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Varal tematico Nipam

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Varal temático do NIPAM
Pessoal, este varal temático tem o objetivo de socializar conhecimentos produzidos coletivamente. 
Leia, reflita e discuta sobre as questões que ele traz.
Nosso intuito é contribuir para um mundo melhor para tod@s – sem violência!
O ano passado nosso varal foi jogado no lixo por estranhos.
Solicitamos que não se repita isso, pois pagamos do nosso bolso para imprimi-lo. Nós o recolheremos no fim do mês.
Feliz mês de março!
8 de março
Dia Internacional da Mulher
Em 1911 as funcionárias de uma fábrica têxtil em Nova York, nos Estados Unidos, entraram em greve reivindicando melhores condições de trabalho: redução da jornada de trabalho de 16 para 10 horas diárias, salários iguais aos dos homens e melhor tratamento no ambiente de trabalho. 
Não há consenso sobre o que de fato ocorreu, mas no dia 25 de março houve um incêndio na fábrica, em que morreram 146 dos 600 trabalhadores, sendo 125 mulheres.
Desde o final do século 19, em vários países da Europa e nos Estados Unidos, as mulheres discutiam igualdade de sexo, sufrágio feminino e direitos das mulheres. 
Organizações de mulheres operárias protestavam contra as longas jornadas de trabalho, os salários insignificantes e o trabalho infantil.
Em 1977, a ONU declarou o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher, para homenagear as lutas feministas por igualdade e justiça.
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Não se nasce mulher, 
torna-se mulher
Simone de Beauvoir (1908–1986) foi uma escritora e filósofa francesa, uma das inspiradoras da segunda onda do feminismo. Entre diversos artigos, ensaios, romances e monografias, escreveu “O Segundo Sexo” em 1949, uma análise da opressão da mulher. Hoje, o livro é considerado um “clássico” da literatura feminista.
A frase “não se nasce mulher, torna-se mulher” é bem conhecida e remete à construção cultural da feminilidade. 
O mesmo vale para o homem: não se nasce homem, torna-se homem, machista ou feminista.
O que é gênero?
 
É uma das primeiras divisões que se estabelecem entre os seres humanos. Não é a mesma coisa que sexo, mas é associado ao sexo, de forma que se espera que uma criança do sexo masculino ou feminino seja masculina ou feminina, de acordo com o modelo de masculinidade ou feminilidade do seu grupo social.
Mas a realidade mostra que existe diversidade de gênero no tempo e no espaço: não apenas uma única maneira de ser masculino, feminino, homem ou mulher. E que existe um grave problema com a divisão de sexo e gênero: historicamente as mulheres foram dominadas, oprimidas, desprovidas de qualquer direito, destituídas de humanidade. 
Contra uma antiga ideologia de inferioridade feminina, o conceito de gênero diz que biologia não é destino, que a feminilidade e a masculinidade são construções culturais, aprendizagens. Portanto podem ser mudadas para que todos os seres humanos, independentemente de sexo e gênero, tenham oportunidades de desenvolvimento pleno e direitos iguais.
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ALGUMAS CONQUISTAS, MUITOS DESAFIOS
Como mostram os estudos históricos e antropológicos, as mulheres eram objeto de troca no mercado sexual e matrimonial. Não eram sujeitos de direitos. 
Não estudavam. Quando passaram a estudar foi em escolas ou classes separadas, com currículos distintos, como se fossem intelectualmente inferiores. 
Não eram proprietárias. Não votavam no Brasil até 1932. As casadas, até 1962, só podiam trabalhar fora com autorização do marido. 
Foi só na década de 1970 que as mulheres brasileiras ingressaram em massa na educação superior. Ainda assim, se concentraram em cursos de menor prestígio, exatamente por serem considerados femininos: Serviço Social, Pedagogia, Enfermagem, licenciaturas... 
E no mercado de trabalho ainda não há igualdade salarial. No serviço público, onde não pode haver discriminação, elas não ascendem aos cargos de maior remuneração e prestígio.
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O que é feminismo?
O feminismo é uma das principais escolas de pensamento no debate contemporâneo na Filosofia Política. 
Nas últimas décadas do século 20, nas sociedades industriais avançadas, é um dos quatro movimentos sociais principais: de mulheres, de estudantes, ambientalista e pacifista.
Para articular uma sociedade democrática, fruto de uma cidadania comprometida com a justiça social, é fundamental reconhecer a agenda feminista, passada e futura, e identificar-se com este movimento ideológico, político e social.
“Uma democracia quando funciona, é feminista”.
(Amelia Valcárcel, filósofa espanhola)
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O Feminismo é para todos e todas
Bell Hooks (2000) diz que o feminismo (movimento social e campo de estudos em que se teoriza o gênero) é para todos, mulheres e homens de todas as idades, e que os homens e meninos também necessitam de conscientização feminista, pois o feminismo encerra promessa e esperança para a humanidade.
Existem homens feministas e organizações feministas de homens preocupadas e ocupadas com a transformação das masculinidades, o empoderamento das mulheres e a equidade de gênero. 
Dois exemplos: 
PROMUNDO, Ong que atua em diversos países do mundo e no Brasil desde 1997. Ver: http://promundo.org.br/. 
Instituto Papai, Ong de Recife, que atua prioritariamente com homens e sobre masculinidades, contra todas as expressões do machismo. Ver: http://institutopapai.blogspot.com.br/p/sobre-o-grupo.html.
