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5_Fisiologia_da_lactao

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Outubro de 2019. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fisiologia da lactação 
Docente: Priscila Cotta Palhares. 
Discentes: Gabriella Mota, Nathália Aparecida, Lorena Melo. 
6° período de zootecnia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
 
Introdução----------------------------------------------------------------3 
Glândula mamária-------------------------------------------------------3 
Sistema coletor de leite-------------------------------------------------4 
Crescimento da glândula mamária, diferenciação e lactação------4 
Cessação da lactação-----------------------------------------------------7 
Particularidades de algumas espécies--------------------------------- 8 
Considerações finais-----------------------------------------------------8 
Referências Bibliográfica-----------------------------------------------9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Introdução 
 A fisiologia da lactação está relacionada com a fisiologia dos processos 
reprodutivos. A maior parte do desenvolvimento estrutural da glândula mamária ocorre 
durante a gestação. Neste período, a fisiologia da gestação desenvolve duas tarefas 
independentes, mas sinérgicas que garantem a sobrevivência da espécie: de uma parte, o 
sistema materno fornece ambiente estéril, proteção, umidade, calor, nutrientes, 
intercâmbio gasoso, realiza funções metabólico-sensoriais, de outro lado, provê, mediante 
o desenvolvimento da glândula, a possibilidade de fornecer alimento ao recém- nascido 
que garantem sua sobrevivência e desenvolvimento , uma vez que no momento do parto 
ocorrem transformações metabólicas e fisiológicas ( Goana, 2001). 
A lactação pode ser considerada como a fase final da reprodução. Assim, pode-se 
dizer que, para a maioria dos mamíferos, uma falha em aleitar, tal como a falha de ovular, 
é também uma falha em reproduzir (Moraes, 2016). 
Zootecnicamente, o homem aproveitou o alto poder nutritivo da secreção láctea 
de alguns mamíferos (bovinos, caprinos, búfalos), como fonte alimentar de alto poder 
calórico, fácil obtenção e baixo custo, desenvolvendo na produção de leite uma indústria 
de amplos níveis técnicos em todas as áreas envolvidas no processo (Goana, 2001). 
Glândula mamária 
As glândulas mamárias são glândulas sudoríparas modificadas que tem a função 
de produzir leite para nutrir a prole. 
Em algumas espécies, como carnívoros e porcas, as glândulas mamárias 
desenvolvem-se por toda extensão axiliar a inguinal das cristas, como é apropriado para 
as espécies que parem múltiplos fetos a cada prenhez. Porém, na maioria dos animais 
domésticos, apenas a glândulas mamárias inguinais se desenvolvem em geral duas (como 
em éguas e ovelhas) ou quatro (como em vacas). 
Cada glândula é composta por um sistema de ductos que conectam massa de 
epitélio secretor circundados por tecido conjuntivo e gordura e sustentados em uma 
 
 
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capsula de tecido fibroelástico. Durante a lactação, tais tecidos secretores aumentam de 
volume. Após o termino da lactação, os tecidos secretores regridem, passando a ser 
constituídos de tecido conjuntivo na sua maior proporção. 
O sistema coletor de leite 
A teta possui uma pequena cisterna que termina, em sua extremidade distal, no 
ducto papilar, estrutura essa que constitui a abertura da teta para o exterior. Na sua porção 
superior, encontra-se a estrutura conhecida como roseta de Furstenberg, que é composta 
de aproximadamente 7 pregas frouxas de epitélio de dupla camada e tecido conjuntivo. A 
principal estrutura responsável pela retenção do leite é um esfíncter que também circunda 
tal ducto. A título de curiosidade, os suínos possuem dois ductos por teta, onde cada canal 
drena uma área separada da glândula. Além disso, cada ducto também possui uma faixa 
de tecido conjuntivo elástico. Outra característica é que a teta, cisterna da glândula e 
ductos são revestidos por uma camada de células cubóides sobrepostas por células 
cilíndricas. Tais ductos se ramificam e, por fim, terminam em unidades secretoras 
denominadas alvéolos. 
Os alvéolos são considerados unidades funcionais básicas da glândula mamária 
em lactação e são circundados mioepiteliais contráteis que estão envolvidas no reflexo de 
descida do leite. O leite é formado nas células epiteliais destes e tais estruturas são 
agrupados em estruturas denominadas lóbulos, onde um conjunto destas formam lobos. 
Crescimento da glândula mamária, diferenciação e lactação 
O crescimento, desenvolvimento e diferenciação da glândula mamária e a 
lactação, subsequente, são regulados por hormônios. As glândulas endócrinas mais 
rigorosamente associadas à tal função são a hipófise, hipotálamo, ovários e placenta 
(Dukes, 2006). 
O desenvolvimento do aparelho mamário do nascimento até a puberdade é 
relativamente pequeno, ficando latente até tal fase, momento no qual começam a formar-
se os alvéolos verdadeiros, a partir do sistema glandular juvenil, quando é substituído o 
tecido adiposo de recheio por tecido glandular, apenas na fêmea, ficando no macho o 
 
