vão se tornando peças essências para a compreensão da subjetividade humana e de sua relação com a realidade social. As palavras de Lane (1974:15-16) esclarece o pensamento desta tendência: “É dentro do materialismo histórico e da lógica dialética que vamos encontrar os pressupostos epistemológicos para a reconstrução de um conhecimento que atenda à realidade social e ao cotidiano de cada indivíduo e que permita um intervenção efetiva na rede de relações sociais que define cada indivíduo – objeto da Psicologia Social”. 
23. Explique as seguintes proposições teóricas da Psicologia Sócio-histórica
a) Relação Homem e Sociedade
A psicologia Sócio-Historica esta fundamentada, basicamente, na concepção de homem como um ser histórico-social. Assim, o ser humano não nasce formado ou possuindo uma essência pronta e imutável; ao contrário, ele se constrói como homem a partir das relações que estabelece com o meio e com os outros homens, num movimento dialético em que faz parte de uma totalidade e vai transformando-se em sua essência por um processo de complexificação e multideterminação. Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência (Marx & Engels 1980); é com base nesta proposição que Vygotsky (in Luria, 1987:21) defende que a origem e compreensão da vida consciente e do comportamento humano só podem ser encontradas na vida social, “nas formas histórico-sociais da existência do homem”.
O homem é, portanto, um ser ativo, histórico e social. 
b) Zona de desenvolvimento proximal.
Na medida em que cada ser humano é construído socialmente, na relação com a realidade e com os outros homens, ele se apropria também da história da humanidade; isto é, o homem não é construído apenas pelo meio social imediato, mas por todas as mediações nele contidas, pela história da humanidade e pela cultura que ele carrega. Ao relacionar-se com os objetos produzidos pela humanidade, o homem apropria-se da atividade histórica acumulada e cristalizada naquele objeto, inserindo no mundo humano. Como o homem está diretamente envolvido e é sujeito ativo da organização da sociedade, enquanto organização da produção dos meios de existência, ele é o sujeito construtor da história e neste processo constrói a si próprio.
c) Linguagem
A linguagem é um instrumento essencial neste processo. Ela é produzida social e historicamente e o homem de também dela apropriar-se. É importante ressaltar que o desenvolvimento da linguagem e dos significados permite a representação da realidade e, assim, a possibilidade de se trabalhar com a atividade no campo da consciência. Contudo, não se pode perder de vista que a origem da consciência e da linguagem está na atividade concreta dos homens, ainda que estas se descolem aparentemente da atividade material.
A linguagem materializa e constitui as significações construídas no processo social e histórico. Assim, ao apropriar-se dela, o homem tem acesso às significações historicamente produzidas. Este homem irá significar suas experiências e são estas significações que constituirão sua consciência, mediando assim suas formas de sentir, pensar e agir.
d) Pensamento
A significação é construída na esfera social, de maneira que sua internalização dependerá da mediação externa, da relação com o outro. A transformação do social em subjetivo se dará sempre em um universo interpessoal, que se transforma em intrapessoal e intra-subjetivo, como resultado de um processo longo, processo pelo qual o plano subjetivo é criado. Portanto, a intersubjetividade é um espaço de construção do sujeito e é este espaço que permite a produção de sentidos. É sobretudo nas relações intersubjetivas que o indivíduo constrói sua subjetividade; e se as emoções estão presente nas ações, consciência, pensamento, linguagem e identidade do homem, podemos concluir que as formas de significação também são emocionadas, ou seja, mediadas pelas emoções e que as falas, pensamentos e ações dos homens sempre carregam em si uma emoção. Segundo Vygotsky (in Lane e Camargo, 1995:118), “o pensamento propriamente dito é gerado pela motivação, isto é, por nossos desejos e necessidades, nossos interesses e emoções. Por traz de cada pensamento há uma tendência afetivo-volitiva, que traz em si a resposta ao último porquê de nossa análise do pensamento”. Desta forma, o pensamento sempre será um fenômeno que terá em sua constituição uma emoção, e, sendo assim, o processo cognitivo nunca existirá sem ela também.

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