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�PAGE � �PAGE �60� PUBERDADE Definição: "É O PERÍODO DA VIDA NO QUAL O ANIMAL OBTEM NATURALMENTE A CAPACIDADE DE REPRODUÇÃO" (Souza, J C) Puberdade representa o resultado de várias mudanças fisiológicas que permitem a ocorrência da reprodução. Apesar dessas mudanças ocorrerem gradualmente, o resultado final é a função sexual plena, manifestada pelo comportamento copulatório e ejaculação de espermatozóides férteis em machos, assim como manifestação de cio e ovulação de ovócitos viáveis nas fêmeas (adaptado de Britt, J H; 1994). Eventos: Competência do eixo hipotalâmico-hipofisário pela primeira vez Centro Gerador de Pulsos de GnRH no hipotálamo Adquire ritmo apropriado Estimula secreção de FSH e LH pela pituitária anterior FSH e LH estimulam os ovários Ovários adquirem capacidade de esteroidogênese e maturação gametogênica final Em fêmeas, a puberdade está associada à habilidade do conjunto GnRH-LH-FSH em estimular secreção folicular suficiente de estradiol de forma a produzir um surto de LH induzido num mecanismo de retroalimentação (feedback) positivo. Várias perguntas podem ser feitas com relação à essa maturação: O elemento desencadeador seria ovariano? Seria necessária a maturação do sistema nervoso central? Como seria impedida a ovulação, já que o desenvolvimento folicular ocorre na bezerra pré-puberal? Algumas teorias ou hipóteses tentam responder essas e outras perguntas; Teorias : MECANISMO GONADOSTÁTICO A teoria do Mecanismo Gonadostático postula que o centro gerador de pulsos de GnRH é sensível à retroalimentação por andrógenos ou estradiol, e que um ritmo suficiente não pode ser estabelecido até que esta sensibilidade diminua (o que ocorre com o aumento da idade). INIBIÇÃO INTRÍNSECA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL A teoria da Inibição Intrínseca do SNC postula que uma inibição central do centro gerador de pulsos ocorre enquanto aquela região não atinge desenvolvimento físico ou maturação apropriados. Quando essa maturação ocorre o ritmo de pulsações do centro gerador (de GnRH) aumenta até ultrapassar um limiar crítico, suficiente para produzir o primeiro surto de LH (Fig 26). Idade à puberdade A idade à puberdade tem um componente genético significativo (h2 = 0.3 a 0.5; e de 5 - 20 % de heterose), sendo influenciada por vários fatores, tais como: Raça ou grau racial Nutrição Fotoperíodo Ferormônios / Manejo Exercício ou atividade física Manejo de Bezerras Define-se de maneira geral, para fins reprodutivos, bezerra, como a fêmea recém nascida até a idade de cerca de 8 a 12 meses, dependendo da raça. A bezerra ao nascer apresenta aparelho reprodutivo completo embora ainda necessite do amadurecimento físico e celular. Em média a bezerra apresenta desenvolvimento folicular ovariano sem que, no entanto, ocorra ovulação. É comum observar-se, mesmo antes da puberdade, comportamento de monta entre bezerras, mas aparentemente não está relacionado com funções diferenciadas do aparato reprodutivo. Acredita-se ser apenas comportamento social normal dessa fase. O desenvolvimento do aparelho reprodutivo nesta fase acompanha o crescimento corporal de forma linear. É natural a conclusão de que o ritmo de desenvolvimento corporal de bezerras e novilhas pode então afetar o crescimento e amadurecimento do aparelho reprodutivo assim como do sistema nervoso central. A ação conjunta de metabólitos de origem nestes dois sistemas é essencial para o estabelecimento da puberdade. Os manejos profilático e nutricional da bezerra são de suma importância para a fisiologia reprodutiva, sendo o ganho de peso excessivo ou o abaixo da capacidade, peculiar à cada raça, lesivo para o desempenho futuro do animal. Também o acometimento dos animais jovens por infecções parasitárias, bacterianas, virais e fúngicas, comprometem o desenvolvimento e em conseqüência a reprodução. Produtores menos especializados nem sempre conseguem criar bezerras de forma a permitir seu crescimento adequado, sendo a possibilidade de ocorrência de excesso de ganho e acúmulo de gordura mais presente entre produtores com mais recursos. Uma publicação importante serviu de base para práticas nutricionais atuais na bovinocultura de leite, realizada na década de 60 (Sorensen's bulletin), demonstrou os efeitos deletérios do desequilíbrio nutricional na dieta de bezerras e novilhas holandesas sobre a fisiologia reprodutiva. Novilhas submetidas a planos nutricionais acima dos requerimentos do NRC acumularam tecido adiposo excessivo tanto na região pélvica quanto nos tecidos uterinos e tubáricos assim como em torno dos ligamentos de sustentação destes órgãos. Além disso, evidenciaram excesso de gordura no parênquima mamário das novilhas obesas o que certamente interferiu no desenvolvimento de tecido secretor de leite. É claro que o ideal seria a puberdade mais precoce possível, mas é preciso exercer controle rígido sobre o desenvolvimento para que o excesso de desenvolvimento não afete a eficiência reprodutiva futura assim como a produção de leite. Manejo de Novilhas Ao estabelecimento da capacidade reprodutiva plena pela fêmea é definido como puberdade, sendo este momento dependente de vários fatores, sendo os mais relevantes a raça, nutrição e interação social. Geralmente a idade do primeiro cio varia entre 8 e 14 meses, sendo raça como Jersey, Holandês e Suíça as mais precoces e as zebuínas e seus cruzamentos mais tardias. A interação social não é bem estudada em gado de leite, sendo estudos em raças de corte plenamente conclusivos, com relação à expressão precoce de cio quando há presença de machos próximos. Observações de cio em novilhas não são prioritárias na maioria das propriedades leiteiras, uma vez que os lotes de novilhas geralmente estão mais distantes da rotina dos observadores. Esta condição de manejo pode acarretar perda de cios em animais já aptos à reprodução, onerando a produção de leite. Outra prática comum, e igualmente questionável financeiramente, é o condicionamento da cobrição de novilhas visando a obtenção de leite quota em épocas específicas do ano. Neste caso o custo novilha é onerado, posto que animais que já atingiram o ponto ideal de cobrição deixam de ser inseminados. Novilhas normalmente são inseminadas ou cobertas quando atingem pesos entre 280 até 400 kg, dependendo da raça e da alimentação disponível. Neste caso, quando possível, observa-se o uso de sêmen com facilidade de parto comprovada. Geralmente, se as condições nutricionais são ótimas, pode se considerar cobrições ou inseminações em limites de peso mais baixos, desde que estejam asseguradas condições normais de desenvolvimento durante a gestação. O manejo oposto, ou seja, cobrir com maior peso, deve ser recomendado nas propriedades com deficiências de criação e nutrição de novilhas, pelo menos até que estas sejam sanadas. CICLO ESTRAL Definição e Caracterização O ciclo estral é o período compreendido entre duas ovulações (Fig 27). Normalmente sua duração é de 21 dias nos bovinos, estando dividido em estro ou cio, metaestro, diestro e proestro. O estro ou cio dura em geral de 8 a 24 horas, sendo caracterizado pelo aceite da monta, por excitação geral e quase sempre pela presença de muco cervical cristalino e abundante depositado na vagina. Dependendo da movimentação e posicionamento da vaca, o muco pode ser exteriorizado pela vulva. O animal em cio desperta, possivelmente através de ferormônios, o interesse de outras fêmeas e de machos no lote, que tentam a monta, principalmente quando agrupados e nas horas mais frias do dia, ou quando são agrupados. O metaestro