 
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estado juvenil. A partir de tal glândula, os hormônios gonadotróficos hipofisários (LH e 
FSH) estimulam seu crescimento quando a fêmea desenvolve sua maturação sexual 
(puberdade) e regulariza sua ciclicidade estral. Porém, apenas ao momento da primeira 
gestação, e por influência dos estrógenos e progesterona, desenvolver-se plenamente o 
sistema ductos lactíferos e a diferenciação completa dos alvéolos (efeito da progesterona 
simultaneamente com a prolactina e talvez somatotropina) (Gaona, 2011). 
Considerando que na fase pré-púbere aparelho mamário sofre pouco 
desenvolvimento e seu crescimento acontece de acordo com a velocidade de crescimento 
corporal e seu aumento de tamanho acontece por causa do aumento do tecido conjuntivo 
e de gordura, é durante a puberdade que teremos a fase da mamogênese, que consiste no 
crescimento da glândula mamária ocorrendo durante vários estágios reprodutivos. 
Então durante a puberdade, mais especificamente antes do primeiro ciclo estral, 
as células epiteliais do sistema mamário começam a se desenvolver de forma mais rápida 
do que o corpo como um todo. Sendo assim, a partir desse momento e durante cada ciclo 
estral, quando há o estimulo por hormônios (Estrogênio e Progesterona) sobre a glândula 
mamária, ocorre o crescimento associado com o alongamento e ramificação dos ductos 
mamários e desenvolvimento do sistema lobuloalveolar. 
Durante a primeira gestação, é onde acontece a maturação das glândulas mamárias 
permitindo que elas atinjam sua máxima capacidade funcional. 
Embora, a maior parte da proliferação de células secretoras ocorra no final da 
gestação, o crescimento mamário adicional se estabelece durante os estágios iniciais de 
lactação. 
No final da gestação, com a queda da progesterona e a presença de prolactina e 
glicocorticóides, ocorre a lactogênese, que é o processo de preparação da glândula 
mamária para a produção de leite, no qual ocorre a diferenciação e multiplicação das 
células alveolares mamárias. É subdividida em dois estágios, onde o primeiro
consiste em 
diferenciação parcial enzimática e citológica das células alveolares e coincide com a 
pouca secreção de leite; e o segundo começa com a secreção copiosa de todos os 
 
 
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componentes do leite na proximidade com o parto e permanece após diversos dias em 
muitas espécies. 
A estimulação da glândula mamária por diversos hormônios é necessária para a 
lactogênese. A presença da progesterona no plasma sanguíneo durante o final da gestação 
inibe tal fase, porém, no final da mesma o corpo lúteo que secreta tal hormônio regride, 
deixando a glândula mamária livre para responder aos hormônios do complexo 
lactogênico, sendo eles insulina, glicocorticoides (ACTH) e prolactina. 
Durante o final da gestação, os receptores de prolactina nas glândulas mamárias 
aumentam sob influência da elevação do estrógeno. A prolactina, então, promove o 
desenvolvimento tanto anatômico quanto funciona do epitélio secretor das glândulas 
mamárias para estimular a secreção do leite, sendo que seu aumento no parto é apropriado 
para tal fase. Após a exposição a tais hormônios, ocorre a diferenciação das células 
secretoras mamárias. 
A presença de insulina é necessária para a síntese proteica; os glicocorticoides, 
por sua vez, induzem a diferenciação do REG, local que ocorre a síntese das proteínas da 
classe caseína e de algumas proteínas do soro do leite que são exportadas pelas células 
secretoras e a prolactina, secretada pela adenohipófise, no parto, estimula diretamente a 
transcrição de genes de caseína e de outras proteínas. 
A galactopoese, por sua vez, é a manutenção da lactação que requer a conservação 
do número de células alveolares, intensa atividade de síntese celular e a eficácia do reflexo 
de ejeção do leite. O complexo hormonal citado anteriormente controla a lactação, mas a 
não ser que o leite seja removido frequentemente da glândula mamária, a síntese do leite 
não persiste apesar do estado hormonal adequado (Moraes, 2016). A ocitocina é requerida 
para a retirada do leite, enquanto diversos outros hormônios, como: hormônio do 
crescimento (GH); ACTH – desempenha função direta na lactação, exercendo efeitos 
sobre o número de células mamárias e atividade metabólica –; hormônio estimulante da 
tireoide – influencia a síntese de leite e a duração da sua secreção –; insulina e hormônio 
 
