Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ESTUDO E TRATAMENTO DO ESQUELETO FIBROSO FÁSCIAS E POMPAGES Prof. David Reis Anatomicamente as fáscias designam membranas de tecido conjuntivo fibroso de proteção (esôfago, coração). “Fáscia”: palavra inventada por osteopatas primeiros a ter noção de globalidade. Conceito de Fáscia: Conjunto membranoso, muito extenso, no qual tudo está ligado, em continuidade, uma entidade funcional. INTRODUÇÃO A Fáscia trouxe a noção de globalidade , sobre a qual se apoiam as técnicas de Terapia Manual. “O menor tensionamento, seja passivo ou ativo, repercute sobre o conjunto”. INTRODUÇÃO Representa cerca de 70% dos tecidos humanos. É formado por células conjuntivas: blastos. Osteoblastos: ossos; Condroblastos: cartilagens; Fibroblastos: tecido fibroso. Essas células não tem nenhuma atividade metabólica. Sua função é apenas a secreção de duas proteínas de constituição: COLÁGENO e ELASTINA. O TECIDO CONJUNTIVO Elastina: proteína de longa duração, é uma formação estável. Colágeno: proteína de curta duração, modifica-se a vida toda. O TECIDO CONJUNTIVO As alterações do colágeno são as causas da maior parte das patologias do tecido conjuntivo. No interior do tecido, as proteínas organizam-se em fibras: Fibras de colágeno: agrupam-se em feixes (feixes conjuntivos). Fibras de elastina: instalam-se em rede. O TECIDO CONJUNTIVO Fator excitante para a secreção do colágeno tensionamento dos tecidos. Tensão contínua e prolongada: as moléculas de colágeno instalam-se em série, ou seja, as fibras de colágeno e os feixes conjuntivos alongam-se. Tensão curta e repetida: as moléculas de colágeno instalam-se em paralelo , ou seja, as fibras de colágeno e os feixes conjuntivos multiplicam-se. O TECIDO CONJUNTIVO Tensão contínua e prolongada: alongamento do tecido conjuntivo. Tensão curta e rápida: densificação do tecido conjuntivo, que se torna mais compacto , mais resistente, progressivamente menos elástico. O TECIDO CONJUNTIVO LÍQUIDO LACUNAR: Ocupa todos os espaços livres entre as células conjuntivas, os feixes colaginosos e a rede de elastina. O volume do líquido lacunar varia de acordo com a densificação do tecido. Conhecido como Linfa Intersticial, pois é de onde saem os elementos que vão formar a linfa. O TECIDO CONJUNTIVO LÍQUIDO LACUNAR (CONT.): Intensa atividade metabólica, possuindo células nutritivas e macrófogas (eliminação). Se propaga graças à mobilidade dos tecidos, deslizando uns sobre os outros. A densificação reduz o espaço lacunar e as tensões impedem sua mobilidade perturbam os fenômenos vitais de nutrição e eliminação. O TECIDO CONJUNTIVO Frouxo que forra a pele: fáscia superficialis; Ligamentar; Tendinoso; Aponeurores; Ósseo. EXEMPLOS DE TECIDO CONJUNTIVO Papel considerável na circulação dos fluidos, por sua contínua mobilidade; Imensa rede de proteção; Separam os órgãos; Nutrição e eliminação. FUNÇÕES DO TECIDO CONJUNTIVO Duas grandes fáscias envolvem mais ou menos por completo o corpo humano: Fascia superficialis; Aponeurose superficial. ANATOMIA DA FÁSCIA Fáscia Superficialis: Forra a pele; Não existe na face; Embebida de linfa intersticial que nutre o epitélio; Ponto de partida de todos os vasos linfáticos periféricos. É a fáscia tratada pela técnica. ANATOMIA DA FÁSCIA Aponeurose: Camadas de fáscias sobrepostas. Encontram-se em continuidade. Separam os músculos em espaços funcionais. ANATOMIA DA FÁSCIA Participa ativamente da nutrição; Agente de eliminação; Ponto de partida da formação da linfa; Elemento mecânico de transmissão de força. FUNÇÕES DA FÁSCIA O entendimento das patologias mecânicas da fáscia é essencial para o fisioterapeuta. A. Diminuição da mobilidade entre as fácias: Acarreta a estase do líquido lacunar; É nele que se inicia a função de eliminação linfática. PATOLOGIA DA FÁSCIA B. Dores decorrentes de tensões anormais: Todo o sistema músculo-aponeurótico é um imenso receptor sensitivo, o da propriocepção. Os receptores sensitivos tornam-se normalmente dolorosos se sua ativação se prolonga. São dores suportáveis, mas persistentes e frequentes, tornando-se rapidamente