dura de 1 a 4 dias sendo caracterizado pela presença de sinais mais brandos do cio, sem que haja porém aceite de monta, mas ainda despertando interesse nas outras fêmeas, rufiões e touros. Ocasionalmente no metaestro, ocorre a presença de muco com sangue escuro na vagina, proveniente de sangramentoovariano em conseqüência da ovulação. Na fase de diestro, que pode durar de 12 a 18 dias, a vaca comporta-se como se estivesse gestante, ou seja, sem sinais de excitabilidade e sem despertar interesse nos outros animais do lote. Com a aproximação do próximo cio, a vaca entra na fase de gradual mudança no comportamento, estando mais agitada e já despertando o interesse de outras fêmeas e algumas vezes exteriorizando muco, assim como ligeira vermelhidão da vulva sem, contudo, aceitar a monta. Quase sempre, nas fases próximas ao cio, além de despertar interesse de outras, vacas tendem a tentar montar, algumas vezes com êxito, as companheiras o que ocorre durante o próprio cio de maneira mais intensa. Devemos ressaltar, porém, que o sinal mais preciso de cio é o ACEITE DA MONTA. A duração de cada aceite de monta é de apenas 2 - 4 segundos, sendo o a soma de todos os períodos de aceite cerca de 30 - 40 segundos. Segundo, observações com sistemas HeatWatch(, a média de duração dos períodos de aceite situa-se entre 8 e 14 horas em fêmeas zebuínas. Controle Endócrino e Dinâmica Folicular do Ciclo Estral Brevemente, descreve-se aqui, o perfil endócrino que caracteriza cada uma das fases do ciclo estral. No capítulo relativo a foliculogênese, já foram definidos alguns dos perfis hormonais característicos de fases de desenvolvimento folicular, principalmente pré antrais. Durante o ciclo estral, os folículos destinados à ovulação, estão possivelmente no terço final de seu desenvolvimento. Em seguida ao surto pré ovulatório de gonadotrofinas (LH/FSH), ocorre dentro de 12 horas após a ovulação, um pico de FSH, considerado responsável pelo início da primeira onda folicular (Fig 28). Entre 20 a 40 folículos são recrutados e iniciam em grupo (onda folicular) desenvolvimento mais acelerado (1-2mm/dia) e, exceto por um ou dois folículos (dominante e subdominante), entram em atresia (degeneração com morte ou apoptose gradual das células foliculares e ovócito) ao longo de 4 a 6 dias. O folículo dominante já se destaca (logo com 3 dias de ciclo) pelo maior desenvolvimento e conseqüente diâmetro, que atinge seu pico em torno de 8 dias (para ciclos com duas ondas foliculares) e permanece estático por cerca de 4 dias até entrar também em atresia e diminuir de diâmetro. Uma segunda onda folicular se sucede, com folículos já iniciando seu crescimento antes mesmo que o folículo dominante da primeira onda tenha atingido o seu diâmetro máximo. Ou seja, ocorre a superposição de folículos em desenvolvimento provenientes de duas ondas. Além do pico de FSH, que precedeu a primeira onda folicular, a secreção desta gonadotrofina passa a ser basal e somente vai aumentar em torno do 7-9 o dia do ciclo, estimulando o início da segunda onda. No folículo a síntese crescente de estradiol e principalmente de inibina irá manter, através de retroalimentação ou feedback negativo, as concentrações de FSH baixas. Quando o folículo dominante perde sua capacidade de produção de inibina e estradiol (quando atinge o pico de diâmetro), há o estímulo para o aumento de FSH, pela remoção do efeito inibitório FSH-específico da inibina, iniciando-se a segunda onda folicular. Na fase final do ciclo ou da segunda onda, sob o estímulo de estradiol, agora secretado em quantidades maiores pelo folículo ovulatório (ultrapassando o limiar crítico inibitório), ocorre grande secreção de FSH, que juntamente com o LH vai caracterizar o surto pré ovulatório de gonadotrofinas, após o qual ocorre a ovulação, geralmente 12-24 horas antes do final do cio. A secreção de LH nesta fase do ciclo estral (do cio anterior até a fase final de desenvolvimento do folículo ovulatório (no ciclo de duas ondas em torno do 16 o dia) é caracterizada por baixa amplitude e freqüência aumentada. Na fase final pré ovulatória, os episódios secretórios de LH aumentam de amplitude, ou seja, quantidades maiores por episódio são secretadas e diminuem a freqüência, até atingirem o pico secretório que, juntamente com o FSH, caracteriza o surto pré-ovulatório de gonadotrofinas. Cerca de 24 horas antes da ovulação o pico de LH (de 0,2 para 1,2 ng/ml) coincide com o surto de FSH (de 0,8 para 1,7 ng/ml). Como já descrito anteriormente, a capacidade do folículo ovulatório em responder ao LH é requerimento básico para a ovulação. Sendo assim, na fase de pró-estro e estro ou cio, as concentrações de estradiol estão muito aumentadas, em geral atingem 5-10 pg/ml comparados com < 1 pg/ml das outras fases. As concentrações de progesterona no sangue, estão baixas (< 1 ng/ml) ao cio, aumentando gradativamente no diestro (1 - 5 ng/ml), atingem o pico (6 - 12 ng/ml) entre 9 - 12 dias e sofrem declínio relativamente drástico após luteólise (15 -17 dias), retornando à concentrações abaixo de 1 ng/ml. As prostaglandinas são sintetizadas e secretadas pelas células endometriais em episódios regulares de baixa amplitude e freqüência durante o metaestro e até o final do diestro, onde passam a aumentar a amplitude e freqüência até causarem a lise do CL. Aparentemente é necessário que ocorra a preparação das células luteínicas (obtenção de receptores de PGF2( ) pelo estradiol folicular, para que a luteólise possa ocorrer normalmente. Isto explica porque CL's jovens (até 5 dias pós ovulação) não respondem bem à PGF2( exógena. Detecção de Cio em Bovinos Introdução A detecção de cio eficiente em bovinos de leite é componente importante de um bom programa de manejo reprodutivo. Falhas na observação de cio são a maior causa de problemas no controle da reprodução das vacas e novilhas. A ausência de observação de cio pode ser devido à uma disfunção do animal ou falha do produtor em sua metodologia de detecção de cio (anestro falso). Comumente entre nossas propriedades essas duas causas são observadas, embora as falhas de detecção sejam mais comuns. Anestro Problemas de anestro funcional e falso somente podem ser diagnosticados mediante estudo das anotações dos exames ginecológicos de rotina realizados ao longo de pelo menos seis meses. O período mínimo necessário à uma avaliação adequada deve levar em conta a fisiologia do animal na sua capacidade de entrar em cio, quer seja com relação à puberdade assim como no pós-parto. Assim sendo Varner (1992) sugere um período entre 6 e 9 meses como mínimo para a avaliação de cerca de dois terços do rebanho para que comparações significativas possam ser feitas. Quadro 6 : Efeito da taxa de detecção de cios, taxa de concepcção e do intervalo do parto ao 1o serviço sobre o intervalo do parto à concepção e a taxa de descarte por reprodução. Intervalo mínimo do parto ao1( serviço Taxa de detecção de cio (%) 50 60 70 Taxa de concepção 50 60 50 60 50 60 85 107/12 102/7 107/8 102/4 106/4 102/2 75 99/11 93/6 98/7 93/3 97/3 90/2 65 91/9 85/5 80/6 84/3 88/2 81/1 Fonte: Esslemont et al, 1985 Intervalo do parto à concepção / % de vacas descartadas por estarem vazias com 190 d de lactação MÉTODOS DE SINCRONIZAÇÃO DO CIO A maioria dos métodos utilizados e, em especial, os mais recentemente desenvolvidos, utiliza a ação conjunta dos hormônios revistos anteriormente. No entanto, para facilitar a compreensão de sistemas específicos, serão apresentadas algumas metodologias de forma separada. É importante para o técnico, ter em mente o que, a sincronização de cios acarretará em termos de