 
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paratireóideo – estimula a produção de leite e aumenta a concentração de Ca plasmático 
– são essenciais para a manutenção de intensa síntese e secreção do mesmo. 
Vale ressaltar também que a estimulação dos mamilos através da ordenha ou por 
sucção por parte dos neonatos aumenta, em tal fase, os níveis de prolactina no sangue, 
isso porque tal ato promove uma regulação neural mediado através do hipotálamo, que 
regula tal liberação a partir da adenohipófise. Tal aumento ocorre em um curto espaço de 
tempo, porém é essencial para manter a lactação na maioria das espécies, exceto em vacas 
(Frandson, 2011). 
A descida do leite é realizada através das contrações das células mioepiteliais que 
circundam os alvéolos. Tais células se contraem quando a ocitocina, hormônio liberado 
pela neurohipófise, se liga a receptores presentes sobre as células mioepiteliais, que 
tendem a ser maiores na primeira lactação mas persiste durante toda sua vida. 
Apesar da sucção dos tetos pela cria ser o estimulo habitual para o reflexo da 
ejeção do leite, fatores externos também podem auxiliar tal ato como audiovisuais e 
olfativos, assim como estímulos estressantes aumentam a atividade do sistema nervoso 
simpático, podendo inibir a ejeção. 
Cessação da lactação 
A produção de leite diária após um tempo atinge seu pico e logo em seguida 
diminuem secreção na maioria das espécies. Esse decréscimo está relacionado com a 
redução nos números de alvéolos ativos, diminuição no número de células epiteliais 
mamárias e um aumento na quantidade de tecido conjuntivo. A involução da glândula 
mamária consiste na substituição de uma glândula secretora de leite com alvéolos cheios 
por uma glândula com alvéolos pequenos e não secretores circundados por uma grande 
quantidade de tecido conjuntivo e células adiposas. Os animais são forçados a cessar a 
lactação para prepará-los para a próxima lactação. 
Particularidades de algumas espécies 
 Glândulas mamárias: 
 
 
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 Suínos: Nas porcas o número normal de tetas é de 7 pares ou 14 tetos e suas 
disposições ocorrem no sentido tóraco-abdominal-inguinal; apresentam uma 
cisterna da glândula ligada a duas cisternas do teto que se abrem em dois 
canais galactóforos individuais. 
 Ovelhas e cabras: tem a presença de 2 tetas, dispostas inguinalmente sendo 
que em cada uma tem apenas um canal de leite, uma cisterna do teto e uma 
cisterna da glândula. Cada metade do úbere da ovelha está localizado 
próximo a uma bolsa revestida por glândulas odoríferas. 
 Égua: tem a presença de 2 tetas, onde cada uma apresenta dois canais de leite 
e duas cisternas do teto sendo que cada uma tem seus ductos e alvéolos 
separados, não havendo comunicação entres os mesmos. 
 Vacas: possui o úbere com 4 glândulas individuais conhecidas como quartos, 
sendo que cada quarto é completamente independente do outro, mesmo que 
os suprimentos sanguíneos e nervosos sejam compartilhados. 
 Ornitorrinco: há a ausência de mamilos e o leite é comprimido por 
aproximadamente 100 ductos localizados em duas linhas laterais ventrais, 
assim o leite acumula-se sobre a pelagem abdominal do animal e a ingestão 
pela cria se dá mediante a lambedura. 
 Cadela: possuem em média 5 pares de tetas dispostas Tóraco-abdominal-
inguinal. Tem 8 a 20 ductos na porção final da teta. 
 
 
Considerações finais 
Portanto o desenvolvimento da glândula mamária é caracterizado por 
alterar seu padrão de acordo com a fase de crescimento fisiológico. Conhecer 
o padrão de crescimento mamário é fundamental para determinar o manejo 
nutricional mais adequado para não ocorrer prejuízo no desenvolvimento da 
porção secretora. Também é importante conhecer a ação hormonal no 
crescimento mamário assim permitindo aplicar mais eficazmente os 
 
 
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protocolos hormonais cuja finalidade é aumento do parênquima mamário e 
consequentemente maior produção de leite. 
 
Referências Bibliográficas 
Dukes, Fisiologia dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan,2006. 
Frandson, Rowen D., Anatomia e fisiologia dos animais de fazenda. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2011. 
Gaona, R. C., Papel dos hormônios na lactação. Trabalho apresentado na 
disciplina Bioquímica do tecido animal na Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul, 2001. 
Moraes, I.A. Fisiologia da glândula mamária, 2016.

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