A campanha ElesporElas: por formas de masculinidade não violentas
A igualdade entre homens e mulheres e a equidade de gênero não são questões apenas das mulheres, mas requerem a participação dos homens, porque beneficiam toda a sociedade nos âmbitos social, político e econômico. 
Em setembro de 2014, durante Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, a ONU Mulheres lançou o Movimento ElesPorElas (HeForShe) de Igualdade de Gênero, visando engajar um 1 bilhão de homens no apoio à igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres. 
Ver: http://www.onumulheres.org.br/elesporelas/
O engajamento dos homens é imprescindível para se acabar com a violência de gênero.
Você (re)conhece as desigualdades de gênero?
As desigualdades de gênero são estruturais e reproduzidas pelas instituições sociais: família, escola, universidade, igrejas, mídias.
Mulheres ganham menos pelo mesmo trabalho feito por homens e não ascendem a cargos superiores.
 
Mulheres fazem mais trabalho doméstico e de cuidado infantil, mesmo quando trabalham fora de casa.
Você (re)conhece as desigualdades de gênero?
Os homens governam, majoritariamente, por isso as políticas públicas priorizam seus interesses.
Em alguns países, somente os homens fazem serviço militar e são mandados à guerra. 
Os homens fazem os trabalhos mais perigosos (bombeiro, policial).
Você (re)conhece as desigualdades de gênero?
O risco de contrair Aids na relação sexual sem camisinha é de 2 a 4 vezes mais alto para as mulheres.
Metade das pessoas vivendo com HIV no mundo são mulheres, muitas das quais foram infectadas pelos maridos, parceiros fixos, ou em situação de exploração sexual.
As mulheres sofrem violência sexual: são estupradas nas guerras e espancadas, estupradas e assassinadas em suas casas.
Em 1983, a bioquímica Maria da Penha foi vítima de dupla tentativa de homicídio por seu então marido, que resultou em paraplegia. Em 1998, apesar de duas condenações pelo Tribunal do Júri do Ceará, ainda não havia decisão definitiva no processo e o agressor permanecia em liberdade. Organizações feministas junto com a própria Maria da Penha enviaram o caso à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA. 
Em 2001, a Comissão Interamericana declarou o Estado brasileiro responsável por omissão e negligência, somadas à tolerância em relação à violência doméstica contra mulheres. 
Finalmente, foi promulgada em 7 de agosto de 2006 a Lei 11.340, denominada Lei Maria da Penha, que “cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher”.
Você (re)conhece as desigualdades de gênero?
2/3 das pessoas analfabetas do mundo são
mulheres;
meninas têm menos escolaridade do que meninos da mesma classe social, exceto em alguns países e grupos sociais.
Em algumas culturas da África e Oriente Médio meninas sofrem mutilação genital e os corpos das mulheres são cobertos da cabeça aos pés em nome da castidade.
A conquista do direito ao voto pelas mulheres 
Um colunista de um jornal carioca escreveu, 
em 1918, um artigo maldoso dizendo que as
brasileiras não iriam sofrer nenhuma 
influência da luta das Sufragistas na Inglaterra. 
A paulistana Bertha Lutz, que acabara de 
voltar da França como bacharel em Ciências
pela Sorbonne, indignou-se. 
Respondeu com a sugestão de se criar um 
movimento de luta pelos direitos femininos. Filha do famoso cientista Adolfo Lutz, Bertha tinha então 24 anos. Bióloga e advogada, ela adotou a causa do voto feminino. 
Depois de inúmeras participações em congressos, ligas e organizações pelo mundo durante a década de 1920, em 1932 Bertha viu Getúlio Vargas aprovar o novo Código Eleitoral contendo o direito de voto das mulheres. 
Além da luta pela causa feminina, trabalhou, por mais de 40 anos, como pesquisadora científica na área de zoologia, descobriu quase uma dezena de espécies anfíbias e deixou seu nome nos círculos da ciência internacional. 
Bertha Lutz (1894-1976)
A ialorixá
Mãe Menininha foi uma das 
maiores conhecedoras das religiões
de matriz africana no Brasil, 
procurada por sociólogos/as e 
antropólogos/as de todo o mundo 
em busca de Informações para teses
e estudos acadêmicos. 
“Uma filha de escravos que se fez 
rainha, orientando o povo baiano 
com exemplar dedicação e perene bondade”, como definiu-a Jorge Amado. Ela foi conselheira espiritual de muitos artistas e políticos. No casarão branco no Alto do Gantois, em Salvador, com suas saias de renda, guias e óculos de lentes grossas, Mãe Menininha exerceu o seu reinado durante 64 anos. 
A ialorixá, que nasceu Maria Escolástica da Conceição Nazaré, assumiu a chefia do terreiro em 1922, aos 22 anos de idade, segundo consta, por determinação de Oxóssi, Xangô, Oxum e Obalauê. “Quando os orixás me escolheram, eu era muito nova e não recusei, mas balancei porque é uma obrigação muito árdua.”
Morreu aos 92 anos, em 1986. 