manejo do gado dentro da propriedade. Considerar: Disponibilidade de mão de obra para observação dos cios Piquetes ou pastos suficientes para a estratificação em grupos Capacidade do inseminador Conseqüências sobre a distribuição de nascimentos Custo benefício PROSTAGLANDINAS (PG) Vários produtos comerciais à base de PG's estão disponíveis no mercado, sendo de baixo custo e de alta eficiência. Como revisto anteriormente, o uso de prostaglandinas baseia-sena interrupção do período de atividade luteínica, o que pode ser conseguido desde que o mesmo esteja suficientemente sensibilizado para tal. Dessa forma, se um grupo de animais estiver ciclando, a aplicação de uma dose de PG irá encurtar o ciclo da maioria dos animais tratados (60% ou mais). Alguns indivíduos não responderão por não portarem CL sensível e outras por causas desconhecidas individuais que os tornam refratários. Parte dos animais que não apresentaram CL sensível, estará em condições de resposta 11 dias mais tarde, se verificarmos a ciclicidade normal. Sendo assim, após uma segunda dose de PG, espera-se normalmente que a quase totalidade dos animais respondam. A queda das concentrações de progesterona ocorre entre 24 à 48 horas após a injeção de PG, e o animal entra em cio entre 1 e 4 dias após, ao final do qual deverá ser inseminado. Deve-se ter em mente que: 1) PG's não funcionam em animais em anestro, ou seja, a PG não é capaz de induzir cio em animais que ainda não ciclaram 2) PG's não funcionam em todos os animais, como é o caso de toda e qualquer droga 3) PG's não funcionam se o CL não estiver sensibilizado, ou seja, nos períodos próximos ao cio (próestro, metaestro e início do diestro) 4) PG's podem causar aborto nos animais 5) PG's podem causar aborto em mulheres que venham a manipulá-las Na prática do uso de PG's deve-se ter os seguintes cuidados: Certificar que os animais estejam bem nutridos Observar se estão ciclando, via uso de rufiões e métodos auxiliares de detecção de cio, com duas observações diárias ou via palpação de CL Certificar que não haja animais gestantes Considerando-se os preceitos anteriores, três sistemas básicos usando PG's podem ser recomendados: Sistema 1 Observar cio durante 5 dias e inseminar os animais normalmente Aplicar PG nos animais que não demonstraram cio e inseminar de acordo com que entrem em cio no sistema AM-PM, que consiste na inseminação em torno de 12 horas após a observação do animal em cio, ou seja, se der cio pela manhã inseminar a tarde e se sair no cio à tarde inseminar pela manhã. Este sistema deve ser usado quando o manejo e instalações forem adequados, a detecção de cio boa, a maioria das vacas estiverem ciclando e o inseminador disponível por vários dias Sistema 2 Injetar todos os animais com PG, observar cio por 5 dias e inseminar (AM-PM). Para as vacas que não responderem, repetir a injeção 11-12 d (novilhas) ou 12-14 d (vacas) após a primeira injeção. Observar cio por 5 d e inseminar (AM-PM). Semelhante ao sistema 1, exceto pelo maior uso de PG. Assim sendo, o sistema 1 seria mais vantajoso quando dois períodos de inseminação de 5 d começando à partir de 11 a 14 d são mais convenientes do que um período único de 10 a 11 d. Sistema 3 Injetar todos os animais com PG com duas doses intervaladas de 11-12 d (novilhas) ou 12-14 d (vacas), observar cio por 5 d e inseminar (AM-PM). Deve ser considerado quando existir a possibilidade de que a maioria das vacas estejam ciclando e, se for necessário, inseminar o máximo de animais num período relativamente curto PROGESTÁGENOS O uso de progestágenos (produtos sintéticos com ação progesterônica, tais como Norgestomet e Acetato de Melangestrol) exógenos simula a ação da progesterona, ou seja do CL, bloqueando a síntese e liberação normais de GnRH e LH/FSH. Dessa forma, ao aumentar-se as concentrações de progesterona num lote de animais, seus ciclos deverão se equiparar no mesmo estádio endócrino e ao retirar-se a fonte extra de progesterona, haverá regressão do CL, crescimento folicular e descarga de gonadotrofinas semelhante à observada no final do diestro, para todos os animais tratados. Obtém-se assim, elevado número de animais entrando em cio entre 36 e 72 horas após a queda de progesterona suplementar. Assim como no caso das PG's, variações nas respostas ocorrem face a diferentes estádios do ciclo estral na qual inicia-se o tratamento em certos indivíduos. Uma das vantagens desse sistema é a não ocorrência de abortos, quando comparado ao uso de PG's. No mercado brasileiro existe o CIDR (CRID) disponível, que consiste de aplicador intra vaginal que dispensa o progestágeno lentamente durante vários dias, mantendo concentrações suficientes para bloquear o eixo hipotalâmico-hipofisário e que, pode ainda, com as devidas precauções, ser reutilizado. Normalmente a progesterona utilizada é sintética (progestágenos) o que não diminui sua ação. PROGRAMAS ASSOCIANDO MÚLTIPLOS HORMÔNIOS E/OU MANEJO O uso de associações de progestágenos e hormônios como, estradiol, GnRH, FSH e PG's é comum, principalmente com a tendência atual de inseminar em horário pré-determinado, dispensando o observação do cio. SYNCRO-MATE-B( Um destes sistemas associa a injeção inicial de 3 mg do progestágeno norgestomet e 5mg do estrógeno valerato de estradiol, complementados com um implante subcutâneo na orelha contendo 6 mg de norgestomet a ser retirado 9 dias depois. Sistema 1 Programa iniciado com a injeção de norgestomet + estradiol e colocação do implante de norgestomet. Em vacas de corte com bezerro ao pé, a remoção temporária dos bezerros por 48-72 horas, iniciada quando da remoção do implante (9d), ajuda nas respostas. O cio deverá ser observado e os animais em cio deverão ser inseminados (AM-PM). Se for necessário os animais poderão ser inseminados com tempo fixo, entre 48-54 horas após a remoção do implante. Esse sistema deve ser usado no caso de existir dúvida se a maior parte dos animais estiver ciclando. Geralmente, este sistema funciona bem para vaca de corte em lactação, muitas das quais ainda não entraram em cio. Também tem a vantagem sobre a PG quanto à maior concentração dos cios. MGA( (Acetato de Melangestrol) Existe também o sistema que emprega o MGA combinado com a PG. O MGA é um aditivo oral, devendo ser fornecido na taxa de 0,5 a 0,6 mg/animal/dia durante 15 dias. A remoção dos bezerros por 48 a 72 horas a partir de 24 horas após a última ingestão de MGA melhora as respostas. Alguns animais entrarão em cio, mas a fertilidade será baixa neste cio. Esperar 17 dias e aplicar PG, observar cio por 5 dias e inseminar (AM-PM). Este sistema deve ser restrito a novilhas, pois podem ocorrer nascimentos múltiplos resultantes de aumentos no número de ovulações por indivíduo. Para minimizar este efeito, pode-se dispensar a injeção de PG e deixar que os animais entrem em cio por si só. Apesar da menor taxa de sincronização decorrente, as ovulações múltiplas seriam reduzidas. Portanto, este método se aplica em novilhas nas quais a ciclicidade estivesse pouco definida e a inseminação ou cobrição pode ser realizada dentro de um período curto. CRESTAR( Semelhante ao sistema sincro-mate-B, consistindo de injeção inicial da combinação de norgestomet (3mg), valerato de estradiol (5mg) e de implante contendo 3 mg de norgestomet. Uma injeção de PG dois dias antes da retirada do implante (7 dias), a ser feita 9 dias após sua inserção. Em novilhas recomenda-se a injeção de Gonadotrofina Coriônica Eqüina ou eCG no 7o dia do início do tratamento, para auxiliar no desenvolvimento folicular, pois o eCG tem ação semelhante ao FSH. Este sistema tem bom