intoleráveis. As regiões mais acometidas são a coluna lombar e a coluna cervical. São essas dores de tensão que fazem sucesso na terapia manual e osteopatia. PATOLOGIA DA FÁSCIA C. Artrose: É a patologia mecânica mais importante do tecido conjuntivo fibroso. Pode assumir duas formas: densificação-calcificação e degeneração da cartilagem (estão frequentemente associadas). Densificação-calcificação: são responsáveis pela formação dos osteófitos (bico de papagaio, esporão de calcâneo, etc). Degeneração da cartilagem: com a idade a cartilagem torna-se mal nutrida, desidratada e degenera mais rapidamente com os impactos impostos. PATOLOGIA DA FÁSCIA D. Encurtamento x Retração: Encurtamento: falta de crescimento do conjunto músculo- aponeurose, sendo irreversível. Retração: é sempre muscular e, praticamente, sempre ocorre nas unidades motoras tônicas. É facilmente reversível, se tratada antes que a densificação conjuntiva aconteça. PATOLOGIA DA FÁSCIA TRATAMENTO DA FÁSCIA - AS POMPAGES - AÇÃO SOBRE A CIRCULAÇÃO: Age sobre a circulação lacunar, que não tem sistema motor, bomba cardíaca e nem sistema de válvulas. Ela se propaga e se desloca por meio dos deslizamentos dos tecidos uns em relação aos outros. A falta de movimento cria a estase líquida (edemas de imobilidade). As pompages agem acelerando a circulação lacunar. FISIOLOGIA DAS POMPAGES AÇÃO SOBRE A MUSCULATURA: Patologia da musculatura fásica: fadiga, atrofia, paresia ou paralisia. Patologia da musculatura tônica: retração e encurtamento. As pompages vão reverter o quadro de retração dos músculos tônicos. Elas não terão efeito sobre os encurtamentos. FISIOLOGIA DAS POMPAGES AÇÃO ARTICULAR: A rigidez tem causas múltiplas e todas comprometem mais ou menos a frouxidão indispensável aos micromovimentos. As pompages articulares tem como principal objetivo a recuperação dessa frouxidão fisiológica, facilitando as mobilizações articulares na recuperação funcional. FISIOLOGIA DAS POMPAGES AÇÃO ARTICULAR: É muito utilizada no tratamento da artrose: cria uma descompressão intra-articular que traz o líquido lacunar dos tecidos vizinhos para o interior da cavidade, hidratando ou reidratando a cavidade articular (alívio da dor). FISIOLOGIA DAS POMPAGES AÇÃO CALMANTE: As pompages tem importante ação antálgica, promovendo relaxamento. Muito utilizada em dores de tensão, que raramente são agudas, mas tornam-se lancinantes e mesmo insuportáveis. As dores de tensão são mais comuns na região lombar e cervical. FISIOLOGIA DAS POMPAGES É realizada em três tempos: 1. Tensiomamento; 2. Manutenção da Tensão; 3. Tempo de Retorno. TÉCNICA DE POMPAGE 1. TENSIONAMENTO: Tensão não quer dizer tração. O fisioterapeuta alonga lenta, regular e progressivamente aquilo que a fáscia cede. Vai apenas até o limite da elasticidade fisiológica. Se a tensão ultrapassar a elasticidade dos tecidos, provoca reações de defesa (dor). São realizados três tensionamentos associados à expiração do paciente. O primeiro tensionamento parece não ter obtido nada, mas é sempre uma falsa impressão. TÉCNICA DE POMPAGE 2. MANUTENÇÃO DA TENSÃO: Consiste na manutenção da tensão ao final da tensão. A tensão deve ser mantida por 20 a 30 segundos com o paciente em padrãorespiratório normal. TÉCNICA DE POMPAGE 3. TEMPO DE RETORNO: Deve ser o mais lento possível. A fáscia “puxa” a mão do fisioterapeuta, mas este controla esta tração para a obrigá-la a trabalhar. É durante esse período que se rompem as barreiras, os bloqueios de movimento, as estases. Requer muita concentração por parte do fisioterapeuta. TÉCNICA DE POMPAGE PRÁTICA DAS POMPAGES POMPAGE GLOBAL POMPAGE LOMBAR POMPAGE DO PIRIFORME POMPAGE DO QUADRÍCEPS POMPAGE DO JOELHO POMPAGE DO QUADRIL POMPAGE DOS ISQUIOTIBIAIS POMPAGE DO PEITORAL MENOR POMPAGE DO PEITORAL MAIOR POMPAGE DO SERRÁTIL ANTERIOR POMPAGE DOS SEMI-ESPINHAIS DA CABEÇA POMPAGE DO ELEVADOR DA ESCÁPULA POMPAGE DO TRAPÉZIO SUPERIOR POMPAGE SOBRE AS RETRAÇÕES POMPAGE DO ESTERNOCLEIDOMASTOIDEO REFERÊNCIA BIENFAIT, M. FÁSCIAS E POMPAGES – ESTUDO E TRATAMENTO DO ESQUELETO FIBROSO. QUARTA EDIÇÃO. EDITORA SUMMUS, 1999. OBRIGADO!
Compartilhar