Mulheres fazem ciência
Luisa Lina Villa (1951)
Quando tinha 10 anos de 
idade, Luisa pediu de 
presente ao pai, que faria 
uma viagem aos Estados Unidos, um microscópio. Desde pequena, as brincadeiras preferidas de Luisa, nascida na Itália e residente em São Paulo desde os 5 anos de idade, eram ligadas à observação e pesquisa de plantas, pedras e animais. Por isso, estudou Biologia e se doutorou na Universidade de São Paulo. Chefe do setor de virologia do Instituto Ludwig, que tem parceria com o Hospital do Câncer, em São Paulo, há 15 anos Luisa desenvolve um trabalho pioneiro no Brasil, com o estudo do papilomavírus humano (HPV), vírus sexualmente transmissível ligado ao câncer do colo do útero. 
A primeira cineasta do Brasil
Nascida em Paris, filha de uma 
cantora lírica e de um médico, 
Gilda de Abreu foi mais que a primeira
cineasta do País. Soprano do Teatro 
Municipal do Rio de Janeiro, interpretou
óperas de Rossini, Offenbach e Delibes. 
Também abraçou o teatro musicado, 
foi atriz de cinema e compositora. Como diretora e roteirista, esteve à frente de filmes como Pinguinho de Gente e O Ébrio, este último inspirado em composição de sucesso de seu marido, o cantor Vicente Celestino, com quem se casou em 1933. Artista completa que mergulhou de cabeça nos meandros da criação e da interpretação, Gilda também foi atriz, roteirista e diretora do filme Coração Materno, sucesso de público em 1950, além de ter produzido vários documentários e curtas-metragens. Seus filmes, que se tornaram material obrigatório de estudo para cinéfilos, retratam a fase pioneira do cinema nacional. 
Gilda de Abreu (1904-1979)
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A primeira grande compositora 
brasileira 
Francisca Neves Gonzaga revolucionou não só a música popular, mas os costumes de seu tempo. Chiquinha tinha apenas 16 anos quando foi obrigada a se casar com Jacinto do Amaral, com quem teve três filhos. Um dia decidiu sair de casa, levando apenas o filho mais velho. Pouco tempo depois, casou-se com o engenheiro João Batista de Carvalho, pai de sua filha, Alice. Separou-se ao flagrá-lo com outra mulher e passou a dar aulas de piano para sobreviver, além de tocar em bailes e teatros. 
Em 1885, Chiquinha estreou como a primeira maestrina do Brasil, com a opereta A Corte na Roça. A partir daí, conseguiu o impensável para uma mulher de sua época: fazer sucesso e sobreviver da música. Além de compositora, maestrina e pianista, ela participou dos movimentos 
abolicionista e republicano. Aos 52 anos, 
apaixonou-se por João Laje, músico 
português de apenas 16 anos. Para 
evitar novos escândalos, apresentou-o 
à sociedade como seu filho. Eles 
viveram juntos por 33 anos, até a 
morte da compositora, aos 87 anos. 
Chiquinha Gonzaga (1847-1935)
O que as mulheres têm a dizer
"Sou gaúcha, de Porto Alegre, tenho 36 anos e tirei meu brevê aos 17 anos de idade. Atuei como instrutora do aeroclube da cidade durante vários anos e em 1984 decidi preparar-me para pilotar jatos e ingressar na aviação comercial. Enfrentei discriminações e até pensei em desistir da carreira, quando a VASP anunciou concurso público para piloto. Fui admitida na função deco-pilotoem 1988, que exerci até 1996, quando passei nos testes teóricos e práticos para assumir o comando da aeronave, tornando-me a primeira mulher a comandar um Boeing 737 no Brasil. Para mim, o Dia Internacional da Mulher deveria ser encarado como uma data para as mulheres refletirem sobre suas conquistas e seus futuros desafios."
CarlaRoëmmler, comandante
 
O que as mulheres têm a dizer
 
“A mulher é tudo hoje em dia: esposa, mãe, amiga, companheira, estamos aí cada vezconquistandoo nosso espaço. As mulheres estão se superando muito. A classe feminina se unindo, vai conquistando seu lugar nocampo profissional, em todas as áreas, esportiva, científica, artística. A gente tem que pensar na gente mesmo, porque já pensa no marido, nos filhos, pensa em tudo e em todos. Mas e em nós mesmas, quem pensa na gente? Todas as mulheres devem pensar mais nelas mesmas. Sepensarmos mais em nós, o mundo vai acabar concordando e dar mais valor. Olhando só pra frente, as coisas melhoram e as portas vão se abrindo”.
 
Zeferina, 
vencedora da São Silvestre de 2001
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O que as mulheres têm a dizer
"Celebra-se o 'Dia Internacional da Mulher' mas qual o dia que não é da mulher?”
Raquelde Queiroz (1910-2003), escritora,nascida em Fortaleza, foi a primeiramulher a ingressar na Academia Brasileira deLetras em 1977.
No discurso de posse, declarou: "Não entrei para a ABL por ser mulher. Entrei porque, independentemente disso, tenho uma obra".
 
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Mulheres na Academia Brasileira de Letras 
* Rachel de Queiroz (1910-2003), nascida em Fortaleza, estreou em 1927, sob pseudônimo, em um jornal do Ceará. Em 1930, publicou o romance O Quinze. Em 1977 tornou-se a primeira mulher a ingressar na ABL.
* Dinah de Silveira de Queiroz (1911-1982), nascida em São Paulo, foi eleita pela ABL em 1980. Estreou em 1939 com o livro Floradas na Serra. Publicou contos, novelas, crônicas e romances.