resultados em novilhas e vacas de corte em lactação desde de que bem nutridas e em boa condição corporal. Pode-se inseminar em tempo pré definido; entre 52 a 72 horas após retirada do implante. OVSYNCH( O sistema Ovsynch é recomendado para animais ciclando ou com problemas de regularidade de cio (distúrbios de desenvolvimento folicular, como cistos, não ovulação e luteinização de folículos). Consiste na injeção inicial (d 0) de um análogo de GnRH, seguido de dose luteolítica de PG no 7o dia e repetição de GnRH no 9o dia. Pode-se inseminar em tempo fixo ou no cio observado. PRECAUÇÕES GERAIS Nenhum dos sistemas é milagroso. Gado doente, muito magro, ou com menos de 4 ou 5 pós parto, não responderá bem.Se o gado precisa ser vacinado, tente completar este serviço primeiro, antes de sincronizar e nem tente vacinar no final de um regime de sincronização. As instalações devem ser adequadas para a aplicação das injeções e principalmente para inserção dos implantes. O sêmen deve estar disponível com antecedência, pois o intervalo de inseminação é crítico nos sistemas com inseminação em tempo fixo, assim como a disponibilização de inseminadores. A necessidade de dois inseminadores deve ser considerada com atenção. O exame da situação reprodutiva deve ser feito por médico veterinário previamente à implantação de qualquer dos sistemas, para determinar se existem animais gestantes, não cíclicos, novilhas pouco desenvolvidas e problemas de origem infecciosa. O resultado deste exame deverá nortear qual o programa mais adequado. Os custos dos programas podem variar de acordo com a quantidade a ser adquirida. Prostaglandinas variam entre R$ 3,00 até R$ 8,00 reais a dose e progestágenos entre R$ 10,00 E R$ 20,00, além do aplicador. A detecção de cio é muito importante em alguns sistemas, sendo dispensável em outros. Na primeira situação, o uso de auxiliares de detecção de cio devem ser usados, tais como, tinta na anca e rufiões. Mas nada substitui o observador responsável e disposto ao trabalho de inspeção cuidadosa do comportamento dos animais. RESULTADOS Alguns experimentos serão apresentados a seguir e representam parte dos sistemas descritos anteriormente, a sua discussão ficará limitada, em parte, pela restrição no formato da presente publicação, mas será amplamente aprofundada durante a apresentação oral. CIDR, MGA E ADITIVOS (ESTRADIOL E GnRH) Quadro 1. Uso de estrógenos para melhorar a fertilidade de sistemas de sincronização a base de progestágenos 1 Animais implantados Estradiol Em cio até 3 d na E.M. Concepção ao 1o Serv. Intervalo (d) Parto/Conc. Intervalo (d) PG/Cio Ciclando: 100 1 mg > 90 % 49,0 % a 17,4 ( 2,1 c 1,36 ( 0,18 94 2 mg > 90 % 61,7 % a 13,1 ( 2,0 a 1,80 ( 0,18 Anestro: 143 1 mg > 90 % 39,9 % b 22,4 ( 1,9 ( Não implantados: 214 92 % até o 21o d da EM 57,0 % a 23,2 ( 1,6 b 1 Estradiol no 9o d antes do início da EM + CIDR-B (progestágeno intravaginal). implantes retirados 7 d depois, quando injetou-se PG. A IA foi feita após detecção do cio (AM:PM) Fonte: Day et al J. Anim. Sci. 2000. 78:523-529 Quadro 8: Efeito da sincronização em novilhas de corte mestiças (Sim/Nel, Caracu/Nel) Tratamentos0 n % em estro % que ovulou Int. (h) PG/estro Grau (%) de Sinc. Grau (%) de Ovul. MGA/PGF 1 31 87,1 74,2 71,8 51,6 52,2 MGA/PGF+E+P2 32 81,3 75,0 82,6 42,3 58,3 MGA/PGF+GnRH3 35 65,7 68,6 72,6 56,5 41,7 MGA/PGF+ LH4 30 80,0 86,7 71,8 50,0 46,2 0 Cios avaliados pelo sistema Heat-Watch(. 1 MGA (0,5 mg/cab/dia c/ mineral proteinado) por 8 d e PG no 8o d. 2 Idem acima + Estradiol (5mg) + Progesterona (100mg) no 1o d de início do MGA 3 Idem trt 1 + GnRH (20(g Buserelin) no 1o d de início do MGA 4 Idem trt 1 + LH (5 mg Lutropin) no 1o d de início do MGA Fonte: Rocha et al. Rev. Bras. Reprod. Anim., v.23, n.3,19 Quadro 9: Resultados de sincronização com MGA pela adição de estradiol e GnRH em novilhas Nelore Tratamentoso n Gestantes (%) MGA/PGF 1 62 28 (45,2) MGA/PGF+E2 62 31 (50,0) MGA/PGF+GnRH3 63 24 (38,0) 0 MGA (0,5 mg/cab/dia c/ mineral proteinado) por 9 d e PG no 9o d. No 1o d receberam 5 mg de estradiol e 75 mg de progesterona 1 Inseminadas AM:PM e as não observadas em cio 72 h após a PG 2 1 mg de benzoato de estradiol 36 h após a PG e IA 24 h após injeção de estradiol 3 10 (g de acetato de buserelina 54 h após a PG e IA 16 h após a administração de GnRH Fonte: Barbuio et al Rev. Bras. Reprod. Anim., v.23, n.3,1999 CONCLUSÕES Com as breves noções de dinâmica do desenvolvimento folicular descritas inicialmente nesta revisão, pode-se concluir que a manipulação hormonal da regulação do ciclo estral tem o potencial de alterar a dinâmica folicular e consequentemente modificar o ambiente endócrino no qual os ovócitos se desenvolvem. Por sua vez é óbvio que a fertilidade subseqüente pode também ser alterada se não forem observadas os preceitos básicos de manejo e recomendações dos laboratórios e profissionais envolvidos. Sendo assim, apesar de disponíveis no balcão, os medicamentos hormonais não devem ser alvo de uso indiscriminado e sem embasamento científico. Cada situação deve ser analisada criteriosamente e pesados os fatores prós e contras antes de introduzir qualquer sistema de sincronização. Ficou demonstrado o potencial da sincronização de cio como facilitador de manejo e como coadjuvante da inseminação artificial com resultados de fertilidade semelhantes aos de cios naturais. Existe ampla variedade de sistemas, cada um com recomendações próprias de aplicação e com eficácia comprovada cientificamente. Sendo assim, a sincronização de cio pode ser recomendada ocasionalmente e até mesmo adotada como rotina em situações específicas a critério de estudos adequados a cada uma. Finalmente, o uso de sincronização aumenta as oportunidades de melhorar a genética do rebanho através da inseminação artificial. Alguns estudos relacionados à repetição de cio são apresentados no Apêndice V. Resultados e discussão sobre detecção e caracterização do cio com o sistema Heatwatch(, assim como do melhor momento para inseminação são apresentados no Apêndice VII. O CORPO LÚTEO Após a ovulação o óvulo é liberado no oviduto e o folículo passa por uma transformação radical de suas células, que modificam sua estrutura, caracterizando uma estrutura denominada de Corpo Lúteo (CL), responsável pela produção de progesterona. A progesterona mantêm-se elevada enquanto o CL for ativo. Normalmente durante a fase de diestro (16 dias) o CL esta ativo ou no caso de ocorrer a fecundação o que proporciona a função contínua dessa estrutura por vários meses. A capacidade esteroidogênica (de produção de progesterona) do CL é mantida em grande parte pela secreção tônica de LH hipofisário, para o qual conta com receptores de membrana específicos que se fazem presentes conferindo sensibilidade ao mesmo a partir do final do metaestro (4-5 dias após o cio). LUTEÓLISE Dentro do ciclo estral normal, a função do CL tem vida útil limitada, estando este sujeito à ação da prostaglandina (PGFF 2() produzida pelo útero, cujas concentrações estão aumentadas em torno do 15o do ciclo, causando a involução do CL e a ocorrência de um novo cio. Sabe-se que o estradiol e a progesterona são reguladores importantes para que o CL passe a ter sensibilidade à PGF2(, através de estímulo à síntese de receptores específicos. O controle da luteólise depende também de fatores locais produzidos pelas células endoteliais dos vasos sangüíneos, que são intermediários da ação da PGF2(, através da produção de uma família de proteínas denominadas Endotelinas. Quadro 10 : Efeitos da fase do ciclo estral no momento da 2a PGF2( sobre a taxa de concepção na 1a