* Lygia Fagundes Telles (1923-), nascida em São Paulo, formou-se em Direito e Educação Física pela USP. Posicionou-se contra a ditadura militar na obra As Meninas (1976). Eleita para a ABL em 1985, teve obras publicadas emváriaslínguas, recebeu prêmios e condecorações nacionais e internacionais, como o Prêmio Camões em 2005.
* Nélida Piñon (1937-), nascida no Rio de Janeiro, formou-se em jornalismo pela PUC-Rio. Estreou com o romance Guia-mapa de Gabriel Arcanjo, em 1961. Seus contos e ensaios foram traduzidos para diversas línguas. Ingressou na ABL em 1989 e foi a primeira mulher a presidi-la, em 1996. Ganhou
o Prêmio Príncipe de Astúrias das Letras de 2005.
* Zélia Gattai (1916-2008), nascida em São Paulo, era esposa de JorgeAmado.Começou a escrever com 63 anos, quando lançou o livro Anarquistas Graças a Deus, em 1979. Foi eleita na ABL em 2001, para ocupar a cadeira do marido.
* Ana Maria Machado (1941-), nascida no Rio de Janeiro, formou-se em Letras Neolatinas, pela Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. Trabalhou como professoraejornalista, até abraçar a literatura. Em 1977, ganhou o prêmio João de Barro pelo livro História Meio ao Contrário, sob pseudônimo. Foi eleita para a ABL em 2003.
* CleoniceBerardinelli(1916-), nascida no Rio de Janeiro, é professora emérita da UFRJ e da PUC-RJ, especialista em literatura portuguesa – Camões e Fernando Pessoa. Foi eleita pela ABL em 2009, aos 93 anos de idade.
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Heloisa Alberto Torres (1895-1977) esteve
diretamente envolvida com diferentes 
campos científicos, especialmente 
Antropologia, Arqueologia e Etnologia, 
com a preservação e constituição do 
patrimônio histórico e museológico nacional
e com políticas indigenistas entre as décadas 
de 1930 e 60. Foi diretora do Museu Nacional de 1938 a 1955 e personagem fundamental para a consolidação e institucionalização da Antropologia e das Ciências Sociais no país.
A sua importância não se limitou ao universo intelectual e científico, mas se deu também pela sua atuação política e administrativa em diferentes instituições do governo brasileiro, por exemplo, como presidente do Conselho Nacional de Proteção ao Índio, de 1959 a 1967, substituindo o Marechal Cândido Rondon. Colaborou para a unificação dos órgãos de assistência ao índio em 1967, que resultou na criação da FUNAI. Sua atuação política em defesa dos direitos da mulher também foi relevante, tendo mantido relações com várias instituições como a Liga Internacional de Mulheres Pró Paz e Liberdade, o Instituto Feminino da Bahia e a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. 
Dona Heloísa
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Ela revolucionou a psiquiatria com a arte
Em 1946, quando a psiquiatra Nise da Silveira criou o
Serviço de Terapêutica Ocupacional do Centro Psiquiátrico
Pedro II, no Rio de Janeiro, os maiores avanços da 
psiquiatria mundial ainda eram a lobotomia, que surgiu 
durante o salazarismo em Portugal, e o eletrochoque,
inventado na Itália fascista. 
Nise comprou uma briga com a direção do hospital ao
se recusar a usar eletrochoques e psicotrópicos, e ao
distribuir tintas, pincéis e argila aos esquizofrênicos. Com o material para poder criar, eles/as passaram a ter uma vida útil e criativa, dentro de um espaço onde antes se sentiam mortos. Nise interpretava suas obras e assim os tratava, lendo nas pinturas e esculturas seus ricos e perturbados inconscientes. Em 46 anos de trabalho, reuniu mais de 300 mil peças de arte, que hoje formam o acervo do Museu do Inconsciente, no mesmo hospital, e mandou a maior parte dos pacientes para casa, curados. 
Alagoana, Nise saiu de Maceió aos 15 anos para estudar no Rio de Janeiro. O pai havia morrido e ela, filha única, decidiu que precisava abrir os horizontes. Formou-se em Medicina – foi a única mulher num grupo de 156 homens – e especializou-se em neurologia. 
Certa de que seus clientes precisavam dar e receber afeto, ela levou cães e gatos ao hospital e os nomeou co-terapeutas, experiência hoje feita em clínicas de todo o mundo. Amiga do psiquiatra suíço Carl Gustav Jung, com quem se correspondeu por vários anos, recebeu dele o conselho para estudar mitologia, que depois considerou outra peça-chave de seu trabalho. Foi ativa até o fim. Um dia antes de morrer, aos 94 anos, recebeu em seu apartamento, no Rio, o grupo de estudos que mantinha para discutir psicanálise e psiquiatria.
(1905•1999)
A mulher que liderou o 
movimento pela anistia
Durante o depoimento de Therezinha Godoy 
Zerbini no Doi-Codi, órgão de repressão do 
governo no regime militar, o major afastou a 
cadeira e gritou: “A senhora é uma mentirosa!”. 
Ela se levantou e retrucou: “E os senhores são 
torturadores!”. 
Era o ano de 1970, início da era mais sombria do
regime, e ela sabia que desacatar militares era 
como tentar o suicídio. 
Casada com o general Euryale de Jesus Zerbini, cassado em 1964, dona-de-casa e mãe de dois filhos, ela promoveu uma das maiores campanhas de direitos humanos do país, à frente do Movimento Feminino Pela Anistia. Liderou negociações pela aprovação da Lei da Anistia, lutou para libertar presos políticos e reacendeu a esperança pelo fim do regime. 
A ideia de organizar a campanha pela anistia surgiu numa cela do Presídio Tiradentes, em 1970, onde esteve presa por seis meses. “Ali, na sala de tortura, vi um homem mergulhado numa poça de sangue”, lembra. Decidiu que ao sair da prisão daria início ao movimento, o que só se concretizou em 1975, pela dificuldade de mobilização. A anistia ampla, geral e irrestrita chegou, finalmente, em 1979.
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Luislinda Dias de Valois Santos nasceu em 1942 em Salvador/BA. 
Filha de uma lavadeira e de um motorneiro de bonde, neta de um escravizado, teve uma infância pobre. Aos 9 anos de idade, na escola primária, ouviu a “sentença” de um professor, irritado por causa de seu pobre material escolar: "Se não pode comprar, é melhor parar de estudar e ir cozinhar feijoada na casa de brancos!” 
Luislinda de Valois é considerada a primeira juíza negra brasileira (1984) e desembargadora (2011). Também proferiu a primeira sentença contra racismo no Brasil: em 1993, condenou um supermercado a indenizar uma empregada doméstica, acusada injustamente de furto. Em 2009 publicou seu primeiro livro: 'O Negro no Século XXI'. 
Em 2016 foi nomeada Secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e em 2017 Ministra dos Direitos Humanos.
LUISLINDA DE VALOIS - a primeira juíza e desembargadora negra brasileira
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Marta Vieira da Silva nasceu no dia 19 de fevereiro de 1986. E hoje, 31 anos depois, já dá para dizer que ela dividiu a história do futebol feminino no Brasil – e até no mundo. Existe o futebol feminino pré-Marta e existirá um dia o pós-Marta. 
Marta passou por dificuldades sem fim, da pobreza em Dois Riachos, à viagem de ônibus de mais de 20h para o Rio de Janeiro, de clubes fechando as portas e a deixando sem nada até o frio extremo da Suécia que congelava os pés. Mais do que adversários, Marta enfrentou todo o tipo de preconceito. E venceu.
Milhões de meninas se inspiraram e passaram a jogar bola, a sonhar um dia poder vestir a camisa 10 da seleção brasileira e representá-la tão bem quanto Marta. Por causa dela meninas já não têm mais vergonha de dizer que jogam bola e enfrentam quem quer que diga que isso “não é para elas”.
Disponível em: http://dibradoras.com.br/por-que-voce-precisa-conhecer-e-admirar-marta
A BOLA É DELAS!
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A Professora Adélia de França e Silva (1904-1981) nasceu em Aliança/PE, mas sua trajetória profissional, pessoal e afetiva constituiu sua identidade paraibana. Aqui estudou e formou-se professora, casou-se e teve sua única filha (Catarina Maria de França Carneiro – Cátia de França), e trabalhou por cinquenta anos ininterruptos, até os últimos dias da sua existência, na sala de aula.
Adélia atuou em diversas cidades paraibanas, do sertão ao litoral, desafiando cotidianamente a condição de mulher-negra e professora. Era reconhecida pela sua didática, generosidade e conscientização política. Apesar da maior parte de seu alunado ser de jovens ricos, não deixava de atender meninos e meninas pobres.
 
“Educando rico, pobre e barão
pra quem não tinha dinheiro
sorria: ela dava um jeito
e o leite corria no peito
da farta mãe solidária
Adélia educava calada
e sua fama prospera!” 
(CÁTIA DE FRANÇA).
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ADÉLIA DE FRANÇA
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Eudésia de Carvalho Vieira, nasceu em 1894,
na cidade de Santa Rita, na Paraíba.
Mulher negra, foi professora, escritora,
historiadora, jornalista, poetisa e médica.
Formada na Faculdade de Medicina do Recife,
foi
a primeira paraibana a receber o diploma
de doutora em Medicina.
Publicou no campo dos estudos históricos, 
livros de cunho didático: 
Terra dos Tabajaras (1955) e 
Pontos de História do Brasil (1956).
Na abertura de uma de suas obras, ressaltou: “Outro fim não me inspirou que o de facilitar a essa mocidade que se alevanta, a leitura da história da Paraíba, esquecida nos livros didáticos que importamos” (VIEIRA, 1955). 
No livro Terra dos Tabajaras contempla pioneiramente a história dos povos indígenas e dos quilombos na Paraíba, destacando a condição das mulheres indígenas e das negras.
PARAIBANAS EM DESTAQUE
EUDÉSIA VIEIRA
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PARAIBANAS EM DESTAQUE
Ivanisa Olímpio de Almeida
Primeira delegada de Polícia Civil da Paraíba. 
Nascida em 1957, em Pombal, Sertão paraibano, é a primeira mulher a assumir a função depois da Lei 8.186/2007, que padronizou a estrutura dos cargos do Poder Executivo do Estado.
Com formação em Direito, pela Universidade Federal da Paraíba, iniciou sua trajetória na Polícia da Paraíba em 1979, aos 22 anos de idade. Atuou na Delegacia de Defraudações e Falsificações da Capital e como defensora pública.
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A médica Adriana Melo tem 45 anos, doutorado na área de medicina fetal e trabalha há 16 anos no setor de medicina fetal do Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), a principal maternidade pública de Campina Grande. 