durante os primeiros 6 d da estação de monta para vacas sincronizadas na réplica 1 (S1) e vacas da réplica 2 (S2) tratadas com (S2 + P4) ou sem (S2) progesterona Estágio do ciclo estral S1 S2 S2 + P4 % n % n % n Início (5 -9 d) 45.9a 38/85 52.3a 46/88 64.8a 68/105 Meio (10 - 13d) 67.7b 69/102 59.3a 112/189 66.2a 135/204 Final (14 - 19) 67.5b 54/80 71.3b 87/122 71.4a 95/133 O Apêndice VI contém mais uma tabela com resultados de sincronização em gadode leite. A endotelina I é necessária, pelo menos in vitro, para que a prostaglandina desempenhe sua ação sobre células luteínicas e a conseqüente queda na produção de progesterona. FERTILIZAÇÃO Penetração do ovo pelo espermatozóide e união dos pró-núcleos transformando dois gametas originalmente haplóides em um zigoto diplóide. Processo direcionado por um programa genético das células envolvidas. OVIDUTO A fertilização depende da MATURAÇÃO DO ÓVULO e da MATURAÇÃO DO ESPERMATOZÓIDE. A maturação do espermatozóide envolve dois processos que modificaram sua membrana celular e capuz acrossômico, tornado-o apto à penetrar na zona pelúcida e fundir-se com a membrana do ovo, para o qual é necessário também o reconhecimento molecular específico entre proteínas das duas células. Os dois processos sofridos ao longo do trajeto do espermatozóide pelo epidídimo e trato genital feminino são: Capacitação Reação acrossômica A INTERAÇÃO DO ÓVULO e ESPERMATOZÖIDE se dá de acordo com a seguinte seqüência: Encontro do espermatozóide e do óvulo na ampola do oviduto União do espermatozóide com a Zona Pelúcida (ZP) Penetração do espermatozóide na ZP Fusão dos gametas feminino e masculino Reação cortical Bloqueio à Polispermia Desenvolvimento do Pronúcleo e Singamia Fertilização Interespecífica Clivagem MATURAÇÃO DO ÓVULO Reinício da meiose I à partir da profase À ovulação em metáfase II(exceções : égua, cadela e raposa - meiose I) Maturação completa após formação do zigoto MATURAÇÃO DO ESPERMATOZÓIDE A passagem de 10 - 15 d no epidídimo é necessária, sendo a capacitação e a reação acrossômica os fenômenos que tomam lugar principalmente no trato reprodutivo da vaca: CAPACITAÇÃO Chang (1951), demonstrou necessidade do espermatozóide permanecer no trato genital feminino antes de tornar-se capaz de se unir e penetrar o óvulo. Essa passagem compreende vagina, cérvix, útero e istmo. Desestabilização da camada dupla de fosfolípide da membrana - Ativação Acrossômica Saída de Colesterol, alterações nos glicosaminoglicanos e íons Prevenção de ativação acrossômica prematura REAÇÃO ACROSSÔMICA Fusão da membrana plasmática. do espermatozóide com a membrana acrossômica externa, seguida de vesiculação do segmento anterior do acrossoma. A conclusão satisfatória da reação acrossômica permite a liberação de hialuronidase e acrosina (Fig 29) INTERAÇÃO DO ÓVULO E DO ESPERMATOZÓIDE Depende dos seguintes fatores: Vida útil dos gametas (Quadro 11) Duração do cio 100- 1000 sptz na ampola (8 - 10 h) - movimentos controlados de entrada na ampola pela JUT e istmo proximal (suínos) e no útero pela vagina e cérvix (ruminantes). Prevenção de polispermia e reserva de espermatozóides. Eficiência do processo é de 90% No encontro do espermatozóide e do óvulo são reconhecidos três eventos críticos Migração do espermatozóide entre as células do cúmulus União e migração através da ZP Fusão do espermatozóide e membrana celular do óvulo Além disso a fertilização depende do: Peristaltismo da ampola e células do cumulus oóforus (CC) CC ausente na vaca após 3-4 h pós ovulação Hyaluronidase no touro - penetração no CC Arylsulfatase no varrão - dispersão nas CC União do Espermatozóide Regulação por receptores na superfície da ZP (Anticorpos anti ZP e tripsina) (Anticorpos anti Espermatozóide) (Espécie especificidade na fertilização)) Penetração do Espermatozóide na ZP 5 - 15 m após união Reação acrossômica antes ou depois da união Ativação acrossômica é essencial para a penetração Exposição de enzimas que lisam a ZP Hyaluronidase Proacrosina Esterases Fosfolipase A Fosfatases ácidas Aryl amidase Este conjunto de enzimas agem na estrutura glicoproteica da ZP, além dos elementos imunes descritos. Fusão dos gametas Membrana vitelínica menos especificidade ? (Óvulo s/ ZP - não há fusão) Motilidade da cauda espaço perivitelínico Microvilosidades densas na membrana vitelínica Segmento equatorial se funde com a membrana vitelínica do ovo Fig 29. Incidência de Reação Acrossômica Espontânea em Espermatozóides 10 5 Estágio Int RA Int RA Int RA Meio -Ca -Ca +Ca +Ca Esperma humano incubado 24 h em meio deficiente em Ca++ com ou sem a introdução de 1.8 mM de meio contendo Ca++, comparado com células continuamente incubadas com 1.8 mM de meio contendo Ca++. Em resumo, o processo de fertilização parece envolver elementos físicos (forma e movimentação do espermatozóide), químicos (liberação de enzimas que irão digerir a matriz zonária) e antigênicos (Protéinas 1 2 e 3 da ZP que possuem especificidade e afinidade com proteínas da membrana do espermatozóide), todos necessários para que este ocorra normalmente. IMPLANTAÇÃO E GESTAÇÃO Reconhecimento Materno da Gestação (RMG) Bazer et al (1998) BOR 58 1154-62, investigou a ontogenia (estabelecimento ou aparecimento de determinada molécula ao longo do desenvolvimento do animal) de receptores hormonais diretamente envolvidos com a fisiologia do ambiente uterino relacionando-os à presença ou não do concepto. Fatores envolvidos na luteólise estudados através de detecção in situ de ativação dos genes dos receptores da progesterona (PR), ocitocina (OTR) e estradiol (ER) no epitélio luminal e glandular superficial uterino. No sexto dia do ciclo estral ocorre a expressão máxima de RNAm do PR que ao décimo primeiro dia já não é mais detectável. Entre os dias 11 - 13, ocorre a expressão máxima de RNAm para o ER Entre os dias 13 - 14, detecta-se a expressão crescente de RNAm para o OTR A produção de uma proteína BTP (bovine trofobalstic protein que análoga a OTP, para ovinos) é produzida pela camada de células do trofoblasto que envolve o embrião no período de implantação. O trofoblasto tem origem a partir do alongamento dos blastômeros murais após a eclosão (que ocrre entre 9 e 11 dias em bovinos) do embrião e saída da zona pelúcida. O diagrama a seguir ilustra o efeito da presença do concepto no útero e a consequente inibição da síntese e liberação de PGF2(. Produção de Ocitocina no Corpo Lúteo entre 8 - 10 d do ciclo Ocitocina + OTR no endométrio (s/ embrião) secreção episódica de PGF2( Com concepto entre 10 -21 d Trofectoderma Fetal IFN( do tipo I CONCEITO ATUAL de RMG EFEITO ANTIESTROGÊNICO PARÁCRINO IFN( REGULA NEGATIVAMENTE O ER E OTR Implantação e Placentação Após o RMG o trofoblasto inicia um processo de contato com áreas específicas do útero para que possa ocorrer a troca de nutrientes e elementos presentes na circulação entre mãe e feto. No caso de bovinos, existe inicialmente o período de aposição, durante o qual o concepto alongado ainda é retirado do útero (através de lavagem) com facilidade. Com cerca de 17-18 dias as células trofoblasticas iniciam um processo de fagocitose das células uterinas, ocorrendo a formação de sincícios, caracterizado por células binucleadas resultantes da fusão da membrana celular e dos conteúdos citosólicos destas células. A partir deste período a lavagem do concepto não mais consegue remove-lo, caracterizando a nidação completa do concepto. É interessante, dentro da fisiologia reprodutiva, comparar as demais espécies para se obter respostas a questões de fisiologia deste momento tão importante da vida reprodutiva da fêmea bovina. Deve-se