Entre outubro e novembro do ano passado, compartilhou a angústia de duas pacientes grávidas de bebês que nasceriam com microcefalia. 
A ela a medicina deve o estabelecimento da relação entre o vírus zika e a má formação do cérebro de milhares de crianças. 
É uma das dez pessoas homenageadas pelo prêmio Trip Transformadores 2016.
PARAIBANAS EM DESTAQUE
Helena Holanda é criadora do Centro de Atividades Especiais, que desenvolve um trabalho voltado para as pessoas com deficiências e idosas. 
O centro atende 369 pessoas, entre crianças, jovens, adultos e idosos com algum tipo de deficiência ou sequelados por acidentes. 
É mantido com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS), eventos beneficentes e doações.
Em 10 de janeiro de 2017, Helena Holanda tomou posse como vereadora de João Pessoa.
PARAIBANAS EM DESTAQUE
Após o golpe de 64, foi presa. Ao sair da cadeia, para escapar das perseguições, fugiu com um dos filhos para o Rio Grande do Norte, onde viveu 17 anos clandestinamente, com outro nome.
Em 1980, foi encontrada por Eduardo Coutinho que queria terminar o filme “Cabra Marcado pra Morrer”. Em 1981, retomou seu nome de batismo e reencontrou os outros filhos. 
Recebeu diversas homenagens, dentre elas a Medalha Augusto dos Anjos, em Sapé, e o Prêmio Bertha Lutz, no Senado Federal.
Nascida em 1925, em Sapé, Elizabeth Altina Teixeira é símbolo de resistência. 
Quando seu companheiro, João Pedro Teixeira, líder das Ligas Camponesas, foi assassinado em 1962, ela assumiu a direção da liga. 
Foi ameaçada de morte por jagunços e intimidada por coronéis.
PARAIBANAS EM DESTAQUE
Luiza Erundina de Sousa, nasceu em Uiraúna, em 30 de novembro de 1934. É assistente social, e foi a primeira de São Paulo, eleita em 1988, pelo Partido dos Trabalhadores (PT). 
Atualmente é deputada federal pelo estado de São Paulo, pertencendo à bancada do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Foi Coordenadora-Geral da coligação Unidos pelo Brasil, que lançou Marina Silva como candidata à Presidência da República, em 2014.
PARAIBANAS EM DESTAQUE
A defensora das mulheres e homens do campo
“É melhor morrer na luta do que morrer de 
fome”, dizia Margarida Maria Alves, 
presidente do Sindicato dos Trabalhadores 
Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. 
A sindicalista lutava pela defesa dos direitos
das trabalhadoras e trabalhadores do campo, 
como registro em carteira, 13º salário, 
jornada de oito horas e férias. Ela foi responsável pelo recorde de tramitações trabalhistas no fórum local, na fase em que presidiu o sindicato de Alagoa Grande: mais de 100 reclamações contra os senhores de engenho. Isso os irritou profundamente. Margarida foi morta com um tiro no rosto em frente a sua casa, enquanto conversava com o único filho. Uma comissão especial foi designada para apurar o caso pelo então governador, Wilson Braga, que achava que foi um crime político. Soube-se que foram dois pistoleiros que a mataram a mando de latifundiários. Até hoje, os criminosos não foram punidos. Guilherme Rocha, autor de um livro sobre Margarida – Construtores da Justiça e da Paz – acredita que ela foi a primeira liderança sindical feminina do país. 
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PARAIBANAS EM DESTAQUE
Edinanci Fernandes da Silva, nasceu em Sousa, em 1976. Mudou-se com a família para Campina Grande, onde começou no judô aos 15 anos por recomendação médica, pois sofria de labirintite. Mais tarde, descoberta como judoca promissora, foi morar em São Paulo, onde ainda vive.
Em 2003 obteve a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos na República Dominicana, repetindo o feito no Rio em 2007. Ganhou ainda duas medalhas de bronze nos Campeonatos Mundiais de Judô de 1997 e 2003.
Antes de sua participação dos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996, Edinanci teve sua feminilidade questionada. Descobriu que era intersexo, com testículos internos e útero atrofiado e passou por procedimento cirúrgico. Antes dos Jogos teve de se submeter a um teste de feminilidade.
Participou dos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008, sendo a primeira brasileira a disputar quatro edições desta competição.
 
MULHERES NA GESTÃO UNIVERSITÁRIA
No Brasil, havia em 2011, apenas 17 reitoras num conjunto de 101 universidades públicas: 11 reitoras num total de 59 instituições federais (www.andifes.org.br, consulta em 30/09/2011) e seis num total de 42 instituições estaduais e municipais (www.abruem.org.br, consulta em 30/09/2011). 
 
Em 2017, havia 28 reitoras num conjunto de 112 universidades públicas: 20 reitoras (29,8%) num total de 67 instituições federais (www.andifes.org.br, consulta em 30/09/2011) e 8 reitoras (17%) num total de 45 instituições estaduais e municipais (www.abruem.org.br, consulta em 22/02/2017). 
A Universidade Federal da Paraíba foi criada pela Lei nº. 3.835 de 13 de dezembro de 1960. Teve sua primeira reitora em 2012. Atualmente tem reitora e vice reitora.