ter em mente que ocorrem perdas embrionárias de importante monta em vacas de leite durante este período. Existem estudos demonstrando a fragilidade embrionária maior neste período devido astress térmico e infeccioso. Os digramas a seguir ilustram comparações entre espécies dos fenômenos de implantação e placentação. IMPLANTAÇÃO VERSUS LIGAÇÃO ROEDORES E PRIMATAS - IMPLANTAÇÃO ESPÉCIES DOMÉSTICAS - LIGAÇÃO (ovinos, bovinos, suínos) TIPOS DE IMPLANTAÇÃO INVASIVA CONCEPTO NÃO ESTÁ NO LÚMEN - fagocitose em primatas - interação com o sangue Roedores - reação decídua; expansão das células endometriais interação do embrião c/ endométrio (engolfamento) LIGAÇÃO CONCEPTO FICA NO LÚMEN Fig 30. PONTOS DE CONTATO ESPECÍFICOS NO ENDOMÉTRIO Existem seis camadas possíveis entre o sangue materno e o fetal ENDOTÉLIO CAPILAR MATERNO ESTROMA MATERNO MUCOSA ENDOMETRIAL MATERNA TECIDO CORIÔNICO FETAL ESTROMA FETAL ENDOTÉLIO CAPILAR FETAL CLASSIFICAÇÃO MORFOLÓGICA DA PLACENTA Classificação de Acordo com o Grau de Contato De acordo com o grau de contato estabelecido entre os tecidos coriônico fetal e uterino: EPITÉLIOCORIAL - 6 CAMADAS SEM INVASÃO OU PERDA DE QUALQUER CAMADA SUI, EQ, OV, CAP E BOVINOS 2- ENDOTÉLIOCORIAL - ENDOTÉLIO MATERNAL INTERAGE COM O CÓRIO FETAL (ZONÁRIA) CÃES E GATOS 3- HEMOCORIAL - SANGUE MATERNO CONTACTA CÓRIO FETAL HOMEM, CAMUNDONGO, RATO, PORCO DA ÍNDIA 4- HEMOENDOTELIAL - SANGUE MATERNO CONTACTA CAMADA ENDOTELIAL CAPILAR DO FETO COELHO CLASSIFICAÇÃO MACROSCÓPICA De acordo com o aspecto macroscópico dos pontos de contato do concepto e útero: DIFUSA ou microcotiledonária (égua e porca) ZONÁRIA (gata e cadela) EMBRIÃO Zona de contato 3- DISCOIDAL (homem e roedores) - embrião invade o endométrio no início da implantação então, ao passo que o feto desenvolve-se, vai para o lúmen uterino. Ponto de contato 4- COTILEDONÁRIA (vaca, ovelha e cabra) Placentoma Carúncula maternal + Cotilédone fetal Córion Parede uterina Âmnion Embrião Endocrinologia da Placenta No início da gestação a vaca, diferentemente de outras espécies, produz uma proteína específica da gestação denominada Proteína B (Pregnant Specific Protein B). Pelo menos em novilhas, esta proteína está presente até 60 dias após a parição, estando sua concentração máxima ao final da gestação. Além disso, a produção constante de progesterona pelo CL permite o diagnóstico precoce da gestação, tanto através do leite quanto do soro sangüíneo. Concentrações médias de progesterona no soro, situam-se em torno de 3 à 12 ng/ml, na presença de CL ativo. Concentrações abaixo de 1 ng/ml são consideradas situações de anestro ou da fase folicular do ciclo estral. Sendo assim durante a gestação a progesterona está elevada dentro dos limites de funcionalidade do CL e da placenta, somente declinando subitamente ao parto. A placenta torna-se um órgão endócrino durante a gestação sendo a progesterona e estrogênios, independentemente da espécie. Alguns produtos da esteroidogênese placentária são vitais para a sobrevivência fetal. O material básico para a eseroidogênese placentária vem da circulação materna, na forma de ésteres de colesterol e pregnenolona (Fig 31). Estes precursores passam pela placenta, onde sofrem conversão a progesterona que vai então ser metabolizada na adrenal fetal (que também pode receber LDL diretamente da circulação) formando a dehidroepiandrosterona sulfatada (DHEA-S), que por sua vez pode ser convertida em estrogênios (estradiol, estrona e estriol), no fígado fetal onde sofre ação da enzima 16 ( hidroxilase. Sendo assim, deve-se considerar o feto como essencial para a esteroidogênese placentária, estabelecendo-se desta forma uma relação química entre mãe, placenta e feto. Os estrogênios e a progesterona tem vários efeitos sobre o metabolismo geral da vaca gestante. Estes hormônios circulam sob forma sulfatada. O estriol, por exemplo, é produzido na placenta e difunde-se pela circulação materna. Sua metabolização original requer fígado e adrenal fetais ativos. As concentrações de estrogênios estão sempre mais altas ao longo da gestação, e particularmente aumentadas no terço final, alcançando o pico ao parto. É bem estabelecido, portanto, que o parto ocorre em ambiente estrogênico, sendo isto verdade para a maioria das espécies domésticas. Estrogênios têm várias funções básicas: Crescimento Uterino. Aumentar o número de células epiteliais por mitose (efeito mitogênico). Aumentar o número de células endometriais (efeito hiperplásico). Aumentar o tamanho de células do estroma uterino (efeito hipertrófico). Aumentar a síntese de actina, miosina e tubulina - relacionadas com a contração celular. Deposição de glicogênio no endométrio (usado durante o parto). Preparação do ambiente uterino para a ação de outros hormônios. Prepara a glândula mamária para a ação da progesterona e da prolactina. Síntese de Receptores da relaxina na sínfise púbica. Prepara o endométrio para a ação da progesterona. O mecanismo pelo qual o estrogênio afeta ou prepara os sítios de ação de outros hormônios é através do aumento do número de receptores. Este aumento pode-se dar pelo aumento da síntese, reciclagem ou preservação dos receptores. Na vaca o CL é requerido até o último terço da gestação (de 280 dias, em média), sendo assim, a presença de progesterona na circulação é parcialmente dependente deste. A progesterona funciona durante a gestação, na dependência da preparação estrogênica, basicamente por: -desenvolvimento das glândulas uterinas -diminuição da contratilidade do miométrio -desenvolvimento da glândula mamária -supressão da lactação A relaxina é outro hormônio chave durante a gestação e principalmente ao parto. Ë um peptídeo (contendo cisteína), com duas sub-unidades ( e ( (PM ( 20-40 KD) ligado por pontes dissulfêto. A relaxina é sintetizada pelo CL e parcialmente pela placenta (não nos bovinos). Na vaca o CL é requerido para a síntese de relaxina. Ao longo da gestação a relaxina e a ocitocina estão em concentrações baixas, somente aumentando próximo aos 30 dias antes do parto. Funções da Relaxina: -relaxar os ligamentos. Na sínfise púbica sua ação foi descoberta pela injeção em cobaias e subseqüente medição dos diâmetros pélvicos. Agora cDNA's já estão disponíveis -dilatação cervical -aumento da mobilidade das articulações dos animais gestantes, o que pode predispor a fraturas inclusive. -supressão da lactação. PARTO O parto é induzido pelo feto, portanto pode ser influenciado pelas características fetais. Os fetos do sexo masculino tendem a aumentar a duração da gestação em até dois dias em média. O tamanho do feto pode também prolongar a duração da gestação, embora estudos neste sentido ainda não obedecem ao rigor científico adequado. A produção de cortisol pelo feto desencadeia aumento de produção episódica de PGF2(, estrogênios não conjugados e diminuição de progesterona (Fig 32). A dexametazona exógena induz o parto até duas semanas antes do termo. Porém,causa altos índices de retenção placentária. Por exemplo, a aplicação de 500 (g de Cloprostenol i.m., 25 mg de Dexametazona ou ambos combinados foi realizada e os níveis de indução e retenção comparados. Índices acima de 44% de retenção foram registrados para o tratamento combinado, embora índices mais baixos tenham sido registrados com o uso da dexametazona isoladamente (18,8%). De qualquer forma, índices de retenção acima de 3 % já sejam indesejáveis para rebanhos de leite. Em um segundo experimento Barth et al não demonstrou qualquer vantagem no uso de duas injeções com 12 horas de intervalo, de PGF2(/PGF2(, PGF2(/Dexametazona, comparado com injeção única de PGF2(. Em todos os casos os índices de retenção foram elevados. Experimentalmente, os estudos acima reforçam os conceitos do controle endócrino do parto, mas revelam que, apesar de algumas possíveis vantagens da indução de partos em bovinos, o uso em larga escala é totalmente inviável em propriedades de leite. O momento do parto é facilmente perceptível pela mudança de comportamento do animal, que procura isolar-se e entra em decúbito esterno-lateral, posição em que normalmente expulsa o feto e a placenta. Em gado de leite a ocorrência de distocias devido ao posicionamento indevido do feto, requer atenção especial, principalmente em novilhas. Em geral o trabalho de parto dura até 12 horas, sendo que períodos superiores à este acarretam a perda excessiva de energia e requerem o auxílio obstétrico. Dentro das primeiras 24 horas após o parto a placenta deve ter sido expulsa. A retenção de placenta fica caracterizada como a não expulsão da placenta até este período. Ë claro que um período preciso para esta definição é impossível de se estabelecer, levando-se em conta a variabilidade biológica individual. Entretanto, é preciso ter ambiente adequado para o parto principalmente com relação à higiene local e tranqüilidade da vaca. É claro que após o parto (período puerperal, pelo menos até uma semana após o parto) o animal precisará de tempo até refazer-se do esforço e poder voltar a locomover-se e alimentar-se normalmente. Principalmente no caso de novilhas observa-se condições especiais e evitar ingresso em grupo de vacas, as quais invariavelmente impedirão que novilhas alimentem-se normalmente, se manejadas indistintamente. O diagrama a seguir ilustra a seqüência de eventos que controlam o parto em bovinos: Fig 32. MECANISMO ENDÓCRINO DO PARTO FETO PLACENTA MÃE ?????????????????? HIPOTÁLAMO PLACENTOMA NEUROHIPÓFISE CRF ESTRÓGENO OCITOCINA ADENOHIPÓFISE PGF2( MIOMÉTRIO ACTH E CÉRVIX Contração e dilatação ADRENAL CORTISOL PROGESTERONA PÓS-PARTO O período pós-parto caracterizado pela ausência de cio, e por um ambiente endócrino conseqüente deste anestro. O momento do parto é caracterizado pelo surto generalizado de uma série de hormônios, os quais, durante o período de ciclicidade, causam efeitos distintos sobre o animal. Como exemplo, pode-se citar a alta concentração de estradiol, que ocorre ao parto, e que não provoca o surto de LH/FSH que normalmente acontece durante o estádio pré-ovulatório normal. É claro que neste momento não existem folículos pré-ovulatórios e que este estradiol é de origem placentária. Geralmente os folículos continuam a se desenvolver durante a gestação, mas, principalmente no terço final da gestação, não atingem diâmetros acima de 5 mm, ou seja, bem aquém do desenvolvimento necessário para serem considerados como pré-ovulatórios. Também, ao parto, estão aumentados grandemente na circulação os hormônios do crescimento, prolactina, ocitocina e relaxina. Além disso, do ponto de vista comparativo, os folículos que venham a se desenvolver entre o parto e o primeiro cio pós-parto, estão sujeitos à ausência de progesterona elevada na circulação, como normalmente ocorre uma vez que os animais estejam ciclando. O corpo lúteo que sustentou a progesterona durante a gestação perde gradativamente sua função secretória no terço final da gestação e ao parto regride inteiramente. Sendo assim, pode-se inferir que as primeiras ondas de desenvolvimento folicular pós-parto ocorrem em ambiente endócrino diferenciado. Se isto vai afetar a fertilidade dos primeiros ovócitos ovulados é um dos pontos bastante estudados atualmente e de difícil conclusão, face aos inúmeros fatores que causam confundimento experimental nesta fase. Por exemplo, o ambiente uterino pós-parto também está diferente devido à involução uterina que se processa até cerca de 35 dias na vaca. Outro importante item de confusão é o déficit energético associado à incapacidade de consumo para suprir a demanda do início de lactação, onde as vacas produzem o pico de produção. Obviamente, esta questão nutricional se agrava no caso de vacas de leite de alta produção. Finalmente, mas não menos causador de confundimentos, existe a interferência do stress causado pelas condições estacionais, principalmente calor e umidade, que interagem com genótipos não adaptados, como é o caso das raças européias e americanas. Em sistemas menos especializados de produção ainda ocorre a presença do bezerro ao pé da vaca, que modifica o ambiente endócrino e tende a prolongar o anestro pós-parto. Muitas vezes a primeira ovulação pós-parto ocorre entre 18-20 dias e nem sempre os sinais de cio são claros. Especula-se, sem conclusões definitivas, a razão do cio silencioso, sendo a justificativa mais óbvia, a provável ausência de progesterona concomitante à fase final de desenvolvimento folicular do primeiro folículo ovulatório pós-parto. Esta justificativa estaria baseada em alguma ação local da progesterona sobre os folículos e ovócitos da primeira onda ovulatória pós-parto. Também ocorre a incidência de ciclos de curta duração do primeiro ciclo (12-15 dias) pós-parto. Também ainda sem explicação definitiva, mas sabe-se que alguns destes corpos lúteos tem vida mais curta que o normal. Alguns estudos apontam correlação positiva entre ciclos curtos e prostaglandina endometrial mais elevada. Explantes endometriais dos animais com ciclo curto tiveram também PGF2(, induzida por adição de ocitocina ao meio de cultura, aumentada em relação à explantes de animais com ciclos normais. No sistema nervoso central, de maneira análoga ao que ocorre na puberdade, o centro gerador de pulsos de GnRH no hipotálamo, está secretando quantidades basais no pós-parto, ocorrendo o primeiro surto somente horas antes da primeira ovulação. Desta forma, fatores que afetem o hipotálamo, podem evidentemente, interferir no restabelecimento da ciclicidade pós-parto. Outros fatores do sistema nervoso central que controlam os centros de saciedade e de genes como o da leptina, estão sendo investigados na tentativa de elucidar efeitos nutricionais sobre as funções reprodutivas de vacas leiteiras. O fator mais importante que pode influenciar o desempenho reprodutivo está na esfera nutricional, pois além de ser facilmente manipulável pelo homem, está hoje evidenciado que os animais bem nutridos tem o melhor desempenho reprodutivo, tendo em conta o conjunto das variáveis anteriormente mencionadas. Dois trabalhos de alta relevância, sendo o primeiro intitulado "Balanço Energético e DesenvolvimentoFolicular Ovariano antes da Primeira Ovulação Pós-parto em Vacas de Leite Recebendo Três Níveis de Gordura na Dieta", por Beam, S W e Butler, W R (1997 Biology of Reproduction, 133-142), retratam algumas relações entre dieta e reprodução em vacas de leite no pós parto. A seguir serão apresentados alguns pontos básicos da pesquisa: Balanço energético negativo (BE)no período pós-parto (PP) inicial tem correlação negativa com dias à primeira ovulação em vacas de alta produção (Butler et al, 1981) Somente existe o crescimento de folículos pequenos (<8mm) após o parto, sendo este diâmetro ultrapassado pouco antes do desenvolvimento do primeiro folículo dominante 3-5 dias antes da ovulação (Savio et al, 1990) Número crescente de folículos pequenos (<5mm) e número crescente de grandes (>10mm) com o aumento do PP (Lucy et al, 1991a). Em vacas suplementadas com lipídeos na tentativa de minimizar o BE negativo no período PP, o número de folículos dentro de classes distintas foi alterado e o diâmetro de folículos maiores foi aumentado (Lucy et al, 1991b) Existe pouca literatura sobre crescimento e função