 
As barreiras para o exercício da liderança e o acesso a cargos de poder pelas mulheres são: 
(1) fraca autoimagem e autoconfiança e falta de identidade de líder; 
(2) responsabilidades familiares e domésticas que restringem a disponibilidade e mobilidade das mulheres; 
(3) condições de trabalho androcêntricas, indesejáveis, hostis e mais estressantes para as mulheres; 
(4) falta de apoio de familiares, amigos, colegas, superiores, inclusive expressa no silêncio sobre a problemática de gênero; (5) estereótipos de sexo e gênero, que afetam o processo de socialização profissional das mulheres e sua inclusão em posições de liderança, segundo os quais elas seriam incompetentes para exercer autoridade, tomar decisões, negociar politicamente
e manejar orçamentos; 
(6) formação profissional que não contempla questões de equidade, e currículo que reflete teorias de déficit de gênero, subrepresenta as mulheres e omite suas experiências, bem como a base de conhecimentos e habilidades de gênero que são requisito para o acesso a posições de poder; 
(7) falta de modelos, mentores, patrocinadores e redes, necessários ao processo de socialização profissional e à obtenção de conhecimento, informação política e técnicas de sobrevivência; 
(8) discriminação de sexo aberta ou velada na seleção/contratação e tratamento no trabalho.
Fonte: Shakeshaft, Charol; Brown, Genevieve; Irby, Beverly J.; Grogan, Margareth; and Ballenger, Julia (2010). Increasing gender equity in educational leadership. In Klein, Susan S. (General Editor), Handbook for Achieving Gender Equity through Education (pp. 103-129). 2nd ed., New York and London: Routledge.
 
Relações
de gênero na educação superior
No ensino superior e na pós-graduação as mulheres são mais
da metade de estudantes e quase metade de professores, mas 
têm presença reduzida em Física, Matemática, Computação e
nas Engenharias, campos científicos de maior prestígio. 
Isso é explicado pela socialização primária e pela experiência 
escolar. 
A socialização de gênero das mulheres é responsável pela 
baixa autoestima, autoconfiança e autoeficácia, o que as leva
a se autoexcluírem de carreiras não tradicionais. 
Na escola, os/as professores/as, o ensino, o currículo, as
relações com os/as colegas reforçam estereótipos como 
“menina não é boa em matemática nem em tecnologia”. 
Na universidade, nos cursos masculinos o clima é frio ou 
hostil, elas não conseguem se incluir nas redes sociais e não 
encontram modelos femininos de cientistas. 
 
Relações de gênero na educação superior
Uma pesquisa realizada em uma universidade pública nordestina constatou que: 
o número de professoras e alunas em Física, Matemática, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil e Computação não vem crescendo ou cresceu muito pouco; 
as novas professoras, que chegam com doutorado e sem filhos, raramente se destacam na carreira; elas assumem atividades de ensino e não de pesquisa, ensino de graduação e não de pós-graduação, disciplinas básicas e não especializadas, cargos de gestão como sub e vice; 
as professoras tendem a se retrair, evitar conflitos, vestir-se de forma a não chamar atenção; 
as casadas ou divorciadas com filhos têm menos tempo para a vida profissional, pois recaem sobre elas as tarefas domésticas e de cuidado da família; 
as alunas apontam o clima frio na chegada ao curso, a imagem masculina do Físico, a falta de credibilidade das mulheres no campo, e a presença do sexismo entre colegas e professores; 
o conceito de gênero não é bem conhecido na universidade e o mal estar, causado pela falta de reconhecimento, no caso das professoras, ou pelo descrédito e assédio moral ou sexual, no caso das alunas, nem sempre é visto como decorrente da injustiça de gênero. 
FONTE: CARVALHO, M. E. P. de. Projeto 471892/2014-9: Relações de gênero em cursos masculinos: engenharias mecânica e civil, física, matemática e ciência da computação. Chamada MCTI/CNPQ/MEC/CAPES Nº 22/2014 Ciências Humanas e Sociais. Relatório Técnico. Universidade Federal da Paraíba, PPGE, NIPAM, 2017. 
MULHERES NA COMPUTAÇÃO
Em uma época em que nem existia computador, uma mulher foi a primeira programadora de computadores do mundo.
Augusta Ada Byron, mais conhecida como Ada Lovelace (1815-1852), nasceu em Londres, filha do famoso poeta inglês Lord Byron e de Anne Isabella Milbanke, uma matemática cujo título era Princesa dos Paralelogramos, que encorajou a filha a estudar matemática.
A história de Ada está ligada à história de Charles Babbage e sua máquina de calcular. A primeira máquina de Babbage, denominada Engenho Diferencial, objetivava computar tabelas aritméticas. 
MULHERES NA COMPUTAÇÃO
Grace Murray Hopper (1906-1992)
Nascida em Nova York, em 1906, Grace Hopper formou-se em Matemática e Física no Vassar College. Na Universidade de Yale defendeu o mestrado em 1930 e o doutorado em 1934 em Matemática. Em 1943, deixou seu cargo de professora no Vassar College e entrou para a Marinha Americana. 
Após a sua saída da Marinha, Grace Hopper foi designada para o Bureau of Ordinance Computation Project, na Universidade de Harvard, onde trabalhou na programação da série de computadores Mark I e recebeu o Naval Ordinance Development Award. 
Por volta de 1944, idealizou o conceito de sub-rotinas utilizado ainda nos dias de hoje, cujo objetivo era aproveitar módulos de comandos que fossem utilizados para diminuir o tempo e o esforço. Hopper é a responsável pelos termos bug e debug. 