folicular e sua relação com a primeira ovulação PP, com o BE e suplementação lipídica. Experimento I Vacas HPB de alta produção tratadas de 0 a 84 d PP Dieta baixa (1.5 Mcal/kg), média (1.67 Mcal/kg) e alta (1.76 Mcal/kg) gordura 15 vacas / trat. Cistos foliculares em 8 vacas (7 na 1( onda PP) Fig. 33 (A,B, C e D) Efeito da dieta sobre o número de folículos ovarianos no pós-parto Fig 33A Fig 33 B 11 6 I 9 5 II 7 4 5 3 3 8 11 14 Dias pós-parto 2 Fig 33 C 1.4 1.2 0.8 0.4 7 8 9 10 11 12 13 14 Fig 33 D 1.0 0.6 0.2 7 8 9 10 11 12 13 14 Dias Pós-parto Experimento II. Desenvolvimento Folicular Pós-parto em Vacas de Alta Produção Beam, S W e Butler, W R; J Dair Sci, 1998 (81) 121-131 Independente do status metabólico, todas as vacas examinadas desenvolveram um FD durante a segunda semana PP Vacas produzindo folículos não ovulatórios produziram mais leite (4%FCM), resultando em BE diário 2.57 Mcal mais negativo do que em vacas produzindo folículos ovulatórios. O intervalo do parto ao ponto máximo de BE negativo foi mais curto para vacas com folículo ovulatório (7.4 ( 1.6 d) do que para vacas com folículo não ovulatório (16.2 ( 2.4 d) durante a primeira onda folicular PP. O estabelecimento de ondas foliculares e a formação de um folículo dominante são independentes de condições metabólicas típicas durante o período pós-parto inicial. O número de dias do parto à primeira ovulação foi significativamente correlacionado com o BE e com a produção de leite corrigida para 4% de gordura (FCM 4%), considerando somente os primeiros 21 d PP. Vacas que desenvolveram um folículo dominante não ovulatório durante a primeira onda folicular produziram mais leite (FCM 4%) FCM 4% é possivelmente mais importante do que consumo de EL com relação ao intervalo anovulatório pós-parto A melhora no BE logo no início do PP é benéfica e importante para a função competência do FD e está diretamente relacionada com a conclusão do desenvolvimento folicular e a ovulação. Aumento na freqüência do pulso de LH ocorre após o ponto mínimo do BE na vaca de leite. (Canfield e Butler, 1990). Função da diferença observada no E2 plasmático mais baixo em vacas com folículos não ovulatórios. Os níveis de E2, por sua vez podem estar associados às concentrações de IGF-I. A IGF-I é um potente estimulador da função (proliferação e esteroidogênese) das células da granulosa em bovinos. IGF-I aumenta o número de receptores e aumenta a produção de P4 estimulada pelo LH. Anestro Pós-parto Quadro 12. Dias pós-parto quando dois tipos de atividade ocorrem primeiramente em vacas de leite Dias Pós-parto (1) Tipo de atividade 70% das vacas apresentando atividade 95% das vacas apresentando atividade Média para todas as vacas Ovariana (2) 32 dias 40 dias 24 dias Primeiro Cio (3) 50 dias 63 dias 38 dias Dias pós-parto para as percentagens foram determinados a partir de médias e desvio padrão Dias até a primeira ovulação posparto Dias até o primeiro cio observado Adaptado de Brit, J. H. et al. 1974. J Anim. Sci., 39:915-919 Quadro 13. Número de serviços por concepção e taxa de concepção ao 1( serviço em vacas com 0, 1, 2, 3 e 4 cios pós parto Número de cios Número de vacas Serviços por concepção Taxa de Concepção (%) 0 294 2.60 34 1 459 2.58 39 2 362 2.32 44 3 90 2.21 47 4 4 1.75 25 Fonte: Thatcher & Wilcox, 1973 TECNOLOGIAS APLICADAS À REPRODUÇÃO As técnicas mais usadas em gado de leite mundialmente são: Inseminação Artificial Transferência de Embriões Fertilização in vitro Clonagem A aplicação da inseminação artificial (IA) é bastante utilizada pelos produtores de leite especializados no Brasil. Para a maioria dos produtores, no entanto, esta técnica ainda está longe de ser implementada. As deficiências estatísticas neste setor dificultam uma avaliação mais realista do grau de utilização da IA no Brasil. Os relatórios semestrais da ASBIA (internet) fornecem a quantidade de sêmen comercializada pelas centrais de inseminação e firmas importadoras de sêmen. Considerando-se estimativas do tamanho do rebanho nacional, evidencia-se que não mais do que 5% das matrizes sejam inseminadas artificialmente. É claro que o único cálculo precariamente viável não possibilite a visão real da proporção ou número de propriedades que utilizam a IA. Desta forma, fica claro que na melhor das hipóteses a vasta maioria ainda não usa a IA. A transferência de embriões é utilizada apenas pelos criatórios de elite (HPB, Jersey e Suíço, principalmente) e embora seja de grande aplicabilidade no campo, está concentrada em centrais especializadas, em parte pela dificuldade e alto custo do manejo de doadoras e receptoras. A fertilização in vitro (FIV), aplica-se à doadoras com problemas reprodutivos e em alguns casos em animais normais, dos quais tenta-se maximizar a produção de crias. Os dados científicos estão se acumulando (SBTE, EMBRAPA, etc…) e apontam índices cada vez melhores de gestação. Mais do que a FIV, a clonagem ainda está nos seus passos iniciais, embora na última década tenham ocorrido grandes avanços pós Dolly. Os quadros Quadro 14 : Clonagem* de bezerrosa partir de vários tipos de células somáticas de bovinos adultos, recém nascidos e de fetos Célula Clones obtidos Clones transferidos Cumulus 3 172 Oviduto 2 Taxa geral de fertilidade Fígado 2 14% Orelha 5 Taxa de gestação Pele 10 48% Útero 2 Sobreviventes atuais Total 24 7 F e 6 M Fonte: Kato et al (2000) J. R. F. 120, 131-237 *Transferência nuclear para ovócitos enucleados Clones derivados de células adultas sofreram abortos freqüentemente nos estádiosfinais da gestação e os fetos que chegavam a termo exibiam número maior de anormalidades do que aqueles derivados de células fetais e de recém nascidos Os comprimentos de DNA telomérico nas células auriculares de 3 machos clonados a partir de células auriculares de um touro de 10 anos foram similares aos do touro original. Entretanto, os comprimentos de DNA telomérico das células brancas do sangue dos clones, foram mais curtos do que os do touro original, embora semelhantes aos de animais controle da mesma idade. Quadro 15 : Resultados Recentes da Técnicas Relacionadas à Fertilização In Vitro em Laboratórios do Brasil Autor (Estado) Assunto Espécie Avaliação Testes Observações Abreu et al (SP) Capacitação i v (4 horas) Bov Azul de Trypan/Giemsa Heparina Ambos eficientes Lisof.colina Adona et al (MS) Retenção da meiose Bov Metáfase II e Quebra da VG Ovócito dentro do Fol. Inibição irreversível Bortolotto et al (RS) Maturação de ovócitos Bov Lacmóide TCM / PVA Insulina I: acelera I+R: sinérgico R e P: N.A. PDGF Retinol Leal et al (SP) Ativação Bov Hoechst:Ativação Clivagem Estrôncio Estr= Choque E+C: N.A. Choque Lima et al (SP) Maturação e Fecundação Suí NCSU23: Mórula e Blastocisto Cafeína + troca de meio M: 15 - 22 % Bl: 0,1-6,2 % Luna et al (DF) Vitrificação Bov Orceína:Aneuploidia: EG e DMSO + Tempo x [ ] Contr: 2/19 Vitrif: N.A. Matos et al (RJ) FIV:Estímu-lo endócrino Bov Guz Folículos/ovócitos aspirados rbST e FSH 12 aspirações Difer. entre indivíduos Viana et al (MG) FIV:Progest Bov Gir COCs Crestar a cada 7 dias P: < folículos > 9 mm Sousa et al (DF) Clonagem Bov Ativação (96%) Fusão (56%) Gestação Ca inofóro Etanol Monocamada Vazia: 5 Reab. Emb: 9 Gestante: 1 ___________________________________X_______________________________________ Referências Bibliográficas Acosta, B., Tarnavsky, G.K., Platt, T.E., Hamernik, D.L., Brown, J.L., Schoenemann, H.M. and Reeves, J.J. (1983). Nursing enhances the negative feedback effect of estrogen on LH release in the cow. Journal of Animal Science 57, 1530-1536. 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