MULHERES NA COMPUTAÇÃO
O Electronic Numerical Integrator and Computer - Eniac, uma estrutura gigantesca com quase 18000 válvulas e pesando 27 toneladas, é considerado o primeiro computador eletrônico da história, a primeira máquina capaz de ser programada para execução de cálculos diferentes para objetivos diferentes.
O Corpo Voluntário Feminino para Emergências (WACS), durante a Segunda Guerra Mundial (1945), tinha um grupo de cerca de 80 mulheres cujo trabalho era realizar cálculos balísticos. Eram conhecidas como as computadoras (as moças que computavam), termo pejorativo escolhido pelo exército americano.
Quando o exército concordou em financiar um projeto experimental para a construção do Eniac, seis mulheres foram selecionadas para serem as primeiras programadoras.
Adele Goldberg participou da criação da linguagem orientada a objeto Smalltalk-80.
Emmy Noether pesquisou álgebra abstrata que forneceu os fundamentos para a criação da linguagem PROLOG.
Lois Haibt desenvolveu um analisador de expressão aritmética, componente essencial para o compilador FORTRAN.
Sister Mary Kenneth Keller participou no desenvolvimento da linguagem BASIC.
Marrisa Mayer, Presidente do Yahoo, antes disso foi a 20ª pessoa a entrar no Google.
Sheryl Sandberg, chefe de operações do Facebook, foi a primeira mulher a se tornar diretora da rede social e possui uma fortuna de US$ 1 bilhão.
Ginni Rometty, Chairwoman e Presidente da IBM, foi eleita por 8 anos consecutivos como umas das 50 mulheres mais influentes no mundo dos negócios, ficando em primeiro lugar no ano de 2012.
Ursula Burns, Presidente da Xerox, é a primeira mulher afro-americana a chefiar uma empresa.
Meg Whitman Presidente da HP possui uma fortuna de US$ 1,3 bilhões.
MULHERES NA COMPUTAÇÃO
Susan Wojcicki, Presidente do You Tube, também foi responsável pelo Google AdWords, AdSense, Analytics e DoubleClick. Em 1998 alugou sua garagem para os fundadores do Google quando ainda não passava de uma ideia de sistema de buscas.
Safra A. Catz, Presidente da Oracle desde 2004, faz parte da mesa diretora desde 2001. Está na Oracle desde 1999, e também é diretora do HSBC. 
Cher Wang é co-fundadora e presidente da HTC e possui uma fortuna de US$ 1,6 bilhões.
Padmasree Warrior é Diretora de Tecnologia da CISCO.
Sue Gardner é diretora-executiva da Wikipedia. O sucesso da ferramenta é atribuído a seus esforços.
MULHERES NA COMPUTAÇÃO
Shirley Jackson é a primeira mulher negra a receber um título de doutorado do MIT em 1973. Realizou uma pesquisa científica puramente teórica que lançou as bases para invenções como o fax portátil, telefones de tom, células solares, cabos de fibra óptica e toda tecnologia por trás dos identificadores de chamadas.
Temos mulheres nos principais cargos na área da computação. Uma grande profissional da área é Dilma M. da Silva, PhD em Ciência da Computação pelo Instituto de Tecnologia da Geórgia em Atlanta/USA, destaque no comando do grupo de pesquisa avançada de Sistemas Operacionais da IBM em Nova Iorque. 
Juliana Freitag Borin, também PhD em Ciência da Computação, é escritora da revista SBC Horizontes e professora da UNICAMP. 
Cláudia Maria Bauzer Medeiros, doutora em Ciência da Computação pela Universidade de Waterloo, Canadá, foi presidente da Sociedade Brasileira de Computação de 2004 a 2007. 
(Isa)Bel Pesce é uma consultora de startups, palestrante sobre empreendedorismo, autora de A Menina do Vale. Nascida e criada em São Paulo, em 2006, aos 17 anos, ingressou no MIT (Massachusetts Institute of Technology), em Boston/USA, onde estudou engenharia elétrica, matemática, ciência da computação, administração, economia e matemática.
MULHERES NA COMPUTAÇÃO NO BRASIL
Em 2009, no Departamento de Informática do Campus 1 (João Pessoa) havia três mulheres no corpo docente. 
O Centro de Informática, criado em 2012, conta com três departamentos. Tinha um total de 61 docentes em novembro de 2014, dos quais 13 (21%) eram mulheres (SIGRH, 2014). 
Em 2017 conta com 51 docentes homens e 13 (20,3%) mulheres (https://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/departamento/lista.jsf). 
O número de docentes mulheres na Pós-Graduação era de 6 (20%) para
24 homens em 2014. Atualmente é de 5 professoras, sendo apenas uma do quadro permanente, e 17 professores, sendo 3 colaboradores (https://sigaa.ufpb.br/sigaa/public/programa/equipe.jsf?lc=pt_BR&id=1879). 
O Centro de Informática oferece os cursos de Bacharelado em Ciência da Computação, Engenharia da Computação e Matemática Computacional. O Curso de Bacharelado em Ciência da Computação era o mais masculinizado, com apenas 11% de alunas em 2014. Atualmente o curso de Ciência da Computação permanece o mais masculinizado com 10% de alunas.
MULHERES NA COMPUTAÇÃO NA UFPB

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